Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Utilização de Motores Elétricos em Aviões
Utilização de Motores Elétricos em Aviões
GIOVANE MARTINS
Palhoça
2021
GIOVANE MARTINS
Palhoça
2021
GIOVANE MARTINS
__________________________________________
Orientador: Prof. MSc. Angelo Damigo Tavares
__________________________________________
Avaliador: Prof. Esp. Antônio Carlos Vieira de Campos
RESUMO
Essa pesquisa tem como objetivo analisar a viabilidade da utilização dos motores elétricos na
aviação comercial e para isso foram utilizados métodos exploratórios com abordagem
qualitativa, baseada em referências bibliográficas e documentais. A crescente demanda por
transporte aéreo no mundo tem gerado preocupações em relação à escassez de reservas de
petróleo e a consequente alta no preço do combustível. Os atuais meios de propulsão
empregados na aviação comercial dependem desses combustíveis fósseis para a manutenção
dos voos, e tal utilização libera uma imensa quantidade de gases de efeito estufa na
atmosfera. O motor elétrico aeronáutico se apresenta com várias melhorias e é um promissor
meio de propulsão, tendo em vista sua elevada eficiência, custos de operação e manutenção
reduzidos, tudo isso alinhado a zero emissão de gases nocivos e poluição sonora. O problema
enfrentado em face ao novo modelo de motorização é a relação entre o peso e quantidade de
carga que as baterias atuais podem suportar, o que põe em questionamento a real viabilidade
desse tipo de propulsão na aviação. Concluiu-se que a implementação dos motores elétricos
na aviação já é uma realidade, há vários projetos em desenvolvimento pelo mundo que
evidenciam sua viabilidade para operações em curtas distâncias, juntamente com uma visão
voltada para a sustentabilidade.
This research aims to analyze the viability of using electric engines in commercial aviation
and for this exploratory methods with a qualitative approach were used, based on
bibliographical and documentary references. The growing demand for air transport in the
world has raised concerns about the scarcity of oil reserves and the consequent rise in fuel
prices. The current means of propulsion employed in commercial aviation depend on these
fossil fuels to maintain flights, and such use releases an immense amount of greenhouse
gases into the atmosphere. The aeronautical electric engine presents several improvements
and is a promising means of propulsion, in view of its high efficiency and reduced operating
and maintenance costs, all of this in line with zero emission of harmful gases and noise
pollution. The problem faced with the new engine model is the relationship between the
weight and the amount of charge that current batteries can support, which calls into question
the real viability of this type of propulsion in aviation. It was concluded that the
implementation of electric engines in aviation is already a reality, there are several projects
under development around the world and its viability for operations over short distances is
evident, together with a vision focused on sustainability.
1 INTRODUÇÃO ………………………………………………………………………….... 7
1.1 PROBLEMA DA PESQUISA ………...………………………………………………..... 8
1.2 OBJETIVOS…………………………………………………………………………….... 9
1.2.1 OBJETIVO GERAL ……………...………..……………………………………………….. 9
1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS…….……………………..……………………………………. 9
1.3 JUSTIFICATIVA…………………………………………………………………………..9
1.4 METODOLOGIA……………………………………………………………………….. 10
1.4.1 NATUREZA E TIPO DE PESQUISA ………………………………………………………… 10
1.4.2 MATERIAIS E MÉTODOS…………………..………………………………………………10
1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO……………………………………………………. 11
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA………………….………………………………….. 12
2.1 FUNCIONAMENTO DOS MOTORES ATUALMENTE EMPREGADOS NA
AVIAÇÃO………………………………………………………………………………….... 12
1 INTRODUÇÃO
A redução das emissões tem relação direta com o desenvolvimento sustentável e pode
ser definida como uma gestão adequada dos recursos naturais, para que eles não se esgotem
nas gerações futuras e, dessa forma, haja utilização mais criteriosa dos mencionados recursos
naturais. O Brasil, como um país grande geograficamente e detentor de abundantes recursos
naturais, identificam-se relevantes a preservação e sustentabilidade, tendo em vista que o país
participa de vários acordos internacionais.
Entre os principais acordos estão a conferência de Estocolmo de 1972, que trata de
assuntos relacionados a sustentabilidade e desenvolvimento humano, e é realizada a cada dez
anos para divulgação de resultados; o Protocolo de Kyoto de 1997, que visa principalmente
definir metas de redução na emissão de gases do efeitos estufa e metano e o Acordo de Paris,
de 2015, por meio do qual o Brasil se comprometeu em reduzir até 37% dos gases de efeito
estufa até 2025, além de incentivar o uso de energia alternativa.
