Anuariopeixebr 2023

ANUÁRIO 2023
Peixe BR da Piscicultura
1
ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2023
peixebr.com.br
EXPEDIENTE
Anuário Brasileiro da
Piscicultura PEIXE BR 2023
Veículo oficial da Associação Brasileira da Piscicultura
REDAÇÃO COORDENAÇÃO GERAL

Beatriz Pedrini Francisco Medeiros
Camila Sperche
Dâmaris Dellova
Fernanda Medeiros JORNALISTA RESPONSÁVEL
Fernanda Souza Altair Albuquerque (MTb 17.291)
Graziele Oliveira
Irvin Dias EDIÇÃO
Isadora Fabris
Romualdo Venâncio
Juliana Villa Real
Livia Albuquerque
Lucas Amaral PRODUÇÃO EDITORIAL E EDIÇÃO
Mariana Tabatiano Texto Comunicação Corporativa
Rafael Iglesias textoassessoria.com.br
Raphaela Cândido
Rita Chiummo
Viviane Passerini PROJETO GRÁFICO E DESIGN
Rodrigo Bonaldo
FOTOS
Shutterstock,
DEPARTAMENTO COMERCIAL
Empresas Associadas,
Entidades de Classe e Eder Benício
Texto Comunicação
ADMINISTRAÇÃO
CAPA Kelly Borges
Cortesia @VaxxinovaBrasil
Sandra Albuquerque
facebook/peixebroficial
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linkedin/peixebr
twitter/peixebroficial
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+55 11 3039-4100 São Paulo/SP - Brasil - CEP 05422-030
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ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2023 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2023
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EDITORIAL EDITORIAL
JÁ PRODUZIMOS 860 MIL WE HAVE ALREADY PRODUCED 860,000

TONELADAS. E QUEREMOS MAIS METRIC TONS, AND WE WANT MORE
2022 foi um ano desafiador em vários sentidos. A economia global 2022 was a challenging year in many ways. The global economy
manteve-se em desaceleração devido à pandemia e também foi continued to slow down due to the pandemic and the impacts of
impactada pela guerra entre Rússia e Ucrânia. Além disso, foi um the Russia-Ukraine war. Moreover, it was a year of high production
período de custos de produção elevados e desajustes no comércio costs and imbalances in international trade.
internacional.
Despite these (and other) adversities, Brazilian fish farming grew by
Mesmo com essas e outras adversidades, a piscicultura brasileira 2%. It was not the growth seen in previous years, but the upward curve
cresceu 2%. Não foi um crescimento como em anos anteriores, continued, underscoring the increasing demand for farmed fish.
porém a atividade manteve a curva ascendente, comprovando a
demanda crescente dos peixes de cultivo. In total, we produced 860,000 metric tons, once again led by tilapia,
which accounts for approximately 64% of production. Native fish
No total, produzimos 860 mil toneladas, com destaque mais uma species continue to be an important segment, and other species –
vez à tilápia, que já representa cerca de 64% do volume. Os peixes especially pangasius – are gaining market share.
nativos mantêm-se como um segmento de muita relevância e outras
espécies – com destaque para o pangasius – buscam evolução. We face challenges on several fronts to recapture the previous growth
rate of Brazilian production. What motivates us is the tremendous
Temos desafios em várias frentes para retomar o ritmo de avanço potential for production, given that domestic consumption is still
da produção brasileira. O que nos move é o tremendo potencial quite low (approximately 9.5 kg/inhabitant/year) and there are many
para a atividade, inclusive porque o consumo interno ainda é baixo opportunities in foreign market for our farmed fish.
(cerca de 9,5 kg/hab/ano) e há muitas oportunidades no mercado
externo para nossos peixes de cultivo. Peixe BR contributes to the growth of the activity in Brazil, having
established itself, in just eight years, as a solid, consistent and
FRANCISCO MEDEIROS A Peixe BR dá sua contribuição para o crescimento da atividade no Brasil, FRANCISCO MEDEIROS present entity that offers many services for the production chain.
Presidente-executivo da Associação tendo se constituído em apenas oito anos em uma entidade sólida, Executive President of the Brazilian
Brasileira da Piscicultura (Peixe BR) consistente, presente e com muitos serviços para a cadeia produtiva. Association of Fish Farming (Peixe BR) Actions such as the launch of the “Integrated Tambaqui-Curimbatá
Production Model” have contributed substantially to the resumption
Ações como o lançamento do modelo de produção “Integração of native fish production growth in Brazil.
tambaqui-curimbatá” contribuem de maneira substancial para a
retomada do crescimento da produção de peixes nativos no Brasil. We are in contact with the Ministry of Fisheries and Aquaculture,
offering our services to help build a strong and competitive national
Estamos em contato com o Ministério da Pesca e Aquicultura, nos fish farming industry, associated with good practices, robust sanitary
colocando à disposição para a construção de uma piscicultura methods and improved productivity, always keeping in mind the
nacional forte e competitiva, conectada a boas práticas, intenso profitability of the various segments of the production chain.
cuidado sanitário e busca pelo aumento da produtividade, sempre
com rentabilidade para os diversos segmentos da cadeia produtiva. In 2023, we will be even more active, contributing to the continuous
advancement of our mission, which provides healthy, high-quality
Em 2023, estamos ainda mais atuantes, contribuindo para a food for consumers.
contínua evolução dessa atividade fantástica, que coloca à
disposição do mercado alimentos saudáveis e de alta qualidade.
4 5
DIRETORIA E CONSELHO COMITÊS
COMITÊ DE SANIDADE COMITÊ DE TILÁPIA

Grupo Gestor do Comitê Empresa Coordenador Empresa
Hugo Roa AquaGes Brasil Celso Junqueira BTJ Fish Farm
Marco Peixoto Comercial Multifsh Subtituto Empresa
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Miguel Alarcon
Rodrigo Zanolo
Pathovet do Brasil
MSD Saúde Animal
Marcia Bussons
Membros do Comitê
Fazenda Dona Branca
Empresa
Membros do Comitê Empresa Daniel Bacca Brusinox
PRESIDENTE SUPLENTES
Bruno Santos Aquicultura Da Fonte Eduardo Weschenfelder Marel
Valdemir Paulino dos Santos João Manoel Cordeiro Alves
Célia Scorvo Aquabio Eduwaldo Jordao Wenger
Felipe G. Ambar do Amaral
Daniel Fuziki Phibro Elaine Vieira Provalab
VICE-PRESIDENTE Celso Torquato Junqueira Franco Danielle Damasceno Zoetis Fabio Bessa Nexco
Mauro Tadashi Nakata Martinho C. Colpani Filho Delton Pereira Elanco Felipe Franco BTJ Foods
Paulo Renato Formentim Lopes Eduardo Conte Ammco Pharma Fernando Aguiar C.Vale
CONSELHEIROS Hebert Carli Junior Elaine Vieira Provalab Henrique Franco Fish Company
Vicente Roberto Criscio Emerson José Esteves Emerson Esteves Peixe SP João Manoel Guabi
Juliano Kubitza Raul Francisco M. Lima Geraldo Borba Nexco João Scorvo Aquabio
Eduardo Marchesi de Amorim Giovanni Lemos Aquaculture Brasil Juliano Kubitza Fider Pescados
Gustavo Crosara Aquagenetics Júnior Amadeu Alegre Foods
Reni Eduardo Girardi
Isabel Pastore C.Vale Lucas Granuzzo Aquabel
Bruno Vargas de F. Cruz Leite
Iurych Bussons Fazenda Dona Marilsa Fernandes Peixe SP
Gustavo Crosara Ferreira dos Santos
João Moutinho Hipra Saúde Animal Mauro Nakata Cristalina
Mabilis Kanazawa MCassab Murilo Quintiliano FAIBR
Maisa Santiago Selingardi Geneseas Natasha Castellan Grupo Âmbar Amaral
Marina Delphino Genomar Nicolas Landolt Tilabras
Nestor Braun Copacol Paulo Ceccarelli Sanphar
Paulo Ceccarelli Sanphar Raul Lima Lakes Fish
Renan Rossi Inata Ricardo Luís AquaAmerica
DIRETORIA EXECUTIVA Ronaldo Melo Microvet Ricardo Ribeiro Aquagen
Santiago Benites Biovet Rodrigo Zanolo MSD
PRESIDENTE DIRETOR DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS Thiago Santos Aquabel Santiago Benites Vaxxinova
Francisco Medeiros Iurych Nicolau Barros Bussons Yago Oliveira New Fish Thiago Ushizima Adisseo
Vanessa Nogueira Zoetis
VICE-PRESIDENTE CONSELHO FISCAL COMITÊ DE PEIXES NATIVOS Vicente Criscio Geneseas
Felipe Torquato Junqueira Franco Antonio Ramon Amaral Neto Coordenador Empresa Wagner Camis Pisc. Água Pura
José Ricardo Rocha Bruno Leite Zaltana Pescados
Membros do Comitê Empresa
DIRETOR INTERNACIONAL Vinícius Gonçalves de Carvalho
Cintia Nakayama Aquabio
Fernando Gonçalves de Aguiar
Daniel Bacca Brusinox
SUPLENTES DO CONSELHO FISCAL
Francisco Farina Acripar
DIRETOR TESOUREIRO João Donato Scorvo Herbert Junior Grupo Bom Futuro
Luiz Eduardo Conte Leandro Cesar Francisco Leandro Cesar Frio Center Pescados
Luiz Elder Bonfá Lisandro Bauer Guabi
DIRETOR SECRETÁRIO Luiz Bonfá Aquam
Ricardo Pereira Ribeiro COMISSÃO DE ÉTICA Mauricio Carlo Rondo Fish
Dennys Itagaki Paulo Renato Agropecuária Lopes
Santiago Benites Biovet
Tiago Saraiva Delicious Fish
Valtei Valadares Rosa Piracema Pescados
Vinícius Carvalho Agronorte
6 7
ASSOCIADOS DA PEIXE BR ASSOCIADOS DA PEIXE BR
PRODUTORES DE ENGORDA EMPRESAS DE RAÇÃO
Cooper Peixe
EMPRESAS DE EQUIPAMENTOS
PRODUTORES DE ALEVINOS E CASAS GENÉTICAS
Cooper Peixe
EMPRESAS DE INSUMOS VETERINÁRIOS E NUTRIÇÃO

FRIGORÍFICOS
OUTRAS CLASSES
Peixe Gen
ENTIDADES DE CLASSE REGIONAIS
8 9
ÍNDICE
PISCICULTURA BRASILEIRA AGROINDÚSTRIAS COMA MAIS PEIXE
12 Produção total passa de 860 mil toneladas 52 Setor atrai cada vez mais 120 Campanha alcançou
empresas de outras 5 milhões de pessoas
14 Com 550 mil toneladas, tilápia representa 63,9% proteínas animais
16 Nativos retomam a rota de crescimento
18 Pangasius pode se tornar um expoente nacional CRÉDITO

20 Paraná produz mais de 194 mil toneladas e segue líder 54 Captação cresce 26,3% e
22 Região Sul tem a maior produção, seguida pelo Nordeste soma R$ 825,7 milhões
41 Peixe BR lidera projeto para integrar tambaqui e curimbatá

PESQUISA
58 As razões do crescimento do
consumo de tilápia COMUNICAÇÃO
121
A presença da Peixe BR
ÁGUAS DA UNIÃO na mídia
60 Os 426 processos de 2022

representam 576 mil
toneladas de peixes
PISCICULTURA MUNDIAL MERCADO EXTERNO
28 China tem 32,3% do total de 42 Crescimento foi de 15%, com

6,5 milhões de toneladas faturamento de U$S 23,8
milhões
EVENTOS
30 Pangasius avançou 3,7%
e chegou a 2,7 milhões de
toneladas BALANÇO CEPEA PRODUÇÃO POR ESTADOS 122 Entidade esteve nos
principais encontros do setor
50 Tilápia tem índices favoráveis, 64 Os detalhes da
apesar de ano desafiador piscicultura por todo o País
ENTREVISTA
32 Ministro
André de
Paula fala
dos planos
à frente do
MPA
PERSPECTIVAS ATIVIDADES DA PEIXE BR
34 Empresas estão otimista 124 Os destaques das ações

com o desempenho em 2023 de 2022
10 11
PRODUÇÃO BRASILEIRA
BRASIL ULTRAPASSA A MARCA DE 860 MIL

TONELADAS DE PEIXE DE CULTIVO PRODUÇÃO DE PEIXES DE
C U LT I V O N O B R A S I L 860.355 t
Produção de 2022 cresceu 2,3% sobre a registrada no ano anterior, mesmo diante do alto custo dos insumos, sobretudo de
841.005 t
alimentação, e de preços estáveis aos piscicultores
802.930 t
758.006 t
N
o ano passado a produção brasileira de peixe de culti- No cenário do mercado de peixes nativos, após um longo perío-
vo chegou a 860.355 toneladas, conforme o levanta- do de queda de produção houve uma estabilização com pequeno 722.560 t
mento exclusivo realizado pela Associação Brasileira volume de crescimento. Esse resultado é bastante significativo, 691.700 t
da Piscicultura (Peixe BR). Esse número representa aumento de mesmo diante de todos os desafios que o setor enfrenta, desde
2,3% sobre as 841.005 toneladas produzidas em 2021. sanidade, legalização da produção, industrialização e ampliação 640.510 t
Desde que a Peixe BR oficializou essas estatísticas, em 2014, a de novos mercados. 638.000 t
evolução da produção de peixes de cultivo já chegou a 48,6%. É Apesar desse aumento, o produtor continua com menor remu-
578.800 t
um acréscimo de 281.555 toneladas dentro de nove anos. E essa neração, o que levou a uma baixa procura por alevinos para
multiplicação não tem milagres. reposição do alojamento no último trimestre de 2022. A qua-
Todo esse avanço é resultado de muito aprimoramento de toda resma de 2023 é o período que vai definir o futuro do negócio
a cadeia produtiva e da intensa dedicação da Peixe BR para esti- de peixes nativos. Se houver uma recomposição de preços pa-
mular, por todo o País, não só o cultivo sustentável – do ponto gos ao produtor poderá ocorrer uma retomada da produção 10.2% 0.4% 8% 4.5% 4.9% 5.93% 4.74% 2.3%
de vista econômico, ambiental e social – dessa proteína, como o no Brasil. Porém, sem a solução para os principais gargalos do
consumo. Com o crescimento da própria atividade também tem setor o risco continua. 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
ganhado força a imagem institucional do pescado. Medeiros destaca que a piscicultura brasileira, gerida de maneira
O ano foi bastante atípico, com um primeiro semestre de preços profissional como tem sido feito, ainda é recente. “Está apenas co- Fonte: Peixe BR
baixos pagos ao produtor de tilápia. Essa condição levou a uma meçando no Brasil. E temos aí três décadas seguidas de crescimen-
redução do alojamento e, por consequência, também da oferta de to”, afirmou. Grande expectativa vem também do espaço que o
peixes na segunda metade de 2022. A partir daí houve aumento de peixe produzido por aqui pode ocupar no mercado internacional.
preços pagos ao produtor. Entre agosto e dezembro houve a maior Essa presença ainda é pequena, mas pode crescer com mais ve-
série histórica dessa elevação, com aumentos semanais. locidade. Segundo Medeiros, a abertura de mercado para pro-
A elevação do custo de produção impactou todas as demais dutos congelados como a tilápia em filé ou inteira já tem feito a
cadeias de proteína de origem animal e não foi diferente com diferença. “Já estão entre nossos principais itens de exportação.”
a piscicultura. “Esse foi um dos principais desafios do setor, A tilápia, aliás, continua a ser o destaque dos peixes de cultivo e
pois acabou influenciando os preços da ração, que representa o teve aumento de 3,0% na produção nacional quando se compara
maior custo da piscicultura”, afirmou o presidente da Peixe BR, as 550.060 toneladas de 2022 às 534.005 toneladas de 2021. Os
Francisco Medeiros. peixes nativos também avançaram (1,8%) nessa mesma compa-
O dirigente acrescenta que o cenário ainda foi intensificado por ração, passando de 262.370 toneladas para 267.060 toneladas.
mais uma perda do poder aquisitivo de parte da população. “A Os índices de expansão podem ser ainda mais relevantes nos
solução foi melhorar a gestão dos negócios em toda a cadeia pro- próximos anos conforme aumentar também a segurança jurídica
dutiva, oferecendo novos itens ao consumidor final e ampliando para produção de pescados de cultivo, com ampliação da libera-
os canais de venda”, disse Medeiros. ção de uso das águas da União e com mais programas governa-
Com a melhoria dos preços pagos ao produtor no segundo se- mentais que estimulem o setor.
mestre, houve uma corrida por alevinos e juvenis de tilápia. O A Peixe BR mantém um trabalho intenso para que isso aconteça
mercado não conseguiu atender a essa demanda durante todo e, agora, ainda mais com o início de um novo governo federal e a
o segundo semestre, já projetando uma grande produção para retomada do Ministério da Pesca e Aquicultura. A entidade já se
o ano de 2023. Segundo o presidente da Peixe BR, o Brasil tem aproximou do novo ministro, André de Paula, para mostrar qual
neste momento as melhores condições do mundo para continu- é a realidade da piscicultura brasileira e onde a atividade pode
ar e aumentar sua produção. chegar. E o quanto o trabalho conjunto pode nutrir esse avanço.
In 2022, fish farming in Brazil reached 860,355 metric tons, ac- tutional image of fish farming has become increasingly accepted.
cording to a study by the Brazilian Association of Fish Farming 2022 was an atypical year, with the first half seeing low prices paid
(Peixe BR). This number represents an increase of 2.3% from the to tilapia producers. This situation led to a reduction in produc-
841,005 metric tons produced in 2021. tion and, consequently, a reduction in the supply of fish in the se-
Since Peixe BR began publishing these statistics in 2014, fish farming cond half of 2022. Following this, there was an increase in prices
has grown 48.6%, an increase of 281,555 metric tons in nine years. paid to producers. Between August and December, this indicator
This growth is the result of lots of improvements along the entire reached a historic high, with weekly rises.
production chain and Peixe BR's unwavering dedication to en- Increases in production costs had an impact on all animal protein
couraging not only sustainable cultivation of this protein – from chains, and it was no different in fish farming, “This was one of
an economic, environmental and social perspective – but also the biggest challenges for the sector, as it ended up influencing
promoting consumer consumption throughout Brazil. Thanks feed prices, which is the highest cost in fish farming,” the presi-
to Peixe BR’s efforts, and as aquaculture has expanded, the insti- dent of Peixe BR, Francisco Medeiros, explains.
12 13
TILÁPIA
CULTIVO NÃO PARA DE CRESCER

A espécie ultrapassou a marca de 550 mil toneladas em 2022 e já representa 63,9% da piscicultura nacional
MAIORES PRODUTORES
A
tilápia continua a ser o peixe mais cultivado na pis- mais de 34% do volume total. Em 2022 os paranaenses cultiva-
cicultura brasileira. No ano passado, foram produziram 187.800 toneladas da espécie, 3,2% a mais do que no ano DE TILÁPIA
das em todo o País 550.060 toneladas, volume que anterior. Com isso, a Região Sul aparece bem na frente nesse
representa 63,93% da produção nacional de peixes de cultivo ranking, com 239.300 toneladas (43,5%).
Paraná
e aumento de 3% sobre as 534.005 toneladas de 2021. A jul- A segunda posição no cultivo nacional de tilápia é de São
1o
gar pelas demandas interna e global, a tendência é a expansão Paulo. Os paulistas produziram 77.300 toneladas em 2022 e
continuar, e até se intensificar, nos próximos anos.
O Brasil é hoje o quarto maior produtor mundial de tilápia,
tiveram aumento de 1,5% sobre o volume de 2021. Dessa for-
ma garantiram também uma boa colocação para sua região. O 187.800 t
posição que pode mudar em breve. “Acreditamos que nos pró- Sudeste, que tem ainda o terceiro (Minas Gerais) e o nono (Es-
ximos três ou quatro anos devemos estar próximos do terceiro pírito Santo) estados dessa lista, responde por 27,1% da pro-
lugar nesse ranking”, afirmou o presidente da Peixe BR, Fran- dução total da espécie, com 149.100 toneladas.
2o São Paulo
cisco Medeiros.
Além da maior procura por parte dos consumidores nacionais,
a tilápia responde por 88% das exportações brasileiras de pes-
Com três estados entre os dez maiores produtores – Pernambuco,
Bahia e Alagoas –, o Nordeste chegou a 100.320 toneladas, a ter-
ceira posição por região, e teve crescimento de 5,2% sobre 2021.
77.300 t
cado, atendendo sobretudo os Estados Unidos. “O mercado O Centro-Oeste, que tem Mato Grosso do Sul como tercei-
norte-americano corresponde a 83% da tilápia que exporta- ro maior produtor por estado, apresentou queda de 3,2% no
3o Minas Gerais
mos”, disse Medeiros. E o segundo mercado mais significativo
é Taiwan, que compra principalmente os produtos não comes-
tíveis: pele, escama, farinha e óleo.
geral: passou de 61.650 toneladas em 2021 para 59.650 tone-
ladas em 2022. Esse quadro deve ser revertido em 2023 com a
expansão da produção das novas empresas do setor que estão
51.700 t
O estado brasileiro que mais produz tilápia é o Paraná, com investindo na região.
4o Santa Catarina
42.500 t
Tilapia continues to be the most cultured fish in Brazilian fish this growth to continue, and even intensify, in the coming years.
farming. In 2022, Brazil produced 550,060 metric tons, which Brazil is currently the world's fourth largest producer of tilapia, a 5o Mato Grosso do Sul
32.200 t
accounts for 63.93% of national production of farmed fish, and position that may soon change. “We believe that in the next three
a 3% increase over the 534,005 metric tons produced in 2021. or four years, we should be close to third place in this ranking,”
Judging by domestic and global market demand, the trend is for according to the president of Peixe BR, Francisco Medeiros. Fonte: Peixe BR
FOTO: COPACOL
14 15
PEIXES NATIVOS
ANO DE RETOMADA DA EXPANSÃO

Produção passou de 267 mil toneladas em 2022, um crescimento após alguns anos de queda
MAIORES PRODUTORES
A
produção de peixes nativos retomou a rota de cresci- com 49.100 toneladas e uma redução de 0,3% entre 2022 e 2021.
mento. No ano passado, o volume das espécies chegou Entre os estados, a liderança na produção de peixes nativos é de D E P E I X E S N AT I V O S
a 267.060, o que representa avanço de 1,8% sobre as Rondônia, com 57.200 toneladas. Na sequência, uma mudan-
262.370 toneladas registradas em 2021. Um dos fatores responsá- ça entre a segunda e a terceira posições em relação aos dados de
Rondônia
veis por esse aumento é a inserção desses peixes em mais projetos 2021: Maranhão (39.100 t) superou Mato Grosso (38.000 t). O
1o
que visam ampliar as opções da piscicultura brasileira. A partici- quarto e o quinto nessa lista são, respectivamente, Pará (24.200 t)
pação dos nativos na produção total do Brasil foi de 31,04%.
A maior parte da criação das espécies nativas está na Região Norte
e Amazonas (21.300 t).
O último trimestre de 2022, período de início das compras de ale- 57.200 t
(53,7%), que produziu 143.500 toneladas em 2022. Na comparação vinos para a safra de 2023, está foi mais fraco em relação ao ano
com o ano anterior, o desempenho ficou praticamente estável, com anterior, principalmente pelo baixo preço pago ao produtor. Po-
uma redução de 0,2%. A Região Nordeste somou 56.580 toneladas rém, uma boa Semana Santa em 2023 pode reverter esse quadro
2o Maranhão
e registrou crescimento de 5,4% na relação ano contra ano. Comple-
tando a concentração da produção de nativos está a Região Sudeste,
de baixa procura e retomar as compra de alevinos, ou seja, a safra
de 2023 ainda está indefinida. 39.100 t
3o Mato Grosso
38.000 t
4o Pará
24.200 t
5o Amazonas
21.300 t Fonte: Peixe BR
16 17
OUTRAS ESPÉCIES
UM PEIXE REPLETO DE VANTAGENS

O pangasius tem quase tudo para se tornar um expoente na piscicultura brasileira. Já tem até mercado; faltam segurança
jurídica e industrialização
MAIORES PRODUTORES
DE OUTRAS ESPÉCIES
A
espécie pangasius hypophthalmus, também chamado de panga O que falta é avançar na questão jurídica, pois apenas seis esta-
no Brasil, tem potencial para gerar faturamento de R$ 500 dos definiram uma legislação para a criação do pangasius. Ainda
milhões na cadeia nacional de produção de peixe de cul- não há uma regulamentação federal, processo que depende de
tivo. Isso levando-se em consideração que o consumo interno em
2022 foi de 28.407 toneladas de filé. Esses números apresentados
um posicionamento do Ibama, pois o panga ainda é considerado
uma espécie exótica. Como já foi a tilápia.
1o Rio Grande do Sul
pela Peixe BR destacam o potencial econômico do panga.
Esse mercado já existe, pois as 28.407 toneladas são exatamente o que
O doutor em aquicultura Luiz Ayroza participou ativamente da
elaboração da legislação paulista para o cultivo do panga quando 17.000 t
o Brasil importa por ano de filés de panga do Vietnã. Para Martinho foi diretor do Instituto de Pesca, órgão vinculado à Secretaria
Colpani, da Colpani Piscicultura, o Brasil tem condições de suprir essa
demanda e com uma vantagem importante. “Eles não conseguem co-
de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. “Tive-
mos a participação de toda a cadeia nessa discussão. Dividimos
2o Santa Catarina
locar peixe fresco aqui, diferentemente de nós”, afirmou o empresário.
Segundo Colpani, essa condição permite levar o peixe a muito
o estado em bacias, e o panga pode ser cultivado em todas elas”,
afirmou. Segundo as determinações legais, a criação pode ser 8.600 t
mais consumidores, por meio de feiras livres, peixarias e outros feita em viveiro escavado, de alvenaria ou suspenso, mas não é
Maranhão
pontos de venda. “Já comercializamos no Pão-de-Açúcar, que foi permitida em reservatório ou barramento.
3o
um grande parceiro, e a resposta de recompra foi bem interessante.” Para Ayroza, o que falta ainda é uma melhor organização da
Essa aposta no panga não acontece por acaso. O peixe atende à
demanda do consumidor por um filé de qualidade, saboroso e sem
cadeia produtiva. “Isso tem evoluído muito nos últimos três
anos com as ações da Peixe BR e da Peixe SP”, disse. A opinião é 6.000 t
espinhas; apresenta alto desempenho com baixo custo de produ- compartilhada pelo empresário Thales Moraes, da RT Alevinos.
ção; e chega ao varejo com um preço mais atrativo. Segundo ele, essa organização garantiria volume e frequência na
Segundo a zootecnista e professora da Universidade Federal de produção e no abastecimento do peixe. “O maior gargalo é a in-
4o Piauí
São Carlos (UFSCar), Luciana Dias, o panga tem produtividade
bem competitiva em relação à tilápia, o peixe líder no mercado
nacional. No entanto, Luciana esclarece não se tratar de uma dis-
dustrialização”, afirmou.
De acordo com Thales, resolvidas essas questões, o pangasius
vai despontar como um peixe que pode ser produzido em áreas
4.600 t
puta. “O pangasius pode se tornar um gigante na piscicultura bra- pequenas, “se tiver água para renovação”. Vai agregar valor para
sileira sem concorrer com a tilápia. Um não tira o lugar do outro”, o consumidor final, gerar empregos em toda a cadeia produtiva
5o São Paulo
disse a especialista, que é diretora-técnica da Associação Brasileira
dos Criadores de Pangasius (ABC Panga).
e pode transformar as regiões onde está sendo cultivado. “É um
peixe que já tem aceitação”. 1.200 t Fonte: Peixe BR
18 19
PRODUÇÃO POR ESTADOS
PARANÁ MANTÉM A LIDERANÇA, AINDA COM

