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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS ESCOLA DE ENGENHARIA CURSO DE ESPECIALIZAGAO EM ESTRUTURAS PROJETO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO I Prof. Ney Amorim Silva MATERIAIS LL =Histirico © material composto concreto armado sungiu hé mais de 150 anos e se transformou neste perfodo no material de construglio mais utilizado no mundo, devido principelmente ao seu Grimo desempenho, economia ¢ facilidade de produsio, Abaixo sto citadas algumas dams histéricas, em termos do apareeimento ¢ desenvolvimento do. conereto amado ¢ protendido, conforme Rusch(1981). 1824 — © empreiteiro cscocés Josef ASPDIM desenvolveu um proceso industrial para fabricagio do cimemto portland, assim chamado devida A semelhanga com a cor das pedras ‘saledreas encontradas na ilha de Portland. 1849/1855 — O francs Joseph Louiz LAMBOT desenvolveu no sul da Franga, onde passive suas férias de verdo, um barco fabricado com 0 novo material, argamassa de cimento e areia entemeados por flos dé arame. O processo de fabricagSo era totalmente empirico e acreditando. ‘estar revolucionando a industria naval, patenteou 0 nove produto, apresentando-o na feira ‘internacional de Paris em 1855. 1861 — O paisagista ¢ horticultor francs Joseph MONIER foi na realidade © tinico a se interessar pela descoberta de seu compatriota Lambot, vendo neste produto. a solugo para os ‘seus problemas de confinamento de plantas exstiess wopieais durante o inverno parisiense. O ambiente quente e dimido da estufa era favardvel a0 apodrecimento precace dos vasos feitos até entio de madeira. O novo produto além de bem mais durdvel apresentava uma caracteristica peculiar: se o bareo era feito para no permitir a entrada de fgua scguramente niio permitiria também a sua safda, que se encaixava perfeitamente a busca de Monier, que a partir desta data comecou a produzir vasos de flores Com argamassa de cimento ¢ areia, reforgadas com uma malhs de a¢o. Monier além de ser bastante competente como paisagista, possufa um forte {tino comercial ¢ viu no novo produto grandes possibilidades pascando a divulgar 0 concreto inicislmente na Franga © posteriormente na Alemsnha e em toda a Europa, Ele ¢ considerado Por muitos como © pai do concreto armado, Em 1865 construiu nos amedores de Paris uma Ponte de concréto armado com 16,5 m de vio por 4m de largura, 1867 ~ Monier recebe sua primeira patente para vasos de flores de concreto com armaduras de ago. Nos anos seguintes consegue novas patentes para tubos, lajes e pantes. Construghes ‘construidas de forma empirica mostram que o inventor nfo possuia uma nogo clara da fung&o cestrutural das armaduras de ago no concreto, 1877 ~ © advogado americano. Thaddeus HYATT publicou sobre seus ensaios com construgées de conereto armado. Hyatt jé reconhecia claramente © efeito da aderéncia ago- concreto, da funclo estrutural das armaduras, assim como da sua perfeita localizago na pera de conereto, 1878 - Monier consegue novas patentes fundamentais que dio origem a introdugo do conereto ammado ¢m outros paises, 1864 — Duas firmas slemis FREYTAG & HEISDCHUCH ¢ MARSTENSTEIN & JOSSEAUX., compram de Monier os direitos de patente para o sul da Alemanha ¢ reservam-se © direito de revenda para toda a Alemanha. 1686 — As duas firms alemis cedem o direito de revenda a0 eagenheiro G. A WAISS, que funda em Berlim uma empress pare construgées de conereto segundo o “Sistema Monier”. Realiza ensaios em "Construgdes Monier” e mostra através de provas de carga as vantagens ceonémicas de eolocagko de barras de aco no eoncreto, publicando estes resultados em 1887. Nesta mesma publicagao o constutor oficial Mathias KOENEN, enviado aot ensaios pelo severe Prussiano, desenvolve bascado mos ensaios, um método de dimensionamento empirico Para alguns tipos de “Construgces Monier”, mostrando que conhecia claramente © efeito estrutural das armaduras de ago. Deste mado passa a exist Para o cdlculo das armaduras de ago, uma base teenicamente comets 1885 — O alemio DOHRING conseguc uma patente segunda a qual lajes © vigas de pequeno pone tem sua resisténcia aumentada através da protensio da armadura, constituida de figs de ago Surge assim provavelmente pela primeira vez a idéia da protensio deliberads, 1900 — A construso de concrete armado ainda se caracterizava pela coexisiénoia de sistemas Gistintos, geralmente patenteados. © alemis E. MORSH desenvoive a teoria iniciada por Koenen ¢ a sustenta através de inémeros enssios realizados sobre a incumbéacia da firma WAISS & FREITAG, 2 qual pertencis. Os conccitos desenvolvidos por Morch e publicados em 1802 constituem a0 longo do tempo © em quae todo © mundo os fundamentos da teora de ‘dimensionamento de pegas de concreto armado, 1906 - © alemio LABES concluis que a seguranga contra abertura de fievuras sonduzia & Pefas antieconémicas, Keenen props em 1907 0 uso de armaduras previamente distendidas Foram realizados ensaios em vigas protendidas relatadas por BACH em 1910, Os ensaios ‘mostraram QUE OS éfeitos danosos da fissuragio cram eliminados com a protensio, Enretante Xoenen ¢ Morsh reconheceram ji em 1912 uma perda razaével de protensio devido aretragdo © deformagao lenta do conereto, @e@eeaeeretCoeoeenwtreneenannene.... 1928 - © francés FREYSSINET jé havia usado a protensio em 1924. Entretamto s6 em 1928 ¢ © primeiro engenheiro projetista a reconhecer a importi bem maior da protensio na construgdo civil. Estuda as perdas devido a rewagao ¢ deformacio lenta do concreto ¢ registra rias pateotes sobre o sistema Freyssinet de protensio. £ considerade 0 pai do concreto protendido. 1,2 = Viabilidade do concreto armado As trés propriedades abaixo em conjunto € que viabilizam o material concreto armado: * Aderéneia ago-ronereto — esta tlvez seja 2 mais importante das propriedades uma vez que é @ respons4vel pela transferéncia das tenses de tragiio no absorvidas pelo concrete para as barras da armadura, garantindo assim 0 perfeito funcionamento conjunto dos dois materiais, © Coeficiente de dilatagio térmica do ago ¢ do cenereto sfo praticamente iguais ~ esta propriedade garante que pi vveriagées normais de temperatura, excemada a situagio extrema de incéndio, nio ha ri acréscimo de tensio capaz de comprometer a perfeita aderéncia ago-concreto. * Protesdo da armadura contra a corosto — Esta proteglo que estd intimamente relacionada com a durabilidade do concreto armado acontece de duas formas distintas: a protegio fisica 2.0 protesio quimica. A primeira é garantida quando se atende os requisitos de cobrimento minimo preconizado pela NBR 6118(2003) que protege de forma direta as armaduras das imempéries. A proteglo quimica ocorre devido a presenga da cal no processo quimice de produgio do conereto, que envolve a barra de ago dentro do concrete, eriando uma camads passivadora cujo ph se situa acima de 13, criando condigdes inibidoras da corrosio. Quando a frente de carbonatagio, que acomece devido a presenga de gés earbéniee (CO;) do ar e porosidade do conereto, atinge as barras da armaglo essa camada & despassivada pela reagio quimica do (CO;) com a cal, produzindo cides que absixam o ph desta camada para nfveis iguais ou inferiores » 11,5 , criando condigdes favordveis para 0 processo eletro.quimico da cormesio st iniciar. A corrosio pode acomtecer independentemente da carbanataglo, na presenga de cloretos (fons cloro CI’), ov sulfatos (S) 13 =Vantagens do concrete armado Economia - € a vantagem que juntamente com a segunda a seguir, transformaram © concreto em um séeule ¢ meio no material para construco mais usado no mundo. Adaptagio & qualquer tipo de forma ou férma ¢ facilidade de execugle — 9 produgio do Goncreto nio requer mio de obra especializads e com relativa facilidade se. consegue ualquer tipo de forma propicisda por uma fOrme de madeira. Estrunura monelitica ~ (monos ~ nica, lites — peda) esta propriedade garante a estrutura Ge conereto ammado uma grande reserva de seguranga devido 20 alto grau de hiperestaticidade propiciado pelas ligacdes bastante rigidas das pegas de concreto. Além disso quando a pega esté submetida a um esforso maior que a sua capacidade eldstice Tesistente, a mesma ao plastificar, promove uma redistribuigo de esforgos, transférindo As Pegas adjacentes a responsabilidade de absorver os mesmos. ‘Manutengo ¢ conservaco praticamente nulas — a idéia que a estruvura de concreto armade ¢ eterna nfo ¢ mais acsita mo meio técnico, uma nova memtalidade associa & qualidade de exceucie do concreto, em todas as suas etapas, um programa préventivo de manutengio © conservagio, Naturalmente quando comparado com outros materiais de construgo esta manutencio € conservaglo acontecem, em uma éscala bem menor, sem prejutzo no entanto da vida Util das obras de concreto armado. ResistEncia a efeitos térmicos-atmostéricos e a desgaste mecénicas. do Peso préprio~ a maior desvantagem do concreto armado é seguramente 0 seu grande peso Proprio que limita a sua utilizagio para grandes vos, onde o concreto protendido ov mesmo a estrutura metélica passam a ser econémica ¢ ttcnicamente mais viéveis. A. sua massa especifica € dada pela NBR 6118(2003) como 2500 Kg/m?; Dificuldade de reformas demoligdes (hoje amenizada com tecnologias avangadas ¢ ‘equipamentos modemos que facilitam as reformas e demoligies Baixo grau de proteso térmica ~ embors resista normalmente & aga do fogo a estrutura de somereto necessita de dispositivos. complementares como telhados ¢ isolamentos térmicos ara proporcionar um conforto térmico adequade a construgio. eeeeaeeCOeaeeaeae@aeaeaeaea ee eeaeeaeaaannannannnnnnsaese....... «© Fissuraglo - a fissuragfo que ¢ um fenémeno inevitével nas pegas de concreto armado tacionadas, devido ao baixe grau de resistencia & trago do concreto, foi por muitas déeadas considerade uma desvantagem do material. Jd a partir do final da década de setenta, este fenémeno passou a ser controlado, baseado numa redistribuigdio das bitolas da armadura de tragio, em novos valores de cobrimentos minimos ¢ até mesmo na diminuigio das tenses de servigo das armaduras, pelo acréscimo das mesmas. Cabe salientar que & fissuraco nfo foi eliminada, apenas controlada para valores de sberturas méximas na face do concreto de tal forma a nie comprometer a vida itil do conereto armado. 13, jes mecdnicas do concreto Resisténcia A compressio A resisténcia mecfinica do concreto a compressio devido # sua fun¢io estrutural assumids no material composto concreto armado € a principal propriedade meciinica do material concreto a ser analisada © estudada, Esta propriedade é obtida através de ensaios de compressio simple: realizados em corpos de provas (CPs), com dimens®es ¢ procedimentos previamente estibelecidos em normas nacionais e estrangeiras A resisténeia a compresstio depende basicamente de dois fatores: a forma do-corpo de prova e a duragio do enssio. problema da forma é resclvido estabelecendo-se um corpo de prova cilindrico padronizado, com 15 cm de didmetro ¢ 30 cm de altura, que & recomendado pela maioria das normas do mundo, inclusive as brasileiras. Em ouwros paises, como por exemplo, a Alemanha, adota-se um corpo de prova cibico de aresta 20 cm, que para um mesme tipo de concreto fomece sesistéucia a compressio Ligeiramente superior 20 obtido pelo cilindrico. Isto se deve a sua forma, onde o efeita do atrito lentte as faces do corpo de prova carregadas eos pratos da méquins de ensaio, confina de forma mais efetiva 0 CP ciibico que 0 cilfndrico, devide a uma maior restrigio a0 deslocamento transversal das faces carregadas, Adota-se neste caso um fator redutor igual a 0.85 , que quando aplicado a0 CP ctbico transforma seus resultados ¢m valores equivalentes aos do CP cilindrice, podendo assim ser useda a vasta bibliografia alem® sobre o.assunto, Normalmente o ensaio de compressio em corpos de prova é de curta duragio ¢ sabe-s¢ a pitrtir dos ensaios realizados pelo alemio Rusch, que este valor € ligeiramente superior a0 obtido quando o ensaio ¢ de longa duraglio, Isto se deve a microfissuragio interna do conereto, que se Processa mesmo no concrete descaregado, ¢ que no ensaio dé longa duragdo tem seu efeito ampliado devido a interligag#o entre as microfissuras, diminuindo assim a capacidade resistente do CP a compressio. Uma vez que grande parcela do carregamento que awa em uma estrutura € de longa duragdo deve-se corrigir os resultados do ensaio de.curta duragio por um fator, denominado coeficiente de Rusch, igual a 0,85. Resisténcia caraeteristica do concreto a compressio (f.) Quando os resultados dos ensaics 2 compressio de um determinada mimero de CPs sko colocados em um grafico, onde nas abscissas slo marcadas as resisténcias obtidas e nas ordenadas a freqiéneia com que as mesmas ocorem, o grifico final obedece a uma curva normal de distribuigéo de frequéncia, ou curva de Gauss. Observa-se neste grifico que a resisténcia que apresenta a maior frequéncia de ocoméncia é & resistincia média fy, a0s “j dias, ¢ que o valor eqlidistame enue a resisténcia média © os pomtos de inflexto da curva ¢ © desvio-padnio “s” (ver fig. 1-1), eujos valores slo dados respectivamente por: fs (ay onde nm é o mtimero de CPs ¢ fy € a resisténcia & compressio de cada CP “1”. eeee ean 5uaneacenoencaanxunea Cesoavnaeaeeoneedeoeo eee eee0ee00202020080808008080080686 Frequénct Resist, média fy Resisténcia do concrete fe gura 1.1 ~ Curva normal de distribuicdo de freqiiéncias (Curva de Gauss) Frequéncia 5% fx Figura 1.2 - Resisténcia caracteristica do conereto & compressiio ‘Do inte de CPs ensaiados a resisténcia a ser utilizada nos cdlculos ¢ baseada em consideracSes Ambito mundial: a resisténcia caracteristica (fe) do lote um total de 5% dos resultados abaixo da qual s6 correspon: cencreto ensaiado ac obtidos (ou seja um valor com 95% de probabilidade de ocorréncia)(ver fi Para um quantil de 5% obtem-se a partir da curva de Gauss: fa=fy- 168s (3) A partir de resuliados de ensaios feitos em um grande nimero de obras e em todo ¢ mundo percebe-se que o-desvio-padrlo “s” € prinsipalmente dependente da qualidade de execugio ¢ nao da resistencia do concreto. A NBR-12655(1996) que trata do préparo, controle € recebimento do concreto, define baseada na sua expresso (2.3) que 0 cilculo da resisténcia de dosagem deve ser feito segundo a equagt fej = fax + 1465 54 (4) onde 5 representa o desvio-padrio de dosagem, De acordo com a NBR-12655(1996) o célculo da resisténcia de dosagem do concreto depende, entre outras varidveis, da condicio de preparo do concreto, definida 2 seguir: © Condigiio A (aplicdvel as classes C10 até CBO): © cimento €.0 08 agregados so medidos em massa, a égua de amassamento € medida em massa ou volume com dispositivo dosador e comrigida em fung3o da umidade dos agregados; + Condigio B © Aplicdvel As classes C10 até C25 - o-cimento é medido em massa, dgua de amassamento € medida em volume mediante dispositive dosador'e os agregados medidos em massa combinada com volume, de acordo com o exposto em 6.2.3; + Aplicdvel as classes C10 até C20 - 0 cimento é medido em massa, a 4gua de amassamento medida em volume mediante dispositive dosador © os agregados medides em volume. A umidade do agregado mitide ¢ determinada pelo menos trés vezes durante o servigo do mesmo. tumo de concretagem. O volume dé agregado ¢ comigido através da curva dé inchamento estabelecida especificamente para o material utilizado; * Condicde C (apliedvel apenas aos concretos de classe C10 ¢ C15): © cimento € medida em massa, of agregados so medidos em volume, a &gua dé amassamento & medida em volume ¢ a sua quantidade € corrigida em fungio da estimativa da umidade dos agregados eda determinaco da consisténcia do concreto, conforme disposto na NBR 7223, ou outro método normalizado. Ainda de acorde com a NBR-12655(1996), no inicio da cbra ou em qualquer outra cizcunstincia em que nfo se conhega 0 valor do desvio-padrio. se, deve-se adotar para 0 efilculo da resisténcia de dosagem os valores apresentados na tabela 1.1, dé acordo com a condiglo de preparo, que deve ser mantida permaneniemente durante 2 construgdo. Mesmo quando o desvio-padrio seja conhecido, em nenhum caso o mesmo pode ser adotado menor que 2.0 MPa. ‘Tabela 1.1 —Desvio- padrio a ser adotado em fungie da condigio de preparo do concreto [ Condieso ‘Desvio-padrio ] \ MPa | A 4.0 | B 35. cr 7.0. )) Para condigio de preparo C, ¢ enquanto nilo se conhece © desvio-padrio, exige-se para os concretos de classe C15 um consumo minimo dé 350 Kg de cimento por metro cilbico, Médula de elasticidade longitudinal O médulo de clasticidade longitudinal para um ponto qualquer do diagrama OXe (tensio x deformagic) € obtide pela derivada davde