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2023040610437-Conhecimentos Especificos Corpo de Bombeiros Militar Do Piaui Prof Giovanny Dias
2023040610437-Conhecimentos Especificos Corpo de Bombeiros Militar Do Piaui Prof Giovanny Dias
CPF: 04016937329
Daniele da Conceio Souza
Dos Servidores Públicos Militares. Agentes públicos: sanções aplicáveis aos agentes
públicos nos casos de enriquecimento ilícito no
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exercício de mandato, cargo, emprego ou função
Da Justiça Militar. na administração pública direta, indireta ou
fundacional (Lei nº 8.429/1992).
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Da Segurança Pública – Disposição Geral; Da
Polícia Civil; Da Polícia Militar e do Corpo de Poderes administrativos: poderes hierárquico,
Bombeiros Militar. disciplinar e regulamentar; poder de polícia; usos
e abuso do poder.
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Do crime;
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Da Imputabilidade Penal;
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Das penas;
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Bizu do GD!
Bizu do GD!
Falou em vinculação?
Objetivo do Estatuto! Não Confunda!
Lembre-se: SiODeDiPre ! Administrativa: Governador
Situação Operacional: Secretario de
Obrigação Segurança Pública
Deveres
Direitos A PMPI é auxiliar e reserva do
Prerrogativas EXÉRCITO, muito cuidado pois
a banca pode colocar o termo
"FORÇAS ARMADAS", deixando
a questão, tecnicamente,
Art. 2º - A Polícia Militar do Estado do Piauí, errada.
subordinada operacionalmente ao
Secretário de Justiça e Segurança Pública, é
uma instituição permanente, considerada
força auxiliar e reserva do Exército, com
organização e atribuições definidas em Lei.
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Art. 3º - Os integrantes da Polícia Militar, em II – reformados, quando tendo passado por
razão da destinação constitucional da uma das situações anteriores, estão
Corporação e em decorrência das Leis dispensados, definitivamente, da prestação
vigentes, constituem uma categoria especial de serviço na ativa, mas continuam a
dos servidores públicos estaduais e são perceber remuneração do Estado do Piauí.
denominados policiais–militares.
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Polícia Militar, denominada atividade
policial-militar.
Bizu do GD!
Art. 6º - Os policiais-militares da reserva
remunerada poderão ser convocados para o
Cuidado com as trocas de serviço ativo, em caráter transitório e
conceitos! mediante aceitação voluntária, por ato do
Serviço: Exercício de Atividade Governador do Estado, desde que haja
conveniência para o serviço.
Carreira: Atividade continuada
10
§ 1º Após todas as etapas do concurso, os
candidatos a serem nomeados farão curso
de formação para ingresso. (Acrescentado
pela LC n° 35, de 06.11.2003)
§ 2º Os exames de conhecimentos,
excetuados os exames práticos, serão
classificatórios e habilitatórios, e as demais
Significa dizer que o policial militar está fases do concurso público terão caráter
sujeito não só a esse Estatuto, mas apenas habilitatório. (Acrescentado pela Lei n°
também a todas as legislações que lhes 35, de 06.11.2003)
outorgam direitos e prerrogativas e
lhes impõem deveres e obrigações. QUER DIZER QUE SÓ VAI TE
CLASSIFICAR O EXAME DE
CONHECIMENTO (TUA PROVA DO
Art. 9º - O disposto neste Estatuto aplica-se
no que couber: CONCURSO), VAI TE COLOCAR NUMA
CLASSIFICAÇÃO POR EXEMPLO:
I – aos policiais-militares da reserva
1º...10º...75º...; AO MESMO TEMPO
remunerada e reformados;
QUE IRÁ TE HABILITAR PARA AS
II – aos capelães policiais-militares. DEMAIS ETAPAS, ENQUANTO AS
OU SEJA, APLICA-SE A TODOS OS POLICIAIS DEMAIS ETAPAS TERAM CARÁTER
MILITARES, NO QUE COUBER. APENAS HABILITATÓRIO, OU SEJA,
DIRETAMENTE, NÃO CLASSIFICA
NINGUÉM.
CAPITULO I POR EXEMPLO: NO TESTE FÍSICO
DO INGRESSO NA POLÍCIA MILITAR QUEM FAZ A CORRIDA DE 2400
METROS EM 10 MINUTOS NÃO TEM
Art. 10 - O ingresso na Polícia Militar fica
condicionado à aprovação em concurso NENHUMA VANTAGEM SOBRE QUEM
público, que poderá ser regionalizado, com FAZ A MESMA CORRIDA EM 12
exames de conhecimentos, exame MINUTOS, SERÃO CONSIDERADOS
psicológico, exame de saúde, exame de APENAS: APTOS.
aptidão física e investigação social. (Alterado
pela LC n° 35, de 06.11.2003)1
§ 3º Às mulheres serão reservadas até 10%
ATENÇÃO! O CONCURSO PODERÁ SER (dez por cento) das vagas oferecidas no
DIVIDIDO POR REGIÕES, É O QUE concurso público.
ACONTECE COM OS ÚLTIMOS
CONCURSOS DA POLICIA MILITAR,
SÃO AO TODO CINCO ETAPAS + CURSO
DE FORMAÇÃO PARA INGRESSO.
1
Lei Complementar nº 35, de 06.11.2003, publicada
no Diário Oficial do Estado nº 215, de 10.11.03.
PROTEGIDO PELA LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 – DIREITOS AUTORAIS
Daniele da Conceio Souza
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Art. 10-B. O exame psicológico adotará Parágrafo único. O exame físico será
critérios científicos objetivos, sendo vedada realizado por meio de representante ou
a realização de entrevistas. (Acrescentado comissão composta de representantes da
pela LC n° 35, de 06.11.2003) instituição contratada para a realização do
concurso ou por servidor ou comissão de
CONSISTE EM TESTES OBJETIVOS,
servidores efetivos e estáveis, com
(TESTE DE PERSONALIDADE E ETC..),
habilitação em educação física. (NR)
MAS NUNCA ENTREVISTA!
ATENÇÃO! QUEM FAZ CONCURSO DA
PM, SEJA QUAL FOR, JÁ DEVE IR
Parágrafo único. O exame será realizado por
PRATICANDO OS EXERCÍCIOS
meio de representante ou comissão de
COBRADOS NO EDITAL. TÁ ACIMA DO
representantes da instituição contratada
PESO? DIETA!
para a realização do concurso ou por
servidor ou comissão de servidores públicos
efetivos e estáveis, com habilitação em
psicologia. (NR)
Art. 10-C. O exame de saúde compreenderá
os exames médicos e odontológicos
previstos no edital do concurso público.
(Acrescentado pela LC n° 35, de 06.11.2003)
Art. 10-E. A investigação social consistirá na
apuração, dentre outros requisitos previstos
no edital do concurso, na comprovação da
ausência de antecedentes criminais,
relativos a crimes cuja punibilidade não
esteja extinta e não tenha ocorrido a
reabilitação, compreendendo processos na
Justiça Comum, na Justiça Federal, na Justiça
Federal Militar e Justiça Eleitoral, certidão
negativa de antecedente expedida pela
Parágrafo único. O exame de saúde será Polícia Federal, Polícia Civil e Auditoria
realizado por meio de representante ou Militar e certidão negativa de processo
comissão composta de representantes da administrativo disciplinar no âmbito da
instituição contratada para a realização do Corporação. (Acrescentado pela LC n° 35, de
concurso ou por servidor ou comissão de 06.11.2003)
servidores efetivos e estáveis, com
habilitação em medicina e odontologia”. Parágrafo único. A Certidão de
(NR) Antecedentes será expedida pelo órgão de
distribuição das comarcas onde o candidato
Art. 10-D. O exame de aptidão física constará haja residido nos últimos 5 (cinco) anos. (NR)
de provas atléticas, adequadas ao cargo,
conforme previsto no edital. (Acrescentado Art. 10-F. O curso de formação para ingresso
pela LC n° 35, de 06.11.2003) será realizado pela Academia de Polícia
Militar do Estado do Piauí, Batalhões,
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Companhias Militares ou outras entidades
congêneres, observada a seguinte duração
mínima: (Acrescentado pela LC n° 35, de
06.11.2003)
I - Curso de Formação de Oficiais: 3.600h/a
(três mil e seiscentas horas-aula);
Atualizado pela LEI Nº 7.720, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2021
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previsão no edital do concurso. (LC nº a) cinco anos de exercício do cargo, se
134/2009) oficial;
§ 1º-C As cargas horárias dos cursos de b) dois anos de exercício do cargo, se praça.
adaptação para ingresso nos quadros de
OU SEJA, POR EXEMPLO, O ESTADO DO
oficiais médicos, dentistas, enfermeiros,
PIAUÍ VAI TER GASTOS COM SEU
farmacêuticos, capelães e veterinários serão
CURSO DE FORMAÇÃO, EM RAZÃO
reguladas conforme dispuser norma interna DISSO, ESPERA QUE VOCÊ TRABALHE
da Corporação. (LC nº 134/2009) PARA ELE!
§ 2º Ao candidato inscrito em curso de E ASSIM ESTABELECE UM TEMPO
MÍNIMO.
formação para ingresso fica assegurado uma
CASO SAIA ANTES, DEVE PAGAR O
bolsa no valor previsto no Anexo Único desta
VALOR RECEBIDO A TÍTULO DE BOLSA.
Lei, assegurado o direito de opção entre a
remuneração do cargo ocupado e a bolsa
para aqueles que forem policiais militares ou Art. 11 – Para a matrícula nos
servidores públicos do Estado, bem como a estabelecimentos de ensino policial-militar
revisão da mesma, na data e proporção, destinado à formação de oficiais e
sempre que se modificar a remuneração dos graduados, além das condições relativas à
militares estaduais. nacionalidade, idade, aptidão intelectual,
capacidade física e idoneidade moral, é
POR EXEMPLO: JÁ É SERVIDOR necessário que o candidato não exerça,
PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ? PODE nem tenha exercido atividade prejudiciais
ESCOLHER ENTRE SUA REMUNERAÇÃO ou perigosas à Segurança Nacional.
ATUAL OU A BOLSA DO CURSO DE
FORMAÇÃO. Parágrafo único. O disposto neste Capítulo
aplica-se aos candidatos ao ingresso nos
Quadros de Praças e Oficiais, para os quais é
§ 3º A aprovação no curso de formação para exigido diploma emitido por estabelecimento
ingresso atenderá ao disposto no de ensino superior reconhecido pelo Governo
regulamento do Órgão de ensino da Polícia Federal.” (NR)
Militar e constituirá requisito indispensável LEI Nº 7.720, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2021
para a nomeação no cargo.
§ 4º Derrogado pela lei Ordinária Nº 5.755 de
Art. 11-A. Para a investidura nos cargos da
08/05/2008
polícia militar, além de outros requisitos
FUNDO DE SAÚDE É FACULTATIVO. básicos previstos em lei, serão também
exigidos os seguintes: (Acrescentado pela LC
§ 5º O policial militar deverá ressarcir ao n° 35, de 06.11.2003)
erário estadual o valor percebido a título de I – permissão para dirigir ou Carteira
bolsa, se no momento da investidura não Nacional de Habilitação na categoria
preencher os requisitos necessários ao discriminada no edital do concurso;
desempenho do cargo ou pedir exoneração
antes de completar: II – altura mínima de 1,60 m (um metro e
sessenta), para homens, e 1,55 (um metro e
15
cinquenta e cinco centímetros), para O ARTIGO 12 FOI OBJETO DE PROVA
mulheres; NO CONCURSO DA PMPI 2013.
