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Analise Da Hostória Do Conservatorio de Musica de Sergipe
Analise Da Hostória Do Conservatorio de Musica de Sergipe
permanência no governo foi assegurada quando foi instalado o regime ditatorial, em 1937.
Eronides continuou no cargo até 1941.
Durante este período, os sergipanos foram tomados pelo sentimento de civismo e
patriotismo. As apresentações dos Orfeões estavam sempre presentes nas datas comemorativas e
contribuíram para o movimento (Canto Orfeônico) se tornar mais respeitado e receber
tratamento especial.
Até chegar à sua sede própria e mudar de denominação, o Instituto de Música de Sergipe
passou por vários endereços, sempre ocupando prédios cedidos pelo Poder Público. Foi a
professora Nadja Nara Damaso Graça de Oliveira quem administrou este estabelecimento de
1993 a 1998.
O projeto do novo prédio do Conservatório de Música de Sergipe é de autoria do arquiteto
baiano Jader Tavares. É um imponente prédio com instalações modernas para a época em que
foi construído. O CMS é a única instituição de ensino e preparo musical legalmente autorizada a
ministrar cursos de música no estado, de acordo com as Resoluções do Conselho Federal de
Educação e Parecer do Conselho Estadual de Educação nº 1299/73.
uma porcentagem menor foi o de 1999. Naquele ano, estava à frente da direção do CMS a Profª
Nádia Seixas, que lecionou na casa durante um período de aproximadamente dez anos.
O ano de 1997 apresenta o maior índice de evasão, chegando a atingir um percentual de
78,3%. Na visão de Nascimento (2003: 45) aquele foi um ano conturbado, uma vez que foi o
“período em que a escola estava vinculada a Secretaria da Cultura, pois não havia recursos para
contratar os profissionais e por isso a escola teve que fazer um certo malabarismo, isso se
acentuou bastante em meados de 2000”. A diretora Nadja Nara Dâmaso estava se afastando do
CMS por motivo de sua aposentadoria. Talvez isto tenha afetado a administração da escola e
contribuído para o elevado índice de evasão.
Os anos de 2001/2002 ocupam o 2º lugar em número de evadidos, o que se explica pelo
número de matriculados. Ao observarmos a reprovação, percebe-se que o menor índice se deu
no ano de 1993, e o maior ocorreu nos anos de 2001/2002. Em relação ao item que trata sobre
os índices de evadidos e reprovados percebe-se que nos anos de 1991, 92, 97, 2001/2000 e
2003, o número de evadidos e reprovados juntos, supera o de aprovados.
Analisando o questionário aplicado aos alunos que estão estudando nos cursos básico e
técnico, percebeu-se que os motivos que os levaram a estudar no CMS são vários. Entretanto, a
maioria manifesta desejo de se profissionalizar. Dois dos entrevistados disseram que estudam no
CMS há 10 (dez) anos, o que nos faz crer que iniciaram ainda crianças. O período do curso atual
é de 06 (seis) anos. Todos os entrevistados declararam que gostam de estudar música e, apenas
um disse que não irá concluir o curso.
Com relação à metodologia aplicada pelos professores percebeu-se que 80% dos alunos
estão insatisfeitos, pois eles acham que o ensino está ultrapassado.
Alguns dizem que os assuntos são complicados, outros afirmam que são resumidos e de
difícil entendimento. Ao analisar a situação do ensino de música no Brasil, Matins reforça o que
foi dito pelos educandos, fazendo uma crítica aos professores, pois “muitos se negam a
compreender e a pensar a lógica da linguagem musical; preferem imita-la. Expõem-se
conscientemente ao risco da dependência de um modelo, de um estilo, de um padrão, negando-
se a si própria autonomia e autenticidade” (MARTINS, 1985, p. 12).
Concordo com esse autor, pois essa reação dos educandos aos métodos e a insatisfação
nas aulas tem a ver com um ensino baseado apenas em um modelo que reforça a mera execução
repetitiva, desvinculada da realidade do aluno e, portanto, sem nenhum significado.
