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PROGRAMA 2

1ª sessão

CONVERSE COM DEUS


Marcos 1:35-39; Lucas 4:42-44
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C.S. Lewis foi o autor de vários livros


infantis, dentre eles "As Crônicas de
Nárnia", assim como muitos romances
para adultos e livros sobre questões
relacionadas à fé cristã.

O filme "Terra das Sombras", produzido em 1993,


conta a história de Lewis dando ênfase ao
relacionamento dele com sua esposa, Joy
Gresham.
Com um roteiro indicado ao Oscar, Terra das
sombras apresenta o mundo como ele é, no
qual todos passam por alegrias, pela fé e pelos
sonhos, mas também por tristezas, pela
descrença e por perdas, sentimentos esses tão
contraditórios.

Um filme cuja magnitude é tão infinita que avaliações ou


mesmo quaisquer palavras são incapazes de representá-lo. Fica
aqui mais uma oportunidade de assistir à brilhante
performance de Anthony Hopkins, que encarnou a vida de C.
S. Lewis de forma ímpar.

O filme nos convida a testemunhar o seu amor, a sua dor, o seu


sofrimento e a sua luta, com fé em Deus. No entanto, para
desespero de Lewis, Joy acaba morrendo. Em determinado
momento dessa história, um amigo questiona Lewis sobre o
porquê de Deus não responder suas orações.

Lewis responde:

“Não é por isso que eu oro. Eu oro porque não posso me


ajudar. Oro porque eu sou impotente. Porque a necessidade
flui para fora de mim o tempo todo. Oro, não para mudar a
Deus, mas para que Ele me mude”.

Lewis compreendia a necessidade da oração.


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O maior exemplo de uma vida de oração, entretanto, encontramos
em Jesus. Sendo Ele o Filho de Deus, cujos atributos divinos lhe
asseguravam o direito de agir sobrenaturalmente, podia dispensar a
oração como prática regular de sua vida.

Todavia, ao humanizar-se, esvaziou-se de todas as prerrogativas da


divindade e assumiu em plenitude a natureza humana necessitando,
assim, orar o tempo todo.

Na Bíblia, a palavra "oração" é usada pelo menos vinte e cinco vezes


em conexão com Jesus e há muitos casos em que Ele está envolvido
em oração, mas a palavra não é mencionada.

A vida de Cristo teve muitas características marcantes, mas nada é


mais ilustre do que a sua oração.
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Oração, a prioridade de
Jesus
Como era seu costume, certa vez, por volta das 4 horas da
madrugada, Jesus se levantou, saiu da cidade e foi a um lugar deserto
para orar. Ele fazia isso a fim de obter privacidade para conversar com
Deus e assim estar mais preparado para mais um dia de trabalho.

Ao estudar os Evangelhos, você perceberá rapidamente que a oração


foi uma constante na vida de Jesus. Mas por que Jesus orava? Nós
podemos saber, mesmo com nossas próprias limitações e
necessidades, as razões pelas quais uma pessoa comum ora.
Contudo, o que estava por trás das orações de Jesus? Quais
problemas poderiam ser resolvidos com suas orações?

Nesse dia, Jesus passou horas orando, mesmo com o sol já


despontando firme e uma multidão já buscando o seu toque especial
e milagroso. Aliás, Jesus desde sua mais tenra idade, sempre
posicionava a oração como uma das prioridades dos seus dias. Com
certeza, a cruz sempre fazia parte das orações de Jesus, pois orar não
era uma fuga dos problemas, mas sim a recarga de energia para
enfrentar seus desafios do dia a dia.

Essa energia é recarregada quando nos relacionamos com Deus em


oração e esse relacionamento nos mantém determinados para viver
em direção de nossa missão de vida. E Jesus sabia da importância da
oração para se manter concentrado em sua missão aqui na Terra.

Quando oramos, temos um encontro com uma grande realidade:


não somos soberanos; não somos perfeitos; não somos efetivamente
amorosos; não somos e não temos todas as soluções para nossos
problemas. Graças a Deus, podemos contar com aquele que é tudo
isso. Ao orarmos, relacionamo-nos intimamente com o autor da vida.
Ele deixa de ser um Deus distante e indiferente e passa a ser um
Deus presente e atuante.
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O Deus relacional considera quem somos. Deus tem prazer em nos
ouvir e esse prazer é saciado quando o buscamos por meio da oração.

A oração é o ato de se estabelecer um diálogo com Deus, sendo que


devemos estar atentos à resposta Dele, que vem conforme o nosso
espírito ou por intermédio das circunstâncias exteriores. É pela oração
que colocamos nossas ansiedades nas mãos de Deus, crendo que Ele
é poderoso para nos dar paz interior e nos proporcionar estratégias
para resolver nossos problemas da melhor maneira possível.