Diante da pressão cada vez maior quanto à redução de emissões e maior
sustentabilidade, assim como crescentes exigências por motores mais eficientes nos quesitos
consumo de combustível e quantidade de emissões, alinhou-se a ideia da aplicação de
8
motores elétricos nos aviões comerciais, já que todo processo industrial tende a buscar
melhores resultados com custos menores. Cabe ressaltar que a aplicação desses motores em
veículos terrestres está sendo notadamente satisfatória, com custos de manutenção e operação
menores, além de silenciosos e com zero emissão de poluentes em comparação aos de
combustão (WEG, 2021).
O motor elétrico, em si, não é uma tecnologia nova; a sua primeira utilização na
aviação é datada de 1883. Quando Gaston Tissandier alçou voo com o primeiro modelo de
balão elétrico dirigível da história, seu protótipo conseguiu superar todos os quesitos de
manobrabilidade estando apenas limitado a operar contra o vento por falta de potência, mas
foi somente em 1957, que em face à criação da bateria de níquel cádmio, que Fred Militky
conseguiu converter o motoplanador Brditschka HB-3 numa versão com motores elétricos.
Tal artefato voou por cerca de 15 minutos, sendo esse o primeiro registro de um avião elétrico
mais pesado que o ar (aerodino) a decolar por meios próprios transportando uma pessoa.
Desde então, surgiram alguns outros pequenos protótipos de menor destaque, porém
todos tiveram o progresso “travado” devido ao real problema enfrentado, que não afeta o
desempenho dos motores em si, mas sim o armazenamento da fonte de energia; as baterias da
época eram muito pesadas e não proviam autonomia suficiente para realização de um voo
longo. Porém, com o crescimento exponencial da inovação tecnológica dos últimos anos, será
apenas uma questão de tempo até se descobrir um novo método de se armazenar energia
adequada para aplicação em aeronaves (LUONGO, 2009).
Neste trabalho, será traçado um estudo de comparação sobre a eficiência dos motores
elétricos em relação àqueles de propulsão à combustão interna.
1.2 OBJETIVOS
1.3 JUSTIFICATIVA
1.4 METODOLOGIA
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Para compreender a real eficiência dos motores elétricos, precisa-se antes entender o
funcionamento dos principais motores a combustão interna que equipam grande parte das
aeronaves atualmente. São eles o motor a pistão, o turbojato, o turbofan e o turboélice,
conforme abaixo se explicam o funcionamento e características de cada um.
O clássico motor de combustão interna a pistão utiliza a força expansiva dos gases
queimados para mover um pistão, transformando a energia química do combustível em
movimento. Tal movimento é transferido pela biela1 a um eixo que movimenta a hélice da
aeronave. Seu funcionamento é baseado em um ciclo de 720 graus dividido em quatro
tempos, detalhados a seguir:
1
Biela - Peça de metal que une o pistão ao eixo de manivelas, os dois juntos transformam o movimento retilíneo
do pistão em movimento circular.
13
Primeiro tempo: admissão – inicia-se quando o pistão está no ponto morto alto e a
válvula de admissão se abre. Com o deslocamento do pistão para baixo, ocorre um diferencial
de pressão que “aspira” a mistura de ar combustível para dentro do cilindro; acaba quando o
pistão atinge o ponto morto baixo e a válvula de admissão se fecha.
Segundo tempo: compressão – inicia-se no ponto morto baixo com todas as válvulas
fechadas; então, o pistão se desloca para cima, comprimindo a mistura na câmara de
combustão até o ponto morto alto.
Terceiro tempo: explosão e expansão – inicia-se no ponto morto alto. Com a mistura
totalmente comprimida, é gerada uma centelha pela vela, iniciando a combustão da mistura e,
consequentemente, a expansão dos gases, o que faz empurrar o pistão para baixo novamente.
Quarto tempo: escapamento – inicia-se quando, no ponto morto baixo, a válvula de
escapamento se abre e o pistão libera os gases queimados para fora do cilindro. Ao final
dessa etapa, o cilindro estará no ponto morto alto e pronto para o início de um novo ciclo.
b) MOTOR TURBOFAN
O motor turbofan é o conhecido motor a jato equipado na grande maioria dos aviões
comerciais. Seu funcionamento é baseado na terceira lei de Newton - a lei de ação e reação -
onde a compressão e queima dos gases geram um impulso na direção oposta ao do fluxo de
ar, possibilitando o empuxo.
c) TURBOÉLICE
O motor turboélice possui o mesmo princípio de funcionamento do turbofan; a sua
única diferença é que seu eixo está acoplado a uma hélice, ao invés de um fan. Geralmente,
esse tipo de construção é acompanhado de uma caixa de redução para diminuir a rotação total
do motor que chega até a hélice.