FOLGA EM RELAÇÃO AOS DEMAIS ESTADOS
Nada mudou na segunda e na terceira posições, com São Paulo à frente de Rondônia. Minas Gerais avançou 11,4% e se
tornou o quarto maior produtor
O
estado brasileiro que mais produz peixe de cultivo 2021. Na sequência aparece Rondônia, com 57.200 toneladas
continua a ser o Paraná. Em 2022, foram 194.100 somente de espécies nativas e uma queda de 4% na compara-
toneladas, volume 3,2% maior do que as 188.000 ção entre 2022 e 2021. O quarto lugar nessa lista passou a ser
toneladas de 2021. Sozinho, o estado representa 22,5% da ocupado por Minas Gerais, o único entre os dez primeiros a
produção nacional e supera as marcas regionais, exceto, claro, conseguir expansão de dois dígitos. Com aumento de 11,4%
a própria Região Sul. A liderança disparada coloca os parana- na produção, os mineiros chegaram a 54.700 toneladas.
enses também em uma posição de referência, pois os sistemas Santa Catarina aumentou 1,3% sua produção, com 54.300 to-
produtivos com modelos integrados como agroindústria ou neladas, mas não evitou cair para a quinta posição. Em segui-
como cooperativa podem ser adotados em outras localidades, da estão Maranhão (50.300 t), Mato Grosso (42.800 t), Mato
com as devidas adequações, para expandir a piscicultura. Grosso do Sul (34.450 t), Bahia (34.000 t) e Goiás (30.500 t).
A segunda posição em produção é de São Paulo, que chegou Entre esse dez estados, além de Rondônia só Mato Grosso do
a 83.400 toneladas, apresentando crescimento de 2,1% sobre Sul teve redução na produção (7,8%).
20 21
PRODUÇÃO POR REGIÕES
REGIÃO SUL PRODUZ UM TERÇO DOS PEIXES

DO BRASIL E ESTÁ AVANÇANDO OS 10 MAIORES PRODUTORES DE
O Nordeste, em segundo lugar, foi a região que mais expandiu a produção, com crescimento de 4,8%. Apenas Centro-Oeste
P E I X E S D E C U LT I V O D O B R A S I L
retrocedeu (1,6%)
1º Paraná 194.100 t
C
om dois dos dez estados que mais produzem peixe no que o apresentado em 2021 (162.250 t). Os nordestinos tive-
Brasil, a Região Sul continua a ser o principal polo ram o crescimento mais expressivo na relação ano contra ano.
de cultivo no País. As 275.700 toneladas registradas
pelos sulistas em 2022 representam praticamente um terço
Logo atrás, tanto em produção quanto em crescimento, apa-
rece o Sudeste com 159.380 toneladas e um avanço de 4,2%
2º São Paulo 83.400 t
(32%) de todo o volume nacional de peixe. E ainda teve cres- sobre 2021. A Região Norte é a quarta em volume, com
cimento de 2,4% sobre as 269.300 toneladas de 2021. 145.310 toneladas, praticamente estável, com apenas 0,3%
O Nordeste, que vem em seguida, mas com uma distância con- de aumento. O Centro-Oeste registrou queda de 1,6% de 3º Rondônia 57.200 t
siderável, produziu 170.065 toneladas em 2022, quase 20% do 2021 para 2022 e passou de 111.750 toneladas para 109.900
que o Brasil cultivou de peixe. Esse volume é 4,8% maior do toneladas.
4º Minas Gerais 54.700 t
5º Santa Catarina 54.300 t

PRODUÇÃO DE PEIXES DE
C U LT I V O P O R R E G I Õ E S 6º Maranhão 50.300 t
7º Mato Grosso 42.800 t

NORTE 0,30%
2021 144.810 t
2022 145.310 t 8º Mato Grosso do Sul 34.450 t
9º Bahia 34.000 t
NORDESTE 4,8%
2021 162.250 t 10º Pernambuco 31.960 t
2022 170.065 t
Fonte: Peixe BR
CENTRO-OESTE -1,6%
2021 111.750 t
2022 109.900 t
SUL 2,4%
2021 269.300 t
2022 275.700 t
SUDESTE 4,2%
2021 152.895 t
2022 159.380 t
Fonte: Peixe BR
22 23
PISCICULTURA BRASILEIRA
RANKING DA PRODUÇÃO DE
P E I X E S D E C U LT I V O
2020 2021 2022 ESTADO 2020 2021 2022
1º 1º 1º PARANÁ 172.000 188.000 194.100
2º 2º 2º SÃO PAULO 74.600 81.640 83.400
3º 3º 3º RONDÔNIA 65.500 59.600 57.200
7º 5º 4º MINAS GERAIS 44.300 49.100 54.700
4º 4º 5º SANTA CATARINA 51.700 53.600 54.300
5º 6º 6º MARANHÃO 47.700 46.500 50.300
6º 7º 7º MATO GROSSO 46.800 42.600 42.800
8º 8º 8º MATO GROSSO DO SUL 32.390 37.400 34.450
9º 10º 9º BAHIA 30.270 31.250 34.000
12º 9º 10º PERNAMBUCO 27.275 31.930 31.960
10º 11º 11º GOIÁS 30.062 29.700 30.500
11º 12º 12º RIO GRANDE DO SUL 26.102 27.700 27.300
13º 13º 13º PARÁ 25.400 24.800 25.120
15º 15º 14º PIAUÍ 20.250 22.100 22.900
14º 14º 15º AMAZONAS 21.500 21.000 21.300
17º 17º 16º RORAIMA 17.500 18.300 19.200
16º 16º 17º ESPÍRITO SANTO 18.532 18.700 17.900
18º 18º 18º TOCANTINS 14.804 16.250 17.350
19º 19º 19º ALAGOAS 10.000 12.800 13.100
20º 20º 20º CEARÁ 5.500 6.500 6.860
22º 21º 21º SERGIPE 3.800 4.600 4.100
21º 22º 22º ACRE 4.060 3.740 3.860
24º 23º 23º RIO GRANDE DO NORTE 3.280 3.570 3.700
23º 24º 24º RIO DE JANEIRO 3.340 3.455 3.380
25º 25º 25º PARAÍBA 3.165 3.000 3.145
26º 26º 26º DISTRITO FEDERAL 2.060 2.050 2.150
27º 27º 27º AMAPÁ 1.040 1.120 1.280
TOTAL 802.930 841.005 860.355

Fonte: Peixe BR
24 25
PISCICULTURA BRASILEIRA
RANKING DE PEIXES DE
C U LT I V O N O S E S TA D O S
ESTADO TILÁPIA NATIVOS OUTROS* TOTAL

ACRE 60 3.800 - 3.860
AMAZONAS - 21.300 - 21.300
ALAGOAS 9.850 2.600 650 13.100
AMAPÁ 80 1.200 - 1.280
BAHIA 29.670 4.100 230 34.000
CEARÁ 6.800 60 6.860
DISTRITO FEDERAL 1.850 300 - 2.150
ESPÍRITO SANTO 17.000 900 - 17.900
GOIÁS 21.500 8.700 300 30.500
MARANHÃO 5.200 39.100 6.000 50.300
MINAS GERAIS 51.700 2.200 800 54.700
MATO GROSSO DO SUL 32.200 2.100 150 34.450
MATO GROSSO 4.100 38.000 700 42.800
PARÁ 800 24.200 120 25.120
PARAÍBA 3.100 20 25 3.145
PERNAMBUCO 31.900 60 - 31.960
PARANÁ 187.800 5.300 1.000 194.100
PIAUÍ 9.800 8.500 4.600 22.900
RORAIMA - 19.200 - 19.200
RONDÔNIA - 57.200 - 57.200
RIO GRANDE DO NORTE 2.800 100 800 3.700
RIO DE JANEIRO 3.100 80 200 3.380
RIO GRANDE DO SUL 9.000 1.300 17.000 27.300
SERGIPE 1.200 2.100 800 4.100
SÃO PAULO 77.300 4.900 1.200 83.400
SANTA CATARINA 42.500 3.200 8.600 54.300
TOCANTINS 750 16.600 - 17.350
TOTAL 550.060 267.060 43.235 860.355

Fonte: Peixe BR
26 27
PRODUÇÃO MUNDIAL
OFERTA GLOBAL DE TILÁPIA CHEGA A

6,5 MILHÕES DE TONELADAS
P R O D U Ç ÃO G LO B A L D E T I L Á P I A ( M i / t /A N O )
Ranking de cultivo, com a China liderando, não mudou de 2021 para 2022, mas brasileiros acreditam se aproximar
6,10 6,25 6,30 6,50

rapidamente da terceira posição
A 2020 2021 2022 2023

tilápia continua ganhando espaço nas águas do mun-
do. É o que mostra a síntese dos dados da Peixe BR, da
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a
Agricultura (FAO) e de consultorias internacionais. Em 2022, fo- Fonte: Peixe BR
ram produzidas 6,5 milhões de toneladas do pescado, volume 4%
acima das 6,25 milhões de toneladas alcançadas em 2021. A esti-
mativa para este ano é de chegar a 6,7 milhões de toneladas, com
aumento de 3,1% sobre 2022 e de 15,5% nos últimos cinco anos.
O ranking dos países que mais produzem tilápia segue o mesmo
nas cinco primeiras posições. A China lidera essa lista com pro-
dução de 2,1 milhões de tonelada em 2022, uma participação de
32,3% do volume total.
O crescimento da gigante asiática sobre o ano anterior foi de
0,5%. A velocidade da expansão dos chineses na produção de tilá-
pia vem caindo desde 2021, devido a uma combinação de fatores
MAIORES PRODUTORES MUNDIAIS ( M i / t /A N O )
que inclui desde os desafios ainda relacionados à Covid-19 até a
2,0 1,4 1,0 0,55

maturação da indústria e restrições ao crescimento no país.
Os quatro países subsequentes – Indonésia, Egito, Brasil e Tailân-
dia – apresentaram percentuais de crescimento maiores do que
a China quando comparados os volumes de 2022 e de 2021. A
Indonésia, segunda colocada nessa lista, produziu 1,5 milhão de
CHINA INDONÉDIA EGITO BRASIL
toneladas, acréscimo de 7,1%. Na sequência aparece o Egito, com
1,1 milhão de toneladas e um avanço de 10%. Fonte: Peixe BR
O Brasil produziu mais de 550 mil toneladas de tilápia, ocupando a
quarta posição no ranking mundial e representando 8,4% do volume
total. Na comparação ano contra ano, houve crescimento de 3%.
A perspectiva é de que essa expansão seja maior daqui para a fren-
te, sobretudo pela abertura do mercado internacional para produ-
tos congelados, o que pode estimular a produção. “Acreditamos
que nos próximos três ou quatro anos estejamos muito próximos
da terceira posição entre os maiores produtores”, disse o presiden-
te da Peixe BR, Francisco Medeiros.
28 29
PRODUÇÃO MUNDIAL
PANGASIUS SEGUE À FRENTE DO SALMÃO

E a tendência é de que essas posições sejam mantidas também em 2023, com o pangasius acumulando crescimento de
17,6% em cinco anos
E
m 2022, a produção global de pangasius (catfish) somou milhões de toneladas, aponta a FAO.
2,8 milhões de toneladas, enquanto a de salmão chegou a O cultivo do pangasius cresceu 3,7% entre 2022 e 2021, quando o
2,7 milhões, segundo dados da Peixe BR, da Organização volume foi de 2,7 milhões de toneladas, e 9,8% sobre 2019 (2,55
das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e milhões t). A produção de salmão em 2022 foi 8% maior do que
de consultorias internacionais. a de 2021 (2,5 milhões t) e 6% maior do que em 2019 (2,55 mi-
Entre 2019 e 2020, o volume de cultivo das duas espécies era pa- lhões de toneladas).
relho, com uma vantagem para o salmão. Após uma perda impor- A participação do pangasius no mercado global da piscicultura
tante de produção desse peixe no Chile, em 2021, devido a pro- pode crescer ainda mais com o avanço da espécie no Brasil. Segun-
blemas sanitários, o pangasius passou à frente. E deve se manter do pesquisadores e especialistas ouvidos pela Peixe BR, além de o
assim também neste ano. Estima-se que em 2023 a produção de peixe apresentar alto potencial produtivo, o ambiente de cultivo
pangasius chegue a 3 milhões de toneladas e a de salmão, a 2,9 no País é altamente favorável.
R A N K I N G G LO B A L DA P R O D U Ç ÃO (Mi/t)
PANGA
2,60 2,70 2,80 3,00

2020 2021 2022 2023
SALMÃO
2,60 2,50 2,60 2,90

2020 2021 2022 2023
Fonte: Peixe BR
30 31
ENTREVISTA
MPA QUER PARCERIA COM O SETOR PRIVADO Quais as ações do MPA para promover
uma piscicultura moderna, produtiva,
Quais serão as medidas prioritárias do
MPA para estimular a entrada de novos
PARA IMPULSIONAR A PISCICULTURA competitiva e sustentável? investidores na piscicultura, inclusive de

empresas e fundos estrangeiros?
André de Paula
"O trabalho que a
Ministro André de Paula conhece os desafios, mas também as potencialidades da cadeia de peixes de cultivo. É o que ele
O Plano Nacional de Desenvolvimento André de Paula
mostra nessa entrevista exclusiva para o Anuário Peixe BR 2023
da Aquicultura 2022 – 2032, construído É necessário transmitir segurança ao in- Peixe BR tem
com o setor produtivo e pesquisadores, vestidor. Contribuiremos com a edição de
será a base para o crescimento sustentável regras claras para o desenvolvimento da desempenhado é de
da atividade. O Plano está constituído em atividade e a promoção de segurança jurí- grande relevância
12 programas prioritários que abrangem dica. Além disso, enaltecer as condições cli-
O
Ministério da Pesca e Aqui- os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sus- máticas favoráveis do Brasil e a capacidade para a piscicultura
cultura (MPA) é comandado tentável da ONU. Será necessário avançar produtiva de insumos para fabricação de brasileira e certamente
por André de Paula, deputado na organização dos produtores familiares, rações para animais aquáticos (soja, milho,
federal por Pernambuco. Para auxiliá- regularização ambiental dos empreendi- farinhas etc). Importante também mapear contará com o
-lo no trabalho de fortalecer o pescado mentos, possibilitar o acesso a crédito ofi- futuros polos produtivos no território na-
apoio e parceria
brasileiro, ele conta com três técnicos cial a baixo custo, modernizar normativos cional para ajudar o investidor a decidir em
na liderança das secretarias de Pesca Ar- legais, promover assistência técnica para que elo da cadeia produtiva pode atuar e do Ministério"
tesanal (Cristiano Wellington Noberto pequenos aquicultores, equalizar o custo onde instalar seus empreendimentos.
Ramalho, doutor em Ciências Sociais de produção, com isenção fiscal do PIS/
pela Unicamp), Registro, Monitramen- COFINS das rações para animais aquáti- A piscicultura trabalha para que seus
to e Pesquisa (Flávia Lucena Frédou, cos, estimular ações de modernização dos produtos sejam liberados para exporta-
engenheira de pesca, professora, mestra sistemas de cultivo, valorizar instituições ção à União Europeia, haja vista que as demandas setoriais e nossa equipe está
e doutora) e Pesca Industrial (Carlos de ensino, pesquisa e extensão, promover não conformidades encontradas refe- à disposição para entender os principais
Mello, zootecnista, mestre e doutor em o consumo de pescado no país e trabalhar rem-se a barcos de pesca. Como o MPA gargalos da atividade e procurar soluções
Aquicultura). para a conquista de novos mercados, in- planeja fazer isso é quando? conjuntas. O trabalho que a Peixe BR tem
Entre suas prioridades, está o fortaleci- cluindo a reabertura do mercado europeu. desempenhado é de grande relevância para
mento das parcerias do MPA com o setor André de Paula a piscicultura brasileira e certamente con-
produtivo, incluindo a Associação Nacio- A reabertura do mercado europeu é uma tará com o apoio e parceria do Ministério.
nal da Piscicultura (Peixe BR). A reabertu- pauta prioritária para o Ministério da Pes- Trabalharemos muito para impulsionar
ra do mercado europeu para a piscicultura "Plano Nacional ca e Aquicultura e não haverá economia o consumo de pescado no país, demons-
brasileira também é prioridade de André de Desenvolvimento de esforços para avançar, com diálogo e trando que a piscicultura brasileira é sus-
de Paula. Além disso, ele quer impulsionar diplomacia internacional, na conquista tentável, gera alimento saudável, emprego
o consumo interno. da Aquicultura desse objetivo. e renda para pequenos, médios e grandes
produtores, que respeita o meio ambiente
2022-2032 será a
De que forma o senhor acredita que o e é economicamente viável. Acreditamos
FOTO: RICARDO STUCKERT

