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‭1.

‬ S
‭ EPSE: O Consenso Brasileiro de Sepse define a sepse como uma síndrome de resposta‬
‭inflamatória sistêmica (SIRS) associada a uma infecção presumida ou comprovada.‬

‭2.‬ S ‭ IRS: Temp <36°C ou >38°C‬


‭→ FC <90 bpm‬
‭→ FR >20ipm‬
‭→ PaCO2< 32‬
‭→ Leucocitose > 12.000 ou < 4.000‬

‭3.‬ C ‭ HOQUE‬ ‭SÉPTICO:‬ ‭É‬ ‭o‬ ‭resultado‬ ‭de‬ ‭uma‬ ‭infecção‬ ‭que‬ ‭se‬ ‭alastra‬ ‭pelo‬ ‭corpo,‬
‭rapidamente,‬‭afetando‬‭vários‬‭órgãos‬‭e‬‭que‬‭pode‬‭levar‬‭à‬‭morte.‬‭É‬‭a‬‭sepse‬‭acompanhada‬‭por‬
‭profundas‬ ‭anormalidades‬ ‭circulatórias‬ ‭e‬ ‭celulares/metabólicas,‬ ‭capazes‬ ‭de‬ ‭aumentar‬ ‭a‬
‭mortalidade substancialmente.‬
‭4.‬ ‭CAUSA:‬ ‭Na‬ ‭maioria‬ ‭das‬ ‭vezes,‬ ‭a‬ ‭sepse‬ ‭é‬ ‭causada‬ ‭por‬ ‭infecção‬ ‭com‬ ‭certos‬ ‭tipos‬ ‭de‬
‭bactérias‬ ‭que‬ ‭são‬ ‭geralmente‬‭adquiridas‬‭em‬‭hospitais.‬‭Infecções‬‭que‬‭podem‬‭levar‬‭à‬‭sepse‬
‭começam mais comumente: pulmões; Abdômen; Trato Urinário.‬
‭5.‬ ‭MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:‬
‭- ‬ ‭febre (temperatura corporal >38,3ºC);‬
‭- ‬ ‭hipotermia (temperatura basal < 36ºC);‬
‭- ‬ ‭hipotensão ( PAM ↧ 65 mmHg);‬
‭- ‬ ‭frequência‬‭cardíaca‬‭>‬‭90‬‭bpm/min‬‭ou‬‭mais‬‭do‬‭que‬‭dois‬‭desvios-padrão‬‭(DP)‬‭acima‬
‭do valor normal para a idade;‬
‭- ‬ ‭taquipneia;‬
‭- ‬ ‭estado mental alterado;‬
‭- ‬ ‭variáveis‬‭hemodinâmicas:‬‭hipotensão‬‭arterial‬‭(PAS‬‭<‬‭90‬‭mmHg,‬‭PAM‬‭<‬‭70‬‭mmHg‬
‭ou‬ ‭redução‬ ‭de‬ ‭40‬ ‭mmHg‬ ‭em‬ ‭adultos‬ ‭ou‬ ‭menos),‬ ‭abaixo‬ ‭do‬ ‭nível‬ ‭normal‬ ‭para‬ ‭a‬
‭idade;‬
‭-‬ ‭edema significativo ou balanço fluido positivo (> 20 mL/kg acima de 24h);‬
‭-‬ ‭hiperglicemia (glicose sanguínea> 140 mg/dl ou 7,7 mmol/l na ausência de‬
‭diabetes);‬
‭-‬ ‭alteração das variáveis inflamatórias: leucocitose (contagem de glóbulos brancos >‬
‭12000µl); leucopenia (contagem de glóbulos brancos < 4000µl)‬
‭- ‬ ‭aumento da creatinina (> 0,5 mg/dl ou 44 µmol/l); JA coloquei na sirs‬

