Você está na página 1de 32

Subscribe to DeepL Pro to translate larger

Visit www.DeepL.com/pro for more inform

CORPVS CHRISTIANORVM

CV R ANTE

ASSOCIAÇÃO PARA O ESTUDO DA


LITERATURA APÓCRIFA CRISTÃ
ACTA
IOHANNIS
PRAEFATIO - TEXTVS

CV RA

Eric J UNOD e Jean-Daniel KAESTLi

BREPOLS - TURNHOUT
1983
SV B AVSPIC IIS:

ECOLE FR ATIQUE DES H xUDES ÉTU DEs (ve sEczion)


INSTITUT DES SOURCES CH RÉT1ENN ES
U NIVERSITÉ DE Û RIBOU RG
UNIVERSITÉ DE GED È VE [jN
I VE RSITE DE Û AUS ANN E
[jN IVERSITÉ DE N EUCH ATEL
COM FÉRENCE [jNIVERS IT AIRE ROMANLïE

QC Brcpols i983
Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida sob
qualquer forma, por impressão, fotocópia,
microfilme ou outros meios, sem autorização escrita
do editor.
ANTES DOS P ROPOS

A edição dos Actos de Leão constitui um acto de


nascimento, uma vez que estes dois volumes inauguram
uma nova série do Corpus Chris/ianorum. Estamos ainda
mais satisfeitos por este nascimento ter lugar em anos
pouco favoráveis à realização de novos projectos. No
entanto, Dom. E. Dekkers aceitou com confiança e
generosidade acolher a literatura apócrifa cristã no
Corpus C/tris/ianortim. Gostaríamos de expressar a
nossa profunda gratidão a ele e a todos os que
participaram na gestação deste projecto: os RR. PP. C.
Mon- désert e L. Doutreleau, que associaram a Insli- lui
des Sour- ces Chrétiennes k a este projecto, a direcção e o
pessoal das Edições Brepols e o Sr. M. Geerard.
Estes volumes, dedicados aos Actos de João e a vários
Outros textos antigos sobre este apóstolo são fruto de
uma estreita colaboração entre os seus autores,
evidentemente, mas também com numerosos
especialistas e organismos científicos. Correndo o risco
de esquecer alguns deles, devemos mencionar as
senhoras G. Astruc e M. Harl, e M. Aubineau,
B. Bischoff, B. Bouvier, P. Canart, P. Cherix, M. van Es-
broek, C. Florentis, P. Geoltrain, R. Godel, F. Halkin,
R. Kasser, L. Leloir, J. Leroy, M. McCraith, J. Noret,
J. M. Olivier, T. Orlandi, J. Paramelle, W. Rordorf, J. M.
Sauget, S. Voicu, bem como a Société des Bollandistes,
o Institut de Recherche et d'Histoire des Textes, o Institut
Patriarcal d'études Patristiques, a Biblioteca do Vaticano
e a Association pour l'étude de la littérature apocryphe
chrétienne. O Fonds national de la recherche scientifique
e o Instituto Suíço de Roma contribuíram de forma
significativa, através do seu apoio material e da sua
hospitalidade, para que este trabalho fosse efectuado
nas melhores condições possíveis.
vI AvAWT-PROPOSTA

Beneficiámos da assistência dos Srs. A. Frey na


correcção das provas e na finalização dos índices,
B. Junod e G. Poupon. O Sr. R. Vander Plaetse
supervisionou a impressão destes volumes pela Cultura
com igual habilidade e gentileza.
Concluímos este prefácio com uma recordação dos
primórdios. Foi p o r iniciativa do professor F. Bovon que
empreendemos esta investigação sobre os Actos de João;
foi no seio da equipa que ele reuniu na Suíça francófona
que o estudo progrediu, e foi com o seu apoio e conselho
que foi concluído e apresentado como tese de
doutoramento à Faculdade Autónoma de Teologia
Protestante da Universidade de Genebra.
G o s t a r í a m o s de expressar a nossa gratidão a
todos aqueles que nos ajudaram de alguma forma.
AIGLES ïJTILIHfIH PARA OS TEXTOS
APOGRÍFICOS RELATIVOS A APÉtTR£'-H

C-ozzECÇÃO DE TEXTOS '


R.A. Lirsius e M. BONNEz, teln
aposlo forum apocrypha, t. I-II, 1-2,
Leipzig 1891-1903 (Darmstadt 1959).
H-S E. HEnNnc "E e W . SCHNEEMEL-
CHER, Neuleslamenl liche A pokryphen,
t. I-II, Tübingen 1959-1964.

Actos de Jeun na nossa edição. Actos


AJ BOHNEv (ou: de Jeun, edição e introdução de M.
RONNET) BONNET em A AA II, 1,
p. 160-216 e XXVI-XXX II I.
Actos de João no nosso
AJy edição.
Acles of John by Prochorus in Th.
AJPr (ou: Zxiru) ZxHN Ach Joannis, Erlangen 1880
(Hildesheim 1975).
Actos de Jeun d Rome, recensão de Q,
AJ Rome, rec. $ na nossa edição.
Z-história síria de Jean dans la
Tradução inglesa de W. WRiouz,
Apocryphal A clv of' the Apaches,
Londres 1871 (Amesterdão
1968),
t. II, p. 3-60.
PJ Passio Joù'innis de Ps-Mf:rITON na
edição de G. HEiNE, PG 5, 1239-
1250.
VI Yirfufes Iohannis na nossa edição.
ÄNDRË:

Actos de Andrê em A AU II, 1, p. 38-


45.
AA Utrecht Actos d e André, papiro copta de
U-
trecht, tradução de G. QUISPEc, t
An Unknown Fragment of the Acts
of AnAew-, ¥i#CW 10 (1956),
AU Mart. I e II AA p.
129-148.
Marlyrium prius e Mariyrium aI- lerum
Land. em A AU II, 1, p. 46-57 e 58-
64.
Laudalio, edição BoNnET em
AnBoll 13 (1894), p. 311-352.
viii

AA Nar- Narratio, edição BoNNnz em


An BoII 13 (1894), p. 354-372.
AA Passio Pnssio em AAA I I, 1, p. 1-37. Actos
AA, Sinail. 5P6 de André, secções inéditas
transpostas em Sinai 1. gr. 5P6
(edição de J.-M. PRInuR em
GRùoOIRE, Liber de preparação).
Miracu Iis GRÊG OIRE DE TOURR, Liber de 3firn-
culte B. Andrene A pos loli, edição
BONNET em 3fonumentn Germa-
nine His lorica. Sertplores Berum
Merovingicarum, t. I, 2, 1885, p.
821-
846.
AP Z'hècle

Actos de Paulo e Tecla em AA A I,


p. 235-269.
jefes de Pau I el Thèc íe in L.
AP Heid. Vonxux, Les Actes de Pnuf el ses
leltres apocryphes, Paris 1913.
Actos de Paulo, papiro copta de
Heidelberg, edição C. SCHMInT, Actn
Paufi aus der Neidelberger koplischen
AP Hamb. Papyrushandschrifl Nr. 1, Leipzig
1905^.
Acles de Paul, papiro grego de Ham-
bourg, Edição de C. SCHuinz e W.
SCHUBART HPA EIX HAYAOY,
Acta Pauli nach dem Papyrus der
IP Bodmer Hamburger S taals- und Universi-
lâlsbibliolhek, Hamburgo 1936.
Acfes de Pan I, papiro copta do
AP Mart. Biblioteca Bodmer, tradução de
R. Kx SSER in H-S II, p. 268-270.
PI III Cor. TERTUZ Marlyre de Pan I in AAA I, p. 104-117.
Correspondência de Pan I com os Co-
ririlhiens, editada por M. Tnszuz,
Pa- pyrus Bodmer X-XII, Cologny-
Ge- neve 1959.

APe
Actos de Pedro em A AA I, p. 45- 103.
Actos de Pterre em L. Vocxux, O
Actes de Pierre, Paris 1922.
ABREVIATURAS ix

THOMAR -

Acções de Tomé em AU A II, 2,


p. 99-291.
AT5#LIJN
Acfes of Thomas, tradução inglesa
do texto siríaco por A. F. J.
KLIJN, The Acfes of Thomas {S upp Ce-
AU TRES APÔ TRER
ments to Nov. f'esf. 5), Leiden
' 1962.
AA
Actos de Andrt el 3fnffltias in A A A
Mf
Il, 1, p. 65-116.
Actes de Pierre ef d'Andrè in AAA II, 1,
APeA
p. 117-127.
.4cfes de Ph iIi ppe em AU A II, 2,
p. 1-90.
Mart.MI MarlJfre por Matthieu na TVA
I I, 1, p. 217-262.
Lettre du Ps-Tite, publicada por D. ne
Carta de Ps-Tite
BRtrYNE, fterue Bénédicfine 37 (1925),
p. 47-72.

