Você está na página 1de 29

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

GIOVANE MARTINS

A VIABILIDADE DA UTILIZAÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS EM AVIÕES


COMERCIAIS

Palhoça

2021
GIOVANE MARTINS

A VIABILIDADE DA UTILIZAÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS EM AVIÕES


COMERCIAIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de graduação em Ciências
Aeronáuticas, da Universidade do Sul de
Santa Catarina, como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel.

Orientador: Prof. MSc. Angelo Damigo Tavares

Palhoça

2021
GIOVANE MARTINS

ESTUDO SOBRE A VIABILIDADE DA UTILIZAÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS


EM AVIÕES COMERCIAIS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi


julgado adequado à obtenção do título de
Bacharel em Ciências Aeronáuticas e
aprovado em sua forma final pelo Curso
de Ciências Aeronáuticas, da
Universidade do Sul de Santa Catarina.

Palhoça, 09 de Novembro de 2021

__________________________________________
Orientador: Prof. MSc. Angelo Damigo Tavares

__________________________________________
Avaliador: Prof. Esp. Antônio Carlos Vieira de Campos
RESUMO

Essa pesquisa tem como objetivo analisar a viabilidade da utilização dos motores elétricos na
aviação comercial e para isso foram utilizados métodos exploratórios com abordagem
qualitativa, baseada em referências bibliográficas e documentais. A crescente demanda por
transporte aéreo no mundo tem gerado preocupações em relação à escassez de reservas de
petróleo e a consequente alta no preço do combustível. Os atuais meios de propulsão
empregados na aviação comercial dependem desses combustíveis fósseis para a manutenção
dos voos, e tal utilização libera uma imensa quantidade de gases de efeito estufa na
atmosfera. O motor elétrico aeronáutico se apresenta com várias melhorias e é um promissor
meio de propulsão, tendo em vista sua elevada eficiência, custos de operação e manutenção
reduzidos, tudo isso alinhado a zero emissão de gases nocivos e poluição sonora. O problema
enfrentado em face ao novo modelo de motorização é a relação entre o peso e quantidade de
carga que as baterias atuais podem suportar, o que põe em questionamento a real viabilidade
desse tipo de propulsão na aviação. Concluiu-se que a implementação dos motores elétricos
na aviação já é uma realidade, há vários projetos em desenvolvimento pelo mundo que
evidenciam sua viabilidade para operações em curtas distâncias, juntamente com uma visão
voltada para a sustentabilidade.

Palavras-chave: Motores elétricos. Aviação. Baterias. Sustentabilidade.


ABSTRACT

This research aims to analyze the viability of using electric engines in commercial aviation
and for this exploratory methods with a qualitative approach were used, based on
bibliographical and documentary references. The growing demand for air transport in the
world has raised concerns about the scarcity of oil reserves and the consequent rise in fuel
prices. The current means of propulsion employed in commercial aviation depend on these
fossil fuels to maintain flights, and such use releases an immense amount of greenhouse
gases into the atmosphere. The aeronautical electric engine presents several improvements
and is a promising means of propulsion, in view of its high efficiency and reduced operating
and maintenance costs, all of this in line with zero emission of harmful gases and noise
pollution. The problem faced with the new engine model is the relationship between the
weight and the amount of charge that current batteries can support, which calls into question
the real viability of this type of propulsion in aviation. It was concluded that the
implementation of electric engines in aviation is already a reality, there are several projects
under development around the world and its viability for operations over short distances is
evident, together with a vision focused on sustainability.

Keywords: Electric engines. Aviation. Batteries. Sustainability.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ………………………………………………………………………….... 7
1.1 PROBLEMA DA PESQUISA ………...………………………………………………..... 8
1.2 OBJETIVOS…………………………………………………………………………….... 9
1.2.1 OBJETIVO GERAL ……………...………..……………………………………………….. 9
1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS…….……………………..……………………………………. 9
1.3 JUSTIFICATIVA…………………………………………………………………………..9
1.4 METODOLOGIA……………………………………………………………………….. 10
1.4.1 NATUREZA E TIPO DE PESQUISA ………………………………………………………… 10
1.4.2 MATERIAIS E MÉTODOS…………………..………………………………………………10
1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO……………………………………………………. 11
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA………………….………………………………….. 12
2.1 FUNCIONAMENTO DOS MOTORES ATUALMENTE EMPREGADOS NA
AVIAÇÃO………………………………………………………………………………….... 12

2.1.2 Características dos motores atuais em operação ……..…………………..…….…..17


2.2 A IMPLEMENTAÇÃO DOS MOTORES ELÉTRICOS EM AERONAVES………….. 19
2.3 PROJETOS DE AERONAVES QUE UTILIZAM MOTORES ELÉTRICOS…………. 21
3 CONCLUSÃO……………………………………………………………………………. 26
REFERÊNCIAS……………………………………………………………………………. 28
7

1 INTRODUÇÃO

A aviação surgiu com a intenção de ser um meio rápido, seguro e eficiente de


transporte e, por muito tempo, suas prioridades foram todas voltadas a somente esses três
aspectos. Entretanto, com a popularização do modal de transporte aéreo, a quantidade de
aeronaves que voam hoje é enorme, comparadas a antigamente.

