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“yormperg MMe TL OW est pOW YW soon ony ans sud 235 iN OL AL cm WL es Wey Sata EEEES --s-20 ad t t 7 a ‘anata SS , SS Sarees Qo amon tb 7H tn Beare oer ot mus, aA, 56 A Monica McGoldrick, Randy Gerson & Sueli Petry tornou-se uma artista talentosa, e Emily foi outra das primeiras mulheres mé- dicas. A segunda filha, Marion, estava sempre adoentada. Seu irmao Samuel se casou com Antoinette Brown, a primeira mulher ordenada ministra nos Estados Unidos, e juntos eles também tiveram cinco filhas: Edith e Ethyl se tornaram médicas, Florence se tornou uma mi- nistra protestante de sucesso, e Agnes se tornou artista. A terceira filha, Grace, ficou incapaz. Os trés filhos homens de Samuel e Hannah Blackwell que se casa- ram também eram extraordindrios, espe- cialmente por se casarem com mulheres notaveis, Antoinette Brown, Lucy Stone (uma das primeiras e mais importantes lideres sufragistas) e Emma Lawrence (prima de Lucy e outra lider sufragis- ta). A geracdo seguinte teve 16 filhos a0 todo (sem contar 3 bebés mortos), 7 de- les adotados, varios pelas filhas nao ca- sadas. © iinico filho homem adotado, Paul, foi devolvido por desaprovacao da famflia. Em uma familia como essa, nao se pode deixar de indagar a respeito das restrigdes de género subjacentes e os mecanismos de empoderamento. f inte- ressante notar que nenhuma das filhas de Blackwell se casou. Apenas uma das irmas, Anna, ficou noiva ~ de “um ho- mem bonito, rico, educado, simpético e fascinante” -,¢ a familia construiu muros contra ele, escrevendo cartas muito for- tes para dissuadi-la do casamento (Hays, 1967, p. 52-53). Quando outra ima, Ma- rion, se apaixonou por um jovem que era amigo do seu irmao, Flizabeth escreveu para desencorajé-la: "A ideia da unio de vocés me parece agora totalmente impos- sivel”, oferecendo-se como companhia substituta para o interesse romantico da irma (Hays, 1967, p. 53). Outro padrao comum do funciona- | meni fiir € o sucesso ein una pera | fo seguido de um fracasso marcante'na | sguinte. Isso € particularmente verd | deiro para as familias de pessoas Fannosas; em que os % a pressdo de se manterem & altura da ¥e- putacdo dos seus pais. A familia Adanis € um forte exemplo desse fendmeno: to- dos 0s filhos de John Adams, exceto um, tiveram sérios problemas (Figura 2.13). mesmo foi verdadeiro para o tinico filho bem-sucedido daquela segunda geracao, John Quincy Adams, cujos dois primei- 108 filhos tinham sérios problemas. Foi somente na quarta geragao que um filho bem-sucedido, Charles Francis Adams, conseguiu produzir um grupo de filhos que eram, com excegéo de um, relativa- mente funcionais. so qua- se predestinadas pelas circunstancias fa- ae ‘ao caminho que tomarao i "or exémploMartin Luther King (ver a rg 5.6) disse de si mesmo: “E claro que_ eu era religioso. Bu cresci na igreja. Meu pai era um pregador, meu tinico irm&o era lum pregador, meu av6 era um pregador, meu bisav6 era um pregador, meu tinico filho € um pregador, 0 eu paié ‘um pregador. Entio, ndo tive muita esco- Iha” (Carson, 2001, p. 1). ae ~ Padres especificos de funcionamento também podem ser repetidos ao longo das getacdes. Por exemplo, uma répida olha- da na familia de Cart Juni (Figura em Co- res n° 7) mostra novaménte uma prepon- derancia de pastores: o pai de Jung, dois tigs paternos, fodas as ‘maternas, oave materno e t trés tios-aves ‘matefnos. A seguir vemos que Jung estava Seguin ‘do os passos dos seus antepassados ao seu tomar médico: tanto Seu avd paier- eee al john Susanna ben Boyleston 1735-4 de lho 1826 1736-1825 1741-1775 Peer O We ohn ‘adams 2° presid EUR 05013 FR yr70l1000 s Abii ey Charles Y c 7 winey Gs GPs s 1052 © peed EUA von Carin BT Taio 2 a e a “817 | 1607-1006 Charles ® J Francis ie taza Abigail Chardon oa T Brooks {ho nacido dec. 1628 18381918 Tae 164801927 28 9 Hemy Mary Charles caterne Qung it francs L_ ® Clover atin Figura 2.13 Familia Adams 30, cujo nome ele recebeu, quanto obisa- _cujas sess espvitas Jung participava na v6 paterno eram médicos. Por fim, Jung, que desde a juventude se sentia atraido pela alquimia e pelo sobrenatural, foi no- -vamente seguindo um padrao de muitos ‘outros membros da familia que acredita- vam no sobrenatural, incluindo sua mae, avé materno e prima materna, Helena Preiswerk, que alegava ser médium e de sua javentude, Nao é dé causar surpresa, entdo, que Jung se tornasse um médico com profundo interesse pela reli pelo sobrenatural. Isso se adequava aos padres familiares predominantes. Ficari- amos mais surpresos se cle tivesse ignora= doa medicina, a religiao eo no seu proprio trabalho. Ele a 5B A Monica McGoldrick, Randy Gerson & Sueli Petry medo de ter herdado uma doenca mental da mae e bisavé patema, Sophie, e de fato sofreu uma crise em 1913, Relacdes e papéis familiares Delinear as relagées entre os membros de uma familia € o aspecto mais inferencial da construcao de um genograma. Tais ca- racterizacdes