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BQ2026 Mulheres Do Agro
BQ2026 Mulheres Do Agro
BQ2026 Mulheres Do Agro
Bloco 1
vídeo 1
Introdução
Bloco 2
vídeo 1
Você vai ser a minha gerente?
</p>Eu tive que ajudar o cliente a lidar comigo como mulher, porque muitas
vezes até o próprio linguajar que eles utilizam é muito diferente. Então eles têm
um certo cuidado hoje comigo.</p>
</p>O homem está lá, mas sempre tem uma mulher na parte administrativa,
sempre tem uma mulher que está chamando um mecânico para consertar, uma
mulher que está ligando para o banco pedindo para resolver um problema.
Então, a gente vê muito isso. Sempre falam que gostam muito do meu
atendimento, gostam de estar comigo, gostam de me ligar. Muitas vezes, ligam
apenas para conversar e não porque precisam de alguma coisa do Banco. Ligam
para desabafar muitas vezes ou quando está tendo um problema, do que está
acontecendo. Elas gostam da segunda opinião, mesmo quando não é um
problema relativo ao Banco, né. Algum problema, muitas vezes, na fazenda.
''Mirian, o que você acha que eu devo fazer?'' ''O que você acha?''</p>
</p>Então, assim, no exemplo da Solange, como ela teve uma perda no ano
passado, chegaram a oferecer para ela arrendar a terra dela. Era um momento
muito difícil para ela. E chegaram a oferecer, queriam arrendar as terras dela,
para ela largar mão de ser agricultora, de estar ali lutando e só receber por
aquilo.</p>
</p>E aí ela me ligou, eu falei assim para ela: ''Não, Solange, aquilo ali é o seu
sonho, aquilo ali é o seu sonho.'' Muitas vezes, acontecem coisas na vida da gente
que nós não estamos preparados, mas a gente tem que continuar lutando. A
gente luta sempre, porque o nosso lugar é onde a gente quiser estar. É onde a
gente se permitir estar.</p>
Bloco 3
vídeo 1
Aprendizado que deixou legado
<p><strong>Solange:</strong> 12 anos.</p>
Bloco 3
vídeo 2
<p><strong>Mirian Brasil da Silva:</strong> E como vocês vieram para Brasília,
Solange? Me conta a história.</p>
</p>E, com o passar do tempo, quando eu tinha mais ou menos 15, 16 anos, ele
veio até essa propriedade e confiou ela a mim, para cuidar e tocar ela pra frente,
que ele viu o potencial que eu podia conseguir.</p>
</p>No começo, eu tinha muito medo, porque imagina, mulher sozinha, com os
preconceitos que a gente tem, né? Na época, eu nem investia muito em
maquinário, até não tinha, na época, muito contato com o Banco, ele que sempre
teve muito mais. Mas ele sempre me deu o apoio de tudo, sempre me ajudou com
os maquinários dele, com as coisas. Tudo na época, já com o Banco, acho que na
época ainda não era você, eram os outros meninos, e ele me ajudava.</p>
</p>Quando eu cheguei no ponto que eu podia começar, não entendia da parte
de lavoura, mas da administração de tudo. E meu pai sempre por trás, me
ajudando, me incentivando, falando pra mim como que as coisas funcionavam
para aquilo evoluir.</p>
</p>E aí, quando eu cheguei até você, aí a minha vida deu aquela guinada, aquela
guinada. E aí, nesses três anos, automaticamente, meu pai também. O que é que
ele fez? Ele viu um potencial na minha filha, minha filha também é toda da
administração, ela administra tudo dele. E a partir do momento que ele deu uma
chácara para ela começar também, ela automaticamente fez o que? Começou
também com você no Banco. Ela, assim como eu, está começando a crescer. Ela
ainda não tem os maquinários próprios dela, até porque meu pai que, ainda, igual
ele fazia comigo, está ajudando muito ela nesse começo.</p>
</p>E eu espero que daqui mais um ano, dois, ela esteja igual eu, preparada,
pronta, com os maquinários, já começando a tocar a vida dela também, assim
como eu.</p>
Bloco 3
vídeo 3
<p><strong>Mirian Brasil da Silva:</strong> Solange, e como foi para você,
assim, crescer neste ambiente familiar da fazenda? Como é que você aprendeu a
cuidar do que você tem hoje?</p>
</p>Então, assim, não é fácil igual no começo. Como a gente tem uma
cooperativa aqui, a cooperativa... 50 homens. Só tinha eu de mulher. Até agora,
entrou a minha filha também. E você vê muito preconceito nessa área. Até das
pessoas que veem, às vezes, não colocam fé em você. Eu ouvi muita coisa aqui
dentro da fazenda de julgamento e sempre as pessoas falando ''você não