Em 2019, cerca de 119 milhões de passageiros foram transportados no Brasil segundo


a Agência Nacional De Aviação Civil - ANAC (BRASIL, 2020) e 4.5 bilhões no mundo todo
segundo a Associação Internacional de Transportes Aéreos - IATA (IATA, 2020). São
números que representam cerca de 12% da poluição total gerada na atmosfera atualmente e
que poderão chegar a 24% em 2050 (MAGNIX, 2020), tendo em vista que a utilização dos
atuais motores a combustão interna gera gases nocivos para a saúde, como o gás carbônico -
CO2, que contribui para o efeito de aquecimento global. Além desses aspectos, tais motores
geram ruídos próximos a zonas terminais e são termicamente ineficientes, pois convertem
cerca de apenas 20% da energia química do combustível em movimento, sendo o restante
liberado em forma de calor (RUFFO, 2017).

A redução das emissões tem relação direta com o desenvolvimento sustentável e pode
ser definida como uma gestão adequada dos recursos naturais, para que eles não se esgotem
nas gerações futuras e, dessa forma, haja utilização mais criteriosa dos mencionados recursos
naturais. O Brasil, como um país grande geograficamente e detentor de abundantes recursos
naturais, identificam-se relevantes a preservação e sustentabilidade, tendo em vista que o país
participa de vários acordos internacionais.
Entre os principais acordos estão a conferência de Estocolmo de 1972, que trata de
assuntos relacionados a sustentabilidade e desenvolvimento humano, e é realizada a cada dez
anos para divulgação de resultados; o Protocolo de Kyoto de 1997, que visa principalmente
definir metas de redução na emissão de gases do efeitos estufa e metano e o Acordo de Paris,
de 2015, por meio do qual o Brasil se comprometeu em reduzir até 37% dos gases de efeito
estufa até 2025, além de incentivar o uso de energia alternativa.
Diante da pressão cada vez maior quanto à redução de emissões e maior
sustentabilidade, assim como crescentes exigências por motores mais eficientes nos quesitos
consumo de combustível e quantidade de emissões, alinhou-se a ideia da aplicação de
8

motores elétricos nos aviões comerciais, já que todo processo industrial tende a buscar
melhores resultados com custos menores. Cabe ressaltar que a aplicação desses motores em
veículos terrestres está sendo notadamente satisfatória, com custos de manutenção e operação
menores, além de silenciosos e com zero emissão de poluentes em comparação aos de
combustão (WEG, 2021).
O motor elétrico, em si, não é uma tecnologia nova; a sua primeira utilização na
aviação é datada de 1883. Quando Gaston Tissandier alçou voo com o primeiro modelo de
balão elétrico dirigível da história, seu protótipo conseguiu superar todos os quesitos de
manobrabilidade estando apenas limitado a operar contra o vento por falta de potência, mas
foi somente em 1957, que em face à criação da bateria de níquel cádmio, que Fred Militky
conseguiu converter o motoplanador Brditschka HB-3 numa versão com motores elétricos.
Tal artefato voou por cerca de 15 minutos, sendo esse o primeiro registro de um avião elétrico
mais pesado que o ar (aerodino) a decolar por meios próprios transportando uma pessoa.
Desde então, surgiram alguns outros pequenos protótipos de menor destaque, porém
todos tiveram o progresso “travado” devido ao real problema enfrentado, que não afeta o
desempenho dos motores em si, mas sim o armazenamento da fonte de energia; as baterias da
época eram muito pesadas e não proviam autonomia suficiente para realização de um voo
longo. Porém, com o crescimento exponencial da inovação tecnológica dos últimos anos, será
apenas uma questão de tempo até se descobrir um novo método de se armazenar energia
adequada para aplicação em aeronaves (LUONGO, 2009).
Neste trabalho, será traçado um estudo de comparação sobre a eficiência dos motores
elétricos em relação àqueles de propulsão à combustão interna.

1.1 PROBLEMA DA PESQUISA

É viável a utilização de motores elétricos em aeronaves comerciais, como energia


alternativa capaz de reduzir custos e emissões?
9

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

Analisar a viabilidade da utilização de motores elétricos em aeronaves comerciais


como energia alternativa capaz de reduzir custos e emissões.

1.2.2 Objetivos específicos

A) Entender o funcionamento dos atuais meios de propulsão empregados em


aeronaves comerciais e suas características de desempenho e eficiência.
B) Descrever o funcionamento dos motores elétricos e seus desafios para
aplicação na aviação.
C) Mostrar as tecnologias atuais e outras em desenvolvimento nos motores
elétricos aeronáuticos.

1.3 JUSTIFICATIVA

Tendo em vista o crescente aumento no número de voos pelo mundo, e a consequente


poluição gerada pela operação dos motores a combustão interna, este autor se inclinou a
promover a reflexão sobre a viabilidade e a aplicação de motores elétricos em aeronaves
comerciais, com o intuito de reduzir custos e emissões.
Sabe-se que as tecnologias utilizadas em aeronaves são desenvolvidas para garantir
rigorosos níveis de eficácia, ou seja, os componentes usados são de alta confiança,
performance e eficiência, por serem certificados para sua aprovação. Por isso, devem passar
por extensos testes que compõem o processo da aprovação, levando em conta diversos fatores
técnicos como mudanças bruscas de temperatura, pressão, velocidade, entre outros. Por esse
motivo, muitas tecnologias, hoje não são utilizadas na aviação. O aperfeiçoamento e
consolidação dos motores elétricos aeronáuticos também implica na melhoria indireta dos
veículos motores terrestres e aquáticos que utilizam tal propulsão, tendo em vista que as
10

melhorias e inovações são benéficas para todos os modais de transporte.