base para o MPA e a Peixe BR podem trabalhar em na aquicultura como instrumento para
conjunto para promover o setor e torná- mudar a realidade de muitas famílias bra-
crescimento sustentável -lo mais competitivo? sileiras. Andaremos lado a lado da Peixe
da atividade" BR para tornar o Brasil mais competitivo
André de Paula, André de Paula e, por que não, o maior produtor de peixes
Ministro da Pesca e Aquicultura O MPA estará sempre aberto para atender de cultivo do mundo.
32 33
BALANÇO E PERSPECTIVAS
É PRECISO TER ESTRATÉGIA PARA VENCER AS como apresentar soluções auditáveis e que atendam critérios de
sustentabilidade e para a exportação do produto da aquicultura.
Ucrânia mexeu com o aumento dos preços do farelo de soja e
consequente de todas as proteínas vegetais e animais. Depois os
ADVERSIDADES, MOSTRAM AS EMPRESAS Dra. Fernanda de Freitas Borges – CEO da Aquacerti reajustes dos combustíveis trouxeram, além do incremento nos
custos destes ingredientes, aumento no custo da logística de dis-
tribuição da ração.
Companhias superaram desafios de 2022 e estão otimistas com o futuro da atividade, confirmam depoimentos colhidos com
AQUAGENETICS DO BRASIL Crescemos 9,6% sobre 2021, mas o que nos deixa mais realizados é sa-
No ano de 2022 a Aquagenetics do Brasil consolidou suas opera- ber que colaboramos também com o crescimento de nossos clientes.
exclusividade pelo Anuário
ções no estado do Tocantins, possibilitando realizar reproduções
e disponibilizar alevinos de alta qualidade genética ao longo de A Aquavita acredita em um ano melhor com redução nos custos
todos os meses, proporcionando à indústria brasileira a disponi- de matérias-primas, principalmente do farelo de soja, a partir do
bilidade de alevinos de forma constante ao longo de todo ano, segundo bimestre e as proteínas animais seguindo esta tendên-
ADISSEO LATAM peixes e camarões no limite de sua tolerância durante parte do ano minimizando impactos de sazonalidade produtiva. O ano tam- cia. A manutenção dos preços do peixe ao produtor final ajuda-
Em 2022 a unidade de negócio de Aquacultura da Adisseo cres- trará novos desafios para a indústria de rações e, ao mesmo tempo, bém se apresentou como um marco para indústria brasileira da rá, mas com um grande desafio na sanidade, maior condição da
ceu acima dos 20% comparada ao ano anterior, reforçando que a oportunidades para desenvolver conhecimentos e soluções para tilapicultura com a inauguração do Núcleo Genético Global da interferência do clima ao favorecimento às doenças, um novo
produção aquícola é uma das atividades que mais cresce no seg- otimizar a produtividade nessas novas condições. Genomar no Brasil. Esse empreendimento proporcionará ao Bra- obstáculo ao criador. Estamos em observação a pesquisas na área
mento de produção animal. Thiago Ushizima – Gerente Aquacultura sil a disponibilidade constante dos melhores materiais genéticos nutricional para ajudar o criador a passar por esta fase na linha
Ainda há incertezas quanto às perspectivas da indústria da aqua- disponíveis em nível mundial, o que proporcionará a indústria de engorda. Torcemos por maior velocidade nos desenvolvimen-
cultura em 2023, devido à pressão inflacionária em todos os paí- nacional atingir novos patamares produtivos. tos genéticos na tilápia no Brasil. Nossos investimentos conti-
ses, afetando custo de produção, preços e a demanda dos consu- AQUACERTI nuam em uma nova fábrica de rações para 2024, acreditando no
midores. Também há incertezas se os custos de energia, fretes e O balanço de 2022 foi muito positivo para a Aquacerti se posi- Nossa visão está intimamente ligada ao compromisso e ao respeito constante crescimento da aquicultura do Brasil.
ingredientes irão se normalizar e quando isso deve acontecer. cionar no mercado como um selo que reconhece a sustentabi- ao bem-estar e às boas práticas de produção de nossos animais, Nelson Hossne Pedade – Gerente Comercial de Ração Animal
Os produtores de peixe e camarão reconhecem que o custo da ra- lidade do processo produtivo nos seus três pilares: econômico, assegurando a entrega de um material genético de altíssima qua-
ção e as enfermidades são os principais problemas que afetam sua social e ambiental. A Aquacerti é a primeira empresa brasileira lidade e ótima padronização, possibilitando a indústria da tila-
lucratividade. O foco da Adisseo na eficiência digestiva/metabó- a desenvolver um protocolo de certificação de sustentabilidade picultura nacional alcançar novos patamares de produtividade e BÜHLER
lica (Aqualyso, Nutrilyso, Aquagest) e em estratégias preventivas da aquicultura, tendo como premissa os indicadores de sustenta- lucratividade. Em resposta à estratégia estabelecida no ano anterior, tivemos
de saúde (Sanacore, Bactinil, Apex) é bem reconhecido pela in- bilidade reconhecidos internacionalmente pela União Europeia Após investimentos da ordem de R$ 28 milhões junto à inaugura- êxito na venda dos novos modelos de extrusora e secador no
dústria, com um histórico comprovado para diferentes espécies, no documento da Blue Economy e criados pela Rede de Susten- ção de seu Núcleo Genético Global no estado do Tocantins, para Brasil. Além disso, percebemos que o mercado respondeu po-
incluindo tilápia, camarão, peixe marinho, truta, salmão, panga- tabilidade, em linha com o Plano Nacional de Desenvolvimento 2023 a Aquagenetics do Brasil, juntamente com a Genomar, pre- sitivamente e buscou atualizar várias etapas de seus processos.
sius, entre outras. Além disso, estamos expandindo nossos progra- da Aquicultura de 2022 e com os Objetivos de Desenvolvimen- tende manter os mais altos níveis de investimentos em pesquisa e E a Bühler pôde participar dessa evolução oferecendo tecnolo-
mas para atender à demanda por mais flexibilidade na escolha de to Sustentável da ONU. O resultado do trabalho da Aquacerti desenvolvimento no que há de mais avançado em tecnologia de gia e soluções de automação para vários clientes. Observamos
matéria-prima resultante de interrupções na cadeia de suprimen- foi apresentado no IV International Fish Congress & Fish Expo melhoramento genético em tilápias. também uma grande procura por treinamentos e, aproveitando
tos e alto custo de ingredientes tradicionais. Brasil 2022 e validado com a certificação de uma larvicultura de Temos uma expectativa bastante positiva para nossa cadeia produ- as vantagens da digitalização do trabalho, pudemos promover
camarão no estado de São Paulo. Além de consolidar parcerias e tiva no ano de 2023. Contamos com a retomada do crescimento encontros interessantes entre nossos clientes e especialistas para
A sustentabilidade continuará sendo um fator importante para contratos para o próximo ano. da cadeia produtiva em função dos melhores preços praticados ao troca de experiências de forma remota.
todos os segmentos da indústria da aquacultura. Estarão em foco produtor juntamente com o lançamento de nossos novos produ- Ainda sentimos os grandes impactos que a pandemia deixou,
aditivos especializados, capazes de aumentar a sobrevivência e a A visão da Aquacerti é valorizar e promover a aquicultura sus- tos e novas linhagens genéticas no Brasil, como Aquabel – G5 & não só no custo como também na organização da logística de
produtividade dos animais, com impacto significativo na lucrati- tentável por meio da certificação, tendo em vista a expectativa do Genomar. importação. Os impactos da falta de insumos, especialmente
vidade e na sustentabilidade da piscicultura e da carcinicultura. mercado e o aumento da produção brasileira de peixes de 4,7% em Rodrigo Zanolo – Diretor Comercial em componentes eletrônicos, prolongaram tempos de entre-
Sem dúvida, já estamos vendo o impacto da mudança global na 2021 (Peixe BR, 2022). A perspectiva da Aquacerti é o crescimen- ga e fizeram com que o mercado elevasse ainda mais os custos
aquacultura: com temperaturas recordes de verão e inverno, tem- to em escala com parceiros, criando uma cultura e demanda de de componentes disponíveis. A busca por soluções regionais e
peraturas mais flutuantes e eventos climáticos em todo o planeta mercado, a exemplo do que foi feito com outros selos de qualidade AQUAVITA locais se intensificou e provou que, em momentos como esse,
podem se tornar o novo normal. não regulamentados. Com esse propósito, está programada a pre- Foi um ano em que conseguimos com muita agilidade preparar quanto maior e mais estreito o contato com os fornecedores,
As operações aquícolas precisam lidar com condições mais extre- sença da Aquacerti em eventos de diversos estados, demonstrando nossos produtos de peixes e camarões para os desafios em sani- maiores as chances de se estabelecerem novas rotas e melhores
mas, resultando em condições abaixo do ideal, durante as quais, os ganhos que o selo de sustentabilidade traz para a produção. Para dade e manejo, investindo nas linhas iniciais com aditivos para prazos de entrega.
peixes e camarões são menos eficientes e mais sensíveis ao estresse 2023 o desafio é consolidar os pioneiros para o desenvolvimento ajudar na sobrevivência dos alevinos e preparar o juvenil para a Em 2022 realizamos a venda da primeira extrusora de eixo sim-
e doenças. Alimentos funcionais potencializados por aditivos es- da cadeia produtiva da aquicultura sustentável, por meio do Selo vacinação, trazendo melhor eficiência nos resultados do manejo. ples da Bühler. Essa abertura de mercado com esse modelo de
pecializados na promoção da saúde são essenciais para melhorar Aquacerti de Fazenda Sustentável, como diferencial importante Os reajustes de matérias-primas firmaram este ano como um de- equipamento nos aproxima e completa nossas referências em
a resiliência das espécies produzidas pela aquacultura. Produzir e que atenderá à expectativa de um mercado mais exigente, bem safio na nutrição de resultados, no qual a guerra entre Rússia e soluções para todo o processo de Aqua Feed. Tivemos também
34 35
o lançamento de uma nova família de moinhos martelos, que do no caso da ração, escassez de mão de obra e um inverno prolon- nosso entendimento, poucas propostas realmente promissoras e representar uma oportunidade de crescimento. Ainda enfrentare-
complementam o processo com maiores possibilidades de con- gado, reduzindo peso de abate. sensatas em relação à construção de um futuro melhor para o País. mos o alto custo de produção. Apesar desse cenário, pretendemos
figurações em capacidade disponível. Em 2022, a Bühler reorga- dobrar a capacidade de abate durante o ano para consolidar este
nizou seu portfólio de extrusores e agora pode oferecer opções Nossa perspectiva é seguir sendo uma empresa competitiva nos Nossa visão para 2023 é de continuarmos investindo e desen- volume em 2024. E vamos torcer para que os produtores infor-
de capacidades menores, posicionando-se no mercado com so- mercados interno e externo através da qualidade de nossos pro- volvendo nossa equipe visando a aumentar nossa produtividade mais e as empresas que não têm boas práticas saiam do mercado.
luções para o pequeno e o grande produtor. E ainda crescemos dutos. Pretendemos ampliar as áreas de apoio (lavanderia, vestiá- e nossa qualidade, atender ainda melhor a nossos clientes, zelar Marcelo Vitor Pauvels – Gerente Comercial
muito no desenvolvimento de nossas soluções digitais, que ace- rios e administrativa) e temos projeto de ampliação das linhas de pelas parcerias que construímos ao longo de toda a história da
leram o processo de decisão e controle, traduzindo dados em cortes. Também pretentemos conquistar novos mercados e seguir empresa, nos últimos 52 anos, e acreditamos que os mercados nos
informações para os gestores e operadores em campo. com o desenvolvimento de novos produtos para aumentar o apro- quais atuamos apresentarão expansão, alimentos para PET, peixes, GTM DISTRIBUIDORA
veitamento da matéria-prima. frangos, bovinos, equinos, entre outros. Conseguimos aumentar a distribuição, mesmo com as dificulda-
Nossa visão para 2023 é de continuar crescendo no mercado Assessoria de imprensa da C. Vale Além disso, estamos em fase final de desenvolvimento de uma des logísticas, e avançamos para um novo estado. Participamos da
nacional, atendendo também pequenos produtores que buscam série de novos equipamentos, que deverão, em breve, entrar em Feira da Associação Mineira de Supermercados (AMIS) e vimos
por qualidade e eficiência em processos. A Bühler não para de operação. Podemos citar como exemplo o misturador de pás com através dos feedbacks do mercado o potencial que ainda temos
investir em inovação, com isso nosso portfólio está sempre sen- FERRAZ MÁQUINAS capacidade de 8.000 litros por batelada e um novo modelo de pe- para desenvolver a categoria de pescados nesse canal de vendas.
do atualizado. Nosso objetivo é atender mais clientes, uma vez O ano de 2022, de forma geral, foi positivo para a Ferraz, pois letizadora com capacidade para produção de, aproximadamente, Dificuldades na produção dos pescados de cativeiro e consequen-
que teremos a referência de equipamento de extrusão montado continuamos nossa trajetória de crescimento e desenvolvimento. 30 toneladas por hora. tes aumentos nos custos dos produtos limitaram a expansão do
no Brasil, além dos clientes já interessados em substituir equipa- Iniciamos parceria com novos clientes em novos mercados – Áfri- Claudia Pagano – Marketing e Publicidade volume de vendas. A instabilidade do dólar dificultou o desen-
mentos de menor eficiência por modelos mais avançados. ca e América Central, por exemplo –; investimos para ampliar volvimento de espécies de pescados importadas, mas a produção
Thiago Melchiors – Gerente de Vendas e modernizar nosso parque fabril, com a aquisição de máquinas nacional não conseguiu suprir o GAP que se abriu no mercado.
CNC; assim como ampliamos nossa área para armazenamento de FRIMAPAR Crescemos mais uma vez em valor acima de dois dígitos e con-
equipamentos prontos a serem expedidos aos clientes. Além disso, Para nossa realidade, foram poucos os pontos positivos em 2022. seguimos também evoluir em volume e no lançamento de pro-
C.VALE COOPERATIVA INDUSTRIAL o ano de 2022 marcou a entrada em operação de nosso novo mo- Enfrentamos falta de mão de obra e alta rotatividade, além do alto dutos. Hoje acreditamos que temos uma linha bem completa de
Os fatores positivos para a C.Vale em 2022 foram, principal- delo de extrusora de roscas duplas com capacidade para produção custo de produção e da super oferta de produtos. A produção in- pescados, o que é uma forte ferramenta no desafio de desenvol-
mente, o aumento de produção – nossos integrados ampliaram de 10 a 12 toneladas/hora, E-150D. formal tem tomado grandes proporções, colocando no mercado ver a categoria como um todo e aumentar o consumo no Brasil.
24,98% a produção de tilápias – e a implementação da terceira Como pontos negativos, podemos destacar o cenário econômi- peixe de baixa qualidade e gerando uma concorrência desleal. Por
linha de cortes com uma filetadora automática. Também tivemos co e político, com a manutenção de taxas elevadas de juros, por conta de todos esses fatores, em 2022 não registramos crescimento. Acreditamos no potencial do mercado de pescados e que podemos
o aumento na satisfação dos colaboradores na pesquisa GPTW e exemplo, o que prejudica bastante em relação à viabilidade de pro- melhorar a qualidade de vida das pessoas através da boa alimentação.
a consolidação da marca com parceiros de longa data. jetos que demandam financiamento bancário, assim como as últi- Teremos pela frente um ano desafiador, com menos oferta. Po- Queremos ser referência na categoria de pescados nos estados
Como desafios, enfrentamos custo de produção elevado, sobretu- mas eleições, que foram bastante polarizadas e apresentaram, em rém, na outra ponta o consumo ainda está retraído, o que pode onde atuamos, tanto para o mercado (compradores) quanto
36 37
para os consumidores, sendo conhecidos pelos produtos de qua- Enfim, pretendemos atender cada vez melhor os nossos clientes, piscicultura também está o ainda baixo consumo de peixes de produção e preços de venda por quilo, melhorando em ren-
lidade, por confiança e alto nível de serviço. entregando opções de pescados que aumentem o consumo per cultivo no País e o grande potencial que o Brasil tem em termos tabilidade para o produtor principalmente no final do quarto
Continuaremos investindo forte no desenvolvimento da catego- capta através de experimentação, ativação e da qualidade que ge- de água, clima e espaço para produzir. bimestre do ano. Desafios de ordem sanitárias na tilapicultura
ria focados nos investimentos comerciais e de marketing, mas ram recompra e aumentam o mercado consumidor estimulando A MCassab Nutrição e Saúde Animal concentra esforços na cresceram ao longo de 2022, com grandes impactos do vírus
tentando ser o mais eficiente possível pois as margens da catego- toda a cadeia. contínua aproximação com os produtores, identificando suas ISKNV e Edwardsiella, em que percebemos variações de infec-
ria estão muito apertadas. Temos uma política de austeridade em Rafael Rocha – Diretor Comercial e de Marketing necessidades e oferecendo linhas completas de premixes, vitami- ções dessas doenças em períodos atípicos, bem como também
que todo centavo possível é investido no aumento do mercado nas, minerais, aminoácidos, adsorventes e aditivos nutricionais um inverno rigoroso e prolongado, que resultou em forneci-
consumidor e das vendas. Além disso, contamos com parceiros exclusivos que proporcionam excelentes resultados zootécnicos mentos tardios nas regiões Sul e Sudeste de alevinos e juvenis,
fornecedores que estão investindo em infraestrutura para supor- MCASSAB NUTRIÇÃO E SAÚDE ANIMAL e com ótimo custo-benefício. o que afetará a disponibilidade de tilápia para o período de
tar esse aumento do mercado que buscamos fomentar. A unidade de Acqua da MCassab Nutrição e Saúde Animal Thiago Nascimento – Gerente de Desenvolvimento de Negó- quaresma.
Neste ano de 2023 estamos sendo um pouco mais conservadores fechou 2022 com saldo positivo, com o foco na contínua cios Acqua Em termos de negócios, o ano de 2022 representou crescimen-
em relação ao aumento das vendas em termos de volume, pois os aproximação aos clientes, presença em eventos nacionais e to de 9,5% para o setor Aqua da Phibro. Tivemos importan-
preços médios de quase todas as espécies tiveram aumento em 2022. regionais relevantes e reforço das características inovadoras tes investimentos no desenvolvimento e modos de aplicação
Uma conjuntura de fatores explica essa posição conservadora: de nosso portfólio, com importante contribuição para a pis- PHIBRO ANIMAL HEALTH de nossas tecnologias, com trabalhos de suma relevância com
o dólar mais alto que faz com que produtos importados como cicultura superar as adversidades e contribuir para o aumento Por meio de nosso portfólio focado em soluções para saúde pesquisadores de renome.
bacalhau, merluza e salmão cheguem mais caros ao PDV; difi- da produtividade. e nutrição animal, conseguimos observar um incremento em
culdades na produção de duas grandes categorias de pescados O maior desafio do ano foi o aumento dos custos dos ingre- tecnologias baseadas em aditivos nutricionais, em que tivemos Será um ano de recuperação da rentabilidade do produtor, que
ao longo de 2022 com tilápia e camarão, principalmente por dientes importados, o que pressionou a cadeia produtiva. Esse adesão de vários elos do setor produtivo (produtores, coopera- pode voltar a incentivar a entrada de novos investimentos e dar
conta das condições climáticas; além das implicações causadas cenário manteve-se presente durante a maior parte do ano, sen- tivas e fábricas de ração). Isso demonstra que o setor vem bus- continuação ao crescimento expressivo que o setor apresentou
na cadeia por conta das mudanças no cenário econômico, sobre- do que no segundo semestre os custos de importantes insumos cando maiores performances zootécnica e financeiras, visando nos últimos anos.
tudo o aumento da Taxa Selic e da inflação, o que reduz poder começaram a recuar ou pelo menos deixar de subir (em dólar). a redução de custos e maior sanidade do lote cultivado. Estamos programando a continuação no desenvolvimento de
de compra da população. Esses fatores combinados resultam em Essa situação foi acompanhada do aumento dos preços da tilápia Avançamos com o projeto Aquaexperts, em maio, durante a novas soluções e aplicações que gerarão resultados nos desafios
aumento de preços médios e consequente queda no volume de ao produtor, o que também ajudou a melhorar o desempenho da Aquishow Brasil 2022, quando conseguimos reunir os princi- sanitários que temos no setor. Além disso, teremos a próxima
vendas, mesmo mantendo ou aumentando o faturamento. atividade em um ano de muitas dificuldades. pais players do setor (fábricas de ração, produtores e coopera- edição do Aquaexperts, com a colaboração do nosso time glo-
Os pontos positivos são o aumento do mix positivado e da dis- tivas) da piscicultura em um único grande evento. bal, cujo objetivo principal é impactar e influenciar positiva-
tribuição que estamos conseguindo e pretendemos continuar Nossa expectativa é positiva para 2023, tendo em vista os cená- A entrada de novos players já atuantes no setor de proteína mente o setor.
focando, bem como a melhoria da eficiência logística e de pro- rios global e interno mais previsíveis. Em termos internacionais, animal foi dada como positiva para aceleração do aumento no Temos uma expectativa bastante positiva, pois o produtor terá
cessos internos para que possamos ser cada vez mais produtivos o custo de ingredientes importantes mostra-se estável ou em nível técnico e gerencial que o setor necessita. melhor fluxo de caixa para investir em soluções que o ajudará
e entregar melhores serviços sem aumentos de custos. queda, contribuindo para o cenário a médio prazo. A favor da O primeiro semestre foi bastante desafiador em custos de a trazer ganhos de rentabilidade, com mercado favorável para
38 39
BALANÇO E PERSPECTIVAS PROJETO TAMBAQUI-CURIMBATÁ
comercialização. Dia a dia é perceptível a elevação do nível téc-

nico do setor produtivo e isso favorece a adoção de tecnologias
cio de saúde, uma vez que os desafios sanitários têm sido um
dos entraves que o setor tem lidado nos últimos anos e não UMA COMBINAÇÃO PROMISSORA
e melhorias sanitárias dentro da propriedade, o que promoverá será diferente agora. Além disso, o mercado brasileiro tem de-
melhor saúde animal e performance. senvolvido múltiplas tecnologias locais, desde sistemas de au- Projeto de cultivo integrado com tambaqui e curimbatá pode trazer ganhos em sustentabilidade ambiental, econômica e
Mauricio Graziani – Brazil Country Manager tomação, nutrição, sistemas de criação, genética e saúde, que social para a piscicultura brasileira
juntas suportarão o crescimento constante e sustentável da
aquicultura brasileira, colocando cada vez mais nossa atividade
A
VAXXINOVA em destaque na tilapicultura mundial.
Peixe BR está encabeçando um projeto que promete mul-
No último ano consolidamos nossa posição de liderança no Santiago Pádua – Gerente de Marketing Aqua
tiplicar os resultados da produção de peixe de cultivo. E
mercado de vacinas autógenas, obtendo crescimento vigoroso
sem milagres. Trata-se da criação integrada de tambaqui
em vendas em relação ao ano anterior, numa clara demons-
e curimbatá, um sistema desenvolvido com a participação de uni-
tração que o mercado brasileiro de produtos biológicos está ZOETIS DO BRASIL
versidades e instituições de pesquisa. “É uma ideia disruptiva que
aquecido e cada vez mais o tilapicultor demanda soluções A Zoetis fechou 2022 com resultados positivos na unidade de
traz ganhos em sustentabilidade, produtividade e rentabilidade”,
customizadas para gerenciamento dos desafios sanitários que Negócios de Aquacultura. Crescemos alinhados com nossas
afirmou o presidente da Peixe BR, Francisco Medeiros. “E com
emergem no território nacional. Da mesma forma, nosso setor expectativas e acima da média do mercado. Contribuiu para
a possibilidade de oferecer à população um pescado com preço
tem conseguido recuperar sua competitividade – especialmen- o bom desempenho da operação a assertividade nas estratégias
mais acessível.”
te com os constantes aumentos de preços do pescado –, que estabelecidas e o preço do peixe gordo, que se manteve numa
ventila ânimo para um novo ciclo de crescimento da atividade,
aportando investimentos em tecnologias de saúde que, por sua
crescente, com estabilidade no final de 2022 e no início de
2023.
Esse modelo de policultivo com tambaqui e curimbatá já faz par-
te do negócio de um grande número de produtores no estado do tambaqui curimbatá
Maranhão, onde o curimbatá tem uma grande aceitação de mer-
vez, proporcionam maior segurança e estabilidade no ciclo de Entendemos que, apesar das adversidades econômicas enfren-
cado. As vantagens começam pelo fato de as duas espécies serem
produção. tadas pelo Brasil e pelo mundo, 2022 foi um ano de oportu-
complementares e não concorrentes, pois ocupam lugares diferen-
Sobre os pontos desafiadores, observamos um avanço na dis- nidades para a piscicultura. O setor possui desafios sanitários
tes na cadeia alimentar, como explica a pesquisadora da Embrapa
persão de doenças emergentes em diferentes polos de criação importantes e a Zoetis tem como papel oferecer ao produtor
Pesca e Aquicultura, Adriana Lima. “O tambaqui come ração e o A Embrapa realizará pesquisas com três modelos de criação: só
de tilápias, especialmente da bactéria Lactococcus petauri soluções inovadoras e com alta tecnologia que auxiliem na su-
curimbatá consome os resíduos”, disse. Ou seja, tem-se a criação o tambaqui; tambaqui e curimbatá; e tambaqui, curimbatá e
ST24, que tem sido associada a epizootias em diferentes re- peração deles.
de dois pescados diferentes com o mesmo custo de alimentação. camarão da Amazônia. Segundo Adriana, os resultados podem
giões, além de apresentar um perfil de resistência aos antimi- Em 2021, por exemplo, lançamos a Fishteq NFT20, máqui-
até agregar valor ao tambaqui. “Será o mesmo peixe, mas com
crobianos preocupante. Da mesma forma, temos observado na vacinadora que também conta, mede e classifica os peixes.
maior eficiência por conta da preservação ambiental e da maior
alteração no padrão clínico da infecção causada pelo iridoví- O Brasil é o primeiro país a vacinar tilápias com este equipa-
rentabilidade”, afirmou. A integração com curimbatá ainda abre
rus ISKNV, que antes causava impacto somente nas formas mento, que já é utilizado com sucesso em outros países para a
"O cultivo integrado de tambaqui e um caminho para que produtores diversifiquem a atividade e
jovens, mas agora passa a impactar a fase de recria da tilápia. vacinação automática de espécies como salmão. A introdução
aumentem a renda.
Esses desafios sanitários têm forçado o setor a readequar o sis- desta nova tecnologia tem ajudado a impulsionar ainda mais o curimbatá amplia o espaço para os peixes Esse movimento já está acontecendo em Tocantins, e com o in-
tema produtivo utilizado, no qual a criação de formas jovens crescimento da tilapicultura nacional.
em tanques-rede não tem sido eficiente como antes, sendo Com a adoção da Fishteq, o piscicultor tem maior performan- nativos no mercado brasileiro" centivo do governo do estado. De acordo com o zootecnista da
Secretaria de Agricultura e Pecuária (Seagro-TO), Thiago Tar-
necessário migrar a produção de formas jovens para viveiros ce na vacinação, além de elevada padronização dos lotes, já que
divo, a ideia é distribuir alevinos de tambaqui e curimbatá para
escavados, onde são utilizadas densidades de estocagem meno- a classificação dos peixes se dá por meio do processamento
pequenos produtores. O projeto visa também a aumentar a pro-
res e, aparentemente, o patógeno viral se comporta de forma de imagens individuais digitalizadas. A máquina ainda ajusta
“Se o tambaqui paga a ração, o curimbatá é o lucro”, afirmou Me- dutividade por área na piscicultura do estado.
menos agressiva neste sistema, permitindo a criação de juvenis a posição da agulha de acordo com o respectivo tamanho de
deiros. O acréscimo mais significativo em termos de custo fica por
com qualidade sanitária superior, especialmente nos meses de cada animal, garantindo que a vacina seja aplicada no local cor-
conta dos alevinos de curimbatá. DESAFIOS PELA FRENTE
maior desafio sanitário. reto. As vantagens de um equipamento como esse são muitas:
A sustentabilidade é um dos pontos altos dessa combinação, pois O cultivo integrado de tambaqui e curimbatá também será objeto
No ano de 2022 crescemos em participação de mercado, do- segurança, redução da manipulação dos animais, contagem e
o curimbatá desempenha uma função de filtragem do ambiente de pesquisas na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT),
brando nossa participação de mercado nas pisciculturas pelo vacinação eficientes, registro e formação de banco de dados,
em que é cultivado. Ao se alimentar dos resíduos orgânicos da com foco na viabilidade econômica. O projeto é relevante para o
Brasil, bem como como contamos com o lançamento de uma além de biosseguridade, visto que vacina e agulha ficam isola-
criação como um todo e transformá-los em proteína, evita que estado, pois, segundo a professora da UFMT, Janessa Sampaio de
formulação de vacina, de forma a conseguirmos ampliar nosso das de qualquer contato externo.
esse material chegue aos efluentes. “É uma proposta de melhoria Abreu, os peixes nativos somam 84% da produção mato-grossense
portfólio de soluções que já contava com diferentes espécies e
de qualidade de água na produção de peixe de cultivo”, disse o pre- de pescado. “O produtor de nativos precisa de opções, e o cultivo
sorotipos de Streptococcus e Francisella. E desde maio de 2022 Acreditamos que o mercado de piscicultura seguirá crescendo
sidente da Peixe BR. integrado pode ser uma saída”, afirmou. No entanto, Janessa chama
passamos e entregar soluções customizadas contra a bactéria no Brasil e se tornando cada vez mais profissional e tecnifica-
atenção para a necessidade de outros elos da cadeia, como a indús-
emergente Lactococcus, permitindo ao produtor brasileiro do. É por isso que seguimos investindo em pesquisa e desen-
OPORTUNIDADE PARA OS NATIVOS tria, a comercialização e o mercado, acompanharem essa evolução.
lançar mão de ferramentas de imunoprofilaxia seguras e efica- volvimento para levar ao produtor cada vez mais soluções que
O cultivo integrado de tambaqui e curimbatá amplia o espa- Na lista de desafios, Patricia Valenti, professora do Centro de
zes para gerenciamento desta nova enfermidade. apoiem o desenvolvimento do negócio.
ço para os peixes nativos no mercado brasileiro. Desde que essa Aquicultura da Unesp ( Jaboticabal, SP), inclui também a maneira
O peixe é a fonte de proteína animal mais consumida em todo
oportunidade comercial seja lastreada pela pesquisa científica, como levar essa ideia pelo País. Segundo ela, a forma de comuni-
O mercado aquícola brasileiro continuará apresentando bom o mundo. E o Brasil já figura como quarto maior produtor
como ocorreu com a tilápia. “Essa espécie tem crescido muito car o projeto é essencial para sua expansão, por haver muitos Bra-
desempenho, especialmente a tilapicultura, aumentando o mundial de tilápia. Ferramentas de gestão da saúde desses
por haver um pacote tecnológico bem desenvolvido, com estudos sis, com diferentes culturas e conceitos em cada região. “Temos de
investimento em tecnologias e com foco em competividade, animais, como as vacinas, são fundamentais para o desenvolvi-
pelo mundo todo”, afirmou a pesquisadora da Embrapa. Segundo trabalhar de acordo com cada região”, afirmou. A professora do
estruturando cada vez mais o setor para alcançarmos uma posi- mento e o crescimento sustentável da psicultura.
a especialista, poucos países, como o Brasil, têm pesquisas com CAUnesp acredita que esse projeto pode ser um passo importante
ção de destaque global na produção de pescados, assim como o Como empresa líder mundial em saúde animal, a Zoetis é mo-
espécies nativas. Esse cenário pode ser analisado pelo olhar do tan- para aumentar a eficiência da piscicultura, otimizando o uso de
fazemos para outras variedades de proteína animal. vida pelo propósito de fortalecer o mundo e a humanidade por
que meio cheio:, vislumbrando-se as oportunidades. “Há muito estruturas já existentes.
Os principais investimentos para 2023 pela Vaxxinova estão meio da promoção do cuidado com os animais. Depois de qua-
espaço para crescer”, disse Adriana. Atualmente a curimbatá é o segundo peixe mais exportado pelo
concentrados em Pesquisa & Desenvolvimento, tanto para no- se 70 anos trazendo inovações na maneira de prever, prevenir,
Brasil, atrás da tilápia e à frente do tambaqui. E quando se trata
vas soluções em vacinas, quanto para estratégias de vacinação, detectar e tratar doenças em animais, continuamos a apoiar
de importação de peixes de cultivo, ele está em terceiro, atrás de
já que o negócio Aqua é parte fundamental para o plano de aqueles que criam e cuidam de animais em todo o mundo. No
salmão e panga.
crescimento global da companhia. Da mesma forma, continu- setor de aquacultura não é diferente: queremos seguir ofere- "Temos neste modelo de integração
Temos neste modelo de integração tambaqui/curimbatá, um dos
aremos investindo na formação de uma equipe forte tecnica- cendo produtos e serviços que promovam maiores ganhos zoo-
mente e capilarizada em todo território nacional, permitindo técnicos e bem-estar aos animais, levando o produtor à maior
um dos melhores arranjos de sustentabilidade melhores arranjos de sustentabilidade da piscicultura brasileira,
com ganhos econômicos para o produtor, para o meio ambiente
atender prontamente nossos clientes e parceiros comerciais. rentabilização em seu negócio. da piscicultura brasileira" com a redução de efluentes e principalmente a oportunidade de
Acreditamos que 2023 será um novo ano de crescimento do Danielle Zanerato Damasceno – Engenheira de Pesca e Geren-
uma oferta com preço social que possa ser adquirido por todas as
mercado Aqua, com grandes oportunidades para nosso negó- te Técnica e Comercial de Aquacultura da Zoetis no Brasil
classes sociais no Brasil.
40 41
MERCADO EXTERNO
EXPORTAÇÕES DA PISCICULTURA BRASILEIRA TILÁPIA: LIDERANÇA INDISCUTÍVEL

Representando 98% da exportação da piscicultura brasileira, a tilápia
A segunda espécie mais exportada em 2022 foi o tambaqui, com US$
268 mil, com uma queda de 51% frente a 2021. O surubim ocupou
CRESCERAM 15% EM 2022 continua sendo a espécie mais exportada, totalizando US$ 23,2 mi-
lhões em 2022. O crescimento da espécie em relação a 2021 foi de 28%.
a terceira posição com US$ 114 mil e crescimento de 186% no ano,
sendo o maior percentual de crescimento entre as espécies.
Manoel Xavier Pedroza Filho e Hainnan Souza Rocha, da Embrapa Pesca e Aquicultura
EXPORTAÇÕES DA PISCICULTURA BRASILEIRA POR ESPÉCIE, 2022 (EM US$ E TONELADAS)
E
m 2022 o faturamento das exportações da piscicultura brasileira t em 2021 para 8.492 t em 2022. Esse aumento dos valores em dólar, em VARIAÇÃO
registrou aumento de 15%, totalizando U$S 23,8 milhões. Em detrimento da queda em toneladas, é reflexo do crescimento das exporta- ESPÉCIES UNIDADE TOTAL ANO PARTICIPAÇÃO
2022/2021
toneladas foi registrada uma queda de -13%, passando de 9.806 ções de produtos com maior valor agregado – sobretudo filés congelados.
FOB (US$) 23.257.161 98% 28%
Tilápia
Toneladas 8.347 98% -1%
EXPORTAÇÕES DA PISCICULTURA BRASILEIRA, 2018 A 2022 (EM US$ MIL E TONELADAS)
FOB (US$) 268.839 1% -51%
Tambaqui
Toneladas 70 1% -69%
FOB (US$) 114.573 0% 186%