‭6.‬ D ‭ IAGNÓSTICO:‬ ‭Para‬ ‭chegar‬ ‭ao‬ ‭diagnóstico‬ ‭de‬ ‭sepse,‬ ‭é‬ ‭preciso‬ ‭se‬ ‭atentar‬ ‭ao‬ ‭escore‬
‭SOFA que avalia a presença de disfunções orgânicas.‬
‭Também deve ser realizado os seguintes exames:‬

-‭ ‬ ‭ anifestações clínicas‬
M
‭-‬ ‭Exame laboratorial;‬
‭-‬ ‭Hemoculturas;‬
‭-‬ ‭urocultura;‬
‭-‬ ‭Radiografia de tórax.‬
-‭ ‬ E ‭ xames Laboratoriais:‬
‭- ‬ ‭creatina < 2.0 mg/dL‬
‭- ‬ ‭lactato acima do valor de referência (5,7 a 22,0 mg/dL ou 0,63 a 2,44 mmol/L, em‬
‭repouso)‬
‭- ‬ ‭plaquetas < 100.000 / mm3 ou INR < 1.5‬
‭- ‬ ‭Bilirrubinas > 2 mg/dL‬
‭- ‬ ‭Gasometria‬
‭- ‬ ‭Coagulograma‬

7‭ .‬ ‭TRATAMENTO:‬
‭M anejo clínico‬
‭• A avaliação e a identificação precoces da fonte ajudam a orientar as‬
‭intervenções‬
‭•‬ ‭São‬ ‭coletadas‬ ‭amostras‬ ‭de‬ ‭sangue,‬ ‭escarro,‬ ‭urina,‬ ‭drenagem‬ ‭de‬ ‭feridas‬ ‭e‬ ‭extremidades‬ ‭de‬
‭cateteres‬ ‭de‬ ‭demora,‬ ‭a‬ ‭fim‬ ‭de‬ ‭identificar‬ ‭e‬ ‭eliminar‬ ‭a‬ ‭causa‬ ‭da‬ ‭infecção‬ ‭antes‬ ‭de‬ ‭iniciar‬ ‭a‬
‭antibioticoterapia‬
‭•‬‭As‬‭fontes‬‭potenciais‬‭de‬‭infecção‬‭são‬‭eliminadas‬‭(acessos‬‭venosos‬‭reinseridos,‬‭se‬‭necessário).‬‭Os‬
‭abscessos são drenados, e as áreas necróticas são debridadas‬
‭• Instituir a reposição de líquidos, incluindo reanimação agressiva com cristaloides ou coloides‬
‭•‬‭Monitorar‬‭a‬‭PA,‬‭a‬‭pressão‬‭venosa‬‭central‬‭(PVC),‬‭o‬‭débito‬‭urinário‬‭e‬‭os‬‭níveis‬‭séricos‬‭de‬‭lactato,‬
‭para avaliar a eficácia da reposição volêmica.‬
‭Terapia farmacológica‬
‭• Os antibióticos de amplo espectro são iniciados idealmente na primeira hora de tratamento.‬
‭•‬‭Pode‬‭ser‬‭necessária‬‭a‬‭administração‬‭de‬‭agentes‬‭vasopressores‬‭e/ou‬‭ionotrópicos‬‭para‬‭melhorar‬‭a‬
‭perfusão tissular e proporcionar suporte para o miocárdio‬
‭•‬‭Os‬‭concentrados‬‭de‬‭hemácias‬‭fornecem‬‭suporte‬‭para‬‭a‬‭liberação‬‭e‬‭o‬‭transporte‬‭de‬‭oxigênio‬‭aos‬
‭tecidos‬