Nesse sentido, propõe-se ampliar as perspectivas sobre o tema, fundamentando as
tecnologias aplicadas e fomentando a utilização dos motores elétricos em aviões comerciais,
visando maior eficiência, além de seguir no rumo da redução das emissões de gases de efeito
estufa e custos reduzidos de operação. O estudo sobre o uso de motores elétricos –
tratando-se de um meio de transporte comercial – possibilita a introdução dessa pesquisa no
meio social e acadêmico de forma informativa e reflexiva quanto ao referido tema, além de
possibilitar o debate para aspectos inerentes à inovação e sustentabilidade.
Os possíveis benefícios que podem ser trazidos à sociedade mediante a sua aplicação
variam desde econômicos - devido a sua menor taxa de operação e manutenção, os valores
das passagens podem reduzir - até socioambientais, por contribuírem para uma atmosfera
mais limpa, livre de emissões de gases de efeito estufa e poluição sonora.

1.4 METODOLOGIA

1.4.1 Natureza e tipo de pesquisa

Esta pesquisa possui caráter exploratório, de natureza simples. A pesquisa


exploratória, conforme entendem Lakatos e Marconi (2003, p.188), tem uma tríplice
finalidade, que é desenvolver hipóteses, aumentar a familiaridade do pesquisador com um
ambiente, fato ou fenômeno, para a realização de uma pesquisa futura mais precisa ou
modificar e classificar conceitos.
A abordagem foi qualitativa, por se basear na realidade para fins de compreender uma
situação única (RAUEN, 2002) e se baseou em estudos bibliográficos de artigos e
documentos inerentes aos novos projetos de motores elétricos e suas aplicações em modelos
de aeronaves atuais.

1.4.2 Materiais e métodos


Bibliográficos: livros e periódicos que descrevem o funcionamento dos tipos de
motores, sustentabilidade na aviação, motores elétricos e baterias.
11

Documentais: registros diversos sobre a aplicação de motores elétricos em


aeronaves, dentre eles, pode-se destacar entrevistas com criadores de motores elétricos e
demonstrações em vídeos que abordam a operação desses artefatos na aviação.
O processo para coleta de dados caracterizou-se como bibliográfico, definido por
Rauen (2002, p. 65) como “busca de informações bibliográficas relevantes para a
tomada de decisão em todas as fases da pesquisa.”. Desse modo, buscou-se uma
investigação teórica e prática sobre cada uma das supracitadas abordagens, primordial
para a análise proposta inicialmente.
O procedimento documental, conforme assinala Gil (2002), tem o objetivo de
descrever e comparar dados - características da realidade do presente e do passado - desde um
período histórico ao momento atual, além de registrar os acontecimentos e a evolução das
circunstâncias envolvidas.

1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Este trabalho se organizou em três capítulos:


O primeiro capítulo tratou da introdução, onde foi apresentado o contexto histórico,
juntamente com dados sobre emissões na aviação comercial e qual o papel dos motores
elétricos no meio aeronáutico.
No segundo capítulo apresentou-se o referencial teórico, iniciado pela apresentação
dos atuais modelos de propulsão usados na aviação comercial e os desafios para
implementação de motores elétricos em aeronaves, a partir daí são apresentados os projetos e
protótipos de aeronaves elétricas em desenvolvimento.
O terceiro capítulo trouxe as conclusões do autor diante da viabilidade da utilização
dos motores elétricos em aeronaves comerciais.
12

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para compreender a real eficiência dos motores elétricos, precisa-se antes entender o
funcionamento dos principais motores a combustão interna que equipam grande parte das
aeronaves atualmente. São eles o motor a pistão, o turbojato, o turbofan e o turboélice,
conforme abaixo se explicam o funcionamento e características de cada um.

2.1 TIPOS DE PROPULSÃO NO SEGMENTO AERONÁUTICO COMERCIAL

Um motor aeronáutico é a peça ou conjunto que produz força para realização de


trabalho, com intuito de propelir uma aeronave. Nesse conjunto se inclui o turbo-compressor
(se houver) e os dispositivos de controle necessários para seu funcionamento, excluindo-se
hélices e rotores. As principais diferenças entre os motores aeronáuticos e os ditos “comuns”
são a leveza, confiabilidade, potência, consumo e manutenção, tendo em vista que esses são
requisitos essenciais para uma operação segura e eficiente.
Os tipos de motores que se apresentarão abaixo representam os avanços tecnológicos
que a humanidade viabilizou com o passar do tempo, possibilitando uma maior flexibilidade
nas operações aeronáuticas e contribuindo com constantes melhorias do sistema aeronáutico
como um todo.

a) MOTOR A PISTÃO QUATRO TEMPOS

O clássico motor de combustão interna a pistão utiliza a força expansiva dos gases
queimados para mover um pistão, transformando a energia química do combustível em
movimento. Tal movimento é transferido pela biela1 a um eixo que movimenta a hélice da
aeronave. Seu funcionamento é baseado em um ciclo de 720 graus dividido em quatro
tempos, detalhados a seguir:

