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UNIVERSIDADE TIRANDENTES

EAD –Educação a Distância

Acadêmico
Vanessa Cordeiro de Siqueira

Curso Serviço Social – Semestre 2023/1


Teoria Pol Serv Social 2023/1 – SERV 0001-2231 003124 – 20230511-OL (UNIT/EAD)

PAS / RELATÓRIO
TEORIA POLÍTICA E SERVIÇO SOCIAL

A INTERVENÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO CRAS

Resumo

O presente relatório teve como objetivo principal expor a importância da intervenção do


assistente social no CRAS. O âmbito necessita da atuação deste profissional para relativização
da problemática social, controlar ou canalizar as discrepâncias emergentes e refletir, juntamente
com outros profissionais, novas estratégias da política pública. São esses profissionais que
trabalham com as mais diversas expressões da questão social, atuam diretamente auxiliando as
pessoas no alcance de sua cidadania, ajudando-as a resolver problemas ligados à educação,
habitação, segurança pública, emprego, saúde, entre tantos outros setores da nossa sociedade.

PALAVRAS-CHAVES: Teoria Política, Serviço Social, Cidadania.


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1. INTRODUÇÃO

A intervenção do Assistente Social, profissão inscrita na divisão social e técnica


do trabalho no contexto do Centro de Referência da Assistência Social, a partir da
experiência do trabalho em rede, conecta a uma reflexão sobre a Política de Assistência
Social em seu contexto histórico, como também, o lugar que o trabalho em rede tem
ocupado na efetivação dessa Política, a partir da prática dos assistentes sociais.
A direção democrática das políticas públicas, tem na atuação um dos seus
importantes instrumentos de concretização e manutenção, pois no nosso parecer é
através desta que surgem espaços para o crescimento, para o aprendizado que busca a
transformação da realidade social. Explana uma perspectiva, expressa um sentido
instrumental, assim como, uma proposta de ação, refletindo um modo social, em que as
partes que a compõem se encadeiam, contribuindo da sua forma, a partir de suas
atribuições e da sua capacidade de se conectar, construindo vínculos. Essas conexões
dizem respeito a uma cultura de funcionamento, repartições de papeis, troca de
informações, influências, conhecimento e disponibilidade. É a base real da intervenção
assistencial.

2. DESENVOLVIMENTO

O Serviço Social começou a ganhar espaço no Brasil por volta do final da década
de 1920 e início da década de 1930, diante de uma longa condição histórica
economicamente limitada e crises advindas dos setores político, social e religioso.
A “socialização” apresentada para o Brasil entre as décadas de 20 e 30 têm como
marco inicial a expansão do trabalho livre. Com o aumento da produção industrial e a
baixa na exportação de mercadorias agrícolas as pessoas se veem obrigadas a
abandonarem seus trabalhos no campo e migrarem para as cidades em busca de novas
formas para sua reprodução e sustento. Com a demanda de operários em crescimento
e a exploração a que esses trabalhadores eram submetidos, a miséria começa a se
apresentar de forma a chamar atenção da Igreja Católica.

Surge assim no Brasil, o movimento católico leigo, onde o Serviço


Social aparece como um departamento que fica sob os cuidados da
Ação Católica. “A Ação Católica era um movimento de colaboração
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dos leigos no apostolado da Igreja, visando desenvolver sua missão


de evangelização.” (LIMA, 1987, p. 33).