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militares da ativa, da reserva remunerada e
reformados.
Círculo de Praças:
1- Subtenentes e Sargentos
2- Cabos e Soldados
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§ 4º - Os graus hierárquicos inicial e final dos
diversos Quadros e Qualificações
Bizu do GD! são fixados, separadamente, para cada caso,
em Lei de fixação de Efetivo.2
§ 5º - Sempre que o policial-militar da
ATENÇÃO! Graduação ainda é o reserva remunerada ou reformado fizer uso
grau hierárquico das PRAÇAS! do posto ou graduação, deverá fazê-lo
mencionando essa situação.
Art. 15 A precedência entre policiais-
militares da ativa, do mesmo grau
Oficial Posto
hierárquico, é assegurada pela antiguidade
no posto ou na graduação, salvo nos casos
de precedência funcional em lei ou
regulamento.
Praça Graduação
§ 3º - Os Aspirantes-a-Oficial e os Alunos-
Oficiais PM, são denominados Praças
Especiais.
Conceitos resumidos
Hierarquia: Ordenação de
autoridade em níveis
diferentes
Disciplina: Rigorosa
§ 1º A antiguidade em cada posto ou
observância e acatamento
graduação é contada a partir da data da
integral da legislação*
assinatura do ato da respectiva promoção,
nomeação, declaração ou inclusão, salvo
Círculos hierárquicos: são quando estiver taxativamente fixada outra
âmbitos de convivência entre data.
os Policiais-Militares da
mesma categoria
2
Lei nº 4.355, de 30.07.1990, DOE nº 153, de
15/08/90, que dispõe sobre a fixação do efetivo da
PMPI.
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CAPÍTULO III Art. 21 O cargo policial-militar é considerado
vago a partir de sua criação e até que um
DO CARGO E DA FUNÇÃO POLICIAIS-
policial-militar tome posse ou desde que o
MILITARES
momento em que o policial-militar
Art. 19 Cargo policial-militar é aquele que só exonerado, dispensado ou que tenha
pode ser exercido por policiais-militares em recebido determinação expressa de
serviço ativo. autoridade competente, o deixe ou até que
o outro policial-militar tome posse, de
§ 1º O cargo policial-militar a que se refere
acordo com as normas de provimento
este artigo é o que se encontra especificado
previstas no Parágrafo Único do art. 20.
nos Quadros de Organização ou previsto,
caracterizado ou definido como tal em Parágrafo Único – Consideram-se também
outras disposições legais. vagos os cargos policiais-militares cujos
ocupantes:
§ 2º - A cada cargo policial-militar
corresponde um conjunto de atribuições, a) tenham falecido;
deveres e responsabilidade que se
b) tenham sido considerados extraviados; e
constituem em obrigações do respectivo
titular. c) tenham sido considerados desertores.
§ 3º - As obrigações inerentes ao cargo Art. 22 Função policial-militar é o exercício
policial-militar devem ser compatíveis com o das obrigações inerentes ao cargo policial-
correspondente grau hierárquico e definidas militar.
em legislação ou regulamentação peculiares.
Art. 23 Dentro de uma mesma organização
policial-militar, a sequência de substituições
Serviço
CARGO Ativo
bem como as normas, atribuições e
responsabilidades relativas, são
estabelecidas na legislação específica,
respeitadas a precedência e qualificações
Art. 20 – Os cargos policiais-militares são
exigidas para o cargo ou para o exercício da
providos com pessoal que satisfaça aos
função.
requisitos de grau hierárquico e de
qualificação exigidos para seu desempenho. Art. 24 – O policial-militar ocupante do cargo
provido em caráter efetivo ou interno, de
Podemos dar como exemplo, o cargo
acordo com o Parágrafo Único do art. 20, faz
de Comandante Geral, que será
jus às gratificações e a outros direitos
Provido, em regra, por Oficial do
último posto da corporação, além dos correspondentes ao cargo, conforme
demais requisitos previstos, no caso, a previsto em lei.3 Revogado pela Lei
qualificação. Complementar nº 084/2007
Parágrafo Único – revogado pela Lei Nº 84, DE
Art. 25 As obrigações que, pela
07 DE MAIO DE 2007.
generalidade, peculiaridade, duração, vulto
ou natureza não são catalogadas como
3
Vide Lei nº 5.210, de 17 de setembro de 2001, dispõe sobre o Código de Vencimentos da Polícia
publicada em DOE nº 181, de 19.09.2001, que Militar do Piauí.
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posições tituladas em Quadros de II - o civismo e o culto das tradições
Organização ou dispositivo legal são históricas;
cumpridas como "Encargos",
III - a fé na elevada missão da Polícia Militar;
"Incumbência", "Comissão", "Serviços" ou
"Atividade", policial-militar ou de natureza IV - o espírito-de-corpo, orgulho do policial-
policial-militar. militar pela organização onde serve;
Parágrafo Único. Aplica-se, no que couber, V - o amor a profissão policial-militar e o
ao Encargo, Incumbência, Comissão, Serviço entusiasmo com que é exercida; e
ou Atividade, policial-militar ou de natureza
VI - o aprimoramento técnico-profissional.
policial-militar, o disposto neste Capítulo
para Cargo Policial Militar.
TÍTULO II
DAS OBRIGAÇÕES E DOS DEVERES
POLICIAIS-MILITARES
DECORE: Sentimento, civismo,
fé, amor, espírito e
CAPÍTULO I aprimoramento!
DAS OBRIGAÇÕES POLICIAIS-MILITARES
SEÇÃO I
DO VALOR POLICIAL-MILITAR
22
VI - zelar pelo preparo próprio, moral,
intelectual, físico e também pelo dos
Bizu do GD!
subordinados;
1. Sentimento
2. Civismo VII - empregar todas as suas energias em
benefício do serviço;
3. Fé
4. Espítiro VIII - praticar a camaradagem e desenvolver
permanentemente o espírito de
5. Amor cooperação;
6. Aprimoramento
IX - ser discreto em suas atitudes, maneiras
e em sua linguagem escrita e falada;
SEÇÃO II X - abster-se de tratar, fora do Âmbito
apropriado, de matéria sigilosa, relativa à
DA ÉTICA POLICIAL-MILITAR
Segurança Nacional;
Art. 27 – O sentimento do dever, o pundonor
XI - acatar as autoridades civis;
policial-militar e decoro da classe impõe a
cada um dos integrantes da Polícia Militar, XII - cumprir seus deveres de cidadão;
conduta moral e profissional
irrepreensíveis, com observância dos XIII - proceder da maneira ilibada na vida
seguintes preceitos da ética policial-militar: pública e na particular;
§ 1º - Os policiais-militares na reserva
remunerada, quando convocados, ficam
proibidos de tratar, nas organizações
policiais-militares e nas repartições públicas
civis, dos interesses de organizações ou
empresas privadas de qualquer natureza.
§ 2º - Os policiais-militares da ativa podem
exercer diretamente, a gestão de seus bens,
desde que não infrinjam o disposto no
presente artigo.
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§ 3º - No intuito de desenvolver a prática pertence, mesmo com sacrifício da própria
profissional dos integrantes do Quadro de vida;
Saúde, é-lhes permitido o exercício da
II - o culto aos símbolos nacionais;
atividade técnico-profissional, no meio civil,
desde que tal prática não prejudiquem4 o III - a probidade e a lealdade em todas as
serviço. circunstâncias;
Art. 29 – O Comandante-Geral da Polícia IV - a disciplina e o respeito à hierarquia;
Militar poderá determinar aos policiais-
V - o rigoroso cumprimento das obrigações;
militares da ativa que, no interesse da
e
salvaguarda da dignidade dos mesmos,
informem sobre a origem e natureza dos VI - a obrigação de tratar o subordinado
seus bens, sempre que houver razões dignamente e com urbanidade.
relevantes que recomendem tal medida.
Art. 31 – Todo cidadão, após ingressar na
Polícia Militar mediante inclusão, matrícula
ou nomeação, prestará compromisso de
honra, no qual afirmará a sua aceitação
consciente das obrigações e dos deveres
policiais-militares e manifestará a sua firme
disposição de bem cumpri-los.
Art. 32 – O compromisso a que se refere o
Imagine um policial militar
artigo anterior terá caráter solene e será
chegando para trabalhar...De
Helicóptero particular! Rsrs prestado na presença da tropa, tão logo o
policial-militar tenha adquirido um grau de
Estranho né? Isso é um exemplo de instrução compatível com o perfeito
riqueza incompatível.
entendimento de seus deveres como
O MILITAR TEM QUE integrante da Polícia Militar, conforme os
COMPROVAR A ORIGEM DO BEM. seguintes dizeres: "Ao ingressar na Polícia
Militar do Piauí, prometo regular a minha
conduta pelos preceitos da moral, cumprir
CAPÍTULO II
rigorosamente as ordens das autoridades a
DOS DEVERES POLICIAIS-MILITARES que estiver subordinado e dedicar-me
inteiramente ao serviço policial-militar, à
Art. 30 – Os deveres policiais-militares
manutenção da ordem pública e à
emanam de vínculo racionais e morais que
segurança da comunidade, mesmo com o
ligam o policial-militar à comunidade
risco de própria vida".
estadual e à sua segurança, e compreendem,
essencialmente: § 1º - O compromisso do Aspirante-Oficial
PM será prestado de acordo com o
I - a dedicação integral ao serviço policial-
cerimonial constante do regulamento da
militar e a fidelidade à instituição à que
Academia de Policia Militar, onde for
4
Assim foi publicado: “prejudiquem”. O correto seria
“prejudique”.
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formado. Esse compromisso obedecerá aos Parágrafo Único. Aplica-se à Direção e à
seguintes dizeres: "Ao ser declarado Chefia da Organização Policial-Militar, no
Aspirante-a-Oficial da Polícia Militar, que couber, o estabelecido para o
assumo o compromisso de cumprir Comando.
rigorosamente as ordens das autoridades a
que estiver subordinado e de me dedicar
inteiramente ao serviço policial-militar, à A organização Policial Militar é muito
manutenção da ordem pública e à grande, em decorrência disso, a
segurança da comunidade, mesmo com o instituição tem vários Comandantes
risco da própria vida". de OPM´S (subdivisões de
competências), sejam elas Batalhões,
§ 2º - Ao ser promovido ao primeiro posto, o Companhias, Diretorias....
Oficial PM prestará o compromisso de
Oficial, em solenidade especialmente Quem fica à frente (COMANDANTE) de
programada, de acordo com os seguintes uma organização policial militar, é
dizeres: "Perante a Bandeira do Brasil e pela definido e caracterizado como chefe.
minha honra prometo cumprir os deveres Lembrando que todos os comandantes
do Oficial da Polícia Militar do Piauí e de OPM´S estão subordinados ao
dedicar-me inteiramente ao seu serviço". Comandante Geral.
26
de policiamento ostensivo peculiares à
Polícia Militar.
Oficiais
Parágrafo Único. No exercício das atividades
mencionadas neste artigo e no comando de
elementos subordinados os subtenentes e
sargentos deverão impor-se pela lealdade, Exercício do comando, da chefia
pelo exemplo e pela capacidade profissional e da direção
e técnica incumbindo-lhes assegurar a
observância minuciosa e ininterrupta das
ordens, das regras do serviço e das normas
operativas pelas praças que lhes estiverem Subtenentes e sargentos
diretamente subordinadas e a manutenção,
da coesão e do moral das mesmas praças em
todas as circunstâncias.
