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Experimentação e Desafios

na Engenharia

ELETRO
QUÍMICA
Prof. Me Cristiano Régis F. de Brito
Objetivos de
Aprendizagem

Conceitual
Compreender os processos de conversão de energia química em
correte elétrica (e vice-versa) à luz dos conceitos da eletroquímica

Procedimental
Aplicar os fundamentos da eletroquímica em sistemas de
Engenharia onde se processam reações de oxirredução

Atitudinal
Ser atento a seleção de métodos para proteções eletroquímicas
de materiais contra a corrosão provocada pelo ambiente externo.
Conteúdo
Programático
Reações Eletroquímicas

Números de Oxidação (NOX)

Células Galvânicas (Pilhas)

Potenciais das Células

Corrosão

Células Eletrolítica (Eletrólise)


Introdução e-
A Eletroquímica é um campo fundamental para a
prática da Engenharia, pois fornece as bases
científicas necessárias para entender e controlar
processos que envolvem a conversão de energia
química em energia elétrica e vice-versa

Os conceitos da Eletroquímica são utilizados na(s):

Células galvânicas (pilhas e baterias) e Células Eletrolíticas;

Reatividade dos metais e Corrosão;

Produção industrial de insumos (Cl2, NaOH, F2, Al(s), Fe(s) etc.)

Processos de tratamento de água e esgotos


(eletrocoagulação, eletro-oxidação etc.);

Produção de H2V (Hidrogênio Verde);

Células de Combustível.
Reações Eletroquímicas
Reações eletroquímicas (reações de oxirredução ou ainda reações redox)
são reações que envolvem a transferência de elétrons entre espécies
químicas:
CORROSÃO!!
O Zinco metálico perde
seus elétrons e é
Zinco metálico Os íons Cu2+ da solução “roubam” “dissolvido” pela solução
(Zn(s)) os elétrons da barra e se depositam
sobre ela como Cobre metálico

Perde elétrons
Azulado Avermelhado metálico

2+ 2+
Zn(s) + Cu(aq) → Zn(aq) + Cu(s)
Prateado metálico Incolor

Ganha elétrons
Solução de Sulfato
de Cobre (CuSO4) Solução de Sulfato de Cobre
H2 O perde a coloração à medida
CuSO4 → Cu2+ 2−
(aq) + SO4(aq) em que os íon Cu2+ viram
Cobre metálico.
Reações Eletroquímicas

OXIDAÇÃO

Zn(s) + Cu2+
(aq) → Zn 2+
(aq) + Cu(s)

REDUÇÃO

Nas reações de oxirredução, dizemos que a espécie química que perde


elétrons OXIDA (sofre oxidação), enquanto a espécie que recebe
elétrons REDUZ (sofre redução).
O NOX (Número de Oxidação) é uma ferramenta útil para rastrear a
transferência de elétrons entre os reagentes. Ele está relacionado às
mudanças no grau de oxidação dos elementos envolvidos na reação:
AUMENTA (OXIDA)

DIMUNUI (REDUZ) Quem OXIDA provoca a redução, por


isso, é chamado de AGENTE REDUTOR
NOX 0 +2 +2 0 Quem REDUZ provoca a oxidação, por
isso, é chamado de AGENTE OXIDANTE
2+ 2+
Zn(s) + Cu(aq) → Zn(aq) + Cu(s)
Número de Oxidação (NOX)
A determinação do NOX é fundamental para determinar as espécies
que participam da troca de elétrons em uma reação eletroquímica.
Existem, portanto, algumas “regras” para a determinação do NOX de
cada átomo que compõe uma substância.

