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Embriologia do Sistema Nervoso Norma Moreira Salgado Franco ) AG Quando o espermatozéide encontra o Svulo ocorse © surgimento do zigoto'. Essa unio da inicio a vatios processos, até chegar a formacio de trés folhetos embsionarios. O mais interno é chamado de endoderma, o mais extemo é denominado ectoderma eo intermediario recebe o nome cle mesoderma. Onde tudo comega? Sistema Nervoso origina-se do ectoderma. Na espécie humana isso core por volta da 3* semana de vida embrionatia, quando ha um espessamento desse folheto, situado acima da notocorda*, formando uma segido mais espessa chamada de placa neural. A placa neusal adquive um sulco longitudinal denominada de sulco neural que se aprofunda forma a goteira neural. Os labios da goteira se fecham para formar 0 tubo neural, que dasa origem a0 SNC. No ponto de encontro dos labios do sulco neural (comantico, né?) algumas células se destacam formam, de cada lado, uma lamina longitudinal chamada de crista neural, a qual dasa origem a0 SNP. © embsio agora, com um més de vida intra-utesina, a esta altura com o tubo neural fechado, apresenta na sua extremidade cranial trés dilatagdes, conhecidas como vesiculas encefilicas primitivas (arquencéfalo). ‘A vesicula anterior é chamada de prosencéfalo, a intermediasia é conhecida como mesencéfalo ¢ aque esté na paste postetior é chamada de rombencéfalo. O espaco interno das vesiculas é ocupado por uum fluido orginico que originara os ventriculos (cavidades) e os canais de comunicacio existentes entce eles. Estas vesiculas dilatadas dario origem a0 encéfalo enquanto a paste caudal dara origem & medlila exbinbal prosencéfalo formaci o telencéfalo e o diencéfalo. O mesencéfalo nio se modifica muito e por isso continua a ceceber 0 mesmo nome. O sombencéfalo se subdivide em metencéfalo & mielencéfalo.O metencéfalo formaré o cerebelo e 2 ponte. O miclencéfalo dari origem 20 bulbo. Essas transformagdes morfogenéticas do SN ocosrerio durante os quatros meses de gestacio humana Entre 0 quarto ¢ 0 quinto més de gestagio as principais esteutusas anatémicas ja estio constituidas. Nessa fase, tanto o cértex cerebral quanto céstex cerebelar ainda estio lisos. Posteriormente, como os, "atta gue origina o brio, forma pla mio dos gaat, Di origem a exo primitive embrondio, os cordados 28 ossos cranianos se desenvolverio mais lentamente do que as estruturas encefilicas, o céstex adquice muitas fissuras e sulcos, jé que se desenvolve mais sapidamente. O oposto ocosre com a medula espinhal e a coluna vertebral. Apés 0 4° més de vida embrionétia, a medula se desenvolve mais lentamente do que a coluna vertebral, formando uma estrutura anatémica conhecida como cauda eqiiina (maiores detalhes no capitulo 4 de Medula Espinhal) ‘As cristas neurais, além de formarem as estmaturas do SNP, como jé foi citado anteriosmente, patticipam também da formagio de outros tecidos que nio fazem paste do SN, como os melanécito: células pigmentadas da pele, entre outros. Além disso, 20 se proliferarem, mmuitas migram e se fixam formando os ginglios espinhais, situados na raiz dorsal dos nervos espinhais (maiores detalhes no capitulo 4 de Medula Espinhal) e 0s ginglios autonémicos* Telencéialo Prosencéfalo Diencéfalo * Encéfalo . Dilatagdes punitie Mesencéfilo | Mesencéfalo «oe (asquencefalo) Metencéfalo | Cetebelo Tubo Rombencéfalo Ponte . + Medula Miclencéfilo Bho Neucal Espinhal OBS. A notocorda e mesoderma tém papel impostante no desenvolvimento do SN. Estudos feitos em anfibios mostram que a implantacio dessas estruturas induzem a formagio do tubo neural e a sua estispagio cesultam em anomalias da medula Referéncias Bibliogréficas: BEAR, Mack F.; CONNORS, Bassy W; PARADISO, Michael A. Neurociéncias - desvendando o sistema nervoso. 2. ed. Posto Alegre: Artemed Editora S.A, 2002 COSENZA, Ramon M. Fundamentos de neuroanatomia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998, LENT, Robesto. Cem bilhées de neurdnios : conceitos fnndamentais de neurociéacia. Sio Paulo: Athenew, 2002 LOBO, Bruno Alipio eal. Embriologia humana. Rio de Janeiro: Guanabara Kogan, 1973 MACHADO, Angelo B.M. Neuroanatomia funcional. Rio de Janeiro: Atheneu, 1983, ‘MOORE, Keith L; PERSAUD, T. V. N. Embriologia basica. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Kogan, 2000. PATTEN, Bradley M. Foundations of embryology. 2.ed. New York: McGraw-Hill, 1964. POLISUK, Julio; GOLDFELD, Sylvio. Pequeno dicionario de termos médicos. 4.ed. Rio de Janeiso: Athenen, 1995 (Ginglos pestancentes 20 Sistema Nesroto AutSnomo (sistema gue control svidades regetatiras) ‘sires dete no capitulo 15 do SNP. Defeitos do Tubo Neural Gabriela Mafvezzi Os Defeitos do Tubo Neural (DTNs) sio uma heranea congéaita’ e © acido félico é seu principal desencadeador. Esses defeitos estio ligados & caréncia de um acompanhamento médico e também 4 caréncia de ingestio de alimentos que contenham o acido, Alguns dos tatores ambientais relacionados as doeneas sio: maior incidéncia em crianeas nascidas n0 invemno, associagio quanto a incidéncia zegional, efeito da ordem de nascimento, maior incidéncia de anencefalia® em determinadas classes de teabalhadores. Essas anomalias afetam os tecidos ligados a medula espinhal: meninges, arcos vestebrais', misculos pele. Os DNT’s se dividem em espinha bifida, anencefalia e encefalocele. 