Art. 37 Os cabos e soldados são, Auxiliam ou complementam as
essencialmente, os elementos de execução. atividades dos oficiais
Cabos e soldados
Elementos de execução
28
mesmos acarreta para o policial-militar
responsabilidade funcional, pecuniária,
disciplinar ou penal, consoante a legislação
Bizu do GD! específica.
Parágrafo Único. A apuração da
responsabilidade funcional, pecuniária,
Quando o mesmo ato disciplinar ou penal, poderá concluir pela
configurar um concurso incompatibilidade do policial militar com o
entre esses elesmentos, cargo ou pela incapacidade para o exercício
aplica-se a pena relativa ao das funções policiais militares a ele
inerentes.
CRIME!
Art. 42 O Policial-militar que, por sua
Isso não quer dizer que
atuação, se tornar incompatível com o cargo
não será apurada sua ou demonstrar incapacidade no exercício
responsabilidade nas das funções policiais-militares a ele
demais esferas, por inerentes, será afastado do cargo.
exemplo na esfera cível.
§ 1º São competentes para determinar o
imediato afastamento do cargo ou o
impedimento do exercício da função:
a) o Governador do Estado do Piauí;
Crime
Encontra-se tipificado no código b) o Comandante-Geral da Polícia Militar; e
penal, código penal militar e leis
c) os Comandantes, os Chefes e os Diretores,
especiais
na conformidade da legislação ou
regulamentação da Corporação.
§ 2º O policial-militar afastado do cargo, nas
Contravenção Penal condições, mencionadas neste artigo, ficará
Encontra-se na lei das privado do exercício de qualquer função
contravenções penais e em leis policial-militar, até a solução final do
especiais processo ou das providências legais que
couberem no caso.
Art. 43 São proibidas quaisquer
manifestações coletivas, tanto sobre atos de
Transgressão Disciplinar superiores, quanto às de caráter
reivindicatória.
Previsto no código/regulamento
especifico da Polícia Militar
ATENÇÃO!
5 6
Os crimes militares estão definidos no Código Penal Decreto nº 3.548, de 31 de janeiro de 1980, publicado
Militar (Decreto-Lei Federal nº 1.001, de 21 de no DOE nº 32, de 15.01.1980, que dispõe sobre o
outubro de 1969). Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Piauí
(RDPMPI).
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7 8
Trata-se da Lei nº 3.728, de 27 de maio de 1980, Trata-se da Lei nº 3.729, de 27 de maio de 1980,
publicada no DOE nº 101, de 30.05.1980, que dispõe publicada no DOE nº 101, de 30.05.1980, que dispõe
sobre o Conselho de Justificação da Polícia Militar e sobre o Conselho de Disciplina da Polícia Militar e
Corpo de Bombeiros do Estado do Piauí. Corpo de Bombeiros do Estado do Piauí.
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superior ou melhoria da mesma quando, ao
Bizu do GD! ser transferido para a inatividade, contar
mais de 35 (trinta e cinco) de serviço, se
Oficial, e mais de 30 (trinta) anos de serviço,
se praça; e
Costumo elencar as principais Revogado pela Lei nº 5.210/2001
diferenças entre Conselho de
Justificação e Conselho de III - nas condições e nas limitações imposta
Disciplina: na legislação e regulamentação específica:
Conselho de Justificação a) a estabilidade, quando praça com 10 (dez)
1. Aplica-se aos Oficiais anos ou mais anos de tempo de efetivo
serviço;
2. Tribunal de Justiça julga os
processos b) uso das designações hierárquicas;
3. Os oficiais submetidos c) a ocupação de cargo correspondente ao
PODERÃO ser afastados posto ou à graduação;
Conselho de Disciplina d) percepção de remuneração;
1. Aplica-se ao Aspirante a e) outros direitos previstos na lei específica
Oficial ou praça COM
que trata da remuneração dos policiais-
estabilidade
militares do Estado do Piauí;
2. Comendante Geral julga os
processos f) a constituição de pensão policial-militar;
Recursos Disciplinares
33
pela mesma legislação, sem
restrições impostas de formas
diferentes para oficial ou praça. Pedido de
reconsideração de ato
Porém, tal informação extra tem
pouca relevância para a sua prova,
no caso concreto. Queixa
BIZU: Memoriza a letra da lei, sem se
aprofundar muito quanto a aplicação
da Lei do Estatuto do Representação
Desarmamento.
34
Afinal de contas, esses períodos II - indenizações.
mínimos para alistamento são de
cinco ou dez anos? b) eventualmente, outras indenizações.
SEÇÃO I
DA REMUNERAÇÃO Art. 53 O auxílio-invalidez, atendidas as
condições estipuladas em lei peculiar que
Art. 52 A remuneração dos policiais-militares trata da remuneração dos policiais-militares,
compreendem vencimentos ou proventos, será concedido ao policial-militar, que,
indenização e outros direitos e é devida em quando em serviço ativo, tenha sido ou
base estabelecidas em lei peculiar.9 venha a ser reformado por incapacidade
§ 1º Os policiais-militares na ativa percebem definitiva e considerado inválido, total e
remuneração constituídas pelas seguintes permanentemente, para qualquer trabalho,
parcelas: não podendo prover os meios de
subsistência. ATENÇÃO!
a) mensalmente:
Art. 54 O soldo é irredutível e não será
I - vencimentos, compreendendo soldo e sujeito a penhora sequestro ou arresto,
gratificações; exceto nos casos previstos em lei. ATENÇÃO!
9
Vide Lei nº 5.378, de 2004, que dispõe sobre o
Código de Vencimentos da Polícia Militar.
PROTEGIDO PELA LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 – DIREITOS AUTORAIS
Daniele da Conceio Souza
35
Art. 55 Para efeito de montepio e outros remuneração percebida pelo policial-
fundos, o valor do soldo é igual para o militar da ativa no posto ou na graduação
policial-militar da ativa, da reserva correspondente aos dos seus proventos.
remunerada ou reformado, de um mesmo
grau hierárquico, ressalvado o disposto no
inciso II, do artigo 49. ATENÇÃO! SEÇÃO II
10
Vide Lei nº 3.936, de 03 de julho de 1984, e o 9.888, de 24 de março de 1998, publicado no DOE
Decreto nº 6.155, de 10 de janeiro de 1985, que nº 59, de 27.03.1998, que aprova o Regulamento
dispõem sobre promoção de Oficiais da Polícia de Promoção de Praças da Polícia Militar do Piauí.
Militar do Estado do Piauí, bem como o Decreto nº
PROTEGIDO PELA LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 – DIREITOS AUTORAIS
Daniele da Conceio Souza
11
Vide Lei Complementar nº 17, de 08 de janeiro de
1996, publicada no DOE nº 14 de 19.01.96, que
dispõe sobre promoções em condições especiais.
PROTEGIDO PELA LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 – DIREITOS AUTORAIS
Daniele da Conceio Souza
37
§ 1º A promoção em condições especiais
independerá do calendário de promoções. Promoções Ordinárias
§ 2º O policial militar promovido nas
condições deste artigo será transferido ex-
officio para a reserva remunerada, não
Antiguidade
ocupará vaga em seu respectivo quadro,
ficando à disposição da Diretoria de Gestão
Merecimento
de Pessoas, devendo seu processo
administrativo de transferência ser iniciado
logo após a publicação do ato de promoção. Post Mortem
§ 3º Transferido para a reserva remunerada
nestas condições, o policial militar
contribuirá para o sistema de proteção Promoção Extraordinária
social dos militares estaduais, conforme
legislação que rege a matéria. “ (NR)
Ressarcimento de
(LEI Nº 7.878, DE 03 DE NOVEMBRO DE 2022)
Preterição
38
Art. 62 – Os policiais-militares têm direito,
SEÇÃO III ainda, aos seguintes períodos de
afastamento total do serviço, obedecidas as
DAS FÉRIAS E OUTROS AFASTAMENTOS
disposições legais e regulamentares, por
TEMPORÁRIOS DO SERVIÇO
motivo de :
Art. 61 – Ao policial-militar será concedido
I - núpcias: 08 (oito) dias;
obrigatoriamente, 30 (trinta) dias
consecutivos de férias, observado o plano II - luto: 08 (oito) dias;
elaborado pela sua Organização Policial-
III - instalação: até 10 (dez) dias;
Militar.
VI - trânsito: até 30 (trinta) dias.
§ 1º - Compete ao Comandante-Geral da
Polícia Militar a regulamentação da
concessão das férias anuais.
Bizu do GD!
Bizu do GD!
39
a) especial;
Bizu do GD!
b) para tratar de interesse particular;
c) para tratamento de saúde de pessoa da
Nessa parte que trata do família;
afastamento total do serviço, d) para tratamento de saúde própria.
uma pegadinha muito cobrada
é a ausência ou inclusão
indevida do termo “Até”.
Por exemplo: A questão vai
afirmar que Núpcias é de ATÉ
OITO DIAS, ou que Instalação é
de 10 DIAS, veja que ambas as
assertivas estão incorretas,
somente pelo uso indevido do
§ 2º - A remuneração do policial-militar,
termo “Até”
quando no gozo de qualquer das licenças
Entendeu? constantes do parágrafo anterior, é
regulada em legislação peculiar.
Parágrafo Único – O afastamento do serviço Art. 65 – A licença especial é a autorização
por motivo de núpcias ou luto será para afastamento total do serviço, relativa a
concedido, no primeiro caso, se solicitado cada decênio de tempo de efetivo serviço
por anteposição, à data do evento e, no prestado, concedida ao policial-militar que a
segundo caso, tão logo a autoridade a que requerer, sem que implique em qualquer
estiver subordinado o policial-militar tenha restrição para a sua carreira.
conhecimento do óbito.
§ 1º - A licença especial tem a duração de 06
Art. 63 – As férias e os outros afastamentos (seis) meses, a ser gozado de uma só vez,
mencionados nesta Seção são concedidos podendo ser parcelada em 02 (dois) ou 03
com a remuneração prevista na legislação (três) meses por ano civil, quando solicitado
específica e computados como tempo de pelo interessado e julgado conveniente pelo
efetivo serviço para todos efeitos legais. Comandante – Geral da Corporação.
§ 2º - O período de licença especial não
interrompe a contagem do tempo de efetivo
SEÇÃO IV
serviço.
DAS LICENÇAS
§ 3º - Os períodos de licença especial não
Art. 64 – Licença é a autorização para o gozados pelo policial-militar são
afastamento total do serviço, em caráter computados em dobro para fins exclusivos
temporário, concedida ao policial-militar, da contagem de tempo para a passagem
obedecidas as disposições legais e para a inatividade e, nesta situação, para
regulamentares. todos os efeitos legais. §3º Revogado pelo
Lei Complementar nº 084/2007
§ 1º - A licença poder ser:
40
§ 4º - A licença especial não é prejudicada d) para cumprimento de punição
pelo gozo anterior de qualquer licença para disciplinar, conforme for regulamentado
tratamento de saúde e para que sejam pelo Comandante-Geral da Polícia Militar; e
cumpridos atos de serviços, bem como não
e) em caso de pronúncia em processo
anula o direito àquelas licenças.
criminal ou indiciação em inquérito policial-
§ 5º - Uma vez concedida a licença especial, militar, a juízo da autoridade que efetivar a
o policial-militar será exonerado do cargo pronúncia ou a indiciação.
ou dispensado do exercício das funções que
§ 2º - A interrupção da licença para
exerce e ficará à disposição do órgão de
tratamento de saúde de pessoa da família,
pessoal da Polícia Militar.
para de cumprimento de pena disciplinar
§ 6º - A concessão da licença especial é que importe em restrição da liberdade
regulada pelo Comandante-Geral da Polícia individual, será regulada na legislação da
Militar, de acordo com o interesse do Polícia Militar.
serviço.