no ponto considerado, que representa a inclinagio da tangente & curva no ponto. De todos os médulos tangentes possiveis o seu valor na origem tem grande interesse, uma vez que as tensdes de servige na estrutura no devem superar & 40% da tensdo de ruptura do concreto, ¢ neste trecho inicial o diagrama oxe ¢ praticamente linear. De acordo com o item 8.2.8 da NBR-6118(2003) 0 médulo de clasticidade ou médulo de deformaco tangente inicial € dade por: 5600 (f,)"" G5) com Ewe fer dados em MPs. (© médulo de elasticidade sccamte a ser utilizado nas andlises elfsticas de projetc, pringipalmeme para determinacio dos esforgos solicitantes ¢ verificagio dos estados limites de servigo, deve ser calculado por: EB, =085E5 a6) Coeficiente de Poisson € médulo de elasticidade transversal De acordo com o item 8.2.9 da NBR-6118(2003) para tensdes de compressio inferiores a 0.3. ¢ para tensies de tragho inferiores a fq, 0 coeficiente de Poisson ¢ © médulo de clasticidade transversal sto dados respectivamente por: v=0,2 an Ges 04Ee 8) Diagramas tensiio-deformacio (axe) Conforme o item 8.2.10 da NBR-6118(2003) o diagrama oxe na compressio para tensdes inferiores a 0,5 £, pode ser adotado como linear ¢ as tensoes calculadas com a lei de Hooke, com o médulo de elasticidade igual ao secante Ex Para os estados limites ditimos 0 diagrama oxe-na compressio € dado pela figura (1.3) abaixo, onde se nota dois trechos distintos; 6 primeiro eurvo segundo uma paribola de segundo grat, com deformactes inferiores a 0,2%, ¢ 0 segundo constante, com defermagdes variando de 0.2% a 0,35%., Para o trecho curvo a tensio no concreto é dada port 9) 10 ee ew eee eee eee ee eeeee ee eeee? 20 3,5%e fe Figura 1.3 - Diagramas tensfio-deformace de conereto na compressio Na equasio (1.9) fea representa a resisténcia de célculo do conereto dada no item 12.33 da NBR-6118(2003). Na tragio o diagrama oxe € bilinear conforme a figura (1.4) abaixo: on fe 0,9 015% ex Figura 1.4 - Diagrama tensio.deformacio bi-linear do concrete & tragho Resistencia a tragio Conforme © iter 8.2.5 da NBR-6118(2003) a resisténcia a waco direte do concreto (fu) € dado por: fer = 09 fease 10) aap onde fas € a resisténcia a taco indireta © figs € a resisténcia a ago na flextio. Na falta desses valores pode-se obter a resisténcia média a tragito dada por: 0,3 (fa)? (MPa) az) fox Os valores inferior ¢ superior para a resistémcia caracterfstica a rag (fea) so dados por: fear = 057 fees (13a) fesop = 1,3 foam (1.136) 5.2 = Caracteristicas renlgieas do cancreta Segundo © dicionirio Aurélio reologia € “parte da fisica que investiga ax propriedades ¢ 0 comportamente meciinico dos corpos deforméveis que no sto nem sélidos nem liquidos". Retragéio (shrinkage) A retraglo no conereto € uma deformagdo independents do carregamemto (¢, portanto, de diregllo, sendo, pois, uma deformacio volumétrica) que ocone devido & perda de parte da gua dissociada quimicamente do processo de produgio do conereto, quando este “seca” em comtaro com oar. A deformagio especifica de retrago do concrete, pode ser calculada conforme indica o anexo A da NBR 6118(2003). Na grande maioria dos casos, permite-se que cla seja calculada simplificadamente através da tabela 1.2. Esta tabela fornece o valor caracteristico superior da R arerrretgecececezrzrezerezersezeeereerer er eter rere eeereee zaeeecrzae2e doformagto especifica de retragiio entre of instantes te ¢ to Gate t.), em funglo da umidade relativa do ar e da espessura equivalente ou ficticia ¢m . dada por: em = (2Ad/a (44) onde Acé a dréa da segio transversal e u é 0 perimetro da seco em contato com a atmosfera. Os valores dessa tabela so relatives a temperaruras do concreto entre 10 °C e 20 °C, podendo-se, entretanto, admitir temperaturas entre 0 °C e 40 °C. Esses valores sie vilidos para concretos plésticos e de cimento Portland comum. ‘Nos easos correntes das obras de conereto armado, em funglo da restriglo & rewagio do ‘concreto, imposta pela armadura, satisfazendo o mfnimo especificado na NBR-6118(2003), 0 valor de Eq(tey t) pode ser adotado igual a -15x10°. Esse valor admite elementos estrumurais de dimensbes usuais, entre 10 em e 100 em sujeitos a umidade ambiente no inferior a 75%. © valor caracteristico inferior da retragle do concreto é considerado nulo. Fluéneia (creep) A fluncia € uma deformagio que depende do carregamento e é caracterizada pelo aumento da deformacio imediata ou inicial, mesmo quando se maniém constante a tensSo aplicada Devido a esta deformagio imediata ocorreré uma redugiio de volume da pega, provecando este fato uma expulsiio de Sgua quimicamente inerte, de camadas mais intemnas para regibes superficiais da pega, onde a mesma jé tenha se evaporado. Isto desencadeia um processo, 20 longo do tempo, anslogo ao da retrag30, verificando-se desta forma um crescimento da deformagio inicial, até um valor méximo no tempo infinito, mesmo sob tensio constante. Da mesma forma que na retrago, as deformagbes decorrentes da fluéncia do concreto podem ser caleuladas conforme indicado no anexo A da NBR-6118(2003), Nos casos em que a tensio Gy(t,) néo varia significativamente, permite-se que essas deformagées sejam calculadas simplificadamente pela expressio: 13. a{ta.ty)=o,{te les * Easy 1 Ae | aasy onde: -e,(t,t,) a deformagio especffica total de conereto entre os instantes ty @ Las elt.) € 4 tensio no concreto devids a0 carregamento aplicado em to; ~ Ott te) © limite para o qual tende © coeficiente de fluéncia provocade por © valor de {t., te) pode ser caleulade por interpolago da tabela 1.2. Esta tabela fornece 0 valor caracterfstico superior do eoeficiente de fluéncia g(t. t.). O seu valor caracteristico inferior é considerado nulo. ‘Tabela 1.2 Valores caracteristicos superiores da deformaciio especifica de retraco eq(tt.) edo ‘coeficiente de fluneia Q{tt.) Unies Ambiente | 4g = cede eo | Espossure fevicia Save fa | 20 | | aw =) ee [ss_| 30 | 25 | 25 [as tte) | 30. { 25 | 20 | 20 | 16 | 18 | |. [eo fae ts tia tat dias [5 cass} 925 | 021 | 010 | 009) etcul Tas “ost[-a20 [ago fogs [009 80 -0,30_| -0,17 | -0,19 | -0,08 | -0,06 16 — Aco de armadura passiva Armadura passive é a armadura usada nas peas de concreto armada, 14 ( ( ( ( { ( ( ( i 4 4 { ( ( 4 4 ( 4 { ( ‘ ( ‘ { ( ( 4 4 ( ( ( 4 4 4 ( ( ( ( ‘ ( ( c ( ( ' ( ‘ 16.1 - Categoria Nos projetas de-estrumuras de conereto armado deve. ser ufilizado ago classificado pela NBR- 17480(1996) nas categorias CA-25, CA-50 e CAG), em que CA significa concrete aad e 0 nmerorepreseca valor caracieritio da resisifacis Ss esSbasnaato do ago eta ENtcm’, Os valores nominais dos didmetros, das segdes transversais ¢ da massa por metro sio os estabelecidos pela NBR-7480(1996), cujos valores mais usados estiio na tabela 1.3. Tabela 1.3~ Valores nominais para fios e banmas de ago | Diimetro nominal | Massa] Area nominal Nominal da sesio 2 10,0 10,0 | 0,617 | 0,785 5 12,5 0,963, 1,227 = 16 1578 | Zo +d [eens 20,0 2.466 3142 | | - | 3.0 | 3,853 T 4,909 | | - 40,0 | 9,865, 12,566 de icie 3 fios © bartas podem ser lisos ou provides de saliéncias ov mossas. Para cada categoria de 20, 0 coeficiente de conformagho superficial minimo, tp, deve atender ao indicado na NBR- 6118(2003). Para os efeitos desta norma, a conformacio superficial € medida pelo coeficiente TH , cujo valor esti rélacionade ao coeficiente de conformagle superficial ny , como estabelecido na tabela 1.3, conforme tabela 8.2 da NBR.6118, ‘Tabela 1.3 - Relagio entre 7); € 1p Ties bane Gesficiente de cenformagae superficial Me Lisa (CA-25) 1 Entalhada (CA-60) 12 1 Alta aderéncia (CA-50) 215) 2.25 Para a massa especifiea do ago da armadura passiva pode ser adotado 0 valor 7850 kg/m®. O valor do coeficiente de dilatagio térmica, para imervalos de temperatura entre 20 °C e 150°C pode ser adotado como 10°/ °C. O médulo de elasticidade, na falta de ensaios ou valores fomecidos pelo fabricante, pode ser admitido igual a 210 GPa. 1.6.3 = Diagrama tenso-deformactio O diagrama tenstio-deformago do ago, os valores caracterfsticos da resisténcit ao escoamento fy , da resisténcia a trago fyq ¢ da deformaglo titima de ruptura fax devem ser obtidos de ‘ensaios de tragio-realizados segundo » NBR-6152. 0 valor de fy, para 0s ages sem patamar de escoamento é 0 valor da tenstio correspondente & deformago permanente de 2 %e. Para cilculo nos estados limites dé servigo € dltimo pode-se utilizar o diagrama tsnsio- deformagio simplifieado mostrado na figura (1.5) abaixo, para os agos com ou sem patamar de eseoamente. 