- Para as publicações periódicas e colecções, adoptamos geralmente os


slgles d o JA TG (S. SciiwEniNEn, JE TG. Internationales
A6kürzunçsuerseic/inis
(Theofogie und Gren-geb iele ..., Berlim - Nova Iorque 1974). Não indicamos
Aqui apenas listamos as abreviaturas para as quais não seguimos o IATG.
— ûPara os textos de Nag Hammadi (NHC), utilizamos as siglas da
colecção daUniversidade 1.aval; ver a lista em J. E. MûNxRn, la Le lire da
Pierre à Phi'li'RRe Bib fiolhèque co te de Nag Hammadi, Section Textes J),
Université Laval, Québec 1977, p. vii-ix.
— Para os catálogos de manuscritos gregos cujos títulos abreviámos, OU
encontrará as referências completas no !Rertoire .-- de M. Ricuxnn (volr
infra in ia Bibliography).
CCG
B-D
BHG°
BHG^(ou n)
BHL
BHO
BERS-
DnBRUNNER,
Grammatik
des
neutestamen
t- lichen
Griechisch,
Göttingen
1961".
Bibliotheca
hagiographica
graeca (3ª
edição).
Auctarium
BHG.
Bibl
ioth
eca
hagi
ogra
phic
a
lati
na.
Bibl
ioth
eca
hagi
ogra
phic
a
orie
ntal
is.
Corp
us
Chri
stia
noru
m.
Séri
e
grae
ca.
BIBLIOGRAFIA

CCL. Corpus Christianorum. Série latina.


GED Léxico grego-inglês (Linnnzi.-Scozz-JoNEs).
H-S HENNECKE-S CHNEEuncciisR, Neutestamentliche
Apokryphen.
NHC
PGL Códices de Nag Hammadi.
Um léxico grego patriótico (G.W.H. LxMPE).

BIBLIOGRAFIA

O asterisco (-) é reservado aos estudos que, no todo ou em parte, se referem


aos Ácidas de Jeun (edições do texto grego ou versões, traduções, obras
importantes) e que são de utilidade primordial para o estudo deste texto.

ÀCHTEZfEIER (P. J.), i Jesus and the Disciples as Miracle Workers


in the Apocryphal New Testament t in Aspects o{refipiotis
Propagande in Judnism and Ear Iy Cùrisfinni ty, ed. E. S. FI
ORENZx, Notre Dame 1976, p. 149-186.
ALLBERRYArrBnrinv (C. R. C.), A flf'inic/ieon Psalm-
Book,
Parte II, Estugarda 1938.
ALTANER (B.), i Augustinus und die neutestamentlichen Apo-
kryphen, Sibyllinen uns Sextusspr üche , An BoII 67 (1949),
p. 236-248.
ÀuANN (E.), art. i Apocrypha of the N. T . t, D BS 1 (1928), col.
513-533.
Avion (F.), 2fr'inpiles apocryphes, Paris 1952.
Bxauz (E. Ch.), Prisci Ilien el le prisci llianisme, Paris 1909.
Bxnow (G.), art. t Apocryphes à tendance encratitet, DS p 1 (1937),
col. 752-765.
BAUER (W.), Das Leben Jesu im ZeilaHer der neuleslanient lichen A
pokryphen, Tübingen 1909 (Darmstadt 1967).
BxUMSTARK (A.), Gesciiiclife der syr techen Z.ifernfur, Bona 1922.
BECKER (H.), Die fteden des Johannesevangeliums und der S li l der
gnos fisclien O({enbarungsrede, Göttingen 1956.
*BEYSCHrxc (K.), Die verborgene Ùèerlie{erunp non Chrisfus,
München-Hamburg 1969.
-Simon Magne und die christ fiche Gnosis, Tübingen 1974.
BIELER ÖIELER (L.), OEIOX ANHP. O edifício de ' gölIli-
chen Menschen" in Spälanlike und Friiùciirisfenfum, t. I-II,
Wien 1935-1936 (Darmstadt 1976).
BLOND (G.), t L'hérésie encratite vers la fin du ive Siècle ,
ftsft 32 (1944), p. 157-210.
-, art. t Encratisme i, DS p 4 (1960), col. 638-640.
BIBLIOGRAFIA xi

BLUMENTHAr (M.), Formen und 3fofire in den apokrgphen A


poslelak len (T U 48, 1), Leipzig 1933.
-Böucic (A.), t Zur Vorstellung vom Lichtkreuz in Gnostizismus
und Manichäismus t, in Gnosis (Festschrift f ür H. Jonas),
ed. B. Acxsn, Göttingen 1978, p. 473-491.
• BONNET BONNET (M.) in Li i-sius-BONNEz, A ctu apos IO foFlfffl
apócrifos, t. II, 1.
BORNKnMu (G.), Mylhos und Legende in den apokryphen Thomas-
aklen (FRL,ANT 49), Göttingen 1933.
Boussnz (W.), HauplprobIème der Gnosis, Göttingen 1907.
-t Platons Weltseele und das Kreuz Christi t, ZN W 14 (1913),
p. 273-285.
-, c Manichäisches in den Thomasakten i, ZN W 18 (1917-1918),
p. 1-39.
Bovox (F.), - La vie des apôtres : traditions bibliques et narra-
tions apocryphes t in F. BOvoN et alii, Les Actes apo-
cryphes des npdfres, p. 141-158.
-Bovon (F.) et alü, Les Actes apocryphes des npdtres. Christia-
nisme el monde pnien Pub licalions de la Facu llê de Théolo-
gie, 4), Genebra 1981.
Blue (F.M.), León, o Teólogo, e o seu evangelho da 1'igreja
'ancienne, Paris 1959.
BRECKHNRIDGE (J. D.), t Apocrypha of early Christian Portrai-
ture t, BZ 67 (1974), pp. 101-109.
*BRIOSO (M.), t Sobre el ' Tanzhymnus' de Actu Jonnnis 94-6 t,
Rmérifn 40 (1972), p. 31-45.
-BRUYNE (D.) de, t Epistula Titi, discipuli Pauli, de dispositione
sanctimonii i, terne Bénédicfine 37 (1925), p. 47-72 (edição
reimpressa em PAS II, 1522-1542).
-BUD0E (E. A. W.), The Gonlend inge o f the Aposffes, t. I-II,
Londres 1899-1901 (Amesterdão 1976).
*-, Coplic Apocrypha in Vie D ialecl of U pper Egyp1, Londres
1913.
Txi.OMESSA (R.), L'Orne Ira t in S. Pascha" de flo Pseudo- I
ppolilo di Roma, Milano 1967.
-t H Cristo ' Padre' negli scritti del ii-iii sec. t, ftiuisfn di S loria e
Leffernfurn de lipiosn 3 (1967), p. 1-27.
* TERG2AN (J.), Vcc lesiac E phesinae de obilu fournis aposloli
narrnfio ez versões ormeniacn snecufi Y, Viena 1877.
Ganowicx (H.), Prisci llian of Avi la, Oxford 1976.
Ü-ONHOLLv (R. H.), t The original Language of the Syriac Acts ot
John t, JThS 8 (1906-1907), p. 249-261.
-, t The Diatessaron in the Syriac Acts of John i, JThS 8 (1906-
1907), p. 571-581.
• C-onsxRO = CORSARO (F.), Le HPA nEIX di Giounnni, Uni-
versité di Catania 1968.
* GORssoN = CORSSEH (P.), Monarchianische Prologe zu den cier
Euangelien (T U 15, 1), Leipzig 1896.
xii BIBLIOGRAFIA