5 a + Espinha bifida’ ¢ uma anomalia que envolve os acos _vertebrais, conseqiiente da nio-fusio das metades que compdem a vértebra, ainda na fase embsionaria. Também atingem, de forma mais grave, a medula espinhal e as meninges. + Espinha bifida oculta: este defeito do asco vertebral surge quando as metades embsionrias do arco nfo crescem normalmente ¢ no se fandem no plano mediano. A espinha bifida oculta ocome nas véstebras L5 on SI. Em sua menor forma, a tinica evidéncia de sua presenca pode ser uma pequena depsessio com um tufo de pélos Uma pequena pescentagem das criancas afetadas tém defeitos significativos quanto fangio da medula espinhal e das raizes espinhais (maiores detalhes no capitulo 4. de medula espishal) + Espinha bifida cistica: apresenta geaus variiveis de déficit neurolégico, dependendo da posigio e da extensio da lesio. Usualmente, ha perda da sensibilidade da parte da pele que contém as terminacées nervosas corsespondentes, juntamente com paralisia completa ou parcial dos miisculos. O nivel da lesio determina a area de anestesia (érea da pele sem sensibilidade) e os muisculos afetados. Ela pode ser descoberta, ainda 20 periodo embsionério, através de uma ultra-sonografia ou por uma amaiocentese’ ou exame de sangue. A espinha bifida cistica é dividida em trés sub-categorias: @ Espinha bifida com meningocele: quando 0 “‘saco” formado contém as meninges ¢ 0 fiuido cesebsoespinhal. A medula espinhal e as raizes espinhais estio em sua posicio normal, mas pode haver anormalidade dessas estruturas " Ocoare depois da formagio do ove. Falta de enesflo. Pte porteroc de uma vértebra, ms ‘Anilge do lide amniouco- amnictice éselativo a membaana que envoireo fete 33 34 @ Espinha bifida com meningomielocele: quando a medula espinhal e/ou saizes nervosas estio incluidas neste ‘‘saco”. As meningomieloceles pocem estar cobertas por pele ou por uma membrana fina que se rompe com facilidade. E mais comum e mais grave que a anterior. 4 Espinha bifida com miclosquise: ¢ o tipo mais grave de espinha bifida. Neste caso, a ‘medula espinhal na Aen afetada esti aberta, Isto faz com que a medula espinhal seja sepresentada por tima massa achatada de tecido nesvoto. A / 3) = Anencefalia: é a ma formagio congénita aa qual a paste alta do cérebro € do crinio nio se formam de forma apropriada. A anencefalia é a ma formacio mais grave entre os DTN, pois nfo ha o desenvolvimento do hemisfésio cerebral efoomam-se sudimentos das estrutucas minimas do que seria oeézebso. / \ { E uma doenga que pode ser causada por diversos fatores, como por defeito de varios genes por fatores ambientais. Dente os fatores ambientais, 0 maior responsével pelo nio desenvolvimento do cérebso, é a cactacia de Acido folico no organismo materno. Outros fatores que predispéem a anencefilia so: mies diabéticas, peesenca de febxe alta no inicio da gestaci costume de ic & saunas no primeico trimestze da gestacio. Cestamente, a anencefalia também é ocasionada devido a uma prediisposigio genética e por este motivo, nem todas as mulheres apresentam filhos com DTN. Percebe-se que em niveis mais elevados economicamente, a anencefalia nio é detectada com muita freqiéncia devido 4 qualidade da alimentagio, mas, nio quer dizer que esses casais nio venham a ter filhos com a doenca A anencefalia pode ser detectada por volta da 8" semana de gestagio, e mais adiante, apés a 12" semana, através de ultra-sonografias. Recomenda-se, pelo menos, 3 (trés) ultra-sonografias durante toda a gestagio Em média, 30% dos fetos com anencefalia no chegam até o final da gestacio © os que sobrevivem, moscem logo apés 0 nascimento, + Encefalocele: so formagies de hérnias' com 0 conteddo da caixa craniana que mantiveram sua comunicacio com o encéfalo. A encefalocele Ar pode ser dividida em . 5 C ia 4 Sincipital: quando extcanasal, perto da glabela’, testa ou écbita 4 Basal: quando intranasal e na cegido limitrofe da natal e da faringe 4 Qcciptal: quando na regio abaixo do lobo occipital Podem apresentar-se desde 0 nascimento até a primeira infincia, com a possibilidade de meningite. Exames de imagem de saio X, tomografia computadosizada e ressonincia magnética, devem buscar defeitos ésseos e continuacdes intracranianas das lesdes. Protisio avangamento mosmal) de pate ou de todo o dzzio, staré da parede da caida gue normalmente o coutéma, Expigo comptesncido entre 2s sobrancaliae, Cosespondente & porsio medial do ost0 font. Aencefilocele é uma doenga muito rasa, ocorrendo | caso em cacla 4000 nascimentos. Referéncias Bibliogréficas: JUNQUEIRA, Luis Carlos Uchoa. Fundamentos de embriologia humana. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Kogan, 1977. LANGMAN, Jan. Embriologia médica: desarollo humano normal y anormal. 3.ed. México: Interamericana, 1976. LOBO, Bruno Alipio eal Embriologia humana. Rio de Janeiro: Guanabara Kogan, 1973, ‘MOORE, Keith L; PERSAUD, T. V.N. Embriologia basica. 5. ed.. Rio de Janeiso: Guanabara Kooga, 2000. REY, Luis, Dicionario de termos técnicos de medicina e side. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

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