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4 Revolução Industrial
4 Revolução Industrial
Agora, cerca de três séculos depois, é a Indústria 4.0 que promete gerar um impacto profundo na
sociedade ao introduzir soluções tecnológicas sofisticadas, sistemas autônomos e redes de
informações integradas.
Neste artigo, abordaremos toda a trajetória da indústria, da 1.0 à 4.0, e veremos que, embora esteja
ganhando popularidade na internet e na mídia, a introdução efetiva desses recursos tecnológicos
nas fábricas pode levar vários anos.
Os últimos séculos foram marcados por mudanças bruscas nas mais distintas áreas, entretanto, as
revoluções industriais sempre tiveram um enorme destaque devido às grandes mudanças
estruturais e comportamentais que causaram.
Indústria 1.0 (fim do século 18): marcada pelas primeiras máquinas e equipes de
trabalho;
Indústria 2.0 (fim do século 19): quando surgiram as primeiras linhas de montagem;
Indústria 3.0 (a partir de meados de 1970): quando a eletricidade e a tecnologia da
informação foram introduzidas.
A Indústria 1.0
Em termos sociais, a Indústria 1.0 fez com que a principal fonte de renda e riqueza das cidades
mudasse do comércio para a atividade industrial.
A Indústria 2.0
A Segunda Revolução Industrial começou por volta da segunda metade do século XIX a partir do
progresso científico e tecnológico que se instalava na Inglaterra, França e Estados Unidos.
As famosas linhas de montagem de Ford (Fordismo) são uma das mais marcantes inovações da
época, porém vários outros avanços foram testemunhados, em especial a descoberta de novas
fontes de energia como o petróleo, o urânio e a água (para usinas hidrelétricas).
A otimização da cadeia de processos industrial fez com as fábricas celebrassem recordes históricos
de produtividade, o que também ampliou a oferta de produtos e trouxe mais recursos para o
ser humano.
A Indústria 3.0
Nessa fase, as empresas passam a se focar em produtos de maior valor agregado e as atividades
fabris começaram a ser influenciadas por computadores, softwares, chips e sistemas
elétricos.
Outro destaque foi a expansão das transmissões de rádio, telefonia, televisão e internet, as
conquistas da indústria aeroespacial e as descobertas no campo da biotecnologia.
Nas últimas décadas, pudemos testemunhar um grande salto nas iniciativas de digitalização e
automatização, não apenas nos processos industriais, mas principalmente nas atividades de
escritório e na publicidade.
Entretanto, esse assunto só ganhou um apelo oficial em 2011, quando, pela primeira vez, foi
definido como Indústria 4.0 na famosa Feira de Hannover — um dos maiores eventos
sobre automação industrial do mundo, realizado na Alemanha todos os anos.
O governo alemão é pioneiro nas iniciativas tecnológicas industriais. As indústrias e os centros de
pesquisa alemães são, atualmente, as principais referências mundiais na área de engenharia de
controle e automação.
O que a Indústria 4.0 sinaliza não é apenas uma modernização estrutural dos meios de produção,
mas uma mudança de paradigma na maneira como planejamos e executamos o desenvolvimento
de produtos.
Tal como os famosos veículos do Google e da Uber que se locomovem sozinhos, podemos esperar
fábricas capazes de operar de forma totalmente independente.
Dentro das áreas de gestão, podemos citar a automação de marketing, que já é uma necessidade
constatada e revela que a comunicação e a administração das empresas também ganharão
cada vez mais autonomia com o uso de softwares, computação em nuvem e análises de Big Data.
2. Virtualização
O comando das operações, os ajustes de maquinário e a identificação de problemas não serão mais
realizados de maneira direta, mas em modelos virtuais capazes de descrever detalhadamente
toda a atividade das fábricas a partir de sensores espalhados pela planta.
Além de o controle de todos os processos ser realizado via internet a partir de computadores ou
smartphones, por exemplo, a detecção de falhas é imediata e os ajustes realizados são muito mais
precisos, evitando desperdícios e poupando tempo com eventuais reparos.
3. Descentralização
As máquinas não apenas receberão ordens dos sistemas ciberfísicos (que integram entidades físicas
com arquiteturas computacionais), como também serão capazes de gerar seus próprios dados,
permitindo que os diferentes módulos da instalação atuem de maneira descentralizada.
4. Orientação a serviços
Com a virtualização de toda a estrutura operacional das indústrias, será possível programar
softwares para tomarem decisões instantâneas de acordo com as necessidades da produção.
Isso permitirá uma otimização em tempo real de todas as atividades dentro da empresa, além da
integração com outros recursos e bases de dados.
5. Modularidade
Uma das mais importantes propostas da Indústria 4.0 é promover o alinhamento entre a demanda
e a produção e facilitar a personalização de produtos.
Manufatura aditiva
A manufatura tradicional funciona de “cima para baixo”, isto é, a matéria-prima bruta é cortada,
moldada e lapidada para conferir forma aos produtos.
O problema é que esse processo envolve um enorme desperdício de material e está sempre
restrito a moldes pré-fabricados.
A manufatura aditiva, também conhecida como impressão 3D, consiste na adição gradual de
materiais para formar as peças; nesse caso, o processo ocorre de “baixo para cima” com
o mínimo desperdício de material e possibilidades de modelagens praticamente infinitas.
Inteligência Artificial
A internet nada mais é do que uma grande rede de computadores interconectados. Agora,
imagine conectar também acessórios, ferramentas, máquinas e até fábricas inteiras?
Essa é a proposta da chamada Internet das Coisas, que permite a troca de dados direta e
instantânea entre diferentes dispositivos.
As aplicações são inúmeras, incluindo desde carros autônomos – que poderão analisar
exatamente os trajetos e manobras de outros veículos, a fim de evitar acidentes e diminuir
engarrafamentos – à integração completa de diferentes módulos em uma indústria,
transformando-a em uma espécie de organismo vivo.
Sistemas ciberfísicos
Biologia sintética
O primeiro impacto gerado pelas mudanças desencadeadas pela Indústria 4.0 será a criação de
novos modelos de negócio.
Os consumidores estão cada vez mais exigentes e já há um esforço empregado pelas empresas para
entregar soluções mais específicas para cada tipo de cliente.
Entretanto, o ponto mais discutido sobre esses avanços são os esperados impactos no mercado
de trabalho e na demanda de mão de obra. O que se pode dizer é que as atividades manuais e
repetitivas serão gradualmente eliminadas, mas é preciso tomar cuidado com essa abordagem de
“desemprego tecnológico”.
Um estudo promovido pela Dell Technologies prevê que 85% das profissões disponíveis em
2030 sequer foram inventadas.
Isso revela um cenário um pouco mais otimista em relação à Indústria 4.0, mas ainda
surpreendente. Certamente muitas pessoas precisarão se adaptar a essa nova era industrial, mas
também é certo que grandes oportunidades estão por vir.