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temas para o
Enem 2022
Os desafios da educação
de jovens e adultos no Brasil
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é um desafio a ser melhorado na socie-
dade brasileira, pois reflete a desigualdade social e econômica no país, devido
ao fato de evidenciar as fragilidades de uma escola excludente diante da diver-
sidade e garantir o direito de aprender independentemente da idade, eviden-
ciando a responsabilidade de não excluir estas pessoas uma vez mais.

Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2017


deixam claro quem a escola abandonou: sete em cada dez brasileiros sem
Ensino Fundamental completo têm renda familiar de até um salário-mínimo.
No Nordeste, 52,6% dos brasileiros sequer concluíram o Fundamental, enquan-
to no Sudeste, 51,1% têm pelo menos o Ensino Médio. As pessoas brancas têm
2 anos a mais de escolarização em relação às pretas e pardas e mais chances
de chegar ao nível superior: 22,2% contra 8,8%.

O Censo Escolar, divulgado em 2018 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pes-


quisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), indicou que havia 2 milhões de
crianças e adolescentes fora da escola. A pandemia acentuou este movimento,
com a ausência de recursos para aulas online, incluindo internet, computador
e tablet, por exemplo. Assim, a evasão de discentes no período regular de
estudos impacta o crescimento e a preocupação do governo com a educação
de jovens e adultos no país.

Os desafios para o combate


ao vício em celulares na era
tecnológica no Brasil
Nomofobia é o medo irracional de ficar sem o seu telefone celular ou ser inca-
paz de usar o telefone por algum motivo, como a ausência de um sinal, o tér-
mino do pacote de dados ou a carga da bateria. A palavra tem origem de uma
composição em inglês: no + mobile + phone + phobia. O termo foi criado pela
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YouGov, uma instituição de pesquisa sediada no Reino Unido. Em um estudo
de 2008, pesquisadores relataram que 53% dos usuários de celulares se sen-
tiam ansiosos quando não podiam usar seus telefones celulares e mais da
metade nunca desligava seus telefones.

Uma pesquisa realizada por pesquisadores do King's College de Londres afirma


que 1 a cada 4 jovens é tão dependente dos próprios celulares que eles passa-
ram a ser considerados viciados nos dispositivos. Os jovens também não con-
seguem, segundo a pesquisa, controlar a quantidade de tempo que passam
diante dos smartphones e, portanto, para os pesquisadores, esse vício está
associado a problemas de saúde mental.

O avanço tecnológico pode acarretar grandes problemas à sociedade, caso


não a usufrua com sabedoria. Um compulsivo à Internet ou um cyberviciado é
uma pessoa que passa grande parte do dia navegando na rede. Essa depen-
dência manifesta-se como uma incapacidade do indivíduo em controlar o uso
excessivo dessa tecnologia, que por sua vez causa efeitos significativamente
negativos na vida funcional e cotidiana. Por esse motivo, o Instituto de Psi-
quiatria (Ipq), do Hospital das Clínicas, está triando adolescentes e adultos que
apresentam dependência de Internet, com o objetivo de oferecer tratamento a
indivíduos com dependência de internet. Leia mais sobre isso aqui.

Desafios para o combate


ao tabagismo no Brasil
O hábito de fumar é reconhecido como uma doença epidêmica que causa
dependência física, psicológica e comportamental semelhante ao que ocorre
com o uso de outras drogas lícitas (como o álcool) ou ilícitas (como a cocaína
e a heroína). Essa dependência ocorre pela presença da nicotina nos produtos
à base de tabaco e à inalação de substâncias tóxicas.

Existem cerca de 50 doenças relacionadas ao consumo de cigarro, além de


que o fumo passivo, ou seja, não fumantes que respiram a fumaça do cigarro
também correm o risco de ter as mesmas doenças que os fumantes. De
acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), o
tabagismo e a exposição passiva são importantes fatores de risco para o de-
senvolvimento de câncer de pulmão. No Brasil, esta doença foi responsável

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por 28.620 mortes em 2020 e, no fim do século XX, esse tipo de câncer se
tornou uma das principais causas de morte evitáveis.
Você sabia que o SUS fornece tratamento gratuito contra o tabagismo?
Leia mais aqui.

A necessidade de implementar
a educação financeira
nas escolas brasileiras
A educação financeira é uma formação de comportamentos do indivíduo em
relação às finanças. De acordo com a superintendente da Associação de Edu-
cação Financeira do Brasil (AEF Brasil), Cláudia Forte, “a contribuição mais
importante da Educação Financeira é ajudar o aluno, desde cedo, a desenvol-
ver a capacidade de planejar sua vida, sua família, e tomar boas decisões finan-
ceiras”.

Essa formação é importante, pois, segundo dados da Serasa Experian, o


número de inadimplentes no Brasil é mais do que a população de quase todos
os países da América Latina. Isso significa dizer que, em 2019, o número de
pessoas com dívidas no país era de 63,2 milhões de pessoas.