1
Biela - Peça de metal que une o pistão ao eixo de manivelas, os dois juntos transformam o movimento retilíneo
do pistão em movimento circular.
13

Primeiro tempo: admissão – inicia-se quando o pistão está no ponto morto alto e a
válvula de admissão se abre. Com o deslocamento do pistão para baixo, ocorre um diferencial
de pressão que “aspira” a mistura de ar combustível para dentro do cilindro; acaba quando o
pistão atinge o ponto morto baixo e a válvula de admissão se fecha.
Segundo tempo: compressão – inicia-se no ponto morto baixo com todas as válvulas
fechadas; então, o pistão se desloca para cima, comprimindo a mistura na câmara de
combustão até o ponto morto alto.
Terceiro tempo: explosão e expansão – inicia-se no ponto morto alto. Com a mistura
totalmente comprimida, é gerada uma centelha pela vela, iniciando a combustão da mistura e,
consequentemente, a expansão dos gases, o que faz empurrar o pistão para baixo novamente.
Quarto tempo: escapamento – inicia-se quando, no ponto morto baixo, a válvula de
escapamento se abre e o pistão libera os gases queimados para fora do cilindro. Ao final
dessa etapa, o cilindro estará no ponto morto alto e pronto para o início de um novo ciclo.

Figura 1 - Demonstração dos quatro tempos do motor a combustão interna.

Fonte: Mundo educação, 2014


14

Esse tipo de motor é comumente encontrado em aeronaves de aviação geral e


executiva, porém, no ramo comercial eles eram mais comuns nos anos 60 e 70. Com o
advento da era dos jatos, a utilização se reduziu, em relação às décadas anteriores, ficando
mais difícil de ser encontrada na aviação comercial. Dentre os principais modelos de
aeronaves que equipam esses motores, pode-se citar: Cessna 152, Lockheed L-188 Electra e o
Douglas DC-3.

b) MOTOR TURBOFAN
O motor turbofan é o conhecido motor a jato equipado na grande maioria dos aviões
comerciais. Seu funcionamento é baseado na terceira lei de Newton - a lei de ação e reação -
onde a compressão e queima dos gases geram um impulso na direção oposta ao do fluxo de
ar, possibilitando o empuxo.

Figura 2 - Funcionamento de um motor turbofan.

Fonte: Olympus IMS, 2017.


15

Seu funcionamento é contínuo, não possui ciclos e se divide em duas partes. A


primeira delas é chamada de “quente”, onde o ar entra através do fan2 nos compressores,
ganha pressão até atingir a câmara de combustão, mistura-se ao combustível e ocorre a
queima. Nesse momento, verifica-se a expansão e ganho de temperatura, fazendo girar as
turbinas que estão acopladas ao eixo do fan, após essa fase, a massa de ar deixa o motor a alta
temperatura e velocidade através do exaustor. Essa é a parte da operação que faz todo o
conjunto funcionar e é responsável por cerca de 20% do empuxo total gerado pelo motor. Já a
parte “fria”, também chamada de "bypass" representa apenas o ar que passa pelo fan sem
adentrar nos compressores; é a porção de ar é que produz maior empuxo e pode representar
cerca de 80% do total gerado.
Esse tipo de motor é o mais comum na aviação comercial regular; sua potência é
excepcional e equipa as maiores aeronaves do mundo. É regularmente usado nas travessias
transatlânticas, por sua confiabilidade e velocidade. Dentre as aeronaves que utilizam esse
tipo de motor, podemos citar o Boeing 737, Airbus A320 e o Embraer 195.

c) TURBOÉLICE
O motor turboélice possui o mesmo princípio de funcionamento do turbofan; a sua
única diferença é que seu eixo está acoplado a uma hélice, ao invés de um fan. Geralmente,
esse tipo de construção é acompanhado de uma caixa de redução para diminuir a rotação total
do motor que chega até a hélice.
É comumente utilizado por aviões de transporte regional, tendo em vista que não
precisam atingir altitudes e velocidade tão elevadas para alcançar seu objetivo. Dentre as
aeronaves que empregam esse tipo de motor, pode-se citar o Cessna 208 e ATR-42.

d) MOTOR ELÉTRICO
O motor elétrico é uma máquina que converte energia elétrica em energia cinética
(mecânica). Seu funcionamento está baseado nos princípios do eletromagnetismo, mediante
os quais condutores situados num campo magnético e atravessados por corrente elétrica

2
Fan - Peça que se assemelha a um ventilador; é formada por várias "hélices", que têm o propósito
de gerar empuxo para a aeronave.
16

sofrem a ação de uma força mecânica, força essa chamada de torque3, a energia elétrica pode
ser proveniente de uma bateria ou rede ativa (SANTOS, 2010, n.p).

Figura 3 - Funcionamento de um motor elétrico.

Fonte: EDWARDS, Jonathan, 2016.

O motor elétrico é composto por duas principais partes: a parte estática, também
chamada de estator (em cinza - figura 3) é onde os imãs com as bobinas de cobre são
alocados, e a parte giratória, também chamado de rotor (em laranja - figura 3) é responsável
por interagir com o campo magnético criado pelo estator e gerar o movimento de rotação.
A corrente elétrica que passa pelo rotor é fornecida por meio de escovas, que são
conectores fixos de carbono que entregam a energia proveniente da rede elétrica ao
comutador. Cabe salientar que em determinadas posições, um lado do rotor deixa de receber
carga negativa e começa a receber carga positiva. Conforme a posição do campo magnético
do estator, gera-se uma atração ou repulsão ao rotor. Essa constante mudança do campo

3
Torque - Tendência que uma força tem a rotacionar o corpo no qual ela é aplicada.
17

magnético faz girar o rotor.


