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SISTEMA URINÁRIO

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No sistema de produção de grandes animais há uma grande propensão
de desenvolver problemas no sistema urinário, como é o caso do
sistema intensivo que muitas vezes leva a casos de urolitíases em
pequenos ruminantes, provavelmente devido a uma dieta e manejo
restrito.

O sistema renal tem uma série de funções, como por exemplo: produção
de urina, regulação da pressão osmótica e oncótica, transporte da urina
até a vesícula urinária (ureter), armazenamento da urina (vesícula
urinária), filtração sanguínea e excreção de resíduos.
Alterações anatomo-funcionais nos rins levam a uma grave alteração no
sistema circulatório.

Geralmente o rim esquerdo tem uma localização variada em quase todas


as espécies, ficando mais caudal em comparação ao rim direito.
Morfologicamente quase todos os rins são iguais, com excessão dos rins
do grande ruminante que são lobulados.

A unidade morfofuncional e que faz o rim funcionar são os néfrons. São


formados pelo tubo contorcido distal, alça de henle e cápsula de
Bowman. É através dessas estruturas que vai ocorrer suas funções,
principalmente a filtração.

O ato da micção é um ato voluntário, logo existe uma programação do


sistema nervoso.
Os nervos envolvidos no sistema urinário são: pudendo, hipogástrico e
pélvico.
O pudendo controla a parte voluntária do esfincter uretral.
O hipogástrico é uma inervação adrenérgica e serve justamente para a
parte muscular, principalmente da uretra.
O pélvico está relacionado com as distensões da bexiga.
EXAME CLÍNICO

No exame clínico do sistema urinário, iremos utilizar inspeção, palpação


externa, palpação interna e percussão.
Além disso, faremos a avaliação da urina, exame microbiológico e
capacidade de avaliação funcional dos rins por exames complementares.

Na anamnese do sistema urinário, precisamos obter informações sobre o


animal através de perguntas ao proprietário.
Por exemplo, é necessário termos noção sobre a sede, o comportamento
no ato da micção, cor da urina, aspecto da urina, odores da urina,
procurar saber se há presença de plantas tóxicas (Ex: amaranto) no
local, ingestão de água pelo animal, saber se o animal já teve problema
urinário anteriormente.
Precisamos saber se anatomicamente existe algum fator
influenciando as alterações do sistema urinário.

Na inspeção geral, iremos avaliar a cavidade abdominal – no momento


em que olhamos a simetria da cavidade abdominal, se o animal tiver uma
ruptura de bexiga veremos um aumento do lado esquerdo da cav.
abodominal.
Região com manifestação dolorosa renal, a musculatura fica mais tensa.

A avaliação do ato da micção é algo fundamental no exame do sistema


urinário – observando a face, comportamento, etc.
As alterações no ato da micção são de modo ou de frequência – A
alteração de modo o animal mudará sua posição ou forma de urinar, ele
terá disúria (micção dolorosa com esforço) ou estrangúria (micção
dolorosa com esforço, gotejamento e presença de sangue). A alteração
de frequência é aquela que o animal muda a frequência de urinar para
mais ou para menos levando a uma polaciúria (se coloca muitas vezes
para o ato da miccção – não urina muito e sim urina várias vezes),
oligosúria (diminuição do ato de urinar), escúria (diminuição da formação
da urina, ficando mais concentrada), poliúria (aumento do volume
urinário), oligúria (diminuição do volume urinário), anúria (ausência de
urina).
As alterações de cor são a hemoglobinúria (hemácia lisada e pigmento
da hemoglobina na urina) e a hematúria (presença de hemácias na urina
que por decantação forma-se duas fases).
Principais causas de hematúria (primárias ou secundárias):
1. Doenças policísticas (felinos)
2. Tumor renal

Toda vez que temos perda de sangue no trato genital, temos que
examinar com mais cuidado o sistema renal. Cadelas, vacas, cabras e
ovelhas, no período puerperal ou antes do parto, tem tendência de haver
problemas no trato urinário. Portanto, é importante termos informações
sobre o período gestacional no ato da anamnese.

Precisamos observar a integridade anatomo-funcionais dos órgãos do


sistema genito-urinário. Por serem órgãos muito internos, utilizamos
na maioria das vezes o diagnóstico por imagem.
Na inspeção indireta iremos utilizar o raioX, ultrassonografia, biópsia
(último caso, se necessário conforme outros exames). Iremos observar
volume, se possui litíases, velocidade de filtração (exame funcional –
azul de metileno 2%).

A palpação pode ser interna ou externa. A externa em pequenos animais


e interna em grandes animais. Observaremos se há área de aderência,
consistência do tecido adiposo (bovino), tamanho e avaliação dos
lobos (bovino), avaliar se a posição dos rins estão normais e o
estado de sensibilidade dolorosa. Normalmente palpamos abaixo das
apófises transversas das vértebras lombares, da 3º a 5º vértebra lombar
– varia entre as espécies e raças. Um animal (cão) com hidronefrose, na
palpação sentiremos o rim amolecido. Um animal com tumor, sentiremos
o rim mais consistente. Um animal com esclerose renal, sentiremos o rim
mais endurecido e menor.

Urinálise: Pedimos esse exame quando toda a função do sistema


urinário está alterado ou por características da urina.

Prova de função renal: Uréia e Creatinina


 O conjunto desses exames nos dá a evidência do estado clínico.

Buscamos na palpação um aumento de volume ou não, se há presença


de manchas e na palpação observamos se existe alteração de
consistência – alterações anatomo-funcionais, podem ser congênitas ou
adquiridas

EXAME CLÍNICO DOS URETERES


Utilizamos a inspeção por imagem, urografia inspetora e ultrassonografia.

EXAME CLÍNICO DA VESÍCULA URINÁRIA


Não é muito indicado fazer a percussão na bexiga (som acústico-hídrico).
Observaremos na palpação se há alteração na forma, tamanho, volume,
inserção dos ureteres, irregularidade da parede e se há úraco
persistente.
O úraco é são estruturas funcionais e anatomicas diferentes que estão
unidas e com a passagem consta5nte de urina, pode levar a uma grave
infecção.

Cistoscopia: Aparelho de iluminação que observa coloração e se há


litíases na vesícula urinária.
Cistocentese: Exame microbiológico da urina.

EXAME CLÍNICO DA URETRA


Fazemos a inspeção direta e indireta baseada em exames de imagem,
uretracistoscopia, ureografia, uretracistografia.

Lembrar da característica anatômica, principalmente dos ruminantes que


é a flexura sigmóide para passagem de sonda.
No caso dos cães, precisamos ter cuidado na passagem da sonda por
conta do osso peniano.
É importante avaliar a a uretra prostática – realizar o toque para avaliar
presença de alteração na glândula prostatica.
A sondagem precisa ser feita com muito cuidado para não gerar
problemas secundários – traumas levando a estenose, rupturas e
sangramentos. Observar o tamanho e largura da sonda de acordo com a
espécie e tamanho dos animais.

Em animais de inseminação, é necessário observarmos o seu


comportamento durante o procedimento. No caso da fêmea, observamos
a parte externa da vulva. No caso dos machos, observamos o prepúcio.
Em ambos os sexos, é necessário fazer uma palpação dos órgãos
genitais antes do procedimento.

 Apêndice vermiforme – pequenos ruminantes – prolongamento


da uretra.

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