Surubins
Toneladas 17 0% 65%
FOB (US$) 87.818 0% 101%

Bagres
Toneladas 17 0% 41%
FOB (US$) 31.330 0% -98%

Curimatás
FOB (US$) 87.028 0% -13%

Outros
Toneladas 19 0% -3%
Fonte: COMEXSTAT/Ministério da Economia (2023). Elaboração: Embrapa Pesca e Aquicultura 1
FOB (US$) 23.846.749 100% 15%

TOTAL
Toneladas 8.492 100% -13%
Fonte: COMEXSTAT/Ministério da Economia (2023). Elaboração: Embrapa Pesca e Aquicultura
PREFERÊNCIA PELOS PEIXES INTEIROS milhões (49% do total), o que representa uma alta de 37% no
Mantendo o crescimento, os peixes inteiros congelados apresen- comparativo com 2021. A segunda categoria mais exportada foi
taram os maiores volumes e se mantiveram como a categoria de a dos filés frescos ou refrigerados, com US$ 5,9 milhões (25% do
produtos da piscicultura mais exportada em 2022, com US$ 11,8 total) e aumento de 9%.
Besides receiving greater demand from domestic consumers, ti- export,” says Medeiros. And the second most important market
lapia accounts for 98% of Brazilian fish exports, mainly to the is Canada (5%) followed by Taiwan (2%), Libia and Mexico. In
United States. “The US market accounts for 81% of the tilapia we 2022, Brazilian exports reached US$ 23,8 million (total).
EXPORTAÇÕES DA PISCICULTURA BRASILEIRA, POR CATEGORIA, 2022 (EM US$ E TONELADAS)
VARIAÇÃO
CATEGORIA DE PRODUTO UNIDADE TOTAL ANO PARTICIPAÇÃO
2022/2021
FOB (US$) 11.777.875 49% 37%
Peixes inteiros congelados
Toneladas 4.925 58% 19%
FOB (US$) 5.918.377 25% 9%
Filés frescos ou refrigerados
Toneladas 1.064 13% 18%
FOB (US$) 4.374.525 18% 97%
Filés congelados
Toneladas 765 9% 101%
Subprodutos de peixe impróprios para FOB (US$) 1.162.514 5% -49%
alimentação humana Toneladas 1.359 16% -51%
FOB (US$) 241.196 1% -64%
Peixes inteiros frescos ou refrigerados
Subprodutos de peixes próprios para FOB (US$) 71 0% 34%
alimentação humana Toneladas 0 0% -17%
FOB (US$) 372.191 2% -74%
Óleos e gorduras
FOB (US$) 23.846.749 100% 15%
TOTAL
Toneladas 8.492 100% -13%
Fonte: COMEXSTAT/Ministério da Economia (2023). Elaboração: Embrapa Pesca e Aquicultura.
Nota: As categorias “Óleos e gorduras” e “Subprodutos de peixe impróprios para alimentação humana” não possuem NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul)
específicos para produtos originários da piscicultura e, portanto, podem incluir também valores da pesca. N/D: Não houve exportação em 2020.
42 43
MERCADO EXTERNO
RUMO À AMÉRICA DO NORTE 43%, as exportações para os Estados Unidos atingiram um total de US$ AUMENTO DE 28% NAS EXPORTAÇÕES: TILÁPIA ATINGE US$ 18,2 MILHÕES
Os Estados Unidos se mantêm como o principal destino das exporta- 19 milhões. O maior percentual de crescimento em 2022 foi de embar-
Representando 49% de toda a exportação de tilápia em 2022, a lhões. O maior crescimento foi registrado nas exportações de filés
ções brasileiras da piscicultura em 2022 (81%), seguido por Canadá ques para a Líbia, o destino teve um aumento de 550% no acumulado
categoria de tilápia inteira congelada apresentou o maior volu- congelados (98%), atingindo US$ 4,3 milhões. Os filés frescos fo-
(5%), Taiwan (2%), Líbia (2%) e México (2%). Com um aumento de do ano, em relação a 2021.
me dentre os produtos da pauta de exportações da espécie, com ram o segundo item mais exportado da espécie no ano, com US$
crescimento de 70% em relação a 2021, chegando a US$ 11,4 mi- 5,8 milhões (25% do total) e aumento de 8%.
PRINCIPAIS DESTINOS DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DA PISCICULTURA

(EM US$ E % DA PARTICIPAÇÃO NO TOTAL) EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE TILÁPIA POR PRODUTO, 2022 (EM US$ E TONELADAS)
VARIAÇÃO
CATEGORIA DE PRODUTO UNIDADE TOTAL ANO PARTICIPAÇÃO
2022/2021
FOB (US$) 11.444.153 49% 70%

Tilápias inteiras congeladas
Canadá
Toneladas 4.853 58% 62%
Estados Unidos FOB (US$) 5.885.053 25% 8%

Filés de tilápia frescos ou refrigerados
México
Líbia
Taiwan
Toneladas 1.057 13% 17%
FOB (US$) 4.321.941 19% 98%

Estados Unidos Filés de tilápia congelados
US$ 19.063.306 (81%) Toneladas 756 9% 103%
Brasil
Peixes inteiros congelados
Filés frescos ou refrigerados
Filés congelados
Peixes inteiros frescos ou refrigerados FOB (US$) 1.162.514 5% -49%
Subprodutos de peixe impróprios
Subprodutos de tilápia impróprios para
para alimentação humana alimentação humana
Toneladas 1.359 16% -51%
Canadá
US$ 1.199.270 (5%) FOB (US$) 71.309 0% 36%
México Líbia Taiwan
Peixes inteiros congelados Tilápias inteiras frescas ou refrigeradas
Filés frescos ou refrigerados US$ 377.465 (2%) US$ 527.443 (2%) US$ 531.322 (2%)
Filés congelados Peixes inteiros congelados Filés congelados Subprodutos de peixe impróprios Toneladas 25 0% 48%
Peixes inteiros frescos ou refrigerados Filés congelados Peixes inteiros congelados para alimentação humana

FOB (US$) 372.191 2% -74%
Óleos e gorduras
US$ 18.238.162 100% 77%

EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DA PISCICULTURA POR PAÍS DE DESTINO, 2022 (EM US$ E TONELADAS) TOTAL
FOB (US$) 23.257.161 100% -3%
VARIAÇÃO
ESPÉCIES UNIDADE TOTAL ANO PARTICIPAÇÃO
2022/2021 Fonte: COMEXSTAT/Ministério da Economia (2023). Elaboração: Embrapa Pesca e Aquicultura
FOB (US$) 19.063.306 81% 43%

Estados Unidos
Toneladas 5.728 70% 48%
FOB (US$) 1.199.270 5% 75%

Canadá
Os preços médios dos produtos de tilápia exportados em 2022 indi- humana. Já os filés congelados, frescos ou refrigerados e tilápias intei-
FOB (US$) 531.322 2% 116% cam aumento em relação a 2021 nas categorias de óleos e gorduras, ras frescas ou refrigeradas tiveram queda, enquanto os preços dos filés
Taiwan
Toneladas 780 10% 98% peixe inteiro congelado e subprodutos impróprios para alimentação frescos ficaram estáveis.
FOB (US$) 527.443 2% 550%

Líbia PREÇOS MÉDIOS DOS PRODUTOS DE TILÁPIA EXPORTADOS, 2021 E 2022 (EM US$/KG)
5,86 5,71 6,02
FOB (US$) 377.465 2% - 2021 2022 5,57
México
Toneladas 135 2% -
3,06 2,82
FOB (US$) 1.775.752 8% -72% 2,25 2,36
Outros 0,86 1,09 1,26
Toneladas 948 12% -82% 0,82
FOB (US$) 23.474.558 100% 14% Subprodutos de Óleos e gorduras Tilápia inteira Tilápia inteira Filé de Tilápia Filé de Tilápia
TOTAL tilápia imprópios para congelada fresca ou refrigerada congelado fresco ou refrigerado
Toneladas 8.196 100% -16% alimentação humana
Fonte: COMEXSTAT/Ministério da Economia (2023). Elaboração: Embrapa Pesca e Aquicultura Fonte: COMEXSTAT/Ministério da Economia (2023). Elaboração: Embrapa Pesca e Aquicultura
44 45
MERCADO EXTERNO
EXPORTAÇÃO POR ESTADOS 18%, aparecem o Mato Grosso do Sul, com US$ 4,2 milhões, e PRINCIPAIS DESTINOS DA TILÁPIA EXPORTADA com US$ 1,2 milhão e crescimento de 75%, seguido por Taiwan
Com US$ 13,2 milhões o Paraná foi o maior exportador de ti- a Bahia, com US$ 2,6 milhões. Destaque para o estado de São O principal destino da tilápia brasileira segue sendo os Estados com US$ 531 mil e crescimento de 116% em relação a 2021,
lápia em 2022, representando 58% do total e aumento de 114% Paulo que apresentou crescimento de 127% em relação a 2021, Unidos, concentrando 81% do total em 2022, representando sendo esse o segundo maior crescimento no período, ficando
em relação ao ano anterior. Logo em seguida, representando totalizando US$ 2,5 milhões. um aumento de 42% em relação ao ano anterior e totalizando atrás apenas da Líbia que teve um aumento de 550% chegando a
US$ 18,9 milhões. O Canadá foi o segundo principal destino US$ 527 mil em 2022.
EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE TILÁPIA, POR ESTADO, 2022 (EM US$ E TONELADAS)

EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE TILÁPIA POR PAÍS DE DESTINO, 2022 (EM US$ E TONELADAS)
VARIAÇÃO
ESTADOS UNIDADE TOTAL ANO PARTICIPAÇÃO
2022/2021 VARIAÇÃO
ESPÉCIES UNIDADE TOTAL ANO PARTICIPAÇÃO
2022/2021
FOB (US$) 13.163.207 58% 114%
Paraná FOB (US$) 18.870.199 81% 42%
Toneladas 4.612 57% 38% Estados Unidos
Toneladas 5.697 86% 47%
FOB (US$) 4.177.454 18% -38%
Mato Grosso do Sul FOB (US$) 1.199.270 5% 75%
Toneladas 1.482 18% -22% Canadá
FOB (US$) 2.584.475 11% 13%
Bahia FOB (US$) 531.322 2% 116%
Toneladas 931 12% -14% Taiwan
FOB (US$) 2.511.375 11% 127%
FOB (US$) 527.443 2% 550%
São Paulo
Líbia
FOB (US$) 65.306 0% -66% FOB (US$) 377.465 2% -
Ceará México
Toneladas 29 0% -66% Toneladas 135 2% -
FOB (US$) 383.153 2% -76% FOB (US$) 1.751.462 -24% -88%
Outros Outros
Toneladas 157 2% -89% Toneladas 1.129 -40% -94%
FOB (US$) 22.884.970 100% 26% FOB (US$) 23.257.161 -37% -75%
TOTAL TOTAL
Toneladas 8.065 1 00% -4% Toneladas 6.612 -27% -79%
Fonte: COMEXSTAT/Ministério da Economia (2023). Elaboração: Embrapa Pesca e Aquicultura Fonte: COMEXSTAT/Ministério da Economia (2023). Elaboração: Embrapa Pesca e Aquicultura
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MERCADO EXTERNO
Segundo dados do USDA, entre janeiro e novembro de 2022 os cimento de 21% em relação ao mesmo período em 2021. O Brasil São apresentadas as principais espécies da piscicultura impor- milhões o pangasius ocupou a segunda posição, sendo a espécie
Estados Unidos importaram US$ 683 milhões em tilápia de di- avançou no ranking dos exportadores, passando da oitava posição tadas pelo Brasil em 2022. O salmão representou 89% do total com o maior crescimento em relação a 2021. O Curimatá, espé-
versos países, o que representa um aumento de 18% frente a 2021. em 2021 para a sétima em 2022 com US$ 19 milhões. O Brasil importado pelo Brasil, com US$ 803 milhões. Com US$ 90 cie nativa brasileira, aparece na terceira colocação.
A China continua sendo o maior fornecedor de tilápia para os também apresentou o segundo maior crescimento entre todos os
EUA com US$ 369 milhões, representando 54% do total e cres- países, com aumento de 97%.
IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE ESPÉCIES DA PISCICULTURA, 2022 (EM US$ E TONELADAS)
PARTICIPAÇÃO VARIAÇÃO
PRINCIPAIS PAÍSES EXPORTADORES DE TILÁPIA PARA OS EUA, 2022 (EM US$ E TONELADAS) ESPÉCIES UNIDADE TOTAL ANO
DAS ESPÉCIES 2022/2021
FOB (US$) 803.257.309 89% 22%
PAÍSES JAN - NOV 2021 JAN - NOV 2022 PARTICIPAÇÃO VARIAÇÃO 2022/2021 Salmões
Toneladas 100.333 77% 0%
FOB (US$) 90.888.936 10% 45%
Pangasius
China 304.960.097 369.846.523 54% 21% Toneladas 28.407 22% 0%
FOB (US$) 1.731.190 0% -24%
Curimatás
Colômbia 65.161.243 92.334.664 14% 42% Toneladas 1.171 1% -26%
FOB (US$) 1.602.912 0% -4%
Trutas
Honduras 58.242.541 61.014.382 9% 5% FOB (US$) 197.130 0% -17%
Piaus
Indonésia 42.128.567 51.134.601 7% 21% FOB (US$) 107.806 0% 16%
Esturjão
Toneladas 0 0% -48%
Taiwan 39.461.985 42.403.809 6% 7% FOB (US$) 10.517 0% -96%
Traíra
Toneladas 7 0% -97%
FOB (US$) 25.200 0% -89%
Costa Rica 21.501.545 24.428.256 4% 14% Carpas
FOB (US$) 897.821.000 100% 23%
TOTAL
Brasil 9.518.056 18.714.162 3% 97% Toneladas 130.259 100% -1%
Fonte: COMEXSTAT/Ministério da Economia (2023). Elaboração: Embrapa Pesca e Aquicultura
México 18.329.814 4.439.754 1% -76%
Malásia 2.176.973 4.331.932 1% 99%
Tailândia 2.530.711 3.380.294 0% 34%
Outros 13.844.439 11.026.099 2% -20%
TOTAL 577.855.971 683.054.476 100% 18%
Fonte: USDA/FAS U.S. Trade (2023).

*Nota: Os valores de exportações do Brasil divergem daquele apresentado pelo COMEXSTAT devido à diferença nos
sistemas de apuração do USDA e também porque não incluem os dados de dezembro.
BALANÇA COMERCIAL DA PISCICULTURA BRASILEIRA

Em 2022 o déficit da balança comercial da piscicultura foi de piscicultura tenha sido superior em termos percentuais. Entre
US$ 874 milhões. O grande volume de importações – princi- 2018 e 2022 as exportações da piscicultura brasileira registra-
palmente salmão – continua resultando em um déficit expressi- ram crescimento de 174%, enquanto no mesmo período as im-
vo, ainda que nos últimos anos o crescimento das exportações da portações cresceram apenas 34%.
BALANÇA COMERCIAL DA PISCICULTURA* BRASILEIRA, 2022 (US$ MILHÕES)
1.000 898
672 728
669
468
500
MILHÕES
9 11 12 21 24
-
2018 2019 2020 2021 2022
-500
-456
-660 -661 -707
-1.000 -874
Importação Exportação Déficit
*Inclui apenas espécies de cultivo.
48 49
BALANÇO CEPEA
UM ANO DIFÍCIL, PORÉM COM RENTABILIDADE INDICADOR DE PREÇOS DA TILÁPIA FILÉ DE TILÁPIA CONGELADO NO ATACADO
Embora diversos fatores pudessem minimizar os resultados da tilápia no ano passado, a cadeia produtiva do peixe mais
cultivado no País alcançou índices favoráveis
O
ano de 2022 registrou muitos desafios para a cadeia da ti- Quanto ao quilo do filé de tilápia congelado negociado no ataca-
lápia no Brasil, mas, mesmo diante desse cenário, o setor do dos estados de São Paulo e do Paraná, também no comparativo
conseguiu ter rentabilidade satisfatória, devido, principal- anual, de 2021 para 2022 (vale lembrar que são considerados ape-
mente, à baixa oferta de animais, e também à demanda fortalecida. nas os meses de julho a dezembro de 2021, quando se inicia a série
Entre o final de 2021 e o início de 2022, as preocupações e in- histórica desse produto), os avanços foram de 2,3% na praça pau-
Fonte: Cepea Fonte: Cepea
certezas do setor em relação aos custos de produção e ao poder lista e de 0,6% na região paranaense, a R$ 32,07/kg e R$ 32,24/
de compra da população brasileira fizeram com que produtores kg, respectivamente, em 2022. Já em termos reais, houve baixas de
ficassem mais cautelosos no alojamento de alevinos e juvenis, 3,7% em São Paulo e de 5,8% no Paraná.
reduzindo a oferta de tilápia para abate no País, sobretudo no 2022 was a year of many challenges for the tilapia chain in Bra- Advanced Studies in Applied Economics). However, it is worth
segundo semestre. zil, but even after facing many industry difficulties, the sector noting that, in real terms, only the Grandes Lagos region (lo-
Quanto à demanda, a comercialização durante a Quaresma e managed to achieve satisfactory profitability, mainly due to cated between the northwest of São Paulo state and its border
nos meses de agosto a dezembro foi melhor do que o esperado. the reduced supply of fish and an increase in demand. with Mato Grosso do Sul) managed to achieve real gains.
Com isso, os preços da tilápia pagos ao produtor independente Between late 2021 and early 2022, the sector's concerns and uncer- Thus, from January to December of 2022, considering the
subiram de 2021 para 2022 em todas as regiões acompanhadas tainties regarding production costs and declining purchasing power of monthly numbers of the Tilapia Indicator in the Grandes La-
pelo Cepea. No entanto, vale destacar que, em termos reais (de- Brazilian consumers led producers to be more cautious about stocking gos region, northern Paraná and western Paraná, prices incre-
flacionados pelo IGP-DI), somente a região de Grandes Lagos fingerlings and juveniles, reducing the supply of tilapia for slaughter in ased by 6.8%, 4.4% and 2.9%, respectively, compared to 2021,
(Noroeste do estado de São Paulo e divisa de Mato Grosso do the country, especially in the second half of the year. with a kilogram of fish trading at an average of US$ 1,5/kg,
Sul) conseguiu obter ganhos reais. With respect to market demand, sales during Lent (April) and US$ 1,54/kg and US$ 1,44/kg over the year. In real terms, in
Nos meses de janeiro e fevereiro, tanto os preços da tilápia in natura from August to December were better than expected. As a re- the same comparison, there were decreases of 4.5% and 4% in
pagos ao produtor quanto da carne comercializada no mercado ata- sult, tilapia prices paid to independent producers rose from the north and west regions of Paraná, but an increase of 0.7%
cadista recuaram, pressionados pela menor demanda das indústrias, 2021 to 2022 in all regions monitored by Cepea (Center for in the São Paulo and Mato Grosso do Sul regions.
consequência do enfraquecimento das vendas da proteína na ponta
final. Além disso, houve atraso nas compras antecipadas de redes
atacadistas e varejistas para a formação de estoque visando à comer-
cialização do produto na Quaresma, época de maiores vendas.
Já entre março e abril, os valores do animal e da carne voltaram
a subir, em função da maior demanda por conta da Quaresma e
da Semana Santa. Por outro lado, nos meses subsequentes, com
a chegada do inverno e do período de entressafra, as cotações
da tilápia recuaram novamente até agosto, quando teve início
um novo ciclo de alta, que perdurou até dezembro. O impulso
veio da menor oferta de animais em peso ideal para abate e da
demanda interna aquecida.
Dessa forma, de janeiro a dezembro de 2022, considerando-se a
série mensal do Indicador da tilápia da região dos Grandes La-
gos (Noroeste do estado de São Paulo e divisa de Mato Grosso do
Sul), Norte do Paraná e Oeste do Paraná, as cotações avançaram
6,8%, 4,4% e 2,9% respectivamente, frente a 2021, com o quilo
do animal negociado nas médias de R$ 7,82/kg, R$ 8,02/kg e R$
7,44/kg no ano. Já em termos reais, no mesmo comparativo, hou-
ve recuos de 4,5% e 4% nas praças Norte e Oeste do Paraná, mas
avanço de 0,7% nas regiões paulista e sul-mato-grossense.
FARELO DE SOJA E MILHO (SP) INDICADORES – ANIMAIS VIVOS (SP)
Fonte: Cepea Fonte: Cepea
50 51
INVESTIMENTOS
PEIXE DE CULTIVO GANHA ESPAÇO NA

AGROINDÚSTRIA
O aumento do consumo de peixes no Brasil e no mundo e as oportunidades comerciais no setor atraem cada vez mais
empresas produtoras de outras proteínas animais
A
aproximação da Peixe BR à Associação Brasileira de
Proteína Animal (ABPA) em 2021 foi mais do que um
passo para intensificar o fomento da piscicultura nacio-
nal. A iniciativa também consolida o espaço para que indústrias
de diferentes segmentos invistam mais na cadeia produtiva de
pescados. Segundo o presidente da Peixe BR, Francisco Medei-
ros, há oportunidade de mercado. “Pois importamos um valor
significativo de pescado para suprir uma demanda de mercado
interno não atendida”, disse o dirigente.
Essa movimentação é confirmada pela expansão da atividade nos
negócios das agroindústrias. A exemplo da C.Vale Cooperativa
Agroindustrial, associada da Peixe BR, que em 2022 processou
33,9 mil toneladas de tilápia, volume 25% maior do que no ano
anterior. A comercialização da cooperativa em 2022 foi dividida
FOTO: COPACOL
entre 80% para o mercado interno e 20% para exportação, aten-
dendo aos mercados de Estados Unidos, Taiwan, Canadá, China
e México. Por conta desse avanço, a C.Vale instalou uma terceira
linha de abate e a modernizou sua estrutura para industrializa-
ção de carne de tilápia no abatedouro de peixes.
Atuação das agroindústrias na piscicultura

certamente contribui para acelerar o avanço
da produção de forma profissional e sustentável,
diz presidente da Peixe BR.
A piscicultura também está ganhando potência nos negócios da

Cooperativa Agroindustrial Consolata (Copacol), também as-
sociada da Peixe BR. A capacidade de abate de tilápias chegou a
185 mil peixes/dia no ano passado, e a meta para até outubro de
FOTO: PLUMA
2023 é passar para 190 mil. Esse incremento na produtividade

é fruto, entre outras coisas, de investimentos em infraestrutura,
como as adequações e automações no processo de filetagem. Em
2022, a Copacol também deu início às obras de sua nova uni-
dade de produção de alevinos, que ampliará a capacidade atual
de entregar a seus cooperados 50 milhões de alevinos por ano.
O Grupo Pluma, que entrou no segmento de peixes de cultivo
há cerca de três anos, já faz planos de dobrar sua produção de
tilápia, atualmente em 30 mil toneladas de peixe vivo que aten-
dem os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e
São Paulo. O projeto é chegar às 60 mil toneladas até o final de
2024 e, segundo o presidente da empresa, Lauri Francisco Palu-
do, de olho nas exportações. “Há espaço para crescer no merca-
do interno, mas o Brasil pode avançar como grande exportador
para os Estados Unidos”, disse.
De acordo com o presidente da Peixe BR, nunca houve no Brasil
um crescimento tão acentuado de consumo, o que já se reflete na
melhoria da logística e na entrega dos produtos para um número
cada vez maior de estabelecimentos no varejo. A tendência é que
mais empresas sejam atraídas para o setor, o que intensificará a
FOTO: C.VALE
produção de forma profissional e sustentável. Ainda mais com o

avanço na legislação sobre o uso das águas da União, garantindo
maior segurança jurídica para a atividade.
52 53
ACESSO AO CRÉDITO
PISCICULTURA CAPTOU R$ 825,7 MILHÕES VALOR DOS CONTRATOS DE CUSTEIO POR PRODUTO - BRASIL (R$)
EM CUSTEIO E INVESTIMENTOS PRODUTO VALOR
Peixe 665.688.972,34
Montante em 2022 foi 26,3% superior à do ano anterior, com a maior parte dos recursos sendo direcionada a custeio
Alevinos 54.674.882,81
D
e acordo com dados oficiais do Banco Central a capta- com captação de R$ 167,4 milhões, ficando à frente do Sudes-
Produtos Aquicolas* 5.915.285,60
ção de crédito para a piscicultura em 2022 passou de te, que somou R$ 150 milhões em crédito. Em 2021, o Sudeste
R$ 825,7 milhões, superando em 26,3% o volume cap- aparecia antes do Norte.
tado no ano anterior (R$ 653,6 milhões). A maior parte desses Entre os estados, o Paraná mantém a liderança com a captação Rã 354.811,45
recursos (93,8%) foi destinada a custeio no setor, somando R$ de R$ 233,5 milhões, somando 28,3% do valor total de crédi-
775 milhões. Já a verba voltada a investimento chegou a R$ 50,7 tos para o setor. O segundo estado que mais acessou os recursos Multicultura (Cultivo de Mexilhão) 291.500,00
milhões, o que representa 6,1% do total. também é da Região Sul: Santa Catarina captou R$ 99,6 mi-
A região brasileira que mais buscou recursos financeiros foi o lhões. Em seguida aparecem Minas Gerais (R$ 85,5 milhões), Armação para Barco de Pesca 285.000,00
Sul, que captou R$ 365 milhões, o que significa 44,2% de toda a Rondônia (R$ 76 milhões), Roraima (R$ 63,4 milhões) e São
verba destinada ao setor. Na sequência aparece a Região Norte, Paulo (R$ 60,4 milhões). Total 775.010.039,48
Fonte: Banco Central do Brasil
*Armazenamento, Acondicionamento e preservação, inclusive seguro, impostos, etc.
VALOR DOS CONTRATOS DE CUSTEIO POR REGIÃO, UF E PRODUTO (R$)