esto baseadas nos relatos dos membros de uma familia e na obser- vagio direta, $0 usadas diferentes linhas para simbolizar varios tipos de relagdes entre dois membros de uma familia. Em- bora os simbolos das relagdes comumente usados, tais como “fusionado” ou “confli- tuoso”, sejam diffceis de definir operacio- nalmente e tenham conotacoes diferentes para terapeutas com varias perspectivas, estes simbolos sao titeis na prética clini- ca. Obviamente, as relagdes em uma fa- milia mudam com 0 passar do tempo, entao esse aspecto dos genogramas € um dos mais subjetivos e mais sujeitos a mu- dangas. Além do mais, pode-se argumen- tar que um relacionamento conflituoso implica em uma conexdo subjacente, de modo que qualquer relacao altamente conflituosa por definicéo reflete tanto fusdo quanto conflito. Os rompimentos também podem envolver grande conflito ou distanciamento silencioso. A dominan- cia ou as relacées em que uma pessoa fo- caliza uma enorme quantidade de energia em outra podem ser ilustrados por uma linha reta grossa com uma seta na diregao daquele que é focalizado. Outros relacio- namentos importantes, como os hostis/ dependentes e ambivalentes, s4o mais di- ficeis de representar em um genograma. Relagoes que envolvem abuso fisico sao representadas por uma linha em zigue- zague terminando com uma flecha cheia, indicando quem foi abusado por quem. Para indicar abuso sexual, usamos a mes- ma linha em ziguezague e flecha cheia, ‘mas com linhas retas sobre a parte exter- na da linha em ziguezague para diferen- ciar de abuso fisico. O abuso emocional é ‘mostrado por uma linha em ziguezague coma flecha nao preenchida. Como 0s padrdes de relacéo podem sr muito complexos, com frequéncia é il representé-los em um genograma separado, 0 que ficaré mais facil com um software para 0 genograma. Com 0 software também seré possivel indicar 0 momento das mudangas nos padres de relacio, o que pode ser muito importante para rasirear o processo familiar. £ espe- cialmente relevante indicar as datas de cio e fim dos rompimentos na familia, ja que é provavel que um rompimento terha repercussdes em outros padrdes de doenca ou disfungbes. Pergunta sobre as relaces Existem muitas perguntas sobre as rela- ‘Bes que voc poderé querer fazer para comegar a ter um entendimento da fami- lia, como as seguintes: ‘A. Existem membros na familia que nao se falam ou que jé tiveram um pe~ riodo em que nao se falavam? ‘A Existe alguém que teve ou tem sérios conflitos? ‘4 Existem membros na familia que séo extremamente proximos? ‘A Quem presta ajuda quando é neces- sério? ‘a Em quem os membros da familia con- fiam? — A Todos os casais tém algum tipo de di- ficuldades. Que tipos de problemas e conflitos vocés encontram? E quanto a0 casamento dos seus pais e dos seus inmaos? A Como é 0 relacionamento de cada um de vocés com cada filho? Algum mem- bro da familia em particular j4 teve problemas em lidar com os filhos? ‘A Quais sao as dinamicas de poder nas relagoes familiares? Existem certos membros na familia que sio intimida- dos por outros? Existem certos mem- bros da familia que tém mais poder de definir 0 que aconteceré nas rela- <6es? Isso se refere no somente a0s membros da familia que tém carisma ou poder emocional na familia, mas também especificamente aos mem- bros que tém mais poder devido ao seu status na familia e/ou sociedade devido a género, raca, cor da pele, si- tuagdo socioeconémica, idade e orien- taco sexual. Q terapeuta deve obter o maior ni- mezo possivel de perspectivas familia- res. Por exemplo, pode-se perguntar ao marido: “O quanto vocé acha que eram préximos a sua mie e o seu irmao mais, velho?”. Pode-se, entao, perguntar & es- posa sobre a impressio que ela tem da- quela relac&io. O objetivo é desvendar as diferencas e as concordancias nas relagoes familiares e usar as diferentes percepgdes da familia a fim de enriquecer o quadro do genograma para terapeuta e familia, ‘A partir das relagbes entre os mem- bros da familia, o terapeuta também co- mega a ter uma percepco dos papéis de complementaridade. As perguntas que podem elucidar a éstrutura de papéis incluem: 4 Algum membro da familia foi focado como 0 cuidador? Como o proble- | matico? O “doente”? O “louco”? 0 “mau”? O “egoista”? O forte? O fra- co? O dominador? O bem-sucedido? O fracassado? A Quem é visto como acolhedor? Como frio? Como cuidador? Como distante? Os rotulos ou apelidos usados pelos membros da familia s40 particular. ins bro tem um rétulo na familia que des- creve e até mesmo circunscreve a sua po- sigio familiar ~ por exemplo, 0 tirano, a supermée, a estrela, 0 rebelde ou o bebé. ifivos. Com frequéncia, cada mem- 5 vezes & titil se perguntar como os membros da familia atual seriam caracte- rizados por outros membros da familia ~ “Como voc? acha que 0 seu irmao mais velho descreveria a sua relagdo com a sua ‘esposa?” ou “Como seu pai teria descri- to quando vocé tinha 13 anos, a idade do seu filho agora?”