1. Substâncias simples (compostas apenas por átomos iguais):


Não existe diferença de eletronegativa entre os elementos, logo não há
perda ou ganho de elétrons e o NOX é sempre igual a 0 (zero).
0 0 0 0 0 0 0
O2 O3 Cl2 H2 Zn Fe Al …
2. Substâncias compostas (composta por diferentes átomos):

• Metais alcalinos (Família 1A): NOX é sempre igual a +1 (tendência de


perder um elétron)
+1 +1 +1 +1 +1 +1

Li − Na − K − Rb − Cs − Fr
Número de Oxidação (NOX)
2. Substâncias compostas (composta por diferentes átomos):

• Metais alcalinos-terrosos (Família 2A): NOX é sempre igual a +2


(tendência de perder dois elétrons)
+2 +2 +2 +2 +2 +2
Be − Mg − Ca − Sr − Ba − Ra
• Hidrogênio: Geralmente assume NOX igual a +1, EXCETO quando ligado
aos metais alcalinos ou alcalinos terrosos, nos chamados hidretos
metálicos, assume valor igual -1 (recebe um elétron do metal).
+1 -1 +2 -1 +1 -1 +2 -1

NaH MgH2 CsH BaH2


+1 -2 +2 -2
• Oxigênio: Geralmente assume NOX igual a -2. H2 O MgO
+2 -1
Quando ligado ao Flúor (mais eletronegativo): OF2
EXCEÇÕES: +1 -1
Quando ligado a ele mesmo (peróxidos): H2 O2
Número de Oxidação (NOX)
2. Substâncias compostas (composta por diferentes átomos):

• Halogênios (Família 7A): possuem tendência de ganhar um elétrons,


logo, geralmente assumem NOX igual a -1.
F − Cl − Br − I
+1 -1 +2 -1
Halogênios
NaCl MgBr2
Quando ligado ao átomo de Oxigênio, que é mais +4 -2
EXCEÇÕES: eletronegativo que eles (menos o Flúor). Quanto
mais Oxigênios, maior será o NOX do Halogênio.
ClO2

• Calcogênios (Família 6A): assim como o Oxigênio, possuem tendência


de ganhar dois elétrons, logo, geralmente assumem NOX igual a -2.
+1 -2 +1 -2 +2 -2

H2 S CaSe FeS O − S − Se
Calcogênios

Os calcogênios podem ligar-se entre si e, como o


Oxigênio é mais eletronegativo do que os outros, +4 -2 +6 -2
EXCEÇÕES: quando o Enxofre e o Selênio “perdem” seus elétrons SO2 SO3
para o Oxigênio, fazendo seu NOX aumentar.
Número de Oxidação (NOX)
2. Substâncias compostas (composta por diferentes átomos):

• Metais com NOX fixo:


+1 -1 +2 -2 +3 -2
Prata (Ag): +1 AgCl Zinco (Zn): +2 ZnO Alumínio (Al): +3 Al2 O3

3. Íons

• Íons monoatômicos: o NOX será sempre igual a carga do próprio íon.


+2 +3 +1 -1 -2
2+ 3+ + − 2−
Zn Al Ag Cl O
• Íons poliatômicos: a soma total dos NOX deve ser igual à carga.
+4 -2 +7 -2 -3 +1 +1 +4 -2
SO2−
3 ClO−
4 NH4+ HCO−
3
Número de Oxidação (NOX)
Exercício 1:
Determinar os NOX de átomo de cloro em cada uma das substâncias:

+1 x -2
HClO4 HClO4 +1 + x − 2x 4 = 0 → x = +7
+1 x -2
HClO3 HClO3 +1 + x − 2x 3 = 0 → x = +5
+1 x -2
HClO2 HClO2 +1 + x − 2x 2 = 0 → x = +3
+1 x -2
HClO HClO +1 + x − 2 = 0 → x = +1
+1 x
HCl HCl +1 + x = 0 → x = −1
x
Cl2 Cl2 2x = 0 → x = 0
Número de Oxidação (NOX)
Exercício 2:
Análise a reação a seguir e indique quais as espécies que participam
da transferência de elétrons, ou seja, que sofrem oxidação e redução.

