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Entre Capas e Capistas Um Olhar Sobre A Prática Do Design de Capas de Livros - Nathalia Barone Lima
Entre Capas e Capistas Um Olhar Sobre A Prática Do Design de Capas de Livros - Nathalia Barone Lima
Rio de Janeiro
2017
NATHALIA BARONE LIMA
Rio de Janeiro
2017
2
3
Banca Examinadora
Rio de Janeiro
2017
4
AGRADECIMENTOS
Ao olhar para o início dessa jornada e fazer um balanço desses últimos dois
anos, chego à conclusão que o meu maior ganho foram as pessoas que conheci,
reencontrei e com as quais dividi essa caminhada. Graças a eles, volto a ser uma
pessoa mais otimista e resiliente.
À minha mãe pelo exemplo de força. Ao meu pai por ter me dado a palavra
“intensa” de presente. De fato, vivi e aproveitei essa experiência com toda a
intensidade e dedicação. À minha madrasta, Estefânia, pelos conselhos sobre as
relações acadêmicas. Aos meus irmãos Ricardinho, Júlia e Daniel por me darem o
amor mais puro dos irmãos mais novos. À minha irmã Biah por nunca passar a mão
na minha cabeça e sempre me lembrar da força que existe dentro e mim.
À minha amiga e revisora Juliana que fez sua mágica e transformou a leitura
dessa pesquisa mais prazerosa. E a todos os outros revisores que me ajudaram em
algum momento desse processo: Daniel, Giuliana, Alice, Marcela, Thalita.
Aos membros da banca de avaliação: Prof. Dr. Marcus Dohmann e Prof.a Dr.a
Isabella Perrota.
À Maria Cristina Jeronimo e Elmo Rosa por serem tão generosos no auxílio
do recrutamento dos entrevistados.
RESUMO
ABSTRACT
The present work seeks to understand the creative process of the Brazilian cover art
designer who are active in the market today, as well as to map where and how they
are inserted in the book production chain. Data collection was done by qualitative
research through semi-structured individual video interviews. The results' analysis
indicated points where these professionals can improve their relationship with the
publishers and points where new cover art designer can use as examples of
practices to achieve good results. As a consequence a product has been developed
which is a book with the transcribed interviews.
LISTA DE FIGURAS
SUMÁRIO
1- INTRODUÇÃO __________________________________________________________ 14
1.1- Delimitação do tema ___________________________________________________________________________________ 15
1.2- Problema _________________________________________________________________________________________________ 15
1.3- Hipótese _________________________________________________________________________________________________ 16
1.4- Justificativas ____________________________________________________________________________________________ 16
1.5- Objetivos ________________________________________________________________________________________________ 17
1.6- Apresentação do produto ____________________________________________________________________________ 17
1.7- Metodologia da pesquisa _____________________________________________________________________________ 18
4- ENTREVISTAS __________________________________________________________ 48
4.1- Detalhamento dos Procedimentos Metodológicos ______________________________________________ 48
4.2 - Resultados Obtidos ___________________________________________________________________________________ 55
6- CONCLUSÃO __________________________________________________________ 65
9- ANEXOS _____________________________________________________________ 73
14
1- INTRODUÇÃO
Mas o que seria do livro sem um leitor? Ele perderia completamente seu
propósito. Sendo assim, toda a concepção do livro deve ser projetada pensando no
final dessa cadeia produtiva, no encontro com o usuário.
O contato visual é o primeiro que o leitor tem com o livro, e é feito através da
capa. Este é um dos motivos que justifica sua grande importância, que, com o
tempo, ganhou uma função muito maior do que apenas proteger o miolo. Esse
contato pode acontecer, inclusive, antes do encontro físico, seja através de um
anúncio, algum outro material promocional ou até virtualmente. A capa, por ser a
parte visível do livro, dentre muitas funções, assegura sua publicidade.
Apesar de o livro ser um objeto comum, não é simples descobrir como passou
a adquirir o aspecto que tem. Sendo o design de livro algo tão diferente de todos os
outros tipos de design gráfico, entender como são feitos os projetos através do
processo de criação dos capistas brasileiros contribuirá para um mapeamento dos
métodos, além de ser um registro de cunho histórico, já que os avanços tecnológicos
influenciam diretamente tanto a criação dos layouts – por meio de ferramentas,
softwares e suportes –, como também a produção, impressão e acabamento.
Hendel (2003) inicia sua obra, O design do livro, explicando o quanto o design
de livro é complicado, pois não há uma maneira única de proceder. Busca saber,
através de entrevistas com designers de livros, os processos que cada um deles
aplica para assim entender a tomada de decisões em cada projeto. Isso é
extremamente enriquecedor para aprendizes e alunos de design gráfico. Entretanto,
o autor se atém apenas a falar sobre o que acontece quanto ao conteúdo do livro,
sobre o projeto de miolo, e completa que é necessário um estudo exclusivo para o
projeto de capa por se tratar de um tipo de design bem diferente e demandar
15
1.2- Problema
1.3- Hipótese
1.4- Justificativas
O design de miolo de livros tem suas próprias tradições e regras, que já foram
editadas e estudadas por vários pesquisadores e que geraram bibliografias
consagradas; diferentemente da capa, que se aproxima mais do design de cartaz. É
um tipo de design mais conceitual, sem uma metodologia padrão. Somando a
experiência do capista à observação de como esse objeto se comporta no ponto de
venda e como se relaciona com o usuário, é que a percepção sobre como fazer uma
boa capa aflora.