*CRUZ (W. E.), Catatoque of the Cop tic Manuscri pls iii fiie TIrifish
Museum, Londres 1905, p. 130.
CiJZfONz (F.), Luc perpelua, Paris 1948.
DANIÉLOU (J.), La Ihèologie du Judéo-Chr is l ianisme, Paris 1058.
O simbolismo cósmico da cruz", La Maison-Dieit 75 (1963),
pp. 23-36.
DEELEMAN (C. F. M.), i Acta Joannis ', Ge too{ en Vri jheid 4G
(1912), p. 22-55.123-154.
DELEHAvn (H.), Synaxarium Eccfesiae Consfantinopo fi lanae,
Bruxelas, 1902.
-, Les Passions des martyrs el les penres li lléraires "S ubsidia
ùnpioprapùicn, 13 A), Bruxelas 1921 (19GG-).
-MêManges d'iiagiograpliie grecque el lafine (Subsidia hagio-
graphica, 42), Bruxelas 1966.
Donns (E. R.), Pagan and Christian in an Age o/ Anziefp, Cam-
bridge 1968°.
DöLGER (F. J.), IXÖYX. DasFischsymbo I in fr ühchris llicher Zeit, t.
I et I I, M ünster1910-1922.
-Anlike und Clirisfenfiim, t. 1-3, Münster 1929-1932.
-i Beiträge zur Geschichte des Kreuzzeichens I i, LA C 1 (1958),
p. 5-19.
DucunSNE (L.), "Les anciens recueils des légendes apostoliques"
in Compte-rendu du troisiéme Conprés scientifique inter-
naliona I des Calho lignes, Bruxelas 1895, pp. 69-79.
D UhIEIoE (G.), - Le Christ médecin dans la littérature chrétienne
des premiers siècles", B iristn d i Archeo logia Crisl iana 48
(1972)- I*- i 15-142.
-Nicée II (Hisloire des conci les œciiméniques, 4), Paris 1978.
EHR¥IARD = EilRHARD (A.), Ùber fie{erung itnd Besland der ha-
giograph isciien und iiomilelisthen Li fera fur der yriecliisclien
Zfirclie (T U 50-52), Leipzig 1937-1952.
*ERBETTx = ERBETzx (M.), G fi Apocri{i de I N uovo Fesfnmen to,
t. II, Torino 1971.
• FxBRIcrus (J. A.), Codex apocry phus Novi Teslaurent i, t. I e II,
Hamburgo 1703-1719.
* FESTUGIÈRE (A. J.), La Révêlalion d'Hermès Z'rismépisfe : t. 2, Le
Dieu cosmique, Paris 1949 ; t. 3, Les doctrines de l'âme, Paris
1953 ; *t. 4, Le Dieu inconruf ef la gnose, Paris 1954.
-, "Vraisemblance psychologique et forme littéraire chez les
anciens", Phi Pologne 102 (1958), p. 21-42 (reimpresso em
A. J. FESTUGIÈRE, E Indes de religion precqife el iiellénis fiqite,
Paris 1972d.
FiGKER (G.), Amphi lochiana J, Leipzig 190G.
*FLxMiON (J.), i Les Actes apocryphes tie Pierre i, CHU 9 (1908),
pp. 223-254.465-490; 10 (1909), pp. 5-29.245-277; 11 (1910),
pp. 5-28.223-256.447-470.675-692; 12 (1911), pp. 209-230.437-
450.
IlIBLIOGR APH IE xiii

-des Acfes apotryphes de I'ap8lre A ndrt. Les Actes d'André ef de


.Mathias, de Pierre el d'Andrê eI les textes apparenIês [Recuei I
de travaux d'histoire el de phi lologie 33), Louvain 1911.
*Gxrr "nr Gxrrnnc (J.), Die Joliannesafrfen. fine liferari- sche und
yeisfesyescliic/iflic/ie Unlersuchuny, tese dactilografada,
Wien 196s.
Goi.zz (E.) von der, Das Gebe I in der älleslen Clirisfenheif, Leip-
zig 1901.
GourET (R.), "Les Vies de philosophes dans l'Antiquité tardive et
leur portée mystérique" in F. Bo vos et alii, Les Actes
apocryphes des apôtres, p. 1G1-208.
GRABxR ( .), " Le portrait en iconographie paléochrétienne t,
terne des Sciences Religieuses 36 (1962), p. 87-109
(reimpresso em A. GRABxR, L'ar l de la fin de l'antiquité ef du
3foyeri- Ape, t. I, Paris 1968).
-, CMis fran Iconography: A S judy of them Oripins, Princeton 19G8,
p. G0-86.
GRAF (G.), Gesc/iic/ife der chrisl lichen arabischen Lifernfur (SI T
118), Vaticano 19o8.
*GRENFrzL (B. P.) - Home (A. S.), Ozyrlipnciiiis Papyri, t. VI,
Londres 1908, p. 12-18.
GRILLZfEIER (A.), Der Logos am fùreuz, M iinchen 1956.
-Le Clirisf dans la frn'fifion ciiréfienne, Paris 1973.
*Guini (I.), i Frammenti Copti", nota I Il in BendiconIi del le Sedute
della Reale Accademia dei Lincei, classe di scienze morali,
storiche e filologiche, serie IV, 1887, vol. I I I, p. 72- 76. I I I,
p. 72- 76.
• -, "Di alcune pergamene saidiche della collezione Borgiana", in
Bendiconfi..., serie V, 1893, vol. I I, p. 514-517.
--, i Gli atti apocrifi degli Apostoli nei testi copti, arabi ed etiopici",
Gtornate de ha Società Asinficn I la frana, I I (1888),
p. 1-66.
HxLz (S. G.), i A liturgia pascal de Melito e o Acfs de João",
JTh S 17 (19GG), p. 95-98.
-MeIi lo de Sardes. On Pascha and fragmenls (Oxford Ear Iy
Cùrisfinn Texls), Oxford 1979.
HxMMAN (A.), La Pr ière, L. I I I, Tournai 1963.
S ilz im Leben des actes apocryphes du Nouveau Testa- ment",
S India Palrislica VI I I T U 93), Berlim 1966, p. 62- 69.
HxRNxc" (A.), Geschichte der allchrisl lichen Lifernfur bis auf
Eusebius, t. I, 1-2 e I I, 1-2, Leipzig 1893-1904 (1958°).
*HENNECKE - HENNECKE (E.), Handbuch zu den neufesfomenf-.
lichen A pokryphen, Tübingen 1904.
• HENnncxn (E.), Neu fesNamen Iliche A pokryphen, Tübingen 1904
e 1924.
xiv BIBLIOGRAFIA

* HENNECKE (E.) - ScuNEEZfELCHER (W.), NeutesNamen I liche A po-


krgphen, t. I-II. Tübingen 1959-1964 (abreviado: H-S).
HENHECKE (E.) - SCHNEEMELCHER (W.), New TeslamenI Apo-
crypha, t. I-II, tradução inglesa, ed. R. McL. Wilson,
Filadélfia 1963-1965.
* HiLGENFEi.o (A.), t Das Johannesbild des Lykomedes t, Z WTh
42 (1899), p. 624-627.
*HiLGEHFELD HiLOENFELn (A.), t Der gnostische und der ka-
nonische Johannes über das Leben Jesu t, Z W Th 43
(1900),
p. 1-61.
How.noxv (C. R.), THE IOS ANE R no Judaísmo Ilenístico,
Missoula, Montana (EUA), 1977.
HORHSCHUH (M.), S ludien zur E pislu la A poslo forum, Berlim
1965.
* JxsusJAMES (M. R.), 'the A pocryphal New Z'esfnmenf, Ox-
ford 1924.
*JxMES (M. R.), Apocrypha Anedcola I-- II in Te:rile 'ind Studies
II, 3 e -V, 1, Cambridge 1893-1897 (Nendeln/Liechtenstein
1967).
-JuoiE (M.), La mort ef l'assomp lion de la Sainle Vierge (SI T 114), t
"atican 1944.
JUNGMANN (J. A.), 3fissarum Solemnia, L. 1, Paris 1951.
-La liturgie des premiers siècles, Paris 1962.
JUNOD (E.), c Actes apocryphes et hérésie : le jugement de
Pho- tius t in F. BOvoN et alii, Les Actes apocryphes des
npdfres,
p. 11-24.
-, Les Vies de philosophes et les Actes apocryphes des apôtres
poursuivent un dessein similaire 7 t in F. BOvoN et alii, Les
Actes apocryphes des apôtres, p. 209-219.
-, i Origine, Eusèbe et la tradition sur la répartition des champs
de mission des apôtres (Eusèbe, Histoire ecclésiastique III, 1,
1-3) t in F. Bovon et alii, Les Actes apocryphes des npdtres, p.
233-248.
--Polimorfismo do Deus salvador t no Gnosfismo e no mundo
tte llènistique Pub lications de f 'Jnsfifiif Orienlalisle de Lou-
vain, 27), Louvain-la-l'seuve 1982, p. 38-46.
-, t Créations romanesques et traditions ecclésiastiques dans les
Actes apocryphes des apôtres t, A upiisfinianu.m 23 (1983),
p. 271-285.
-JUNOD (E.) - JAESTLI (J.-D.), t Un fragment inédit des Actes de
Jean : la guérison des fils d'Antipatros à Smyrne t, Museum
Z-felreficum 31 (1974), p. 96-104.
• -Os traços característicos da teologia dos Actos de
jeun -,R ThPh 26 (1976), p. 125-145.
• -, L'histoire des Actes apocryphes du III- au IX- siècle : le ens des Actes
de Jean (Crinière de la terne de Thêo logie el de Philosophie, 7).
Lausanne 1982.
BIBLIOGRAFIA