SnCl2 + 2HCl + H2 O2 → SnCl4 + 2H2 O


Solução:
Para responder ao questionamento, precisamos primeiro determinar o NOX de
cada átomo que participa da reação:
Redução
-1 +1 -1 +1 -1 -1 +1 -2
SnCl2 + 2HCl + H2 O2 → SnCl4 + 2H2 O
+2 +4
Oxidação

Logo, é possível concluir que:


• Cada Oxigênio tem seu NOX reduzido de -1 para -2, ou seja, cada um recebe 1
elétron. Sofre Redução e, portanto, é o Agente Oxidante.
• O Estanho (Sn) perde dois elétrons e aumenta seu NOX de +2 para +4. Sofre
Oxidação e, portanto, é o Agente Redutor.
Células Galvânicas (Pilhas)

As reações de oxirredução podem ser escritas parcialmente (semirreações), uma


descrevendo o processo de Oxidação e outra o processo de Redução:

OXIDAÇÃO

2+ 2+
Zn(s) + Cu(aq) → Zn(aq) + Cu(S)
REDUÇÃO

SEMIRREAÇÃO DE OXIDAÇÃO Zn(s) → Zn2+


(aq) + 2𝑒 −

SEMIRREAÇÃO DE REDUÇÃO Cu2+


(aq) + 2𝑒 − → Cu
(s)

REAÇÃO GLOBAL Zn(s) + Cu2+


(aq) → Zn 2+
(aq) + Cu(s)
Células Galvânicas (Pilhas)

Cada espécie química tem sua própria tendência de ganhar ou perdem elétrons, o que nos leva ao
conceito de Potenciais Padrão de Redução (E0 ou E0RED ). Cada espécie apresenta seu próprio E0, que
tem como referencial o Hidrogênio, que foi convencionado com Potencial de Redução nulo:

SEMIRREAÇÃO DE REDUÇÃO 2H + + 2𝑒 − → H2 𝐸 0 = 0,00V


• Espécies químicas que reduzem (ganham elétrons) mais facilmente do que o Hidrogênio
apresentam E0 positivo. Por exemplo, o Cobre.
2+ − 0
SEMIRREAÇÃO DE REDUÇÃO Cu + 2𝑒 → Cu 𝐸 = +0,34V
• Espécies químicas que oxidam (perdem elétrons) mais facilmente do que o Hidrogênio
apresentam E0 negativo. Por exemplo, o Zinco.

SEMIRREAÇÃO DE REDUÇÃO Zn2+ + 2𝑒 − → Zn 𝐸 0 = −0,76V


• Ao inverter a reação tem-se:
2+ − 0
SEMIRREAÇÃO DE OXIDAÇÃO Zn → Zn + 2𝑒 𝐸oxi = +0,76V
Células Galvânicas (Pilhas)

A Tabela a seguir mostra os


Potenciais Padrão de
Redução (e de Oxidação)
para várias espécies
químicas:

Potenciais Padrão são medidos


em condições-padrão:
PRESSÃO 1 bar
TEMPERATURA 298 K
SOLUÇÕES 1,0 mol/L
Células Galvânicas (Pilhas)

No sistema eletroquímico:

Quando o Potencial
OXIDAÇÃO Elétrico (ou Força
Eletromotriz) resulta em
2+ 2+ valores positivos, temos
Zn(s) + Cu(aq) → Zn(aq) + Cu(s)
uma reação espontânea
REDUÇÃO (ocorre naturalmente).
Tais processos, como nas
pilhas, são ditos
SEMIRREAÇÃO DE OXIDAÇÃO Zn(s) → Zn2+
(aq) + 2𝑒 − 0
𝐸oxi = +0,76 V GALVÂNICOS. O ∆E0 pode
2+ − 0 ser chamado de Diferença
SEMIRREAÇÃO DE REDUÇÃO Cu(aq) + 2𝑒 → Cu(s) 𝐸red = +0,34 V de Potencial (DDP) ou
Força Eletromotriz (FEM).
REAÇÃO GLOBAL Zn(s) + Cu2+
(aq) → Zn 2+
(aq) + Cu(s) ∆𝐸 0 = +1,10 V
Células Galvânicas (Pilhas)