Passadas algumas horas, os discípulos de Jesus começaram e se


preocupar. Afinal de contas, onde Jesus estava? Sabiam que ele tinha
o hábito de orar, mas não sabiam que era capaz de deixar uma
multidão esperando por causa de uma oração. Eles ainda não
entendiam que seu Mestre considerava a oração parte de sua vida,
isto é, uma prioridade!

Jesus preferia a oração ao encontro com a multidão. Às vezes, passava


noites inteiras em oração. Mas por que Jesus investiu tanto tempo
nessa atividade, uma vez que tinha tantos compromissos? Que
mistério é esse, que o mantém tão dependente desses momentos
solitários?
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A oração e a ciência
A oração é tão fundamental em nossa vida que funciona como uma
terapia espiritual. Os benefícios de tal ato podem ser comprovados
pela Ciência. Exemplo disso é o que aconteceu em Los Angeles, no
Veterans Affairs Medical Center.

Uma das entidades governamentais norte-americanas mais


importantes no campo da investigação clínica desenvolveu um
programa de pesquisa sobre as variações da atividade cerebral
humana durante a oração. Esse programa fez uso da sofisticada
tecnologia de ressonância magnética e do eletroencefalograma,
dentre outros recursos.

Ao mesmo tempo, quase uma centena de cientistas já se reuniu no


Estado da Virgínia para debater os efeitos da espiritualidade nas
doenças orgânicas. Nesse encontro foi apresentado um trabalho
desenvolvido pela Dartmouth Medical School, relacionado às pessoas
operadas do coração, o qual demonstrava que a porcentagem de
cura dos pacientes que declararam ter uma vida de oração é três
vezes superior à dos que alegaram não ter qualquer interesse em
uma vida espiritual.

O Instituto Nacional do Envelhecimento (National Institute on Aging),


nos Estados Unidos, revelou que, sobre uma amostragem de quatro
(4) mil idosos da Carolina do Norte, a depressão e as enfermidades
físicas afetam muito menos a quem tem uma vida de oração habitual.

Observou-se que a pressão arterial média das pessoas que


reconheceram ter momentos frequentes de oração é mais baixa do
que aquelas que não têm.

Todos esses dados parecem confirmar que a oração e a


espiritualidade, como ferramentas de ajuda nos tratamentos,
constituem uma realidade difícil de ser refutada. Essa convicção
cresceu a tal ponto que já supera as barreiras de desconfiança que
rodeiam as clínicas e os hospitais.
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Segundo uma recente investigação da Academia Médica Americana


(American Medical Academy), para 99% dos sócios, a fé ajuda a
curar, e 80% deles consideram que o relaxamento e a meditação
deveriam ser incluídos na formação das novas gerações de médicos.

“Os pacientes que têm convicções negativas a respeito da sua própria


doença, nunca melhoram tanto quanto aqueles que não perdem a fé
e a esperança”, concluiu um relatório dessa Academia. Esses dados
recentes só comprovam o quanto ainda precisamos conhecer sobre
os mistérios da oração.

Infelizmente, há ainda muita ignorância sobre este importante tema.


Em 1981, Gilberto Gil lançou o LP (quem se lembra dos discos de
vinil?) “A gente precisa ver o luar” que, como os seus demais discos,
obteve grande sucesso. Uma das músicas, talvez você se lembre:

“Se eu quiser falar com Deus


Tenho que aceitar a dor
Tenho que comer o pão
Que o diabo amassou
Tenho que virar um cão
Tenho que lamber o chão
Dos palácios, dos castelos
Tenho que me achar medonho”

A canção “Se eu quiser falar com Deus”, de Gilberto Gil, 1980, fala
sobre Deus. Fico intrigado com o fato de o famoso cantor ter ideias
tão negativas a respeito de Deus. Chego a me perguntar: "De que
Deus ele está falando?".

Gilberto Gil não é o primeiro, nem será o último a expressar


ignorância quanto à oração. E é essa ignorância que nos faz esquecer
de separar um tempo para orar, como Jesus fazia.
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O teólogo Ricardo Gondim Rodrigues diz que passamos uma média
de 16 horas acordados e dedicamos apenas 5 minutos do dia a Deus,
isto é, restam 15 horas e 55 minutos para gastarmos com nossos
próprios projetos.

Acontece que esse tempo representa uma grandeza, ou seja, 200


vezes maior que 5 minutos. Como resultado, a dimensão efêmera do
mundo material se tornou 200 vezes mais concreta do que a
dimensão espiritual, que é eterna.

Nosso Treinador maior, em sua missão terrena, foi, além de tantas


coisas importantes para nós, um grande exemplo a ser seguido no
que se refere à oração. Ele orava porque confiava na providência do
céu.
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A sabedoria depois da
oração
Enquanto Jesus orava, Simão e os seus companheiros procuravam
Jesus por toda parte. As pessoas estavam desesperadas procurando
por Jesus, pois precisavam de seus milagres e os discípulos não
sabiam o que fazer com tantos pedidos.