. Mais uma vez, a reu- nido do maior mimero possivel de pers- pectivas enriquece a viséo que a familia tem de si mesma e introduz canais para novas informagées. Os padrdes de relacdo de proximida- de, distancia, conflito, etc., também po- dem se repetir nas outras geragoes. Os ge- nogramas muitas vezes revelam padrées de relacdo complexos que se perderiam se no fossem mapeados ao longo de algu- mas geragoes. Espera-se que 0 reconheci- mento de tais padroes ajude as familias a evitarem a continuidade da repeticéo nas geragdes futuras. Um exemplo dessa repe- ticdo seria uma familia em que mace fillto em cada geragéo tém uma Gil enquanto pai filho tm umaeag#o 60 A Moniéa’ticGoldrick, Randy Gerson & Sueli Petry conflituosa negativa, Percebendo a previ- 0 dramaturgo Eugene se recusou a ver sibilidade de tais padroesea programacao ou sequer a mencionar o nome da sua’ multigeracional envolvida, o filho poderia filha Oona, apés 0 casamento desta com conscientemente mudar a sua relaco.com Charlie Chaplin. Fle fez o mesmo com seu. 08 pais para modificar tal padrao. filho Shane depois que o filho deste mor- (DA familia do dramaturgo Eugene reu por negligéncia. O'Neill nunca havia | O'Neill mostra um padrdo multigeracio- nem mesmo visto 0 seu filho mais velho, nal de afastamento entre o paie os fhos Eugene Jr., até os seus 12 anos e eles es. (Figura 2.14). O av6 palermo de Eugene tavam afastados na época do suicidio de deixou a familia, voltou para a Irlandae Eugene Jr., aos 40 anos. provavelmente cometeu suicidio. Tanto Eugene quanto seu irmao mais velho, Ja- mie, se sentiam afastados do pai, James, Acréscimo de fatores embora fossem totalmente dependentes contextuais aos genogramas dele emocional e financeiramente, e to- dos eles se acusavam uns aos outros pela Quando o genograma bésico est sendi drogadigio da mie. Na geracao seguinte, montado, ¢ importante assegurar es eprint igura 2.14 PadsSes repettvos na familia O/ Neil. eaeists Genogramas ik OF contexto da fam(lia esteja indicado: seus valores © conexdes culturai socioeconémicos e comunitérios, do trabalho e relagdes de ami amizade. ‘ra a complexidade desses fatores contex- tuais seja impossivel de ser transmitida ‘em um simples grafico, algumas inform. ‘gbes basicas sobre este contexto Sto essen- 0s computadores em breve torna- rao o rastreamento dessas dimensGes um ‘pouco mais fcil ao nos permitir registrar as informagies e apresenté-las um pouco por vez. Enquanto isso, sempre indica- mos amizades importantes, conexdes de trabalho, afiliacdo religiosa e heranca cul- ‘tural, junto com o que for possivel sobre 6 outro contexto da familia. “Ko fazer perguntas sem objetivo fi- nal sobre quais outras forcas contextuais, podem influenciar a pessoa, é possivel obter-se uma variedade mais ampla de res- postas, desde “crencas na justica social” até “compras” ou “miisica” e “status social”. ‘Também ¢ importante perguntar se algum membro no biolégico ou nio legalmente constifuld da familia pertence a0 geno- importantes devem ser incluidas. Desenha- mos estes fatores como retingulos, do mes- ‘mo modo que se faz para envolvimentos institucionais como os AA, instituicbes de satide ou comunidades religiosas. As linhas podem ser tragadas entre os membros da das. Como pode ser visto na familia Rodri- guez (Figura ein Cores n°8), tal genograma contextual pode indica¥ fanto os pontos de ligagéo quanto 0s pontos de tensdo familiar. No caso deles, o trabalho drduo e as férias so pontos fortes de semelhanca, enquanto esportes e educagio criam tensio entre 08 dois irmlos mais velhos. Ojudaismo da es- posa de José é uma questéo “quente” paraa mae dele, o que repete um conflito que'éla e seu marido tiveram entre a igreja catélica ecespiritismo. Tais conexdes ajudam as familias a se Sam confllto, o que pode ter importante para a intervengao clinica. As influéncias“¥ contextuais incluem: a iia : instituigdes re- ligiosas, comerciais, politicas ou de servigos comunitérios; fraternidades; ‘grupos profissionais, militares, de au- toajuda ou de atletas; corais, TY, inter net e hobbies. A. atividades fisicas/psicolégicas/espit ‘exercicios, meditagao, ioga. ‘A. grupos de apoio (os que apoiam a fa- nilia € 05 que so apoiados por ela): vizinhos, caseiros, contadores, ad- vogados, médicos /quiropraxistas ou outros cuidadores, cabeleireiros, Deus, filhos, animais de estimacao. A. instituigdes comerciais € govername iais: sistema legal, sistema politico, sistema de assisténcia social, servigo social, companhias de cartdes de cré- dito, companhias de seguro. ‘A. valores ow interesses: ecuucacao, comida, esportes, miisica, arte, atividades ao ar livre, mercado de ages. Genogramas culturai: incorporando etnia, raca, religido, espiritualidade e migracao (Os genogramas sempre devem represen- tar as informacées sobre os problemas dos _ 62 & Monica McGoldrick, Randy Gerson & Sueli Petry clientes dentro de uma estrutura contex- tual que leve em conta o