KAESTLi (3.-D.), "L'utilisation des Actes apocryphes d.es apôtres


dans le manichéisme t in Gnosis and Gnosficism, ed. M.
KRAURE (-Ñny Hammadl S ludies, 8), Leiden 1977, p. 107-
116.
-,i Valentinismo italiano e Valentinismo oriental: suas
divergências quanto à natureza do corpo de Jesus t in Z'lie
Bediscorery of Gnosficisin, t. I: The Scho-! -f *nlenfinus, ed. B.
LAYzON, Leiden 1980, p. 391-403.
--, i Les principales orientations de la recherche sur les Actes
apocryphes des apôtres t in F. B o vos et alii, Les Actes
apocryphes des npdfres, p. 49-67.
-, t Les scènes d'attribution des champs de mission et de départ
de l'apôtre dans les Actes apocryphes t in F. BovoN et alii,
Les Actes apocryphes des apd tres, p. 249-264.
--, t Le rôle des textes bibliques dans la genèse et la transforma-
tion des légendes apocryphes : le cas du sort final de
l'apôtre Jean t, Aupusfinionum 23 (1983), p. 319-336.
PASSER (R.), t Acta Pauli 1959 t, BZ-fPIi fi 40 (1960), p. 45-57.
*KEKnrinzn (G.), Monuments hagiographica peorpicn, I Keimena,
t. I, Tiflis 1918, pp. 198-201.
KERENYI (K.), Die Grieciiisch-Orienlalisciie Bomnn lifernfur in
relipionspescliiclitliclier Beleuchfunp, Tübingen 1927 (Darm-
stadt 1962).
KciaN (A. F. J.), The Ac!- -f **--ios (Suppl. lo Non. Test., 5),
Leiden 1962.
-, t An ancient syriae Baptismal Liturgy in the syriac Acta of John
t, Nouum Z'esfnmenfum 6 (1963), p. 216-228.
COSCHORKE (K.), Die Polemik der Gnosiifrer pepen dan kirch fiche
Cùristenfum (Estudos de Nag Hammadi, 12), Leiden 1978.
KRIVOCHEINE (B.), i '0 àvvuepp'pavoc 8eàc : St. Symeon the New
Theologian and Early Christian Popular Piety t, Stu- dia
Pnfrisficn II (T t/ 64), Berlim 1957, p. 485-494.
KROzL (J.), Die cMtel fiche Z-fymnodiÎt bis zii Clemens ron A
fezon- dreia, in Yerzeiclinis der Vor lesungen 'in der Afrademie
zu Braunsberg 1921 e 1921-1922 (Darmstadt 1968).
KURCIKIDZE (Ts.), K'arf'uli rersiebi apokrip'ebisa moc'ifr'u Il'a
ëesaheb, Tiflis 1959.
LxUSBERG (H.), Handbuch der liferarisc/ten Rhelorik, t. I-II,
München 1973.
*Lxzrus (W.), Abdiae Baby lontaeE pistopi, el Aposfoforum disct-
puli, de ffisforin Cerfominis i poslo lici..., Bàle 1552.
ÛEIPOzDT (J.), Aepypfisclie Urkunden ans den frönipficiien Museen
zu Ber fin, Kopfisclie Urkunden I, Berlim 1904, p. 173-175.
ÛIECHTENlfiAn (R.), i Die pseudepigraphische Literatur der Gnos-
tiker i, ZN W 3 (1902), pp. 222-237.286-300.
LrszZZfx NN (H.), Messe und Herrenmah I, Berlim 1926.
-Lirsius = Lirsius (R. A.), D ie apokry phen Aposfefpescliiclifen und A
poslellegenden, t. I, II, 1 e I I, 2 -{- Ergänzungsheft,
Braunsehweig 1883-1890 (Amesterdão 1976).
xvi BI BLIOGRAFIA

-Lirsius (R. A.) e BonhET (M.), Arfn aposlo lorum apocrypha,


t. I, I I, 1 e II, 2, Leipzig 1891-1903 (Darmstadt 1959)
(abreviado: AA A).
Lauuovix (H.), Studien zur Sprache der apokryphen A posleIge-
schichten (Uppsala Univ. Ärsskrift 1926, Filosofi... 8).
LOEWENiCH (W.) von, Das Johannes- Verständnis im zuweilen
Jolu'hunderl, Giessen 1932.
MxcuunN (V. C.), i The Menelaus Episode in the Syrian Acts of
John t, JThS 12 (1910-1911), pp. 463-465.
*Mxc NxuxRA (M.), The Apocrypha in ltte Irish Church, Dublin 1975.
• Mxc Niocxizc (G.) - Beatha Eoin Bruinne -, fiipse 7 (1955),
p. 248-253.
--Beatha Eoin Bruinne II , fiiyse 8 (1956), p. 222-230.
MfINARo (J. E.), i Transfiguration et polymorphie chez Origéne t
in E peklasis (Mélanges J. Daniélou), Paris 1972, p. 367- 374.
Miciixsins (W.), Die apokFyphen ScMi flen zum N T, Bremen
1962".
MiLBURN (R. L. P.), i Uma passagem docética no Fasti de Ovídio
, JThS
46 (1945), p. 68-69.
MiLLER (R. H.), i Liturgical Materials in the Acts of John",
Sfudin Pnfrisficn XIII (TII 116), Berlim 1975, p. 375-381.
• Monnzni = Monnzni (L.), Apocri/i def Nuovo ' esfnmenfo,
t. II, Torino 1971.
MORxRD (F.), - Notes sur le recueil copte des Actes
Apocryphes des Apötres i, R Th Ph 113 (1981), p. 403-413.
NxGEc (P.), i Die apokryphen Apostelakten des 2. und 3. Jahr-
hunderts in der manichäischen Literatur t in Gnosis und Neues
f'esfomenf, ed. K. W. TROEoER, Gütersloh 1973,
p. 149-182.
*NxUSEA (F.), Anonymi Phi lalelhi Riisebinni in vilas, miracula
pnssioriesque A poslolorum Rhapsodiae, Gologne 1531.
NORDEN (E.), Agnoslos Theos. i'/nfersucIiiingen zur Form-
Geschichte refipiiiser Rede, Leipzig-Berlin 19s 3 (Darmstadt
1974).
OLTRAMARE (A.), Les oripines de la dialribe romnine, Genéve
1926.
ORBE (A.), Los primeros herejes 'inte ía persecucidn (2isfiidios
Ynlentininnos V), Roma 1955.
*-, Grisloíogla pndsticn, t. I e I I, Madrid 1976.
*Pxrzas = Poccxs (D. I.), ""0 byroç zar npóJs'"r zod 'I'"- erro xe'p.
94-97 i in Mélanges á 0. el M. Meríier, L. II, Athénes 1956, p.
221-264.
PERRY (B. E.), The Anctenf Romances. A Li lerary-Hislor icaí Accoun
l o/ thefr Oripins, Berkeley 1967.
PETERSON PETERSON (E.), Fr ü/tftircIie, Judenlum und Gnosis,
Freiburg im Breisgau 1959 (Darmstadt 1982).
B IBLIOGR AFIA xvii

-Einige Bemerkungen zum Hamburger Papyrusfragment der


Acfn Pnuli i, YipClir 3 (1949), p. 142-162 (reimpresso em
Friihkirciie. , p. 183-208).
PiONzEK (F.), Die katholische Kirche und die liärefisclien Aposfef-
Geschichten bis zum Ausgange des ö . Jahrhunderts, Breslau
1908.
*PLüMA CHER (E.), art. i Apokryphe Apostelakten i, PAR Suppl.
XV (1978), col. 11-70.
Pöscuc (V.), B ibbiographie zur nnfifren Ri Idersprache, Heidel- berg
1964.
PourON (G.), "Les Actes apocryphes de Lefèvre à Fabricius t in F.
Bovox et alii, Les Actes apocryphes des npdfres,
p. 25-47.
PUECH (H. Ch.), En qiiêfe de la Gnose, t. I, Paris 1978.
PuzvER (M.), i Jesn Reigen und Kreuzigung nach den Johannes-
akten t, Eranos-Jahrbuch 9 (1942), p. 141-177.
@UASTEN (J.), .tfoniimenla eucliarisficn ef li turpicn refusfissimn,
Bona 1935, p. 339-341.
@UISPEL@UlRrEz (G.), i An Unknown Fragment of the
Acts of Andrew (Pap. Copt. Utrecht I), VipCùr 10 (1956), p. 129-
148. Quisrnz (G.), 'ï "Iie Secre l Book o f Reve lation, Nova Iorque
1979. RxuNER (H.), Griecliisclie Mythen in cfirisfliclier Deulung,
Zürich
1945.
REARDON (B. P. ), Courants lil Ièraires grecs des II- et I11- siècles
après J.-C., Paris 1971.
RiCHARD (M.), Répertoire des bibtioChèques el des catalogues de
manuscritos precs et SuppIémenl I, Paris 1958° e 1964.
RORDORF (W.), Sabbat el dimanche dans I'église ancienne (f'rn-
difio Cùrisfionn, 2), Neuchàtel 1972, sob o n° 107.
Roszxzsxi (i''.), S prach fiches zu den apokryphen A pos leIge-
scliiclifen (Wissenschaf tliche Beilage zum Jahresberichte
des Gymnasiums Myslowitz, Oberschlesien, 1909-1910).
Runozru (K.), Die Gnosis. Wesen und Geschichle einer späI-
nnfifren Belipion, Göttingen 1977.
RUSH (A. C.), i Death and Burial in Christian Antiquity (S ln-
dies in Christian Antiquité, 1), Washington 1941, p. 262-264.
SANTOS OzERO (A.) de, Die liondscliri/fliclie Ùberfie/eruny der
allslavischen Apokryphen t . I-II, Berlim - Nova Iorque 1978-.
1981.
"SCHÄFERD IEK - ICH ÄFERDIEK (K.), Jolinnnesafrfen in HnN-
NEC1 E-5 GHNEEZfELCHER, t. I I I, p. 125-176.
SCHATENMANN (J.), Studien zum neuleslamenl lichen Prosnfiym- nus,
München 1965.
ScuENKE (H. M.), Der GoII ' 3fenscli i in der Gnosis, Göttingen 1962.
SCHERMANN (Th.), Propheten- und Aposfe liegenden nebst
iinper- katalogen des Dorolheus und veruiandler Texte (T U
31,3), Leipzig 1907.
XvIII BIBLIOGRAFIA