consegue, você não consegue.'' E eu estou aqui. E você foi uma das pessoas,
também, além do meu pai, que teve muita confiança em mim. Você. E, através
dessa confiança, aí que veio minha filha. E ela do mesmo jeito, igual eu, ouvindo
sempre o julgamento. “Nossa mulher no agro?” “Jovem, vai dar conta? Será que
dá?” Dá sim, a gente consegue, porque, hoje, as pessoas que falaram ''não'' para
mim, batem na porta da minha casa porque viram que eu consegui. Lá atrás,
quando eu queria uma ajuda, muitas vezes ouvi um ''não''. E agora eles me
procuram hoje.</p>
</p>Então, hoje a maioria das meninas que vêm aqui, até são do agro também,
elas me ajudam muito, assim como você. Como eu tenho muitas dúvidas, elas
também são assim comigo, me ajudam bastante, alguns agrônomos também me
ajudam muito.</p>
Bloco 3
vídeo 4
<p><strong>Mirian Brasil da Silva:</strong> E desde o início, do meu início, do
seu início, a gente estava junto. A gente começou com o custeio, depois a gente
fez investimento no trator, depois nós fizemos crédito imobiliário, depois nós
fizemos o financiamento do seu veículo, previdência para suas meninas. Então,
assim, me conta um pouquinho como é o Banco na sua história.</p>
</p>Depois disso, quando eu vim para cá, o trator veio, voltou para mim de novo,
porque meu filho veio e trouxe pra mim começar.</p>
<p><strong>Solange:</strong> O carro.</p>
<p><strong>Solange:</strong> A casa.</p>
Bloco 4
vídeo 1
Sucessão familiar abre portas para mulheres
</p>É que nem no Banco, nós somos mulheres, que a gente entra no Banco, faz
as nossas contas, mas nós pagamos, a gente trabalha para isso. Nós mulheres, o
nosso nome está lá, não tem nome de terceiras pessoas para isso. É a gente. A
gente aos poucos está crescendo e as pessoas estão vendo isso da gente. E de
novo, você está na sucessão.</p>
</p>Eu comecei no Banco. Hoje você também. E você já está tendo as suas coisas,
como eu também comecei lá atrás. No futuro, a Alice, que nós já temos coisas até
preparadas para elas, e que eu quero que você siga, para, num futuro, as nossas
filhas não passarem por muita coisa que nós passamos. Enfrentar essas
dificuldades que nós duas enfrentamos, de muito preconceito.</p>
</p>Às vezes, das pessoas terem até uma segunda ideia da gente, porque a
gente, querendo ou não, a gente lida com muitas pessoas e a maioria homens.
Mas agora está vindo as agrônomas também, né, que está vindo as
mulheres.</p>
</p>Igual no Banco também, hoje a gente não tem aquela vergonha de conversar
às vezes com homem, a gente já tem uma mulher que é a nossa gerente, que a
gente já conversa com ela. A gente tem nossas dúvidas, a gente tira com ela, que
eu acho fácil. E espero que no futuro, lá na frente, na época da Alice, na época da
Laura, elas não tenham mais que passar por muita coisa que a gente passou. Que
a gente, que é mulher, a gente tem que crescer, nós vamos crescer, de novo,
tenho o maior orgulho de você.</p>
Bloco 4
vídeo 2
<p><strong>Renata Ergang:</strong> Meu avô que sempre foi o gatilho,
então, eu sempre fui muito intrometida. Perguntava mesmo. Mas reconhecida,
não. Os agrônomos chegavam na fazenda, sempre homens, e eu até ia para
recebê-los, mas não, eles não davam atenção, eles simplesmente procuravam:
“O Idalino está aí?” Ele não estava e, então, iam embora.</p>
</p>Meu avô, outro dia, precisou de uma manutenção numa máquina e foi um
grupo de mecânicas. É maravilhoso você olhar e ver que tem uma mulher ali
representando na mecânica. Você pensa “Meu Deus, aonde a gente pode
chegar?” Isso é muito bom! Você enxergar que você chegou lá e que as pessoas
têm orgulho.</p>
</p>Igual minha mãe falou: “Eu tenho orgulho de você!” E você ver que as
pessoas reconhecem isso. Não tem preço. Você passar por tanta coisa, a gente
passa por tanta coisa e a vida é muito cheia de altos e baixos. A agricultura
necessita disso. A gente investe muito e a gente planta sonhos, a gente planta
esperança. Porque a gente tem que esperar chover, a gente tem que esperar dar
sol, tem que estar bom, o preço tem que estar bom. Às vezes, a gente investe
horrores e o preço está lá embaixo e não pode vender. E é uma correria, e aí a
gente vai negociando e vai maleando aqui e ali, vai conseguindo encaixar. Então,
a gente literalmente planta esperança. É muito bonito você plantar e ver nascer.