16 gg wm wt ww meme aeeestecaetseepeeeteetece cee ceeceezsreerewretewse be 10% Fig. 1.5 = Diagrama tensio-deformagao para agos de armaduras passivas Definigdes da NBR 6118(2003) Concreto estrutural = terme que se refere ao espectro completo das aplicagbes do concreto como material estratural Elementos de concreto simples estrutural — elementos estruturais produzidos com concreto sem nenhuma armadura, ov quando a possui ¢ em. quantidades inferiores aos minimos estabelecidos nesta norma, Elementos de concreto armado - elementos estruturais produrides com concreto cujo comportamento estrutural depende da perfeita aderéncia ago-concreto ¢ onde nifo se aplicam deformages iniciais nas armaduras. Elementos de concreto protendido ~ elementos estruturais produzidos com concreto onde parte da armadura ¢ previamente alongada por equipamentos especiais de protensic com finalidade de, em condigdes de servico, impedir ou limitar a fissuragio € os deslocamentos da estrutura e propiciar o melhor aproveitamento de agos de alta resistncia. no ELU( estado limite dltimo). 17 ‘Armadura passiva ~ qualquer armadura que no seja usada para produzi forgas de protensio, ‘ou seja, armadura utilizada no conereto armado. Ammudura ativa (de protenso) - armadurs constituida por barras, fios isolades ou cordoalhas, destinads a produzir forgas de protensio, isto é, armaduras com pré-alongamento inicial. Estados limites © Estado limite tltimo CELU) ~ estado limite relacionado a0 colapso, ou a qualquer outra forma de ruina estrutural, que determine a paralisagSo do uso da estrutura. a estado limite titimo da perda do equilibrio da estrutura, admitida como corpo rigidos estado limite Gitimo de esgotamento da capacidade resistente da estrutura no seu todo ou em parte, devido is solicitagées normals e tangenciais; estado limite tiltimo de esgotamento da capacidade resistente da estrutura no scu todo ou em parte, considerando os efeitas de segunda ordiems estado limite dltimo provecada por solieitagées dindmicas; estado limite itimo de colapso progressive; outros estados limites Ultimos que eventualmente possam ocorrer em casos especiais, ‘+ Estados limites de servigo (ELS) i: 3 Estado limite de formagio de fissuras (ELS-F} ~ estado que se inicia a formagio de fissuras. Admité-se que este estado limite ¢ atingido quando a tensio méxima ‘de traglo na segto transversal for igual a far, jd definida anteriormente como a Tesisténcia caracterfstiea & tragiio do eoncreto na flexio. Estado limite de abertura das fissuras (ELS-W) = estado em que as fissuras s¢ apresentam com aberturas iguais sos m/ximos estabelecidos nesta norma. Estado limite de deformagées excessivas (ELS-DEF) - estado em que as deformacSes atingem os limites estabelecidos para utilizaglio normal especificados nesta norma. Estado limite de vibragies excessivas (ELS-VE) — estado om que as vibragfes ‘tingem os limites estabelecidos para utilizagio normal da construco. 18 LBx Acées Na anélise estratural de ser considerada a influéncia de todas a8 ages que possam prod efeitos significativos para a seguranga ds estratura cm exame, levando-se cm conta os possiveis estados limites tltimos e as de servigas. As agdes sio classificadas conforme a NBR-8681(2003) em permanente, varidveis ¢ excepeionais. Actes permanentes AgSes permanentes silo as que ocorrem com valores praticamente constantes durante toda a vida da conse, As ages permanentes devem ser consideradas com seus valores representatives mais desfavordveis para a seguranga. L8.1.1 - AgGes permanentes diretas As ages permanentes diretas silo constituféas pelo peso proprio e pelos pesos dos elementos constratives fixos € das instalagSes permanentes. © Peso préprio. ‘# Peso dos elementos construtivos fixos ¢ de instalagdes permanentes NBR 6120(1980) © Empuxos permanentes 18.1.2 — Ag&es permanentes indiretas [As agdes permanentes indiretas so constinafdas pelas deformagSes impostas por retragio fluéncia do concreto, deslocamentos de apoio, imperfeigtes geométricas e provensio. © Retrago do concreto = Fluéncia de conereto + Deslocamentos de apoio + Imperfeigtes geométricas 1. Imperfeighes globais 2. Imperfeigves locais © Momento mfnimo © Protensio 9 2 1.8.2.1 = Aghes varidvels diretas ‘As ages varidveis diretas so constitufdas pelas.cargas acidentais previstas para ¢ uso da construgio, pela agio do vento ¢ da chuva. © Cargas acidentais previstas para 0 uso da construgio © Aco do vento * Agioda dgua © AgSes varifveis durante a construgio 1.8.2.2 AgGes varkiveis indiretas ‘© VariagSes uniformes dé temperatura ‘© Variagdes no uniformes de temperatura © Agdes dindmicas 18:3-— Actes excepelonais No projeto de estruturas sujeitas a situag&es excepeionais de carregamento, cjos efeitos nio podem ser controlados por outros meios, devem ser consideradas agGes excepcionais com os valores definides, em caso particular, por Normas Brasileiras especificas, |L8.4 = Valores das aces 1.8.4.1 — Valores caracteristicos Os valores caracteristicos Fi, das ages sio estabelecidos na NBR-6118 (2003) cm fungio da variabilidade de suas intensidades. Para as ages permanentes Fy, , os valores earacteristicos devem ser adotados iguais aos valores médios das respectivas distribuigbes de probabilidade, sejam valores caracterfsticos superiores ou inferiores. Esses valores sdo aqui definidos ou em normes espectficas, como a NBR-6118(2003), ee cw owe he eee eR eeeszs|esseaeseeasztasee—eezre Os valores caracteristicos das ages varidveis F , estabelecidos por consenso em Normas Brasileiras especificas, correspondem 2 valores que tém de 25% a 35% de probabilidade de serem ultrapassados no sentido desfavorivel, durante um periodo de 50 anos. Exses valores cas, como & NBR-6118(2003). slo aqui definidos ou em normas especi 18.4.2 ~ Valores representativos ‘As ages stio.quantificadas por seus valores representatives, que podem ser: 1. 0s valores caracteristicos conforme definido acima; 2. valores convencionais excepeionais, que so os valores arbiuados para as agées excepcionais; 3, valores reduzidos, em funcio da combinaso de agbes, tis como: # verificagdes de estados limites ditimos, quando a ago cousiderada se combina com a aco principal.Os valores reduzidos sio determinadas a partiz da expressio WoF: . que considera muito baixa a probabilidade de ocorréncia simultinea dos valores caracteristicos de duas.ou mais apbes varidveis de naturezas diferentes; © verificagio de estados limites de servico. Estes valores reduzidos sio determinadas a partir de yjFy , que estima um valor frequente © y:F; , que estima valor quase permanente, de uma agio.que ecompatha a ago principal. 18.4.3 - Valores de célculo Qs valores de cdleulo Fy das agSes slo obtidos a partir dos valores representativos, snultiplicando-os pelos respectives coeficientes de ponderagio yr definidos a seguir. 1.8.5 — Coeficientes de ponderaciio das apiies ‘As ages devem ser majoradas pelo cosficiente yy dado por: WeYa-Yo-¥e onde: «Yn ~ parte do cocficiente de ponderaglo das ages y; . que considera a variabilidade das agbes + ye pane do coeficiente de ponderagiio das agBes Yr, que considera a simultancidade de atuago-das aghes, «yo — parte do coeficiente de ponderagio das agies yr, que considera os desvios gerados nas construgbes e as aproximagbes feitas em projete do ponto de vista das solicitagbes 1.8.5.1 ~ Coeficientes de ponderacio das ages no ELU Os valores-base sto os apresentados na tabela 1.4 para ‘Yn » Yo ¢ na tabela 1-5 para ye Tubela 1.4 = Valores de yn « ¥0 Formanentes Combines ses _ agées | [rier Normals 4 [| n0 | ae [ 42 | 12 | oo | 42] 9 Especiais ou do T T omer [is | a0 | 12 [10 | 12 | oo | 12] 0 Excepelonais | 12 | 10 | 10 [o [wz[o] olf o | Onde: | Dé desfavorivel, F é favordvel, G € geral e T é temporéria. | ) para as cargas permanentes de pequena variabilidade, como o peso préprio das estruturas, especialmente as pré-moldadas, esse coeficiente pode ser reduzido para 1.3. 1.8.5.2 = Coeficientes de ponderacéio no ELS Em geral , 0 coeficiente de ponderago das agdes para estados limites de servigo € dago pela expresso: We2 ain onde yp tem valor veriével conforme a verificaglo que se-deseja fazer (tab. 1.5) * yool para combinagBes raras * Yo=w para combinagdes freqtientes e - - - fa oo - tg « © . . . e * - . * . * * * * . * a ‘ * * * * e ‘ 4 { ' ‘ + yoy para combinagGes quase permanentes. 