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UMA MEMORÁVEL RENOVAÇÃO DA ALIANÇA

Texto Bíblico: Josué 24. 1-15

Josué 24. 1-28 – A renovação da aliança em Siquém. Siquém é o mesmo lugar onde Deus
prometera pela primeira vez a terra aos descendentes de Abraão (Gn 12.6,7) é aquele onde os
descendentes se reúnem, tendo recebido a terra (Js 8.30).

O relacionamento de Deus com seu povo é em forma de aliança. Como se segue:

o A aliança com Abraão ou abraâmica: Outra parte da aliança de Deus com Abraão foi a
promessa que, através de sua descendência, todos os povos da terra seriam
abençoados (Gênesis 12.2,3). Deus estabeleceu uma aliança eterna com Abraão, prometendo
lhe dar muitos descendentes. Deus também prometeu que os descendentes de Abraão seriam seu povo
especial (Gênesis 17.7-9). O sinal dessa aliança com Deus era a circuncisão dos homens.

o A aliança com Moisés e Israel (mosaica): Depois que os tirou do Egito, Deus estabeleceu uma
aliança com o povo de Israel. Essa aliança colocava Deus como o rei e os israelitas como Seu povo
especial (Êxodo 19.5,6). Além de confirmar a aliança com Abraão, a aliança feita por meio de Moisés
estabeleceu as leis do futuro país e as regras de adoração a Deus. A aliança com o povo de Israel vinha
com condições. Se eles obedecessem, seriam abençoados, mas se quebrassem a aliança, seriam
castigados. Cada geração tinha o dever de renovar a aliança com Deus e guardar Suas leis. Essa aliança
ficou conhecida como a Lei de Moisés e foi renovada (e quebrada) várias vezes no Antigo Testamento.
o A aliança com Davi (davídica): Deus abençoou Davi por sua fidelidade, estabelecendo uma
aliança com ele. Deus prometeu que Davi sempre teria descendência e que sua descendência reinaria
para sempre (Salmos 89.3,4). Essa aliança se cumpre em Jesus, descendente de Davi, que reina para
sempre.

Na Bíblia a aliança de Deus com seu povo segue o padrão comum do antigo Oriente Médio, da
aliança entre suseranos e vassalos e da aliança da concessão real. Na aliança entre suseranos e vassalos
o senhor é o suserano e o servo é o vassalo.

A aliança era semelhante a tratados do antigo Oriente Próximo e consistia num relacionamento
que uma superpotência (Egito, Assíria, Babilônia, etc.) estabelecia com uma nação mais fraca (Ugarite e
Amurru [país dos amorreus], para citar somente duas.

Esse tipo de relacionamento era conhecido como “tratado de vassalagem”, tipicamente era
constituído de seis partes: um preâmbulo que identificava o Grande Rei (v. 2a); um prólogo histórico
que descrevia a bondade do Rei para o vassalo (vv. 2b-13); estipulações, das quais a básica era servir
somente ao Rei e ao seu reino (v. 14).

Vamos observar Josué 24.1-14, para ver se de fato encontramos uma espécie de tratado de
vassalagem, ou seja, um preâmbulo, um prólogo histórico e as estipulações.

I. PREÂMBULO - v.2a
Assim diz o SENHOR, Deus de Israel...
Então, aqui nós temos uma declaração que identifica o Autor da aliança no seu
relacionamento com o povo vassalo. Josué falou como profeta, na condição de mensageiro vindo da
corte celestial. O próprio Grande Rei era sempre representado como o autor da aliança.

II. PRÓLOGO HISTÓRICO – A BONDADE DO GRANDE REI – vv.2b-13


Aqui nós vemos o SENHOR, Grande Rei, recontando a história do relacionamento com Israel
(o vassalo). Pergunta: Por que o Grande Rei está fazendo isso? Porque ele tem um único fim: inculcar-
lhe um sentimento de confiança e dever. Nesse sentido, o Grande Rei, o SENHOR Deus, ele mesmo, e
não outro, está relembrando à Israel, o seu povo (vassalo), a Sua bondade para com eles, israelitas.
Vamos conferir:

vv. 2-4: o SENHOR lhes conta a história dos patriarcas – Abraão, Isaque e Jacó.
vv. 5-7: o SENHOR, o Grande Rei, relembra a eles fatos históricos importantes: a escravidão
no Egito; a libertação da escravidão no Egito, tendo Moisés como libertador e; o grande livramento que
veio a eles no Mar Vermelho.
vv. 8-11: o SENHOR, o Grande Rei, encerra essa seção mostrando que depois da peregrinação
dos patriarcas, da escravidão no Egito e um andar errante pelo deserto, agora eles estavam assentados
na terra prometida.