— Onde está Jesus?


— Não sabemos.
— Ele não para.
— Deve estar ensinando em algum lugar, talvez.
— Precisamos de seus milagres!
— Por que Ele não monta uma tenda aqui e fixa um atendimento
padrão em nossa região?
— Estamos cansados de procurar por Ele em toda esta região.

Estas pessoas procuravam Jesus porque estavam mais interessadas


em Seu poder curador do que em Seus ensinamentos. Isso talvez
fosse uma grande decepção para Jesus, mas também, uma grande
tentação para qualquer ser humano. Seu desafio era focar em seus
ensinamentos. Talvez, por isso, Jesus estava em constante
movimento, já que Ele queria que todos ouvissem Sua mensagem.
Sua missão principal era deixar o legado de um novo roteiro de vida,
de salvação eterna, e não de um curandeiro. Finalmente, lá pelas 8
horas da manhã o encontraram:

— Mestre, onde esteve? Há muitas pessoas à sua procura, querem que


o Senhor as cure de suas mazelas!

Jesus, com a calma de quem passou horas em conversa com o


próprio Deus, responde:

— Prestem atenção, não foi para isso que eu vim. Vamos aos povoados
que ficam perto daqui para que eu possa anunciar o Evangelho ali
também, pois foi para isso que eu vim.
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Impressionante o foco de Jesus. Nada o tirava de seu roteiro. Ele sabia
que não tinha sido enviado como um realizador de milagres ou
curandeiro, mas como o implantador de um novo dia na vida das
pessoas.

A centralidade de sua pessoa, o conteúdo de sua mensagem, seus


atos redentores, e sua gloriosa ressurreição e ascensão eram o foco de
sua mensagem. E a oração era a ferramenta que o ajudava a se
manter focado. Apesar da agenda lotada, Jesus sempre tirou tempo
para orar e quanto mais o trabalho aumentava, mais Ele orava.

Martin Luther King, Adam Clarke, Moody, John Hyde e muitos outros
grandes homens de Deus aprenderam este segredo de Cristo. O Dr.
Curtis Hutson, é o autor de uma frase muito interessante:
"Há mais coisas que você pode fazer depois de orar, mas não há
nada que você possa fazer até orar”.

Hudson Taylor, certa vez disse:


“O poder de oração nunca foi experimentado em sua plena
capacidade. Se quisermos ver poderosas maravilhas do poder
divino e da graça de Deus forjada no lugar de fraqueza, fracasso e
desapontamento, respondamos ao desafio permanente de Deus.
Chame-me, e eu te responderei e te mostrarei grandes e poderosas
coisas que tu não sabes!".

Outra afirmação demonstrando a importância da oração é de


Abraham Lincoln, um dos mais importantes presidentes americanos
da história: “Fui levado muitas vezes aos meus joelhos pela
convicção esmagadora de que não tinha para onde ir. Minha
própria sabedoria e a de tudo a meu respeito pareciam
insuficientes para o dia”.

Outra frase que gosto muito é de um autor desconhecido: “A vida é


frágil, manuseie com a oração”.
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Jesus orou para se proteger das tentações, do orgulho, da satisfação


ou da insatisfação com o trabalho, da perda de foco e para obter
sabedoria. Jesus Cristo era verdadeiramente humano, sujeito às
mesmas tentações que nós temos e as enfrentou com as mesmas
armas que devemos usar: a palavra de Deus e a oração.

Muitas vezes ouvimos: "O que Jesus faria?". No entanto, a melhor


questão é: "O que Jesus fez?". Perguntar o que Jesus faria é tão
subjetivo, se pensarmos sobre o que Ele fez. Perguntar o que Jesus
fez é mais objetivo, porque temos o registro nas Escrituras. O que
Jesus fez todos os dias de sua vida terrena? Jesus orou com
frequência e consistência.

Para manter o relacionamento com Deus, para vencer os obstáculos


da vida, para se manter focado nas visões de futuro e estar
constantemente ressignificando a vida, é essencial uma oração
consistente. É a mais poderosa ferramenta que Deus nos fornece e
que energiza cada uma das outras áreas da vida. Por que Jesus orou?
Ele orou para nos ensinar que, como filhos de Deus, precisamos ter
um relacionamento íntimo com Deus.

A seguir: Jesus cura um tipo de doença que nenhum curandeiro


ousaria, ao menos, chegar perto de quem tivesse tal problema.

PARA PENSAR E FAZER:


Como anda sua vida de oração?

Você tem o hábito de separar um tempo para orar?

O que acha de, a partir de agora, comprometer-se consigo


mesmo em separar um tempo para conversar com Deus?

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