1.8.6 — Combinacées de acies Um eamegamento € definido pela combinagao das agdes que tém probabilidades nto despreziveis de atuarem simultaneamente sobre a estrutura, durante um pericdo preestabelecido, ‘Tabela 1.5 - Valores:do coeficiente Yo Ages | Wo | Locais em que no hd predominincia de | | peso de equipamentos que permanecem | | § por lenges perfedos de tempo, | 0,5 | nem de elevadas concentragies de | Cargas | pessoas ? acidemtais [Locais em que hé predominiincia de de edificios | pesos de equipamentos que permanecem fixos por tongos periodos | 0,7 06 os de tempo, ou de elevada concentragio de pessoas *) { Biblioteca, arquivos, oficinas ¢ garagens| 0.8 O7 0.6 | Pressio dindmica do venta nas estruturas em geral ‘WariagOes uniformes de temperatura em relaciio & média anual local [Para os valores yj relatives as ponies e principalmente aos problemas de fadiga, ver seca |23. ? Béificios residenciais > Edificios comerciais, de escritérios, estagées e edificios publicos Vento 06 03 0 ‘Temperatura 06 05 03 1.8.6.1 ~ Combinagées titimas 1. Combinagées ultimas normais - Em cada combinagio devem estar inclufdas ax ages Permanentes ¢ a ado varidvel principal, com seus valores caracteristicos ¢ as demais ‘ages varidveis, consideradas sccundirias, com. seus valores reduzidos de combinagio, conforme NBR-8681(2003), 2 Combinagées tittimas especiais ou de construcfo - Em cada combinaclo deve estar Presentes as ages permanentes ¢ ago varidvel especial, quando existir, com seus valores caracteristicos ¢ ax demais ages varidveis com probabilidade nio desprezivel dé ‘ocorréncia simultfinea, com seus valores reduzidos de com 8681(2003) 3. Combinagdes diltimas excepcionais - Em cada combinaglo devem estar presentes as ages Pennanenies e a agio varidvel exeepcional, quando existir, com seus valores representativos ¢ as demais agSes varidveis com probabilidade nio desprezivel de ecorréncia simultinea, com seus valores reduzidos de combinaci0, conforme NBR- gio, conforme NBR- $681(2003). Nesse caso se enquadram, entre outas, sismo, incéndio e colapso Progressivo. 4. Combinagées ditimas usuais - para facilitar visualizagio, essas combinacBes esto listadas na tabela 11.3.da NBR-6118(2003) 1.8.6.2 — Combinagies de servign Sto classificadas de acordo com sua permanéncis na estrutura como: 1. Quase permanente — podem stuar durante grande parte do periodo de vida da estrutura © sua consideragtio pode ser necesséria na verificagio do estado limite de deformagies excessivas (ELS-DEF); 2. Fregiientes ~ se repetem muitas vezes durante o perfodo de vida da estrumra e sua consideraclo pode ser necessdria na verificagio dos estados limites de formagio de fissuras, de abertura de fissuras ¢ de vibragdes excessivas. Podem também ser consideradas para verificagdes de ELS-DEF decomentes de vento ou temperatura que possam comprometer as vedacbes; 3. Raras ~ ocorrem algumas vezes durante o perioda de vida da estrutura ¢ sua consideragdo pode ser necess‘ria na verificuglo do estado limite de formacio de fissuras @eeaeeczaeaee eaeeaeaea aaa eae ae gage ee tatseeataecte we BPdeweaenneetannnnnae 4, Combinagées de servigo usuais - para facilitar a visualizagdo, essas combinagdes esto istadas na tabela 11.4 da NBR 6118(2003) 18.7 — Resisténciag 18.7.1 — Valores caracterfsticos Os valores caracteristicos f das resisténcias sio.os qué, num lote de material , tem uma determinada probabi lidade de serem vlrapassados, no sentido desfavordvel para a seguranga. Pode ser dé interesse determinar a resisténcia carscteristica inferior fier € a superior fisep - que sio respectivamente menor e maior que a resisténcia média fm. Para efeito da NBR-6118 (2003), aresisténcia caracterfstica inferior & admitida como sendo o valor que tem apenas 57% de probabilidade de nilo ser atingido pelos elementos de um dado lote de material 18.7.2 = Valores de eaieulo 1, Resisténcia de cdleulo- A resisténcia de cdleulo fy € dada pela expressio: f= fh Yom (1.18) ‘onde Ym é 0 Coeficiente de ponderagio das resisténcias. ‘Resisténcia de céleule de conereto A resisténcia de cilculo do concreto fy & obtida em duas situagdes dlistintas: * quando a verificagio se faz em data j igual ou superior a 28 dias fos = fea Ye «1.19) © quando & verificagio se faz em data inferior a 28 dias 19) sendo By a'relaclo (fay / fax ) dada por: Bi = exp(s(1-(281)"") (1.20) onde: 38 pare concreto de cimento CPI e IV; ,25 para concreto de cimento CPI ¢ Il; 0,20 para conereto de cimento CPV-ARI 16 a idade efetiva do concreto, em dias. 1.8.7.3 - Coeficientes de ponderagilo das resisténcins As resisténcias dever ser minoradas pelo coeficiente: You = Yon «Yea = Ys az) onde: ‘Yen €8 pane o-coeficiente de ponderacio das resisténcia Ya, que considera a variabilidade da resistfncia dos materiais envolvidos. ‘Ym € a parte do coeficiemte de ponderago das resisténcia Yo .que considera a diferenga enue a resisténcia do material no corpo-de-prova e na estrutura. Yas € & parte co coeficiente de ponderagio das resistincia Yq, , que considera os desvios gerados na construsioe as aproximagtes feitas em projeto do ponto de vista das resisténeias, Coeficientes de ponderacSo das resisténcias no estado limite dltimo (ELU) Os valores para verificagio no ELU estio indicados na tabela 1.6 26 Tabela 1.6 = Valores dos coeficientes y. ¢ y, 5 Conereto Age Combinapbes = | Ye | Ye | aoe S| Nermais | aia 146 | construgie 42 Excepcionais Especiais ou de: | | 12 Coelicientes de ponderagio das resisténcias no estado limite de servigo (ELS) Os limites estabelecidos para os estados limites de servigo no necessitam dé minorago, Portanto yas 1. L9 — Referéncias Bibliograficas ASSOCIACAO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS (2003) —NBR 6118 =Frojeto de estruturas de concreta ASSOCIACAO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS (1980) - NBR 6120 - ‘Cargas para cdlculo de estraturas de edificagdes — Procedimento ASSOCIACAO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS (1987) -NBR 6123 devidas 20 ventoem edificagbes — Provedimento Forgas ASSOCIACAO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS (1996) - NBR 7480 — Barras fios de ago destinados a armadura para concreto anmado —_Especificaglio es itl EXAO NORMAL SIMI Dentre os esforgos solicitantes © momento fletor M é em condigtes normais o esforgo preponderante no dimensionamemto de pegas estruturais como Iajes ¢ vigas. Quando o momento fletor atua segundo um plano que contenha um dos eixos principais da seco transversal, a flexdo é dita normal , Se simultaneamente atua uma forga normal N ela é dita normal composta ¢ na auséncia desta, flexio normal simples. Normnalmente o momento fletor atwa em conjunto com a forga comante V, podendo no entanto em situagbes especiais, ser. unico esforge solicitente. Nesse caso tem-se a flexao pura, situagaio ilustrada na figura 2.2, no trecho entre as cargas siméwicas P, quando se despreza 0 peso préprio da viga. Segundo o © item 16.1 da NBR 6118 (2003), 0 objetivo do dimensionamento, da verificacio € do detalhamento € garantir seguranga em relaglo aos estados limites dltimos (ELU) e de servigo (ELS) da estrutura como um todo ou de cada uma de suas partes. Essa seguranca exige que sejam respeitadas condigées analiticas do tipo: Sas Ra MsaS Mra 1) Onde Sy € a solicitagio externa de céleulo e Ry é a resisténcia intema de cdleula, ae Seco Transversal Figura 2.1 ~ Esforcos externos ¢ internos na sega transversal Na figura 2.1, designou-se por Rec @ resultante de compressio no concreto ¢ por Re a resultante de trag8o na armadura (ago = steel), na secio em que atua o momento solicitante de cilculo My. Como ¢ flexiio simples, Nz = 0, tem-se que o momento interno resistente € equivalente a ago do bindrio: Recs =Ry.z=Ma 2) Quanto ao comportamento resistente & flexdo pura, sabe-se que sendo o concreto um material menos resistente & taco do que & compressio, tic logo a barra seja submetida a um momento 29 Figura 2.2 ~ Fissuras de flexiio fletor capaz de produzir tensbes de waco superiores &s que o concteto possa suportar, surgem. fissuras de flexiio transversais, conforme mostrado na figura 22. A “costura”” dessas fissuras pela armadura de flexdo A, impede que as mesmas eresgam