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Caso prático para a peça de apelação:

Após o regular trâmite processual, em julgamento no plenário do júri, Maria foi


condenada pelos jurados pela prática de um delito de homicídio doloso qualificado
(CP, art. 121, § 2º, inciso IV), pois teria matado o seu ex-marido José, no interior de
sua residência, enquanto este dormia. Todavia, durante o plenário do júri, a defesa
notou que os jurados conversavam bastante entre si, discutindo detalhes do caso.
Em certo momento, o advogado de defesa chegou a ouvir a pergunta de um dos
jurados para outro: “Será que a ré é culpada? Acredito que sim, pois as provas
apontam nesse sentido”.
Na condição de advogado(a) de Maria, considerando a quebra da
incomunicabilidade entre os jurados, elabore a peça recursal cabível contra a
sentença condenatória, para o fim de questionar a nulidade processual acima
mencionada, com a citação de dois julgados recentes do STF ou do STJ sobre o
tema.
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ____ª Vara do Júri da Comarca de
____.

Processo nº ____.

Maria, devidamente qualificada nos autos, por seu(sua) advogado(a), nos


autos do processo que lhe move o Ministério Público, inconformada com a sentença
condenatória de fls. ____, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,
interpor a presente

APELAÇÃO

com fundamento no art. 593, inciso III, alíneas “a” e “d”, do Código de Processo
Penal, requerendo seja o presente recurso recebido e, após a apresentação de
contrarrazões pela parte contrária, remetido ao Egrégio Tribunal de Justiça para
julgamento.

Termos em que,

Pede deferimento.

Comarca, data.

_________________
Advogado(a)
OAB/SP nº

O art. 600 do CPP permite que se apresente a petiçã o de interposiçã o da apelaçã o e, apó s,
recebida esta, em oito dias, o apelante ofereça as razõ es. Pode até pleitear que as razõ es sejam
apresentadas diretamente no Tribunal. Entretanto, é mais prá tico e cé lere o oferecimento das
razõ es juntamente com a petiçã o de interposiçã o.
Razões de apelação

____ª Vara do Júri da Comarca de ____

Processo nº ____

Apelante: “X” (nome completo)

Apelado: Ministério Público7

Egrégio Tribunal,

Colenda Câmara,

Nobres Desembargadores,

I – DOS FATOS:

A ré foi denunciada, pronunciada e condenada, em plenário do júri, como incursa


nas penas do art. 121, § 2º, inciso III, do Código Penal, porque, no dia ____, por volta
das ____ horas, na Rua ____ (endereço completo, bairro, cidade), teria matado a
vítima José, seu ex-marido, no interior de sua residência, enquanto este dormia, o
que teria impedido qualquer defesa ou reação do ofendido.

O MM. Juiz condenou a apelante ao cumprimento da pena de 12 anos de reclusão,


no regime inicial fechado, sem permitir que recorresse em liberdade.

A sentença de fls. ____, entretanto, não pode prevalecer.

II – DO DIREITO:
a) Da nulidade do processo em razão da quebra da incomunicabilidade entre
os jurados:

No julgamento ocorrido na data ______, a defesa flagrou, por diversas vezes, os


jurados conversando entre si sobre detalhes do caso concreto.

(DISCORRER SOBRE A NULIDADE OCORRIDA NO PLENÁRIO)

(EXPLICAR POR QUE É NULO O JULGAMENTO EM RAZÃO DESSE FATO)

(CITAR DOIS JULGADOS RECENTES DO STF OU DO STJ)

Portanto, considerando a ocorrência da supracitada nulidade processual absoluta,


prevista no XXXXX, inciso XXXXX, alínea XXXXX, do Código de Processo Penal,
mostra-se imperiosa a anulação do julgamento ocorrido em plenário, em atenção ao
princípio do devido processo legal, sobretudo sobre o prisma da imparcialidade do
juiz, da plenitude de defesa e da paridade de armas.

b) Do mérito:

(...)

Desse modo, diante da ocorrência de patente hipótese de condenação contrária à


prova dos autos, especialmente no tocante à comprovação de autoria delitiva, torna-
se de rigor o provimento do recurso de apelação para a realização de novo
julgamento em plenário do júri, nos termos do art. 593, § 3º, do Código de Processo
Penal.

III – DO PEDIDO:
Ante o exposto, requer-se a este Egrégio Tribunal o provimento ao presente recurso
de apelação, com o fim de reconhecer a ocorrência de nulidade processual absoluta,
consistente na quebra de incomunicabilidade dos jurados, ou, se assim não
entenderem Vossas Excelências, no mérito, a existência de decisão manifestamente
contrária ao acervo probatório produzido na espécie, determinando-se, em ambos
os casos, a remessa dos autos ao juízo de origem para a realização de novo
julgamento pelo júri, por ser medida de justiça.

Comarca, data.

_________________
Advogado(a)
OAB/SP nº

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