1.5- Objetivos
sob outro ponto de vista e, quem sabe, aparar arestas que influenciam no resultado
final do trabalho.
1
Códice ou codex definido como “o livro feito a partir da dobra do papel fixado em tábuas.” (MELOT,
2012, p.11)
21
Não se pode negar que, de modo geral, a maioria dos objetos feitos
manualmente tem como características principais a qualidade e a exclusividade;
mas justamente por ser um trabalho manual, o tempo de fabricação é muito mais
demorado, o que influencia diretamente na quantidade produzida e no custo. Por
outro lado, o objeto industrializado ganha no quesito quantidade sem
necessariamente perder a qualidade, além da garantia de uniformidade.
Manualmente é impossível fazer dois objetos idênticos, em contrapartida da
produção industrial, que obedece a um padrão estabelecido.
2
Referência ao texto de Herbert Mitgang para o The New York Times em 1980 (The paperless book)
ao se referir ao livro digital.
23
A capa tem extrema importância para essa relação do livro com o leitor
porque é onde, de fato, se inicia, através do contato visual. Ela não só possui
funções próximas da publicidade em sua forma, mas também em seu objetivo. Além
disso, exerce um papel importante no jogo de sedução com o comércio, revelando
uma ambiguidade própria de um produto (o livro) que nunca foi apenas um produto
de consumo. Powers (2001) considera a capa do livro como um “selling device”.
Outro autor, Wilson (1993), advoga que apesar de a capa ser, antes de mais nada,
26
um revestimento à volta do livro que será exposto na livraria, sua fácil legibilidade e
impacto são essenciais. Sublinha ainda a importância da capa devido ao produto
que embala, uma vez que não se trata de cereais ou detergentes, mas sim de
”pensamento humano”. Hochuli e Kinross (1996) estão de acordo sobre as múltiplas
funcionalidades das capas dos livros: fornecem informação, comunicam e protegem
o livro antes de ser vendido.
A função do livro-embalagem é muito importante não só do ponto de vista
estético e funcional, mas também do ponto de vista relacional com o comprador, ou
melhor, o leitor. Hendel (2003) assegura, inclusive, que o livro comunica não só
aquilo que o autor escreve: a forma do livro e o tipo de letra também o definem.
Aliás, todas as escolhas do designer gráfico terão algum efeito sobre o leitor.
“Através da modalidade visual e da capacidade de percepção do indivíduo
são criadas expectativas sobre o que este irá encontrar” (CAMPOS, 2008, p.8). O
leitor na função de hóspede, “não procura a satisfação somente a partir dos
produtos, de sua seleção, aquisição e uso. Na verdade, a satisfação nasce da
expectativa, da procura do prazer, que se situa na imaginação” (CAMPOS, 2008,
p.9) e o objetivo de um bom anfitrião é atingir essas expectativas.
No sentido da visão, um livro pode ser considerado hospitaleiro ou não pelo
seu grau de legibilidade. Como seu conteúdo pode ser visualmente aprendido,
reconhecido, percebido e organizado. David Carson reforça essa ideia quando
afirma que “somente porque uma coisa é legível, isso não quer dizer que ela
comunica; pode ser que esteja comunicando a coisa errada.” (CARSON apud.
PLINIO, 2008, p. 31)
Sobre a relação afetiva do leitor com a capa, muitos compram o livro mesmo
sem saber o conteúdo, apenas pelo que a capa apresenta e pelas sensações que
ela desperta. A capa na função publicitária tem que resumir o livro sem dar spoiler3 e
seduzir o leitor dentro da enorme concorrência que são as livrarias, tanto físicas
quanto virtuais.
Falando sobre o objeto do livro impresso, após o primeiro contato, que é o
visual, se já agrada e atrai o leitor, o segundo sentido explorado é o tato. O contato
físico inicial é feito, em sua maior parte, na capa, por ser o suporte, o envólucro do
3
Spoiler é quando alguma fonte de informação revela dados sobre o conteúdo de algum livro ou filme
sem que a pessoa tenha visto.
27
miolo. O fato de ter artifícios de produção gráfica de texturas, como o verniz, soft
touch, relevo, além das questões de formato, ajuda ainda mais o objeto a se
diferenciar dos demais e aguça o sentido do tato. “Há livros nos quais o mais
importante é a forma, a interação entre imagem e texto, entre impressão,
acabamento e encadernação.” (PLINIO, 2008, p.133)
Outro sentido que tem relação com o objeto livro é o olfato. “Associar os
odores à hospitalidade refere-se diretamente a cheiros que tragam boas lembranças,
bons momentos, que sejam agradáveis” (CAMPOS, 2008, p.14). Para quem é leitor
voraz, abrir um livro e sentir o cheiro da impressão e do papel traz uma sensação
muito boa e, até mesmo, um conforto.