seu background cultural (ver Bibliografia por Topicos: Cultura e Raca). Assim, todos os geno- vem, nesse sentido, ser geno- Os clientes nos Estados Unidos com frequéncia esto desconecta- dos da sua histéria cultural; dessa forma, © genograma que os ordena por classe, género, contexto étnico, racial e religio- 80 faz parte da ajuda para que entendam quem sao, da mesma forma que indagar sobre os padrdes dos irmaos, perdas pre- coces e triangulos multigeracionais ajuda as pessoas a se verem dentro de um con- texto familiar. Os genogramas nos ajudam a con- textualizar nossa | rede de parentesco em ultura, classe, raca, género, 7 familiar ¢ historia ds nt gragio. Quando pedimos que as pessoas se identifiquem etnicamente, estamos pe- indo que elas temas de con- tinuidade e identidade cultural para que se tornem mais aparentes. O genogratha é uma ferramenta visual prética para ava- liagao de padrées e contextos familiares, como também é uma intervengao tera- péutica em si. Os genogramas permitem. que 08 terapeutas conceitualizem rapi- damente o contexto do individuo dentro da crescente diversidade de formas e pa~ drdes familiares em nossa sociedade. Por sua natureza, 0 processo de construir um. a narragio de hists- nquanto encoraja multiplas visGes dos diferentes membros da familia, Ao examinar o sistema familiar cultural € historicamente e avaliar as transicoes anteriores do ciclo vital, o terapeuta pode colocar as dificuldades presentes dentro do contexto dos padrées evolutivos fami- liares de geografia, migraco e processo familiar. A Figura em Cores n° 10 mostra o ge- ‘nograma cultural de Frida Kahlo e Diego Rivera, que sio tipicos de muitas pessoas nas Américas em sua complexa mistu- ra de herangas culturais. (Ver Figura em (Cores n° 12 para um mapa similar da he- ranca cultural da Familia Real Briténica.) Kahlo parece ter tido uma ideia muito forte da importéncia dessa heranga, fa- zendo a sua prépria versio artistica de um genograma, incluindo membros que haviam morrido ou tinham rompido com a familia, como pode ser visto na Figura ‘em Cores n? 9, Na versio dela vocé pode ver a mistura cultural dos seus avés, bem como o filho- que-morreu na infancia e falvez as meio-irmas que foram expulsas da familia e mandadas para um convento antes que a mae, Matilda, concordasse em casar com o pai. Espiritualidade, religiao e irmandades Embora a religio e os recursos espirituais tenham sido, em toda a hist6ria mundial, um recurso primério para as familias como resposta a todos os sofrimentos, 0s terapeutas com frequéncia tendiam a ignorar essa dimensdo na avalia¢do cli- nica. Entretanto, as préticas e as crencas religiosas (e as mudangas dessas crencas) sto marcadores importantes do processo familiar. Sabemos qu 2s crencas Teigio- sas tm forte impacto nas respostas dos clientes & doenca e outros estresses, assim como na recuperagiods sds Reser as espirituais também unem e alfenam| ‘05 membros da familia. George Washing- ton (ver Figura 5.3), que escrevia didrios e cartas desde os 14 anos (chegando, no = Genogramas 63 EEE final, a mais de 20 volumes de papéis), nunca mencionou “Cristo” por uma tini~ ca vez, embora teoricamente fosse cristao, ‘No entanto, como a maioria dos fundado- res, ele era profundamente comprometi- do com a fraternidade dos Freemasons, que era um importante pilar da revolucao eda sua visio sobre 0 governo (Johnson, 2005, p. 10-11). Tais sociedades secre- tas, com seu suporte religioso, politico e social, tém forte influéncia nas relacoes comerciais, de amizade ¢ familiares Tn dubitavelmente, tem algum significado 6 fato de que na eleicdo presidencial de 2004 ambos os candidatos fossem mem- bros de outra fraternidade secreta de elite com tendéncias religiosas ~ a sociedade Skull and Bones da Universidade de Yale, fem que 03 membros prometem manter seus segredos fraternos (¢ conectados religiosamente) até a morte. John Kerry era descendente de um dos fundadores da sociedade; George Bush foi um dos pelo menos doze membros da sua familia nuclear que foi para Yale, quase todos 05 quais também eram Skulls and Bones. Essa lista inclufa todos os quatro homens da geragao do seu pai, bem como 0 marido da tinica filha, seu avé e tataravé paterno e uma das suas duas filhas. Por varias ge- ragbes, os amigos intimos da familia Bush inclufram membros dos Skull and Bones, ‘muitos dos quais também estavam conec- tados nos circulos politicos, financeiros, da industria da guerra e inteligéncia na- cional (CIA). Como mostra a Figura em Cores n° 11, a afiliagdo aos Skull and Bones ‘inha uma influéncia profunda na familia proporcionava uma rede de relagoes fa- miliates, como um padrinho para George WH e “tios” para George W., como tam- ‘bém relagées comerciais e politicas. Seria impossivel chegar a uma boa avaliagao clinica desse sistema familiar sem com- preender o poder e privilégio que acom- panham a filiago a uma sociedade secre- ta como essa, Sem diivida, relagies de