* SCHIMMELPFENG SGHIMMELPFENo (G.) em E. HENNE cKE


Handbuch..., pp. 492-543.
'5CHLInR (H.), ftefiyionsyeschiclifliche i'/nfersiichunpen zu den I g-
nafiusbrie(en, Giessen 1929.
• Scuuinz = Sciiuinz (C.), Die nlfen Pefriisakfen (T t/ 24, 1), Leipzig
1903.
Scuuinz (C.), Acla Pan li aus der Heidelberger kop fisclien Papyrus-
handschri(I Nr. .i, Leipzig 1905°.
-Gespräche Jesu mif seinen Jünpern nach der AiJersfeliunp (Z't/
43), Leipzig 1919.
Scuuinz (C.) e ScuuaxRT (W.) HPA NEU HAYAOY. Acla Pnuli
nach dem Papyrus der Hamburger S IaaIs- und Uni-
rersilälsbib liolhek, Hamburgo 1936.
ScHMIDz (K. L.), Kononisclie und apokryphe Rrnnpelien und A
poslelgeschichlen, Basileia 1944.
5CHNEEZf ELGHER (W.), Gesamnie He Au/sdfze zum Neuen Testa-
ment und zur PamisI ik, Tessalónica 1974.
*Serru LEwis (A.), Acla Xlylho logica A poslo lorum (Z-forne Se-
mificae, III) e The mylho logical Acfs of the A post les (Ho- re
Semiticne, IV), Londres 1904.
• ÖDER SÖnER (R.), Die apokry phen Aposfelpescliiclifen und die
romanltafle Literatur der Anfifre, Estugarda 1932 (Darm-
stadt 1969).
TEAn (G. C.), c Conjectures on the Acts of John i, JThS 32
(1981), p. 152-153.
5znouÜcrER (F.), Reperlorium biblicum medi i aeri, t. I-V II -}-
t. VIII supplementum, Madrid 1950-1976.
• STURHAHN STURHAHN (C. L.), Die Clirisfo fopie der df festen
apokryphen A poslelaklen, tese dactilografada, Heidel- berg
1951 (microcópia: Göttingen 1952).
TARCHNISVILi (P. M.), Geschichte der kirchlichen peorpisclien
Lifernfur (ST T 185), Vaticano 1955.
TxYLOR (F. D.), A upusfine o( Hi ppo's Nofion and Use o ( the A
pocrypha, Dissertação, Universidade de Notre Dame,
Indiana, 1978.
*TCHERAKHi x (K.), Libri aposlo lici non cononici : Thesaurus lif-
ferarum armeniarum onfiquarum ef recenfittm 3, Veneza 1904.
TuEISSEN (G.), Urchrisl liche Wiinderpescliiclifen, Göttingen 1974.
THIERRY (J. J.), Christ in ear fy Christian Greek Poefry, Leiden
1972.
*Tun.o = THILO (J. C.), Col ligunlur el conunenlariis i I luslranlur
/rnpmenfn nctuum S. Jonnnis n Leutio Cliarino conscrip to-
rum, particula I ( £/nirersifnfis Li lerariae f'ridericianne Halis
consocinfne programma paschale), Halle 1847.
*TisCHEND ORF (C.), Acfn aposlo forum apocrypha, Leipzig 1851.
-A pocafypses apocryphae, Leipzig 1866.
Tissoz (Y.), i Encratisme et Actes apocryphes i in P. Bovox et
alii, Les Acles apocryphes des apöires, p. 109-119.
BIBLIOGRAFIA xix

UNNiK (W. C.) van, i A note on the daiice in the Acts o/ John",
VigChr 18 (1964), p. 1-15.
USENER (H.), i Acta S. Timothei , Bonner Universi Iâlspro- granun,
Bona 1877.
-vxn EsBROECK (M.), i Les formes géorgiennes des Acta Iohan-
nis", An Bolt 93 (1975), p. 11-19.
-A Acta Iohannis traduzida por Euthymius, o Hagiorita,
Bedi KarlIisa 33 (1975), p. 73-109.
NE2' (P.) van den, - La patristique et l'hagiographie au concile
de Nicée de 787 i, Bpznnfion 25-27 (1955-1957), p. 325-362.
VIELHAUER (Ph.), Gescliicli ie der urclirisf lichen Li ter afur, Berlim
1975.
Vouxux (L.), Les Actes de Pan I el ses Retires apocryphes, Paris
1913.
Vouxux (L.), Les Actes de Pierre, Paris 1922.
NOGEc (C.), i Anaphores eucharistiques préconstantiniennes.
Formes non traditionnelles i in Rccfesin Orons (Jtlélanges
A. G. Hamman), A upusfinianiim 20 (1080), p. 401-410.
• EIGxNnz (P.), Der Dokelismus im Urchrislenlum und in der
theofopisclien Enfui ick kung des zwe i ten Ja/irliuriderts, tese
dactilografada, Heidelberg 19G1.
EIS-LIEBERSD ORF (J.), Cùrisfiis- und A poste Ibi Ider. Einfluss der A
pokryphen auf die älfesfen KunsIlypen, Freiburg 1902.
VENGER (A.), L'Assompfion de la T. S. Vierpe dans la lradi lion
byzanline du VI- au X- sièc le, Paris 1955.
• ESSELY (C.), S lndien zur PaleogFi2phie und Payyruskunde XV :
Griecliisclie und kop lische Tex le theo logischen InhaHs IV,
Leipzig 1904, p. 131-132.
*-, Os mais antigos monumentos do cristianismo escritos sitr
papiro, PO 18, 3 (1924), p. 483-485.
BETTER (G. P.), A Ilchrisl lithe £ifiirpien. Das chris lliche Mys- ferium
(ALLAN'ï" 30), Göttingen 1921.
WIKENHAURER (À.), i Doppelträume", Bib lica 29 (1948), p. 100-
Wilson (R. M.), art. Apokr3'phen -, T RFF 3 (1978), col. 341-
348.357-3G2.
WRIGHz = RIGIrr (W.), A pocrypha I Acls of Ihe Apos fies, t. I-
II, Londres 1871 (Amesterdão 19G8).
*ZxHNZAHN (Th.), Acla Joannis, Erlangen 1880 (Hildes-
heim 1975).
ZxiiN (Th.), Geschichle des Neuleslamenl lichen Kanone, t. II, 2,
Erlangen - Leipzig 1892.
--, e Die Wanderungen des Apostels Johannes", Neue kirch- liche
Zeitschrift 10 (1899), p. 191-218.
-, Forschungen zur Geschichte des neuleslamen Ilichen K'inons
III e VI, Leipzig 1900.
ZELZER Zr.zZER (M.), Die aHen laleinischen Thomasaklen
(Z't/ 122), Berlim 1977.
sIorEs Ez zBRf:vinzIons uzlrlsñs roun
L'f1DI'PIO2if DEC ACTED DE JEA2'(eh. 18-115),
roR sDE LA voos vnsvnsls
Ex nEs nczEH DE JEAN A ROM£'-

A Milão, Am#ros. ano. A 64 tinta. (xi-)


B Athos, Vatopédi, d4J (xi-)
C Viena, hist. gr. 64 (a. 1319)
D Meteora, Barlaam, J4I (xvi-)
E Sinal, pr. d4P (a. 1334)
G Dublin, Trinity College, 185 (xi-)
H Halki, Mon. Trin, I #P (xi-)
J Jerusalém, Santo Sepulcro, ddP (xvi--xvii-)
K Lesbos, Leimon, 82 (a. 1575)
L Athos, Laura, zJ 5 # (a. 1039)
M Veneza, Marc. gr. 363 (xii--xnr-)
N Atenas, / #JP (xvi-)
O Ochrida, d (x-)
P Paris, pr. 5P# (x-)
Q Paris, pr. 146 8 (xi-)
R Patmos, 18 8 (xiv-)
S Sinai, pr. d9I (x -xi-)
T Vaticano, ano 5d4 (x-)
U Vaticano, pr. 866 (xi-)
V Vaticano, pr. 65d (xii°)
W Viena, hist. pr. US (xiv )
X Vaticano, ano. 1853 (x-)
Y Vaticano, Barber. 5J6 (xiv--xv-
) fi Mezzojuso, P (xiv-)
|3Codd .E J N V Y
y Codd. A H O P T W cap. 106-115
6Codd. D G K R U X fi
Ann*C Versio latina ah Anastasio ) fragmenta ex actis
M°'C Veneza, Marc. gr. 100 (século XV) [ concilii Nicaeni
II