indefinidamente: ocasionando a ruptura total da pega. Conforme ser4 visto no capitulo 4, a abertura dessas fissuras dependerd substancielmente das caracteristicas e do detalhamento final da armadura de flexio. A ruina de ums pesa 3 flexio é um fenémeno de dificil caracterizagio, devido basicamente & ‘complexidade envolvida no funcionamento Conjunto aco-concreto. Poranto para que essa tarefa seja possivel convenciona-se que a rufna de uma seco A flexdo € aleangada quando, pelo aumento da solicitesto, ¢ atingido a ruptura do concrete & compressio ou da armadura & tragdo. Para segdes parcialmente comprimidas, admite-se que ocorra a ruptura do concrete quando © mesmo atinge na sua fibra mais comprimida o encurtamento limite (itimo) Gcew=3,5 Ke. Para o ago admite-se que roptura & wagio ocorma quando se atinge um slongamento limite (tltimo) &54 = 10 Se. O alongamento maximo de 10 Re se deve s uma limitago da fissuragio no concrete que envelve 2 armadura e nfo ao alongamento real de Fuprura. do ago, que é bem superior a esse valor. Atinge-s6, entio, 6 esindo limite ghimo - ELU, comespondente a rupturs do concréto Comprimido ou a deformagio pléstica excessiva da armadura.O momento fletor Md € 0 momento de ruptura, enquanto o momento de servicgo serd o de ruptura dividido pelo coeficiente de ponderacko das agdes yp, ou seja: My = Malt 23) 30 Conforme o item 17.2 da NBR 6118, na anilise des esforgos resistentes de uma segio de viga ou pilar, devem ser consideradas as seguintes hipsteses bsicas: 1. As segbes transversais ce mamém planas aps a deformaclo; os varios casos possiveis sic ilustrados na figura 2.3; 2. a deformagdo das barras passives aderentes em tragfo ou-compressio deve ser a mesma do canereto em sewentomo; 3. as tensBes de taglo no conereto, normais & segdo transversal, devem ser desprezadas, obrigatoriamente no ELU: 4. Para © encurtamento de ruptura do concreto mas sees parcialmente comprimidas considera-se © valor convencional de 3,5 téw (dominios 3,4 e 4a da figura 3). Nas seges imteiramente comprimidas (domfnio 5) admite-se que © encurtamento da borda ni comprimida, na ocasiio da ruptura, varie de 3,5 Sho a2 %e, mantendo-se inalterado e igual 8.2 So deformagio a 3/7 da altura da secfio, a partir da borda mais comprimida, 5. Para o alongamento maximo de ruptura do aco considera-se 0 valor convencional de 10% (dominios 1 ¢ 2 da figura 2.3) a fim de prevenir deformagio plastica excessiva 6. A distribuigte das tensdes do concreto na seco se faz de acordo com diagrama parébola-retimgule da figura 2.4. Permite-se a substimicle desse por um diagrama retangular simplifieado de altura y=0,8 x (x & a profundidade da linha neutra), com a seguinte tensio: 0,85. fey = O85 . faa / Ye = Cea = fe 4) no caso em que a largura da segéo, medids paralelamente & linha neutra, no diminua 2 partir desta para a borda comprimida; 0,80. fog = 0,80. fax Ye = a= fy (25) mo caso contrério, 7 A tensilo nas armaduras deve ser cbtida a partir das suas deformagées usando os iagramas tensSo-deformagio, com seus valores de edleulo. Alonzamento ‘Encurtamento 2,0%0 25%, Figura 2.3 - Dom{nios de deformagio (Tepdino/NBR-6118) Fs=0,85fea Fes 0,8 Stes on 0,80 fos Figura 2.4 ~ Diagramas pardbola-retingulo ¢ retangular simplifieade do concreto (Tepedino) superarmada No-caso particular de flexdo simples dos domiinios ekistentas Feain elitiinaidos 8 dé niimerd 1 (segdo toulmente tacionada), dae $ (seco toulmente comprimida), restando pois os dominios possiveis 2,3.¢ 4 ‘Os dominios 2.¢ 3 correspondem ao que se denomina seco sub-armada (3 armadura escoa antes da rupture do conereto & compressiia: xy 2 ya). O domfnio 4 corresponde ao que se PitLTVTVLITLULBALAATLAL ARAL area eect aaercraadtacaaaacac denomina segao superarmada (o concreto atinge o encurtamento convencional de ruprura antes da armadura escoar: ta < Ee) Costume-se chamar normalmente armada uma seco que funciona no limite entre as duas situagSes acima, isto €, mo qual, teoricamente, o esmagamento convencional de concreto comprimido ea deformaco de escoamento do aco ocorram simultaneamente. Na figura 2.3 a situagae de pecas normalmente armadas ocorre no limite entre os domfnios 3 ¢ 4. ‘Segundo Tepedinio “em principio, nao hé inconveniente téenico na superarmagdo, a nio-ser, tulvez, alguma deformagio excessiva por flexiio, fato que pode scr prevenido. No entanto, » Superarmagio € antieconémica, pelo mau sproveitamento da resisténcia do aco. Por isto mesmo, sempre que possivel, devem-sé projetar sotes subarmadas ou normalmente armadas, sendo a mesma desaconselhdvel pela NBR 6118”, ANBR 6118 prescreve no item 14.6.4,3 limites para redistribuigio de momentos ¢ condigdes de dutilidade; “A capacidade de rotagio dos elementos estruturais é fungio da posigBo da linka neutra no ELU, Quante menor é x/d, maior ¢ essa capacidade. Par melhorar @ dutilidade das estraturas nas regides de apoios das vigas ou de ligagdes com ‘outros elementos estruturais, mesmo quando néo forem feitas Tedistribuigdes de esforgos solicitantes, a posigio da linha neutra no ELU deve obedecer aos seguintes limites: 4) x/d $ 0,50 para concretos com fx $35 MPa; ou 'b) avd < 0,40 para concretos com fax > 35 MP: Eno item-17.2.3,-dutilidade de -vigas: : “Nas vigas, principalmente nas zonas de apoio, ou quando feita redistribuigo de esforgos, & importante garantir boas condigdes de dutilidade, sendo adotada, se. necessério, ammadura de ‘compressie que garante a posi¢io adequada da linha neutra (x), conforme 14.6.4.3 ‘A introduge da armadura de compressio para garantir o atendimento de valores menores de X (posigéio da linha newtra), que esiejam nos domfnios 2 ou 3, no conduz a elementor estruturais com ruptura frigil (usualmente chamados de superarmados). A ruptura frégil esté associada a posigZo da linha neutra no dominio 4, com ou sem armadura de compressio.” 3 - Sectio retangular A flexiio simples Segundo Tepedino "no caso da segdo retangular, pode-se, sem erro considendvel e obtendo-se grande simplificagao, adotar, para os dominios 2 ¢ 3 (segio subarmada ou normalmenté armada), 0 diagrama retangular para as tensGes no concreto, permitido pela NBR 6118, representedo na figura 2.3." EE Ate, Figura 2.5 - Seco retangular & flexio simples Para que a tensiio Gig na armadura tracionada seja igual a fg, € necessério e suficiente que a profundidade relativa da linha neutra (wd) seja menor ou igual & profundidade relativa limite do dominio 3, dada por: (x 0,035 a @. © Ey +0035 Gal com ya, deformagiio de edleulo ao escoamento da armadura, dada por: a eee pi ice see elk eee ae ees an De acordo a figura 2.5 pode-se escrever as seguintes equagtes de equilfbric: EMys0> | Mg=Re. @-y/)+A%.o'u (G8) 28) ER=0 = Ne=0=Re +A’. Gla Ase toa sy Ao dividir todos os termos da equaglo (2,8), de equilforie em termos de momentos, por uma quantidade que tem a mesma dimensio de um momento, como o termo f,.b.d*, obtém-se uma equagio de equilforio em termos adimensionais, que depois de substituido © valor de Recafab, © eancelados os valores iguais no numerador e denominador fica: sa (, 2" K =K'+——4/1-— a + tba | *) (2,10) Onde: rete ay 2.11) 0 parkmetro adimensional que mede 2 de céleulos ensidade do momento fletor solicitante (extemo) (2.32) €¢ parimetro adimensional que mede a intensidade do momento fleter resistente (interno) de cdlculo, devido ao concreto comprimido. © tereeiro termo dé (2.10) mede a intensidede do momento fletor resistente (interno) de cAlculo, devido & armedura A", comprimida. Na equacdo (2.12), a.¢ 0 valor da profundidade relativa da linha neutra referente a0 diagrama retangular simplificado de tensSes no concreto, ou seja: o1= (vid) = 08. (xd) = 0,8. E (2.13) 35 “A-equagio (2.12) representa uma equario do segundo grau em «Le ;portamto, conforme (2.13 em fungio dh ineégnita x (profundidade da linka neuwa), que depois de resclvida fomese ‘entre as duas raizes do problema, 0 seguinte valor possivel: a= =2K" 2.14) Voltando-se a equagdo (2.10), multiplicando-se ¢ dividindo-se o ltimo terme simultaneamente por fyg, obiém-se a expresso para o edleulo da armadura comprimida A’s +9 1s) Onde @ representa 6 nivel de tensio na armadura eomprimida, dada por 90's fa sl (2.16) [A partir da equagto de equilfbrio (2.9) determina-se a armadura de tragBo Ax dade por age ean ean fa Multiplicando-se ¢ dividindo-se simultaneamente © segundo termo de (2.17) por de substimindo a relagdo 0’ ,a/ fyy do terceiro terme pela equagio (2.16), obtém-se: {bd y Ebay sas 2.4 anne (2.18) a De (2.13) e (2.14) sabe-se que (yd) = = 1-(1- 2.K’)!? que levado em(2. 