É através da memória olfativa que a hospitalidade é percebida positiva ou
negativamente. “A percepção dos cheiros, associadas às lembranças e sentimentos
ditam o conceito de hospitalidade do ponto de vista do hóspede.” (CAMPOS, 2008,
p.15)
Já o sentido da audiação depende de um agente externo, que é o contador de
histórias, alguém que se dispõe a ler em voz alta para que outro ou outros possam
ouvir. Pode ser por meio de audiolivros, ou quando o autor faz uma leitura de parte
de sua obra para um grupo de pessoas com o intuito de autopromoção, ou até
mesmo quando uma mãe lê para seu filho que ainda não foi albetizado e cria
lembranças inesquecíveis. Além disso, é por meio da audição que muitos deficientes
visuais conseguem acessar os livros, o que é fundamental para a inclusão. Assim
como os demais sentidos, a audição interfere na relação do livro com o leitor que,
nesse caso, é também ouvinte. “A essência da hospitalidade reside na partilha”
(LASHEY; MORRISON, 2004, p. 36)
Até mesmo o paladar pode ser aguçado por um livro. Ao ler a descrição de
um banquete, os detalhes de um prato ou as peculiaridades de uma refeição exótica,
muitas vezes, o leitor fica com “água na boca”, desejando experimentar o que o livro
narra. Também existem os livros de culinária que, quando o leitor faz a receita, o
paladar é de fato usado, extrapolando a imaginação e se concretizando,
diferentemente do exemplo anterior. Sem falar que, em muitos casos, as pessoas
comem e bebem enquanto leem, como um café ou chá com biscoitos.
A importância do livro para a difusão do conhecimento é indiscutível. Mas
esse valor só é gerado na presença de um leitor. Afinal, um livro na estante só serve
para juntar poeira.
28
“O livro como objeto impresso impõe ao leitor sua forma, sua estrutura e seu
espaço embora não suponha de modo algum sua participação.” (DOHMANN, 2012,
p.7). E a possibilidade do leitor de interferir nesse objeto fica restrita a apenas fazer
anotações nas margens e grifar as partes que lhe convém. O que é diferente na
plataforma digital, na qual as possibilidades de interação e hipertextos são enormes.
Independentemente de ser com o livro impresso ou o e-book, essa aliança na
qual um agente depende tanto do outro acaba constituindo uma relação de
hospitalidade entre o objeto livro, no caráter de anfitrião, e do leitor, no papel de
hóspede, “trata-se de uma relação de troca de valores entre visitante e visitado”
(CAMPOS, 2008, p.4).
Os sentidos da visão, tato, olfato e paladar, uma vez despertados no leitor,
realçam a hospitalidade do livro no ato de dar e receber, onde “a hospitalidade é
associada à satisfação de uma necessidade, e o recebimento de convidados
associa-se à concessão de prazer” (LASHEY; MORRISON, 2004, p. 55). Além disso,
o livro transporta o leitor para o seu ambiente, seu mundo, despertando diversos
sentimentos e emoções. Dando conforto, alívio e conhecimento. Sendo um anfitrião
bastante generoso com seu hóspede ao ponto de tornar-se um grande companheiro.
3- DESIGN DE CAPA
Para iniciar a fala sobre capa de livro é importante destrinchar sua anatomia
(estrutura e elementos que a compõe).
referir apenas ao painel frontal, e não ao todo. Devido à enorme concorrência nas
livrarias, a 1a capa tem que se destacar das demais, e, concomitantemente, deixar
claro a qual gênero o livro pertence. Precisa comunicar e seduzir ao mesmo tempo.
os tipos, na maioria dos casos, a americana é mais encontrada, mas a escolha fica a
critério de cada editora, que normalmente tem um padrão.
Por último, as orelhas, que são uma parte da capa dobrada para dentro. Nem
todos os livros possuem orelhas, até porque uma forma de baratear os custos de
produção e do produto final é cortando essa área. As orelhas têm a função de ajudar
a marcar as páginas e dar mais estrutura à capa pois fica mais encorpada, além de
ser mais um espaço para destacar informações importantes, dentre elas: um texto
curto sobre o autor acompanhado de sua foto, uma sinopse mais detalhada sobre o
livro ou personagem principal e, de forma discreta, o crédito do capista e das
imagens usadas na capa.
Nem sempre as capas são tratadas como projetos únicos. Às vezes, como
em casos de coleções e coletâneas de livros editadas pelas editoras, as capas
precisam ter um padrão gráfico para serem identificadas como parte do mesmo
31
4
Fonte: Site da Editora HarperCollins Brasil
5
Fonte: Site da Editora HarperCollins Brasil
4
Disponível em: <http://www.harpercollins.com.br/catalogo/>. Acesso em 02 nov. 2017.