YNVersio latina pag. 803-814cap . 62-86 e 10G- e


827-832 editaIU
( Virlules loharinis)
polí Versio armeniaca
cia Versio coptica
de pag. 382-397 edita cap. 106-115
braç Versio georgica
o Versio syriaca

geo
syr
ACRÓNIMOS xxi

(H) ( YJ) Qualquer abreviatura entre parêntesis indica


ou outro que as lições de um manuscrito ou versão são
apenas parcialmente reproduzidas no aparato
crítico.
(161) ou outro Os números entre parêntesis na margem
referem-se às páginas da edição de
Boné.
Boné
Corsaro Publicado em AAA 11,1, p. 160-215.
Publicado em F. CORSxRo, Le HPA ri EIX di
Festugière Gioronni, Catania 19G8.
A. J. FESTUGIÈRE, É iZ Rèvêlal iofl d'Hermès Tris-
Hilgenfeld mépisfe, t. 4, Paris 1954, p. 231-238.
Edição de AJ 87-t05 em A. Hircnurnrn, Zeil-
James schrifl [. miss. Theo1. 43 (1900), pp. 6-18.
Edição d e AJ 87-105 em M. R. Jxurs, Apo-
crypha Anecdote II, Texte 'ind S ludies V,1 (1897),
p. 1-24, bem como as conjecturas relativas aos
outros capítulos mencionados por Bon-Net na
Pallas sua edição.
Edição de AJ 94-9G em D. I. Pxrrxs, Mélanges
Robinson 0. ef M. Mer l ier, Atenas 1956, p. 6-10. Conjecturas
de J. A. ROBINSOn na crítica do aparelho de
Schimmelpfeng Bonnet.
Comentário filológico de G. ScuruuEc-
PFEno em E. HENNEGKE Livro de referência sobre
neuleslamenl ficlien A pokryphen, Tübingen 1904,
Schlier p. 520-536.
H. ScHrInR, Beliyionsyescliiclitficlie i'/nfersucIiun-
ken zu den Jçnnfiiisbrie/en, Giessen 1929, p. 97 e
Stead seguintes e 162 e seguintes.
G. C. STEAD, i Conjecturas sobre os Actos de
Thierry João -,
ThS 32 (1981), p. 152-153.
Edição de AJ 94-9G in J. J. TuiERRY, Chrisl
Thilo in ear Iy ChrisIran Greek Poefri/, Leiden 1972,
p. 32-37.
Edição dos fragmentos citados no Concílio de
Niceia
Zahn II de J. C. Tuico in i'/nirersifnfis L iterariae
Fridericianae àla fis consocialae programme pas-
chale, Halle 1847, p. 14 ss.
Edição d e AJPr e AJ 58-80.10G-15 em Th.
ZAHN, At la Joannis, Erlangen 1880.
A TRADIÇÃO MANIJSiCRI'T'E DEC
AGTEH DE JEAN

1. A dżveridade dos votos tradicionais

O texto original dos Actos de João (AJ) não foi transmitido por
si só. Nenhum manuscrito reproduz o seu conteúdo integral,
nem sequer o seu título original. Tudo o que resta são
fragmentos de extensão desigual, transmitidos a coberto de
outro relato relativo a João ou sob um título de origem
secundária.
Porquê este desmembramento e ocultação do texto primitivo?
As razões são fáceis de apresentar. Por um lado, o AJ, tal como
os outros antigos Actos apócrifos, nunca foram tidos em grande
estima pela Igreja oficial e eram sobretudo lidos em círculos
marginais ou heréticos Ç). Mas esta suspeita não teria sido
suficiente para travar a sua difusão se não tivesse sido
pronunciada uma condenação formal contra eles no Concílio de
Niceia I I em 787. Três passagens do AJ, retiradas d e um volume
intitulado "nspfoóot pseudëpigraphes des saints apôtres", foram
então citadas para demonstrar aos bispos o carácter heterodoxo
do livro e desacreditar o uso que dele fez o concílio iconoclasta
de Hiëria (754). Em conclusão, a assembleia de 787 decretou que
"ninguém copiará este livro repugnante"... "não só n ã o há
ninguém para o copiar, como o consideramos digno de ser
entregue ao fogo" (®). Este anátema teve uma influência decisiva
na sorte posterior do AJ.
Ainda antes desta proibição definitiva, um outro factor tinha
contribuído para a queda dos AJ: o texto era demasiado longo e
não satisfazia as exigências da leitura litúrgica. Em breve, a
narração da morte do apóstolo (Melaslasis) foi separada do resto
da obra para s e r lida na festa de

(1) Ver E. JUNOD - J.-D. KxEszci, L'hisloire dev Acles aR -^e *e- dev
apôlres du III- anIX- sièełe : łe eas dev Aetes de Jean, Genève-Lausan- ne-
Neuchàtel 1982 (Couriers de ła Revue de Théołogie el de Ph i łosOR>!C, 7).
(2) Todo o debate provocado pelas AJ no Concílio de Niceia I I I está
traduzido e comentado nas p. 121-126 do estudo citado na nota anterior,
segundo o texto publicado na I'Edition romaine dev Conci Îes, Roma 1612,
t. III, p.549-553.
2 TRADIÇÃO M !SiUSCR ITE

São João. Incorporada nas colecções menológicas, esta parte do


texto beneficiou assim de uma melhor transmissão Ç).
Como obra condenada e fragmentada, o AJ chegou até nós de
muitas formas diferentes. Para começar, convém dar uma visão
de conjunto dessa diversidade, a fim d e ajudar o leitor a
compreender melhor a organização do presente trabalho e
facilitar a sua utilização. Apresentaremos sucessivamente os
documentos que transmitem partes do AJ de forma autónoma, os
que o integram num outro texto relativo a João e, por fim, os que
o conservam numa tradição não relacionada com João.

J. ecções do AJtransmitidasde forma independente da multidão


para a outra tradição

O texto das AJ apenas conservou uma existência autónoma em


dois casos:
a) O manuscrito de Viena, hist. yr. #3 (C), que é o único
tëmoin que dá os caps. 87-10êi na sua totalidade (').
b) Algumas testemunhas gregas e a maioria das versões
orientais da Melaslásia, que transmitem apenas os cap. 106-...

É igualmente de referir os episódios fragmentários do papiro de


Oxyrhynchus 850, c u j o conteúdo e relevância para o AJ são
discutidos mais adiante (' ). De facto, é provável que este papiro
pertencesse a um texto de AJ que circulou independentemente.

11. Secções do AJ transmitidas com a ajuda de outro texto


reformulado por Jean

Na maior parte das vezes, o texto do AJ deve a sua


sobrevivência ao facto de ter sido incorporado num outro relato
da vida de João. A sua história

(1) De um modo geral, a transmissão do FJ esteve exposta aos


mesmos riscos que a de qualquer texto hagiográfico que não goze de
autoridade canónica ou de apoio institucional: uma tendência para
fragmentar, ampliar, cortar ou retrabalhar de todas as formas.
(2) Ver infra, p. 26-29.
(3) Ver p. 30 e seguintes.
(4) Ver p. 117-1iI9.
SES D I VER SES VOI ES 3

é indissociável da dos textos em que se refugiou. O estudo da


tradição manuscrita destes "textos hospedeiros", das suas fontes
e das suas particularidades editoriais, deve acompanhar a edição
e a reconstituição dos AJ na sua forma primitiva. É por isso que
quase todos os textos em questão são objecto de um tratamento
especial neste livro. Limitar-nos-emos a dar uma primeira visão
de conjunto e a mostrar as formas muito diversas como certas
partes do AJ foram integradas nestas composições secundárias.