irmandade como as comunidades religiosas menos secretas tém uma influéncia profunda se néo percebida nas familias. Assim, to- das_as irmandades as quais pertencem os da fan tadas no-genograma, Elas sao recursos ¢ influéncias nas crengas e no comporta- mento, Outros aspectos religiosos a serem dos em um genograma incluem conversées, descontentamento ou expul- so de uma comunidade religiosa € con- flitos familiares que estdo centrados em diferencas religiosas, Bill Clinton, cujos pais parecem ter tido pouco interesse na religido, foi batizado aos 9 anos por um dos seus melhores amigos e passow a ter uma pritica religiosa muito forte desde entdo. Em sua autobiografia ele mencio- nou ter estado na organizacdo jovem ma- gonica DeMolay, mas decidiu néo se tor- nar um macom, “seguindo a grande fileira de americanos de destaque que remonta a George Washington e Benjamin Franklin... provavelmente porque aos 20 anos eu es- tava em uma fase contréria a afiliagdes... Além disso, eu nao precisava estar numa sociedade secreta para ter segredos. Bu ti- ha os meus prOprios segredos reais, en= raizados no alcoolismo e abuso do meu. pai” (Clinton, 2005, p. 45). Tanto Clinton quanto Bush renasceram como cristes, ‘por diferentes razbes e a partir de diferen=:_ tes periodos de suas vidas. 5 ‘Um impressionante exemplo: rente de alguém que se sentiu m nado e cuja converséo pro teve miiltiplos si ios Monroe. Ela se convertew 64 A Monica McGoldrick, Randy Gerson & Sueli Petry quando se casou com Arthur Miller, em- bora nem ele nem sua familia aparente- mente se importassem com essa questéo, eela manteve a conversio até a sua mor- te (Zimroth, 2002). No caso de Monzoe, apesar de ter se divorciado de Miller, a conversao “assumiu” e manteve a sua identidade judia até a morte talvez por- que, como sugeriu Zimroth (2002), isto deu a cla um novo sentimento de identi- dade “estrangeira” e “destino historico” através da sua conexao com a familia ea cultura e com os principios orientadores de vida. A fungéo particular da conexdo de uma pessoa com uma religido ou co- munidade espiritual, bem como o signi- ficado do seu distanciamento de uma €©- munidade de origem, conforme veremos no Capitulo 8 coma diferenéiacao de Erik Erikson das suas raizes judaicas, sempre ‘merecem ser exploradas. Genogramas do status socioeconémico importante que se incluam em um ge- nograma clinico 0s indicadores da edu- cago, ocupagio e situagdo financeira do membros da familia porque essas inf ‘jMagdes comunicam uma tremenda quan- Yidade de estresses e: penham um papel importante em todas ascrises: Com um pouco de criatividade grdfica, podemos criar genogramas para ilustrar o stafus socioecondmico da fami- lia e como ele se desenvolveu com o pas- sar do tempo. _ Aigura 2.15 lustra as mudangas fa~ miliarestte classe social ao longo de qua- tro geraées. Embora ambos os lados da famflia tivessem uma mobilidade ascen- dente, é interessante notar que na segun- da geracdo os tinicos filhos que nao evo- Tairam da classe baixa para a operdiia ‘eram os mais novos dos dois ramos da familia que experienciaram a morte pre- ‘matura de um dos genitores. Na geracio seguinte, todos os seis filhos evoluiram para pelo menos a classe média, mas as duas filhas que casaram com homens da classe operéria tiveram o seu status de classe média ameacado. As duas mulhe- res eram professoras, e os dois maridos, trabalhadores da industria. Na quarta getagio, os filhos dos dois membros dav ferceira geracdo que haviam alcang do 0 status de classe média alfa Fveramn sei satus ameagado: ¢ Bie av = o- 35rcom uma mulher da classe op. consegu la ao seu status, mas as se casaram com homens de classe média alta diminufram o status em consequéncia do divércio e seus fi- Thos ndo conseguiram manter o status de classe média alta. Esse padrao se repetiu com a irma mais velha pelo lado mater- no da terceira geracdo; seus fillhos volta- ram ao status de classe operéria depois da incapacitagao precoce que acometeu 0 marido italiano. Falando de modo ge- ral, as mulheres babram de classe com © divércio, enquanto os homens AAO. Essa familia ndo é uma excegao. Assim, finangas ¢ perdas precoces ou separagio Pieler cee os nace ee abrangéncia nos membros da familia. F de extrema importancia demonstrar fais padroes nos genogramas. Genogramas espirituais/ religiosos ‘A religido, ou pelo menos a pratica reli- giosa, tem mais probabilidade de mudar Judeus Judeus otm O98 © Genogramas A 65 Irlandeses Irlandeses aye mel an ea auton tate et ie lasse baixa en- Italiano | Alemao Porador de defiiéncla chase ps it = ges gon Brasileira tt [ogee Y = Classe média alta em status @B = classe opersria tt = Ascensio de duas classes OM = classe media @ OM = classe mécia ata Joenca ou morte precoce Figura 2.15. Genograma de classe socioecondmica. em cada geragéo de uma familia, pelo menos no século XX e XXI nos Estados Unidos. Assim, talvez seja dificil dese- nhar 08 genogramas religiosos porque