18) formece: Ay=Aat Ae (2.19) 36 8 ge eee ee eaeasasakaakt bd fy - 1-2K") 2.20) am Uma vez calculada a armadura A, com sua parcela Aj podé-se obter a armadura A’, dada por: Aalé 2.22) As expresses (2.19) a (2.22) slo as utilizadas pare o edlculo a flexdo de vigas com seplc retangular, |A armadura de compressio A’, nem sempre € necessiiria para equilibrar o momento exteme Mi (representado adimensionalmente por K), que nésse caso serd equilibrado internamente apenas pelo momento devido ao conereto comprimido (representado adimensionalmemte por K°). A nica possibilidade matemética de se ter armadura A’, nula e conseqiientemente também Ag, fazer em (2.15) ou em (2.21) K = K’, Essa igualdade tem uma explicagio fisica eoerente com a situage de armadura simples (sem arnadura de compressio), o& seja: « quando © momento externo Mg, (K), for equilibrado pelo momento interne devide a0 coneréto comprimido, (K"), isto € K = K’ , no necessirio armadura de compressio. Conform 10 arteriormente na equagio (2.6), a méxima profundidade relativa da linha neutra para se ter sego subarmada ou normalmente armada & a correspondente 20 limite de domfnio 3. Com essa profundidade limite obiém-se 0 méximo momento interno resistente K',, que deve ser equilibrado pelo momento externo limite Ky,. Para essa si partir da equac%o (2.12), obtém-se: ago limite, a Kp=K’y =a (1-0/2) 22) ote = (yA) = 0,8.(210, = 0.8 - Exam am) Q valor de Exim depende do tipo de ago empregade, assim como as outras grandezas da tabela 2.1 abaixo, ‘Tabela 2.1 - Valores de Ky, sem a consideragio da dutilidade Ago. ‘tye ey Esai my Ky dkN/ens") Feo) xia) , CA-25 21,74 1,035 0,772, 0,617 0,427 CA50| 3.48 2,070 0,628 0,505 0.376 CA-60 5247 I 2,484 0,585 I 0,468 0,358 A relagio & = (ud), além de satisfazer ao limite estabelecido em (2.6), que gerou a tabela 2.1, deve também atender aos limites fixados pela NBR 6118 em 14.6.4.3, para melhoria da dutilidade, que fixa a profundidade relativa limite em: Bun = (X/d)in $0.50 para concretos com fx 5 35 MPa Bin = (WA)i $040 para concretos com fs 38 MPa (2.25) Observando-se a tabela 2.1 nota-se que todos os valores de Esjim S80 superiores aos das equagSes (2.25) qué, portanto, para se atender is prescribes de melhoria de: dutilidade das vigas deve-se ter 65 seguintes valores de Ky, da tabele 2.2, que agora nfo mais dependem do tipo de aco, mas sim apenas se a resist@ncia fy do concreto ¢ inferior ou no a 35 MPa. ‘Tabela 2.2 - Valores finais de Ky, com a consideracao da dutilidade fae Ki S35 MPa 0,320 > 35 MPa 0,269 A partir da equagdo (2.11) ¢ considerando os valores limites da tabela 2.2, obtém-se: Ma = Ky. (fb?) (2.26) 38 ek a a ae Ee oe ee A ES 9 ee ee ee eee oe (2.27) onde: * Maz €0m4ximo momento fletor de ediculo resistido com armadura simples + dé. altura Util minima necesséria para resistir ao Mg com armadura simples Caso o momento de cdlculo atuante seja maior que Mua ou ainda que a altura itil seja menor ‘que d1,0 que significa em ambos, K > Ky, toma-se necessdrio para o equilfbrio a armadura de ‘compressio A’. Essa situagio, com a utilizacfo simultinea de anmadura de tagho A, ¢ de compressio A’,, caracteriza sees dimensionadas & flexio com armadura dupla. Conforme jé citado & superermagto deve sempre ser evitada, principalmemte por ser antiecon6mica. Ne situaciio de armadura dupla para os valores da tabela 2.2, caso se pretends absorver um momento solicitante superior ao Mu. apenss com armadura de tragio, isso nfo significa necessariamente pegas superarmadas. Jd com os valores da tabela 2.1, caso.a mesma situagio otorra ¢ seja possivel 0 equilforio apenas com armadura simples (s6-A,), essa segiio serd obrigatoriamente superarmada, uma vez que os limites da tabele 2 referem-se ao final do domfnio 3. N situsgio de armadura dupla K > Ky (Mg > Mgg), basta fazer nas equagdes de dimensiqnamento a flextio em segGes retangulares, equagbes (2.19) a (2.22), K? = Ky. Essa igualdade significa fisicamente que 0 momento intemo resistente referente ao concreto comprimido K? é igual ao maximo momento fletor de célculo resistido com armadura simples K,. Essa parcela de momento total serd resistida pelo concreto comprimido e pels armadura tracionada An. A diferenga (My ~ Max), que em termos adimensionais fica (K - Kx), seré absorvida pela parcela da armadura de tag Aq € pela armadura de compressio A’. No céleulo da ammadura A’, aparece © nivel de tensiio 6 ne armadura comprimida, que normalmente vale 1, ov seja ay = fyg. A tensSo na armadura comprimida o's ¢ fungio da deformagio e's, que por sua vez depende da profundidade relative da linha neutra & = (x/d) Na simuagiia de armadura dupla (onde A’, # 0) essa profundidade relativa é constante e igual a do Fam = Gdn dado na equagio (2.25), para cada uma das duas faixas de resisténc ‘conereto (fa 35 MPa ou f> 35 MPs), 39 Figura 2.6 — Diagrama de deformacdo na armadura dupla Considerando os valores limites da equagae (2.25) nota-se que ambos, (x/d)=0,4 ¢ (x/d)=0,8, slo menores que os valores de Essin = (x/d)ssim da tabela 2.1, para as ts categorias de ago CA-25, CA-50 € CA-60. Além disso, 0 valor da profundidade relativa do dominio 2 € dado Por Eztim = (x/d)asim = (3,5 / 13,5) = 0,259. Pode-se concluir, portanto, que para as trés eategorias de ago empregados em pegas de concrete armado, a profundidade relativa limite que define a armadora dupla estaré no domfnie 3, ou soja: Exum = 0,259 < Een = (X/A)uem < Eston (2.28) A definigio de ELU para 0 dominio 3 ¢ tamu = 3,5 %c, conforme indicado na figura 2.6. A deformagio €’, pode ser calculada a partir dz seguinte equag%o, retirada por semethanga de wiangulos na figura 2.6: (2.29) (2.30) Caso e*, seja menor que o valor da deformagio de célculo comespondente ao escoamento a, a tensiio oyg 6 obtida pel cago da Lei de Hooke, o'sg = Ey «és, ©.que iniplica em valor 40 LOR SSSHERABAEORADE LE AROE ERO SOAKAAKEARAAEARAE DADRA ALOAAAR de @-menor que 1. Caso commrério Osa = fhe, 0 que implica em @ = 1. Fazendo e', 2 &¢ et (2.30) obtém-se a inequage (2.31) que expressa a relagio (d'/4) abaixo da qual se tem @= I: (@\ (2) .(;-*m_) (“\<(F) 35 MPa (ld bes (Abin = 0:40 Gms | wae Gide (aye (CA-25 0,352 | 2840 0,282 3,550 [Caso 204 | 4896 0,163 Git | CA-60 0,145 6,893 OL16 8616 ‘Os valores da tabsla 2.3 slo as relagdes usuais para vigas de concreio armado, ou seja, geralmente o nivel de tenso na armadura comprimida é igual a 1, No entanto, para situagdes pouco comuns, Tio comtempladas na tabela 2.3, 0 valor de 4 = ofa / fye S 1. pode ser obtido com oa = Ey. e's fya, 2 partir da equagio (2.30): xX) Todo o dimensionamento de segées retangulares submetidas flexdo simples encontra-se de forma resumida na proxima pagina. al FLEXAO NORMAL SIMPLES ~ SECAO RETANGULAR (TEPEDINO) AY : oat va Segafa0,85fey K=K ALPAgtAg 4aa+e Valores de K, fase | Ku a =35MPa | 0,320 | oul >35 MPa 0,269 fe RelacSes entre de d° para deter o nivel de temsso ¢ =1 o= Ea. a [ae | GsiiNm [Geshe] f, we (ais 1 wane ahs} aes] he [Teazs [0352 2840) 0282) asso) «2 fue KN/cme” (eso 030 —“ae os oni] (Teaco T6163 693 oan Bale a2 Secio T ou La lexan simples “eas esmumuras de conereto armado silo muito freqltentes as segtes em T ou L, uma vez ave vuras das vigas slo normalmente solidirias as Iajes, que colaboram na resisténcia a compressio, conforms mostrade na figura 2.7 E necessario salier ar que uma viga dé conéreto armado com segio geométrica em T ou L, isto & composta de uma nervura ¢ uma mesa, somente pode ser considerada como tal 20 eéleulo, quando a mesa estiver comprimida; caso contrésio a segio se comportari como retangular de largura by"(Tepedino). Por outro lado, ¢as0 @ profundidade da linha neutra, considerando-se.o diagrams retangular simplificado, se} menor ou igual a altura da mesa (y O = fya)s podem ser montadas as seguintes equagbes de equilibric: M =foala ~E} ent, ~o {aoa o',(6-¢’) (234) Ny =f.b,y+f,(b, —b, hy +A',0", (2.35) ‘Transformando-se @ equago (2.34) conforme procedimento andlogo ao da segio retangular e lembrando-se que He 9 = O'sallyg obtém-se: Me. 2.36) tba? Fazendo-se @37 (2.38) ‘Nota-se pelo valor de K em (2.37), que ao diminuir do momento total solicitame de