É comumente utilizado por aviões de transporte regional, tendo em vista que não
precisam atingir altitudes e velocidade tão elevadas para alcançar seu objetivo. Dentre as
aeronaves que empregam esse tipo de motor, pode-se citar o Cessna 208 e ATR-42.
d) MOTOR ELÉTRICO
O motor elétrico é uma máquina que converte energia elétrica em energia cinética
(mecânica). Seu funcionamento está baseado nos princípios do eletromagnetismo, mediante
os quais condutores situados num campo magnético e atravessados por corrente elétrica
2
Fan - Peça que se assemelha a um ventilador; é formada por várias "hélices", que têm o propósito
de gerar empuxo para a aeronave.
16
sofrem a ação de uma força mecânica, força essa chamada de torque3, a energia elétrica pode
ser proveniente de uma bateria ou rede ativa (SANTOS, 2010, n.p).
O motor elétrico é composto por duas principais partes: a parte estática, também
chamada de estator (em cinza - figura 3) é onde os imãs com as bobinas de cobre são
alocados, e a parte giratória, também chamado de rotor (em laranja - figura 3) é responsável
por interagir com o campo magnético criado pelo estator e gerar o movimento de rotação.
A corrente elétrica que passa pelo rotor é fornecida por meio de escovas, que são
conectores fixos de carbono que entregam a energia proveniente da rede elétrica ao
comutador. Cabe salientar que em determinadas posições, um lado do rotor deixa de receber
carga negativa e começa a receber carga positiva. Conforme a posição do campo magnético
do estator, gera-se uma atração ou repulsão ao rotor. Essa constante mudança do campo
3
Torque - Tendência que uma força tem a rotacionar o corpo no qual ela é aplicada.
17
Vale a pena reforçar que não existe um motor melhor que o outro, mas sim
particularidades e adequações a cada tipo de operação. Um motor turbofan, embora seja
capaz de atingir velocidades impressionantes quando no ar, em terra necessita uma grande
quantidade de pista para decolar, o que pode tornar sua operação inviável em muitos
aeroportos. A tabela abaixo faz uma comparação entre os tipos de motores descritos no
capítulo 2.1.
Pista necessária se refere ao comprimento que a aeronave equipada com esse tipo de
motor demanda para executar as operações de pouso e decolagem com segurança, no que se
refere aos custos de infraestrutura com a construção.
A gasolina ou AVGAS foi o primeiro combustível a ser utilizado na aviação
comercial em ampla escala. Seu uso está limitado aos motores de pistão e, por isso, não gera
velocidades mais altas ou opera em grandes altitudes. Tal combustível é extraído através da
derivação do petróleo e sua queima libera CO2 na atmosfera.
O querosene de aviação ou JET A-1 é o combustível utilizado nos motores a jato, seu
propósito foi incrementar a velocidade de operação, o que não era possível com o tipo
AVGAS, inclusive alcançar velocidade supersônicas com sua utilização. É extraído da
derivação do petróleo ou processamento de produtos presentes na agricultura e sua queima
libera CO2 na atmosfera.
A energia elétrica é de fato a mais comum no uso diário, porém na aviação nunca foi
possível seu emprego devido aos ineficientes meios de se armazená-la. Com a tecnologia
atual, já é possível criar aviões que operam puramente com eletricidade. Se sua geração for
feita pelo uso de meios considerados limpos como energia eólica, hidrelétrica e solar, pode-se
considerar a sua utilização como livre de processos que contribuem para a degradação do
meio ambiente. A entrada da energia elétrica na aviação vem preencher a lacuna de
sustentabilidade deixada pelo querosene e gasolina, ainda que sua operação atual ainda se
limite a voos curtos e “lentos”.
“design” mais compacto e leve. Diferentemente dos motores a combustão, nenhuma explosão
ou queima é gerada dentro do motor, o que evita vibrações, barulhos e a geração de gases
nocivos como o CO2.
Outro quesito também relevante é o tempo de resposta e o torque entregue, uma vez
que o motor elétrico consegue entregar a potência total quase que instantaneamente,
diferentemente dos motores a combustão interna que precisam adquirir rotações altas para
entregar toda a potência disponível. Esse processo leva um tempo significativamente útil em
situações cotidianas da aviação.
Apesar de todas essas vantagens, a aplicação de motores elétricos em aeronaves ainda
encontra uma série de desafios a serem solucionados no que tange às baterias. A capacidade
de carga que pode ser armazenada nas baterias atuais ainda não é o suficiente para execução
de um voo longo, e o seu peso elevado influencia diretamente na quantidade de carga que a
aeronave pode transportar. O peso de uma aeronave elétrica equipada com baterias nunca se
altera durante o voo, diferentemente de um avião a jato por exemplo, que decola com um
peso maior, tendo em vista que o combustível - responsável por grande parte do peso da
aeronave - vai se consumindo até a chegada do destino, e, com o passar do tempo, a aeronave
se torna mais leve e consequentemente mais eficiente.