REGIÃO UF PRODUTO VALOR REGIÃO UF PRODUTO VALOR
Peixe 187.144.462,58 Peixe 2.029.870,56
PR Alevinos 30.699.996,00
CE
Produtos Aquicolas* 439.163,00
VALOR DOS CONTRATOS DE INVESTIMENTO POR PRODUTO - BRASIL (R$)
Total 217.844.458,58 Alevinos 25.145,90
Peixe 95.496.248,85 Total 2.494.179,46
SUL
SC Alevinos 2.228.702,00
RN
Peixe 2.121.704,82 PRODUTO VALOR
Total 97.724.950,85 Total 2.121.704,82
Peixe 30.105.661,21 Alevinos 2.331.658,04
RS Alevinos 80.019,40 Peixe 1.730.118,78 Tanques Escavados 30.110.796,35
Total 30.185.680,61 PI Produtos Aquicolas* 1.310.000,95
Total Total 345.755.090,04 Armação para Barco de Pesca 6.000,00
Matrizes E Reprodutores 6.082.273,82
Peixe 61.024.967,64 Total 5.377.778,23
MG Alevinos 12.335.800,00 Peixe 7.725.086,09
Total 73.360.767,64
BA
Alevinos 2.616.700,00 Tanques Redes 5.284.069,63
Peixe 60.022.194,91 Armação para Barco de Pesca 3.000,00
SP
Total 60.022.194,91 Total 10.344.786,09
SUDESTE Alevinos 1.645.985,80 Peixe 5.429.900,49 Aerador 2.505.255,77
ES Peixe 1.536.388,12 Produtos Aquicolas* 2.693.658,00
Total 3.182.373,92 MA Armação para Barco de Pesca 276.000,00
Motobomba 1.585.857,12
Peixe 618.999,78 NORDESTE Alevinos 250.928,00
RJ
Total 618.999,78 Total 8.650.486,49
Total Total 137.184.336,25 Peixe 2.612.515,76 Alimentador de Peixe 1.575.293,26
Peixe 75.573.173,03 Alevinos 32.534,00
RO PB
Total 75.573.173,03 Produtos Aquicolas* 16.198,00
Peixe 60.752.372,21 Total 2.661.247,76 Depósito Para Rações 1.038.700,00
RR
Peixe 16.173.057,10
SE
Alevinos 695.344,71
Unidade de Beneficiamento ou Processamento 868.760,00
Alevinos 791.978,31 Peixe 147.000,00
TO
Produtos Aquicolas* 523.939,40 Total 1.695.689,39
Total 17.488.974,81 Peixe 582.388,77 Estufa 606.000,00
NORTE Peixe 2.790.458,77 Alevinos 339.190,65
PA PE
Peixe 3.359.307,97 Total 951.559,02
Caminhões Frigoríficos 543.302,50
AM
Total 3.359.307,97 Peixe 246.269,05
AP
Peixe 1.499.049,93
AL
Produtos Aquicolas* 49.001,97 Esteira 390.183,00
Total 1.499.049,93 Alevinos 900,00
Peixe 842.283,04 Total 296.171,02
AC
Total 842.283,04 Total Total 32.198.479,28 Descamadora de Peixe 90.207,72
Total Total 163.424.147,64 Peixe 22.560.335,14
MT
Total 22.560.335,14
Peixe 15.724.379,36
Evisceradora 18.405,40
GO
Total 15.724.379,36
CENTRO-OESTE
Peixe 7.786.778,38 Frigorífico 6.000,00
MS Alevinos 600.000,00
Total 8.386.778,38
Peixe 54.000,00 Embarcação Pequena (Até 20 A/B) 2.500,00
DF
Total 54.000,00
Total Total 46.725.492,88
BRASIL 725.287.546,09
Total 50.707.604,57
Fonte: Banco Central do Brasil.
*Armazenamento, Acondicionamento e preservação, inclusive seguro, impostos, etc. Fonte: Banco Central do Brasil
54 55
ACESSO AO CRÉDITO PUBLIEDITORIAL DE HEUS
VALOR DOS CONTRATOS DE INVESTIMENTO POR REGIÃO, UF E PRODUTO (R$) DE HEUS: CONTRIBUINDO PARA UMA
AQUACULTURA MAIS SUSTENTÁVEL NO BRASIL
REGIÃO UF PRODUTO VALOR REGIÃO UF PRODUTO VALOR
TANQUES ESCAVADOS 11.274.061,62 TANQUES ESCAVADOS 4.042.862,60
AERADOR 1.127.845,42 MOTOBOMBA 157.739,55
UNIDADE DE BENEFICIAMENTO ALIMENTADOR DE PEIXE 82.448,00
750.000,00
U
OU PROCESSAMENTO TANQUES REDES 44.600,00
MATRIZES E REPRODUTORES 680.000,00 m dos pré-requisitos para uma holandesa atingiu em 2022 o marco global Com seis unidades fabris no país, a De
PE MATRIZES E REPRODUTORES 16.990,00
TANQUES REDES 515.000,00
PR AERADOR 10.600,00 aquicultura eficiente e viável é de produção de 10 milhões de toneladas Heus conta com uma planta de premi-
ALIMENTADOR DE PEIXE 450.267,03
MOTOBOMBA 428.893,35
DESCAMADORA DE PEIXE 8.000,00 o crescimento promissor e sau- de soluções nutricionais em todo o mundo xes especiais, em Rio Claro/SP, que ope-
DEPÓSITO PARA RAÇÕES 6.000,00 dável de seus animais. Para o produtor em menos de um ano, sendo 10% destes ra livre de promotores de crescimento,
ESTUFA 400.000,00
TOTAL 4.369.240,15
DEPÓSITO PARA RAÇÕES 9.000,00 que busca a otimização de seu sistema de alimentos direcionados à aquacultura. agentes anticoccidianos e produtos me-
MATRIZES E REPRODUTORES 1.172.800,00
TOTAL 15.635.067,42
TANQUES ESCAVADOS 863.650,00
produção, a formulação e a suplementa- Possuindo uma extensa estrutura fabril – dicamentosos, atendendo a requisitos
TANQUES ESCAVADOS 1.169.930,49 ção das dietas são fatores cruciais a fim de apta a atender a demanda das principais in- exigidos por certificações como a Best
ESTUFA 196.000,00 evitar transtornos, como a deficiência de dústrias produtoras de rações do Brasil – a Aquaculture Practices (BAP), além de
AERADOR 252.824,54
SUL
SC MATRIZES E REPRODUTORES 193.500,00
MOTOBOMBA 186.131,69 vitaminas e a superdosagem de minerais. De Heus dispõe de um amplo pacote tecno- possuir um laboratório de Controle de
BA ALIMENTADOR DE PEIXE 49.500,00 Estes, por exemplo, além de problemas lógico de serviços, com especialistas altamen- Qualidade exclusivo e integrado à rede
DEPÓSITO PARA RAÇÕES 27.700,00
DESCAMADORA DE PEIXE 22.500,00
DESCAMADORA DE PEIXE 24.907,72 relacionados ao crescimento e desempe- te capacitados para oferecer todo o suporte mundial De Heus, garantindo o maior
TOTAL 1.934.199,38
ESTEIRA 2.000,00
nho dos animais, acarretam danos, como técnico nutricional aos seus clientes, além das progresso tecnológico e econômico de
TANQUES ESCAVADOS 607.375,30 a contaminação de águas e problemas para vendas de premix, blends e aditivos. seus clientes.
EVISCERADORA 1.605,40
MATRIZES E REPRODUTORES 416.194,25
TOTAL 2.828.243,09 a saúde humana.
MATRIZES E REPRODUTORES 553.000,00 Pensando nisso, a De Heus desenvolveu
RS UNIDADE DE BENEFICIAMENTO o programa Natural Power, que apresenta
116.660,00 ALIMENTADOR DE PEIXE 206.000,00
OU PROCESSAMENTO uma abordagem prática e objetiva direcio-
AERADOR 108.550,00
AERADOR 84.550,00 nada ao maior controle da nutrição, mane-
MA MOTOBOMBA 30.690,00
EVISCERADORA 12.900,00
TANQUES REDES 24.490,00 jo, instalações, sanidade e biosseguridade,
TOTAL 1.752.620,45
TOTAL TOTAL 19.321.887,25
ESTUFA 10.000,00 contribuindo para o alcance de animais
DESCAMADORA DE PEIXE 3.000,00 mais resistentes e saudáveis, com a utiliza-
TANQUES ESCAVADOS 2.100.000,00
TOTAL 1.276.475,00
CENTRO- GO MATRIZES E REPRODUTORES 250.000,00 ção dos recursos certos, que garantem uma
OESTE TANQUES ESCAVADOS 766.352,00
TOTAL 2.350.000,00
ESTEIRA 388.183,00
produção lucrativa e mais sustentável.
TOTAL TOTAL 2.350.000,00 Com mais de 90 unidades fabris
MOTOBOMBA 16.935,60 distribuídas em 20 países em todo o mun-
AERADOR 671.490,81 RN
MATRIZES E REPRODUTORES 16.000,00 do, a De Heus também possui um Centro
RR ALIMENTADOR DE PEIXE 6.000,00 de Tecnologia e Pesquisa no Vietnã – onde
AERADOR 6.000,00
NORDESTE
direciona importantes esforços em P&D
TOTAL 1.251.470,60
TOTAL 2.680.103,06
para atender aos desafios do mercado, le-
CAMINHÕES FRIGORÍFICOS 543.302,50 vando em consideração todos os aspectos
MOTOBOMBA 203.594,68
PA MATRIZES E REPRODUTORES 178.499,57
AERADOR 193.123,00 relevantes de cada país para oferecer produ-
NORTE TOTAL 721.802,07
TANQUES REDES 143.212,45 tos adaptados às necessidades do produtor. UNIDADE FABRIL DE RIO CLARO II, LOCALIZADA EM SÃO PAULO, ONDE SÃO
CE ALIMENTADOR DE PEIXE 105.300,00 Com amplo know how, a multinacional PRODUZIDOS PREMIXES ESPECIAIS EM UMA PLANTA TOTALMENTE BRANCA
RO MATRIZES E REPRODUTORES 74.800,00
TOTAL 474.800,00
AM DEPÓSITO PARA RAÇÕES 4.300,00
TOTAL 157.810,59
TOTAL 950.191,63
TO MOTOBOMBA 358.147,65
TOTAL 6.000,00
TOTAL TOTAL 4.040.515,72
TANQUES REDES 3.412.060,00
PI ALIMENTADOR DE PEIXE 13.800,00
MATRIZES E REPRODUTORES 1.886.940,00
FRIGORÍFICO 6.000,00
MG UNIDADE DE BENEFICIAMENTO
MOTOBOMBA 144.549,00 2.100,00
OU PROCESSAMENTO
EVISCERADORA 3.900,00 AERADOR 1.200,00
AERADOR 1.080,00 TOTAL 606.547,65
SUDESTE
TOTAL 12.112.817,00 TANQUES ESCAVADOS 161.500,00
TANQUES REDES 285.402,18 MATRIZES E REPRODUTORES 115.000,00
SP MATRIZES E REPRODUTORES 80.000,00 TANQUES REDES 54.000,00
TOTAL 365.402,18 AERADOR 47.992,00
MATRIZES E REPRODUTORES 350.750,00 PB MOTOBOMBA 37.465,60
ES
TOTAL 350.750,00 ALIMENTADOR DE PEIXE 23.416,70
TOTAL TOTAL 12.828.969,18 EMBARCAÇÃO PEQUENA (ATÉ
2.500,00
20 A/B)
TOTAL 442.874,30
SE
MOTOBOMBA 4.500,00
TOTAL 305.980,00
AL MOTOBOMBA 1.800,00
TOTAL 13.800,00
Total TOTAL 12.044.822,42
BRASIL 50.586.194,57
Fonte: Banco Central do Brasil CENTRO DE TECNOLOGIA E PESQUISA NO VIETNÃ
56 57
PESQUISA - CONSUMIDOR DE TILÁPIA
AS RAZÕES DA PREFERÊNCIA PELA TILÁPIA

PROTEÍNA QUE CONSUMO DE
Pesquisa realizada pelo Instituto Axxus, em parceria com a Peixe BR, mostra porque e como brasileiros estão consumindo
tilápia e reforça o horizonte de oportunidades para a piscicultura
CONSIDERAM MAIS PEIXE EM GERAL E
S A U D ÁV E L DE TILÁPIA
E
ntre os meses de abril e maio de 2022, o Instituto Axxus, Até por se tratar de uma pesquisa qualitativa, o trabalho traz in- PEIXE CONSOMEM PEIXE
startup com sede no Parque Científico e Tecnológico da formações relevantes que podem ajudar a cadeia fornecedora de
Unicamp, entrevistou 4,2 mil pessoas – a maioria presen- tilápia a otimizar o atendimento aos consumidores. Das 3.012 83% 93%
cialmente – , em todas as regiões do País, de todas as faixas etárias pessoas entrevistadas que afirmaram comer tilápia, a maior parte
e classes sociais e que tivessem poder de compra, para conhecer os (84%) disse comprar o peixe em supermercados, mas apenas 28%
hábitos de consumo dos brasileiros em relação aos pescados. Os desse público sai de casa já pensando em adquirir o pescado. Ou FRANGO NÃO CONSOMEM PEIXE
resultados são mais do que animadores para a piscicultura nacio-
nal, sobretudo para a cadeia produtiva de tilápia.
seja, 72% só decidem colocar a tilápia no carrinho ou na sacola
quando estão no ponto de venda.
9% 7%
De acordo com o estudo, realizado em parceria com a Peixe BR, E 44% das pessoas consultadas preferem comprar tilápia fresca,
93,2% do público consultado come peixe e 83% acredita ser essa a pois dizem ter mais sabor e conseguirem ver melhor a qualidade CARNE CONSOMEM TILÁPIA
proteína animal mais saudável. O recorte sobre a tilápia também é do produto. Os 32% que optam pelo alimento congelado justifi-
um incentivo: 76,9% dos participantes disseram consumir a espé- cam ser mais prático, não ter cheiro e poder demorar mais para 3% 77%
cie, e boa parte deles comeria mais. consumir. Há ainda 24% que compram tanto um quanto outro.
Segundo a pesquisa, a inclusão da tilápia na dieta dos brasileiros Alguns indicadores da pesquisa mostram claramente o espaço
NENHUMA NÃO CONSOMEM TILÁPIA
é bastante motivada por fatores relacionados a saúde e bem-estar. ainda existente para a tilápia avançar no mercado brasileiro. Dos
Entre as características mais citadas pelos entrevistados sobre o entrevistados que afirmaram comer o peixe, 82% gostariam de 3% 23%
peixe estão o fato de ser saboroso e saudável; conter muitas pro- consumir ainda mais e 74% colocaram a tilápia entre seus cinco
teínas, vitaminas e ômega 3; ter fácil digestão; ajudar a manter pratos preferidos, ao lado de filé mignon, camarão, lasanha e filé
o peso; não ter gordura; e ter poucas espinhas. Por outro lado, de frango. No entanto, das 903 pessoas que não consomem tilá- NÃO SOUBE RESPONDER
gostariam de encontrar o produto no ponto de venda com mais pia, 72% consideram um produto caro e 67% ainda disseram ter
facilidade e com mais opções de cortes. dificuldade para encontrá-lo. 2%
Fonte: Instituto Axxus / Peixe BR Fonte: Instituto Axxus / Peixe BR
58 59
ÁGUAS DA UNIÃO
SETOR PODE ZERAR PROCESSOS PENDENTES,

MAS AINDA VAI DEMORAR
In 2022, Brazilian fish farming successfully negotiated and appro- metric tons, which is almost entirely accounted for by tilapia cul-
ved 426 contracts for aquaculture in Federal Government areas, tivation (99.3%). The state of São Paulo has the highest number
according to the Ministry of Agriculture and Livestock (MAP). of contracts (122), followed by Paraná (89), Goiás (57), Minas
This number is equivalent to the potential production of 576,000 Gerais (39) and Bahia (38).
A liberação das águas da União para aquicultura tem sido mais ágil, por conta do avanço nas questões jurídicas e na
digitalização dos trâmites burocráticos. No entanto, ainda não acompanha o ritmo de evolução da atividade
E
m 2022, a piscicultura brasileira alcançou 426 contratos de sos em análise. Entre os possíveis caminhos para que o setor con-
áreas aquícolas vigentes. A posição informada pelo Minis- tinue evoluindo nessa questão, e com mais agilidade, está manter
tério da Agricultura e Pecuária (MAPA) representa mais o ritmo e a abrangência das ações do setor produtivo junto às
de 576 mil toneladas em termos de produção, volume composto instituições do governo federal. “As mudanças na legislação que
quase todo (99,3%) pelo cultivo de tilápia. São Paulo é o estado favoreceram o desenvolvimento da piscicultura nacional resultam
com o maior número de contratos (122), seguido por Paraná
(89), Goiás (57), Minas Gerais (39) e Bahia (38). Se por um lado
dessa dedicação”, afirmou o presidente-executivo da Peixe BR.
Outra providência importante seria o reforço da equipe técnica
M A I S E S PA Ç O PA R A A
esses dados representam um avanço no trâmite dos processos, por do governo nessa área, tanto para acelerar a resolução de gargalos, P I S C I C U LT U R A
outro indicam que ainda há muito trabalho pela frente. quanto para otimizar o atendimento aos demandantes. O avan-
Tal contraponto começa pelo fato de o número de pedidos em ço e o fortalecimento na concretização dessas melhorias podem
426 99,3%
tramitação ser mais que o dobro dos que foram liberados. Ainda dar condições de zerar o passivo de processos de uso das águas da
segundo o MAP, até dezembro do ano passado havia 871 proces- União pela aquicultura em um período de um ano.
é o número de é o que a
contratos de tilápia
áreas aquícolas representa
vigentes nessa produção
576 mil 871

toneladas é a é o volume de processos
produção de solicitação de
regularizada áreas em tramitação
Fonte: Ministério da Agricultura e Pecuária
60 61
ÁGUAS DA UNIÃO
PRODUÇÃO
REGULARIZADA DE T O TA L D E C O N T R AT O S E M Á G U A S
TILÁPIA DA UNIÃO DE 2019 A 2022
( E M PA R Q U E S E Á R E A S A Q U Í C O L A S )
MS ANO CONTRATOS ASSINADOS PRODUÇÃO

CONTRATOS 16 2019 46 47.720,91
VOLUME t 155.592,04 2020 113 116.030,97
SP 2021 283 162.117,72
CONTRATOS 122 2022 190 116.557,73
VOLUME t 149.439,14
PR Fonte: Ministério da Agricultura e Pecuária
CONTRATOS 89
VOLUME t 64.947,9
TO AL
CONTRATOS 13 CONTRATOS 12
VOLUME t 61.740,60 VOLUME t 7.858,49
GO PI
VOLUME t 48.844,65 VOLUME t 6.418,45
MG SC
VOLUME t 30.045,07 VOLUME t 2.204,00
PE MA
VOLUME t 26.835,88 VOLUME t 558,00
BA SE
VOLUME t 17.865,80 VOLUME t 45,00
Fonte: Ministério da Agricultura e Pecuária
62 63
PRODUÇÃO POR ESTADOS ACRE
POTENCIAL PRODUTIVO TEM,

MAS FALTA INVESTIMENTO
Apesar das condições favoráveis à piscicultura e do espaço para
crescer, atividade ainda esbarra no déficit de infraestrutura e na
concorrência
A
dependência de recursos lação local, o mercado recorre ao
públicos para manter a pescado cultivado, principalmente,
atividade de piscicultura em Rondônia. Embora faltem in-
levou a uma estagnação do setor vestimentos governamentais mais
quando o estado deixou de repas- incisivos para que o setor evolua,
sar recursos. Essa falta de investi- é importante destacar que o enten- PRODUÇÃO DA
mentos oficiais, no entanto, não
impediu que o setor mantivesse as
dimento de que o estado é o único
responsável pela piscicultura impe-
P I S C I C U LT U R A
boas perspectivas, sustentadas pe- de que a atividade se desenvolva a
las características locais. De acordo partir de investimento do próprio
com o próprio governo do Acre, o setor produtivo.
estado apresenta grande potencial Existe uma infraestrutura no esta-
de produção, favorecido por con- do de produção, principalmente vi-
dições naturais como por exemplo veiros escavados, porém a distância
clima, topografia, localização ge- dos grandes centros consumidores
4.060 t
ográfica e o desenvolvimento de é uma das dificuldades a serem ven-
3.860 t
3.740 t
espécies regionais. cidas para tornar a atividade econô-
Para suprir a demanda da popu- mica viável na região.
2020 2021 2022
CRESCIMENTO DE 3,2%
EM RELAÇÃO A 2021
MAIORES MUNICÍPIOS
ESPÉCIES MAIS
PRODUTORES
PRODUZIDAS
RANKING MUNICÍPIO
1º RIO BRANCO
2º BRASILÉIA
3º CRUZEIRO DO SUL
4º RODRIGUES ALVES
3.800 t
60 t
5º MÂNCIO LIMA
0t
6º FEIJÓ
7º PORTO ACRE
8º BUJARI Tilápia Nativos Outros*
9º ACRELÂNDIA
*Carpa, Truta e Panga principalmente
10º TARAUACÁ
Fonte: IBGE Pesquisa da Pecuária Municipal (dados preliminares 2021) Fonte: Peixe BR
64 65
66 67
PRODUÇÃO POR ESTADOS ALAGOAS
É PRECISO DEFINIR UM
MODELO DE NEGÓCIOS
Piscicultura alagoana tem condições e oportunidades para evoluir, no
entanto, é preciso cuidar de fatores como a regularização fundiária e
ambiental
O
estado de Alagoas sempre lação de frigorifico, seria o básico
esteve atento ao setor de para construir os alicerces. Ainda
piscicultura e, em especial, mais na piscicultura, que é um seg-
da produção de tilápia. Existe um mento que exige um valor maior
mercado consumidor e aproveita-se de investimento e custeio quando
algumas regiões que são propicias comparada à produção de outras PRODUÇÃO DA
para o desenvolvimento da atividade.
Porém, algumas fases importantes
proteínas de origem animal.
A região nordeste tem hoje na ti-
para implantação de uma atividade lapicultura sua principal fonte de
ainda não foram observadas, como proteína de pescado de água doce
a regularização ambiental de seus e, em algumas localizações, supe-
produtores de peixes. Sobretudo rando inclusive o volume advindo
os pequenos, que são a base da cada pesca marinha.
deia produtiva, onde está o maior Regularização fundiária e ambien-
número de participantes e os mais tal para os produtores continua
10.000 t
12.800 t
13.100 t
dependentes da atividade. na pauta à espera de uma política
Como em qualquer atividade eco- corajosa de enfretamento desses
nômica, estabelecer um modelo de problemas. Só assim será possível
negócio antes que se faça grandes seguir adiante e tornar o estado
investimentos por parte do gover- autossuficiente no fornecimento 2020 2021 2022
no em infraestrutura, como insta- dessa importante proteína animal.
CRESCIMENTO DE 2,3%
EM RELAÇÃO A 2021
MAIORES MUNICÍPIOS
ESPÉCIES MAIS
PRODUTORES
PRODUZIDAS
RANKING MUNICÍPIO
1º PIRANHAS
2º CORURIPE
3º UNIÃO DOS PALMARES
4º LIMOEIRO DE ANADIA
2.600 t
9.850 t
650 t
5º TEOTÔNIO VILELA
6º BOCA DA MATA
7º JUNQUEIRO
8º IGREJA NOVA Tilápia Nativos Outros*
9º VIÇOSA
10º SANTANA DO MUNDAÚ
68 69
PRODUÇÃO POR ESTADOS AMAPÁ
UMA PISCICULTURA
DEPENDENTE DE POLÍTICAS
É dessa forma que a atividade ganha potência na base da produção,
em todas as etapas de processamento e na comercialização,
evoluindo como negócio
A
piscicultura no estado se Diretoria de Desenvolvimento da
desenvolve com apoio de Pesca e Aquicultura do Instituto de
políticas públicas, voltadas Extensão, Assistência e Desenvol-
principalmente para agricultura vimento Rural do Amapá (Rurap).
familiar, promovendo a segurança A atividade também tem seus desa-
alimentar do produtor e a comercia-
lização no mercado local. Essa é um
fios, como a demanda por assistên-
cia técnica adequada e principal-
PRODUÇÃO DA
política de manutenção da atividade, mente a regularização ambiental P I S C I C U LT U R A
mas agora é preciso de transformação dos produtores, em especial de pe-
em um política de negócio, para que quenos, para que possam sozinhos
dê ao produtor uma oportunidade acessar credito do Plano Safra para
de investimento na produção, indus- a atividade. Mas ainda há outros
trialização e comercialização. pontos, como a necessidade de
As espécies mais cultivadas no es- mais investimentos em tecnologia,
tado são tambaqui, pirapitanga, o alto custo de produção, a segu-
tambatinga, pirarucu, matrinxã e rança jurídica e o melhoramento
1.040 t
1.280 t
piauçu, segundo informações da genético de alevinos.
1.120 t
2020 2021 2022
CRESCIMENTO DE 14,3%
EM RELAÇÃO A 2021
MAIORES MUNICÍPIOS
ESPÉCIES MAIS
PRODUTORES
PRODUZIDAS
RANKING MUNICÍPIO
1º MACAPÁ
2º PEDRA BRANCA DO AMAPARI
3º FERREIRA GOMES
4º LARANJAL DO JARI
1.200 t
80 t
5º AMAPÁ
0t
6º OIAPOQUE
7º TARTARUGALZINHO
8º SERRA DO NAVIO Tilápia Nativos Outros*
9º CALÇOENE
10º VITÓRIA DO JARI
70 71
PRODUÇÃO POR ESTADOS AMAZONAS
PISCICULTURA DEVE SER