32
Walter Benjamin (1955), em seu tão prospectivo ensaio A obra de arte na era
de sua reprodutibilidade técnica, fala do valor de culto que as imagens únicas
possuíam, substituído pelo valor de exposição trazido pela tecnologia e pelos
caminhos abertos para a reprodutibilidade das imagens. Foi dentro desse longo
processo de ocupação do mundo pelas imagens, em primeiro lugar como culto,
depois como arte e, depois, como objeto de exposição (e, hoje, podemos dizer de
“superexposição”), que Luciano Guimarães (2001) percebeu que as cores se
tornaram uma grande alavanca dos meios de comunicação: o grande fator de apelo
das mensagens imagéticas. Se a comunicação por imagens por si só já possui uma
enorme força apelativa, as imagens de exuberante colorido têm uma força ainda
maior.
Até existem capas sem texto, composta apenas de imagens, mas por conta
do ponto de venda, fazem uso de algum elemento de suporte, como uma cinta ou
sobrecapa, para trazer as informações necessárias. Se formos falar dos tipos de
representação da escrita, na capa encontra-se a união da escrita pictórica, fonética e
ideográfica.
5
Disponível em: <http://www.harpercollins.com.br/catalogo/>. Acesso em 02 nov. 2017.
33
6
Fonte: Blog da Editora Companhia das Letras
6
Disponível em: <http://www.blogdacompanhia.com.br/conteudos/visualizar/O-retrato-de-Lima-na-
capa-entre-o-silencio-e-o-ruido>. Acesso em 02 nov. 2017.
34
clara, se o autor for famoso, o nome dele tem mais destaque que o título da obra,
caso não seja, o título que tem destaque.
leitor se relaciona com o objeto. Se, no início, a capa apenas protegia o miolo, ao
longo do tempo acumulou a função de transmitir informações, ao passo que
identifica e distingue um livro do outro.
Hoje, uma capa não serve somente para embalar e proteger o miolo do livro
como era nos primórdios do segmento editorial, segundo Niemeyer (2003), também
faz parte de um processo de comunicação. Powers (2001) a considera um
dispositivo de vendas que está além da mera publicidade, promovendo um jogo de
sedução comercial que leva ao fetichismo da mercadoria; Hendel (2003) ressalta a
importância da capa não só do ponto de vista estético e funcional, mas também do
relacional com o comprador/leitor, concluindo que as escolhas do capista terão
efeitos sobre o leitor; e Samara (2011) ainda destaca o fator da capa ser uma ponte
entre o mundo exterior e a experiência interior da publicação.
“A sobrecapa pode ser vista como uma propaganda. Pode ser a única coisa
que um comprador em perspectiva vê, especialmente se o livro estiver
lacrado.” (TAN apud HENDEL, 2003, p. 206)
“Embora reconheça que a sobrecapa tem uma função comercial, acho que
é possível que ela, ao mesmo tempo, cumpra essa função e apresente uma
pequena relação com o design do miolo... Não dar atenção ao que foi feito
dentro do livro me parece um erro (principalmente se o miolo e a sobrecapa
forem feitos pela mesma pessoa). O design de livros é, em parte, a solução
de problemas. Para mim, relacionar a sobrecapa com o miolo do livro, sem
negar sua função comercial, é parte do problema a resolver.” (MENDELL
apud HENDEL, 2003, p. 170)
“Sou de opinião que o design da capa ou da sobrecapa deveria ser, se
possível, uma extensão do tema gráfico do miolo do livro e repetir seu estilo
e alinhamento tipográficos. Um recurso decorativo usado nas páginas de
texto ou uma peça de arte pode despertar a nossa imaginação e fornecer a
chave para um interessante design de capa.” (SCOTT apud HENDEL, 2003,
p. 184)
“Num mundo ideal, o livro, a capa e a sobrecapa seriam projetados pela
mesma pessoa com a mesma ideia, mas talvez não ocorra.” (TAN apud
HENDEL, 2003, p. 206)
“Um bom design lida com relacionamentos. Cada parte de um livro depende
da outra parte. Nada pode ser ignorado. A moldura unificadora que mantém
integrado um bom design é as vezes bastante complicada e muitas vezes
invisível.” (SCOTT apud HENDEL, 2003, p. 174)
O mais frequente é que o design da capa e o design do miolo sejam feitos por
profissionais distintos por uma questão principal de custo, mas também de prazo.
Capa e miolo são produzidos simultaneamente e, na maioria das vezes, as editoras
já possuem um projeto gráfico de miolo padrão, justamente pensando na economia
tanto de tempo, quanto de dinheiro.
7
“A book jacket or cover is a selling device, close to advertising in its form and purpose, but also
specific to a product that plays a teasing game of hide and seek with commerce.” (POWERS, 2001, p.
6, 7)
37
necessariamente a mais rica delas. Num romance juvenil, ela pode ser a
única parte do livro impressa em cores e, portanto, a mais envolvente.”
(POWERS, 2008, p. 6-7)
Contudo, vale ressaltar que, apesar da capa poder ser usada como artifício
para aumentar as vendas, não adianta o livro ter um lindo projeto gráfico de capa, o
que independe de ser feito com materiais caros e acabamentos sofisticados, se o
conteúdo não for bom.