A Ação Católica era baseada na grande preocupação do clero com a


recristianização daqueles que se viam afastados dos costumes da Igreja, porém, muitos
apelos papais foram feitos para que a “questão social” fizesse parte das preocupações
dos cristãos com os outros sujeitos.
Grandes mudanças ainda precisam acontecer dentro do Serviço Social,
principalmente no que diz respeito à postura dos profissionais frente aos acontecimentos
dentro da classe e a luta dos mesmos para a melhoria, tanto do trabalho do assistente
social quanto a melhoria continuada das formas de atendimento aos usuários, em vista
de que é uma profissão dependente das mudanças ocorridas na realidade social e por
isso necessita frequentemente de atualização, contudo, não podemos deixar de observar
como o Serviço Social e suas legislações vêm se aprimorando e se aperfeiçoando
durante os anos.
O atual código de ética de 1993 foi elaborado após a constatação de que o antigo
código, homologado em 1986 sob resolução CFESS nº 195, apresentava insuficiências.
Este código representou as conquistas históricas tanto teóricas como práticas da classe
dos assistentes sociais e nele eram expressas a negação da base filosófica tradicional e
a afirmação de um novo perfil técnico, perfil este que compunha um profissional
capacitado tanto teórico, técnico, como politicamente. Não podemos deixar de expor que
o código de ética de 1986 foi de grande representatividade para a categoria já que ele
foi marco na virada histórica do Serviço Social, foi esta a primeira tentativa legal da
categoria em definir seus compromissos com a classe trabalhadora.
É preciso reconhecer a questão social como base de fundação e de
desenvolvimento da profissão, como expressão de desigualdade, resistência e resposta
regulatória.
A inserção dos profissionais de Serviço Social nesta diversidade de espaços e,
consequentemente, no atendimento das múltiplas demandas da população usuária dos
serviços sociais, remete discutir sobre a importância de uma intervenção qualificada num
contexto societário de intensas mudanças e sua relação permanente com princípios e
valores defendidos pelo projeto ético-político profissional.

O reconhecimento dessa diversidade de espaços sócio-


ocupacionais para o exercício profissional indica o trânsito entre
ações de natureza distintas, que vão desde o atendimento direto ao
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usuário, perpassando pelo planejamento, formulação e gestão das


políticas sociais (MIOTO, 2000 apud MIOTO; LIMA, 2009).

Assistentes sociais desenvolvem suas ações profissionais, seja na formulação ou


na execução das políticas sociais, em diversas áreas, como educação, saúde,
previdência e assistência social, habitação, trabalho e meio ambiente, entre outros,
movidos pela defesa e ampliação dos direitos dos cidadãos (IAMAMOTO, 2009).
A intervenção profissional do assistente social pode ser caracterizada pelo
atendimento às demandas e necessidades sociais de seus usuários, que podem produzir
resultados concretos, tanto nas dimensões materiais, quanto nas dimensões sociais,
políticas e culturais da vida da população, viabilizando seu acesso às políticas sociais
(YASBEK, 2009).
Como profissional inserido na divisão sóciotécnica do trabalho, o assistente social
é demandado a desenvolver ações como gestor e executor de políticas sociais,
programas, projetos, serviços, recursos e bens no âmbito das organizações públicas e
privadas, operando sob diversas perspectivas, como no planejamento e gestão social de
serviços e políticas sociais, na prestação de serviços e na ação socioeducativa
(YASBEK, 2009).
Diante do exposto, infere-se que a implantação do serviço social, no CRAS no
trouxe um enorme avanço tanto para a implementação dos princípios e diretrizes, como
para a afirmação e expansão desta política que agora passa a ser implementada em
unidades próprias, com atribuições definidas e reguladas e cujo espaço passa a se
constituir em referência às famílias vulneráveis no campo da Assistência Social.

3. CONCLUSÃO

É notório que a demanda já citada indica que os profissionais precisam também


do âmbito da Proteção Social Básica. No entanto, este processo não é tratado como
primeira possibilidade da intervenção profissional, uma vez que os profissionais vinculam
parte de suas ações neste espaço como burocráticas ou fora do seu âmbito de
conhecimento/competência e outra parte deveria estar vinculada ao atendimento direto
das demandas dos usuários do serviço.
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REFERÊNCIAS

IAMAMOTO, M. V. O trabalho do assistente social frente às mudanças do padrão


de acumulação e de regulação social. In: Capacitação em Serviço Social e Política
Social. Módulo 1: Crise contemporânea, questão social e Serviço Social. Brasília:
CEAD, 1999. p. 112-128.

_____. O Serviço Social na cena contemporânea. In: Serviço Social: Direitos sociais
e competências profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009. p. 15-50.

YASBEK, M. C. O significado sócio-histórico da profissão. In: Serviço Social:


direitos sociais e competências profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009, p. 125-
142.

_____. A assistência social na prática profissional: história e perspectivas.


Serviço Social e Sociedade, São Paulo, Cortez, n. 85, p. 123-132, 2006.

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