TRATADA COMO NEGÓCIO
Todos os setores envolvidos com a atividade têm de estruturar, juntos,
uma pauta voltada ao desenvolvimento profissional e não para
subsistência
A
pós o difícil período que produtivo, poderes executivo e
viveu a atividade no esta- legislativo, pesquisadores e tercei-
do, o mercado retomou ro setor sentarem-se à mesa para
a comercialização do tambaqui estabelecer uma pauta focada no
e reacendeu as esperanças para o crescimento da atividade e não so-
produtor. Porém, os problemas mente em sua subsistência. Afinal, PRODUÇÃO DA
crônicos continuam: preços dos
insumos para produção e dificulda-
comprovadamente essa estratégia
não obteve resultado positivo para
de de comercialização do pequeno o piscicultor nem para qualquer
produtor, muitas vezes ocasionado outro elo dessa cadeia.
pela logística. Um olhar para a piscicultura com o
Essa impasse que vive o estado na foco de negócio em todos os níveis
comercialização é uma das maio- da cadeia de produção, seja peque-
res contradições que se observa no, médio ou grande, é a premissa
no mercado de peixes nativos no principal para que o estado apro-
21.000 t
21.300 t
21.500 t
Brasil. O produtor no maior mer- veite a oportunidade que o grande
cado comprador do Brasil não tem mercado lhe proporciona.
competitividade frente a outros Apoiar o produtor não é fornecer
estados, mesmo diante dos altos gratuitamente os insumos que ele
custos de transporte e logística que necessita para uma pequena produ- 2020 2021 2022
enfrentam os principais fornecedo- ção, mas sim inseri-lo no mercado
res, Rondônia e Roraima. de forma profissional para que te-
É urgente a necessidade de o setor nha competitividade. CRESCIMENTO DE 1,4%
EM RELAÇÃO A 2021
MAIORES MUNICÍPIOS
ESPÉCIES MAIS
PRODUTORES
PRODUZIDAS
RANKING MUNICÍPIO
1º RIO PRETO DA EVA
2º MANAUS
3º IRANDUBA
21.300 t
4º MANACAPURU
5º ITACOATIARA
0t
0t
6º COARI
7º PRESIDENTE FIGUEIREDO
8º CAREIRO Tilápia Nativos Outros*
9º HUMAITÁ
10º APUÍ
72 73
PRODUÇÃO POR ESTADOS BAHIA
CAPACITAÇÃO NA BASE,
EVOLUÇÃO COMO UM TODO
Uma das soluções para enfrentar um ano desafiador foi intensificar
os investimentos em aprendizagem, assistência técnica e qualificação
dos piscicultores
O
s reflexos da crise econô- a Bahia Pesca, órgão de fomento
mica gerada pela pande- do setor vinculado à Secretaria de
mia da Covid-19 ainda Agricultura, Pecuária, Irrigação,
impactaram a pesca e a aquicultu- Pesca e Aquicultura (Seagri). Esse
ra na Bahia no ano passado. Ape- cenário é confirmado pelos dados
sar da disponibilidade de recursos levantados pela Peixe BR. PRODUÇÃO DA
hídricos advindos dos lagos das
hidrelétricas do Rio São Francis-
Para garantir que o setor continue
sua rota de desenvolvimento, será
co, a relação entre qualidade da primordial investir cada vez mais
água e questões sanitárias também na capacitação dos piscicultores e
foi um grande desafio para o setor dos profissionais na base da cadeia
durante 2022. produtiva.
A regularização ambiental ainda Outro fator que pode ser relevante
continua sendo um obstáculo para para o avanço da atividade no esta-
o setor produtivo, dificultando, do nos próximos anos é a cessão de
34.000 t
30.270 t
31.250 t
entre outros pontos, o acesso ao águas marinhas da União para pro-
crédito para todos os níveis de pro- dução de peixes da empresa Forever
dutores, do pequeno ao grande. Oceans. O avanço nesse projeto
Mesmo diante de um período de- ainda contribuiria para uma maior
safiador, o estado cresceu na pro- diversificação de espécies na pisci- 2020 2021 2022
dução de pescados, de acordo com cultura baiana.
CRESCIMENTO DE 8,8%
EM RELAÇÃO A 2021
MAIORES MUNICÍPIOS
ESPÉCIES MAIS
PRODUTORES
PRODUZIDAS
RANKING MUNICÍPIO
1º GLÓRIA
2º BARREIRAS
3º PAULO AFONSO
29.670 t
4º CASA NOVA
4.100 t
230 t
5º VALENÇA
6º CANUDOS
7º CABACEIRAS DO PARAGUAÇU
8º CARINHANHA Tilápia Nativos Outros*
9º ALMADINA
10º ARACI
74 75
PRODUÇÃO POR ESTADOS CEARÁ
EM RITMO DE RECUPERAÇÃO
DO SETOR APÓS A SECA
Piscicultura cearense tem avançado nos últimos anos, mas ainda
enfrenta desafios importantes pela frente para acelerar e manter
esse crescimento
A
produção de pescado no Também há a necessidade de via-
Ceará ainda não se recupe- bilizar o reordenamento das áreas
rou da crise hídrica vivida concedidas e autorizadas pela Se-
entre os anos de 2012 a 2016. Mas cretaria de Pesca do Ministério da
tem acelerado a retomada nos últi- Agricultura para o cultivo de tilá-
mos anos, o que acaba fornecendo pia no Açude Público Padre Cíce- PRODUÇÃO DA
novo oxigênio para a atividade. No
entanto, ainda há águas turvas a
ro, no Rio Jaguaribe. Mais conheci-
do como Açude Castanhão, nome
serem tratadas por conta dos desa- do município onde está localizado,
fios, segundo a Secretaria Executiva o reservatório é uma plataforma
do Agronegócio. importante para o avanço da pisci-
De acordo com o órgão, vinculado cultura local.
à Secretaria do Desenvolvimento Entre as prioridades para 2023, es-
Econômico e Trabalho do Ceará, tão o cultivo de organismos aquá-
além da baixa recarga de água nos ticos em sistemas que priorizem o
6.860 t
reservatórios do estado, o setor baixo consumo dos recursos hídri-
6.500 t
5.500 t
segue enfrentando a falta de da- cos e a geração de novas oportuni-
dos estatísticos consolidados. Isso dades de negócios, atraindo mais
dificulta a identificação real de investidores para a atividade. Essa
potencialidades e dificuldades da combinação traria mais fôlego para 2020 2021 2022
piscicultura cearense. o avanço da piscicultura cearense.
CRESCIMENTO DE 5,5%
EM RELAÇÃO A 2021
MAIORES MUNICÍPIOS
ESPÉCIES MAIS
PRODUTORES
PRODUZIDAS
RANKING MUNICÍPIO
1º JAGUARIBARA
2º GENERAL SAMPAIO
3º ALTO SANTO
6.800 t
4º ITAIÇABA
60 t
0t
5º GRANJA
6º ITAREMA
7º ARACOIABA
8º AMONTADA Tilápia Nativos Outros*
9º ORÓS
10º PARACURU
76 77
PRODUÇÃO POR ESTADOS DISTRITO FEDERAL
DEMANDA FORTE PUXA

ORGANIZAÇÃO DO SETOR
Cerca de 76% do peixe consumido localmente vem de outras
regiões. Esse déficit no abastecimento tem motivado uma onda de
profissionalização no setor
O
Distrito Federal passa por o aumento da eficiência. Esse tripé
um momento de organi- de sustentação tem relação direta
zação e profissionalização com a organização dos pisciculto-
dos piscicultores, com o objetivo res em torno de objetivos comuns,
principal de aumentar a eficiên- como capacitação para fazer gestão
cia e a competitividade da cadeia zootécnica e financeira, regularida- PRODUÇÃO DA
produtiva local. Essa meta é con-
sequência, principalmente, de uma
de no fornecimento, definição de
preços competitivos e aproximação
demanda local de pescado bastante para compra coletiva de insumos.
robusta. O consumo de pescado Tal processo vem sendo estimula-
em Brasília é de aproximadamente do por política públicas. É o caso
60 mil toneladas por ano, enquan- do Programa de Aquicultura da
to a produção interna é de apenas Emater-DF, que oferece assistência
2,1 mil toneladas. Cerca de 76% técnica continuada e especializada
dos peixes consumidos no DF aca- aos piscicultores; e da implemen-
bam sendo fornecidos por outros tação das chamadas Unidades de
2.060 t
2.050 t
2.150 t
mercados produtores, sobretudo os Referência, propriedades que ser-
estados de São Paulo, Goiás, Minas vem de vitrine para tecnologias
Gerais e Paraná. de produção como recirculação
No topo da lista de prioridades de água, tanques de ferrocimento, 2020 2021 2022
para mudar esse cenário estão a criação bifásica de tilápias, aquapo-
profissionalização da atividade, a nia e criação de tilápias em sistema
redução nos custos de produção e de bioflocos. CRESCIMENTO DE 4,8%
EM RELAÇÃO A 2021
ESPÉCIES MAIS
PRODUZIDAS
MAIORES MUNICÍPIOS
PRODUTORES
1.850 t
300 t
0t
RANKING MUNICÍPIO
1º BRASÍLIA
Tilápia Nativos Outros*

Fonte: IBGE Pesquisa da Pecuária Municipal (dados preliminares 2021)
O Distrito Federal é formado por Brasília e por 33 regiões administrativas (Águas Claras,
Arniqueira, Brazlândia, Candangolândia, Ceilândia, Cruzeiro, Fercal, Gama, Guará, Itapoã, *Carpa, Truta e Panga principalmente
Jardim Botânico, Lago Norte, Lago Sul, Núcleo Bandeirante, Paranoá, Park Way, Planaltina,
Plano Piloto, Recanto das Emas, Riacho Fundo, Riacho Fundo II, Samambaia, Santa Maria,
São Sebastião, SCIA/Estrutural, SIA, Sobradinho, Sobradinho II, Sol Nascente e Pôr do Sol,
Sudoeste/Octogonal, Taguatinga, Varjão e Vicente Pires). O IBGE não fornece a produção de
peixes de cultivo individual de cada região administrativa. Fonte: Peixe BR
78 79
PRODUÇÃO POR ESTADOS ESPÍRITO SANTO
ONDA DE EVOLUÇÃO PASSA

PELOS MUNICÍPIOS
O desenvolvimento da infraestrutura local e o equilíbrio entre
produção e preservação ambiental são determinantes para o avanço
da piscicultura capixaba
C
omo acontece em outros o Instituto Capixaba de Pesquisa,
estados brasileiros, o Espí- Assistência Técnica e Extensão
rito Santo tem desafios im- Rural (Incaper). Esse volume po-
portantes para impulsionar o avan- deria ser bem maior caso o estado
ço da piscicultura, seja em água estabelecesse uma melhor relação
doce, seja no mar, onde é grande o entre crescimento de produtivida- PRODUÇÃO DA
potencial de crescimento. A expan-
são da produção capixaba de pesca-
de e legalização ambiental, o que
inclusive evitaria o avanço da infor-
dos passa por evolução de políticas malidade no setor.
públicas, o que depende de mais e O estado vive como muitos outros
melhores dados sobre a atividade; a falta de infraestrutura de negó-
mão de obra qualificada; mais li- cios, e o principal fator é a regula-
nhas de financiamento; acesso à rização ambiental da atividade, que
tecnologia e uma integração mais acaba emperrando todo o restante
efetiva da cadeia como um todo. da cadeia e deixando o setor depen-
18.700 t
17.900 t
18.532 t
Linhares, por exemplo, é a cidade dente de ajuda direta do governo
capixaba que tem a maior produ- para poder sobreviver. É a roda da
ção de pescados, com 150 tonela- gaiola do rato, uma corrida sem fim
das de pescado por mês, segundo e sem produzir resultados.
2020 2021 2022
REDUÇÃO DE 4,3%
EM RELAÇÃO A 2021
MAIORES MUNICÍPIOS
ESPÉCIES MAIS
PRODUTORES
PRODUZIDAS
RANKING MUNICÍPIO
1º LINHARES
2º DOMINGOS MARTINS
3º MARECHAL FLORIANO
17.000 t
4º SANTA LEOPOLDINA
900 t
5º ALEGRE
0t
6º SANTA TERESA
7º ÁGUA DOCE DO NORTE
8º ALFREDO CHAVES Tilápia Nativos Outros*
9º SÃO DOMINGOS DO NORTE
10º CARIACICA
80 81
PRODUÇÃO POR ESTADOS GOIÁS
DESAFIO DE INFRAESTRUTURA,
TRIBUTOS E LICENÇAS
Piscicultura goiana volta a crescer e tem potencial para ir muito além,
desde que a cadeia, de ponta a ponta, esteja bem estruturada e não
perca fôlego com taxações
A
pós quatro anos consecuti- Comissão de Aquicultura da Fede-
vos de queda, a produção ração da Agricultura e Pecuária de
de pescado sinaliza o cami- Goiás (FAEG), em parceria com
nho do crescimento em Goiás. Os entidades do setor, já vem traçando
órgãos estaduais e setor produtivo estratégias para o incremento do
estão juntos para gerar um ambien- processamento de pescados. Espera- PRODUÇÃO DA
te de competitividade para o setor.
A medida é considerada um grande
-se que os setores público e privado
atuem em sintonia para promover a
avanço para alavancar a atividade evolução da piscicultura no estado.
no estado nos próximos anos, e de O avanço mais significativo passa,
forma regularizada. necessariamente, pelo desenvol-
A piscicultura está enquadrada na vimento da industrialização e do
Lei nº 20.694/2019, sobre licen- processamento da produção esta-
ciamento ambiental, que abrange dual, o que otimizaria o sistema de
os diversos perfis de produtores – certificação e a estrutura da cadeia
30.500 t
30.062 t
29.700 t
micro, pequeno, médio e grande produtiva. Resta saber qual será
– e as atividades em tanque-rede e o impacto da “taxação do agro”,
tanque escavado, além de ranicul- como ficou conhecido o Fundo Es-
tura, algicultura e carcinicultura. tadual de Infraestrutura (Fundein-
Ou seja, o setor como um todo fra), cujos recursos virão das ativi- 2020 2021 2022
atua sob o guarda-chuva da Secre- dades agrícola, pecuária e mineral,
taria Estadual de Meio ambiente e com taxas de até 1,65% sobre a
Desenvolvimento Sustentável de comercialização de produtos agro- CRESCIMENTO DE 2,7%
Goiás (SEMAD-GO). pecuários, como soja, milho, cana e EM RELAÇÃO A 2021
A expectativa para 2023 é ter mais carnes. A cobrança passa a vigorar a
fomento à produção de peixe. A partir de 1º de janeiro de 2023.
MAIORES MUNICÍPIOS
ESPÉCIES MAIS
PRODUTORES
PRODUZIDAS
RANKING MUNICÍPIO
1º NIQUELÂNDIA
2º QUIRINÓPOLIS
3º INACIOLÂNDIA
21.500 t
4º GOUVELÂNDIA
8.700 t
300 t
5º LUZIÂNIA
6º ÁGUA FRIA DE GOIÁS
7º MORRINHOS
8º PLANALTINA Tilápia Nativos Outros*
9º CAVALCANTE
10º ARENÓPOLIS
82 83
PRODUÇÃO POR ESTADOS MARANHÃO
MARÉ DE RESULTADOS
POSITIVOS DEVE CONTINUAR
Piscicultura segue sendo favorecida pela combinação de boas
condições climáticas, incentivos fiscais, disponibilidade hídrica e
diversidade de espécies
E
m 2022, a piscicultura ma- metros cúbicos a captação de águas
ranhense foi beneficiada por superficiais permitidas para abaste-
vários fatores. Um deles foi a cimento de projetos agrossilvopas-
retomada da economia com o avan- toris, inclusive para piscicultura, e
ço do controle da pandemia da Co- pela ampliação do prazo de vigência
vid-19, o que fez valer ainda mais as da outorga para uso dos recursos PRODUÇÃO DA
movimentações ao longo da cadeia
produtiva, como a criação de polos
hídricos pelos aquicultores, que
passou de dois para dez anos. Vale
de desenvolvimento e da Câmara ressaltar que projetos de piscicultura
Setorial de Aquicultura, incentivos abastecidos com água de chuva não
fiscais, outorga para uso de recursos necessitam de outorga para uso.
hídricos, entre outros. A meta agora é continuar a for-
No campo dos tributos, os agentes talecer o setor, inclusive a área de
da cadeia produtiva foram benefi- beneficiamento. Aliás, a regula-
ciados pela isenção do ICMS do rização ambiental é a principal
46.500 t
50.300 t
47.700 t
pescado e pela cobrança de apenas ferramenta de desenvolvimento
1% de ICMS do camarão nas ope- da atividade aquícola, pois a única
rações internas e externas. As com- forma de transpor as barreiras do
pras interestaduais de máquinas e estado e do Brasil é por meio das
equipamentos para modernização indústrias inspecionadas pela de- 2020 2021 2022
da indústria pesqueira também con- fesa agropecuária.
taram com redução para 1%, segun- A dependência da venda de maiores
do a Secretaria de Estado da Pesca e volumes a poucos compradores do CRESCIMENTO DE 8,2%
Aquicultura do Maranhão (Sepaq). mercado sempre é um risco, uma EM RELAÇÃO A 2021
A atividade ainda foi favorecida aposta perigosa, que só a industria-
pela expansão de 5 mil para 30 mil lização pode reduzir.
MAIORES MUNICÍPIOS
ESPÉCIES MAIS
PRODUTORES
PRODUZIDAS
RANKING MUNICÍPIO
1º IGARAPÉ DO MEIO
2º MATINHA
3º SÃO JOÃO DOS PATOS
39.100 t
6.000 t
4º BOM JARDIM
5.200 t
5º VITORINO FREIRE
6º BACABAL
7º SANTA INÊS
8º ZÉ DOCA Tilápia Nativos Outros*
9º TIMON
10º ALTO ALEGRE DO PINDARÉ
84 85
PRODUÇÃO POR ESTADOS MATO GROSSO
AJUDA DO CLIMA PARA

REDUZIR A CRISE HÍDRICA
A recuperação ainda não foi total, mas a atividade apresentou sinais
de evolução entre 2021 e 2022, o que até permite traçar perspectivas
mais favoráveis para este ano
A
s mudanças climáticas cido o mercado local com os peixes
ocorridas no ano passado nativos e exportado a tilápia inteira
favoreceram a piscicul- e processada. A expansão em quais-
tura de Mato Grosso, que vinha quer desses segmentos depende do
sofrendo com os reflexos da crise avanço também na regularização
hídrica de 2021. Com um cenário ambiental, processo ainda lento. PRODUÇÃO DA
diferente, o setor avançou em pro-
dução e lucratividade. Mas nem
Atualmente, está sendo analisa-
do o Cadastro Ambiental Rural
tanto quanto se esperava. Embora (CAR) de 2018.
benéficas, as alterações não foram De qualquer forma, as expectati-
suficientes para que se superasse os vas para 2023 são positivas, por
estragos de um ano para outro, e di- conta da retração nos preços dos
versas áreas produtivas ainda estão insumos, ainda que levemente, e
reduzidas. As espécies de destaque da elevação nos preços dos peixes.
na atividade são tambaqui, pintado O resultado dessa equação é uma
46.800 t
42.800 t
42.600 t
e tambacu e a tilápia que está em melhor lucratividade para o pro-
fase de crescimento no estado. dutor. Dessa forma, é provável que
A cadeia produtiva mato-grossense, volte a estocagem de peixe para
que conta com autossuficiência no uma regularização do mercado en-
fornecimento de ração, tem abaste- tre 2023 e 2024. 2020 2021 2022
CRESCIMENTO DE 0,5%
EM RELAÇÃO A 2021
MAIORES MUNICÍPIOS
ESPÉCIES MAIS
PRODUTORES
PRODUZIDAS
RANKING MUNICÍPIO
1º NOSSA SRA. DO LIVRAMENTO
2º CAMPO VERDE
3º ALTO PARAGUAI
38.000 t
4º SORRISO
4.100 t
700 t
5º CONQUISTA D'OESTE
6º NOVA LACERDA
7º SÃO FÉLIX DO ARAGUAIA
8º VÁRZEA GRANDE Tilápia Nativos Outros*
9º PARANAÍTA
10º CANARANA
86 87
PRODUÇÃO POR ESTADOS MATO GROSSO DO SUL
SETOR AVANÇA SOBRE O

CONTINENTE AMERICANO
A manutenção das exportações de filés frescos e congelados para os
Estados Unidos e Canadá mantém a atividade, também favorecida
por programas de benefício fiscal
C
om as exportações de fi- mercado, o volume de peixes abati-
lés frescos e congelados dos no ano houve uma redução em
focadas para os Estados relação ao período de 2021. Algu-
Unidos e Canadá em 2022, Mato mas empresas diminuíram a produ-
Grosso do Sul se tornou o segundo ção e outras aumentaram, mas no
maior exportador na categoria para final o resultado foi negativo. PRODUÇÃO DA
os países norte-americanos.
Outra conquista significativa para
Para mudar esse cenário, foi criado
o Plano Estadual de Fortalecimen-
a piscicultura sul-mato-grossense to da Cadeia Produtiva da Piscicul-
foi o crescimento da verticalização, tura no Estado de Mato Grosso do
com toda a cadeia produtiva no Sul (Pro-Peixe), atualizando e me-
mesmo local: cria, engorda, fábri- lhorando o antigo Programa Pei-
ca de ração e frigorífico e o início xe Vida. A partir dessa iniciativa,
do sistema de integração com a produtores de alevinos e de peixes
agroindústria. O formato é consi- para o abate contarão com isenção
34.450 t
32.390 t
37.400 t
derado uma alternativa viável para de ICMS, por meio da redução de
aumentar a produção no estado e alíquota, e com incentivo financei-
ganhar competitividade. ro do ICMS para os piscicultores
Apesar do progresso em termos de cadastrados.
2020 2021 2022
REDUÇÃO DE 7,9%
EM RELAÇÃO A 2021
MAIORES MUNICÍPIOS
ESPÉCIES MAIS
PRODUTORES
PRODUZIDAS
RANKING MUNICÍPIO
1º APARECIDA DO TABOADO
2º SELVÍRIA
3º BRASILÂNDIA
32.200 t
4º PARANAÍBA
2.100 t
150 t
5º MUNDO NOVO
6º ITAPORÃ
7º DOURADOS
8º SIDROLÂNDIA Tilápia Nativos Outros*
9º PONTA PORÃ
10º ITAQUIRAÍ
88 89
PRODUÇÃO POR ESTADOS MINAS GERAIS
EXPANSÃO DEPENDE DAS

RESOLUÇÕES AMBIENTAIS
Insegurança jurídica em relação ao meio ambiente é hoje o principal
gargalo para a entrada de novos investimentos
A
lto potencial para propor ações de Peixe BR, Peixe MG,
dução de pescados, pela Instituto Mineiro de Agropecuária
riqueza hídrica com mais (IMA) e Inmetro.
de 5.000 km² de espelhos de água, Já foi incorporado ao indicador de
e proximidade com o mercado preços Cepea da tilápia a região de
consumidor. Esses dois fatores já Morada Nova de Minas e, logo,
garantem um posição privilegiada será incluída também a região do PRODUÇÃO DA
de Minas Gerais na piscicultura
nacional. Mas o estado vai além,
Triângulo Mineiro, dois polos im-
portantes de produção que com
pelo suporte que de instituições e essa ação passam a integrar o grupo
profissionais com capacidade téc- formado por outras importantes
nica e operacional para apoiar os regiões de produção de tilápia.
produtores. Na região de Morada Nova de Mi-
Um passo importante foi a reorga- nas observamos um incremento do
nização da Peixe MG (Associação número de indústrias de processa-
dos Piscicultores de Minas Gerais), mento de tilápia, demonstrando a
44.300 t
54.700 t
49.100 t
que tem atuado junto ao governo e importância da atividade para re-
à cadeia produtiva na organização gião e, principalmente, a confiança
setorial da atividade. do empresariado. Juntamente com
A expansão do mercado consu- a região do Grandes Lagos (SP/
midor de tilápia em Minas Gerais MS) e Oeste do Paraná, faz parte 2020 2021 2022
trouxe também a fraude de pro- dos três principais núcleos de pro-
dutos, que está sendo combatido dução de tilápia do Brasil.
CRESCIMENTO DE 11,4%
EM RELAÇÃO A 2021
MAIORES MUNICÍPIOS
ESPÉCIES MAIS
PRODUTORES
PRODUZIDAS
RANKING MUNICÍPIO
1º MORADA NOVA DE MINAS
2º IPIAÇU
3º GUAPÉ
51.700 t
4º ARAGUARI
2.200 t
800 t
5º ALFENAS
6º INDIANÓPOLIS
7º CACHOEIRA DOURADA
8º CARMO DO RIO CLARO Tilápia Nativos Outros*
9º TRÊS MARIAS
10º FELIXLÂNDIA
90 91
PRODUÇÃO POR ESTADOS PARÁ
APOIO OFICIAL TEM, MAS

AINDA FALTA ASSISTÊNCIA
Apesar das oportunidades, a piscicultura paraense continua em
banho-maria, sem deslanchar como poderia
A
produção de peixe de cul- postas com diversos órgãos para
tivo no Pará continua sem fortalecimento da aquicultura nos
apresentar os resultados municípios, tanto em capacitação
favoráveis compatíveis a suas po- dos produtores quanto em doação
tencialidades. A defesa agropecu- de insumos. No entanto, os pisci-
ária do estado deve implantar um cultores ainda carecem de assistên-
programa de sanidade aquícola que cia técnica, ao menos no início do PRODUÇÃO DA
proporcione segurança à produção
e principalmente ao consumidor.
ciclo de produção, para que possam
mitigar as perdas nessa fase.
Foi apresentado neste período pelo A insegurança ambiental e a sa-
governo o Plano Estadual de De- nitária continuam sendo os freios
senvolvimento da Aquicultura, que do desenvolvimento do setor, que
além da piscicultura abrange tam- segue comprando peixes de cultivo
bém a ostreicultura e carcinicultura. de outros estados para atender à de-
Também foram aprovadas pro- manda de consumo local.
24.800 t
25.400 t
25.120 t
2020 2021 2022
CRESCIMENTO DE 1,3%
EM RELAÇÃO A 2021
MAIORES MUNICÍPIOS
ESPÉCIES MAIS
PRODUTORES
PRODUZIDAS
RANKING MUNICÍPIO
1º PARAGOMINAS
2º MARABÁ
3º CONCEIÇÃO DO ARAGUAIA
24.200 t
4º TUCURUÍ
800 t
120 t
5º URUARÁ
6º ALTAMIRA
7º NOVO REPARTIMENTO
8º SÃO JOÃO DO ARAGUAIA Tilápia Nativos Outros*
9º XINGUARA
10º BREU BRANCO
92 93
PRODUÇÃO POR ESTADOS PARAÍBA
DE OLHO NO USO LEGAL E

RACIONAL DA ÁGUA
Carência de chuvas em polos de produção reforça importância
da segurança jurídica para se ter o melhor aproveitamento dos
recursos hídricos
A
otimização do uso racio- em polos de produção, como nas
nal das águas do Rio São regiões de Curimataú, Cariri e São
Francisco, atendendo sa- José de Sabugi. Tal carência difi-
tisfatoriamente agricultura, pisci- cultou o fomento da produção de
cultura e carcinicultura é uma das pescado em águas interiores.
prioridades para a expansão da pro- Ainda assim a atividade ganhou PRODUÇÃO DA
dução de peixes na Paraíba. Para
alcançar tal objetivo, a atividade
força, sobretudo a partir do cul-
tivo de peixes nas associações de
segue se apoiando na licença am- pequenos produtores da agricul-
biental concedida pela Superinten- tura familiar e de colônias de pes-
dência de Administração do Meio cadores. A espécie mais cultivada
Ambiente (Sudema) e nas outorgas no estado é a tilápia, que corres-
de água liberadas pela Agência Exe- ponde a 90% do total. Espécies
cutiva de Gestão das Águas (Aesa). como tambaqui, tambatinga e
Se normalmente o equilíbrio entre carpa são criadas em menor es-
3.000 t
o uso legal e racional dos recursos cala pela agricultura familiar. As
3.165 t
3.145 t
hídricos já é fundamental, mais principais regiões produtoras de
ainda quando há escassez de chu- pescado na Paraíba são Sertão,
vas, o que ocorreu no ano passado Brejo, Cariri e o Litoral.
2020 2021 2022
CRESCIMENTO DE 4,8%
EM RELAÇÃO A 2021
MAIORES MUNICÍPIOS
ESPÉCIES MAIS
PRODUTORES
PRODUZIDAS
RANKING MUNICÍPIO
1º MARI
2º BANANEIRAS
3º MAMANGUAPE
4º RIACHÃO DO POÇO
3.100 t
20 t
25 t
5º SÃO MIGUEL DE TAIPU

