Você está na página 1de 4

PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA CARTOGRAFIA POR MARIANA TURRA

1. comentários do processo de construção da Cartografia;

2. apreciação do próprio trajeto na disciplina;

3. agenciamentos conceituais a partir dos exercícios realizados (leituras, diagramas, aulas

expositivas e lugares de pensar);

4. conexões possíveis com a formação em Terapia Ocupacional.

O meu processo durante o trajeto na disciplina acredito que foi bom, apesar que a
expectativa de aproveitamento da disciplina era maior, gostaria de ter lido alguns textos
dos lugares de pensar, mas no cotidiano com outras disciplinas e problemas pessoais, não
consegui me organizar.

O processo de construção de Cartografia foi intenso ao revisitar os objetos, como


vídeos, fotos, programas de espetáculos, momentos festivos, de conflitos e dificuldades.
Senti necessidade de focar nas minhas experiências na dança e como bailarina, professora
e sócia-proprietária, pois, foram inúmeras vivências que não tive tempo para refletir e
elaborar de outro modo, então, acredito que foi um novo encontro com a minha história
sem tanta tristeza e amargura.

Os textos obrigatórios me exigiram uma leitura atenta e mais cuidadosa, resultando


em maior tempo de leitura. Esses textos e a construção dos diagramas foram de
fundamental importância para compreender os conceitos, impulsionar reflexões, ajudar
nas discussões, além de desenvolver um olhar mais crítico e relacioná-los com a minha
vida e com a minha futura atuação como terapeuta.

O texto “Agir, Aprender e Atuar” por meio da explicitação da Teoria da Ação


compreendi que o processo de aprender é inventivo e de auto-produção permanente que
favorece a criação de si e do mundo, divergindo do processo de reprodução de
conhecimento. Outra noção que considerei relevante do texto é que “O domínio cognitivo
não é um domínio de representações, mas um domínio experiencial” (KASTRUP, V.
anoxx), o conhecimento não está desagregado do corpo, nem fazer e do ser e o domínio
cognitivo é uma experiência concreta que passa por nós, conforme o conceito cognição
corporificada.

O texto “Cultura: um conceito reacionário” causou estranhamentos e


questionamentos, no entanto, compreendi que ocorre novamente a segregações entre a
arte e a vida. Conforme Guatarri, esse conceito é reacionário e separa a dança, música,
artes plásticas em esferas autônomas, sendo que esses modos de expressão são ligados a
vida e essa separação só existe a nível de mercado de poder, denominando-se produções
capitalísticas (GUATARRI, anoxx). Como também, existem diversos sentidos de cultura
apresentados pelo autor, como cultura-valor, cultura-alma e a cultura-mercadoria que
coexistem na nossa sociedade estão permeados nos discursos, nos modos de expressão e
nas produções de subjetividades.

À vista desses conceitos de cultura, o trabalho da terapia ocupacional acredito que


consista em abrir espaços para outros modos ser e de fazer, escapando do engessamento
hegemônico do capitalismo que produzem subjetividades padronizadas e normalizadas
possibilitar a criação de modos de vidas diversos e valorizar as diferenças como
potencialidades.

As aulas expositivas e os textos auxiliaram a entender as conexões com a terapia


ocupacional e a interface da nossa prática com arte e cultura. Os modos de expressão
podem possibilitar na prática na clínica meios de fluir e criar o sensível e o que é difícil,
ou mesmo impossível de se colocar em palavras e também favorecer modos de
criatividade singulares, procurando espaços para que a criação não seja conduzida por
uma certa forma e que fujam do controle das representações e hábitos
cristalizados(Kastrup).

Apreciei bastante os convidados, eles trouxeram elementos e discussões que


aprofundaram as formas de pensar criticamente os modos de expressão, ampliando o
nosso repertório sobre dança e teatro. Como também, ativando modos sensíveis de
vivenciar essas expressões e meios de correlacionar com a clínica, como a Juliana indicou
durante a aula “Resistir a extrema solidão” e “Potencializar modos de estar juntos”,
dialogam muito com as práticas de terapia ocupacional em que valoriza os encontros e as
relações que as pessoas estabelecem como uma forma de produção de saúde.

A exploração do território cultural foi uma proposta interessante que gostei muito,
exercitei um olhar com maior detalhes em torno das práticas culturais. A visita no Samba
do Congo me fez conhecer um local rico de criação coletiva e encontros. O
compartilhamento dos territórios culturais durante a aula trouxe um exercício com a
escrita e com a escuta, além de ouvir outras perspectivas e críticas com os comentários
da professora e dos alunos. Alguns momentos eram difíceis manter a atenção na escuta
do texto que a pessoa preparou, mas acho importante para desenvolver uma escuta atenta
para diferentes modos de expressão, acredito que seja algo relevante para nossa atuação
como profissionais.

As aulas expositivas e os textos auxiliaram a entender as conexões com a terapia


ocupacional e a interface da nossa prática com arte e cultura. Os modos de expressão
podem possibilitar na prática na clínica meios de fluir e criar o sensível e o que é difícil,
ou mesmo impossível de se colocar em palavras e também favorecer modos de
criatividade singulares, procurando espaços para que a criação não seja conduzida por
uma certa forma e que fujam do controle das representações e hábitos
cristalizados(Kastrup).

Fazer os lugares de pensar foi um desafiador pelos textos e pensar os modos de


expressar as principais noções e conceitos contida nos mesmos. Compreendi que não
apresentaremos soluções prontas, o intuito é construir com as pessoas caminhos, inventar
saídas com o tensionamento com as artes, em que “ A arte como uma linha de fuga”, não
seja a cura, mas uma potencialização do querer e da vontade do poder ( LIMA, Ano xx0)

Considerações Finais – junto aos materiais acomodados no continente preparado,


agregar um texto, com o máximo de 2 páginas, em que constem:

1. comentários do processo de construção da Cartografia;

2. apreciação do próprio trajeto na disciplina;

3. agenciamentos conceituais a partir dos exercícios realizados (leituras, diagramas, aulas

expositivas e lugares de pensar);

4. conexões possíveis com a formação em Terapia Ocupacional.

Texto o Caos da poesia “Mas o homem não pode viver no caos. O


homem deve envolver-se em uma visão e construir uma casa que
tenha uma forma evidente e que seja estável e fixa. No pavor que tem
do caos, começa por levantar um guarda-chuva entre ele e o
permanente redemoinho. Então, pinta o interior do guarda-chuva como
um firmamento.”

Você também pode gostar