Por conta dessas limitações, o papel inicial de atuação das aeronaves elétricas deve se
voltar ao transporte regional devido a sua autonomia reduzida. Porém, há espaço para
ampliação dessa atuação, tendo em vista que, na América do Norte, cerca de 49% dos voos
no ano de 2019 se realizaram em distâncias menores que 500 milhas náuticas (NM) -
distância essa totalmente possível para uma aeronave elétrica operar (MAGNIX, 2020).
A recarga das atuais baterias também é um fator a ser considerado. Nos automóveis,
por exemplo, a tecnologia das baterias atuais possibilita recarga de 80% em apenas 30
minutos, sendo a velocidade de carregamento reduzida após esse período, para evitar danos à
bateria. O tempo exato da recarga depende muito do tamanho da bateria, quantidade de
quilowatts que ela suporta, tipo de conexão usada e até mesmo temperatura, visto que climas
mais frios podem interferir no tempo total de recarga (STONE, 2021).
21
eletrificação. Essa foi a primeira aeronave 100% elétrica produzida no Brasil por empresas
brasileiras.
d) Lilium - Lilium Jet é uma aeronave elétrica com capacidade de pouso e decolagem
na vertical (VTOL)4 desenvolvida por essa empresa alemã Lilium. O sistema de propulsão da
aeronave é bem diferenciado, já que é composto por 36 pequenos motores a jato elétricos
vetorizados5 que permitem transportar até seis passageiros mais um piloto e atingir
velocidade de 175 nós e 10.000 pés de altitude, com uma autonomia de 150 MN (LILIUM,
2021). A aeronave está sendo projetada para operar como uma espécie de táxi aéreo dentro
dos centros urbanos, e chamou a atenção da companhia aérea brasileira Azul, que demonstrou
intenção na compra de 220 unidades do modelo para a criação de novas rotas mais curtas,
como Campinas-Santos, Campinas-Campos do Jordão, São Paulo-São José dos Campos e
Rio de Janeiro-Búzios. A aeronave em questão já realizou seu primeiro voo de teste e
pretende concluir o projeto até 2024, iniciando produção até 2025.
4
VTOL - Sigla inglesa que significa “vertical take-off and landing”.
5
Vetorizados - Com capacidade de alterar a direção da força.
24
3 CONCLUSÃO
investimentos aplicados nessa tecnologia. A partir disso, pode-se concluir que essa é a
tecnologia que equipará as aeronaves do futuro, sendo o foco das companhias aéreas, em
virtude da escassez de reservas de petróleo pelo mundo e da crescente poluição atmosférica
gerada. Apesar de alguns governos terem interesse na exploração de petróleo como forma de
crescimento, entende-se que o papel da sociedade nessa jornada deve ser, certamente, o de
incentivar o desenvolvimento dessas novas tecnologias.
O incremento no uso de motores elétricos aeronáuticos também contribui para o
avanço da tecnologia em outros modais de transporte, uma vez que tal fato servirá de base
para futuros aprimoramentos e viabilização de novas soluções para os desafios atualmente
encontrados.
Diante dos aspectos dos atuais meios de propulsão utilizados na aviação comercial e
suas características inerentes ao funcionamento, percebe-se notáveis modificações das
operações aéreas com a introdução dos motores elétricos, no que tange ao número de
emissões e custos operacionais.
Dessa forma, este trabalho atingiu seu objetivo, visto que se elucidaram as vantagens
e benefícios que a introdução desse tipo de propulsão traz à sociedade e ao meio ambiente. É
possível afirmar que o avião elétrico não se trata mais de uma questão de ser possível ou não,
mas sim de quando eles entram definitivamente em operação.
A pesquisa não se aprofundou nas tecnologias de bateria e métodos de
armazenamento de energia, o que pode ser viabilizado por meio de estudos futuros nesta
temática. Observou-se, ainda, a escassez de artigos científicos sobre motores elétricos em
aeronaves, por ser um tema recente. Em face a tais limitações, este trabalho pode vir a servir
como subsídio para futuros artigos na área de propulsão aeronáutica alternativa e preservação
do meio ambiente.
28
REFERÊNCIAS
EVIATION. Meet Alice, the world’s first all-electric commuter aircraft. Built to make
flight the sustainable, affordable, quiet solution to regional travel. Disponível em:
https://www.eviation.co/ . Acesso em: 23/09/2021.
GIL, Antônio C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
LILIUM. The first electric vertical take-off and landing jet. Disponível em:
https://lilium.com/jet. Acesso em: 23/09/2021.
RAUEN, Fábio. J. Elementos de iniciação à pesquisa. Rio do Sul: Nova Era, 1999.