‭•‬ ‭Os‬ ‭bloqueadores‬ ‭neuromusculares‬ ‭e‬ ‭os‬ ‭agentes‬ ‭sedativos‬ ‭reduzem‬ ‭as‬ ‭demandas‬‭metabólicas‬‭e‬
‭proporcionam conforto ao cliente‬
‭•‬ ‭Deve-se‬ ‭iniciar‬ ‭a‬ ‭profilaxia‬ ‭da‬ ‭trombose‬ ‭venosa‬ ‭profunda‬ ‭com‬ ‭baixa‬ ‭dose‬ ‭de‬ ‭heparina‬ ‭não‬
‭fracionada‬ ‭ou‬ ‭heparina‬ ‭de‬ ‭baixo‬ ‭peso‬ ‭molecular,‬ ‭em‬ ‭associação‬ ‭à‬ ‭profilaxia‬ ‭mecânica‬ ‭(p.‬ ‭ex.,‬
‭dispositivos de compressão sequencial.‬
‭•‬ ‭Deve-se‬ ‭efetuar‬ ‭uma‬ ‭profilaxia‬‭para‬‭úlceras‬‭de‬‭estresse‬‭(p.‬‭ex.,‬‭bloqueadores‬‭H2,‬‭inibidores‬‭da‬
‭bomba de prótons).‬
‭Terapia nutricional‬
‭•‬‭A‬‭suplementação‬‭nutricional‬‭agressiva‬‭(rica‬‭em‬‭proteínas)‬‭é‬‭usada‬‭em‬‭24‬‭a‬‭48h‬‭após‬‭a‬‭admissão‬
‭na UTI‬
‭• Prefere-se a alimentação enteral.‬
8‭ .‬ ‭CUIDADOS DE ENFERMAGEM:‬
‭1. Monitorização contínua dos sinais vitais, incluindo pressão arterial, frequência cardíaca,‬
‭frequência respiratória e temperatura.‬
‭2. Avaliação frequente do nível de consciência e estado mental do paciente.‬
‭3. Monitorização do débito urinário e balanço hídrico.‬
‭4. Administração de fluidos intravenosos para corrigir a hipovolemia e manter a pressão arterial‬
‭adequada.‬
‭5. Coleta de amostras para exames laboratoriais, incluindo hemograma completo, gasometria‬
‭arterial e cultura de urina.‬
‭6. Administração de antibióticos de amplo espectro conforme prescrição médica.‬
‭7. Realização de curativos adequados nos locais de acesso venoso e arterial.‬
‭8. Orientação e suporte ao paciente e à família, explicando o quadro clínico, o tratamento e as‬
‭possíveis complicações.‬
‭9. Prevenção de infecções relacionadas à assistência à saúde, como higienização das mãos e uso‬
‭adequado de equipamentos de proteção individual.‬
‭10. Colaboração com a equipe multidisciplinar, incluindo médicos, fisioterapeutas e nutricionistas,‬
‭para garantir o cuidado integrado e individualizado ao paciente.‬