Art. 66 – A licença para tratar de interesse Especial
particular é a autorização para afastamento
total do serviço, concedida ao policial-militar Licenças Para tratar de
com mais de 10 (dez) anos de efetivo serviço, interesse particular
que a requerer com aquela finalidade.
§ 1º - A licença será sempre concedida com Tratar de saúde de
prejuízo da remuneração e da contagem de pessoa da família
tempo de efetivo serviço.
Tratar de saúde
§ 2º - A concessão de licença para tratar de própria
interesse particular é regulada pelo
Comandante-Geral da Polícia Militar, de
acordo com o interesse do serviço.
É muito importante, sobretudo, saber
Art. 67 – As licenças poderão ser a diferença entre essas duas licenças
interrompidas a pedido ou nas condições (Especial e Para Tratar de Interesse
estabelecidas neste artigo. Particular), irei trazer as principais
distinções:
§ 1º - A interrupção da licença especial ou de
licença para tratar de interesse particular
poderá ocorrer: LICENÇA ESPECIAL
a) em caso de mobilização e estado de
1. Concedida a cada decênio (a
guerra;
cada dez anos têm direito a
b) em caso de decretação de estado de sítio; uma licença especial)
2. Duração de seis meses
c) para cumprimento de sentença que 3. Pode ser dividida em dois ou
importe em restrição de liberdade três meses por ano civil
individual;
42
CAPÍTULO II
Bizu do GD!
DAS PRERROGATIVAS
43
§ 1º - É proibido ao policial-militar o uso de
uniformes:
a) em reuniões, programas ou qualquer
outra manifestação de caráter político-
partidário;
b) na inatividade, salvo para comparecer a
solenidade militar e policiais-militares, e,
quando autorizado, a cerimônias cívicas
comemorativas de datas nacionais ou atos
Art. 71 – Os uniformes da Polícia Militar, sociais solenes de caráter particular;
com seus distintivos, insígnias e emblemas c) no estrangeiro, quando em atividade não
são privativos dos policiais-militares e relacionadas com a missão do policial-
representam o símbolo da autoridade militar, salvo quando expressamente
policial-militar com as prerrogativas que lhe determinado ou autorizado.
são inerentes.
§ 2º Os policiais-militares na inatividade,
Parágrafo Único – Constituem crimes cuja conduta possa ser considerada como
previstos na legislação específica o ofensiva à dignidade da classe, poderão ser
desrespeito aos uniformes, distintivos, definitivamente proibidos de usar
insígnias e emblemas policiais-militares, uniformes, por decisão do Comandante-
bem como seu uso por quem a eles não tiver Geral da Polícia Militar.
direito.
44
b) aguardar transferência "ex–ofício" para a
Veja que a vedação abrange até reserva remunerada, por ter sido
mesmo uniformes, distintivos, insígnias
ou emblemas que possam ser
enquadrado em quaisquer dos requisitos
confundidos com os da Polícia Militar que a motivam; e
do Estado do Pará.
c) for afastado temporariamente do serviço
ativo por motivo de:
Parágrafo Único – São responsáveis pela I - ter sido julgado incapaz temporariamente,
infração das disposições deste artigo os após um ano contínuo de tratamento;
diretores ou chefes de repartições,
II - ter sido julgado incapaz definitivamente,
organizações de qualquer natureza, firma ou
enquanto tramita o processo de reforma;
empregadores, empresas e institutos ou
departamentos que tenham adotado ou III - haver ultrapassado um ano contínuo de
consentido sejam usados uniformes ou licença para tratamento de saúde própria;
ostentados distintivos, insígnias ou
IV - haver ultrapassado 06 (seis) meses
emblemas que possam ser confundidos com
contínuos em licença para tratar de
os adotados na Polícia Militar.
interesse particular;
ATENÇÃO EM PROVA! V - haver ultrapassado 06 (seis) meses
contínuos em licença para tratamento de
O estatuto se preocupa em trazer no
saúde de pessoa da família;
seu texto a vedação também de
quaisquer distintivos, insígnias ou VI - ter sido considerado oficialmente
emblemas que possam ser confundidos extraviado;
com os adotados.
VII - haver sido esgotado prazo que
caracteriza o crime de deserção previsto no
TÍTULO VI Código Penal Militar, se oficial ou praça com
DAS DISPOSIÇÕES DIVERSAS estabilidade assegurada;
45
XII - ter passado à disposição da Secretaria regresso à Corporação, se não houver sido
do Governo ou de outros órgãos do Estado eleito.
do Piauí, da União, dos demais Estados ou
§ 7º - O policial-militar agregado fica sujeito
dos Territórios e dos Municípios, para
às obrigações disciplinares concernentes às
exercer função de natureza civil;
suas relações com outros policiais-militares
XIII - ter sido nomeado para qualquer cargo e autoridades civis, salvo quando titular do
público civil temporário, não eletivo, cargo quer lhe dê precedência funcional
inclusive da administração indireta; sobre outros policiais-militares mais
graduados ou mais antigos.
XIV - ter-se candidatado a cargo eletivo
desde que conte 05 (cinco) ou mais anos de § 8º - Este artigo não será aplicado para os
efetivo serviço; policiais-militares nomeados para o
Gabinete Militar do Governador do Estado.
XV - ter sido condenado à pena de
suspensão do exercício do posto, Art. 76 – O policial-militar agregado ficará
graduação, cargo ou função prevista no adido, para efeito de alterações e
Código Penal Militar. remuneração, à organização policial-militar
que lhe for designada, continuando a figurar
§ 2º - O policial-militar agregado de
no respectivo registro, sem número, no lugar
conformidade com as alíneas "a" e "b" do §
que até então ocupava, com a abreviatura
1º, continua a ser considerado, para todos os
"Ag" e anotações esclarecedoras de sua
efeitos, em serviço ativo.
situação.
§ 3º - A agregação do policial-militar, a que
Art. 77 – A agregação se faz por ato do
se refere a alínea "a" e os itens XII e XIII da
Governador do Estado do Piauí.
letra "c" do § 1º, é contada a partir da data
de posse do novo cargo até o regresso à
Corporação ou transferência "ex-ofício" para
SEÇÃO II
a reserva remunerada.
DA REVERSÃO
§ 4º - A agregação do policial-militar, a que
se refere os itens I, III, IV, V e X, da alínea "c" Art. 78 – Reversão é o ato pelo qual o
do § 1º, é contada a partir do primeiro dia policial-militar agregado retorna ao
após os respectivos prazos e enquanto durar respectivo quadro tão logo cesse o motivo
o respectivo evento. que determinou a sua agregação, voltando a
ocupar o lugar que lhe competir na
§ 5º - A agregação do policial-militar, a que
respectiva escala numérica, na 1ª vaga que
se referem a alínea "b" e item II, VI, VII, VIII,
ocorrer.
IX e XV, da alínea "c" do § 1º, é contada a
partir da data indicada no ato que torna Parágrafo Único – A qualquer tempo poderá
público o respectivo evento. ser determinada a reversão do policial-
militar agregado, exceto nos casos previstos
§ 6º - A agregação do policial-militar, que se
nos incisos I, II, III, VI, VII, VIII, XI, XIV e XV,
refere o item XIV da alínea "c" do § 1º, é
da alínea "c" do § 1º do art. 75.
contada a partir da data do registro como
candidato até sua diplomação ou seu Art. 79 – A reversão será efetuada mediante
ato do Governador do Estado do Piauí.
SEÇÃO IV
A AGREGAÇÃO e REVERSÃO são
DO AUSENTE E DO DESERTOR
efetuadas mediante ato do
GOVERNADOR DO ESTADO DO Art. 81 – É considerado ausente o policial-
PIAUÍ! militar que por mais de 24 (vinte e quatro)
Então não vai confundir com as horas consecutivas:
atribuições do Comandante Geral. I – deixar de comparecer à sua Organização
Policial Militar sem comunicar qualquer
motivo de impedimento; e
SEÇÃO III
II – ausentar-se, sem licença, da Organização
DO EXCEDENTE Policial-militar onde serve ou local onde
deve permanecer.
Art. 80 – Excedente é a situação transitória a
que, automaticamente, passa o policial- Parágrafo Único – Decorrido o prazo
militar que: mencionado neste artigo, serão observadas
as formalidades previstas em legislação
I - tendo cessado o motivo que determinou
específica.12
a sua agregação, reverte ao respectivo
quadro, estando este com seu efetivo Art. 82 – O policial-militar é considerado
completo; desertor nos casos previstos na Legislação
Penal Militar.
II - aguarda a colocação a que faz jus na
escala hierárquica após haver sido
transferido de quadro, estando o mesmo
com seu efetivo completo;
III - é promovido por bravura, sem haver
vaga;
IV – (revogado pela lc nº 68 de 22/03/2006 e
pela lei nº 5.461, de 30 de junho de 2005)
12
Vide Código de Processo Penal Militar (Decreto-
Lei Federal nº 1.002, de 21 de outubro de 1969).
PROTEGIDO PELA LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 – DIREITOS AUTORAIS
Daniele da Conceio Souza
47
operações policiais-militares ou em caso de VIII - falecimento; e
calamidade pública, tiver paradeiro
IX - extravio.
ignorado por mais de 08 (oito) dias.
Parágrafo Único – O desligamento de
Parágrafo Único – A situação de
serviço ativo só ocorrerá após a expedição
desaparecimento só será considerado
de ato de autoridade competente.
quando não houver indício de deserção.
Art. 84 – O policial-militar que, na forma do
Bizu do GD!
artigo anterior, permanecer desaparecido
por mais de 30 (trinta) dias, será
oficialmente considerado extraviado. Observe que são nove as formas
de exclusão ou desligamento do
serviço ativo, pontos que
ESQUEMATIZAÇÃO SIMPLES: iremos ver a seguir...
Ausente mais de 24 (vinte e quatro)
horas. Art. 86 – A transferência para a reserva
remunerada ou a reforma não isentam o
Desertor casos previstos na policial-militar da indenização dos prejuízos
Legislação Penal Militar. causados à Fazenda do Estado ou a terceiro,
nem ao pagamento das pensões decorrentes
Desaparecido mais de 08 (oito) dias. de sentença judicial.
Extraviado mais de 30 (trinta) dias Art. 87 – O policial-militar da ativa,
desaparecido. enquadrado em um dos itens I, II e V, do art.
85, ou demissionário a pedido, continuará
no exercício de suas funções até ser
CAPÍTULO II
desligado da Organização Policial Militar em
DO DESLIGAMENTO OU EXCLUSÃO DO que serve.
SERVIÇO ATIVO
Parágrafo Único – O desligamento da
Art. 85 – O desligamento ou a exclusão do Organização Policial-militar em que serve
serviço ativo da Polícia Militar é feito em deverá ser feito após a publicação em Diário
consequência de: Oficial ou Boletim da Corporação do ato
correspondente, e não poderá exceder de
I - transferência para a reserva remunerada;
45 (quarenta e cinco) dias da data da
II - reforma; primeira publicação oficial.