6º CAAPORÃ
7º BORBOREMA
8º CALDAS BRANDÃO Tilápia Nativos Outros*
9º CAPIM
10º MOGEIRO
94 95
PRODUÇÃO POR ESTADOS PARANÁ
PIONEIRISMO QUE
NÃO PARA DE EVOLUIR
O avanço tecnológico da produção e a comercialização fazem a diferença
e mantêm o estado na liderança da produção de peixes de cultivo
O
estado é pioneiro na ramento do bem-estar dos peixes e
produção de tilápia em em reaproveitamento dos sistemas
grande escala e com a que já funcionavam no estado, en-
cadeia estruturada. A atividade já volvendo o cooperativismo e a ca-
consolidada na região oeste passou deia produtiva da tilápia.
a ganhar força também na parte O sistema de integração tem de-
norte, aumentando as perspectivas monstrado ser o modelo mais in- PRODUÇÃO DA
dos produtores, que desenvolvem o
cultivo tanto em viveiros de terra
clusivo para o pequeno produtor de
peixe de cultivo, seja no Paraná ou
quanto em tanques-rede. Para que em qualquer outra região brasileira.
a expansão geográfica e de produti- As cooperativas desempenham
vidade não seja freada por obstácu- papel fundamental neste processo,
los como as oscilações de mercado, levando a atividade a um nível de
a cadeia de pescados de maneira sustentabilidade já observada em
geral aposta em evolução técnica. outras cadeias de proteína animal.
Com o desafio de elevar os índices Atualmente, as três maiores empre-
188.000 t
172.000 t
194.100 t
de produtividade a cada safra, a casas do estado, sozinhas já produ-
deia tem de buscar cada vez mais zem mais peixes do que o segundo
modelos de negócio baseados em estado produtor do Brasil, portan-
melhor gestão, mais eficiência no to um modelo de negócio que mos-
controle ambiental e no monito- tra resultados. 2020 2021 2022
CRESCIMENTO DE 3,2%
EM RELAÇÃO A 2021
MAIORES MUNICÍPIOS
ESPÉCIES MAIS
PRODUTORES
PRODUZIDAS
RANKING MUNICÍPIO
1º NOVA AURORA
2º PALOTINA
3º TOLEDO
187.800 t
4º ASSIS CHATEAUBRIAND
5.300 t
1.000 t
5º MARIPÁ
6º TERRA ROXA
7º NOVA SANTA ROSA
8º CAFELÂNDIA Tilápia Nativos Outros*
9º MARECHAL CÂNDIDO RONDON
10º TUPÃSSI
96 97
PRODUÇÃO POR ESTADOS PERNAMBUCO
CENÁRIO ATUAL REQUER

AVANÇO EM GESTÃO
Com vigor reduzido pela intensa crise no abastecimento de insumos
agropecuários, atividade depende de profissionalização para manter
produtores
S
e a piscicultura pernambu- nambuco são Itaparica e Vale do
cana dependesse dos resul- São Francisco (submédio São
tados de 2022 para definir Francisco), responsáveis pela pro-
seus próximos passos, o risco de dução intensiva e comercial em
uma retração seria grande. Com a tanques-redes, com participação
intensa crise na oferta de insumos de pequenos, médios e grandes PRODUÇÃO DA
agropecuários, a margem liquida da
atividade foi achatada, quando não
produtores; e a zona da Mata Sul,
com produção extensiva e semi-
ficou negativa. Isso dificultou a ma- -intensiva em viveiros escavados,
nutenção da produção. A demanda desenvolvida de forma pulveriza-
interna não foi suficiente para assi- da e em grande parte por aquicul-
milar os custos de produção. tores familiares.
No entanto, para o bem do setor Daqui para frente, é fundamental
e de quem produz, as projeções manter e otimizar a ordem orga-
não dependem de apenas um fa- nizacional e gerencial da ativida-
31.960 t
31.930 t
27.275 t
tor. Pernambuco ainda mantém de. Inclusive, e principalmente,
sua representatividade no cenário por parte do piscicultor, que deve
nacional, sobretudo com o cultivo adotar medidas mais efetivas de
de tilápia, principal peixe criado no controle de custos e uso dos insu-
estado, que atende a demanda local mos. O avanço da profissionaliza- 2020 2021 2022
e a exportação para Ceará, Bahia, ção administrativa contribui para
Alagoas, Sergipe e Paraíba. garantir o equilíbrio das contas e
Os polos de piscicultura em Per- a permanência no setor. CRESCIMENTO DE 0,1%
EM RELAÇÃO A 2021
MAIORES MUNICÍPIOS
ESPÉCIES MAIS
PRODUTORES
PRODUZIDAS
RANKING MUNICÍPIO
1º PETROLÂNDIA
2º JATOBÁ
3º ITACURUBA
31.900 t
4º BELÉM DO SÃO FRANCISCO

60 t
5º CABROBÓ
0t
6º ARARIPINA
7º QUIPAPÁ
8º SERRITA Tilápia Nativos Outros*
9º CANHOTINHO
10º AMARAJI
98 99
PRODUÇÃO POR ESTADOS PIAUÍ
PRÓXIMO PASSO É A
INDUSTRIALIZAÇÃO
Expansão do setor esbarra na falta de novos empreendimentos para
beneficiar o peixe e agregar valor à cadeia produtiva como um todo
B
oa parte do avanço da propriamente dita, consolidariam
piscicultura no Piauí, em novos mercados localmente.
2022, deve-se à maior par- A perspectiva para 2023 é que as
ticipação do pescado nas compras instituições representativas do setor
de produtos da agricultura fami- (Câmara Setorial da Cadeia Pro-
liar, promovidas pelo Programa dutiva da Piscicultura e Associação
de Alimentação Saudável (PAS). de Piscicultores do Piauí) ganhem PRODUÇÃO DA
Por mais que essa iniciativa favo-
reça a atividade, ainda falta mais
força, ampliando a participação dos
piscicultores nas tomadas de decisão
impulso na correnteza do desen- relacionadas ao setor. Até mesmo a
volvimento de mercado. O estado aprovação da legislação para o culti-
não tem infraestrutura de proces- vo do pangasius.
samento suficiente, carência que A produção piauiense de peixes é
só será sanada com a entrada de liderada pela tilápia, com o tamba-
novos empreendimentos para be- qui na segunda posição, seguido por
neficiar o peixe produzido. surubim, pirarucu, piau, curimatã
22.900 t
20.250 t
22.100 t
Enquanto essa expansão não acon- e o próprio pangasius. O principal
tece, cerca de 40% da produção polo piscicultor é o município de
piauiense de pescado, segundo esti- Guadalupe, localizado às margens
mativa do próprio governo estadu- do Rio Parnaíba e contemplado pela
al, acaba sendo enviada para Ceará, Barragem Boa Esperança. A lega- 2020 2021 2022
Bahia, Maranhão, Pernambuco lização das áreas aquícolas de Boa
e Pará. Investimentos capazes de Esperança é um fator importante
promover o desenvolvimento no para o crescimento da produção e CRESCIMENTO DE 3,6%
final da cadeia, a industrialização da profissionalização da atividade. EM RELAÇÃO A 2021
MAIORES MUNICÍPIOS
ESPÉCIES MAIS
PRODUTORES
PRODUZIDAS
RANKING MUNICÍPIO
1º GUADALUPE
2º NAZÁRIA
3º PARNAÍBA
JOSÉ DE FREITAS
9.800 t
4º
4.600 t
8.500 t
5º TERESINA
6º BENEDITINOS
7º PALMEIRAIS
8º UNIÃO Tilápia Nativos Outros*
9º BATALHA
10º ALTO LONGÁ
100 101
PRODUÇÃO POR ESTADOS RIO DE JANEIRO
TRAVADO POR CONTA DE

CUSTOS E BUROCRACIA
Setor ganhou reforços no ano passado, mas não disparou por
conta do peso de tributos que impactam o custo de insumos e da
dificuldade para obtenção de crédito
O
Rio de Janeiro tem gran- nhas de crédito para oxigenar seu
de diversidade nas linhas negócio, perde fôlego com a buro-
de produção de pescado: cracia e a morosidade na aprova-
tilápias, trutas, peixes marinhos, ção dos financiamentos. O estado
camarões, algas, moluscos bivalves ainda enfrenta desafios quanto
(como mariscos, ostras e vieiras) ao domínio da aplicabilidade das PRODUÇÃO DA
e vários outros. Mas nem por isso
tem autossuficiência, pois é um
normas ambientais, mesmo con-
tando com todo o aparato legal
grande mercado consumidor e para regulamentar a piscicultura.
conta com programas que garan- Como em outros estados com
tem a presença desses alimentos elevado consumo por capta de
na merenda escolar. pescado, a piscicultura no Rio
O caminho natural para sanar essa de Janeiro sofre dos mesmos ma-
questão do abastecimento é a am- les que afetam o setor em grande
pliação da atividade, o que já vem parte do País: política ambiental
acontecendo. Só que não na pro- célere e segura, política tributária
3.380 t
3.340 t
3.455 t
porção necessária, pois há gargalos atrativa e falta de foco do estado
significativos no caminho. O peso em ações que proporcionem um
dos tributos sobre insumos como ambiente de negócio favorável ao
eletricidade e rações aumenta o produtor, que o permita ganhar 2020 2021 2022
custo de produção. dinheiro, fazer novos investimen-
E quando o piscicultor busca li- tos e crescer.
REDUÇÃO DE 2,2%
EM RELAÇÃO A 2021
MAIORES MUNICÍPIOS
ESPÉCIES MAIS
PRODUTORES
PRODUZIDAS
RANKING MUNICÍPIO
1º CANTAGALO
2º PIRAÍ
3º GUAPIMIRIM
4º CAMPOS DOS GOYTACAZES
3.100 t
200 t
80 t
5º BOM JESUS DO ITABAPOANA

6º MAGÉ
7º ITABORAÍ
8º SÃO FIDÉLIS Tilápia Nativos Outros*
9º CONCEIÇÃO DE MACABU
10º CACHOEIRAS DE MACACU
102 103
PRODUÇÃO POR ESTADOS RIO GRANDE DO NORTE
EXPANSÃO PASSA POR

SEGURANÇA JURÍDICA
Com amparo de políticas públicas, piscicultura potiguar registra
aumento na emissão de licenças ambientais. Agora é preciso avançar
na estruturação da cadeia produtiva
P
artindo da premissa de que permitem o desenvolvimento da
não há cultivo de pescado piscicultura em sintonia as exigên-
sem água limpa, e não se tem cias de preservação ambiental.
água de qualidade sem preservação A segurança jurídica é essencial
ambiental, o Rio Grande do Norte também para que a cadeia de
implementou em 2022 sua Política
Estadual de Desenvolvimento Sus-
produção de pescado supere ou-
tros desafios, como a necessida-
PRODUÇÃO DA
tentável da Pesca e da Aquicultura de de expansão mercadológica, P I S C I C U LT U R A
(Pedespa). Resultado do diálogo seja para abastecer programas de
com todos os segmentos ligados à governo, seja para atender as de-
atividade, a iniciativa coloca efeti- mandas do mercado. O avanço
vamente o desenvolvimento do se- nesse processo passa obrigatoria-
tor na agenda de políticas públicas. mente pela ampliação da contra-
A medida ainda tem o objetivo de tação de crédito e da assistência
garantir segurança jurídica para os técnica específica para a piscicul-
empreendimentos aquícolas do es- tura e as demais cadeias produti-
3.700 t
3.280 t
3.570 t
tado, e coroar o aumento da forma- vas relacionadas aos pescados.
lização da atividade. Nos últimos A perspectiva é de que 2023 seja
anos, o Rio Grande do Norte vem um período de oportunidades
batendo recorde em emissão de para a piscicultura potiguar, mas
licenças ambientais, movimento para aproveitá-las será preciso au- 2020 2021 2022
amparado por outros instrumentos mentar a capacidade de beneficia-
legais, como a Política e o Sistema mento dos pescados com certifica-
CRESCIMENTO DE 3,6%
Estadual do Meio Ambiente, que ção sanitária.
EM RELAÇÃO A 2021
MAIORES MUNICÍPIOS
ESPÉCIES MAIS
PRODUTORES
PRODUZIDAS
RANKING MUNICÍPIO
1º NÍSIA FLORESTA
2º LAGOA DE PEDRAS
3º SENADOR GEORGINO AVELINO
4º SÃO JOÃO DO SABUGI
2.800 t
800 t
100 t
5º CANGUARETAMA
6º CARAÚBAS
7º SERRA NEGRA DO NORTE
8º GOIANINHA Tilápia Nativos Outros*
9º TIBAU DO SUL
10º TIMBAÚBA DOS BATISTAS
104 105
PRODUÇÃO POR ESTADOS RIO GRANDE DO SUL
OS CAMINHOS PARA A
AUTOSSUFICIÊNCIA
Organização, profissionalização e regularização ambiental são
algumas das prioridades na rota de evolução da piscicultura gaúcha
O
governo do estado do não desfruta. Esse progresso está
Rio Grande do Sul está diretamente relacionado à acele-
confiante na expansão da ração no processo de profissiona-
cadeia produtiva de peixe de cul- lização da atividade, envolvendo a
tivo para 2023, pois trabalhou na formalização dessa cadeia produti-
formação da Frente Parlamentar va, o que garantiria a obtenção de
da Aquicultura e da Câmara Seto- mais e melhores dados sobre todas PRODUÇÃO DA
rial da Aquicultura. Além de insti-
tuir o primeiro arranjo produtivo
suas divisões. Outro passo essencial
para a expansão da piscicultura no
local (APL) do cultivo comercial Rio Grande do Sul é o formento de
de tilápia baseada em zero efluen- uma maior união do setor.
te. Resta agora ao setor produtivo Os longos 16 anos de disputa judi-
confirmar a viabilidade econômi- cial sobre a criação ou não da tilá-
ca desse sistema e que é tão com- pia no estado tiraram dos trilhos a
petitiva quanto outros sistema de locomotiva de produção de peixes
produção, pois o consumidor ain- de cultivo do estado. Hoje o setor
27.300 t
27.700 t
26.102 t
da procura qualidade e preço no sente o peso de consertar esse des-
momento da compra. carrilamento. Enquanto isso obser-
A concretização dessas iniciativas va-se nas gôndolas de supermerca-
pode abrir novos afluentes em di- dos produtos oriundos de outros
reção à autossuficiência, condição estados, demonstrando o potencial 2020 2021 2022
da qual a piscicultura gaúcha ainda do mercado interno de consumo.
REDUÇÃO DE 1,4%
EM RELAÇÃO A 2021
MAIORES MUNICÍPIOS
ESPÉCIES MAIS
PRODUTORES
PRODUZIDAS
RANKING MUNICÍPIO
1º DERRUBADAS
2º AJURICABA
3º SANTA ROSA
17.000 t
9.000 t
4º TUCUNDUVA
1.300 t
5º GUAPORÉ
6º BARRA FUNDA
7º TENENTE PORTELA
8º SENADOR SALGADO FILHO Tilápia Nativos Outros*
9º NOVA RAMADA
10º TRÊS DE MAIO
106 107
PRODUÇÃO POR ESTADOS RONDÔNIA
É HORA DE BUSCAR MERCADO

E INDUSTRIALIZAÇÃO
Esses são os dois principais fatores que devem ser incorporados ao
negócio da piscicultura no estado
A
manutenção dos preços o crescimento desta tão importan-
estáveis da ração no ano de te atividade. Sobretudo porque os
2022 deu um fôlego curto principais mercados consumidores
para os produtores pensarem seu do Brasil e do exterior exigem pro-
negócio e estabelecerem estratégias dutos processados, de fácil preparo,
para se manterem nele de maneira diferentemente do mercado tradi-
sustentável. cional de peixes frescos inteiros. PRODUÇÃO DA
A alteração da Lei da Aquicultu-
ra, após um curto período de uma
A busca por oportunidades comer-
ciais fora do Brasil é outro caminho
legislação que inviabilizava a pro- já seguido por algumas indústrias
dução, apesar de não ser necessa- com importante participação nas
riamente de vanguarda, já propor- feiras Seafood North (Boston) e
ciona segurança jurídica para quem SIAL (Canadá) em 2022.
se enquadra nas premissas ali esta- O estado é o maior produtor de
belecidas e pode contribuir para a peixes nativos do Brasil, e a mu-
retomada da atividade no estado. dança de pensamento de produzir
65.500 t
59.600 t
57.200 t
A dependência da produção do mer- e vender peixe in natura para a
cado de Manaus tem levado o estado industrialização, além de agregar
a um novo estágio que é a industria- competitividade, é fundamental
lização, processo fundamental para para a sustentabilidade do negócio.
2020 2021 2022
REDUÇÃO DE 4%
EM RELAÇÃO A 2021
MAIORES MUNICÍPIOS
ESPÉCIES MAIS
PRODUTORES
PRODUZIDAS
RANKING MUNICÍPIO
1º ARIQUEMES
2º CUJUBIM
3º CACAULÂNDIA
57.200 t
4º ALTA FLORESTA D'OESTE

5º PORTO VELHO
0t
0t
6º RIO CRESPO
7º PIMENTA BUENO
8º NOVA UNIÃO Tilápia Nativos Outros*
9º ALTO PARAÍSO
10º MACHADINHO D'OESTE
108 109
PRODUÇÃO POR ESTADOS RORAIMA
NA PORTA DE UM GRANDE
CLIENTE, O AMAZONAS
A conexão rodoviária direta com Manaus é uma vantagem
importante para a piscicultura do estado, que ainda pode ser mais
bem aproveitada com a superação de velhos fantasmas
A
localização geográfica da grandes projetos que atualmente
piscicultura de Roraima e têm maior poder de investimento e
a sua ligação asfáltica com garante o crescimento da atividade
a cidade de Manaus facilitam o es- no estado. Os pequenos produto-
coamento da produção para a ca- res dependem de políticas gover-
pital amazonense. Dessa maneira, namentais, que na sua maioria são PRODUÇÃO DA
o estado compõe com Rondônia a
dupla dos principais fornecedores
ineficazes para este tipo de negócio.
O problema crônico de regulariza-
de tambaqui para aquele mercado. ção ambiental continua sendo um
Os rondonienses têm ainda uma fantasma que assombra pequenos
vantagem em função do tempo de e médio piscicultores. Tal cenário
viagem mais curto, o que permite a impacta diretamente na manuten-
entrega de um produto mais fresco, ção na atividade, mas principal-
com mais tempo para venda. mente no crescimento sustentável
A principal expansão ocorre em da piscicultura.
18.300 t
19.200 t
17.500 t
2020 2021 2022
CRESCIMENTO DE 4,9%
EM RELAÇÃO A 2021
MAIORES MUNICÍPIOS
ESPÉCIES MAIS
PRODUTORES
PRODUZIDAS
RANKING MUNICÍPIO
1º AMAJARI
2º ALTO ALEGRE
3º CANTÁ
19.200 t
4º BOA VISTA
5º MUCAJAÍ
0t
0t
6º CARACARAÍ
7º BONFIM
8º CAROEBE Tilápia Nativos Outros*
9º RORAINÓPOLIS
10º IRACEMA
110 111
PRODUÇÃO POR ESTADOS SANTA CATARINA
A URGÊNCIA DO
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Incompatibilidade entre iniciativas para fomentar a regulamentação
da cadeia e adesão dos produtores fazem o setor remar em círculos
A
piscicultura catarinense desse projeto está o fortalecimento
foi marcada por contrastes da Câmara Setorial da Piscicultura
no ano passado. Se por um do Conselho Estadual de Desen-
lado houve uma série de iniciativas volvimento Rural (Cederural).
para estimular o aprimoramento Tanto a adesão às licenças am-
e a expansão do setor, por outro bientais quanto outras questões
pesaram contra o impacto dos al- fundamentais para o setor podem PRODUÇÃO DA
tos custos de produção vindos de
2021, a falta de regularidade na
ser resolvidas, ou pelo menos ate-
nuadas, a partir da capacitação dos
oferta de pescados e a resistência piscicultores e da ampliação da as-
de parte dos piscicultores em botar sistência técnica.
em dia o licenciamento ambiental Ao aprimorarem o processo de cul-
de seu negócio. tivo e compreenderem a importân-
É para estabelecer o equilíbrio des- cia da segurança judicial para seu
sas questões que teve início a estru- negócio, os piscicultores poderão
turação do Plano Estratégico para manter a regularidade de produ-
54.300 t
53.600 t
51.700 t
o Desenvolvimento da Piscicultura ção e favorecer a sazonalidade de
de Santa Catarina nos próximos 10 oferta e demanda de peixes. Além
anos. A iniciativa coordenada pela de acelerar a profissionalização da
Epagri tem como pilares as áreas de base, otimizar a gestão de custos e
Governança, Tecnologia, Recursos aumentar os níveis de rentabilida- 2020 2021 2022
Ambientais, Mercado e Cadeia de, ainda será possível agregar valor
Produtiva. Entre as prioridades à toda a cadeia.
CRESCIMENTO DE 1,3%
EM RELAÇÃO A 2021
MAIORES MUNICÍPIOS
ESPÉCIES MAIS
PRODUTORES
PRODUZIDAS
RANKING MUNICÍPIO
1º ARMAZÉM
2º MASSARANDUBA
3º RIO FORTUNA
42.500 t
8.600 t
4º SÃO MARTINHO
3.200 t
5º GRÃO-PARÁ
6º SCHROEDER
7º BRAÇO DO NORTE
8º JOINVILLE Tilápia Nativos Outros*
9º BLUMENAU
10º AGROLÂNDIA
112 113
PRODUÇÃO POR ESTADOS SÃO PAULO
OTIMISMO E DESAFIOS NO
HORIZONTE PAULISTA
O maior mercado consumidor de peixes de cultivo pode ter também a
maior piscicultura
E
m termos de avanço tec- desperdiçar tais qualidades.
nológico e de mercado, é O sistema de licenciamento am-
grande a aposta no evento biental necessita ser revisto urgen-
Aquishow Brasil, que retomou sua temente, pois tem inibido novos
versão presencial no ano passado, investidores em função de normas
na cidade de São José do Rio Preto. e procedimentos que proporcio-
E a piscicultura de São Paulo pre- nam insegurança jurídica. PRODUÇÃO DA
cisa avançar, ampliando a imple-
mentação de modelos de negócios,
Atualmente apenas a capacidade de
produção em lagos de hidrelétricas,
como já ocorre no Paraná, com sis- seja de domínio do estado ou da
tema de cultivo de tilápia integrado União, soma mais de 854 mil tone-
a outras cadeias de proteína animal. ladas já determinadas em portaria
Esse modelo incorpora o pequeno da Agencia Nacional das Águas
piscicultor ao sistema produtivo. (ANA), sendo assim já é momen-
Além do significativo potencial to de o governo paulista trabalhar
agropecuário, o estado conta com para sanar os principais gargalos
83.400 t
74.600 t
81.640 t
um mercado consumidor expo- que impactam a atividade e são de
nencial e qualificado, e não deve responsabilidade do estado.
2020 2021 2022
CRESCIMENTO DE 2,1%
EM RELAÇÃO A 2021
MAIORES MUNICÍPIOS
ESPÉCIES MAIS
PRODUTORES
PRODUZIDAS
RANKING MUNICÍPIO
1º SANTA FÉ DO SUL
2º RIFAINA
3º SANTA CLARA D'OESTE
77.300 t
4.900 t
4º SUD MENNUCCI
1.200 t
5º RUBINÉIA
6º ZACARIAS
7º PANORAMA
8º FARTURA Tilápia Nativos Outros*
9º AREALVA
10º CACONDE
114 115
PRODUÇÃO POR ESTADOS SERGIPE
PRIORIDADE É TER
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
Estado tem potencial para avançar no cultivo de peixes e
oportunidade para geração de novos negócios, mas ainda esbarra
na insegurança jurídica
U
ma das principais con- A questão ambiental da região
quistas da piscicultura continua sendo um entrave impor-
sergipana em 2022 foi a tante para o aumento do cultivo de
criação do Núcleo de Pescados na peixes. Há expectativa de as coisas
Secretaria de Estado da Agricultu- mudem a partir deste ano, com a
ra, do Desenvolvimento Agrário e criação de uma regulamentação PRODUÇÃO DA
da Pesca (Seagri).
Entre os desafios enfrentados pela
para o estado.
A insegurança jurídica ambiental
atividade estão o beneficiamento e da piscicultura permeia a maioria
a certificação, levando-se em conta dos estados brasileiros, provocando
que não houve qualquer mudança a estagnação da atividade e, princi-
na legislação. É fundamental resol- palmente, a perda da esperança por
ver essas questões para aumentar parte dos produtores. Sem licencia-
a produção, que atende na maior mento ambiental não há recursos
parte o consumo interno. O culti- do Plano Safra ou de qualquer ins-
4.600 t
3.800 t
vo de pescado se dá principalmente tituição financeira, ficando o setor
4.100 t
no baixo São Francisco e em alguns à mercê de favores do governo lo-
polos na região sul, onde se vê ex- cal, dependência que até hoje não
pansão considerável. gerou bons negócios no Brasil.
2020 2021 2022
REDUÇÃO DE 10,8%
EM RELAÇÃO A 2021
MAIORES MUNICÍPIOS
ESPÉCIES MAIS
PRODUTORES
PRODUZIDAS
RANKING MUNICÍPIO
1º PROPRIÁ
2º TELHA
3º JAPOATÃ
4º NEÓPOLIS
1.200 t
2.100 t
800 t
5º GARARU
6º CEDRO DE SÃO JOÃO
7º SIRIRI
8º SANTA LUZIA DO ITANHY Tilápia Nativos Outros*
9º PIRAMBU
10º JAPARATUBA
116 117
PRODUÇÃO POR ESTADOS TOCANTINS
ORGANIZAÇÃO SUSTENTA
EXPANSÃO CONSTANTE
Com a cadeia produtiva de peixes nativos bem consolidada e a de
tilápia indo no mesmo caminho, piscicultura tocantinense promete
crescer bem mais em 2023
O
desenvolvimento da pis- proporção, a partir de ações de fo-
cicultura em Tocantins mento e políticas públicas.
comprova como a segu- Atualmente existe uma rede de fri-
rança jurídica é imprescindível à goríficos de peixes nativos, em sua
expansão da atividade. O estado maioria desativados ou com baixo
encontra-se bem amparado em nível operacional, situação causada PRODUÇÃO DA
relação ao licenciamento ambien-
tal e tem apoio da legislação para
pela pouca oferta de peixes e, princi-
palmente, pela competição no mer-
desburocratizar o processo para pe- cado local com peixes não inspecio-
quenos produtores. Tal segurança nados. Este é ainda um importante
beneficiou, inclusive, a produção ponto a ser sanado pela vigilância
de tilápias em tanques-rede nos re- sanitária e pela defesa agropecuária
servatórios da União. para que o estado possa se industria-
Exatamente por conta desse cená- lizar de forma sustentável.
rio e da chegada de novos investi- Tocantins é um tradicional grande
14.804 t
16.250 t
17.350 t
mentos ao estado, é que se espera produtor de forma jovens, inicial-
o crescimento desse modelo de mente de peixes nativos e atual-
piscicultura em 2023. Também há mente de tilápia, e hoje abriga o
perspectivas de expansão com es- maior centro de melhoramento
pécies nativas, ainda que em menor genético de tilápia do Brasil. 2020 2021 2022
CRESCIMENTO DE 6,7%
EM RELAÇÃO A 2021
MAIORES MUNICÍPIOS
ESPÉCIES MAIS
PRODUTORES
PRODUZIDAS
RANKING MUNICÍPIO
1º ALMAS
2º SÍTIO NOVO DO TOCANTINS
3º DIANÓPOLIS
16.600 t
4º PORTO NACIONAL
750 t
5º MAURILÂNDIA DO TOCANTINS
0t
6º SÃO MIGUEL DO TOCANTINS