‭9.‬ C ‭ OMPLICAÇÕES:‬
‭Acidose metabólica;‬
‭Síndrome da Angústia respiratória aguda;‬
‭- ‬ ‭Hipotensão refratária‬
‭- ‬ ‭Insuficiência renal aguda‬
‭- ‬ ‭Insuficiência Respiratória‬
‭- ‬ ‭Falência dos órgãos‬
‭- ‬ ‭Óbito.‬

‭Caso clínico‬
‭Identificação: M.R.S., 68 anos, sexo masculino, aposentado, natural e residente de Ijuí RS.‬

‭Queixa principal: Febre, calafrios e dor ao urinar há três dias.‬

‭ istória da doença atual: Paciente relata que iniciou quadro de disúria, polaciúria e urgência‬
H
‭miccional há três dias, associado a febre alta, calafrios e mal-estar. Refere que a urina apresentava‬
‭aspecto turvo e odor fétido. Nega hematúria, náuseas, vômitos ou dor abdominal. Relata que há um‬
‭mês foi submetido a uma cirurgia de próstata por hiperplasia benigna e que usou sonda vesical por‬
‭duas semanas. Nega outras comorbidades, alergias ou uso de medicamentos.‬

‭ xame físico: Paciente em regular estado geral, descorado, sudorético, confuso, hipotenso e‬
E
‭taquicárdico. Dados vitais: PA = 80x50 mmHg, FC = 130 bpm, FR = 28 irpm, T = 39,8°C, SpO2‬
‭= 90%. Ausculta cardíaca: bulhas taquicárdicas, hipofonéticas, sem sopros. Ausculta pulmonar:‬
‭murmúrio vesicular diminuído bilateralmente, com estertores crepitantes em bases. Abdome: flácido,‬
‭indolor à palpação, sem massas ou visceromegalias. Extremidades: frias, cianóticas, com edema e‬
‭tempo de enchimento capilar prolongado.‬
‭ xames complementares: Hemograma: leucócitos = 25.000/mm³ (88% bastões), hemoglobina = 9‬
E
‭g/dL, plaquetas = 60.000/mm³. Gasometria arterial: pH = 7,18, PaCO2 = 40 mmHg, PaO2 = 60‬
‭mmHg, HCO3 = 14 mEq/L, BE = -12 mEq/L, lactato = 5 mmol/L. Ureia = 150 mg/dL, creatinina‬
‭= 4 mg/dL, Na = 135 mEq/L, K = 6 mEq/L. Cultura de urina: positiva para Klebsiella pneumonia e‬
‭resistente à ampicilina e ciprofloxacina. Ecografia de vias urinárias: presença de hidronefrose‬
‭bilateral e abscesso prostático.‬

‭Diagnóstico: Choque séptico secundário a pielonefrite e prostatite por infecção do trato urinário.‬

‭ onduta: O paciente foi admitido na unidade de terapia intensiva (UTI) e submetido às seguintes‬
C
‭medidas:‬

‭●‬ M ‭ onitorização cardíaca, oximetria de pulso, pressão arterial invasiva e cateter de artéria‬
‭pulmonar.‬
‭●‬ ‭Acesso venoso central com cateter de duplo lúmen e coleta de hemocultura.‬
‭●‬ ‭Administração de oxigênio por máscara não reinalante e intubação orotraqueal com‬
‭ventilação mecânica.‬
‭●‬ ‭Reposição volêmica com solução cristaloide isotônica, em bolus de 1000 ml, até atingir uma‬
‭PAM de pelo menos 65 mmHg ou uma PVC de 8 a 12 mmHg.‬
‭●‬ ‭Administração de antibióticos de amplo espectro, como meropenem e gentamicina,‬
‭conforme protocolo institucional.‬
‭●‬ ‭Administração de noradrenalina em infusão contínua, iniciando com 0,1 mcg/kg/min e‬
‭ajustando a dose conforme a resposta hemodinâmica.‬
‭●‬ ‭Administração de insulina regular em infusão contínua, iniciando com 0,1 U/kg/h e ajustando‬
‭a dose conforme a glicemia capilar.‬
‭●‬ ‭Administração de bicarbonato de sódio em bolus de 50 mEq, seguido de infusão contínua‬
‭de 150 mEq em 1 L de solução glicosada a 5%, para corrigir a acidose metabólica.‬
‭●‬ ‭Administração de furosemida em bolus de 40 mg, seguido de infusão contínua de 10 mg/h,‬
‭para aumentar a diurese e reduzir o edema.‬
‭●‬ ‭Administração de cloreto de potássio em infusão contínua, iniciando com 10 mEq/h e‬
‭ajustando a dose conforme o potássio sérico.‬
‭●‬ ‭Drenagem percutânea dos rins e do abscesso prostático, sob orientação ecográfica.‬
‭●‬ ‭Assistência humanizada ao paciente e à família, fornecendo informações sobre o quadro‬
‭clínico e o prognóstico, e oferecendo apoio emocional.‬
‭●‬ ‭Registro de todas as intervenções realizadas, os resultados obtidos, as intercorrências‬
‭ocorridas e as condutas adotadas no prontuário do paciente.‬

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