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Bom dia a todos.

Hoje irei apresentar uma breve reflexão sobre um dos dilemas mais
pertinentes e dignos de destaque de toda a história da humanidade. Trata-se, assim, da
necessidade intrínseca do ser humano de optar entre o conformismo ou a coragem de assumir
riscos.

Efetivamente, esta curiosa questão, que é por vezes subestimada pela sociedade, tem-nos
acompanhado desde os primórdios da nossa existência. Note-se, a título de exemplo, as
difíceis escolhas levadas a cabo pelos nossos mais antigos antepassados entre partir à
descoberta do desconhecido e incerto, na esperança de que isso os fosse recompensar, ou
permanecer inativamente num local seguro e resguardado, tal como a maior parte do grupo.

Ao analisarmos este simples exemplo, conseguimos facilmente entender que tanto o


conformismo como a coragem de assumir riscos podem ser opções válidas que devem ser
sempre ponderadas de modo a encontrarmos o melhor caminho para cada situação.

Com efeito, há múltiplas ocasiões em que pode ser vantajoso ser-se conformista. Desta forma,
não levantar grandes questões nem objeções e limitar-se a seguir a norma estipulada pode ser
ideal em certos contextos. É, por exemplo, bastante benéfico optar-se pelo conformismo no
que diz respeito à obediência às leis estabelecidas e às instruções das autoridades em
situações de emergência.

Da mesma forma, pode também ser particularmente propício e oportuno optar pelo
conformismo em certos contextos sociais e culturais, de forma a evitar conflitos
absolutamente escusados. O que será, por exemplo, que nos acontecia caso decidíssemos
entrar calçados numa mesquita?

No entanto, por muito que pareça extraordinariamente proveitoso e sensato, o conformismo


apresenta diversas desvantagens. Na verdade, pode levar à estagnação, à falta de criatividade
e independência e à limitação do pensamento crítico, uma vez que, quase sem pensar,
optamos por percorrer o mesmo caminho que a maioria. Deste modo, vamos gradualmente
perdendo algumas das nossas mais belas virtudes, como a curiosidade, a criatividade e a
ambição. Tornamo-nos simples espectadores das nossas vidas.

Efetivamente, deixamos de viver de forma autêntica e genuína para passarmos a viver em


conformidade com os princípios estabelecidos pela sociedade, como se a nossa própria vida
nos fosse totalmente indiferente.

Com efeito, por muito lamentável que seja, este conformismo excessivo é uma realidade
bastante comum nos dias de hoje. São cada vez mais as pessoas que preferem agir de acordo
com os padrões insípidos estipulados pela sociedade, em vez de procurarem aproveitar a sua
vida ao máximo, vivendo de modo absolutamente inédito.

Contundo, felizmente, há ainda quem tenha coragem de arriscar e de procurar ser diferente.
Quem opte por caminhos que possibilitem o crescimento pessoal e a concretização de
realizações significativas. Quem não tenha medo de enfrentar os mais exigentes desafios com
o intuito de progredir pessoal e profissionalmente. Quem acima de tudo se recusa a viver
conformado e procura incessantemente destacar-se pela diferença e pela sua singularidade,
sendo obrigado a correr riscos que certamente o irão recompensar.

Aristóteles dizia que “a coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as
outras”. Efetivamente, sem coragem não existiria inovação, criatividade, determinação ou
ambição. Desta forma, ao não termos qualquer receio de assumir riscos, conseguimos não só
partir à descoberta do mundo que nos rodeia como também partir à nossa própria descoberta,
atividade essencial para crescimento pessoal de cada um de nós.

É importante esclarecer que assumir riscos não significa necessariamente ser impulsivo ou agir
de forma imprudente. De facto, a coragem de assumir riscos envolve na grande maioria dos
casos avaliar cuidadosamente as opções disponíveis, pesar as possíveis consequências e tomar
decisões informadas. A título de exemplo, ao decidirmos estudar ou trabalhar no estrangeiro,
de modo a melhorarmos a curto ou médio prazo a nossa qualidade de vida, estamos a correr
um risco que foi previamente tido em consideração.

Desta forma, assumir riscos é uma abordagem que envolve muita coragem e determinação
para seguir o próprio caminho, independentemente das expectativas da sociedade ou das
circunstâncias desafiadoras. Contundo, pode ser, por vezes, um processo difícil, assustador e
incerto que nem sempre nos conduz ao sucesso. No entanto, não há qualquer dúvida de que é
absolutamente gratificante e compensador, dando-nos a oportunidade de nos destacarmos
pela diferença e de aprendermos com os nossos próprios erros.

Felizmente, e para incentivo de todos aqueles que receiam arriscar, correr certos riscos tem-se
revelado bastante frutífero ao longo de toda a história da humanidade. Com efeito, muitas
descobertas científicas tiveram origem num risco assumido. Note-se, por exemplo, que os
irmãos Wright não se conformaram com os meios de transporte do seu tempo e decidiram
desenvolver e testar o primeiro avião, apesar de muitos cientistas da época acreditarem que
seria impossível pôr essa ideia em prática.

Também Benjamin Franklin não se conformou com os conhecimentos da sua época relativos à
eletricidade e procurou ir mais além, tendo, para isso, de assumir diversos riscos.
Consequentemente, realizou uma série de experiências bastante perigosas e imprevisíveis com
raios e eletricidade estática. Graças a essas experiências, obteve um conhecimento mais
aprofundado da eletricidade e permitiu a invenção de dispositivos e tecnologias que usamos
no nosso dia-a-dia.

Em suma, a escolha entre o conformismo e a coragem de assumir riscos é uma decisão pessoal
que deverá ser tomada com o objetivo de pormos em prática a solução ideal para cada
situação. Por um lado, na grande maior parte dos casos, a coragem de assumir riscos pode
levar a grandes descobertas, aprendizagens e realizações, potenciando o nosso crescimento
pessoal e profissional. Por outro lado, o conformismo pode ser uma escolha sensata em
algumas circunstâncias. Assim, é importante encontrar um equilíbrio entre estas duas
abordagens, de modo a garantir que seguimos sempre o melhor caminho.

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