III - demissão;
IV - perda de posto e patente;
V - licenciamento;
VI - exclusão a bem da disciplina;
SEÇÃO I
VII - deserção;
48
DA TRANSFERÊNCIA PARA A RESERVA § 3º - revogado pela lei nº 84, de 07 de maio
REMUNERADA de 2007.
Art. 88 – A passagem do policial-militar à Art. 91 – A transferência “ex-oficio” para a
situação de inatividade mediante reserva remunerada verificar-se-á sempre
transferência para a reserva remunerada, se que o policial militar incidir nos seguintes
efetua: casos:
I - a pedido; I - O oficial ou a praça atingirem a idade-
limite de 63 (sessenta e três) anos, e 66
II - em condições especiais; e
(sessenta e seis) anos para o Capelão
III - "ex-ofício". Militar;
49
§ 4º O policial-militar transferido "ex-ofício"
Bizu do GD! para a reserva remunerada por incidir nos
itens I e II deste artigo terá os seus proventos
calculados tomando-se por base o soldo
integral do seu posto ou graduação.
Lembre-se que a CONSTITUIÇÃO
FEDERAL prevê 10 anos ao invés Art. 92 A transferência do policial-militar
de 05 anos para a reserva remunerada poderá ser
suspensa na vigência do estado de guerra,
estado de sítio ou em caso de mobilização.
Art. 93 O oficial da reserva remunerada
VIII - após 03 (três) indicações para poderá ser convocado para o serviço ativo
frequentar os Cursos: Superior de Polícia; de por ato do Governador do Estado para
Aperfeiçoamento de Oficiais ou de compor Conselho de Justificação, para ser
Aperfeiçoamento de Sargentos. A encarregado de Inquérito Policial Militar ou
transferência para a reserva remunerada incumbido de outros procedimentos
dar-se-á após a 3ª indicação, mediante administrativos, na falta de oficial da ativa
parecer da Comissão de Promoções e de em situação hierárquica compatível com a
decisão do Comandante- Geral. do oficial envolvido.
50
Art. 94 A passagem do policial-militar à permanência na reserva remunerada, a fim
situação de inatividade, mediante reforma, de serem reformados.
se efetua "ex–ofício".
Art. 97 A situação de inatividade do policial-
Art. 95 A reforma de que trata o artigo militar da reserva remunerada quando
anterior será aplicada ao policial-militar que: reformado por limite de idade, não sofre
solução de continuidade, exceto quanto às
I – O oficial ou a praça atingirem a idade-
condições de convocação.
limite de 68 (sessenta e oito) anos de
permanência na reserva remunerada, Art. 98 A incapacidade definitiva pode
aplicando-se o mesmo limite de idade ao sobrevir em consequência de:
Capelão Militar;
I – ferimento recebido na manutenção da
Atualizado pela Lei 7.427/20 ordem pública ou enfermidade contraída
nessa situação ou que nela tenha sua causa
II - for julgado incapaz definitivamente para
eficiente;
o serviço ativo da Polícia Militar;
II – acidente em serviço;
III - estiver agregado por mais de 02 (dois)
anos, por ter sido julgado incapaz III – doença, moléstia ou enfermidade
temporariamente, mediante homologação adquirida, com relação de causa e efeito a
da Junta de Saúde, ainda mesmo que se trate condições inerentes ao serviço;
de moléstia curável;
IV – tuberculose ativa, alienação mental,
IV - for condenado à pena de reforma, neoplasia, maligna, cegueira, lepra,
prevista no Código Penal Militar, por paralisia irreversível e incapacitante,
sentença passada em julgado; cardiopatia grave, mal de Parkinson,
pênfigo, espondiloartrose anquilosante,
V - sendo Oficial, tiver sido determinado por
nefopatia grave e outras moléstias que a lei
decisão transitado em julgado;
indicar com base nas conclusões da medicina
VI - sendo Aspirante-a-Oficial PM e Praça especializada;
com estabilidade assegurada, for para tal
V – acidente ou doença, moléstia ou
indicado ao Comandante-Geral da Polícia
enfermidade sem relação de causa e efeito
Militar, em julgamento de Conselho de
com o serviço.
Disciplina.
§1º Os casos de que tratam os itens I, II e III,
Parágrafo Único. O policial-militar
deste artigo serão provados por atestados
reformado, na forma do item V, só poderá
de origem ou inquérito sanitário de origem,
readquirir a situação policial-militar anterior,
sendo os termos do acidente, baixa ao
por outra sentença do Poder Judiciário e nas
hospital, papeletas de tratamento nas
condições nela estabelecidas, e, na forma do
enfermidades e hospitais, e os registros de
item VI, por decisão do Comandante-Geral
baixa, utilizados como meios subsidiários
da Polícia Militar.
para esclarecer a situação.
Art. 96 Anualmente, no mês de fevereiro, o
§2º Nos casos de tuberculose, as Juntas de
órgão de pessoal da Corporação, organizará
Saúde deverão basear seus julgamentos,
a relação dos policiais-militares que
obrigatoriamente, em observações clínicas,
houverem atingindo a idade limite de
51
acompanhadas de repetidos exames § 7º - São também equiparados às paralisias
subsidiários, de modo a comprovar com os casos de afecções ósteo-músculo-
segurança, a atividade da doença, após articulares graves e crônicas (reumatismos
acompanhar sua evolução até 03 (três) graves e crônicos ou progressivos e doenças
períodos de 06 (seis) meses de tratamento similares), nos quais esgotados os meios
clínico – cirúrgico metódico atualizado e, habituais de tratamento, permaneçam
sempre que necessário, nosocomial, salvo distúrbios extensos e definitivos, quer ósteo-
quando se tratar de formas "grandemente músculo-articulares residuais, quer
avançadas" no conceito clínico e sem secundários das funções nervosas,
qualquer possibilidade de regressão motilidade, troficidade ou mais funções que
completa, as quais, terão parecer imediato tornem o indivíduo total e
da incapacidade definitiva. permanentemente impossibilitado para
qualquer trabalho.
§3º O parecer definitivo a adotar, nos casos
de tuberculose, para os portadores de lesões § 8º - São equiparados à cegueira, não só os
aparentemente inativas, ficará condicionado casos de afecções crônicas, progressivas e
a um período de consolidação extra- incuráveis, que conduzirão à cegueira total,
nosocomial nunca inferior a 06 (seis) meses como também os de visão rudimentar que
contados a partir da época da cura. permitam a percepção de vultos, não
susceptíveis de correção por lentes, nem
§4º Considera-se alienação mental todo
removíveis por tratamento médico-
caso de distúrbio mental ou neuro-mental
cirúrgico.
grave persistente, no qual, esgotados os
meios habituais de tratamento, permaneça Art. 99 – O policial-militar da ativa, julgado
alteração completa ou considerável da incapaz definitivamente por um dos
personalidade, destruindo a motivos constantes dos itens I, II, III e IV do
autodeterminação do pragmatismo e art. 98, será reformado com qualquer tempo
tornando o indivíduo total e de serviço.
permanentemente impossibilitado para
Art. 100 – O policial-militar da ativa, julgado
qualquer trabalho.
incapaz definitivamente por um dos
§5º Ficam excluídas do conceito de motivos constantes do item I, do art. 98,
alienação mental as epilepsias psíquicas e será reformado com a remuneração
neurológicas, assim julgadas pelas Juntas de calculada com base no soldo
Saúde. correspondente ao grau hierárquico
imediato ao que possuir da ativa.
§6º Consideram-se paralisia, todo caso de
neuropatia grave e definitiva que afeta a § 1º - Aplica-se o disposto neste artigo, aos
mobilidade, sensibilidade, troficidade e cargos previstos nos itens II, III e IV, do art.
mais funções nervosas, no qual, esgotados 98, quando verificada a incapacidade
os meios habituais de tratamento, definitiva, for o policial-militar considerado
permaneçam distúrbios graves, extensos e inválido, isto é, impossibilitado total e
definitivos que tornem o indivíduo total e permanentemente para qualquer trabalho.
permanentemente impossibilitado para
§ 2º - Considera-se, para efeito deste artigo,
qualquer trabalho.
grau hierárquico imediato:
52
a) o de Primeiro Tenente PM, para apto em inspeção de saúde por Junta de
Aspirante-a-Oficial PM; Saúde, em grau de recursos ou revisão,
poderá retornar ao serviço ativo ou ser
b) o de Segundo Tenente PM, para
transferido par a reserva remunerada,
Subtenente PM, Primeiro Sargento PM,
conforme dispuser regulamentação
Segundo Sargento PM e Terceiro Sargento
peculiar.
PM;
§ 1º - O retorno ao serviço ativo ocorrerá se
c) o de Terceiro Sargento PM, para Cabo PM
o tempo decorrido na situação de reforma
e Soldado PM.
não ultrapassar 02 (dois) anos e na forma do
§ 3º - Aos benefícios previstos neste artigo e disposto no § 1º, do artigo 80;
seus parágrafos poderão ser acrescidos
§ 2º - A transferência para a reserva
outros relativos à remuneração,
remunerada, observado o limite de idade
estabelecidos em leis peculiares, desde que
para permanência nessa situação, ocorrerá
o policial-militar, ao ser reformado, já
se o tempo decorrido na situação de
satisfaça as condições por elas exigidas.
reformado, ultrapassar 02 (dois) anos.
Art. 101 – O policial-militar da ativa, julgado
Art. 103 – O policial-militar reformado por
incapaz definitivamente por um dos
alienação mental enquanto não ocorrer a
motivos constantes do item V, do art. 98,
designação do curador, terá sua
será reformado:
remuneração paga aos seus beneficiários,
I – com remuneração proporcional ao desde que o tenham sob sua guarda e
tempo de serviço, se Oficial ou Praça com responsabilidade e lhe dispensem
estabilidade assegurada; e tratamento humano e condigno.
53
IV – Cabo: os alunos do Curso de formação
de Cabo PM e de Soldado PM.
Bizu do GD!
SEÇÃO III
O que é interdição judicial?
DA DEMISSÃO; DA PERDA DO POSTO E DA
PATENTE E DA DECLARAÇÃO DE
Quando uma pessoa se mostra INDIGNIDADE OU INCOMPATIBILIDADE
incapaz de medir as COM O OFICIALATO
consequências de suas ações e
administrar seus bens seja por
doença ou vício, os membros
da família podem solicitar
uma interdição judicial.
54
(três) anos do seu término, a demissão só oficialato, ou com ele incompatível por
será concedida mediante indenização de decisão transitado em julgado, do Tribunal
todas as despesas correspondentes ao de Justiça, em decorrência do julgamento a
referido curso ou estágio, acrescidas, se for que for submetido.
o caso, das previstas no item II, deste artigo
Parágrafo Único – O Oficial declarado
e das diferenças de vencimentos.
indigno do oficialato ou com ele
§ 2º - No caso do Oficial ter feito qualquer incompatível, e condenado à perda do posto
curso ou estágio de duração superior a 18 e patente só poderá readquirir a situação
(dezoito) meses, por conta do Estado do policial-militar anterior por outra sentença
Piauí, aplicar-se-á o disposto no parágrafo do Tribunal de Justiça e nas condições nelas
anterior, se ainda não houver decorrido estabelecidas.
mais de 05 (cinco) anos de seu término.
