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FACULDADE CATHEDRAL

Direito Tributário e Financeiro I

Alunos: Gabriela Mendonça Lopes Professor: Ronilson M. Cavalcante

Turma: 8A

Faça um Resumo sobre A Autonomia do Direito Tributário

Segundo o entendimento de Paulo de Barros Carvalho, Direito Tributário é “o ramo


didaticamente autônomo do direito, integrado pelo conjunto das proposições jurídico-
normativas que correspondam, direta ou indiretamente, à instituição, arrecadação e
fiscalização de tributos”.5

Hugo de Brito Machado conceitua Direito Tributário como “ramo do direito que se ocupa das
relações entre fisco e as pessoas sujeitas a imposições tributárias de qualquer espécie,
limitando o poder de tributar e protegendo o cidadão contra os abusos desse poder”.6

Já Regina Helena Costa define Direito Tributário como “conjunto de normas jurídicas que
disciplinam a instituição, a arrecadação e a fiscalização de tributos”.7

Podemos afirmar, diante das definições acima reproduzidas, que o Direito Tributário constitui
um ramo do Direito Público que disciplina princípios e regras próprias referentes à instituição,
fiscalização e arrecadação de tributos entre os sujeitos envolvidos nessa relação jurídica.

Trata-se de um ramo do Direito Público, pois não há como negar a preponderância do


interesse coletivo na seara da tributação.

5. CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. p.
15.

6. MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 30. ed. São Paulo: Malheiros, 2009. p.
50.

7. COSTA, Regina Helena. Curso de Direito Tributário – Constituição e Código Tributário


Nacional. São Paulo: Saraiva, 2009. p. 10.

Não se pode afirmar que o Direito Tributário é um ramo cientificamente autônomo, se trata de
um sistema jurídico uno e indecomponível.

Muitos doutrinadores entendem, por outro lado, que o Direito Tributário por apresentar
princípios e regras próprias, não aplicáveis em outras searas, seria um ramo cientificamente
autônomo.

Nesse diapasão, elucida Kiyoshi Harada:

“Porém, o que realmente caracteriza a autonomia do Direito Tributário é o fato de existir


princípios jurídicos próprios, não aplicáveis aos demais ramos da ciência jurídica, tais como o
da imunidade recíproca, imunidade genérica, da capacidade contributiva, da discriminação de
rendas tributárias, da vedação de efeitos confiscatórios”.9
Luciano Amaro sustenta, todavia, que o Direito Tributário é relativamente autônomo, tanto
cientificamente como didaticamente. Para o autor não existe nem mesmo autonomia didática
pela impossibilidade de estudar Direito Tributário isoladamente de outros preceitos dos outros
ramos do Direito:

“Portanto, se se quiser dizer que o direito tributário goza de autonomia legislativa (por ser
objeto de conjuntos de normas dirigidas especificamente à disciplina dos tributos), ou que
possui autonomia científica (por abrigar princípios e institutos não comuns a outros ramos do
direito) e que desfruta, ademais, de autonomia didática (por ser ensinado em cadeiras
autônomas nos cursos jurídicos), é preciso sublinhar que, em todos esses aspectos, a
autonomia é sempre relativa. Não se legisla, nem se teoriza, nem se ensina matéria tributária
sem que se tenham presentes conceitos estruturados noutros ramos da ciência jurídica”.10

Geraldo Ataliba já sustenta que por ser o Direito Tributário um sub-ramo do Direito
Administrativo não goza de autonomia científica, apenas de autonomia didática11.

8. CARVALHO, Paulo de Barros, op. cit., p. 14.

9. HARADA, Kiyishi. Direito Financeiro e Tributário. 20 ed. São Paulo: Atlas, 2011. p. 296.

10. AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. p. 31.

11. ATALIBA, Geraldo. Hipótese de Incidência Tributária. 6. ed. São Paulo: Malheiros, 2006. p.
37.

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