Outro dado importante é que desde 2018 a Base Nacional Comum Curricular
(BNCC) incluiu a Educação Financeira entre os temas transversais que deverão
constar nos currículos de todo o Brasil e esse tema deve ser incorporado às
propostas pedagógicas de estados e municípios. Mas, a grande questão é:
todas as escolas de Ensino Fundamental e Médio já estão aplicando essa obri-
gatoriedade? Como viabilizar isso para os estudantes do Ensino Básico?

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Obstáculos para doação
de órgãos no Brasil
A doação de órgãos ou de tecidos é um ato voluntário que consiste em um
doador manifestar a vontade de doar uma ou mais partes do corpo para auxi-
liar no tratamento de outras pessoas. Para ser um doador é necessário mani-
festar esse desejo em vida, uma vez que a doação ocorre após a morte. No
entanto, o que poucas pessoas sabem é que existem algumas doações que
podem ser feitas em vida, como o rim, parte do fígado e da medula óssea.

O “doador vivo” deve ter boas condições de saúde e concordar com a doação
juridicamente. De acordo com a lei, membros de uma família podem ser doa-
dores, mas não parentes só podem doar com autorização judicial. Já em rela-
ção à doação após a morte, o doador deve informar esse desejo aos familiares,
uma vez que são eles que decidirão sobre a doação.

De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil possui o maior programa públi-


co de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo, que é garantido a
toda a população por meio do SUS, responsável pelo financiamento de cerca
de 95% dos transplantes no país. Apesar do grande volume de cirurgias realiza-
das, a quantidade de pessoas em lista de espera para receber um órgão ainda
é grande.

As manifestações de violência
dentro dos estádios brasileiros de futebol
O brasileiro é conhecido mundial por uma paixão nacional: o futebol. No en-
tanto, o divertimento em assistir aos jogos dos times em estádio é ignorado,
pois no país há um índice elevado de violência no futebol brasileiro. De acordo
com um levantamento realizado pelo jornal Estadão, ocorre um episódio de
violência a cada quatro dias. Até março de 2022, 15 casos violentos já tinham
ocorrido em pouco tempo, entre ônibus atacados, invasões de campos e
brigas entre torcedores dentro e fora dos estádios.

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Por esse motivo, ainda que timidamente, algumas mudanças foram feitas no
estatuto da CBF em uma Assembleia Geral Extraordinária para uma movimen-
tação contra a violência nos estádios, a partir da criação de um grupo de estu-
dos e da convocação de representantes de diferentes segmentos da sociedade
para debater o tema.

Em entrevista publicada no jornal Folha de São Paulo, o consultor de seguran-


ça e ex-secretário nacional de Segurança Pública, José Vicente da Silva defen-
de que o problema está diretamente ligado à sensação de falta de penalização
entre os infratores.

Essa situação de violência era muito comum em paridas de jogos de futebol


em Londres, por exemplo, em que os “hooligans” marcavam de se encontrar
para o combate. Os confrontos eram entre gangues e tinham características
muito comuns, conforme o livro Sociologia do Futebol, de Richard Giulianotti,
afirma: “Torcedores jovens procuravam ganhar prestígio para o seu grupo de
hooligans, ‘ocupando’ a arquibancada atrás do gol que ‘pertencia’ a seus rivais.
Invasões de gramado também ocorriam, particularmente quando seu time
estava perdendo.” No entanto, cerca de 46 mil torcedores foram presos no
período de dez anos a partir da criação da lei que endureceu o controle dos
“hooligans”.

Caminhos para combater a pobreza


menstrual no Brasil contemporâneo
A pobreza menstrual é a situação precária vivida por pessoas que menstruam
e utilizam formas improvisadas no lugar de um absorvente para conter a mens-
truação, por exemplo, com jornais, pedaços de pano ou folhas de árvores.
Em 2020, o Conselho Nacional de Direitos Humanos aprovou a criação de uma
política nacional de superação desse problema com o objetivo de assegurar
o acesso a absorventes, tampões íntimos e coletores menstruais a mulheres,
meninas, homens trans etc.

Essa medida é de extrema importância, embora ainda não esteja efetivamente


aplicada na sociedade brasileira, uma vez que a Organização das Nações
Unidas (ONU), desde 2014, considera o acesso à higiene menstrual um direito
que precisa ser tratado como uma questão de saúde pública e de direitos
humanos.
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Ainda, de acordo com a Agência Senado, os adolescentes são o alvo mais
vulnerável à precariedade menstrual. Diante do pouco dinheiro para produtos
básicos, sofrem com dois fatores: o desconhecimento da importância da higie-
ne menstrual para sua saúde e a dependência dos pais ou familiares para a
compra do absorvente, que acaba entrando na lista de artigos supérfluos da
casa.