Art. 110 – Fica sujeito à declaração de
§ 3º - O Oficial demissionário, a pedido, não indignidade para o oficialato, ou de
terá direito a qualquer remuneração, sendo incompatibilidade com o mesmo por
a sua situação militar definida pela Lei do julgamento do órgão competente do Poder
Serviço Militar.13 Judiciário, o oficial que:
§ 4º - O direito à demissão, a pedido, poderá I – for condenado por tribunal civil ou militar
ser suspenso, na vigência do estado de à pena restritiva de liberdade individual
guerra, calamidade pública, perturbação da superior a 02 (dois) anos em decorrência de
ordem interna, estado de sítio ou em caso de sentença condenatória passado em julgado
mobilização. com a declaração por expressa dessa
medida;
Art. 107 – O Oficial da ativa empossado em
cargo público permanente, estranho à sua II – for condenado por sentença passado em
carreira e cuja função não seja de julgado por crime para os quais o Código
magistério, será imediatamente, mediante Penal Militar comina essas penas acessórias
demissão "ex–ofício" por esse motivo e por crimes previstos na legislação
transferido para a reserva, onde ingressará concernente à Segurança Pública;
com posto que possuía na ativa, não
III – incidir nos casos previstos em lei
podendo acumular qualquer provento de
específica, que motivam apreciação por
inatividade com a remuneração do cargo
Conselho de Justificação e neste for
público permanente.
considerado culpado.
Art. 108 – O Oficial que houver perdido o
IV – tiver perdido a nacionalidade brasileira.
posto e a patente será demitido "ex-ofício",
sem direito a qualquer remuneração ou
indenização e terá a sua situação definida
SEÇÃO IV
pela Lei do Serviço Militar.
DO LICENCIAMENTO
Art. 109 – O Oficial perderá o posto e a
patente de for declarado indigno de
13
Lei Federal nº 4.375, de 17 de agosto de 1964, que
dispõe sobre o Serviço Militar.
PROTEGIDO PELA LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 – DIREITOS AUTORAIS
Daniele da Conceio Souza
55
Art. 111 – O licenciamento do serviço ativo,
aplicado somente às praças, se efetua: EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 101, DE
3 DE JULHO DE 2019
I – a pedido; e
Acrescenta § 3º ao art. 42 da Constituição
II – "ex-ofício". Federal para estender aos militares dos
Estados, do Distrito Federal e dos
§ 1º - O licenciamento a pedido poderá ser Territórios o direito à acumulação de cargos
públicos prevista no art. 37, inciso XVI.
concedido, desde que não haja prejuízo para
o serviço, à praça engajada ou reengajada
que conte, no mínimo, a metade do tempo
de serviço a que se obrigou.
Bizu do GD!
§ 2º - O licenciamento "ex-ofício" será feito
na forma da legislação peculiar: Ou seja, a exceção agora não é
somente MAGISTÉRIO, o
a) por conclusão de tempo de serviço;
acúmulo é permitido com base
b) por conveniência do serviço; e nos requisitos previstos na
Constituição Federal.
c) a bem da disciplina.
§ 3º - O policial-militar licenciado não tem Art. 113 – O direito ao licenciamento a
direito a qualquer remuneração e terá a sua pedido poderá ser suspenso na vigência do
situação militar definitiva pela Lei do Serviço Estado de Guerra, Calamidade Pública,
Militar. Perturbação da Ordem Interna, Estado de
§ 4º - O licenciamento14 "ex-ofício" a bem da Sítio ou em caso de mobilização.
disciplina receberá o Certificado de Isenção
previsto na Lei do Serviço Militar.
SEÇÃO V
DA EXCLUSÃO DA PRAÇA A BEM DA
ONDE SE LÊ ‘’LICENCIAMENTO’’, NA
DISCIPLINA
VERDADE, A LEI QUERIA DIZER
LICENCIADO.
14
Assim foi publicado no DOE. A expressão correta,
a nosso ver, seria “O licenciado...”
PROTEGIDO PELA LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 – DIREITOS AUTORAIS
Daniele da Conceio Souza
56
Bizu do GD!
PRL SUPERIOR
A 2 ANOS
57
dependerá da sentença do Conselho de decisão do Comandante Geral da Polícia
Justiça. Militar, se assim for julgado necessário.
59
desligamento do serviço ativo, mesmo que IV – tempo relativo a férias não gozadas,
tal espaço de tempo seja parcelado. contadas em dobro.
§1º Será também computado como tempo § 1º - Os acréscimos a que se referem os
de efetivo serviço, o tempo passado dia-a- itens I e IV, serão computados somente no
dia, pelo policial-militar na reserva momento da passagem do policial-militar,
remunerada que for convocado para o para a situação de inatividade, e para esse
exercício da função policial-militar, na forma fim.
do art. 93.
§ 2º - Os acréscimos a que se refere o item III
§2º Não será deduzido do tempo de efetivo será computado somente no momento da
além dos afastamentos previstos no artigo passagem do policial militar para a situação
63, os períodos em que o policial-militar de inatividade e, nessa situação para todos
estiver afastado do exercício de suas funções os efeitos legais, inclusive quanto a
em gozo de licença especial. percepção definitiva de gratificação de
tempo de serviço e adicional de inatividade.
§3º Ao tempo de serviço de que trata este
artigo e seus parágrafos apurados e (REVOGADO PELA LEI Nº 103, DE 15 DE
totalizados em dias, será aplicado o divisor MAIO DE 2008)
365 (trezentos e sessenta e cinco), para a
§ 3º - Não é computável, para efeito algum,
correspondente obtenção dos anos de
o tempo:
efetivo serviço.
a) que ultrapassar de 01(um) ano, contínuo
Art. 124 – A expressão "ano de serviço"
ou não, em licença para tratamento de
designa o tempo de efetivo serviço a que se
saúde de pessoa da família;
refere o artigo 123, e seus parágrafos, com
os seguintes acréscimos: b) passado de licença para tratar de
interesse particular;
I – tempo de serviço público federal,
estadual ou municipal, prestado pelo c) passado como desertor;
policial-militar anteriormente à sua inclusão,
d) decorrido em cumprimento de pena ou
matrícula, nomeação ou reinclusão na
suspensão de exercício do posto,
Polícia Militar;
graduação, cargo ou função, por sentença
II – 01 (um) ano para cada 05 (cinco) anos de passada em julgado;
efetivo serviço prestado pelo Oficial do
e) decorrido em cumprimento de pena
Quadro de Saúde até
restritiva da liberdade, por sentença
que este acréscimo complete o total de anos passada em julgado, desde então não tenha
de duração normal do curso universitário sido concedida suspensão condicional da
correspondente, sem superposição a pena, quando então, o tempo que exceder
qualquer tempo de serviço policialmilitar ou ao período da pena será computado para
público eventualmente prestado durante a todos os efeitos, caso as condições
realização deste mesmo curso; estipuladas na sentença não o impeçam.
III – tempo relativo a cada licença especial Art. 125 – O tempo que o policial-militar vier
não gozada, contada em dobro; e a passar afastado do exercício de suas
funções em consequência de ferimentos
60
recebidos em recebidos em acidentes CAPÍTULO IV
quando em serviço, na manutenção da
DO CASAMENTO
ordem pública ou de moléstia adquirida no
exercício de qualquer função policial-militar, Art. 130 – O policial-militar da ativa pode
será computado como se ele estivesse contrair matrimônio, desde que observada a
passado no exercício daquelas funções. legislação civil específica.
Art. 126 – O tempo passado pelo policial- § 1º - É vedado o casamento ao Aluno –
militar no exercício de atividades Oficial PM, e demais praças enquanto
decorrentes ou dependentes de operações estiverem sujeitos aos regulamentos dos
de guerra será regulado em legislação órgãos de Formação de Oficiais, de
específica. graduados e de praças, cujos requisitos para
admissão exijam a condição de solteiro,
Art. 127 – O tempo de serviço dos policiais-
salvo em casos excepcionais, a critério do
militares beneficiados por anistia será
Comandante –Geral da Corporação.
contado como estabelecer o ato legal que a
conceder.
Bizu do GD!
Art. 128 – A data limite estabelecida para
final de contagem dos anos de serviço, para Veja que situação
fins de passagem para a inatividade, será a interessante, apesar da sua
do desligamento do serviço ativo. aplicabilidade ser nula no caso
concreto, temos essa definição
Parágrafo Único – A data limite não poderá que a banca pode cobrar uma
exceder a 45 (quarenta e cinco) dias, dos espécie de CTRL C + CTRL V
quais um máximo de 15 (quinze) dias no
órgão encarregado de efetivar a § 2º - O casamento com mulher estrangeira,
transferência, da data da publicação do ato somente só poderá ser realizado após a
da transferência para a reserva remunerada autorização do Comandante Geral da Polícia
ou reforma em Diário Oficial ou Boletim da Militar.
Corporação, considerada sempre a primeira
publicação oficial.
Art. 129 – Na contagem dos anos de serviços
não poderá ser computado qualquer
superposição dos tempos de serviço público
(federal, estadual e municipal ou passado
em órgão da administração direta) entre si
nem como os de acréscimos de tempo para
os possuidores de curso universitário, e nem ISSO MESMO!
com o tempo de serviço computável após a
inclusão na Polícia Militar, matrícula em VAI CASAR COM UMA ESTRANGEIRA?
órgão de formação policial-militar ou TEM QUE TER AUTORIZAÇÃO DO
nomeação para posto ou graduação na COMANDANTE GERAL!
Corporação.
61
Art. 131 – O Aluno- Oficial PM, e demais Art. 135 – A assistência religiosa à Polícia
praças que contrariem matrimônio em Militar do Estado do Piauí é regulada por
desacordo com o § 1º do artigo anterior, legislação específica.
serão excluídas sem direito a qualquer
remuneração ou indenização.
TÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
CAPÍTULO V
Art. 136 – É vedado o uso por parte da
DAS RECOMPENSAS E DAS DISPENSAS DO
organização civil, de designações que
SERVIÇO
possam sugerir sua vinculação à Polícia
Art. 132 – As dispensas constituem Militar.
reconhecimento dos bons serviços
Parágrafo Único – Excetuam-se das
prestados pelos policiais-militares.
prescrições deste artigo, as associações,
§ 1º - São recompensas policiais-militares: clubes, círculos e outros que congregam
membros da Polícia Militar que se destinam
a) prêmios de Honra ao Mérito;
exclusivamente, a promover intercâmbio
b) condecoração por serviços prestados; social e assistência entre policiais-militares e
seus familiares e entre esses e a sociedade
c) elogios, louvores e referências elogiosas; e
civil local.
d) dispensas do serviço.
Art. 137 – O Estado concederá pensão, na
§ 2º - As recompensas serão concedidas de forma que dispuser em Lei, à família do
acordo com as normas estabelecidas nas leis policial-militar falecido ou extraviado.
e nos regulamentos da Polícia Militar.
Art. 138 – São adotados na Polícia Militar,
Art. 133 – As dispensas do serviço são em matéria não regulada na Legislação
autorizações concedidas aos policiais- Estadual, os regulamentos e leis em vigor no
militares para o afastamento total do Exército Brasileiro, até que sejam adotados e
serviço, em caráter temporário. regulamentos peculiares.
Art. 134 – As dispensas do serviço podem ser Art. 139 – Após a vigência do presente
concedidas aos policiais-militares: Estatuto, serão a ele ajustados todos os
dispositivos legais e regulamentares que
I – como recompensa;
com ele tenham pertinência.