Se tivéssemos o sistema eletroquímico inverso (uma placa de Cobre metálico em


uma solução com íons Zn2+), o que aconteceria? Veja:

OXIDAÇÃO Quando o Potencial Elétrico (ou


Força Eletromotriz) resulta em
2+ 2+ valores negativos, temos uma
Cu(s) + Zn(aq) → Cu(aq) + Zn(s) reação não-espontânea (não
REDUÇÃO ocorre naturalmente, sem
energia externa). Ou seja, NADA
2+ − OCORRERIA. Alguns processos
SEMIRREAÇÃO DE OXIDAÇÃO Cu(s) → Cu(aq) + 2𝑒 0
𝐸oxi = −0,34 V
utilizam energia elétrica para
2+ executar essas reações não-
SEMIRREAÇÃO DE REDUÇÃO Zn(aq) + 2𝑒 − → Zn(s) 0
𝐸red = −0,76 V
espontâneas, tais processos
são chamados de
REAÇÃO GLOBAL Cu(s) + Zn2+
(aq) → Cu 2+
(aq) + Zn(s) ∆𝐸 0 = −1,10 V
ELETROLÍTICOS.
Células Galvânicas (Pilhas)

Exercício 3:
Consultando a Tabela de Potenciais Padrão, indique se as reações ocorrem espontaneamente:

I 2Ag (s) + Cu2+


(aq) → 2Ag +
(aq) + Cu(s)

II 2Al(s) + 3Fe2+
(aq) → 2Al 3+
(aq) + 3Fe(s)

III Pb(s) + Zn2+


(aq) → Pb2+
(aq) + Zn(s)
Solução:
Para responder ao questionamento, precisamos escrever as semirreações de cada processo:
2+ +
• Para a Prata (Ag) e o Cobre (Cu): 2Ag (s) + Cu(aq) → 2Ag (aq) + Cu(s)

2Ag (s) → 2Ag +


(aq) + 2𝑒 − 0
𝐸oxi = −0,80 V
A REAÇÃO (I) É NÃO-
Cu2+ + 2𝑒 −
→ Cu(aq) 0 ESPONTÂNEA.
(aq) 𝐸red = +0,34 V O Cobre (em solução) não
consegue “corroer” a Prata!
2Ag (s) + Cu2+
(aq) → 2Ag +
(aq) + Cu(s) ∆𝐸 0 = −0,47 V
Células Galvânicas (Pilhas)

• Para o Alumínio (Al) e o Ferro (Fe): 2Al(s) + 3Fe2+


(aq) → 2Al 3+
(aq) + 3Fe(s)

3+
2Al(s) → 2Al(aq) + 6𝑒 − 0
𝐸oxi = +1,66 V
A REAÇÃO (II) É ESPONTÂNEA.
O Ferro (em solução)
3Fe2+
(aq) + 6𝑒 − → Fe
(s)
0
𝐸red = −0,44 V consegue “corroer” o
Alumínio!

2Al(s) + 3Fe2+
(aq) → 2Al 3+
(aq) + 3Fe(s) ∆𝐸 0 = +1,22 V

• Para o Chumbo (Pb) e o Zinco (Zn): Pb(s) + Zn2+


(aq) → Pb2+
(aq) + Zn(s)

Pb(s) → Pb2+
(aq) + 2𝑒 − 0
𝐸oxi = +0,13 V
A REAÇÃO (III) É NÃO-
ESPONTÂNEA.
Zn2+
(aq) + 2𝑒 − → Zn
(s)
0
𝐸red − 0,76 V O Zinco (em solução) não
consegue “corroer” o Chumbo!
2+ 2+
Pb(s) + Zn(aq) → Pb(aq) + Zn(s) ∆𝐸 0 = −0,63 V
Células Galvânicas (Pilhas)

Nos sistemas eletroquímicos espontâneos (∆E0 > 0) é gerada uma Diferença de


Potencial (DDP) ou Força Eletromotriz (FEM). Essa ddp (ou FEM) pode ser aproveitada
para realização de trabalho elétrico.