cada membro da familia poder ter uma longa trajet6ria espiritual durante seu ciclo vital. Além do mais, 0 ponto em que ocorre a conversdo pode coincidir com outros acontecimentos do cic] tal de formas importantes de se avaliar. ‘Hlodge (2005a, 2005p) discutiu intimeros instrumentos para a avaliago espiritual na pratica clinica ~ do mapa de vida es- piritual (0 qual acompanha o ciclo vital espiritual de um individuo ao longo da linha do tempo), passando pelo genogra- ma espiritual (que ilustra os padres em uma familia através das geracdes), até os ecomapas ou ecogramas espirituais "AS perguntas seguintes compiladas da nossa propria experiéncia e da litera- tura sobre os genogramas espirituais (ver Bibliografia por Topicos: Religiao/Espiri- tualidade) podem ser titeis aos clinicos ao dar inicio ao interrogatério sobre espiritu- alidade e religiao com o cliente. Omapea: mento grafico das respostas exigitétoda a criatividade que um terapeuta ov.cliente consiga reunit! pence 66 A Monica McGoldrick, Randy Gerson & Sueli Petry Perguntas sobre espiritualidade a Qual o significado que a religido ou espiritualidade tem para vocé na sua vida diéria? Na vida da sua familia? Em momentos de perigo ou crise? Quais os rituais ou crengas religio- 505 ou espirituais com os quais voce cresceu? Vocé 05 modificou? O que ou quem influenciou o desenvolvimento do seu senso de espiritualidade? As suas creneas religiosas /espirituais, 840 motivo de conexao ou conflito en- tre vocé e outros membros da familia? (Quem entende ou compartilha da sua estrutura religiosa espiritual? Voce participa regularmente de servi- 608 religiosos ou outras praticas reli- giosas? Quais sao as suas fontes de esperanca? Quais sio as suas crencas a respeito de Deus? Como vocé lida com as transgressoes que violam a sua consciéncia? Perdao? Vocé ja teve premonigdes relativas a acontecimentos da vida? (O que a sua religiao diz a respeito dos papéis de género? Etnia? Orientacao sexual? Como essas crencas afetaram a vocé e sua familia extensa? Qual © papel que a mtisica, oragao, meditacao, leitura, participagao em grupos ou trabalhos beneficentes tém na sua pratica espiritual? Algum membro da sua familia ja se sentiu desiludido com a religiéo ou vocés tiveram algum conflito sério entre si sobre religiao? A Vocé ou algum memibro da sua fami- lia ja mudou de religiao? Em caso po- sitivo, como a familia reagiu? A. Vocé ja teve experiéncias espirituais com amigos ou parentes que estéo mottos? Vocé ja teve encontros com espiritos, fantasmas, anjos ou demé- nios? Voce alguma vez ja sentiu a in- tervencao de um espirito a seu favor? Genogramas da comunidade A seguir apresentamos algumas pergun- tas a serem feitas aos membros da familia para se obter um entendimento das suas relagdes com a comunidade. Perguntas sobre as relacdes com a comunidade ‘A A que instituigdes da comunidade jé pertenceram os membros da sua fa- milia? ‘4 Aonde eles iam/vocé vai para se so- ializar? A Que tipos de relacées vocé tem/eles { tinham com a escola? Trabalho? Gru- pos civicos? Grupos religiosos, irman- \ dades ou grémios estudantis? A Houve algum grupo do qual vocé queria fazer parte, mas do qual fez ou se sentiu excluido? 4 Existem grupos significativos em que voce e 0s outros membros da sua fa- milia no esto na mesma posicio? Existem grupos em que vocé e a sua familia ndo estao na mesma posicao ‘como a maior parte da sua comunida- de, como, por exemplo, se vocé fosse um democrata em uma familia repu- blicana, a ovelha negra da familia, 0 tinico membro da familia que foi para a universidade ou o tinico judeu em uma comunidade fortemente crista? Devido as miltiplas dimensées das telacées dos membros da familia com a sua comunidade, é dificil se imaginar um Genograma que consiga representar vi- sualmente e com clareza os padrées, mas incluir 0 contexto da comunidade na ava~ liacio e intervencao com os clientes € ex- tyemamente importante (Rigazio-DiGilio et al, 2005). Na melhor das hipéteses pro- vavelmente poderemos explorar algumas poucas dimensées por vez. Entretanto, vale & pena tentar exibir graficamente as conexdes, 08 recursos e os problemas dé uma familia no contexto da comunidade. B50 importante porque, como aponta- tam Rigazio-DiGilio e seus colaboradores (2005), sem um mapeamento do contexto da comunidade, é dificil ajudar os clientes aentenderem que este contexto influencia seus problemas e é, portanto, um recurso importante na busca de solugdes. Embora muita coisa tenha sido dita sobre a ampliacdo dos genogramas para incluir questdes do contexto social mais amplo (0 genograma sexual, o genogra- ma cultural, 0 genograma religioso ou espiritual, o genograma da comunidade, © ecomapa, etc.), na realidade, tal ma- peamento é extremamente dificil de-se Tealizar. Isso ocorre deyido ao ntimero de pessoas diferentes em um genograma bem simples (pelo menos 10) e o ntime- 10 de dimensdes cambiantes para cada pessoa durante 0 curso de uma