3.3- Capistas
8
“We don`t have to define the book using only design: The book`s reputation is a design element.”
(NIFFENGGER apud BUCLEY, 2106, p. 13)
38
De acordo com Perrota (2006), essa função no Brasil ganhou destaque por
volta de 1910 com Monteiro Lobato como editor e após a revolução de 1930 a
produção de livros cresce e atinge um pico em 1950. Por se tratar de uma nova
função porque até então as capas eram mais tipográficas, quem desempenhava o
trabalho com capas ilustradas eram cartazistas como Correia Dias e Geraldo Orthof,
ilustradores do meio jornalístico como Alvarus e Raul Pederneiras, artistas plásticos
como Anita Malfatti, Augusto Rodrigues, Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral e Victor
Brecheret. Vale destacar o trabalho dos capista: Santa Rosa, a partir de 1934, e
Eugênio Hirsch para a editora Civilização Brasileira e Victor Burton para a Nova
Fronteira. Além de João Baptista da Costa Aguiar, Moema Cavalcanti, Ettore Botino
e Hélio de Almeida.
Todavia, assim como na arte, não existe uma metodologia padrão para a
criação das capas, cada profissional possui um estilo e uma forma de trabalhar
particular. A questão de estilo é contraditória, pois, teoricamente, o profissional
deveria estar apto a desenvolver qualquer tipo e gênero de livro, porém, é
justamente o estilo de cada capista que faz o editor pensar em um nome especifico
para cada obra, em qual profissional tem o perfil mais indicado para cada trabalho.
O objeto livro tem sido, por séculos, um produto cuja plataforma possibilita a
disseminação e perpetuação do conhecimento, bem como o exercício do direito à
informação e à cultura. A legitimidade do mercado editorial na indústria criativa é,
portanto, indiscutível.
Uma vez o livro sendo aceito pela editora, o problema principal não é colocar
o produto no mercado, mas encontrar o leitor ideal para cada um de seus títulos. Já
para o consumidor, a questão é encontrar os livros que o interessam em meio à
variedade de títulos produzidos. Assim, o desafio é fazer com que os editores e os
compradores de livros se encontrem. O importante não é que um título em especial
chegue a todos os leitores, mas que cada um chegue ao seu público-alvo. Portanto,
a necessidade de conectar oferta e demanda faz surgir os outros elos da cadeia
produtiva do livro.
Após o editor conseguir aprovar a obra em um comitê editorial interno, o livro
passa por vários setores antes de seu projeto ser finalizado: Editorial ou Publisher;
Editorial de aquisições; Editorial de textos; Produção editorial; Consultoria/Revisão
técnico; Design (layout de capa e projeto e diagramação de miolo); Gerenciamento
de licenciamento; Ilustração / Fotografia; Marketing; até chegar ao fechamento do
arquivo para envio para impressão. Acompanhe de forma mais detalhada no
fluxograma a seguir.
41
No setor gráfico, a maioria das editoras não possui gráfica própria, o que abre
espaço para a impressão no exterior, algo que se tornou viável, principalmente na
China e na Índia, por conta dos preços atrativos para os acabamentos premium
como capa dura. Porém, com o inconveniente do prazo para recebimentos que é,
em média, de 4 meses.
Atualmente, muitos dos livros são feitos com a tiragem mínima, que é, em
média, de 3 mil exemplares. Em contrapartida, um livro tem que vender
aproximadamente esse mesmo número no curto espaço de tempo de uma semana
para alcançar alguma posição nas tão sonhadas listas de mais vendidos.
“(...) mas nem só de baixas tiragens vive o mercado. A atividade gráfica foi
uma das primeiras a sofrer impacto da produção em massa, ... o que leva à
busca de títulos capazes de vender milhões de exemplares... Um só
sucesso pode pagar por centenas de fracassos — daí a tendência ao
crescimento de algumas editoras. Lembrando que, com isso, existe um risco
crônico de superprodução.” (EARP; KORNIS, 2005, p. 15)
Livros de arte e de fotografia são exemplos em que a capa faz parte da obra
por ser também produção do autor. Um outro exemplo que pode ser citado dentro
desse contexto é o Eu me chamo Antônio, do autor Antônio Pedro Gabriel, publicado
pela editora Intrínseca em 2013, e que fez imenso sucesso. Essa capa foi feita pelo
autor do livro, sendo assim, faz parte da obra.
9
Fonte: Site da Editora Intrínseca
9
Disponível em: <http://intrinseca.com.br/eumechamoantonio/>. Acesso em 21 mai. 2017.
48
apelo mais comercial, apesar de ser também um trabalho autoral e de fazer parte do
livro. Mas a capa muda, se adequa ao público, ao tempo, ao idioma. Um exemplo
são os livros traduzidos em vários idiomas, em que o projeto da capa é pensado
diferentemente e adaptado para o consumidor em cada país.