7º ITAGUATINS
8º IPUEIRAS Tilápia Nativos Outros*
9º BREJINHO DE NAZARÉ
10º GUARAÍ
118 119
COMA MAIS PEIXE COMUNICAÇÃO
PRATO CHEIO EM 2022 PEIXE BR NA IMPRENSA E NAS MÍDIAS SOCIAIS

A campanha Coma Mais Peixe, que valoriza o consumo de peixes de cultivo, realizou ações em várias frentes, reforçando as Entidade foi tema de 75 notícias por mês na imprensa brasileira. As mídias sociais atingiram mais de 10 milhões de pessoas
qualidades do alimento, sem esquecer as ações sociais
P
or dia pelo menos dois veículos de comunicação do Brasil Brasil, Aquaculture Brazil e Panorama da Aquicultura), portais de
E
m seu quinto ano de realização, a campanha Coma Mais Peixe Foram várias ações, em 2022. Destaque para o reforço dos bene- divulgaram notícias da Associação Brasileira da Piscicultu- notícias, influenciadores digitais e outras publicações impressas,
contabilizou em 2022 uma série de iniciativas que contribuem fícios dos peixes de cultivo para a saúde, divulgações semanais de ra (Peixe BR), em 2022. No total do ano, foram 900 no- digitais e eletrônicas. O presidente executivo da Peixe BR, Fran-
para o aumento do consumo de peixes de cultivo no País. Con- receitas, doação de tilápia para diversas instituições de caridade, tícias na imprensa. Um resultado excelente, que contribui para cisco Medeiros, deu 80 entrevistas para diversos veículos ao longo
sumo esse que ainda é baixo. Segundo a Associação Brasileira da Pisci- além de iniciativas especiais, como degustação em eventos, livro projetar a entidade ainda mais, destacando suas causas e lutas em de 2022.
cultura (Peixe BR), o brasileiro come cerca de 10 kg de pescado por ano. de receitas e parcerias com chefs. prol da cadeia produtiva dos peixes de cultivo. As mídias sociais da Peixe BR também tiveram ótimo desempe-
Porém, o consumo de peixes de cultivo – espécies criadas com boas prá- Para divulgar ainda melhor todas essas ações, foi realizado um in- Foram divulgações de alto impacto, como o jornal Valor Econô- nho em termos de audiência. No total, foram impactadas mais de
ticas em ambientes seguros, com alimentação balanceada e controle sa- tenso trabalho nas mídias sociais e divulgação na imprensa. No mico e as revistas Forbes, Globo Rural, Dinheiro Rural e Feed&- 10 milhões pessoas somente no ambiente digital – especialmente
nitário –, como tilápia, tambaqui e outros, está em torno de 5 kg/hab/ total, foram 235 notícias da Coma Mais Peixe nos veículos de Food, assim como a mídia especializada em piscicultura (Seafood no Instagram, Facebook e LinkedIn.
ano. “É pouco. A piscicultura brasileira é uma atividade profissional que comunicação de todo o País. No ambiente digital, a campanha
está em rápido desenvolvimento. A campanha tem importante papel impactou mais de 5 milhões de pessoas. No total (Imprensa + Di-
para a população conhecer melhor nossos peixes criados em cativeiro”, gital), cerca de 30 milhões de brasileiros tomaram conhecimento
diz o presidente-executivo da Peixe BR, Francisco Medeiros. dessa campanha da Peixe BR.
IMPRENSA D I G I TA L
IMPRENSA D I G I TA L
900 17.400
divulgações seguidores
235 5 milhões
divulgações de pessoas 75 3.100
média mensal novos seguidores
120 121
EVENTOS
PEIXE BR NOS PRINCIPAIS

ENCONTROS DA PISCICULTURA
Aquishow, SIAVS, IFC, Seafood Show e Seafood North America. A Peixe BR participou ativamente dos principais eventos da
cadeia do pescado, em 2022, inclusive internacionalmente
A
Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR) tem cos e regionais, a Peixe BR participou, com estande, dos três
como premissa estar ao lado da cadeia da produção de mais importantes eventos nacionais de pescado e do mais im-
peixes de cultivo. Isso vale em termos de defesa das de- portante das cadeias de aves e suínos. São eles: Aquishow, SIA-
mandas da atividade, assim como em diversas outras iniciativas VS (Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura), IFC
– como a participação em eventos relevantes. (International Fish Congress & Fish Expo Brasil) e Seafood
Além de dezenas de simpósios, encontros e workshops técni- Show Latin America.
AQUISHOW SEAFOOD SHOW
IFC S I AV S
SEAFOOD EUA WORKSHOP UNESP
122 123
ATIVIDADES DA PEIXE BR EM 2022
JANEIRO 2022 NOVO MEMBRO Também marcaram presença associadas, com o presidente do Idaron (Agência De AGOSTO 2022 CESSÃO DE ÁGUAS
como C.Vale, MSD, Zoetis e Hipra. Na Defesa Sanitária de Rondônia), Dr. Júlio
CRÉDITO PARA A DA COMISSÃO DE foto, Francisco está com Hideyoshi Sego- César Peres, para discutir a defesa sani- PEIXES EM EVENTO DA UNIÃO
PISCICULTURA AQUICULTURA via-Uno, gerente geral da Spring Genetics. tária aquícola no estado. Rondônia tem
um dos mais modernos sistemas de con- DE AVES E SUÍNOS
DA CNA trole para emissão do GTA e cadastro dos
PEIXE BR NO CEAGRO
A Peixe BR esteve presente no lançamento de
Linhas de Crédito para Aquicultura e Pesca, Francisco Hidalgo produtores. Participaram o presidente da
voltada a pescadores artesanais enquadrados Farina, presidente A Peixe BR tornou-se integrante do Ce- entidade, Francisco Medeiros, o coorde-
no Programa Nacional de Fortalecimento da da Associação de agro, Conselho da Confederação Nacio- nador técnico, Walter Oliveira Cartaxo, o
Agricultura Familiar (Pronaf ), iniciativa da Criadores de Peixes nal da Indústria (CNI) que avalia, dis- gerente de defesa sanitária animal, Fabia-
Caixa Econômica Federal, coordenada pelo do Estado de Ron- cute e delibera sobre temas importantes no Alexandre dos Santos e o coordenador
então Ministério da da Agricultura, Pecuária dônia (Acripar), associada da Peixe BR, do agronegócio. O presidente-executivo do Programa Estadual de sanidade de ani- A Peixe BR participou de reunião com
e Abastecimento (Mapa). passou à presidência da comissão nacional da entidade, Francisco Medeiros, é con- mais aquáticos de Rondônia (PESAA/ Com a proposta de fortalecer a piscicul- a coordenadora de Águas da União do
da aquicultura da CNA. selheiro efetivo da entidade no órgão. Idaron), Erico Azevedo Secundino. tura como um todo e destacar o sabor dos MAPA/SAP, Juliana Lopes. O objetivo
O Ceagro conta com representantes da peixes de cultivo, a Associação Brasileira foi discutir os trâmites relativos à cessão de
FEVEREIRO 2022 CNI, das federações estaduais da indús- da Piscicultura (Peixe BR) participou
ABRIL 2022 tria e da agroindústria nacional. SANIDADE EM do Salão Internacional de Avicultura e
águas da União.
BRASIL-NORUEGA DESTAQUE Suinocultura (SIAVS), entre os dias 9 e

PRESENÇA NA 11 de agosto. O evento é realizado pela REUNIÃO SOBRE
Promovendo conhecimento e informa-
REUNIÃO NA
ção sobre o mercado aquícola, a Peixe BR AQUISHOW Associação Brasileira de Proteína Animal
MEIO AMBIENTE
apoiou o 5º Norwegian Brazilian Aquacul-
A Associação Brasileira da Piscicultura
CENARGEN (ABPA), entidade da qual a Peixe BR é
O presidente da Peixe BR, Francisco Me-
ture Summit, no Rio de Janeiro (RJ), reali- associada desde 2021. Destaque à partici-
(Peixe BR) marcou presença no evento pação da campanha Coma Mais Peixe, que deiros, encontrou-se com a secretária de
zado pelo Consulado-Geral da Noruega e
com seu Comitê de Sanidade, formado fortalece o consumo de peixes de cultivo biodiversidade do Ministério do Meio
a Embaixada da Noruega, juntamente com
por especialistas no assunto e associados, no país. Foi realizada degustação de tilápia Ambiente, Beatriz Palatinus Milliet, para
a Innovation Norway. O encontro envol-
que realizou o workshop “Boas práticas e tambaqui em pratos preparados pela chef conversar sobre a minuta de alteração
veu ciclo de palestras sobre temas atuais e
em Biosseguridade: pilar para nova reali- Marcelle Tittz (@alokadofogao), como da portaria Ibama 145/98. Naquele mo-
pertinentes ao mercado aquícola brasilei-
dade da aquicultura” com palestras sobre A Peixe BR participou do XII Workshop filé e tiras de tilápia, costelinha de tamba- mento, o Ibama estava na terceira versão
ro. Durante o bloco “Oportunidades e de-
as principais tendências e desafios da ati- Internacional de Sanidade em Piscicultu- qui e kibe de peixe. Essa ação é patrocinada da minuta. As outras duas foram rejeita-
safios brasileiros do setor de aquicultura”, o
vidade. “A sanidade é um assunto que não ra, em Jaboticabal (SP), com o tema “O pelas empresas Brazilian Fish, BTJ, C.Vale, das pelo setor, mas a insegurança jurídica
presidente-executivo da Peixe BR, Francis-
pode ficar de lado no nosso mercado. Ela O presidente da Peixe BR, Francisco Me- Impacto de Novas Doenças na Produ- Copacol, Rondo Fish, San Vet e Suiaves. ainda persiste.
co Medeiros, apresentou as principais de-
impacta todo o negócio, em cada etapa da deiros, participou de reunião na Embrapa ção de Peixes: Estratégias de prevenção e O presidente executivo da Peixe BR parti- O segmento luta por um documento que
mandas da atividade. “A indústria da No-
cadeia. Muito tem sido estudado e feito Recursos Genéticos e Biotecnologia (Ce- Erradicação”. O presidente da Peixe BR, cipou do painel SIAVS Multiproteínas ao proporcione segurança jurídica e melho-
ruega voltada para a aquicultura é a mais
para que a nossa credibilidade seja reco- nargen), em Brasília (DF), com a chefe da Francisco Medeiros, falou sobre o status lado de representantes de outras cadeias rias da competitividade.
desenvolvida tecnologicamente no mundo
nhecida nos mercados interno e externo. unidade Dra. Cleria Inglis e o pesquisador atual da piscicultura no Brasil, focando, para debater o tema “O futuro da proteína
– as principais empresas do setor estão lá.
Como entidade representativa do setor, é Dr. Alexandre Caetano. Entre os temas além das questões sanitárias, os mode- animal: perspectivas globais de produção e
Logo, nós temos que buscar sempre estrei-
tar relações e contribuir com eventos desse
importante trazer profissionais que com- tratados, destaque para os trabalhos em an- los de negócios que temos hoje, desafios comércio para a década de 2020”. Na foto, PROXIMIDADE COM
partilhem informação e conhecimento e principalmente as oportunidades que
tipo”, destaca Medeiros.
técnico sobre os gargalos sanitários e,
damento com piscicultura e futuros proje-
tos. A Cenargen tem como missão “viabili- existem no setor. Participaram ainda em-
visita dos diretores da ABPA ao estande da
Peixe BR. Luis Rua, Marcelo Osorio, José BRASÍLIA
claro, o que tem sido feito para minimizar soluções de pesquisa, desenvolvimento presas associadas da Peixe BR. Perboyre e o presidente Ricardo Santin de-
MARÇO 2022 zar os impactos e prejuízos no bolso do e inovação em recursos genéticos para a gustaram pratos de tilápia e tambaqui.
piscicultor”, destaca Francisco Medeiros, sustentabilidade da agricultura brasileira".
BRASIL-PARAGUAI presidente-executivo da Peixe BR. Medeiros participou ainda de uma reunião REUNIÃO DO DEAGRO
com a chefe da Seção de Sanidade de Mo- SETEMBRO 2022
luscos, Winnie Brum, o chefe da Divisão
JUNHO 2022 de Sanidade de Peixes, André Carneiro, e o PARCERIA COM A
PEIXE BR NA Coordenador de Animais Aquáticos, Bru- EMBRAPA
no Meireles Leite. Todos parte da equipe
COLÔMBIA de sanidade de animais aquáticos do Mi-
nistério da Agricultura e Pecuária.
O evento, realizado pelo Ministério da
Agricultura e Pecuária e o Ministério das
Relações Exteriores, no Palácio do Itama- JULHO 2022 O presidente da Peixe BR, Francisco Me- O presidente da Peixe BR, Francisco
raty, reuniu autoridades dos dois países, deiros, participou da Reunião Plenária Medeiros, participou de reunião com o
especialistas e produtores. A Peixe BR par- VISITA AO IDARON da Divisão da Cadeia Produtiva da Pesca então secretário da SAP/MAPA, Jairo
ticipou do evento e foi representada pelo e da Aquicultura do Deagro, na FIESP. Jund. Ambos discutiram diversas ques-
diretor, professor Ricardo Pereira Ribeiro. Também estiveram no encontro redes tões, como a promoção dos produtos
A discussão levantou pontos importantes varejistas e indústrias do pescado, assim da piscicultura e a atualização de ações
sobre a possibilidade de liberação e criação como o secretário de Aquicultura e Pesca O presidente da Peixe BR, Francisco Me- para retorno das exportações para União
de tilápias no Lago de Itaipu. Francisco O presidente da Peixe BR, Francisco Me- do Ministério da Agricultura e Pecuária, deiros, participou de reunião com o pre- Europeia e países que adotam o mesmo
Medeiros, presidente-executivo da Peixe deiros, falou sobre a piscicultura brasi- Jairo Jund, e o diretor do Comitê da Ca- sidente da Embrapa, Celso Moretti. Na regime sanitário. Na ocasião, foi solici-
BR, disse que “a entidade trabalha para leira e a organização da entidade durante deia Produtiva da Pesca e da Aquicultura ocasião, foram reiterados os benefícios tado também que antes da publicação
que o marco regulatório ambiental para evento realizado pela Spring Genetics, em da Federação das Indústrias do Estado de para o setor e a parceria entre a Embrapa do Plano Nacional de Desenvolvimento
a produção de peixes de cultivo no Brasil Cartagena (Colômbia). Participaram do A Peixe BR, acompanhada de frigorífi- São Paulo (Compesca/FIESP), Roberto e a Peixe BR. A reunião também contou da Aquicultura (PNDA) seja realizado
seja amplo, promovendo oportunidades a encontro diversos produtores e impor- cos associados de Rondônia (Zaltana, Imai. A reunião teve apoio da Seafood com a participação da empresa Lakes Fish debate junto ao setor produtivo para os
todos os brasileiros, em todas as regiões”. tantes indústrias de tilápia das Américas. Pescado do Vale e Rondofish), reuniu-se Show Latin America. e do diretor da ABPA, Marcelo Osório. ajustes necessários.
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ATIVIDADES DA PEIXE BR EM 2023
OUTUBRO 2022 NOVEMBRO 2022 O presidente da Peixe BR, Francisco Me-

deiros, esteve em Brasília para participar
PARTICIPAÇÃO EM EXPANSÃO DO de reunião com a senadora Katia Abreu,
o coordenador do Grupo de Trabalho
GRANDE ESTILO DO INDICADOR DE da Agricultura, Pecuária e Abastecimen-
IFC 2022 PREÇOS DA TILÁPIA to – que se tornaria o novo Ministro da
Agricultura e Pecuária – senador Carlos
Morada Nova (MG) tornou-se a quarta Favaro, a equipe do GT e os presidentes
importante região de piscicultura do país de entidades nacionais de proteínas ani-
para coleta semanal de dados de mercado mais (Ricardo Santin, da ABPA, e An-
para o “Indicador de Preços de Tilápia”, tônio Comardelli, da ABIEC). Durante
ferramenta de informação criada pela As- a reunião, foram abordados os principais
sociação Brasileira de Piscicultura (Peixe pontos de atenção relacionados à ativida-
BR), realizada pelo Centro de Estudos de, além das ações transversais das proteí-
Avançados em Economia Aplicada (Ce- nas de origem animal.
pea-Esalq/USP) e patrocinada por diver-
sas empresas. O Indicador chega a Mo-
A Peixe BR recebeu o então Ministro da rada Nova com apoio da cooperativa de DEZEMBRO 2022
Agricultura, Pecuária e Abastecimento crédito Sicoop Aracoop e da Associação
(MAPA) Marcos Montes no Internacio-
nal Fish Congress & Fish Expo Brasil
de Aquicultores de Minas Gerais (Peixe APROVAÇÃO DA LEI
MG), seguindo o objetivo principal da
(IFC), em Foz do Iguaçu. O estande da Peixe BR de “ampliar o rastreio do valor DO AUTOCONTROLE
entidade também foi visitado pelo pre- de mercado da tilápia em diversas regiões
sidente da Embrapa Celso Moretti, o do país, de forma independente e confi-
então secretário de Aquicultura e Pesca ável, fortalecendo os negócios entre os
Jairo Gund e o presidente do IFC Alte- diversos agentes da cadeia produtiva”. O
mir Gregolin, entre outras autoridades. Indicador de Preços da Tilápia conta com
A diretoria da Peixe BR também marcou apoio institucional de Adisseo, AquaGe-
presença, com o presidente do Conselho netics, Bom Futuro, Brazilian Fish, BTJ
de Administração Valdemir Paulino dos Foods, C.Vale, Cristalina, Damata, Fider,
Santos, o ex-presidente do Conselho Ri- Fisher, GeneSeas, Guabi, JobNutrire,
cardo Neukirchner e o presidente-execu- MSD, Phibro, PuroPeixe, Riviera, Sicoop O Senado Federal aprovou e depois o
tivo Francisco Medeiros. Aracoop e Tilabras. presidente da República sancionou a lei
que trata do autocontrole das empresas
SEAFOOD SHOW, PLANEJAMENTO DA
dos vários segmentos do agronegócio,
inclusive a piscicultura. A nova legislação
EM SÃO PAULO PEIXE MG tem como proposta modernizar o sistema
de inspeção de acordo com parâmetros
aceitos internacionalmente, com base na
ciência e na análise de riscos. A Associa-
ção Brasileira da Piscicultura (Peixe BR)
entende que a lei agilizará os processos
de análise de riscos, desburocratizando
vários pontos. Ao mesmo tempo, traz a
O presidente da Peixe BR, Francisco responsabilidade pela inspeção para as
Medeiros, participou da cerimônia de empresas, que devem garantir que seus
abertura da Seafood Show Latin America O presidente da Peixe BR, Francisco produtos e serviços “atendam aos requi-
2022, em São Paulo. O evento tem como Medeiros, participou de reunião de pla- sitos de inocuidade, de identidade, de
proposta consolidar e fomentar a cadeia nejamento estratégico com Jorge Vieira, qualidade e de segurança estabelecidos na
produtiva de pescado no Brasil, além de Leonardo Romano, João Mauro e Maria legislação relativa à defesa agropecuária”.
possibilitar negócios e networking nesse Elisa, que compõem a diretoria da Peixe Estados Unidos, União Europeia e outros
mercado que cresce acima da média das MG. Participou também Frederico Oza- grandes produtores de alimentos aceitam
demais proteínas animais. Também par- nam, por parte da Secretaria de Agricul- e utilizam o autocontrole.
ticiparam da cerimônia o então secretário tura do estado de Minas Gerais.
de Aquicultura e Pesca do Ministério de
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, PANGA APROVADO
Jairo Gund; Fernando Ruas e Jamil Abda- CONEXÃO COM O GT EM MATO GROSSO
la, da Francal; o presidente da Associação
Brasileira das Indústrias de Pescados (Abi- DA TRANSIÇÃO O governador de Mato Grosso, Mauro
pesca) e da Câmara de Produção e Indus- Mendes, assinou no dia 30 de novembro
tria de Pescado do Mapa, Eduardo Lobo; o de 2022 a Lei 11.930, que autoriza o cul-
CEO da Seafood Brasil, Ricardo Torres; o tivo da espécie exótica Pangasius Hipo-
então diretor da secretaria de Aquicultura phtalmus, conhecido por pangasius ou
e Pesca, Mauricio Pessoa; o presidente do simplesmente panga, no estado. O panga
Sindicato da Indústria de Pesca do Esta- está cada vez mais presente no país, espe-
do e diretor DEAGRO/FIESP, Roberto cialmente na região Nordeste e agora no
Imai; e Ana Salles, da Abrasel. Centro-Oeste.
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ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2023
peixebr.com.br

Anuariopeixebr 2023

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ANUÁRIO 2023

Veículo oficial da Associação Brasileira da Piscicultura

REDAÇÃO COORDENAÇÃO GERAL

JÁ PRODUZIMOS 860 MIL WE HAVE ALREADY PRODUCED 860,000

COMITÊ DE SANIDADE COMITÊ DE TILÁPIA

PRODUTORES DE ENGORDA EMPRESAS DE RAÇÃO

PRODUTORES DE ALEVINOS E CASAS GENÉTICAS

EMPRESAS DE INSUMOS VETERINÁRIOS E NUTRIÇÃO

ENTIDADES DE CLASSE REGIONAIS

PISCICULTURA BRASILEIRA AGROINDÚSTRIAS COMA MAIS PEIXE

18 Pangasius pode se tornar um expoente nacional CRÉDITO

41 Peixe BR lidera projeto para integrar tambaqui e curimbatá

60 Os 426 processos de 2022

PISCICULTURA MUNDIAL MERCADO EXTERNO

28 China tem 32,3% do total de 42 Crescimento foi de 15%, com

PERSPECTIVAS ATIVIDADES DA PEIXE BR

34 Empresas estão otimista 124 Os destaques das ações

BRASIL ULTRAPASSA A MARCA DE 860 MIL

CULTIVO NÃO PARA DE CRESCER

ANO DE RETOMADA DA EXPANSÃO

UM PEIXE REPLETO DE VANTAGENS

PARANÁ MANTÉM A LIDERANÇA, AINDA COM

REGIÃO SUL PRODUZ UM TERÇO DOS PEIXES

5º Santa Catarina 54.300 t

7º Mato Grosso 42.800 t

2020 2021 2022 ESTADO 2020 2021 2022

1º 1º 1º PARANÁ 172.000 188.000 194.100

2º 2º 2º SÃO PAULO 74.600 81.640 83.400

3º 3º 3º RONDÔNIA 65.500 59.600 57.200

7º 5º 4º MINAS GERAIS 44.300 49.100 54.700

4º 4º 5º SANTA CATARINA 51.700 53.600 54.300

5º 6º 6º MARANHÃO 47.700 46.500 50.300

6º 7º 7º MATO GROSSO 46.800 42.600 42.800

8º 8º 8º MATO GROSSO DO SUL 32.390 37.400 34.450

9º 10º 9º BAHIA 30.270 31.250 34.000

12º 9º 10º PERNAMBUCO 27.275 31.930 31.960

10º 11º 11º GOIÁS 30.062 29.700 30.500

11º 12º 12º RIO GRANDE DO SUL 26.102 27.700 27.300

13º 13º 13º PARÁ 25.400 24.800 25.120

15º 15º 14º PIAUÍ 20.250 22.100 22.900

14º 14º 15º AMAZONAS 21.500 21.000 21.300

17º 17º 16º RORAIMA 17.500 18.300 19.200

16º 16º 17º ESPÍRITO SANTO 18.532 18.700 17.900

18º 18º 18º TOCANTINS 14.804 16.250 17.350

19º 19º 19º ALAGOAS 10.000 12.800 13.100

20º 20º 20º CEARÁ 5.500 6.500 6.860

22º 21º 21º SERGIPE 3.800 4.600 4.100

21º 22º 22º ACRE 4.060 3.740 3.860

24º 23º 23º RIO GRANDE DO NORTE 3.280 3.570 3.700

23º 24º 24º RIO DE JANEIRO 3.340 3.455 3.380

25º 25º 25º PARAÍBA 3.165 3.000 3.145

26º 26º 26º DISTRITO FEDERAL 2.060 2.050 2.150

27º 27º 27º AMAPÁ 1.040 1.120 1.280

TOTAL 802.930 841.005 860.355

ESTADO TILÁPIA NATIVOS OUTROS* TOTAL

TOTAL 550.060 267.060 43.235 860.355

OFERTA GLOBAL DE TILÁPIA CHEGA A

6,10 6,25 6,30 6,50

A 2020 2021 2022 2023

2,0 1,4 1,0 0,55

PANGASIUS SEGUE À FRENTE DO SALMÃO

2,60 2,70 2,80 3,00

2,60 2,50 2,60 2,90