vida, que pode durar 90 anos! Conforme observa- do anteriormente, um genograma sem- re reflete uma negociacio entre clareza_ Genogramas A 67 e.complexidade. Assim, 0 mapeamento da hist6ria sexual de muitos membros da familia em um genograma rapidamente se tornaria sobrecarregado, e provavel- mente nao exista um mimero simples de simbolos gréficos que tornem possivel ‘um grafico claro. Omesmo é verdadeiro para a cultura; além de um determinado nivel de com- plexidade, vocé ndo consegue mostrar nem mesmo uma dimensao cultural ~ di- gamos a etnia —, sem falar em muiltiplas dimensées, como classe e religiéo, no genograma das familias que cresceram em varios paises, falam muitas linguas e migraram para muiltiplos contextos cul- turais. Mesmo a etnia de um individuo se toma proibitivamente’ complexa, sem falar entéo na de toda’ tima familia: ‘Tiger Woods, por exemplo, € 1/4 afro-ameri- cano, 1/4 chinés, 1/4 tailandés, 1/8 ho- landés e 1/8 indio americano. Isso seria ‘muito dificil de colocar em um diagrama. Agora que ele se casou com uma sueca, seus filhos sio uma combinagao étnica ainda mais complexa. Rapidamente surge um ponto em que a complexidade no pode ser mapeada de nenhuma forma gréfica, Assim, pre- cisamos decidir destacar determinados aspectos da histéria individual e familiar enquanto deixamos outros A parte em al- gum grafico particular. A dificuldade de montar grdficos abrangentes nao 6, Cor: tudo, tazao para que se ignorem estés A maidria das publicagdes sobre es- ‘sas expansoes contextuais do genograma se refere a um processo clinico em que o mapa do genograma bésico é usado como base para a investigacdo contextual so- bre as varias dimensoes da vida‘em vez a 68 A Monica McGoldrick, Randy Gerson & Sueli Petry de como representacio gréfica. Os com- putadores irao nos ajudar muito porque poderao capturar varias complexidades das mudangas ao longo do tempo, poden- do entao ser demonstradas acerca de um determinado momento, por meio de um ‘genograma ou da histéria educacional ou da historia cultural da familia, uma ou duas dimensoes ao mesmo tempo. Aspectos dificeis de serem identificados nos genogramas Certos padrdes de genograma, embora extremamente importantes na teoria dos sistemas subjacente ao mapeamento do genograma, continuardo.a ser muito difi- ceis de capturar. Eles incluem: ‘A Memibros da familia envolvides nos negé- cios familiares. E extremamenté aia mostrar as relagdes organizacionais quanto as relagdes estruturais das fa- iflias em que muitos membros traba- tham como diretores, CEOs ou geren- tes, ou como trabalhadores em tempo integral ou meio expediente em um negécio da familia. 4... Relagio dos membros da familie como si tema de saiide. Mapear essas relacoes 6 dificil quando diferentes membros da familia esto envolvidos em dife- rentes momentos no tempo com uma variedade de profissionais e tm re- laces diferentes com esses profissio- nais da satide. A Aspectos do genograma cultural. A va- riedade de questdes ~ como as raz6es para migrar, frias e eventos especias, valores Sobre poder e mitos e reg (como recomendado pelo Congreso, 1994) - dificulta muito a confecgao do genograma. ‘A. Segredos familiares. Poderia ser fécil mostrar quem Conhece 0 segredo ‘@ quem nao 0 conhece, mas geral- mente, quando existe um segredo, existem outros, e mostrar como de- terminados segredes sta mantidos \carrega o process de mapeamento (embora os computadores venham a ser capazes de capturé-los e aju- dar-nos a ver como 0 sigilo opera nas familias). A. Relagdes familiares particulares. As mu- ances das relagbesfamilaesiacluem complementaridade, poder desi- gual, triangulos, padrées de esqui- Va, intrusao, hiperfuncionamento/ | subfuncionamento, -hiper-respon- | sabilidade/sub-responsabilidade, “bode expiatério”, dependéncia/ dependéncia e fusdo/individua- fismo/isolamento. \ A Padrdes de amizade. Mesmo 08 pa- drées de amizade podem rapida- mente se tomar dificeis de manejar em um genograma. E suficiente pe- dir aos membros de uma familia que acrescentem seus amigos principais, mas quando perguntamos sobre os padroes de amizade dos seus pais tudo fica mais complexo. E como se- ria se a mie do marido sempre tives- se uma “melhor” amiga, mas em um ano ou dois tivesse um rompimento drdstico que envolvesse outros ami- gos ea familia? E se os pais tiverem muitos amigos “do casal”, mas ape- rnas uns poucos com quem eles tém ‘uma intimidade verdadeira’ E 0 que acontece a essa rede se 0 casal se di- vorciar? O grafico rapidamente fica 4 muito cheio e dificil de ser acom- panhado! Relagées com os colegas de trabalho. Os mesmo problemas surgem no mapea- mento de relagdes com os colegas de trabalho. Durante toda uma vida es- sas redes podem contar uma historia complexa, e, se forem acrescentadas as hist6rias dos irmAos e pais, o qua- dro rapidamente ficaré muito conges- tionado. No entanto, essas relagdes podem ser fatores de estresse ou re- cursos importantes em momentos