A composição do texto, por sua vez, é feita para ser eterna. Publicado em
diferentes edições, que terão suas capas alteradas para chamar a atenção do leitor,
o livro manterá na íntegra o texto outrora criado, e será para sempre um tipo de
relato único do que o autor quis transmitir para os seus leitores.
4- ENTREVISTAS
10
Tabela com datas, horários e duração ßdas entrevistas em anexo.
11
ESPM-RJ: Rua do Rosário, 90, Centro, Rio de Janeiro, RJ.
50
A - Agradecimento;
B - Explicação do propósito da entrevista;
C - Afirmação de que não existe resposta certa ou errada.
Perguntas:
1- Qual a sua formação?
2- Fale um pouco sobre sua experiência como designer.
3- Há quanto tempo atua como designer / capista?
4- Trabalha sozinho (a)?
5- Como é seu ambiente de trabalho? Escritório ou home office?
6- Quais ferramentas/softwares usa?
7- Hoje você faz outros trabalhos de design ou é especializado (a) em editorial e
capa?
8- Você tem o hábito de ler?
9- Você tem o hábito de visitar livrarias físicas e virtuais?
12
De acordo com BAUER; GASKELL (2015), rapport é a relação de confiança e segurança que o
entrevistador precisa estabelecer com o entrevistado.
51
criou capas de livros, ilustrações e projetos gráficos. Seus projetos incluem livros de
culto do universo Geek, como livros do universo DC, Alien, Star Wars, Star Trek
Game of Thrones entre outros. Também atua como fotógrafo documental, junto com
o instituto de pesquisa Proprietas e UEMA (Universidade Estadual do Maranhão),
elaborou o projeto “A Peste do Grilo”, que tem como objetivo documentar a memória,
cultura e resistência de populações vulneráveis à grilagem no interior do Maranhão,
Paraná e Bahia. Um primeiro fotolivro sobre as populações ribeirinhas dos lençóis
maranhenses está previsto para 2018.
7- Leonardo Iaccarino: graduado em design gráfico e de produto pela ESDI,
mestre em design de informação pela Universidade de Reading, Reino Unido. Hoje
trabalha como diretor de arte no Grupo Editorial Record. De 2010 a 2012, lecionou a
matéria de projeto gráfico na Unicarioca. Em 2012, ganhou o Prêmio Jabuti de
Melhor Capa com o projeto do livro A anatomia Gray. No mesmo ano, a capa de
Contos de mentira foi finalista no concurso de melhor capa de livro promovido pela
Getty Images. A capa de Saia da sua caixa foi selecionada para a bienal da ADG de
2004, para o anuário internacional de design da HOW, em 2005, e para
GATEWAYS, uma exposição internacional de design de capas que ocorreu em
2008, em Portugal. Também para essa exposição foi selecionada a capa do livro Os
homens que mataram o facínora.
11- Victor Burton: um dos capistas de maior renome no Brasil, iniciou sua
carreira em 1977, na Itália. No Brasil desde 1979, já criou mais de 3 mil capas e 200
projetos de livros de luxo. Foi destaque nas edições de 1998 e 2000 da Bienal de
Design Gráfico e Ouro ADG em 2002. Foi laureado com o Prêmio Jabuti na
categoria Melhor Capa nos anos de 1993, 1995, 1996, 1999, 2001 e 2005, e na
categoria Projeto Editorial em 1997, 1998, 2000 e 2006. Recebeu também o prêmio
Aloísio Magalhães, da Biblioteca Nacional, de Projeto Gráfico em 1995, 1997 e
2001. Foi um dos “top ten” na exposição Brasil faz design em 2002, em Milão, e o
primeiro colocado no Designers by Designers da revista Design Gráfico em 2002.
Sobre os que trabalham prestando serviço para as editoras, afirmam que não
fazem trabalho de prospecção. Contam que por já trabalharem há muito tempo como
capistas, já são reconhecidos, então os editores chegam até eles oferecendo
56
Todos falam que o ideal é ler o livro para poder fazer a capa, principalmente
se é do gênero de romance. Mas com o grande volume de trabalho, isso se torna
difícil. Ainda assim, é importante ler pelo menos parte do livro, sobretudo o começo e
o final. No entanto, quando conseguem ler o livro inteiro, concluem que faz toda a
diferença, o trabalho fica mais rico de detalhes. Ao fazer a capa somente com a
sinopse, o risco é ter um resultado genérico.
e referências gráficas fazem parte da rotina. Alguns procuram pelos reviews e por
versões de outros países, nos casos dos livros que são traduzidos. Trabalhos
manuais como ilustrações, texturas ou até mesmo rascunhos de ideias são comuns.
A maioria fala que se preocupa em fazer uma capa que seja uma
representação gráfica do resumo do livro, que ao mesmo tempo que instigue, não
conte a história toda, além de ter algum grau de inovação. Alguns ressaltam a
importância da legibilidade do título.