A. Os Acles de João por Prochorus (AJPr)

O mais importante destes "textos de recepção" é, sem dúvida,


o A ches de Jean par Prochore (AJPr) (1). Com excepção dos
capítulos 87-105, todas as partes do AJ que hoje se conhecem
foram conservadas - exclusivamente ou não - nos manuscritos
desta obra tardia.
(çe S ,)
O AJPr gozava de um público considerável n a Ùgli- se
bizantina, como atesta o número de cópias, completas ou
parciais, que inventariámos (°). Inicialmente, esperávamos que o
exame sistemático dos cerca de 150 manuscritos identificados
conduzisse à descoberta de partes do AJ ainda desconhecidas.
Infelizmente, tivemos de concluir que a combinação da narrativa
pseudo-procoreana com secções dos nossos apócrifos só
ocorreu num número limitado de casos. Um o l h a r sobre a
estrutura narrativa do AJPr é suficiente para explicar por que
razão f o i d i f í c i l encaixar esta longa narrativa no quadro do A
J. O pseudo-Procoro localiza a actividade do apóstolo em
apenas dois lugares: em Éfeso, o n d e João permaneceu até
ser exilado e onde d e p o i s r e g r e s s o u p a r a
morrer, e e m Patmos, o cenário d o s dois

(1) A edição a que faremos referência constante no resto deste trabalho


é a de Theodor Zx rø, Acta Joaririis, Erlangen 1880,
pp. 3-15 (recensão principal) e 166-192 (extractos de outras formas do
texto, incluindo a recensão B, pp. 167-184). Para mais informações sobre
esta obra, ver pp. 718 e seguintes.
(2) Ver o nosso estudo sobre La łradi lion manuscrile des Aelea de lean
por Prochore (a publicar).
4 TRADIÇÃO MA2'ïU SCR ITE

terço da história. Estes dados geográficos eram difíceis de


conciliar com os do AJ. A combinação foi, no entanto, tentada por
alguns copistas, que assim salvaram do esquecimento partes
importantes do nosso texto.
Uma apresentação dos vários tipos de manuscritos do AJr em
que se combinam os dois textos a j u d a r á a esclarecer as
particularidades da tradição manuscrita de cada uma das secções
do AJ, que descrevemos a seguir.

a) AJPr manuscritos que contêm grandes extractos de A J


(cap. 1Æ55.5Œ86.106-115)
O primeiro caso, de longe o mais importante, é representado
pelos manuscritos H, RZK (Ç), O e M (descritos abaixo nas pp.
12-18). Apesar das características que parecem distingui-los uns
dos outros (-), estão relacionados em vários aspectos essenciais
e formam um grupo à parte na massa de testemunhas pseudo-
procóricas.
Em primeiro lugar, todas elas dizem respeito a um único
estado do texto do JPr A, que designamos por recensão B 1.
Esta recensão caracteriza-se, nomeadamente, pela presença
de subtítulos no início dos diferentes capítulos da história Ç).
Em seguida, colocam os seus extractos dos AJ no mesmo
lugar. Estes servem de conclusão a um maior ou menor
número de episódios AJPr (ver quadro na página 6).
Por último, distinguem-se do resto da tradição pelo facto de
perturbarem a ordem normal dos episódios de Prochore. Esta
característica é evidente no caso de RZ,

(1) Como K é uma cópia de R, a partir de agora referir-nos-emos


apenas a RZ.
(2) RZ e H transmitem um texto completo do AJPr, ao passo que O e M
apenas apresentam partes seleccionadas. RZ e M, cada um à sua
maneira, combinam as recensões A e B, enquanto H e O se referem
exclusivamente à recensão B. Por último, o RZ, ao contrário dos outros
três, não tem legendas.
(3) Sobre este sistema de legendas, ver o estudo citado na p. 3, nota
2. A sua ausência em RZ resulta de uma eliminação secundária e
explica-se pelo carácter compósito deste estado do texto de AJPr. No
caso de H, é de notar que se observam vestígios de legendas antes dos
episódios de Myron (fol. 179--}- 183), Chrysos (fol. t72- -|- t77) e
Sosipatros (fol. 171-}- 16ô-).
OS SEUS DIFERENTES ITINERÁRIOS

M e 0. Provavelmente, isto também se aplica ao palimpsesto H,


embora o texto deste último só seja servido de forma muito
imperfeita. Vimos que as secções dedicadas a Basileios e
Chrysos (74, 5 - 89, 16) aparecem antes, e não depois, d a
história de Myron (57, 9 - 74, 4), e que os episódios
de Noetianos e Sosipatros (129, 1 - 150, 12) não pode ter sido a
continuação imediata do capítulo que trata de Lycos (117, 7 -
128, 18) Ç). Estas observações, confirmadas por um cálculo do
número de linhas em falta n o início e no fim das secções
preservadas nas folhas identificadas do palimpsesto ('), levam-
nos a supor que H tinha o mesmo conteúdo que RZ e transmitiu
os diferentes capítulos do A.IPr numa ordem semelhante. Quanto
a M e O, embora se refiram apenas a uma parte destes capítulos,
mostram também o mesmo tipo de disposição. Esta disposição
original do AJPr e de algumas partes do AJ é claramente
demonstrada no quadro do topo da página 6.
A ordem particular em que os capítulos do AJPr e do AJ se
sucedem nas nossas quatro testemunhas remonta a um
passado comum. Esta "desordem" surgiu, sem dúvida,
aquando da fusão das duas tradições. O compilador que
tomou a iniciativa de acrescentar grandes extractos do AJ
primitivo ao texto do AJPr foi obrigado a reorganizar a
disposição deste último. Ao colocar as secções relativas a
Quinope e à redacção do Evangelho sitót após a chegada a
Patmos, quis sem dúvida limitar a estes dois capítulos a
actividade de João na ilha do exílio. De facto, no segundo
destes capítulos, vemos o apóstolo anunciar o seu regresso
iminente a Éfeso e escrever o seu Evangelho com base nas
orações dos cristãos de Patmos (A JPr 150.13 - 160.4). 11
Devemos, portanto, admitir que, aos olhos do autor da
eompilação, os acontecimentos ra-

(1) Este último termina exactamente na parte inferior de um verso (lol.


56-}- 57-), enquanto o texto em falta no início da história de Noetianos
(antes de fo1. 171 -{- 166) vai apenas de 128, 19 ( - 180, 22 B) a
130, 18 ( = 182,
10 B), o que equivale a meio fólio do códice e não a um fólio completo.

(2) Os pormenores deste cálculo não podem ser apresentados aqui. As


partes do texto da AJPr identificadas em H são indicadas no estudo acima
referido (p. 3, nota 2).
6 TRADIÇÃO MANUSCRITA

3, t - 57, 8
(Iniciar Uf r)
II 90,6 - 116, 17 IE
(Kynops)
III 150, 13 - 160, 4 III III - III
(evangelho)
IV a 129,1-135, 7 IV a IV a - IV a
(Noetianos)
b 135, 8 - 150, 12 IV b IV b
(Sosipatros)
V a 57,9 - 74,5 (V a)(1) V b V a -
(KJFOR)
b 74, 5 - 78,9 Y c Yc V b -
(Basileios)
78,10-89,16 Yb V a Yc -
(Chrysos)
VI t17, 7 - 128, YI vI (YI -
18"*
(Lycos) 122,13-127,5
vist AU 18-55 vll vII
o
em
VIII AU 58-86.t06-115 YIII VIII VIII VIII-

* reconstrução hipotética
-- AJPr 128, 18 corresponde a A JPr 180, 21, rec. B

Os acontecimentos descritos nos outros capítulos de AJPr já


não se passam em Patmos, mas em lugares ao longo da estrada
que conduz João a Éfeso (-).

(1) O capítulo sobre Myron não aparece em Z, mas apenas em R, onde


surge depois de FJ 106-115. Uma indicação de segunda mão, colocada
depois de AJPr 57, 8 (fo1. 194-), indica que o episódio acrescentado no fim do
manuscrito deve ser lido aí. Sobre esta particularidade de R, ver
p. 15-16.
(2) Depois de ter deixado Patmos, João teria assim exercido
sucessivamente a sua actividade nas cidades de Myrhinousa (Noetianos, cf. 135,
2.3), Karos (Sosipatros, cf. 135, 3.11), Phora ou Phlora (Myron,
Basileios, Chrysos, cf. 57, 9; 78, 10), Myrhinousa de novo (Lycos, cf. p.
117, 7 ss.) e Milet (FJ 18, 4). Mas a ruptura da ordem dos episódios cria
incoerências: alusões à acção de Kynops em 59, 17; 60, 15 e 67, 7, quando a
perda definitiva do mágico de Patmos já foi contada; João permanece em
casa de Sosipatros e Procllane (156, 4) quando a sua conversão ainda não
aconteceu.
as suas vozes de mergulho 7

Se a nossa reconstrução estiver correcta, H é o manuscrito que


mais se aproximou desta forma revista e consideravelmente
ampliada do AJPr. O antepassado comum de R e Z também o
preservou na sua integridade e ordem original, mas modificou-o em
dois pontos sob a influência de um texto do AJPr na recensão A:
1) os títulos intermédios foram removidos; 2) a recensão B1 foi
substituída pelo texto A nas secções I, IV e Va. Finalmente, O e M
(ou os seus modelos) conservaram apenas uma selecção de
episódios, mas mantiveram a posição primitiva Ç). Em suma,
todos os manuscritos que transmitiram grandes secções da série
A dependem, mais ou menos directamente, d e um único
antepassado. Este antepassado continha o texto de Prócoro na sua
recensão B 1, interrompeu a ordem normal dos episódios e deu
as partes do A J (provavelmente os caps. 18-55, 58-86 e 106-115)
seguindo AJPr 128, 18 (180, 21 da recensão B).