Desafios de combater
o desaparecimentode pessoas no Brasil
O desaparecimento de pessoas é um problema global amplo, heterogêneo e
com poucas estatísticas. No Brasil, os registros passaram a integrar o Anuário
Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública
(FBSP), desde 2017 e vem registrando uma média de aproximadamente 80 mil
boletins de ocorrência sobre esse problema a cada ano.

A lei nº 13.812, de 16 de março de 2019, instaurou a primeira política federal


permanente voltada a solucionar e a prevenir casos de desaparecimento de
pessoas: a Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas (PNBPD).

Nesse sentido, o Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas (CNPD) foi


criado como uma ferramenta fundamental para uma resposta do poder público
brasileiro aos casos de desaparecimento no Brasil, crescentes a cada ano. Essa
medida unifica as informações sobre desaparecidos no país.

De acordo com registros feitos em delegacias reunidos pelo Sistema Nacional


de Localização e Identificação de Desaparecidos (Sinalid), mais de um terço
dos desaparecidos no Brasil são crianças e adolescentes de até 17 anos, são 30
mil desaparecidos atualmente nessa faixa etária. No total, o país tem 84,9 mil
pessoas desaparecidas.

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Os problemas relacionados
ao analfabetismo digital no Brasil
O processo de transformação digital já se faz presente no mundo há alguns
anos e nos traz novos desafios recorrentemente. São inquestionáveis os bene-
fícios da tecnologia: a comunicação ficou muito mais fácil e o acesso às notí-
cias e informações ficou mais fluente, a alguns toques na tela. Por mais que,
hoje, fale-se muito sobre os chamados “nativos digitais” – geração de jovens
nascidos a partir da disponibilidade de informações rápidas e acessíveis na
Web – deve-se ressaltar que o desconhecimento sobre essa competência
tecnológica ainda é real.

De acordo com o relatório anual "The Inclusive Internet Index 2019", elaborado
pela revista britânica The Economist e patrocinado pelo Facebook, cujo objeti-
vo é avaliar a qual ponto a internet contribui positivamente para melhorar fato-
res socioeconômicos em nível global, o Brasil aparece na 31ª posição no
ranking geral de 100 países, que avalia preparo, facilidade de acesso, disponibi-
lidade e relevância da internet em nível global. Na comparação ano a ano,
realizada com 84 países, o Brasil ficou com a 29ª colocação, subindo três posi-
ções. Já em relação ao quesito de preparo abrange três categorias: alfabetiza-
ção, confiança e segurança no uso da internet e políticas de incentivo do uso
da web ficou, respectivamente, nas posições 66ª, 21ª e 50ª.

De acordo com Roger Chartier, historiador francês, reconhecido por seus tra-
balhos acerca da história do livro e das práticas de leitura e investiga as conse-
quências da revolução virtual - dentre elas, o analfabetismo digital - e como a
forma do texto (em papel ou na tela do computador) afeta o sentido dele. Para
o autor, o uso de tecnologia na escola favorece uma intervenção do poder
público na vida de quem não tem condições para comprar um computador ou
conhecimentos para utilizá-lo. Por outro lado, a nossa sociedade está vendo
nascer um novo modelo de analfabetismo: o digital - marcado pela impossibili-
dade de usar um computador para ler, escrever ou realizar tarefas simples.

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Os efeitos da alimentação
irregular no Brasil
A má alimentação é resultado de uma dieta desequilibrada carente em inges-
tão daquilo que o nosso corpo realmente necessita – frutas, verduras, legu-
mes, cereais e grãos, além de ter o consumo excessivo das chamadas gorduras
ruins, sódio e açúcares. A comprovação dos resultados negativos da má
alimentação vem com um estudo recente publicado pelo Instituto de Medição
e Avaliação da Saúde da Universidade de Washington (Health Metrics and
Evaluation), pois o levantamento constatou que a má alimentação foi respon-
sável por quase 11 milhões de mortes em 2017, contra 10,4 milhões de mortes
causadas pela pressão arterial alta e 8 milhões pelo cigarro.

Cabe destacar, ainda, que uma alimentação irregular não ocorre somente pela
ingestão de fast-foods, pois, no Brasil, ocorre atualmente um cenário de inten-
sificação da fome. De acordo com um estudo da Rede Brasileira de Pesquisa
em Soberania e Segurança Alimentar (PENSSAN), três em cada dez famílias
brasileiras tiveram dificuldades para comprar alimentos e tiveram que reduzir a
quantidade de algum item – sofrendo insegurança alimentar moderada ou
grave.

Insegurança alimentar não é uma expressão nova — "gourmetizada", como


dito nas redes — para a fome. A expressão "segurança alimentar" começou a
ser usada pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura
(FAO) logo após a Segunda Guerra Mundial.
Quer saber mais sobre os impactos da pandemia em relação à alimentação no
Brasil? Clique aqui.

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