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Geo– 11º ano – Rochas Metamórficas – 91

Cristina Silva

Tipos de Metamorfismo
Alguns dos critérios para classificar tipos de metamorfismo são a extensão da área
por ele atingida/abrangida, fatores que nele predominam assim como os
processos metamórficos.
Consideram-se os seguintes tipos de metamorfismo:
A. Metamorfismo de impacto ou choque
B. Metamorfismo dinâmico ou cataclástico
C. Metamorfismo de contacto ou térmico
D. Metamorfismo regional:
- Afundamento
- Termodinâmico

ou hidrotermal

ou de afundamento

A. Metamorfismo de impacto (ou choque)


• Este tipo de metamorfismo não apresenta relação com os outros
tipos.
• É produzido pelo impacto de meteoritos de grande porte, com
velocidades altas, na superfície dos planetas provocando
recristalização.
• A preservação de registos ou evidências deste tipo de
metamorfismo é extremamente rara, em função dos diferentes
ciclos geotectónicos sobrepostos e da erosão.
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B. Metamorfismo dinâmico (ou cataclástico)


O fator determinante e exclusivo é o atrito.
É desenvolvido através de longas “faixas” /zonas e estreitas na adjacência de
falhas ou zonas de cisalhamento onde pressões de grande intensidade causam
movimentações e ruturas na crosta.
Nota:
• Em profundidades de 10 a 15 Km este movimento/atrito pode desfazer
rocha originando fragmentos ou pó, porque as rochas têm um
comportamento plástico.
• Para profundidades maiores a rocha tem um comportamento dúctil e
pode ocorrer recristalização dos minerais da rocha, sem haver aumento
de temperatura e pressão.
✓ A rocha resultante é um milonito (foliação paralela ao plano da
falha).
✓ Esta rocha metamórfica pode encontrar-se em todos os limites de
placas e em fraturas.

Zona de cisalhamento
Zona de cisalhamento

Milonito

O milonito tem cristais


muitos pequenos e
apresenta foliação Rocha original (protólito)
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C. Metamorfismo de contacto (ou térmico)


O principal fator de metamorfismo é a temperatura, não provoca foliação
e ocorre recristalização.

• Resulta da ação principal da temperatura, através do calor cedido


por uma intrusão magmática que corta uma sequência de rochas
encaixantes pré-existentes (sedimentares, metamórficas ou
magmáticas).
• O fator pressão/tensão existe, mas é pouco intenso e uniforme
(sozinho não causa metamorfismo) - fator insignificante neste tipo
de metamorfismo.

Processo Metamórfico
- Quando o magma ascende, contacta com as rochas encaixantes e provoca
o seu aquecimento.
- A área rochosa, aquecida em torno do magma, constitui uma auréola de
metamorfismo.
- Nessa zona da auréola, o aumento de temperatura provoca uma
recristalização dos minerais da rocha encaixante.

- A dimensão/extensão da auréola metamórfica e os minerais que a


constituem dependem da:
. composição mineralógica e do teor em água da rocha pré-existente.
. dimensão/volume da intrusão magmática.
. temperatura da intrusão magmática.
- As rochas metamorfizadas, por contacto, não apresentam foliação
porque não atuam pressões não litostáticas/dirigidas/orientadas.
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Arenito Calcário Quartzito Mármore

Auréola
de
Metamorfismo

Argilito Corneana Intrusão magmática

Minerais

Nota:
As rochas metamórficas deste grupo (metamorfismo de contacto) são conhecidas por
corneanas ou "hornfels" embora se utilize, com mais frequência, esse termo para
designar as rochas metamórficas provenientes do argilito.
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Na sequência da auréola metamórfica, encontra-se a mesma rocha


metamórfica em diferentes processos de recristalização, consoante a
temperatura baixa, até encontrarmos as rochas pré-existentes devido ao facto
de nessas zonas a temperatura já não ser suficiente para as metamorfizar.
Exemplo:
Auréola Metamórfica
Rocha Rochas metamórficas em
pré-existente diferentes estados de recristalização

Argilito Corneana

Mármore
Calcário

Arenito ou grés Quartzito

D. Metamorfismo Regional
• Este tipo de metamorfismo resulta da ação combinada de vários
fatores:
- Pressões não litostáticas
Fatores determinantes
- Temperaturas altas
- Pressões litostáticas
- Fluídos de circulação As tensões diferenciadas determinam o
- Tempo aparecimento de Foliação
(aspeto laminado ou bandado)
Os minerais apresentam direção
perpendicular à direção da pressão
(compressiva e distensiva) e paralela à
direção da pressão (cisalhamento)

• É típico dos limites convergentes (zonas de subducção o obducção),


onde se verificam altas temperaturas e pressões. Contudo, o efeito
da pressão sobrepõe-se ao efeito da temperatura.
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Subducção

Obducção

O metamorfismo regional pode ser classificado em graus:


- Grau baixo
Temperaturas (100ºC a 200ºC) e pressões baixas.
Origina ardósias e filitos.
(minerais como a clorite, biotite e moscovite).

- Grau médio (intermédio)


Temperaturas mais elevadas (200ºC a 500ºC) e pressões mais altas.
Origina variedades de xistos.
(minerais como granadas e estaurolites, por vezes na forma de cristais de elevadas dimensões)

- Grau elevado
Temperaturas muito elevadas (500ºC a 800ºC) e pressões muito altas.
Origina gnaisses.
(ricos no mineral silimanite)

Grau Baixo
Grau médio
Grau elevado
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No limiar do metamorfismo de grau elevado define-se um domínio de


transição para o magmatismo, designado de ultrametamorfismo em que a
fusão pode ser parcial ou total:

- Fusão parcial
. originam-se rochas designadas migmatitos.
. apresentam uma parte clara que fundiu e uma parte escura, que
não fundiu, metamórfica, formada por minerais de ponto de fusão
mais alto.
Como consequência apresentam um bandado claro e escuro.

- Fusão total
. caso extremo do metamorfismo, anatexia.
. origina um magma que consolidando gera granitos denominados
granitos de anatexia (parecidos com os gerados pelos magmas
ígneos).

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