Prestemos atenção que enquanto o Grande Rei está falando (prólogo histórico), observe que
Ele usa a primeira pessoa do singular “Eu”. Dessa forma é comum as seguintes expressões: Eu chamei...
Eu dei... Eu enviei... Eu vos trouxe... etc.

Resumindo, o Grande Rei, ao recontar-lhes a história está dizendo: Fui Eu que fiz tudo por
vocês; vocês foram alcançados pela minha imensa bondade.

E isso torna-se mais evidente ainda quando vemos vv.12,13, que diz: Pois enviei vespões
adiante de vós, que os expulsaram de diante de vós, como aos dois reis dos amorreus, não com a vossa
espada, nem com o vosso arco (v.12). Vespões (cf. Dt 7.20) é, provavelmente uma imagem do pânico e
confusão mediante quais Deus ajudou Israel na conquista. E nesse sentido, o SENHOR, o Grande Rei está
dizendo a Israel, o vassalo: Eu lhes causei pânico para expulsá-los diante de vocês... Não foram a espada
e o arco que deram a vocês vitória (NVI).

Agora, vejamos o v.13: E eu vos dei uma terra em que não trabalhastes, e cidades que não
edificastes, e habitais nelas; e comeis de vinhas e de olivais que não plantastes.
Em outras palavras, o SENHOR, o Grande Rei, está dizendo: Eu dei a vocês cidades e uma
terra que vocês não edificaram, não construíram nada. Nelas vocês moram, e comem de vinhas e olivais
que vocês também não plantaram.

III. AS ESTIPULAÇÕES – vv. 14-18


Observem que o verso 14 inicia-se assim: Agora temam ao SENHOR e sirvam-no com
integridade e fidelidade. Isto simplesmente quer dizer: Sê leal ao SENHOR. Em essência os antigos
tratados ou antigas alianças determinavam lealdade exclusiva ao Grande Rei. Um tratado hitita da época
determinava a seguinte ordem: “Não desvies teus olhos para nenhum outro”! Da mesma forma aqui.
Temei ao SENHOR envolve agitar uma bandeira de rendição perante a lei do SENHOR, de submeter-se
aos seus mandamentos. É impossível temê-lo e, ao mesmo tempo, servir outros deuses. Ídolos ou
deuses devem ser jogados fora (deitai/jogai fora os deuses que os seus antepassados adoraram...
v.14b).

Então, para se renovar a aliança com Deus o que eles deveriam saber sobretudo?
Exatamente isso: Deus, o SENHOR, o Grande Rei, o Deus ciumento de Israel não tolera nenhum rival.
Jesus, o SENHOR, aquele que hoje é o Grande Rei, também não: Ninguém pode servir a dois senhores;
porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis
servir a Deus e às riquezas (Mt 6.24), e ainda, Se alguém vier a mim, e não aborrecer a pai e mãe, a
mulher e filhos, a irmãos e irmãs, e ainda também à própria vida, não pode ser meu discípulo (Lc 14.26).

Para uma renovação da aliança, Deus exigiu que o povo escolhesse com quem teria
compromisso: ou com os velhos deuses de Tera, ou com os novos deuses de Canaã ou com Ele próprio
(v.15).

E nisso que vemos a decisão de Josué: Eu e a minha casa serviremos ao SENHOR (v.15).
Entrar nessa aliança foi uma questão onde cada família em particular tinha que decidir, e isso, repito se
vê na resolução de Josué: Eu e a minha casa serviremos ao SENHOR (v.15). A essa altura, Israel
funcionava como nação, mas vemos que a aliança era, e ainda é, uma questão familiar.

Hoje em dia todo salvo tem uma nova comunidade, a comunidade da nova aliança. Essa
comunidade da nova aliança é construída ou edificada sobre os apóstolos, que foram testemunhas
oculares da vida de Jesus Cristo que disse, ...porque isto é o meu sangue, o sangue da [nova] aliança,
derramado em favor de muitos, para remissão de pecados (Mt 26.28), e foram também testemunhas
especialmente de Sua ressurreição (At 1.21;22; 1Co 15.8).

A grande aliança ou a Nova Aliança: Jesus veio para estabelecer uma nova aliança entre
Deus e os homens. Seu sangue derramado na cruz foi o sinal dessa nova aliança (Mateus 26.28). Agora
todos podem ter acesso a Deus e se tornar Seu povo, sem todas as regras da Lei de Moisés.

Conclusão: UMA MEMORÁVEL RENOVAÇÃO DA ALIANÇA


o Preâmbulo: ...assim diz o SENHOR. O SENHOR, o nosso Grande Rei está dizendo...
o A bondade do Grande Rei. Ele nos conta sobre a Sua bondade...
o As estipulações... na Nova Aliança determina-se ainda integridade e fidelidade ao Grande Rei.

25/062023 – IBR JD GUARUJÁ, às 16h

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