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Seleção de cor em resinas compostas

COR – resultado da
interação da luz de um
determinado ambiente
com as características
cromáticas,
propriedades ópticas e
as características
morfológicas tanto
internas quanto
externas dos dentes.
Biomimetismo:
mimetizar as
estruturas dentárias naturais (reproduzi-las).
Portanto, ao selecionar o material, o mesmo deve ter propriedades mecânicas e ópticas
(componente estético) similar à estrutura que está sendo reproduzida.
Cor é luz!
Qual o comportamento da cor quando a luz incide sobre os objetos?
1. Reflexão: total reflexão da luz, objeto branco. Quando apenas 1 feixe de luz é refletido,
ve-se o objeto na cor refletida.
2. Absorção: quando total, objeto preto.
3. Transmissao: quando parte da luz é refletida e parte da luz sofre transmissão, tem-se
policromatismo.

Indice de refração da luz – diferentes comportamentos da luz de acordo com o IR de cada


material (ex: esmalte, resina composta e dentina, cada um desses elementos apresenta um
comportamento diferente em relação à luz incidente).
ESTUDO DA COR E PROPRIEDADES ÓPTICAS
1. Dimensões da cor – matiz, saturação e valor
Matiz
É o nome da cor. Ex: vermelho, rosa, roxo,..
A dentina é a resposnsavel pela matiz base dos dentes.
O 1/3 cervical dos dentes é o local mais evidente (espessura maior de dentina, associada
à menor espessura do esmalte).
Os dentes não são brancos. Variam entre as cores:
Marrom
+ 80%
Amarela
Cinza
Escolher o matiz pelo canino, pois apresenta maior espessura de dentina no terço
cervical.

Saturação
Sinônimos – croma e grau de pureza.
O quanto a cor é mais ou menos saturada/pura.
É a variação do matiz. O quanto há de pigmento daquele matiz no objeto.

Valor
Sinônimo de luminosidade.
É a variação acromática entre o branco (luminosidade máxima) e o preto
(luminosidade mínima) considerando apenas o brilho e não o matiz.
Resumidamente, é o tom que a cor assumiria numa versão em preto e branco.
Matizes distintos podem refletir a mesma luz e, portanto, ter o mesmo valor.
Reflexão da luz no mesmo comprimento de onda.
Como perceber o valor?
Subjetivamente (intuição) ou objetivamente (fotografia em escala preto e branco).

A cor depende de três elementos variáveis: luz, objeto e observador.

2. Translucidez e opacidade
A translucidez é um fenômenos óptico no qual um objeto permite maior ou menor
passagem de luz, sendo um estado entre transparência completa e opacidade total.
A translucidez e a opacidade dos tecidos dentários é variável em função de idade do
paciente, historia do dente (trauma, endodontia,...), mas, em geral, o esmalte apresenta
comportamento de maior translucidez ao passo que a dentina apresenta mais opacidade
(ambos em diferentes graus quando em diferentes porções do dente e diferentes
indivíduos).

3. Opalescência e contra opalescência


Maneira como a luz se comporta ao incidir sobre a estrutura dental. Mais facilmente
percebida no terço incisal.
Quando a luz incide sobre a superfície dentaria, parte da luz sofre reflexão, sendo
percebida como azul (ondas curtas). As ondas longas são transmitidas, sendo percebidas
como laranja.
Opalescência: fenômeno optico caracterizado pela dispersão de luz de ondas curtas do
espectro visível, dando ao material uma aparência azulada sob a luz refletida e
alaranjada sob a luz transmitida.
Basicamente, reflexão das ondas curtas (azul) e transmissão das ondas longas
(laranja).

Contra-opalescencia: a luz penetra no dente que é um material opalescente e é refletida


dentro do próprio material. É observada como um brilho amarelo-avermelhado em meio
à região incisal dos mamelos.

4. Fluorescência
É o fenômeno pelo qual uma substancia ou objeto emite luz quando exposta a radiações
do tipo UV.

A percepção da cor depende de três elementos variáveis: fonte de luz incidindo sobre o
objeto, observador e cor.