II – para desconto em férias; e
Art. 140 – O Oficial superior ou intermediário
III – em decorrência de prescrição médica. que, na data da publicação desta lei, já tiver
incidido nas disposições previstas nos incisos
Parágrafo Único – As dispensas de serviço
I, do art. 61, e que estejam desempenhando
serão concedidas com a remuneração
função ou cargo em comissão, nomeado
integral e computadas com o tempo de
pelo Governador do Estado, não será
efetivo serviço.
transferido "ex-ofício" para a reserva
remunerada, enquanto permanecer nessa
situação.
62
Art. 141 – Esta lei entra em vigor na data de
sua publicação, revogada as disposições em
contrário.
63
➢ Lei nº 3.729, de 27/05/1980 em que se encontram, criando-lhe, ao
(Lei do Conselho de mesmo tempo, condições para se
Disciplina de Policiais defenderem.
Militares e Corpo de
Bombeiros do Estado do
Piauí).
Bizu do GD!
CONSELHO DE DISCIPLINA
Lembre-se que o conselho de
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO disciplina só aprecia a
DO PIAUÍ, em Teresina, 16 de julho de incapacidade dos Aspirantes a
1981. Oficial e praças COM
establidade assegurada.
LEI Nº 3.729, DE 27 DE MAIO
Art. 2º - Serão submetidas a Conselho de
DE 1980 Disciplina, “ex. - ofício”, as praças referidas
Dispõe sobre o Conselho de Disciplina da no Art. 1º:
Polícia Militar e Corpo de Bombeiros do I – Acusadas oficialmente ou por qualquer
Estado do Piauí e dá outras providências. meio lícito de comunicação social, de terem:
O GOVERNADOR DO ESTADO DO PIAUÍ,
faço saber que a Assembleia Legislativa do a) Procedido incorretamente no
Estado do Piauí decreta e eu sanciono a desempenho do cargo de que estejam
seguinte Lei: investidas;
b) Tido conduta (civil ou policial – militar)
irregular ; ou
c) Praticado ato que afete a honra pessoal,
a administração, o pundonor policial –
militar ou decoro da classe.
64
c) Colaborem, por qualquer forma, mas
sempre do modo inequívoco, em suas
atividades. Art. 3º - As praças da ativa,
constantes no Art. 1º, ao serem submetidas
a Conselho de Disciplina, serão afastadas do
exercício de suas funções.
Bizu do GD!
Art. 5º - O Conselho de Disciplina será
Lembre-se desse termo: composta de três (03) Oficiais da
"Natureza Dolosa" Corporação policial – militar.
A Banca vai querer te empurrar
§ 1º - O membro mais antigo do Conselho de
um: "Natureza Dolosa ou
Culposa" Disciplina, no mínimo um Oficial
intermediário (Capitão), será o Presidente,
IV – Pertencentes a partidos políticos ou o que se lhe seguir em antiguidade será o
associações, suspensos ou dissolvidos por interrogante e relator e, o mais moderno, o
força de disposição legal ou decisão judicial, escrivão.
ou que exerçam atividade prejudiciais ou
perigosas à Segurança Nacional. Bizu do GD!
Parágrafo Único – São consideradas, entre
outras, para os efeitos desta Lei, Vimos que o conselho é
pertencentes a partido ou associação a que composto por três oficiais, ou
se refere este artigo, as praças constantes no seja, serão esses três oficiais
art. 1º que, ostensiva ou clandestinamente: quem irão julgar, culpado ou
nao, o Aspirante a Oficial e a
a) Estejam inscritos como seus membros; praça COM estabilidade
a) Prestem serviços ou angariam valores em
seus benefícios; PRESIDENTE NO MÍNIMO UM CAPITÃO
b) Os Oficiais que tenham, entre si, com o b) Deixando de atender à intimação por
acusador ou com o acusado, parentesco escrito ou à publicação o processo correrá à
consanguíneo ou afim, até o quarto grau; revelia.
Bizu do GD!
66
data de sua nomeação, para conclusão dos § 2º - A decisão do Conselho de Disciplina
trabalhos, inclusive remessas de relatório. será tomada por maioria de votos de seus
membros.
§ 1º - O Comandante Geral da Polícia Militar
do Piauí, a requerimento do Presidente do § 3º - Quando houver vencido, será facultada
Conselho de Disciplina, poderá prorrogar por a sua justificação por escrito.
mais vinte (20) dias o prazo de conclusão
dos trabalhos, para efetuar diligências
visando à produção de novas provas
imprescindíveis à elucidação do fato.
Bizu do GD!
§ 4º - Elaborado o relatório, com um termo
de encerramento, o Conselho de Disciplina
Quem pede? remeterá o processo ao Comandante Geral
da Polícia Militar do Piauí.
PRESIDENTE
Quem prorroga?
Art. 13 – Recebido os autos do processo do
COMANDANTE GERAL Conselho de Disciplina, o Comandante Geral,
dentro do prazo de vinte (20) dias,
§ 2º - Poderá o Comandante Geral da Polícia aceitando, ou não, sua deliberação e, neste
Militar do Piauí, por motivo de morte do último caso, justificando os motivos do
acusado suspender, em qualquer fase, os despacho, determinará:
trabalhos do Conselho de Disciplina, por
terem cessado os motivos de sua de Bizu do GD!
nomeação.
Lembre-se, o Comandante
Art. 12 – Realizada todas as diligências, o Geral tem quatro opções:
Conselho de Disciplina passará a deliberar, 1. Arquiva
em sessão secreta, sobre o relatório a ser
redigido. 2. Aplica
3. Remete
§ 1º - O relatório, elaborado pelo escrivão, 4. Reforma ou Exclui
após conclusão do Conselho de Disciplina
sobre o mesmo, e assinado por todos os seus
membros, deverá decidir se a praça:
a) É ou não, culpada da acusação que lhe
imputada; ou
b) No caso do item III do art. 2º, levados em
consideração os preceitos da aplicação da
pena prevista no Código Penal Militar, está,
ou não, incapaz de permanecer na ativa ou
não na situação em que se encontra na I – O arquivamento do processo, se não
inatividade. julgar a praça culpada ou incapaz de
67
permanecer na ativa ou na situação em que no parágrafo anterior, para o caso da praça
se encontra na inatividade; da ativa.
II – A aplicação da pena disciplinar, se
§ 3º - No caso de a decisão do Comando
considerar contravenção ou transgressão
Geral ser pela reforma da praça, esta será
disciplinar a razão pela qual a praça foi
efetuada no grau hierárquico que a mesma
julgada culpada.
possui na ativa, com proventos
III – A remessa do processo à Auditoria da proporcionais ao tempo de serviço.
Justiça Militar do Estado do Piauí, se
considerar crime – militar a razão pela qual a Art. 14 – O acusado ou, em caso de revelia,
praça foi considerada culpada ; ou o Oficial designado para acompanhar o
processo, poderá interpor recurso da
IV – A efetivação da reforma ou exclusão, a
decisão do Conselho de Disciplina ou da
bem da disciplina, se considerar que:
solução posterior do Comandante da Polícia
a) A razão pela qual a praça foi considerada Militar do Piauí.
culpada, está prevista nos itens I, II e IV do
Parágrafo Único – O prazo para interposição
Art. 2º; ou
de recurso será de dez (10) dias, contados
b) Se, pelo crime cometido, previsto no item da data em que o acusado tomar
III do art. 2º a praça foi julgada incapaz de conhecimento oficial da decisão do Conselho
permanecer na ativa ou na situação de de Disciplina, ou da publicação da decisão do
inatividade em que se encontrar. Comandante Geral da Corporação, em
Boletim do Comando Geral.
§ 1º - O despacho do Comandante Geral que
determinar o arquivamento do processo, Art. 15 – Caberá, em princípio, ao
deverá ser publicado em Boletim do Comandante Geral da Polícia Militar do
Comando Geral nos assentamentos da Piauí, no prazo de vinte (20) dias, contados
praça, se esta for da ativa. da data do recebimento do processo,
apreciar os recursos que forem interpostos
Bizu do GD! nos processos oriundos dos Conselhos de
Disciplina.
68
subsidiariamente, no que couber, as normas
do Código de Processo Penal Militar.
Prescrição 6 anos
69
➢ Lei nº 5.276, de 23/12/2002
(Lei de Desvinculação do
Corpo de Bombeiros da
Polícia Militar do Piauí).
LEI Nº 5.276, DE 23 DE
DEZEMBRO DE 2002
Art. 3º - O Corpo de Bombeiros Militar do
Dispõe sobre a desvinculação do Corpo de
Estado do Piauí passa a integrar a
Bombeiros da Polícia Militar do Piauí e dá
composição organizacional do Poder
outras providências
Executivo Estadual como órgão da
Administração Direta, subordinada
diretamente ao Governador do Estado, nos
termos da Constituição Estadual.
Governador
Subordinação do Estado do
Piauí
70
Bombeiros o direito de permanecer
exercendo suas funções até que a matéria
seja definida em lei.
Art. 6º - Permanecerão no Corpo de
Bombeiros Militar do Estado do Piauí, bens
móveis e imóveis, utilizados e empregados
pelo Corpo de Bombeiros.
71
➢ Lei nº 5.459, de 30/06/2005 I - Quadro de Oficiais Bombeiros Militares
(Lei de Criação de Quadros Combatentes - QOBM/Comb;
de Oficiais e de Praças no
Corpo de Bombeiros Militar II - Quadro de Oficiais Bombeiros Militares
do Estado do Piauí) (Alterada de Saúde - QOBM/S;
pela Lei nº 5.520, de
13/12/2005 e Alterada pela III - Quadro de Oficiais Bombeiros Militares
Lei nº 7.772, de Engenheiros - QOBM/E;
04/04/2022).
IV - Quadro de Oficiais Bombeiros Militares
LEI ORDINÁRIA Nº 5.459 Complementares - QCOBM;
72
V - Tenente-Coronel; Parágrafo Único Os postos no Quadro de
Oficiais Bombeiros Militares Engenheiros
VI - Coronel. são os seguintes:
I - 2º Tenente;
Bizu do GD!
II - 1º Tenente;
III - Capitão;
Combatentes:
2º Tenente até Coronel IV - Major;
V - Tenente-Coronel.
Art. 3º O Quadro de Oficiais Bombeiros
Militar de Saúde será constituído por
aprovados em concurso público com Bizu do GD!
habilitação em Medicina, Odontologia,
Psicologia e Enfermagem.
III - Capitão.
IV - Major
73
Art. 7º O ingresso nos Quadros previstos nos
Bizu do GD! itens I, II, III e V, do art. 1º desta Lei dá-se-á
somente através de concurso público.
74
SECRETÁRIO DE GOVERNO
Médico – 04;
Odontólogo – 02;
Psicólogo – 02;
Enfermeiro – 04.
GOVERNADOR DO ESTADO
75
➢ Lei nº 5.460, de 30/06/2005 retornar, no prazo de 10 dias, à corporação
(Dispõe sobre a de origem.
Transferência Definitiva de
Policiais Militares para o Art. 3º A transferência definitiva somente
Corpo de Bombeiros Militar e será aceita nas seguintes condições:
de Bombeiros Militares para I- em qualquer caso se houver vaga para o
a Polícia Militar). mesmo posto ou graduação e entre quadros
correspondentes nas duas corporações.