Esse tipo de motor ainda não é utilizado em nenhuma aeronave comercial, embora já
existam modelos experimentais que demonstrem que a tecnologia é extremamente
promissora.

2.1.2 Características dos motores atuais em operação

Vale a pena reforçar que não existe um motor melhor que o outro, mas sim
particularidades e adequações a cada tipo de operação. Um motor turbofan, embora seja
capaz de atingir velocidades impressionantes quando no ar, em terra necessita uma grande
quantidade de pista para decolar, o que pode tornar sua operação inviável em muitos
aeroportos. A tabela abaixo faz uma comparação entre os tipos de motores descritos no
capítulo 2.1.

Tabela 1 - Comparação entres as características dos motores.

Fonte: O autor, 2021.


18

Quando se menciona sobre construção, refere-se ao nível de complexidade


tecnológica, tempo e dinheiro que é necessário para a elaboração de um motor. Logo, quanto
menor estas condições, melhor, e assim o custo final do motor é mais baixo.
As partes móveis se referem à quantidade de peças que se movem internamente
dentro do motor. Quanto menor a quantidade delas, menores serão as perdas por atrito e calor.
O sistema de lubrificação também tende a se simplificar, assim como a necessidade de
reposição de peças.
Ainda sobre as características mencionadas anteriormente, o peso do motor implica
diretamente na relação de peso versus potência produzida, visto que o ideal é o motor ser o
mais leve possível e produzir a maior potência possível.
A manutenção dos motores se refere ao tempo e facilidade de sua execução. O maior
número de peças móveis e o grande tamanho do motor são fatores que dificultam a operação
de manutenção.
O tempo de resposta se refere ao tempo no qual o motor consegue entregar a potência
que foi comandada pelo piloto. Em um motor turbofan na posição de marcha lenta, ao se
comandar potência, demora-se uma certa quantia de tempo até fazê-lo entregar toda a
potência. Isso se deve ao fato de a taxa de compressão aumentar pouco a pouco a cada novo
incremento de combustível (potência), fazendo com que mais ar passe pelos motores, ou seja,
haja mais empuxo. Quanto menor o tempo de resposta, melhor para a operação aérea.
O barulho gerado se refere a produção de ruídos do motor, tendo em vista que os
motores a combustão interna geram pequenas explosões em seu interior. Por outro lado, a
poluição sonora é algo que está ganhando cada vez mais notoriedade entre as fabricantes, já
que a redução desse elemento gera um maior conforto ao passageiro e à sociedade.
A poluição se refere a todo e qualquer tipo de resíduos não desejado que são gerados
pela operação do motor, no caso dos de combustão interna é o gás de efeito estufa - CO2.
Quanto menor a quantidade de resíduos gerados, menores são os danos para a atmosfera.
A eficiência se refere à quantidade de energia totalmente convertida para movimento.
Por exemplo, nos motores a pistão apenas 30% é convertido para movimento e o restante é
perdido através do atrito entre as peças e calor gerado pela queima.
Tipo de operação refere-se à altitude e velocidade típicas de um avião; quanto mais
alto e mais veloz o motor conseguir levar a aeronave, menos custosa e mais confortável será a
operação.
19

Pista necessária se refere ao comprimento que a aeronave equipada com esse tipo de
motor demanda para executar as operações de pouso e decolagem com segurança, no que se
refere aos custos de infraestrutura com a construção.
A gasolina ou AVGAS foi o primeiro combustível a ser utilizado na aviação
comercial em ampla escala. Seu uso está limitado aos motores de pistão e, por isso, não gera
velocidades mais altas ou opera em grandes altitudes. Tal combustível é extraído através da
derivação do petróleo e sua queima libera CO2 na atmosfera.
O querosene de aviação ou JET A-1 é o combustível utilizado nos motores a jato, seu
propósito foi incrementar a velocidade de operação, o que não era possível com o tipo
AVGAS, inclusive alcançar velocidade supersônicas com sua utilização. É extraído da
derivação do petróleo ou processamento de produtos presentes na agricultura e sua queima
libera CO2 na atmosfera.
A energia elétrica é de fato a mais comum no uso diário, porém na aviação nunca foi
possível seu emprego devido aos ineficientes meios de se armazená-la. Com a tecnologia
atual, já é possível criar aviões que operam puramente com eletricidade. Se sua geração for
feita pelo uso de meios considerados limpos como energia eólica, hidrelétrica e solar, pode-se
considerar a sua utilização como livre de processos que contribuem para a degradação do
meio ambiente. A entrada da energia elétrica na aviação vem preencher a lacuna de
sustentabilidade deixada pelo querosene e gasolina, ainda que sua operação atual ainda se
limite a voos curtos e “lentos”.

