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LOGBOOK

LABORATÓRIOS DE FÍSICA COMPLEMENTAR

ANABELA CARINA NOVAIS ASCENÇÃO

Grupo 4

2023/24
Laboratório de Física complementar Anabela Carina Novais Ascenção
2023/24 200704469

Trabalho 4
Atritos estático e cinético

1. PREPARAÇÃO: 25 de setembro de 2023

Objetivo: Estudar os atritos estático e cinético em situações de deslizamento.


Nesta experiência temos que:

 Usar um sensor de força na medição de valores de força de atrito está co e ciné co.
 Obter a relação existente entre as intensidades da força de atrito e da força compressora entre as
super cies em contacto.
 Medir coeficientes de atrito está co e ciné co para diferentes pares de super cies de contacto.
 Inves gar eventual influência da área da super cie de contacto na intensidade das forças de atrito.

Introdução Teórica
A intensidade da força de atrito máximo, Fs, máx está relacionada com as características das superfícies de
contacto, que se traduz pela reação:
𝐹, á =𝜇 𝑁

em que µs representa o coeficiente de atrito estático e N a força compressora entre duas superfícies de
contacto.
O valor da força compressora, é neste caso, igual ao peso do corpo, mas nem sempre isso sucede,
nomeadamente quando:

 Outras forças atuam no corpo, com componente normal às super cies de contacto.
 As super cies de contacto estão num plano inclinado. Neste caso, apenas uma componente do
peso contribuirá para a força compressora.
 No caso extremo das super cies de contacto estarem na ver cal (por exemplo, um livro comprimido
contra uma parede), neste caso a força compressora não depende do peso.

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A força de atrito cinético está também relacionada com as características das superfícies em contacto e o
valor da força compressora entre as duas superfícies, sendo dado por:
𝐹 , á =𝜇 𝑁

em que µk representa o coeficiente de atrito cinético e N a força compressora entre as duas superfícies.

Figura 1: Variação da força de atrito com a força aplicada ao corpo.

Material necessário:
Máquina de atrito;
Sensor de força (10N);
Interface LabPro da Vernier;
Computador com software Logger Pro;
Placas de diferentes materiais e áreas de contacto;
Fio de costura forte;
Massas marcadas;
Balança;
Régua.

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Esquema de Montagem

Figura 2: Dispositivo experimental utilizado nesta experiência.

Procedimento:
1. Efetuar a montagem segundo a figura 2. O suporte das placas deve estar preso por um fio ao
veio do motor. Escolher uma placa A para a super cie e encaixá-la no suporte.
2. Escolher a placa B com um gancho. Medir a sua massa e área da face maior, registando
valores e incertezas. Pousar a placa B sobre a placa A, prendendo-a com um fio ao gancho do
sensor da força.
3. No sensor da força selecionar o alcance de 10N. De seguida ligar o sensor de força à interface
LabPro (por exemplo no Ch1) e este à porta USB do computador, usando o cabo de interface
Easy Link.
4. Iniciar a aplicação Logger Pro no computador. O sensor é automa camente iden ficado pela
aplicação. Pode-se verificar se assim é, escolhendo no Menu “Experiência”, o sub-menu
“Configurar sensores” + “mostrar todas as interfaces”. Verificar se a força é dada em Newton
(N).
5. Verificar se é necessário calibrar o sensor de forças (definir ponto zero do sensor). Sugere-se
usar a recolha de dados na opção de recolha de dados con nua (no menu de recolha de
dados).
6. Ligar o motor da máquina de atrito. Antes do fio ligado ao gancho do sensor ficar tenso,
selecionar a recolha de dados da medição das forças com o So ware Logger Pro.

Atenção: Desligar o motor da máquina de atrito antes da placa A a ngir o veio do


motor.

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7. Terminada a recolha de dados, o so ware Logger Pro exibe o gráfico do valor da força de
atrito em função do tempo. Os dados podem ser exportados para serem lidos com o Excel.
8. Imprimir o gráfico ob do e iden ficar as zonas correspondentes a atrito está co e atrito
ciné co.
9. Registar na tabela o valor da força de atrito está co máximo.
10. Obter os valores das forças de atrito ciné co no seu início e no final. Determinar o valor médio
e registar na tabela.
11. Repe r as experiências para outros pares de placas de diferentes materiais.
12. Repe r a experiência para os mesmos pares de materiais, mas aumentando o valor da força
compressora, colocando massas marcadas sobre a placa B. Registar todos os valores
necessários.
13. Repe r para os mesmos pares de materiais, mas áreas de contacto diferentes.

Sugestões
1. A área da super cie de contacto afeta as forças de atrito e/ou os coeficientes de atrito?

Para verificar esta hipótese procederia do seguinte modo:

a) Escolher 2 pares de placas do mesmo par de materiais e cujas placas B tenham igual massa, mas área de
contacto diferente;
b) Repe r a experiência para cada para;
c) Determinar e comparar as forças de atrito e os coeficientes de atrito.