cri ticos na hist6ria da familia. Genogramas esprituais. Muitos autores eScreveram textos informativos sobre © trabalho com casais e familias em tomo da sua historia espiritual (ver Bibliografia por Tépicos: Religido/ Espiritualidade). Alguns até confec- cionaram gréficos elaborados com pombas, biblias e outros simbolos religiosos para ilustrar as vis6es reli- giosas, a intensidade da experiéncia religiosa e 0 envolvimento em orga- nizagies religiosas. Falando de modo prético, no entanto, mesmo com um artista gréfico e um computador mui- to especial para gerar o gréfico, a pai- sagem do genograma rapidamente ficard sobrecarregada na tentativa de acompanhar até mesmo a historia es- Piritual de um individuo, sem consi- derar toda a familia, No entanto, é es- sencial que haja alguma anotagao no genograma sobre afiliagSes religiosas ow espirituais, experiéncias e mudan- 25, € a identificagao das crengas ehis- toria espiritual e religiosa dos clien- tes é necesséria para uma avaliacdo clinica efetiva. Além do mais, Hodge Genogramas:A 69 (2001) sugeriu perguntas interessan- tes para a entrevista do genograma para descobrir se os clientes tiveram alguma experiéncia com anjosy-san- tos, deménios, espiritos malignos ou pessoas mortas e, em caso positivo, que tipos de encontros eles tiveram. Tais experiéncias podem ser cruciais Para 0 entendimento das angiistias do individuo e das fontes de esperan- 8, precisamos aceitar o desafio de encontrar maneiras de mapear essas relagdes em um genograma. Programas na comunidade. Como as conexées com grupos da comunida- de, estruturas governamentais, etc,, so t&o.complicadas, elas continuam sendo extremamente dificeis de ma- pear, embora, como apontaram Ri- gazio-DiGilio e seus colaboradores (2005), elas sejam um aspecto muito importante do questionario para o genograma. Se ndo levar em consi- deragao 0 contexto mais amplo na avaliacao e intervengio, 0 terapeu- tao marginaliza como um fator nos problemas humanos e assim mistifica os clientes quanto & natureza de boa parte do seu sofrimento. Rastreando 0s fatores de éstresse médicos ¢ psicolégices. Iss0 também pode ser muito dificil de mapear de forma con- cisa devido a complexidade potencial da historia médica ou psicolégica de cada membro de uma familia. No en- tanto, esta é a ferramenta pritica mais itil para avaliar os pacientes num contexto de satide. Sempre serd neces- sério saber em linhas gerais a histéria de satide de todos 05 membros da fa- :nflia ligados ao PI devido ao papel: recurso e apoio que eles di 70 & Monica McGolekrick, Randy Gerson & Sueli Petry 180 nos cuidados a satide, bem como © reflexo provocado pelo estresse de uma doenga, Os membros da familia podem representar recursos como cuidadores; as geragées anteriores po- dem servir de modelo para lidar com ‘oestresse da doenga ou podem exage- rar 08 temores de um paciente de re- viver situacdes negativas de doencas anteriores. 4 Ecomapas. Em uma das tentativas classicas de contextualizar os ge- nogramas dentro de um ecomapa, Hartaman (1995) propés 0 contexto mais amplo de 14 instituigdes (como a assisténcia social, cuidadosa satide, familia extensa e recreacfo) e cinco tipos diferentes de linhas de cone- forte, tenue, estressante, fluxo de energia na diregao de um membro ‘da Tamilia @axo dé energia em dire fo tuma instituicdo, organizagao.ou gnipo). Mesmo em uma familia pe- quena, conforme mencionado, 0 qua- dro fica rapidamente muito conges- tionado. O acréscimo das instituigées do contexto social pode se tornar um grande desafio para ser representado graficamente. Apesar das complexidades que tor- nam impossivel mapear todos os aspectos do contexto familiar em um tinico gré- fico, ainda estamos no comego de uma nova era muito excitante quando, com a ajuda de computadores, em breve tere- mos condigdes de montar incriveis mapas tridimensionais que nos possibilitarao rastrear padrdes complexos de maneiras que quase nem conseguimos imaginar. Logo teremos condigoes de examinar em grande profundidade os detalhes de uma determinada dimensao e depois compa- rar os padrdes de milhares de genogra- mas ao mesmo tempo, da mesma forma ‘como atualmente estamos conseguindo fazer para estudar os padrdes do DNA e comparar as pessoas por todo o planeta. ‘Também seremos capazes de examinar 0 impacto da rede social mais ampla dos ‘amigos, da familia e da comunidade du- ante longos periodos de tempo. O que causa muito entusiasmo ¢ que pela pri- meira vez poderemos examinar as com- plexidades que vao além da capacidade do individuo de se apegar a determina- dos padroes familiares. Ou seja, teremos condigées de investigar nossos palpites e intuigdes a respeito dos padroes familia- res em um grande grupo de familias e ver se nossas ideias se confirmam ou entéo descobrir novas ligagoes que estavam fal- tando nas relagGes entre as conexSes hu- manas e satide, resiliéncia e criatividade.

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