2.2 A IMPLEMENTAÇÃO DOS MOTORES ELÉTRICOS EM AERONAVES

O motor elétrico se mostrou atrativo para a implementação em aeronaves devido às


características e eficiência elevada, beirando os 85%. Isso significa que, fornecidos 100
quilowatts (kw) de energia ao motor, convertem-se 85kw em movimento, o que faz obter
bastante proveito da fonte de energia e minimizar as perdas para calor e atrito. A inexistência
de peças móveis contribui muito para esse fator, além de ajudar em quesitos de manutenção e
lubrificação.
A construção desse tipo de motorização é relativamente fácil, já que não possui muita
diversidade de componentes e seu tamanho é relativamente pequeno, fator que viabiliza um
20

“design” mais compacto e leve. Diferentemente dos motores a combustão, nenhuma explosão
ou queima é gerada dentro do motor, o que evita vibrações, barulhos e a geração de gases
nocivos como o CO2.
Outro quesito também relevante é o tempo de resposta e o torque entregue, uma vez
que o motor elétrico consegue entregar a potência total quase que instantaneamente,
diferentemente dos motores a combustão interna que precisam adquirir rotações altas para
entregar toda a potência disponível. Esse processo leva um tempo significativamente útil em
situações cotidianas da aviação.
Apesar de todas essas vantagens, a aplicação de motores elétricos em aeronaves ainda
encontra uma série de desafios a serem solucionados no que tange às baterias. A capacidade
de carga que pode ser armazenada nas baterias atuais ainda não é o suficiente para execução
de um voo longo, e o seu peso elevado influencia diretamente na quantidade de carga que a
aeronave pode transportar. O peso de uma aeronave elétrica equipada com baterias nunca se
altera durante o voo, diferentemente de um avião a jato por exemplo, que decola com um
peso maior, tendo em vista que o combustível - responsável por grande parte do peso da
aeronave - vai se consumindo até a chegada do destino, e, com o passar do tempo, a aeronave
se torna mais leve e consequentemente mais eficiente.
Por conta dessas limitações, o papel inicial de atuação das aeronaves elétricas deve se
voltar ao transporte regional devido a sua autonomia reduzida. Porém, há espaço para
ampliação dessa atuação, tendo em vista que, na América do Norte, cerca de 49% dos voos
no ano de 2019 se realizaram em distâncias menores que 500 milhas náuticas (NM) -
distância essa totalmente possível para uma aeronave elétrica operar (MAGNIX, 2020).
A recarga das atuais baterias também é um fator a ser considerado. Nos automóveis,
por exemplo, a tecnologia das baterias atuais possibilita recarga de 80% em apenas 30
minutos, sendo a velocidade de carregamento reduzida após esse período, para evitar danos à
bateria. O tempo exato da recarga depende muito do tamanho da bateria, quantidade de
quilowatts que ela suporta, tipo de conexão usada e até mesmo temperatura, visto que climas
mais frios podem interferir no tempo total de recarga (STONE, 2021).
21

2.3 PROJETOS DE AERONAVES QUE UTILIZAM MOTORES ELÉTRICOS

A eletrificação dos meios de transporte é um objetivo de grande interesse a muitas


partes que vão desde comercial, social e ambiental. Vivencia-se uma espécie de corrida, onde
o foco de empresas fabricantes de aeronaves é o pioneirismo na introdução de um modelo
elétrico de sucesso no mercado aeronáutico. Listam-se abaixo empresas e projetos de
aeronaves com essa motorização:

a) MagniX - é uma empresa norte-americana pioneira no desenvolvimento de motores


elétricos com finalidade aeronáutica. Atualmente, desenvolve dois modelos de motor, o
Magni350 de 350 Kw e o Magni650 de 640 Kw. Pela concepção da empresa, pensa-se em
substituir os motores de aviões já existentes pelos modelos elétricos, prática conhecida como
“retrofit”, e que torna o processo de certificação e consolidação da tecnologia mais eficiente e
rápido. Já se realizou com sucesso a modificação de dois aviões, o De Havilland Beaver -
anfíbio de seis passageiros - e o Cessna 208 Grand Caravan, um terrestre de nove passageiros
(MagniX, 2020).

Figura 4 - De Havilland Beaver adaptado com motor elétrico.

Fonte: Magnix, 2020.


22

A empresa canadense Harbour Air demonstrou grande interesse na aplicação desse


tipo de motor em sua frota de aviões anfíbios, tendo em vista que a maioria de seus voos são
curtos e a portabilidade traria grandes reduções nos custos de operação e manutenção das
aeronaves.

b) Eviation - Organização Israelense detentora do projeto Alice, uma aeronave


concebida para ser totalmente elétrica, com capacidade para nove passageiros e capaz de
atingir 250 nós e alcançar 440 MN. Essa aeronave se desenvolve em parceria com a MagniX
e equipa três dos mesmos motores utilizados nos testes com o Beaver e Caravan.
O primeiro protótipo ainda está em desenvolvimento e não realizou nenhum teste de
voo. Há expectativas de se realizar o primeiro voo em 2022 e produzi-los a partir de 2025
(EVIATION, 2019).

Figura 5 - Alice Eviation.

Fonte: Eviation, 2019.

c) Embraer + WEG - A empresa brasileira de aeronaves Embraer, em parceria com a


WEG de Santa Catarina, está desenvolvendo uma versão 100% elétrica do EMB-203
Ipanema, um conhecido e muito utilizado avião agrícola nacional. O protótipo já realizou o
seu primeiro voo e será a plataforma de testes para a Embraer em suas jornadas pela
23

eletrificação. Essa foi a primeira aeronave 100% elétrica produzida no Brasil por empresas
brasileiras.