Luz: a interação do esmalte/dentina/polpa com a luz produz efeitos ópticos únicos que,
por um lado, tornam os dentes belos e únicos, por outro lado, dificultam sua replicação
com materiais restauradores.
A luz incidente sobre a superfície do dente é variável, gerando diferentes percepções
sobre o mesmo.
Fonte de luz artificial que reproduza características naturais:
• Temperatura de cor ideal – 5.500 a 6.000 graus kelvin.
• Indice de Reproducao de Cores próximo a 100 (fidelidade total da cor do objeto).
• No consultório – lâmpadas com correção para a luz do dia + luz natural.
Luz quente – baixa temperatura de cor
Luz ideal – 5500 graus kelvin
Luz fria – alta temperatura de cor

Além da fonte de luz, é importante ainda a acuidade visual do operador. Observação


dos detalhes das estruturas à serem reproduzidas. Treinamento.

- Aproximadamente 8% da população masculina possui anomalias na percepção de cor.


- Os defeitos de visão de cor tem relação direta com o envelhecimento biológico e níveis
de iluminação do ambiente.

Os dentes são policromáticos e apresentam propriedades opticas dinâmicas.


Ao passo que as resinas são monocromáticas e apresentam propriedades opticas
variáveis.

Ex:
Resinas de dentina e corpo são mais opacas.
Resinas de esmalte apresentam maior translucides e isso varia conforme a espessura da
camada.
O matiz, saturação e valor de uma mesma resina variam de marca para marca. Conhecer
e dominar o sistema restaurador a ser utilizado e o objeto (dente) a ser reproduzido
(características naturais – translucidez da borda incisal, halo opaco, textura superficial
da coroa, ...). Treinar o olho.

Roteiro Clínico
➢ Dentes limpos (profilaxia) e úmidos (saliva). A pigmentação exógena (que é
retirada com a profilaxia) influencia na percepção da cor. Além disso, dentes
secos tem aspecto mais esbranquiçado (desidratação).
A seleção de cor deve ser feita SEMPRE antes do isolamento do campo
operatório, seja ele absoluto ou relativo.
➢ Operador em distância de conversação (aproximadamente um braço de
distância).
➢ Afastar os lábios (maquiagem). Se o paciente estiver vestindo uma roupa
colorida, cobrir a roupa com um campo em tom neutro para que não ocorra a
competição no momento da seleção de cor.
➢ Observar rapidamente (5 a 7 segundos) – deve ser rápido pois a acuidade visual
diminui gradativamente.
1. Observar valor – mais ou menos iluminado
2. Observar o matiz – cor – (pelo canino, 1/3 cervical) – Marrom (A), amarelo
(B) ou cinza (C). Mais de 80% estão entre A e B.
3. Observar a saturação – quantidade de pigmento
Descanso dos olhos → visa devolver a acuidade visual. Observar, por alguns minutos, um fundo
cinza, verde ou azul para só depois retornar para a seleção de cor de fato.
Recursos de confirmação
• Escalas de cor prontas (???) – ex: vita classical (em geral a utilizada pelos sistemas
restauradores convencionais), 3D master (organizada pelo valor)
• Escala direta de RC ou Incrementos de RC (+ fotos) – secar o elemento, colocar sobre
o mesmo o incremento de RC, fotopolimerizar e observar a cor após a hidratação
salivar
• Restaurações de diagnostico/de teste/de simulação – o paciente vai para casa com a
restauração de simulação, podendo mostrar para familiares e decidir seguramente
sobre a cor escolhida. O paciente deve estar ativo no processo de seleção de cor.
• Aparelhos: espectrofotômetro portátil

ESCALA VITA CLASSICA


Apresenta 4 grupos (matizes A, B, C e D). Apresenta 16 colorações. Baseados no matiz e
saturação.
MATIZ A (marrom) – 5 saturações (1, 2, 3, 3,5, 4)
MATIZ B (amarelo) – 4 saturações (1, 2, 3, 4)
MATIZ C (cinza) – 4 saturações (1, 2, 3, 4)
MATIZ D (marrom-acinzentado) – 3 saturações (2, 3, 4). Pacientes idosos, manchamento
medicamentoso ou dentes com tratamento endodôntico. Raramente utilizado.
Quando organizada pelo valor, a ordem decrescente da escala vita clássica é:
B1, A1, B2, D2, A2, C1, C2, D4, A3, D3, B3, A3,5, B4, C3, A4, C4 (menor valor, dentes
menos iluminados ou mais escurecidos).
DICAS:
- Treinamento visual, observação e percepção
- Ambiente com iluminação que simule a luz natural
- Utilizar recursos de confirmação: escalas, incrementos, restaurações de diagnostico, fotos e
opinião de paciente.

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