2. Se a experiência vesse sido realizada em plano inclinado, o que mudaria?

Neste caso, apenas uma componente do peso contribuirá para a força compressora.

3. Se as super cies de contacto fossem enceradas ou lubrificadas, o que mudaria?

Se as superfícies de contacto fossem enceradas ou lubrificadas, as forças de atrito e os coeficientes de atrito


seriam menores.

4. A força de atrito e o coeficiente de atrito ciné co dependerão da velocidade do corpo?

A força de atrito e o coeficiente de atrito cinético geralmente não dependem diretamente da velocidade do corpo.

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Previsões
 O coeficiente de atrito está co máximo será geralmente maior do que o coeficiente de atrito
ciné co.
 A massa não deverá influenciar os coeficientes de atrito está co e ciné co.
 A área de super cie de contacto não influencia os coeficientes de atrito está co e ciné co.
 Os coeficientes de atrito está co e ciné co dependem do material das super cies de contacto.

2. REALIZAÇÃO DO TRABALHO EXPERIMENTAL: 27 de setembro de 2023

Montagem: efetuada com orientação da figura 2, resultando nas figuras 3 e 4.

Legenda:
A e B – placas
M - motor
S – Sensor de força

Figura 3: Dispositivo experimental. Suporte para as placas A e B, motor e sensor de força.

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Legenda:
A e B – placas de
materiais em análise
M - motor
S – Sensor de força
D – balança
P – placas de diferentes
materiais para analisar
L – interface LabPro
E – aplicação Logger Pro
C – cabo de interface
Easy Link

Figura 4: Montagem experimental.

Recolha de dados: software Logger Pro foi definida pela Fig.5.


Foi selecionada a opção “recolha de dados contínua” e a duração variou de ensaio para ensaio. Alguns ensaios
foram até aos 20 segundos enquanto outros foram até aos 30 segundos.

Figura 5: Recolha de dados do software Logger Pro

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3. Foram realizados 20 ensaios no total para o estudo de:

 Diferentes pares de materiais;


 Diferentes massas;
 Diferentes áreas de contacto.

Tabela 1: Caracterização dos ensaios: Pares de materiais, massa e área de contacto da superfície B com a A, e respetivas incertezas.

3. TRATAMENTO DOS DADOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS: semana de 2 de outubro


de 2023

Cada um dos ensaios foi analisado pelo Software Logger Pro, do qual resultaram dados numéricos e o
respetivo gráfico da força compressora N (em Newton), em função do tempo t, em segundos.
A força de atrito estática máxima, Fs,máx, foi determinada através dos dados numéricos obtidos do Software
Logger Pro, sendo o seu valor o valor máximo de força registado.
A força de atrito cinética, Fk, foi determinada pela análise estatística do Software Logger Pro, sendo o seu
valor a média de valores da zona constante do gráfico.
Seguem-se os gráficos obtidos no Software Logger Pro, para cada ensaio, e respetivas análises estatísticas.

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Gráfico 1: Força aplicada em função do tempo, para o ensaio 1.

Gráfico 2: Força aplicada em função do tempo, para o ensaio 2.

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Gráfico 3: Força aplicada em função do tempo, para o ensaio 3.

Gráfico 4: Força aplicada em função do tempo, para o ensaio 4.

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Gráfico 5: Força aplicada em função do tempo, para o ensaio 5.

Gráfico 6: Força aplicada em função do tempo, para o ensaio 6.

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Gráfico 7: Força aplicada em função do tempo, para o ensaio 7.

Gráfico 8: Força aplicada em função do tempo, para o ensaio 8.

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Gráfico 9: Força aplicada em função do tempo, para o ensaio 9.

Gráfico 10: Força aplicada em função do tempo, para o ensaio 10.

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Gráfico 11: Força aplicada em função do tempo, para o ensaio 11.

Gráfico 12: Força aplicada em função do tempo, para o ensaio 12.

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Gráfico 13: Força aplicada em função do tempo, para o ensaio 13.

Gráfico 14: Força aplicada em função do tempo, para o ensaio 14.

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Gráfico 15: Força aplicada em função do tempo, para o ensaio 15.

Gráfico 16: Força aplicada em função do tempo, para o ensaio 16.

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Gráfico 17: Força aplicada em função do tempo, para o ensaio 17.

Gráfico 18: Força aplicada em função do tempo, para o ensaio 18.

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Gráfico 19: Força aplicada em função do tempo, para o ensaio 19.

Gráfico 20: Força aplicada em função do tempo, para o ensaio 20.

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Dados e equações usadas no tratamento dos dados:

Aceleração da gravidade:
g= 9,8 m/s2

N(força compressora): N = P = m x g

µs (coeficiente de atrito estático): 𝜇 =

µk (coeficiente de atrito cinético): 𝜇 =

Incertezas (de leitura e calculadas):


F(N): ± 0,006 N (incerteza de leitura)
Fk (força de atrito cinético): Desvio padrão da estatística da leitura do Software Logger Pro.


