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UNIARAGUAIA

Direito Processual Penal I


2023/1
Prof. Me. Eduardo Martins de Camargo
CONTEÚDO 11:

COMPETÊNCIA (Arts. 69 – 91 CPP)

Para se falar de competência, tem-se que falar sobre jurisdição.


Jurisdição é o poder do Estado, representado pela figura do (a) magistrado (a), de
aplicar o Direito ao caso concreto posto em julgamento, objetivando solucionar um conflito
social.
Embora todos (as) os (as) juízes (ízas) exerçam jurisdição (ou seja, desempenhem
função típica do Poder Judiciário de julgar um caso concreto) o Estado a delimita, de modo
que a porção do poder jurisdicional que cada órgão jurisdicional exerce é chamada de
competência.
Ou seja, competência é a delimitação da jurisdição do (a) juiz (íza).

 Espécies de competência

A) Em razão da matéria
Justiça militar, eleitoral, trabalhista, federal e estadual.
B) Em razão da função ou pessoa
Delimita-se a competência de acordo com a função que a pessoa exerce.
C) Competência em razão do local
É a análise de qual território será competente para julgar o delito.
D) Competência funcional
É competência fixada por lei entre os diversos juízes de uma mesma instância ou de
instâncias distintas.
 Competência absoluta e competência relativa (?)

É absoluta a hipótese de competência que não admite prorrogação, ou seja, deverá o


processo ser remetido ao juiz natural determinado por normas constitucionais ou legais, sob
pena de nulidade. São casos de competência em razão da matéria, da função (ou pessoa) e a
competência funcional.
É relativa a hipótese de competência que admite prorrogação, ou seja, se não
invocada a tempo a incompetência relativa, reputar-se-á competente o juízo que está
conduzindo o feito, não se admitindo, depois, nenhuma alegação de nulidade. São os casos de
competência em razão do local, por distribuição, por prevenção, por conexão ou continência.

 Critérios que determinarão a competência jurisdicional


- Art. 69 CPP.

- Perguntas para se analisar qual é o órgão jurisdicional competente:


1 – É o caso de competência da justiça brasileira?
2 – Há competência de algum tribunal de sobreposição (STF ou STJ) ou algum órgão (como o
Senado Federal em infração política)?
3 – É da justiça especial (eleitoral ou militar) ou comum (estadual ou federal)?
4 – É o caso de competência originária, como do TJ ou TRF, ou do juízo de 1º grau?
5 – Se de 1º grau, qual é o foro (comarca e/ou seção/subseção)?
6 – A lei de organização judiciária traz alguma vara (unidade) especializada?

 Súmula Vinculante n. 45
A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por
prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição
Estadual.
(vide CF/88 art. 5º, XXXVIII; e art. 96, III).

 Conexão e continência
A conexão e a continência não são causas de fixação da competência, mas sim,
motivos que determinam a sua alteração, atraindo a um certo juízo o crime que
seria de outro que, por motivo de economia processual, segurança e unidade de
julgamento, haverá a reunião, em um só processo, de mais de uma infração penal.
- Conexão
Exige pluralidade de crimes praticados, que serão, então, julgados pelo mesmo
órgão jurisdicional. São infrações ligadas entre si.
- Continência
Haverá unidade de fato, ou seja, vários agentes praticam uma infração ou várias
infrações são cometidas por um agente.

* Atividade 18. Ler o CPP, artigos 69 ao 91.

(Imagem mostra a deusa da Justiça e, ao fundo, o prédio sede do Supremo Tribunal Federal.)

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