Em relação ao estilo de música percebeu-se uma preferência pelo clássico, mas alguns
4
alunos se mostraram ecléticos. Perguntados sobre se a opção pelo erudito e clássico é causa de
evasão, 49% dos alunos afirmaram que sim e 51% declararam que não. A duração prolongada
dos cursos também provoca evasão para 60% dos alunos.
Dentre os entrevistados já evadidos, os motivos elencados foram: os problemas de ordem
pessoal; da ausência de música popular; da ignorância e falta de atenção do professor de prática;
do curso demorado; da falta de metodologia; da falta condições de adquirir o instrumento; da
constante mudança da direção; do excesso de aluno na aula de teoria; da falta de flexibilidade do
professor e mudança de endereço. Entretanto, mesmo diante desses problemas, 50% dos ex-
alunos declararam que desejariam voltar a estudar no CMS.
Perguntou-se o que os alunos achavam do ensino de música do CMS. Obtiveram-se as
seguintes respostas: não sei; precisa de uma atualização adequada à nossa realidade, mais amor
por parte do professor; mais incentivo ao aluno; ótimo; mais variedade de instrumentos; Bom;
não atendeu às minhas perspectivas; Lento e defasado há mais de 20 anos”.
Cinqüenta por cento dos evadidos também acham que o período prolongado do curso
causa evasão. Fato este que se refere à segunda hipótese levantada neste trabalho. Somadas as
opiniões dos alunos em curso com as dos alunos evadidos, percebeu-se que a maioria dos alunos
confirma esta hipótese. Porém, em se tratando da metodologia centrada no erudito e clássico,
60% dos alunos declaram que esta prática não ocasiona evasão. Em se tratando da primeira
hipótese levantada nesta pesquisa, com base nas opiniões dos alunos evadidos e em curso
percebeu-se que de 20 (vinte) alunos, 08 (oito) responderam que a metodologia centrada no
erudito e clássico causa evasão e 12 (doze) alunos acreditam que não.
Observou-se que os problemas levantados são de quatro ordens: culpa dos alunos (4),
culpa dos métodos de ensino e organização dos cursos (07), culpa dos professores (03), culpa da
estrutura organizacional e administrativa do CSM (04).
Quanto às tendências pedagógicas, a maioria dos professores não manifesta filiação a
correntes pedagógicas, limitaram-se a descrever o que fazem no cotidiano de sala de aula: aulas
em grupos, integração das disciplinas teóricas de música e da arte musical com outras artes;
abrem espaço para que o aluno aprenda e exercite outros estilos de música não utilizados no
CMS; adotam o modelo TECLA (Técnica, execução, composição, literatura e apreciação) de
Swanuiek; aulas expositivas com demonstração prática.
Quanto ao estilo de música que os professores empregam em suas aulas, observou-se que
03 (três) professores fazem uso da música popular (Rock, Bossa Nova, MPB e outros); 01 (um)
utiliza todos os gêneros musicais e os demais adotam o Erudito e Clássico.
Dessa forma, se percebe que ainda há resistência à inserção da música popular na prática
cotidiana dos professores, embora Oliveira nos alerte de quanto à música popular brasileira é
apreciada em nosso país:
Afinal, “aprender a tocar um instrumento ou a cantar torna-se mais fácil quando ocorre
em condições nas quais o indivíduo experimenta uma sensação de bem-estar em conexão com a
qual ele desenvolve ajustamentos pessoais e sociais satisfatórios” (MARTINS, 1985, 45).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
1
Diário Oficial de Sergipe, 29.11.1945. p. 04.
2
Nádia Seixas Bule Rego foi ex-professora e ex-diretora do CMS. Entrevista realizada no dia 19/04/2004.
3
Idem.
4
Idem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CONCEIÇAO, Ivete Eça da. Sergipe cantava em alegro ma no troppo. In: O canto orfeônico
de Sergipe e a fundação do Conservatório de Música de Sergipe 1930-1950. São Cristóvão,
Universidade Federal de Sergipe/UFS, 1997. (monografia).
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