Figura 6 - EMB-203 Ipanema com motores elétricos da WEG.

Fonte: WEG, 2019.

d) Lilium - Lilium Jet é uma aeronave elétrica com capacidade de pouso e decolagem
na vertical (VTOL)4 desenvolvida por essa empresa alemã Lilium. O sistema de propulsão da
aeronave é bem diferenciado, já que é composto por 36 pequenos motores a jato elétricos
vetorizados5 que permitem transportar até seis passageiros mais um piloto e atingir
velocidade de 175 nós e 10.000 pés de altitude, com uma autonomia de 150 MN (LILIUM,
2021). A aeronave está sendo projetada para operar como uma espécie de táxi aéreo dentro
dos centros urbanos, e chamou a atenção da companhia aérea brasileira Azul, que demonstrou
intenção na compra de 220 unidades do modelo para a criação de novas rotas mais curtas,
como Campinas-Santos, Campinas-Campos do Jordão, São Paulo-São José dos Campos e
Rio de Janeiro-Búzios. A aeronave em questão já realizou seu primeiro voo de teste e
pretende concluir o projeto até 2024, iniciando produção até 2025.

4
VTOL - Sigla inglesa que significa “vertical take-off and landing”.
5
Vetorizados - Com capacidade de alterar a direção da força.
24

Figura 7 - Lilium jet.

Fonte: Lilium, 2021.

e) Vertical Aerospace - A empresa britânica em tela é responsável por desenvolver a


aeronave do tipo VTOL VA-X4, capaz de transportar quatro passageiros mais um piloto e
atingir uma velocidade de até 200 nós, com alcance de até 100 MN. Essa aeronave é equipada
com quatro motores elétricos de alta performance capazes de alterar o ângulo durante o voo,
permitindo que se decole verticalmente e se evite a necessidade de pistas quilométricas para
sua operação (VERTICAL AEROSPACE, 2021).
O protótipo chamou a atenção da companhia aérea brasileira GOL, a qual demonstrou
interesse na aquisição de 250 unidades até 2025, para abertura de uma nova malha de voos
curtos semelhantes ao da Azul.
25

Figura 8 - Vertical Aerospace VA-X4.

Fonte: Vertical Aerospace, 2021.

A tecnologia de vetorização/VTOL é algo que torna ainda mais atraente a operação


desse tipo de aeronave em grandes centros urbanos, sem a necessidade de uma pista para
efetuar as operações de pouso e decolagem. Tais aeronaves podem vir a ser uma alternativa
rápida de transporte, tendo em vista que evita o trânsito intenso das horas de pico.
26

3 CONCLUSÃO

O objetivo deste trabalho foi analisar a viabilidade na utilização de motores elétricos


como energia alternativa redutora de custos de operação e número de emissões.
Comparando-se a eficiência dos motores elétricos com a dos de combustão interna,
fica evidente a superioridade da propulsão elétrica em todos os quesitos relevantes para a
aviação e sociedade. A inexistência de peças móveis torna a manutenção quase desnecessária,
já que não há contato excessivo entre os componentes que proporcione desgaste ou falhas.
Sua construção é simples, leve e compacta; não emite ruídos intensos, gera pouco calor e não
produz gases poluentes.
O principal desafio enfrentado com a implementação dos motores elétricos são as
baterias usadas para armazenar a energia, uma vez que são muito pesadas e não têm
capacidade suficiente para uma performance satisfatória. Porém, é possível contornar o
problema em tela com o emprego de tecnologia híbrida, colocando-se motores elétricos em
conjunto com os de combustão interna, o que dispensa a necessidade do armazenamento da
energia em baterias. Nesse conjunto híbrido, a substituição de um motor a combustão por um
elétrico faz diminuir o consumo de combustível, e reduzir as emissões e custos de operação.
Devido a sua autonomia reduzida, os modelos elétricos tendem a se limitar na
ocupação do mercado doméstico de voos, setor esse que é responsável pela maior parcela em
número de voos nacionais. Considerando-se o fato de que 49% dos voos na América do
Norte, em 2019, foram realizados entre distâncias menores que 500 MN, percebe-se uma
grande área de atuação para o novo padrão de motorização, já que essa distância pode ser
facilmente alcançada por uma aeronave elétrica. O mercado internacional com voos de longa
duração e com aeronaves maiores pode ser um problema a ser equacionado mais adiante,
visto que primeiramente é essencial que a tecnologia entre em operação e se desenvolva,
principalmente na aviação regional onde é possível ser implementada, neste caso,
iniciando-se pelo uso de pequenos aviões de transporte regional, reforçando assim a sua
viabilidade em voos curtos e de conexão entre localidades.
Apesar dos grandes desafios enfrentados pela aplicação desse novo tipo de propulsão
na aviação, seus benefícios à sociedade e ao meio ambiente podem justificar os extensos
27