Ter capas reprovadas faz parte do trabalho, alguns têm tanto apego que
ainda assim publicam em seus portfólios. Contudo, entendem que o “não” muitas
vezes faz o trabalho melhorar. “Às vezes eles (os editores) queriam uma capa muito
mais comercial, mas acho que é interessante mostrar, porque outra pessoa pode se
interessar pelo conceito e assim trazer um outro trabalho, fora que tenho certo
apego a elas, guardo todas e coloco junto com a capa aprovada” (Angelo Bottino).
Victor Burton, com mais de 40 anos de experiência nessa área, é citado por
todos os entrevistados como referência de capista brasileiro e sinônimo de bom
gosto e requinte.
Todos têm em comum o hábito da leitura e a paixão pelos livros. “Nada contra
o mercado de agências, mas de alguma forma eu me sinto melhor trabalhando com
algo que eu acredito” (Leonardo Iaccarino).
A maioria não gosta de admitir que tem um estilo próprio. Gostam de pensar
que podem fazer qualquer estilo. “é algo que a gente tenta evitar mas que existe.
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Ser reconhecido pelo estilo é ruim, de certa forma, porque o ideal seria não termos
estilo e podermos modular isso e ter soluções próprias para cada livro, mas é
inevitável que a gente tenha certos vícios” (Victor Burton).
Alguns falaram sobre a questão de direito autoral, que não é uma situação
muito favorável, já que a prática do mercado é o capista assinar um contrato
cedendo os direitos patrimoniais e, assim, a editora pode alterar, reproduzir
infinitamente e inclusive vender a capa sem que o capista seja ao menos notificado.
“Eu particularmente acho que é parte inerente de trabalhar com design” (Lauro
Machado).
5- SOBRE O PRODUTO
Como se trata de um livro que fala sobre capas de livros, nada mais
apropriado do que a capa ser algo que tire o leitor de sua zona de conforto e o
instigue a ter a visão de capista. Por isso, a proposta é uma capa DIY13, uma capa
branca na qual o leitor será convidado através do texto de 4a capa a ser o capista e
criar sua própria versão de capa para o livro. Inclusive, na segunda orelha, onde
normalmente vem o crédito do capista, o espaço é em branco para o leitor preencher
com o próprio nome. A personalização de objetos tem sido explorada em
campanhas comerciais principalmente no seguimento da moda, e esse conceito de
capa de livro DIY já fui usado anteriormente em 2006 pela editora inglesa Peguin
Books em uma coleção de livros clássicos intitulada My Penguin, em que o slogan
usado na campanha foi Books by the greats, Covers by you (livros pelos grandes,
capas por você). Neste caso o intuito da capa em branco era se diferenciar dos
concorrentes e destacar a relação de proximidade entre livro e leitor, conceitos
também pretendidos neste projeto.
13
Sigla em inglês que quer dizer “do it yourself” e significa “faça você mesmo”.
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A capa branca não é uma ideia aprovada por todos os designers, Jan
Tschichold (1975) escreveu em A forma do livro, no capítulo 10 erros comuns na
produção de livros, que as “capas brancas são consternadoras”, devido ao fato de
sujarem com facilidade. Contudo, com a modernização dos acabamentos gráficos
que existem hoje, as capas brancas não precisam mais serem temidas. Assim, para
evitar que a capa suje, o projeto conta com acabamento de verniz brilhoso total. De
fato que com esse acabamento não é com qualquer tipo de caneta e tinta que o
usuário poderá interagir com a capa, pois o verniz impermeabiliza o papel, ainda sim
é possível usar canetas com tinta permanente e aplicação de adesivos e colagens.
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Foi solicitado aos capistas entrevistados sua própria versão de capa para o
livro, a fim de ser usada na abertura de suas entrevistas e, ao final, contará com
quatro exemplos de capas selecionadas pelos próprios entrevistados como suas
favoritas. Sendo assim, para cada entrevista existe uma página de abertura com
nome do capista e um pequeno texto sobre o profissional, na página ao lado a capa
feita pela mesma pessoa para abertura de sua entrevista; depois, aproximadamente
cinco páginas com o conteúdo da entrevista e, no fim, quatro capas selecionadas
pelo entrevistado para ilustrar seu estilo de trabalho.
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Figura 12 – Algumas capas enviadas pelos entrevistados para o livro “Entre capas e capistas”
Sobre o formato, foi projetado em 16x23 cm, que é um formato bem comum
por ter um grande aproveitamento de papel. Para o número de páginas, são 144,
assim fecha 9 cadernos de 16 páginas. A encadernação será no estilo brochura, o
papel para o miolo será Couchê fosco 90g/m2 devido à policromia do miolo, pois
este papel permite uma melhor impressão das imagens, e o papel da capa é papel
cartão supremo 250g/m2, com impressão preto e branco na frente e colorida no
verso com um mosaico com as capas usadas de abertura das entrevistas.
6- CONCLUSÃO
Ter formação em design gráfico é o caminho mais natural para quem quer
trabalhar como capista, mas não é o caso de todos os profissionais que trabalham
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fazendo capas de livros. Alguns não possuem formação, o que não desmerece em
nada o trabalho. Inclusive, Victor Burton, um dos melhores capistas brasileiros da
atualidade, é um desses casos. Talvez por isso tenha se popularizado a designação
“capista” para essa função e não designer de capas, já que nem todos são
designers, mas se utilizam do design como ferramenta de trabalho.