Os dispositivos utilizados para este fim são conhecidos como Células Eletroquímicas
(ou Galvânicas), e o primeiro destes dispositivos foi a Pilha de Daniell (1836).

Eletrodo de Cobre metálico imerso em uma solução


contendo íons Cu2+ conectado, por meio de um fio
condutor, a um Eletrodo de Zinco imerso em uma solução
rica em íons Zn2+.
Como o Cobre (E0=+0,34 V) tem maior Potencial de
Redução que o Alumínio (E0=-0,76 V), na semi-célula de
Cobre ocorrerá a redução e, por consequência, na semi-
célula Zinco ocorrerá a oxidação.
Sofrerá REDUÇÃO a espécie que tem maior
tendência de receber elétrons, ou seja, MAIOR
POTENCIAL DE REDUÇÃO!!
Células Galvânicas (Pilhas)
A Força eletromotriz da pilha
pode ser utilizada para realizar Os elétrons saem do eletrodo de Zinco
0
um trabalho elétrico (aqui ∆𝐸 = +1,10 V (Ânodo – sofre Oxidação) e migram,
exemplificado pelo acendimento através do fio condutor, para o eletrodo
de uma lâmpada) de Cobre (Cátodo – sofre Redução).

CÁTODO (+) ÂNODO (-)


Uma forma comum de representar
SEMI-CÉLULA DE REDUÇÃO SEMI-CÉLULA DE OXIDAÇÃO uma célula galvânica é:

Cu2+ −
(aq) + 2𝑒 → Cu(s) Zn(s) → Zn2+
(aq) + 2𝑒

Zn(s) Zn2+
aq Cu2+
aq Cu(s)
0 0
𝐸red = +0,34 V 𝐸oxi = +0,76 V

Os Íons de Cu2+ recebem os O Zinco metálico perde seus elétrons e


elétrons e convertem-se a Cobre converte-se a íon Zn2+, que se “dissolve” na
metálico, que se deposita sobre solução. Pode se observar o consumo
a superfície do eletrodo. (corrosão) do eletrodo.
A ponte salina tem a função de equilibrar as força iônica das
soluções e manter o processo ocorrendo em velocidade constante.
Células Galvânicas (Pilhas)

Exercício 4:
Uma célula eletroquímica foi construída sem a utilização de uma fonte externa, com uma
semi-célula contendo um eletrodo de cádmio em solução de Cd2+ e outra semi-célula
contendo um eletrodo de níquel em solução de Ni2+. Determine o (i) quem é o ânodo e quem é
o cátodo, (ii) o sentido do fluxo de elétrons e (iii) a FEM da célula. Dados:

Cd2+
(aq) + 2𝑒 −
→ Cd(s) 0
𝐸red = −0,40 V Ni2+
(aq) + 2𝑒 −
→ Ni(s) 0
𝐸red = −0,25 V

Solução:
De acordo com os Potencias Padrão de Redução
Ni2+
(aq) + 2𝑒 −
→ Ni(s) 0
𝐸red = −0,25 V
fornecidos, o Níquel possui maior tendência de reduzir
(ganhar elétrons), logo, o eletrodo de Níquel sofrerá Cd(s) → Cd2+
(aq) + 2𝑒 − 0
𝐸oxi = +0,40 V
redução e, portanto, é considerado o CÁTODO.
Consequentemente, o eletrodo de Cádmio é o ÂNODO Ni2+ + Cd → Cd2+
(aq) (s) (aq) + Ni(s)
(sofre oxidação). Daí, os elétrons devem migrar do
eletrodo de Cádmio para o eletrodo de Níquel. Por fim, a ∆𝑬𝟎 = +𝟎, 𝟏𝟓 𝐕
FEM da célula é de:
Células Galvânicas (Pilhas)

O trabalho elétrico que pode ser aproveitado de uma célula galvânica pode ser
calculado pela expressão:
Número de mols de elétrons envolvidos na reação

∆G0 = we = −ne F∆E 0 Força Eletromotriz da célula

Constante de Faraday: 96.485 C/mol de elétrons


Energia Livre de Gibbs
Quantidade de energia que um sistema Sinal negativo indica apenas que o
tem disponível para realizar trabalho sistema é que realiza trabalho!

