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Seminário Choque - UTI - Documentos Google
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S
EPSE: O Consenso Brasileiro de Sepse define a sepse como uma síndrome de resposta
inflamatória sistêmica (SIRS) associada a uma infecção presumida ou comprovada.
3. C HOQUE SÉPTICO: É o resultado de uma infecção que se alastra pelo corpo,
rapidamente,afetandováriosórgãosequepodelevaràmorte.Éasepseacompanhadapor
profundas anormalidades circulatórias e celulares/metabólicas, capazes de aumentar a
mortalidade substancialmente.
4. CAUSA: Na maioria das vezes, a sepse é causada por infecção com certos tipos de
bactérias que são geralmenteadquiridasemhospitais.Infecçõesquepodemlevaràsepse
começam mais comumente: pulmões; Abdômen; Trato Urinário.
5. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
- febre (temperatura corporal >38,3ºC);
- hipotermia (temperatura basal < 36ºC);
- hipotensão ( PAM ↧ 65 mmHg);
- frequênciacardíaca>90bpm/minoumaisdoquedoisdesvios-padrão(DP)acima
do valor normal para a idade;
- taquipneia;
- estado mental alterado;
- variáveishemodinâmicas:hipotensãoarterial(PAS<90mmHg,PAM<70mmHg
ou redução de 40 mmHg em adultos ou menos), abaixo do nível normal para a
idade;
- edema significativo ou balanço fluido positivo (> 20 mL/kg acima de 24h);
- hiperglicemia (glicose sanguínea> 140 mg/dl ou 7,7 mmol/l na ausência de
diabetes);
- alteração das variáveis inflamatórias: leucocitose (contagem de glóbulos brancos >
12000µl); leucopenia (contagem de glóbulos brancos < 4000µl)
- aumento da creatinina (> 0,5 mg/dl ou 44 µmol/l); JA coloquei na sirs
6. D IAGNÓSTICO: Para chegar ao diagnóstico de sepse, é preciso se atentar ao escore
SOFA que avalia a presença de disfunções orgânicas.
Também deve ser realizado os seguintes exames:
- anifestações clínicas
M
- Exame laboratorial;
- Hemoculturas;
- urocultura;
- Radiografia de tórax.
- E xames Laboratoriais:
- creatina < 2.0 mg/dL
- lactato acima do valor de referência (5,7 a 22,0 mg/dL ou 0,63 a 2,44 mmol/L, em
repouso)
- plaquetas < 100.000 / mm3 ou INR < 1.5
- Bilirrubinas > 2 mg/dL
- Gasometria
- Coagulograma
7 . TRATAMENTO:
M anejo clínico
• A avaliação e a identificação precoces da fonte ajudam a orientar as
intervenções
• São coletadas amostras de sangue, escarro, urina, drenagem de feridas e extremidades de
cateteres de demora, a fim de identificar e eliminar a causa da infecção antes de iniciar a
antibioticoterapia
•Asfontespotenciaisdeinfecçãosãoeliminadas(acessosvenososreinseridos,senecessário).Os
abscessos são drenados, e as áreas necróticas são debridadas
• Instituir a reposição de líquidos, incluindo reanimação agressiva com cristaloides ou coloides
•MonitoraraPA,apressãovenosacentral(PVC),odébitourinárioeosníveisséricosdelactato,
para avaliar a eficácia da reposição volêmica.
Terapia farmacológica
• Os antibióticos de amplo espectro são iniciados idealmente na primeira hora de tratamento.
•Podesernecessáriaaadministraçãodeagentesvasopressorese/ouionotrópicosparamelhorara
perfusão tissular e proporcionar suporte para o miocárdio
•Osconcentradosdehemáciasfornecemsuporteparaaliberaçãoeotransportedeoxigênioaos
tecidos
• Os bloqueadores neuromusculares e os agentes sedativos reduzem as demandasmetabólicase
proporcionam conforto ao cliente
• Deve-se iniciar a profilaxia da trombose venosa profunda com baixa dose de heparina não
fracionada ou heparina de baixo peso molecular, em associação à profilaxia mecânica (p. ex.,
dispositivos de compressão sequencial.
• Deve-se efetuar uma profilaxiaparaúlcerasdeestresse(p.ex.,bloqueadoresH2,inibidoresda
bomba de prótons).
Terapia nutricional
•Asuplementaçãonutricionalagressiva(ricaemproteínas)éusadaem24a48hapósaadmissão
na UTI
• Prefere-se a alimentação enteral.
8 . CUIDADOS DE ENFERMAGEM:
1. Monitorização contínua dos sinais vitais, incluindo pressão arterial, frequência cardíaca,
frequência respiratória e temperatura.
2. Avaliação frequente do nível de consciência e estado mental do paciente.
3. Monitorização do débito urinário e balanço hídrico.
4. Administração de fluidos intravenosos para corrigir a hipovolemia e manter a pressão arterial
adequada.