edleulo Ma 0 momento resistido apenas pelas Iaterais da mesa comprimida - fe(br-b.)hdd-hy2), © problema se transforma na flexio de uma segdo retangular de largura Dee Levando-se (2.37) ¢ (2.38) em (2.36) obtém-se: (2.38) Os 105 para limitagiio do valor de K sio os mesmos da segHio retangular, portanta: KsK, = Kek K>Ky = Keky Da equagio (2.35) obtém-se: (2.40) valor de c pode ser obtido de (2.58) resultande como na seglo retangular a expressio (2.14), que levada em (2.40) fica: Ass AgtAg (2.41) ag =fbely ema s{ Bey )Be] (242 Sri ealcanad (beta (2.43) (2.44) Fazendo-se by = by nas equagées (2.41) a (2.44) elas se wansformam nas equagdes (2.19) 8 (2.22) para a seco retangular, como era de-se esperar. Analisando-se a equasio (2.37) nota-se que quando K = 0, 0 momento extemo de ediculo M € igual ao momento intemo resistido apenas pelas laterais eomprimidas da mesa. Como nesse caso 0 techo di mesa de largura by ainda est comprimide, a profundidede da linha neutra 45 serd menor que hy, para se ter © equilfbrio. Isso significa que mesmo para pequenos valores de K positives, a linha neutra cortard a mesa ¢ o dimensionamemto se fard como segao retangular de largura by. © valor positive de K abaixo do qual a mesa estard parcialmente comprimida € encontrado fazendo-se em (2.37) K = K’,uma vez que para pequenos valores de K a armadura ‘comprimida € igual a zero. Como K = ci(I-a/2) e nesse caso y = hy, tem-se: a) hf, h K, =K'= =) ==) —t- A! i oft 5) av #) as) Para valores de K < Ke o dimensionamento deve ser feito como seco retangular by x h. Embora esse seja 0 valor corréto, sabe-se que usando o limite do Prof. Tepedino, K <0, a armadura calculada como segio T com 0 < K S Ko, dé o mesmo resultado que como segio- retangular br x h nesse mesmo intervalo. Portanto, para efeito dessa publicagdo seré tomado como © limite para se ter a mesa parcialmente comprimida o estabelecido pelo Prof. Tepedino, K <0. : Normalmente a largura colaborante da mesa by (determinada no item seguinte) conduz a valores de momentos resistentes internos, qué dificilmente precisam de uma profundidade da Hinha neuwa superior a hy Nessa situagic 0 melhor seria, determinar © méximo momento interno de célculo resistido pela mesa inteiramente comprimida, denominado Mardterinas © dado por: h, Mane =f.brh,| d=“ (2.46) MsSMant => yshy = seplioretangular —byxb Me>Mart => y>by = secio Tou L 2.4.1 - Determinagiio da largura colaborante da mesa « by Quando uma viga submetida & flexSo deforma, ela traz consigo a laje que Ihe é solidéria, que se estiver comprimida auniliaré na sbsorg0 do momento fletor atuante. Adotando-se 46 diagrama retangular simplificado da NBR-G118, a tensio na mesa comprimida SSfea. corespondente 20 echo comum com a nervura (b.), deve ser igual a Gea = Afastando-se desse trecho nos dois sentidos, conforme mostrado na figura 2.8, a tensfio dé compressio deve diminuir até zero, para pontos na laje bem distamtes da nervura.” Eséa Gistribuigdo de tenses na mesa pode ser obtida pela teorie da elesticidade, mas pela NBR- 6118 cla € substituida por uma distribuigo uniforme simplificada, com tenso igual a f,, € com uma largura total igual a by, de tal forma que as resulantes de compressio em ambas as distribuigdes sejam estaticamente equivalentes, Distribuicdo simplificads equivalemte Tn istribuicie real de. ses na mesa, be I Figura 2.8 - Distribuigio real ¢ simplificada de tensfies ma mesa Segundo a NBR-6118, no item 14.6.2.2, a largura colaborante by deve ser dada pela largura by acrescida de no méximo 10% da distineia a entre pontos de momento fletor nulo, para cada lado da viga em que houver laje colaborante. A distincia a pode ser estimada, em fungi do comprimento ! do tramo considerado,como se apresemta a seguir: + _viga simplesmente apoinda a= 1,001, * frame com momento ¢m uma sé extremidade a=O,75 i * tamocom momentos nas duas extremidades a= 0,601; + wamoem balango a= 2,001 Alternativamente, o cémputo da distincia a pode ser feito ou verificado mediante exame dos diagramas de momentos fletores na estrutura. Dever ser respeitados os limites by ¢ byconforme indicado na figura 2.9. Figura 2.9 - Largura da mesa colaborante bd: S05 b by sOla (247) bs S by bs S01 a SPVTSSFVPSARAAASAAsVAs*asVsesaese ses seseesseseesteteeaeaeaneeeeneazsna220cn FLEXAO NORMAL SIMPLES ~ SECAO T OU L (TEPEDINO) br rec 85f4 Ay = Ree Asfya kes] be KKp K=Ky A,zAgt4a fyq em kNiem? CAGO 1 0.185 | 6.893 Te] 8.616 a9 Prescricdes de norma referente as vigas 2.5.1 - Armadura longitudinal minima de tragao De acerdo o item 1 estrumrais armadas ou protendidos deve ser determinada pelo dimensionamento da seco a 3.5.2 da NBR-6118, 2 anmadura minima de taco, em elementos um momento fletor minimo dado pela expresso a seguir, respeitada a taxa minima absoluta de 0,15 %. Magma = 0,8 Wo fernn 2.48) Onde: © Wo 0 modulo de resisténcia da seciio transversal bruta de concreto, relative & fibra mais tracionada; © Fedcsup & a resisténcia caracteristica superior do concreto & tragHo (item 8.2.5 da NER 6118). De .2.5 sabe-te que: Feacsup = 1,3 « foam = 0,39. (fea) *® (MPa) (2.49) 0 dimensionamento para Mgmia deve ser considerado atendido se forem respeitadas as taxas de armadura da tabels 2.4 abaixo. ‘A xa mecSnica mfnima de armadura longitudinal de flexio para vigas, aia, que aparece na tabela 2.4, € dada por (2.50) (2.51) 50 nm meme ha DaMaAUETADATAAETAITTAUATRAAAVTATLAULAULIULLIUILL ‘Tabela 2.4 - Taxas minimas de armadura de flexfio para vigas Valores dé Prue’ = (Asmin/ Ad - % Formada | he fa] 0 | 23) 6 | 8) | © |] © | Os MPs | MPa | MPa | MPa | MPs | MPa | MPa | Retangular) 0,035 | 0,150) 0,150] 0.173 | 0,201 | 0,230 | 0,259 [ 0.288 T= (esa C024 | 0.150 | 0150 | 0.150 | 0.150 | O58 | O17 | 0197 comprimida) | | T-(eca| 0,031 | 0150) 0.150 | 0,153 | 0.178 | 0.204 | 0.229 | 0.255 tracionada) | Circular 0.070 | 0,230 | 0.288 | 0.345 | 0.403 | 0,460 | O518 | 0,575 TGs valores de Pan estabeleeidos nesta tabela pressupBers © aso de ago CA-BO,yoslya © yaI,15. Casoesscs | fatores sejam diferentes, Pig deve scr caloulado com base n0 alot d Chau do. NOTA -Nas sogbes tipo Ty a drea da seq a ser considerada deve ger caracterizads pela alma acrescida da mest colaboranl=. Qs valores da tabela 2.4 foram obtidos para aco CA-S50, ye=1y4 ¢ Ye=1y15. Como exemplo para esses valores, a taxa minima para segio retangular com concreto fa=30 MPa, fi Pin = (30V1,4) x 0,035 / (500/1,15) = 0,00173 = 0,173 % Para outros valores de tipo de ago ou de coeficientes de ponderagées dos materiais, nfo se pode usar a tabele 2.4, devendo-se calcular a taxa mfnima pela equagio (2.51), que € 0 aso por exemplo, das iajes, onde se usa normalmente ago CA-60. 2.4.2 - Armadura de pele ‘Segundo o item 17.3.5.2.3 da NBR-6118, a armadura minima lateral deve ser 0,10 % Agana ‘em cada face da viga e compesta por barras de alta adéréncia (1);22,25) com espagamente no ‘maior que 20 em ou d/3 (18.3.5), respeitado 0 disposto em 17.3.3.2 (toda armadura de pele racjonada deve manter um espagamento menor ou igual a 159). Emivigas com altura igual ow inferior a 60 em, pode ser dispensada a vtilizago de armadura de pele. 51 2.4.3.~ Armaduras de tracio ¢ compressio ‘A soma das armaduras de tragio ¢ de compressio (A, + A’) mlio deve ter valor maior que 4% 4c calculada na regio fora da zona de emendas. 2.4.4 - Distribuigdo transversal das armaduras longitudinais ‘O espagamento mfnimo livre entre as faces das barras longitudinais, medido no plano da ‘seglo wansversal, deve ser igual ou superior a maior dos seguintes valores: ‘* na direstio horizontal (ay) - 20 mm; ~ didmetro da bara, do feixe ou da Iva; += 1,2 ver 0 diimetro méximo do agregado; © na diregao vertical (ay) - 20mm = difimetro da barra, do feixe ou da luva; = 0,5 vex.0 diémetro méximo do agregado. Na figura 2.10 estio indicados os espagamentos minimos na direg&o horizontal (ay) ¢ vertical (@y). Com base: nessa figura obtém-se largura stil (bye) da viga dada por: Das = By — 2. (C+ Oreanve) (2.52) onde: ee ¢0 cobrimento nominal da armadura 3 easy 0 difimetro da armadura transversal (estribo) ‘0 niimero méximo de barras longitudinais com difimetro ¢tosg que cabem em uma mesma camada, atendendo ao espacamento horizontal a, especificado acima, fica: (253) 32 eo oe ee me) enn4nneaneenheee4oee) eee) ee) eaeenene”deneane22e e424 @

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