Para o exemplo anterior Cd(s) Cd2+


aq Ni2+
aq Ni(s) ∆𝑬𝟎 = +𝟎, 𝟏𝟓 𝐕

Tem-se que o trabalho elétrico que pode ser aproveitado da pilha é:


C
we = ne F∆E 0 = −2,0mol x 96.500 x 0,15V ≅ −𝟐𝟗, 𝟎 𝐤𝐉
mol
O consumo de 1 mol do eletrodo de
Cádmio gera aproximadamente
29,0 kJ de trabalho elétrico
Células Galvânicas (Pilhas)

As células de combustível (geralmente de hidrogênio/oxigênio), ou pilhas de


combustível, são dispositivos eletroquímicos que convertem a energia química
armazenada nas substâncias em energia elétrica e água com eficiência notável.
Os principais componentes de uma célula de combustível de hidrogênio são:
Contato: fio condutor que permite o fluxo de elétrons
(energia elétrica) entre os eletrodos.

Ânodo: no ânodo (eletrodo Cátodo: no ânodo (eletrodo


negativo) ocorre a oxidação do negativo) ocorre a oxidação do
hidrogênio molecular (H2) hidrogênio molecular (H2)

Semirreação de Oxidação Semirreação de Redução

Membrana de troca de prótons: permite seletivamente a


passagem do íon H+ de um eletrodo para o outro
CORROSÃO
A corrosão de metais é um processo Veja:
químico natural que envolve a deterioração
O2(g) + 2Fe(s) + 2H2 O(l) → 2Fe(OH)2(s)
de estruturas metálicas devido à interação
com agentes oxidantes presentes no
ambiente (umidade e oxigênio).

SEMIRREAÇÃO DE
OXIDAÇÃO 2Fe(s) → 2Fe2+
(aq) + 4𝑒 −

SEMIRREAÇÃO DE
REDUÇÃO O2(g) + 2H2 O(l) + 4𝑒 − → 4OH −
Na corrosão do Ferro, por exemplo, devido a
exposição ao ambiente ocorrem diversas 2Fe(s) + O2(g) + 2H2 O(l) → 2Fe(OH)2(s)
reações de oxirredução que levam à
formação de Ferrugem (compostos de Ferro Os produtos da corrosão são compostos de Ferro com
com maior estado de oxidação: Fe2+ e Fe3+). características químicas completamente diferentes das
do Ferro metálico, fazendo com que o material fique
quebradiço, comprometendo sua integridade estrutural.
CORROSÃO
1. Recobrimento de Metais:
Sabendo que a corrosão é um processo
eletroquímico que necessita de uma Força • Pinturas: Tintas e vernizes são
Eletromotriz maior que zero para ocorrer de aplicados como revestimentos externo
forma espontânea, a Engenharia pode (contato com o ambiente). Eles
utilizar diferentes técnicas para evitar ou, protegem o metal formando uma
pelo menos, minimizar seus efeitos. barreira física entre o metal e o
ambiente corrosivo. Pinturas epóxi,
As técnicas mais usuais para proteção poliuretano e poliéster são exemplos
contra corrosão são: comuns, além de tintas especiais a
base de Zarcão (2PbO·PbO2).
1. Recobrimento de Metais:
• Metais banhados: Aplica-se uma
2. Metais de Sacrifício: películas de metais nobres (Au, Ag, Cu
etc), que possuem baixos potenciais
de oxidação e, portanto, são mais
resistentes à corrosão provocada pelo
ambiente. Esse processo é chamado
de Banho Eletrolítico.
CORROSÃO
1. Recobrimento de Metais:
Sabendo que a corrosão é um processo
eletroquímico que necessita de uma Força • Pinturas: Tintas e vernizes são
Eletromotriz maior que zero para ocorrer de aplicados como revestimentos externo
forma espontânea, a Engenharia pode (contato com o ambiente). Eles
utilizar diferentes técnicas para evitar ou, protegem o metal formando uma
pelo menos, minimizar seus efeitos. barreira física entre o metal e o
ambiente corrosivo. Pinturas epóxi,
As técnicas mais usuais para proteção poliuretano e poliéster são exemplos
contra corrosão são: comuns, além de tintas especiais a
base de Zarcão (2PbO·PbO2).
1. Recobrimento de Metais:
• Metais banhados: Aplica-se uma
2. Metais de Sacrifício: películas de metais nobres (Au, Ag, Cu
etc), que possuem baixos potenciais
de oxidação e, portanto, são mais
resistentes à corrosão provocada pelo
ambiente. Esse processo é chamado
de Banho Eletrolítico.
CORROSÃO
A corrosão de metais é um processo
químico natural que envolve a deterioração • Galvanização:
de estruturas metálicas devido à interação Eletrodeposição (deposição
com agentes oxidantes presentes no por ação de corrente elétrica)
ambiente (umidade e oxigênio). de um metal sobre a
superfície de outro metal. No
caso, o metal da cobertura,
comumente o Zinco, é deve
ser mais resistente à corrosão
do que o metal que vai
receber a cobertura metálica.