5. Coleta de amostras para exames laboratoriais, incluindo hemograma completo, gasometria
arterial e cultura de urina.
6. Administração de antibióticos de amplo espectro conforme prescrição médica.
7. Realização de curativos adequados nos locais de acesso venoso e arterial.
8. Orientação e suporte ao paciente e à família, explicando o quadro clínico, o tratamento e as
possíveis complicações.
9. Prevenção de infecções relacionadas à assistência à saúde, como higienização das mãos e uso
adequado de equipamentos de proteção individual.
10. Colaboração com a equipe multidisciplinar, incluindo médicos, fisioterapeutas e nutricionistas,
para garantir o cuidado integrado e individualizado ao paciente.
9. C OMPLICAÇÕES:
Acidose metabólica;
Síndrome da Angústia respiratória aguda;
- Hipotensão refratária
- Insuficiência renal aguda
- Insuficiência Respiratória
- Falência dos órgãos
- Óbito.
Caso clínico
Identificação: M.R.S., 68 anos, sexo masculino, aposentado, natural e residente de Ijuí RS.
istória da doença atual: Paciente relata que iniciou quadro de disúria, polaciúria e urgência
H
miccional há três dias, associado a febre alta, calafrios e mal-estar. Refere que a urina apresentava
aspecto turvo e odor fétido. Nega hematúria, náuseas, vômitos ou dor abdominal. Relata que há um
mês foi submetido a uma cirurgia de próstata por hiperplasia benigna e que usou sonda vesical por
duas semanas. Nega outras comorbidades, alergias ou uso de medicamentos.
xame físico: Paciente em regular estado geral, descorado, sudorético, confuso, hipotenso e
E
taquicárdico. Dados vitais: PA = 80x50 mmHg, FC = 130 bpm, FR = 28 irpm, T = 39,8°C, SpO2
= 90%. Ausculta cardíaca: bulhas taquicárdicas, hipofonéticas, sem sopros. Ausculta pulmonar:
murmúrio vesicular diminuído bilateralmente, com estertores crepitantes em bases. Abdome: flácido,
indolor à palpação, sem massas ou visceromegalias. Extremidades: frias, cianóticas, com edema e
tempo de enchimento capilar prolongado.
xames complementares: Hemograma: leucócitos = 25.000/mm³ (88% bastões), hemoglobina = 9
E
g/dL, plaquetas = 60.000/mm³. Gasometria arterial: pH = 7,18, PaCO2 = 40 mmHg, PaO2 = 60
mmHg, HCO3 = 14 mEq/L, BE = -12 mEq/L, lactato = 5 mmol/L. Ureia = 150 mg/dL, creatinina
= 4 mg/dL, Na = 135 mEq/L, K = 6 mEq/L. Cultura de urina: positiva para Klebsiella pneumonia e
resistente à ampicilina e ciprofloxacina. Ecografia de vias urinárias: presença de hidronefrose
bilateral e abscesso prostático.
Diagnóstico: Choque séptico secundário a pielonefrite e prostatite por infecção do trato urinário.
onduta: O paciente foi admitido na unidade de terapia intensiva (UTI) e submetido às seguintes
C
medidas:
● M onitorização cardíaca, oximetria de pulso, pressão arterial invasiva e cateter de artéria
pulmonar.
● Acesso venoso central com cateter de duplo lúmen e coleta de hemocultura.
● Administração de oxigênio por máscara não reinalante e intubação orotraqueal com
ventilação mecânica.
● Reposição volêmica com solução cristaloide isotônica, em bolus de 1000 ml, até atingir uma
PAM de pelo menos 65 mmHg ou uma PVC de 8 a 12 mmHg.
● Administração de antibióticos de amplo espectro, como meropenem e gentamicina,
conforme protocolo institucional.
● Administração de noradrenalina em infusão contínua, iniciando com 0,1 mcg/kg/min e
ajustando a dose conforme a resposta hemodinâmica.
● Administração de insulina regular em infusão contínua, iniciando com 0,1 U/kg/h e ajustando
a dose conforme a glicemia capilar.
● Administração de bicarbonato de sódio em bolus de 50 mEq, seguido de infusão contínua
de 150 mEq em 1 L de solução glicosada a 5%, para corrigir a acidose metabólica.
● Administração de furosemida em bolus de 40 mg, seguido de infusão contínua de 10 mg/h,
para aumentar a diurese e reduzir o edema.
● Administração de cloreto de potássio em infusão contínua, iniciando com 10 mEq/h e
ajustando a dose conforme o potássio sérico.
● Drenagem percutânea dos rins e do abscesso prostático, sob orientação ecográfica.
● Assistência humanizada ao paciente e à família, fornecendo informações sobre o quadro
clínico e o prognóstico, e oferecendo apoio emocional.
● Registro de todas as intervenções realizadas, os resultados obtidos, as intercorrências
ocorridas e as condutas adotadas no prontuário do paciente.