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AEMS

ASSOCIAÇÃO DE ENSINO E CULTURA DE MATO GROSSO DO SUL


FACULDADES INTEGRADAS DE TRÊS LAGOAS

LÍVIA MARTINS DOS SANTOS CARVALHO

ANÁLISE DO DOCUMENTÁRIO “A CRISE DA ARTE”


Resenha crítica

Três Lagoas/MS
2020
LÍVIA MARTINS DOS SANTOS CARVALHO

ANÁLISE DO DOCUMENTÁRIO “A CRISE DA ARTE”


Resenha crítica

Trabalho apresentado ao curso de


Arquitetura e Urbanismo na Universidade
Faculdades Integradas de Três Lagoas,
como parte das exigências na matéria de
História da Arte.

Orientador (a): Prof. Lucas Prates

Três Lagoas/MS
2020
1- Apresentação da obra

O documentário “A crise da arte”, exibido no ano de 2010 e apresentado pela


filósofa Viviane Mosé, com participação do ator e diretor Henrique Diaz e o artista
plástico Marcos Chaves, através do programa Café Filosófico no canal TV
Cultura, discute, ao longo de seus quarenta e seis minutos, um pouco da história
de cada um dos artistas e sobre a decadência da arte na contemporaneidade,
focando-se no atual modo de vida da sociedade e como interferiu no mundo da
arte.

Esse documentário é de grande interesse para o público acadêmico concentrado


em matérias humanas, como artes, história, filosofia e sociologia, abrangendo
também, aqueles que se interessam e querem aprofundar seus conhecimentos
no quesito artístico comtemporâneo.

2- Crítica

Durante as pausas ao longo do documentário, são feitas algumas perguntas que


colocam em evidência justamente o tema sobre a arte estar em crise. O mundo
reinventa a arte ou a arte recria o mundo? A arte, agora sem regras ou limites
seria a causa de sua decadência ou é sua verdadeira identidade no tempo
contemporâneo? Então, em uma parte que chama bastante atenção e que se
torna o desfecho para a crítica se o mundo vivencia uma queda artística ou não,
surge no momento em que a filósofa Viviane menciona que há um excesso de
mecanismos, tecnologia, tornando a obra do ser humano e de ser humano pouco
espiritualizada, ou seja, com falta de sentimento, indicando assim uma causa
tecnológica resultando no declínio artístico, no que se refere não a sua
quantidade, mas na sua verdadeira percepção e reflexão. Pelo fato do indivíduo
se afastar do que seria a essência humana propriamente dita, devido a sua
evolução intelectual, possibilitando o desenvolvimento da tecnologia, na qual,
abre espaço para o capitalismo, tornado a arte efeito de uma produção em
massa. A partir de agora, a arte é consumível e abundantemente acessível, ela
se torna terceirizada.
Por trás de intenções relativamente boas voltadas no aprimoramento de vida da
sociedade, os olhares regressaram escuros para a essência do próprio ser, a
arte de nós mesmos, os sentimentos sentidos, falados, demonstrados, agora
deixados de escanteio. Há uma pressão cada vez maior sobre poder, de fato ser
sincero com os outros e consigo mesmo, em relação aos sentimentos, o que se
encontra dentro do ser, as sensações, como se fosse algo incomum, gerando
uma perda de sensibilidade. Como alguém sem sensibilidade poderia aproveitar,
resgatar e refletir a sensibilidade do mundo? O capitalismo acabou distanciando
a verdadeira beleza, pureza e originalidade que um olhar, um corpo, uma alma
sensível e aberta pode alcançar e devanear em seu único modo de viver e
conduzir a vida.

A sociedade, as pessoas estão acostumadas. Esse sentimento de estar


acostumado possui um significado muito maior e caótico e inaudível aos olhos
humanos ofuscados pela rotina, o normal e o costume. A arte em decadência
está se propiciando no espaço. No que antes a arte era pouco acessível
fisicamente a todos os indivíduos de uma comunidade, na atualidade
transformou-se em algo abundantemente acessível no quesito material. Portanto,
a arte se vê excluída em seu genuíno sentido. O acesso é garantido, entretanto
os meios para que se cheguem nesse grande acesso visam somente o lucro, não
importando se uma obra aberta a diversas interpretações é convertida em algo
maçante e repetitivo.

Assim, a concepção de que a crise da arte existe é confirmada pelo constante


modo de vida capitalista que apresenta o meio social, com tendência a continuar
até que sua última utilidade seja transformada em capital. Arte, consequência da
existência humana, necessária e contínua em seu real significado, mas só até o
ponto de quanto lucro sua produção em massa pode ocasionar.
Referências Bibliográficas

A crise da arte. Direção: Viviane Mosé. Produção: TV Cultura. Documentário,


46’45’’. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?
v=RdFroVYlFSo&feature=youtu.be>. Acesso em: 02 de junho de 2020.

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