E você ter esse apoio, porque ninguém cresce sozinho. Então eu e ela, uma apoia
outra, e apoia meu avô, e apoia meu pai.</p>
</p>Quer apoiar nossas filhas e todos que estão ao redor. A gente não consegue,
é uma caminhada sempre dupla. Você sempre tem você e alguém que te
representa, uma empresa, um banco, alguém que está ali do seu lado, que vai te
mostrar, assim como vocês agora estão dando essa oportunidade da gente
mostrar o que é o agro. Porque tem muita gente que acha que o agro é muito
bonito. Você vê os tratores e, “nossa, o agricultor, ele é superpoderoso”, porque
vê nas caminhonetes, aquela coisa. Mas a luta que é você plantar e não saber se
vai nascer. Eu já vi meu pai, meu avô, para Deus para vir a chuva, e aí, vim chuva
demais e lavar tudo. E aí, você tira da onde?</p>
</p>Então, esse fato de eu ser muito, muito enxerida, muito faladeira, muito
perguntona, me trouxe onde eu estou. E eu poder trazer minha mãe, também
nessa questão de eu conseguir falar mais e ela ser mais retraída, eu consegui
trazer ela, e ela com a experiência dela me trazer também, a gente juntas poder
ser exemplo para outras pessoas é muito gratificante, porque a gente precisa
disso.</p>
</p>Eu acho que agora está melhor, a gente vê agrônomas nas lavouras, a gente
vê mecânicas, a gente vê gerentes mulheres no Banco. Você não precisa ter medo
de chegar e, assim, aquele receio do que vai pensar. A gente consegue conversar
com mais facilidade. Eu acho que a gente consegue mostrar mais que, sim, se a
mulher quiser estar lá no agro, ela pode. Se ela quiser estar na gerência, ela pode.
Ela pode ser a melhor dona de casa, ela pode ser só mãe, não importa.</p>
</p>Meu avô, na verdade, ele sempre teve aquela coisa, aquele amor por ter uma
filha mulher, tanto que a minha mãe, ela, ela é adotada. Então, ele já tinha um
filho dele, então, não tinha o porquê de ter ela. Mas ele sempre teve essa paixão,
essa coisa, ele é incrível. Ele me levava para cima e para baixo no caminhão, no
trator, no maquinário. Ele é um amor com as meninas. Ele nunca teve
preconceito. Foi o que, eu acho que foi o que colocou a gente na história, porque
meu pai era meio retraído. Acho que todas, todos os homens são meio retraídos.
Bloco 4
vídeo 3
<p><strong>Renata Ergang:</strong> No começo mesmo, o meu esposo
também era meio assim. “Como assim você vai conversar com os agrônomos?
Você no meio daquele monte de homem?” Então, assim, a gente carrega esse
preconceito, vem de muitas gerações.</p>
</p>E meu avô, veio ao contrário, ele veio remando contra a maré. Ele sempre
incentivou. “Não, você vai, porque o futuro de vocês é isso aí. Eu estou
trabalhando para deixar para vocês, então eu quero que vocês aprendam.” A
Mirian me liga: “Renata, tem aqui um custeio para sair para você. Você quer?” Aí,
eu vou lá perguntar para o meu avô, porque ele é... o nome dele está em jogo,
né? “E aí vô, Posso?” Então eu vou ali, eu converso, eu vejo. “Não, está dentro, eu
consigo, vou dar conta, vou dar conta de pagar, eu sozinha?” Porque eu coloco
meu nome em risco, coloco o nome dele e coloco o dela. Então é: ''A gente vai
conseguir?'' A gente usa ele como exemplo, porque ele foi o que não julgou. Ele
não julgou, ele não ficou com medo da gente estar ali naquele meio, porque
outras pessoas ficam com medo.</p>
</p>E se a gente pode dar esse passo agora e levar quem a gente puder junto,
seja ele homem ou mulher, a gente tem que fazer porque é um dever nosso,
como pessoa, como ser humano, a gente ajudar o próximo, porque ninguém
cresce sozinho. Não está fácil. A nossa luta é diária. Acordar e fazer acontecer é
diário. Então, a gente só tem que pedir a Deus e agradecer.</p>
Bloco 5
vídeo 1
O BB e as mulheres no campo e além
</p>Quando nós olhamos para a nossa base, nós identificamos que nós temos
1,8 milhão de cliente do agronegócio, sendo 35% desses clientes, mulheres. 620
mil. A participação do agronegócio no Banco também é muito representativa
quanto aos negócios. Nós temos 25% do nosso resultado vindo do agronegócio,
sendo que 15% são das mulheres.</p>
Bloco 5
vídeo 2
<p><strong>Karla Cybelly Silva:</strong> Considerando toda a evolução do
agronegócio, como é que o Banco tem apoiado o empreendedorismo das
mulheres no agro, Leila?</p>
</p>Nesses eventos, o Banco, um dos dias nessas grandes feiras, a gente dedica
às mulheres. É um dia dedicado às mulheres, onde a gente conversa com elas, faz
palestras e eventos direcionados para as mulheres, para entendê-las melhor,
entender as necessidades e também passar informações importantes, relevantes
para essa mulher que tem se tornado protagonista no segmento.</p>
</p>Além disso, nós temos as Carretas Agro dentro do circuito de negócios agro.
Com as carretas, a gente consegue estar em qualquer lugar do Brasil, próximo
aos clientes produtores rurais e, claro, às mulheres produtores rurais.</p>
Bloco 6
vídeo 1
Encerramento