Na corrosão do Ferro, por exemplo, devido a


exposição ao ambiente ocorrem diversas Camada de Al2O3 Passivação (natural): Alguns metais,
reações de oxirredução que levam à como o Alumínio, tem a capacidade
formação de Ferrugem (compostos de Ferro de reagir com o oxigênio do ar e
com maior estado de oxidação: Fe2+ e Fe3+). formar uma camada de óxido
(Al2O3) externa que é resistente à
oxidação e acaba por proteger as
Alumínio metálico camadas internas da corrosão.
CORROSÃO
A corrosão de metais é um processo 2. Metais de Sacrifício:
químico natural que envolve a deterioração
de estruturas metálicas devido à interação Os metais de sacrifício são também conhecidos como
com agentes oxidantes presentes no ânodos de sacrifício ou ainda proteção catódica. Esta
ambiente (umidade e oxigênio). técnica envolve a introdução de um metal mais reativo, o
"ânodo sacrificial," em contato direto com o metal que se
deseja proteger, o "cátodo.
O metal de sacrifício deve possuir maior Potencial de
Oxidação que o metal que se deseja proteger. Daí, em
eventuais processos corrosivos espontâneos, o metal de
sacrifício vai oxidar preferencialmente, evitando a
oxidação do metal protegido.

Na corrosão do Ferro, por exemplo, devido a


exposição ao ambiente ocorrem diversas Metais de sacrifício
reações de oxirredução que levam à utilizados para proteger a
estrutura metálica de
formação de Ferrugem (compostos de Ferro navios contra a corrosão
pela água do mar.
com maior estado de oxidação: Fe2+ e Fe3+).
Células Eletrolíticas (Eletrólise)
Enquanto nas pilhas (células eletroquímicas) ocorre a conversão espontânea da energia química
em energia elétrica capaz de realizar trabalho elétrico, na Eletrólise ocorre o processo inverso:
consumo de energia elétrica para provocar reações eletroquímicas que não ocorrem de forma
espontânea. Esses processos são chamados de Eletrolíticos.
Gerador: dispositivo que funciona como
fonte de energia elétrica contínua

Eletrodos: placas metálicas inertes iguais


O fluxo de elétrons dá-
(grafite ou platina), que permite que a
se, também, no sentido
reação se processe sobre a sua superfície.
Ânodo para o Cátodo

Diferente das pilhas, na eletrólise os


eletrodos não são consumidos!

O Ânodo (+) atrais os ânions (-), que


sofrem Oxidação e o Cátodo (-) atrai
os cátions (+), que sofrem a Redução.