b) Manuscritos da AJPr que contêm a história de


Antipatros (cap. 56-57)
O episódio da cura dos filhos de Antipatros em Esmirna deve a
sua conservação a um outro ramo da tradição A JPr. Os dois
manuscritos que o restituem (L e S, descritos mais adiante na p.
25) não pertencem à recensão B 1, mas a um tipo de texto
composto (-). A inserção deste milagre isolado no final da primeira
estadia de João em Éfeso (depois de 44,9) remete certamente
para uma fase anterior da tradição. De facto, a história aparece
também nos dois manuscritos arménios em que se baseia a
edição dos Mechitaristas (Ç). Ora, enquanto uma destas duas
testemunhas termina, como LS, com a história de Anti-Patros, a
outra transmite um texto completo do AJPr e segue o milagre de
Esmirna com o subtítulo "O exílio de São João",

(1) Para além do seu modelo B1, o compilador de M utilizou também


um texto de tipo A, cuja influência é detectável na secção V (57, 9-89, 16)
e sobretudo nos episódios do sacerdote de Zeus e da viúva (122, 13- 127,
5). Cf. Zxus, p. xxxv-xxxvi.
(2) L e S estão essencialmente ligados a um estado do texto a que
chamamos A 2, mas, a partir de A dPr 89, 17 fl 44, 19, estão próximos
tanto da revisão B como de uma família A 4 (ver o estudo citado na p. 3,
nota 2).
(3) Vol 1 em A J 56.
TRADIÇÃO MANUSCRITA

que introduz a secção 44, 11 - 57, 8. Daqui se pode concluir


que o antepassado de L e S transmitiu também um texto da
AJPr que se prolongava para além do episódio de Esmirna. Em
todo o caso, deve ter relatado as circunstâncias do desterro do
apóstolo e da sua viagem a Patmos (44, 11 - 57, 8), como
indica a presença invulgar do so' sept zJç r}op'oç nixon no
título dos nossos dois manuscritos. Temos assim o caso
surpreendente de um milagre isolado dos Actos primitivos que
deve a sua conservação ao facto de ter sido introduzido na
longa narrativa do pseudo-Procoro, graças a um título
intermédio que anuncia o exílio.

c) Manuscritos da AJPr que contêm apenas o primitivo


Melaslasis (cap. 106-115)
Em alguns casos isolados, a combinação entre o AJPr e o texto
do AJ diz respeito apenas ao rëcit da morte de João, seja porque o
AJ 106-115 substitui o trecho correspondente do Prochorus (162,
10 - 165, 4), seja porque os dois textos se complementam. A
primeira solução encontra-se em dois manuscritos coptas do
AJPr: o códice Morgan 57# dá sem transição, após o AJPr 162,
11 ("saímos da casa de Domnos"), o texto de A J 110-111 e 115;
o manuscrito D (Paris, 129**, fé. 84) segue o AJPr 162, 11 com o
primitivo Melasfasis, precedido de um título próprio ('). A segunda
solução é representada pelo manuscrito grego G (Dublin, Trin.
Coll., 18s) que insere grandes estratificações de AJ 106-115 na
narrativa de Prochorus, no lugar de 162, 4 - 163, 10 (°).

d) O Parisinus gr. 1408


Este manuscrito constitui um caso muito especial no
tratamento do AJPr. Completa a narrativa do pseudo-Procoro
de forma original através de uma secção do AJ, cujo texto
retrabalha radicalmente {AI 38-54 e, em parte, AJ 106-115) e de
uma anedota de proveniência diferente (a história de João e a
perdiz). O texto destas peças adicionais é citado mais adiante
(pp. 369-375). O conteúdo de Paris. gr. 14ö8, o episódio da
perdiz e a questão de saber se pertence ao AJ são estudados
num capítulo posterior (pp. 145-158).

(1) Ver p. 378.


(2) Ver p. 33-34.
SES D IVETtS ES VO IES 9

B. Os Actos de João em Roma (AJ y)

Um outro texto, completamente independente do A JPr, serviu


também de abrigo para a secção final do A J. Nos manuscritos do
grupo y (descritos abaixo p. 37-39), o Me- fosfnsis serve, de facto,
de conclusão à uptÎ$etç do apóstolo João em Roma, na presença
do imperador Domiciano. Chamaremos a estes npö$ctç os Actos
de João em Roma, ou AJ y, uma vez que só são transmitidos no
conjunto de manuscritos designados por esta sigla. Trata-se de
uma obra original e coerente, muito diferente dos AJ e A JPr.
Editamo-lo, traduzimo-lo e analisamos as fontes no volume II (').
É de notar que a história de ñJy termina com estas palavras,
no final do cap. 14: "Depois, como j á e r a velho e estava para
morrer, confiou a Policarpo o ofício de bispo da igreja". Não há,
portanto, um relato pormenorizado da morte de João. A adição do
Melasfasis não é obra do autor dos Actos de João, mas deve-se a
um escriba posterior, que ligou os dois textos com uma frase de
transição da sua autoria (cl. A J 106 y, 1-2) (-).
O novo conjunto foi transmitido separadamente e com um título
original, excepto no caso do códice A (Ambros. A 03 in{.) onde se
encontrava estreitamente entrelaçado com o texto da última parte
da AJPr (150, 13 - 165, 4) (®).

C. Uma forma enriquecida de AJPr: a compilação Q

Um lugar especial deve ser reservado a um grupo de


manuscritos da AJPr que designamos pelo acrónimo Q e que
apresentamos a seguir (p. 34-37). Trata-se de uma compilação
que reúne num único conjunto o relato do pseudo-Prochorus e
uma série de outras tradições sobre João, incluindo a primitiva
Melasfasis. Fazemos aqui uma breve descrição desta compilação,
cujos vários componentes são tratados em parte mais adiante no
livro (-).

(1) Ver p. 8üü-f'80.


(2) Ver p. 842-fi4 t.
(3) Ver p. J7-38.
(4) Ver p. 704.
10 TRADUÇÃO MANUSCRITA

O autor da compilação Q baseou-se em várias fontes. A parte


principal do seu texto é constituída por um recital do A JPr, ligado
à recensão B 1. As peças de outras pro- veniências, que ampliam
e modificam o texto de Prochore, são as seguintes:
1) Prólogo inédito, no qual o compilador justifica o seu
empreendimento e apresenta u m a série de pormenores sobre
João, retirados das Escrituras ou de outras tradições: a sua
família, o seu lugar d e origem, os seus projectos de casamento,
a sua vocação, o seu papel privilegiado ao lado de Jesus durante
a Paixão e junto da Virgem até à sua morte Ç).
2) Uma tradição sobre Timotlïée, primeiro bispo de Ùphèse,
nomeado por Paulo a pedido de João, enquanto esperava que
o apóstolo da Ásia tomasse posse da sua terra de missão,
aquando da morte de Maria (-).
3) Dois relatos, situados entre AJPr 32, 24 e 33, 1: o do mar que
ameaça submergir os incrédulos fenícios e que se retira à ordem
de João; o do jovem que se torna salteador e é reconduzido à fé
pelo apóstolo (-).
4) Os Actos de João em Roma, numa forma abreviada e muito
revista, introduzidos no rëcit da AJPr em vez de 44, 6- 47, 15 (
173, 12 - 174, 13, rec. B) (-).

(1) Este prólogo precede o texto do l*rochore e ocupa os fólios 87-93*


do Valic. gr. 654 (V). Contém duas particularidades que merecem ser
mencionadas: uma exegese alegórica da perícope evangélica sobre os
preparativos da refeição pascal (Mc 14,12-17 e par.) e um dito de Salomão
relacionado com a Cruz, sem dúvida retirado de um apócrifo transmitido
sob o nome do rei sábio.
(2) Está inserida no início do relato de Prócoro, antes da menção da
partida de João para a Ásia (ZxuN, }3. 166, 3-167, 25) e é retomada
depois de A JPr 32, 24, onde ficamos a saber que Timóteo sofreu o
martírio e que a idolatria dos Efésios está no auge, obrigando João a
convertê-los pelo milagre do mar (fo1. 103 em V). Reaparece também na
história do jovem que se torna chefe dos salteadores, onde o compilador
especifica que o bispo a quem João confia o seu protegido foi ordenado
por Timóteo, ele próprio ordenado por Paulo (fo1. 104).
(3) Fol. 103-105* em V. Sobre este assunto, ver o artigo de E. Juson
citado em
p. 157, n. 1.
(4) Editamos o texto desta reformulação e examinamos a sua relação
com a forma original dos Actos de João em Roma (ver pp. 8J5-840 e 881-
886).

Você também pode gostar