investimentos aplicados nessa tecnologia. A partir disso, pode-se concluir que essa é a
tecnologia que equipará as aeronaves do futuro, sendo o foco das companhias aéreas, em
virtude da escassez de reservas de petróleo pelo mundo e da crescente poluição atmosférica
gerada. Apesar de alguns governos terem interesse na exploração de petróleo como forma de
crescimento, entende-se que o papel da sociedade nessa jornada deve ser, certamente, o de
incentivar o desenvolvimento dessas novas tecnologias.
O incremento no uso de motores elétricos aeronáuticos também contribui para o
avanço da tecnologia em outros modais de transporte, uma vez que tal fato servirá de base
para futuros aprimoramentos e viabilização de novas soluções para os desafios atualmente
encontrados.
Diante dos aspectos dos atuais meios de propulsão utilizados na aviação comercial e
suas características inerentes ao funcionamento, percebe-se notáveis modificações das
operações aéreas com a introdução dos motores elétricos, no que tange ao número de
emissões e custos operacionais.
Dessa forma, este trabalho atingiu seu objetivo, visto que se elucidaram as vantagens
e benefícios que a introdução desse tipo de propulsão traz à sociedade e ao meio ambiente. É
possível afirmar que o avião elétrico não se trata mais de uma questão de ser possível ou não,
mas sim de quando eles entram definitivamente em operação.
A pesquisa não se aprofundou nas tecnologias de bateria e métodos de
armazenamento de energia, o que pode ser viabilizado por meio de estudos futuros nesta
temática. Observou-se, ainda, a escassez de artigos científicos sobre motores elétricos em
aeronaves, por ser um tema recente. Em face a tais limitações, este trabalho pode vir a servir
como subsídio para futuros artigos na área de propulsão aeronáutica alternativa e preservação
do meio ambiente.
28

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Infraestrutura. Agência Nacional de Aviação Civil, 2020. Mercado


aéreo em 2019: maior número de passageiros transportados da série histórica.
Disponível em: https://www.anac.gov.br/noticias/2020/mercado-aereo-registra-maior-numer
o-de-passageiros-transporta dos-da-serie-historica. Acesso em: 26, jul 2021.

DUARTE, F. Aviação sustentável : Avanços e barreiras. 2019. – Unisul, Palhoça.


Disponível em: https://repositorio.animaeducacao.com.br/bitstream/ANIMA/8341/1/TCC_FE
RNANDO_HELENO_DUARTE_JUNIOR_final.pdf Acesso em: 26 jul. 2021.

EDWARDS, Jonathan. What is the working principle of an electric motor?. Disponível


em: https://www.quora.com/profile/Jonathan-Edwards-55. Acesso em 13/10/2021.

EVIATION. Meet Alice, the world’s first all-electric commuter aircraft. Built to make
flight the sustainable, affordable, quiet solution to regional travel. Disponível em:
https://www.eviation.co/ . Acesso em: 23/09/2021.

GIL, Antônio C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

ICAO. The World of Air Transport in 2019. 2020. Disponível em:


https://www.icao.int/annual-report-2019/Pages/the-world-of-air-transport-in-2019.aspx.
Acesso em: 26 jul 2021.

LILIUM. The first electric vertical take-off and landing jet. Disponível em:
https://lilium.com/jet. Acesso em: 23/09/2021.

LUONGO, Cesar A. Next Generation More-Electric Aircraft: A Potential Application


for HTS Superconductors . IEEE/CSC & ESAS, 2008. 14 páginas. Disponível em:
https://snf.ieeecsc.org/sites/ieeecsc.org/files/LuongoC_2AP01.pdf. Acesso em: 26, jul 2021.

MAGNIX. Electrifying the Skies, we Promise, we Deliver. 2020. Disponível em:


https://www.magnix.aero/our-story. Acesso em: 26, jul 2021.

MARCONI E LAKATOS. Fundamentos da metodologia científica. Disponível em:


http://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historiai/historiaii/chinaeindia/at_do
wnload/file. Acesso em: 12 ago 2021.

RAUEN, Fábio. J. Elementos de iniciação à pesquisa. Rio do Sul: Nova Era, 1999.

RUFFO. Gustavo. KBB, 2017. Drama do motor a combustão. Disponível em:


https://www.kbb.com.br/detalhes-noticia/drama-motor-combustao-eficiencia/?ID=124.
Acesso em: 27, jul 2021.

SANTOS, Marco A. S. "Eletricidade: Acionamento de Motores Elétricos". Brasil Escola.


Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/fisica/eletricidade-acionamento-motores-eletri
cos.htm. Acesso em 28 de julho de 2021.
29

STONE, MADELEINE. National Geographic. “Carregar carros elétricos demora?


Quando será tão rápido quanto encher o tanque?”. Disponível em:
https://www.nationalgeographicbrasil.com/meio-ambiente/2021/06/carregar-carros-eletricos-s
era-tao-rapido-quanto-abastecer-nos-postos-de-combustiveis. Acesso em 23/09/2021.

VERTICAL AEROSPACE. Faster, quieter, greener, cheaper. Disponível em: https://vertical


-aerospace.com/va-x4/ . Acesso em: 23/09/2021.

WEG. Embraer avança com projeto de avião demonstrador de tecnologias de propulsão


elétrica. Disponivel em: https://www.weg.net/institutional/BR/pt/news/produtos-e-soluco
es/embraer-avanca-com-projeto-de-aviao-demonstrador-de-tecnologias-de-propulsao-eletrica.
Acesso em: 23/09/2021.

WEG. Mobilidade Elétrica. Disponível em: https://www.weg.net/institutional/BR/pt/solutio


ns/electric-vehicles. Acesso em: 10/10/2021.

Você também pode gostar