ELETRÓLISE AQUOSA
Solução Eletrolítica: solução que conduz
eletricidade. Pode ser uma solução aquosa ou
um composto iônico fundido (derretido) ELETRÓLISE ÍGNEA
Células Eletrolíticas (Eletrólise)
Por exemplo, na Eletrólise da água: Ocorre formação de Gás
Oxigênio no Ânodo (+)

HIDROGÊNIO SOFRE REDUÇÃO OXIGÊNIO SOFRE OXIDAÇÃO

2H2 O + 4e− → 2OH − + H2 2H2 O → 4H + + 4e− + O2

Ocorre formação de Gás


Hidrogênio no Cátodo (-)

Este é o processo pelo qual o


combustível do futuro
4H2 O + 4e− → 4OH − + 2H2 Hidrogênio Verde (H2V) será
produzido, utilizando a
2H2 O → 4H + + 4e− + O2 corrente elétrica produzida
por sistemas de energias
6H2 O → 4H2 O + O2 + 2H2 → 2H2 O → O2 + 2H2 renováveis (solar e/ou eólica)
REAÇÃO GLOBAL
Células Eletrolíticas (Eletrólise)
Na Eletrólise Ígnea a solução eletroquímica (condutora de eletricidade) é um composto iônico
fundido (derretido), logo, são processos realizados a altas temperaturas.

Por exemplo, na Eletrólise Ígnea de NaCl fundido

O cátions Na+ são O ânions Cl- são atraídos


atraídos pelo Cátodo, pelo Ânodo, onde
onde recebem os elétrons descarregam seus elétrons
e são reduzidos a Na(s) e são oxidados a Cl2
2Na+ + 2e− → 2Na(s) 2Cl− → Cl2(g) + 2e−

Ocorre formação de Sódio


Metálico no Cátodo (-) que se Ocorre formação de Gás
deposita sobre a superfície do Cloro no Ânodo (+)
o eletrodo inerte
NaCl(l) → Na+ + Cl−

2Cl− → Cl2(g) + 2e−


→ 2Na+ + 2Cl− → 2Na(s) + Cl2(g) REAÇÃO GLOBAL
2Na+ + 2e− → 2Na(s)
Células Eletrolíticas (Eletrólise)
Na Eletrólise Aquosa a solução eletroquímica (condutora de eletricidade) é um ácido, base ou sal
dissolvido em água. A diferença para a Eletrólise ígnea é que a água pode participar do processo,
dependendo das espécies envolvidas.

Por exemplo, na Eletrólise Aquosa de NaCl:

Dissociação: 2NaCl(l) → 2Na+


(aq) + 2Cl −
(aq)

Auto-ionização da água: 2H2 O → 2H + + 2OH −


São produzidos 2 cátions (H+ e Na+) e dois
ânions (Cl- e OH-). Então... Qual das espécies
vai participar das trocas de elétrons?

NaCl(l) → Na+
(aq) + Cl −
(aq)
Células Eletrolíticas (Eletrólise)
Na Eletrólise Aquosa a solução eletroquímica (condutora de eletricidade) é um ácido, base ou sal
dissolvido em água. A diferença para a Eletrólise ígnea é que a água pode participar do processo,
dependendo das espécies envolvidas.

Por exemplo, na Eletrólise Aquosa de NaCl:

Dissociação: 2NaCl(aq) → 2Na+


(aq) + 2Cl −
(aq)

Auto-ionização da água: 2H2 O → 2H + + 2OH −

H+ tem prioridade em relação ao Na+


Cl- tem prioridade em relação ao OH-

Cátodo: 2H + + 2e− → H2
Ânodo: 2Cl− → Cl2(g) + 2e−
NaCl(l) → Na+
(aq) + Cl −
(aq)
2NaCl(aq) + 2H2 O → 2NaOH + Cl2(g) + H2
Os produtos formados são
distintos da Eletrólise Ígnea!
Experimentação e Desafios
na Engenharia

ELETRO
QUÍMICA
Prof. Me Cristiano Régis F. de Brito

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