N (força compressora): ∆𝑁 = 𝑁 ∗ ( )

Fs (Força de atrito estático máximo): ± 0,006 N (incerteza de leitura)

∆ ∆ ∆
µs (coeficiente de atrito estático): ∆𝜇 = 𝜇 ∗ ( ) +( )

∆ ∆ ∆
µk (coeficiente de atrito estático): ∆𝜇 = 𝜇 ∗ ( ) +( )

Incerteza do valor médio de µs : ∆𝜇 = ∗ (∆𝜇 ) + (∆𝜇 )

Incerteza do valor médio de µk : ∆𝜇 = ∗ (∆𝜇 ) + (∆𝜇 )

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 Análise da influência da massa nos atritos está co e ciné co:

Para os mesmos materiais: superfície A – Têxtil e superfície B - Alumínio

Mesma área de contacto: A = 4.00 x 10-3 ± 5.00 x 10-5 m2

Tabela 2: Cálculo dos coeficientes de atrito estático e cinético para o mesmo par de materiais e mesma área de contacto.

mB ∆mB N ∆N Fs,máx ∆Fs,máx Fk ∆Fk


Ensaio µs ∆µs µk ∆µk
(kg) (kg) (N) (N) (N) (N) (N) (N)
8 3.30E-02 1.00E-03 3.23E-01 9.80E-03 1.67E-01 6.00E-03 5.16E-01 1.68E-02 1.57E-01 4.06E-03 4.85E-01 1.93E-02

9 5.60E-02 1.00E-03 5.49E-01 9.80E-03 2.94E-01 6.00E-03 5.36E-01 1.13E-02 2.51E-01 1.10E-02 4.57E-01 2.16E-02

µs, médio = 5.26x10-1 ± 1.01x10-2

µk, médio = 4.71x10-1 ± 1.45x10-2

Como se verifica na tabela 2, a variação da massa não afetou o valor dos coeficientes de atrito estático e
cinético.

 Análise da influência da área de contacto nos atritos está co e ciné co:

Para os mesmos materiais: superfície A – Têxtil e superfície B - Alumínio

Mesma massa da superfície B: mb ≈ 1.20 x 10-1 ± 1.00 x 10-3 kg (a massa da superfície B é de 1.20 x 10-1 ±
1.00 x 10-3 kg e 1.18 x 10-1 ± 1.00 x 10-3 kg no ensaio 15 e 17, respetivamente).

Tabela 3: Cálculo dos coeficientes de atrito estático e cinético para o mesmo par de materiais e massas semelhantes.

A ∆A N ∆N Fs,máx ∆Fs,máx Fk ∆Fk


Ensaio µs ∆µs µk ∆µk
(m2) (m2) (N) (N) (N) (N) (N) (N)

15 4.00E-03 5.00E-05 1.16E+00 9.80E-03 6.60E-01 6.00E-03 5.71E-01 7.71E-03 5.92E-01 4.65E-03 5.12E-01 5.91E-03

17 1.32E-03 5.00E-05 1.18E+00 9.80E-03 6.61E-01 6.00E-03 5.62E-01 7.61E-03 6.32E-01 8.43E-03 5.37E-01 8.45E-03

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µs, médio = 5.66x10-1 ± 5.42x10-3

µk, médio = 4.24x10-1 ± 5.16x10-3

Como se verifica na tabela 3, a variação da área de contacto entre as superfícies não afetou o valor dos
coeficientes de atrito estático e cinético.

 Análise da influência das super cies de diferentes materiais nos atritos está co e ciné co:

Sendo que não há influência da massa e da área de contacto na determinação dos atritos estático e cinético,
os valores destes só dependem do material das superfícies que estão em contacto.

Tabela 4: Cálculo dos coeficientes de atrito estático e cinético para diferentes pares de materiais.

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Conclusões:
Com este trabalho experimental pôde concluir-se que os coeficientes de atrito estático e cinético dependem
da superfície dos materiais que estão em contacto e que não dependem da massa nem da área de contacto
das superfícies.

Verificou-se também que para todos os ensaios, como era espectável, a força de atrito estático máxima é
superior à força de atrito cinética e, por consequência, o coeficiente de atrito estático é superior ao
coeficiente de atrito cinético.

Pôde verificar-se que o ensaio 13 foi o que obteve menores valores para os atritos estático e cinético, o que
vai de encontro ao que seria previsto, pois tratando-se de duas superfícies mais uniformes (o acrílico e o
plástico), isto é, menos rugosas, a resistência ao atrito será menor. O mesmo não acontece para os ensaios
que envolvem uma superfície como a cortiça, que por ser mais porosa oferece mais resistência resultando
num coeficiente de atrito mais elevado.

1. ENTREGA DO LOGBOOK: 10 de outubro de 2023

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