O fato da relação com os clientes ser virtual, possibilita que prestem serviço
remotamente para qualquer editora no mundo.
passarem o briefing para os capistas para evitar que capas sejam completamente
reprovadas e se perca tempo e dinheiro.
acabamentos gráficos e faz a pessoa querer o livro antes mesmo de saber do que
ele se trata de tão bonito que são. Se destacam muito no ponto de venda. Contudo,
no cenário atual de crise, investimento em design não pode significar que o produto
vai custar mais.
Cada parte da capa tem seu momento de interação como o leitor. A frente é
considerada a parte mais importante porque é o primeiro contato que o leitor tem
com livro, que se dá de forma visual. O contato físico só vai acontecer se a frente
cumprir seu papel de chamar atenção e fazer com que o leitor se identifique e tenha
vontade de saber mais sobre o livro em questão. Depois de ler o verso e orelhas e
comprar o livro, a lombada passa ser o mais importante, pois é como esse livro vai
passar a ser visto na estante.
Para ser um bom capista é necessário ter um repertório cultural extenso, pois
tudo é referência para seu trabalho. O fato do Brasil ser um país de misturas,
miscigenado e com influências de todo o mundo, faz da cultura plural e muito rica.
Essa é a identidade cultural brasileira.
objeto duradouro, por isso, seu design perpetua enquanto o objeto existir,
diferentemente de outros materiais que não são feitos para durar, como um folder,
por exemplo.
Não existe rotina, apesar de existirem formatos padrões que também podem
ser quebrados, as temáticas e possibilidades são infinitas.
7- DESDOBRAMENTOS DA PESQUISA
8- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AAKER, David; KUMAR, V.; DAY, George. Pesquisa de Marketing. São Paulo:
Editora Atlas, 2001.
ARNS, Paulo Evaristo. A técnica do livro segundo São Jerônimo. 2a edição. São
Paulo: Cosac Naify, 2007.
BAUER, Martin W.; GASKELL, George (org.). Pesquisa qualitativa com texto,
imagem e som: um manual prático. 11a Edição. Petrópolis: Editora Vozes, 2015.
BENHAMOU, Françoise. A Economia da Cultura. São Paulo: Ateliê Editorial, 2007.
BENJAMIN, Walter. A Obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica.
Zouk, 2012. Tradução de Das Kunstwerk im Zeitalter seiner technischen
Reproduzierbarkeit. 1955.
BUCKLEY, Paul. Classic Penguin: cover to cover.
BURY, Ricardo de. Philobilon ou o amigo do livro. Cotia, SP: Ateliê Editorial,
2007.
CAMPOS, Sinara Rafaela. Os cinco sentidos da hospitalidade. Revista Acadêmica
Observatório de Inovação do Turismo, Rio de Janeiro, p. 9 a 10, nov. 2008.
CARVALHO, A. A capa de livro: o objecto, o contexto, o processo. 2008. 98 p.
Dissertação (Mestrado em Design da Imagem) - Faculdade de Belas Artes,
Universidade do Porto, Porto, 2008.
DOCTORS, Marcio (org). A cultura do papel. Rio de Janeiro: Casa da Palavra:
Fundação Eva Klabin Rapaport, 1999.
DOHMANN, Marcus. Trajetórias, formas e sentidos da cultura escrita. Rio de
Janeiro, 17 mai. 2017. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/
235954272_Trajetorias_formas_e_sentidos_da_cultura_escrita. Acesso em: 21 abr.
2017.
EARN, Fábio Sá; KORNS, George. A economia da cadeia produtiva do livro. Rio
de Janeiro: BNDES, 2005.
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9- ANEXOS
CEDENTE:
Nome
Inscrito no CPF/MF sob o nº
Residente e domiciliado (a)
CESSIONÁRIA:
Dados da Editora: endereço, CNPJ, inscrição estadual e inscrição municipal.
O Cedente declara para ordem dos fins que recebeu do cessionário a quantia de R$
000,00 referente aos serviços de colaborador no (s) produtos abaixo:
Observações:
O valor supracitado compreende também a cessão definitiva dos direitos autorais
oriundos do resultado dos serviços acima elencados ficando, desde já, a Cessionária
legitimada a explorar comercialmente tais resultados também em futuras reedições
desta(s) obra(s) e/ou quaisquer outras publicações desta empresa ou de quaisquer
empresas pertencentes ao seu grupo econômico, no Brasil ou no exterior, pelo prazo
de proteção legal definido na Lei 9.610/98 e nos formatos impresso (livro, livro de
bolso e similares) e eletrônico (audiobook, CdRom, Internet, download, e-book e
similares).
Declara, também, que após o recebimento do valor acima citado, concede total,
irrestrita e definitiva quitação da cessão aqui realizada, nada mais tendo a reclamar.
_________________________
Nome e CPF do cedente