II- se a transferência for para quadro de
Lei nº 5.460, de 30/06/2005 (Dispõe
oficiais bombeiros militares combatentes –
sobre a Transferência Definitiva de
Policiais Militares para o Corpo de QOBM/Comb, será exigida a conclusão do
Bombeiros Militar e de Bombeiros curso de formação de oficiais bombeiros
Militares para a Polícia Militar). militares realizado em academia de
bombeiro militar e o respectivo histórico
escolar.
III- se a transferência for para o quadro de
oficiais policiais militares – QOPM, será
exigida a conclusão de curso de formação de
oficiais policiais militares (CFO/PM),
realizada em academia de polícia militar e o
respectivo histórico escolar.
IV- se a transferência for para o quadro de
praças, será exigida a conclusão de curso
Art. 1º Esta lei estabelece as condições para
específico de bombeiro ou de polícia militar,
a transferência definitiva de policiais
conforme o caso.
militares para o corpo de bombeiros militar
do estado do Piauí e de bombeiros militares Art. 4º O policial militar ou bombeiro militar
para a polícia militar do Piauí em razão da ou ser transferido definitivamente terá em
desvinculação dessas corporações militares relação aos seus pares a sua antiguidade
pela lei número 5.276 de 23/12/2002. assegurada tomando-se como referência a
data da respectiva última promoção.
Parágrafo Único. A transferência é restrita Parágrafo Único. No caso de empate o
aos militares que até 1 (um) ano após a transferido será considerado mais moderno.
vigência da lei de desvinculação estivessem
servindo em unidade da polícia militar se Art. 5º Após a sua conclusão a transferência
bombeiro militar ou em unidade do corpo de será irretratável.
bombeiros militar se policial militar.
Art. 6º Fica assegurada a permanência na
Art. 2º O policial militar ou bombeiro militar polícia militar e no corpo de bombeiros
a que deseje transferir se deve dirigir militar conforme o caso aos bombeiros
requerimento ao comandante geral da militares e aos policiais militares que neles
corporação em que estiver servindo no estejam servindo desde o período anterior à
prazo de 60 (sessenta) dias contado da vigência da lei Nº 5.276 de 23/12/2002.
vigência desta lei.
Art. 7º Esta lei entrará em vigor na data de
Parágrafo Único. Após o transcurso desse sua publicação
prazo o bombeiro militar ou policial militar
que não tiver solicitado transferência deverá
PROTEGIDO PELA LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 – DIREITOS AUTORAIS
Daniele da Conceio Souza
76
➢ Lei nº 5.462, de 30/06/2005 O GOVERNADOR DO ESTADO DO PIAUÍ,
(Lei de Promoção de Praças
do Corpo de Bombeiros FAÇO saber que o Poder Legislativo decreta
Militar do Estado do Piauí) e eu sanciono a seguinte Lei:
(Alterada pela Lei nº 5.640,
de 26/03/2007 e Alterada
pela Lei nº 7.772, de
04/04/2022). Capítulo I
DISPOSIÇÕES GERAIS
LEI ORDINÁRIA Nº 5.462
Art. 1º Esta Lei estabelece os critérios e as
DE 30/06/2005 condições que asseguram às praças do
Corpo de Bombeiros Militar do Estado do
Piauí (CBMEPI) o acesso na hierarquia
Dispõe sobre a promoção de Praças do Corpo bombeiro militar, mediante promoção de
de Bombeiros Militar do Estado do Piauí e dá forma seletiva, gradual e sucessiva.
outras providências.
Art. 2º A promoção é um ato administrativo
e tem como finalidade básica o
preenchimento seletivo das vagas
Já atualizado com a LEI Nº 7.772, DE 04 DE
pertinentes ao grau imediatamente
ABRIL DE 2022 superior, com base nos efetivos fixados em
lei para o Quadro de Praças Bombeiros
Militares.
Capítulo II
77
I - antiguidade; ficha de conceito da praça, conforme o
estabelecido no Anexo Único e no
II - merecimento; Regulamento desta Lei.
78
IV - havendo apenas duas vagas, serão § 2º Não há promoção de praça por ocasião
preenchidas uma por antiguidade e outra de sua transferência para a reserva
por merecimento; remunerada ou reforma.
V - havendo número de vagas superior a três Art. 11 Para ser promovido pelos critérios de
e ocorrendo quociente fracionado, para antiguidade ou de merecimento, é
mais pelo critério de antiguidade e imprescindível que a praça esteja incluída no
desprezada pelo critério de merecimento. Quadro de Acesso correspondente.
Bizu do GD!
Promoções
Soldado, Cabo, 3º Lembre-se que as condições são
Sargento e 2º Sargento, comulativas quanto às
pelo critério de condições de acesso.
antiguidade
79
b) quatro anos como Cabo, para a V - aumento de efetivo.
graduação 3º Sargento;
§ 1º As vagas são consideradas abertas:
c) dois anos como 3º Sargento, para a
graduação de 2º Sargento; VI - na data da assinatura do ato que
promove, passa para a inatividade, demite,
d) dois anos como 2º Sargento, para a salvo se no próprio ato for estabelecida
graduação de 1º Sargento; outra data;
Bizu do GD!
80
Art. 16 A promoção por antiguidade é feita Art. 19 O processamento das promoções das
na sequência do respectivo Quadro de praças é de responsabilidade da Comissão
Acesso por Antiguidade (QAA). de Promoção de Praças, presidida pelo
Subcomandante-Geral, que será constituída
Parágrafo único. A antiguidade das praças de membros natos e efetivos.
será determinada pela média final atribuída
no curso realizado como requisito para a § 1º São membros natos, 02 (dois)
promoção a graduação superior, com Comandantes Regionais de Bombeiros,
exceção do Curso Aperfeiçoamento de designados pelo Subcomandante-Geral;
Sargentos, cuja classificação não alterará a
antiguidade. § 2º São membros efetivos, 02 (dois) oficiais
Superiores do Quadro de Oficiais Bombeiros
ATUALIZADO PELA LEI Nº 7.772, DE 04 DE Militar Complementares, designados pelo
ABRIL DE 2022 Subcomandante-Geral.
81
forma do Anexo Único e do Regulamento
desta Lei.
82
§ 1º Para a apresentação do recurso, a praça Parágrafo Único O Regulamento desta Lei
terá o prazo de quinze dias corridos, a contar poderá estabelecer outros critérios objetivos
do recebimento da notificação do ato que de pontuação positiva ou negativa.
julga prejudicá-la ou da publicação oficial no
Boletim Interno. Capítulo VIII
83
Art. 28 Revogam-se as disposições em
contrário, em especial, o art. 24, II, do
Decreto 9.888, de 24 de março de 1998.
GOVERNADOR DO ESTADO
SECRETÁRIO DE GOVERNO
84
➢ Lei nº 5.483, de 10/08/2005 CAPÍTULO I - DA COMPETÊNCIA E DA
(Dispõe sobre a Competência FINALIDADE.
do Corpo de Bombeiros
Militar do Estado do Piauí e Art. 1º O Corpo de Bombeiros Militar do
sobre o Código de Segurança Estado do Piauí, instituição permanente,
Contra Incêndio e Pânico do força auxiliar e reserva do Exército Brasileiro,
Estado) (Alterada pela Lei nº organizado com base na hierarquia e
5.801, de 26/09/2008 e Lei disciplina, destina-se a realizar serviços
nº 6.950, de 20/01/2017). específicos de bombeiro militar e atividades
de defesa civil na área do Estado do Piauí.
Art. 2º São competências do Corpo de
LEI Nº 5.483 DE Bombeiros Militar do Estado do Piauí:
10/08/2005 I - realizar serviços de prevenção e extinção
de incêndios;
Dispõe sobre a competência do Corpo de II - realizar serviços de prevenção e extinção
Bombeiros Militar do Estado do Piauí e sobre de incêndios em florestas e matas, visando à
o Código de Segurança Contra Incêndio e proteção do meio ambiente, na esfera de
sua competência;
Pânico do Estado, e dá outras providências.
III - realizar serviços de resgate, busca e
salvamento;
Oberservação Importante!
IV - realizar perícias sobre incêndios e
explosões, relacionadas com sua
competência;
Essa norma faz uma diferença
V - analisar projetos, realizar vistorias e
enorme na preparação para
emitir pareceres acerca dos sistemas
esse concursos, pois retrata
preventivos contra incêndio e pânico e
bem cada especificidade acerca qualquer outra atividade de sua
da competência dos Bombeiros competência;
no que diz respeito à atividade
de vistorias. No concurso VI - analisar, exigir e fiscalizar todos os
anterior veio uma questão serviços e instalações concernentes às
dela. atividades de segurança contra incêndio e
pânico ou outra atividade, com vistas à
proteção das pessoas e dos bens públicos e
O Governador do Estado do Piauí,
privados;
Faço saber que o Poder Legislativo decreta e
VII - prestar socorro e atendimento médico
eu sanciono a seguinte Lei:
emergencial e pré-hospitalar, nos casos de
acidentes com vítimas ou a pessoas em
iminente perigo de morte;
VIII - atuar na execução das atividades de
defesa civil;
IX - isolar, interditar ou embargar obras,
serviços, habitações e locais de uso público
85
ou privado que não ofereçam condições de
segurança, no âmbito de sua competência; Bizu do GD!
X - aplicar as penalidades, conforme a
legislação pertinente.
XI - desenvolver pesquisas científicas em seu Competências = VERBO
campo de atuação funcional e ações
educativas de prevenção de incêndio, § 1º A enumeração dessas competências não
socorro de emergência pré-hospitalar, exclui outras decorrentes da função
pânico coletivo, bem como, ações de constitucional do Corpo de Bombeiros.
proteção e promoção do bem-estar da
coletividade e dos direitos, garantias e § 2º O Estado do Piauí, através do Corpo de
liberdades do cidadão; (Redação do inciso Bombeiros Militar, pode celebrar convênios
dada pela Lei Nº 6950 DE 19/01/2017). com a União, Estados, Municípios e suas
respectivas entidades da administração
XII - manter intercâmbio com órgãos indireta bem como com entidades privadas,
congêneres nacionais e internacionais, sobre com a finalidade de desempenhar outras
assuntos de interesse de suas competências relacionadas com a sua
competências; (Inciso acrescentado pela Lei função constitucional.
Nº 6950 DE 19/01/2017).
(Parágrafo acrescentado pela Lei Nº 6950
XIII - credenciar, normatizar e fiscalizar as DE 19/01/2017):
escolas e empresas de formação de § 3º Estabelecer na lei o valor a ser cobrado
brigadas, bombeiros civis, guarda-vidas pelo CBMEPI para os serviços de análise de
privados e congêneres; (Inciso acrescentado projeto e vistorias conforme as fórmulas
pela Lei Nº 6950 DE 19/01/2017). abaixo:
86
§ 3º As edificações já construídas que
2. Taxa de vistoria = (100 x UFR) + (0,03 x UFR possuírem o "Atestado de Regularidade"
x Área - 900m²) fornecido pelo Corpo de Bombeiros Militar
dentro do seu prazo de validade, não
CAPÍTULO II - DA SEGURANÇA CONTRA
sofrerão novas exigências, desde que
INCÊNDIO E PÂNICO
providenciadas as respectivas renovações
Art. 3º Esta Lei tem por finalidade nos prazos previstos no respectivo atestado.
determinar o cumprimento das condições
CAPÍTULO III - DA CLASSIFICAÇÃO E DA
mínimas necessárias para as instalações de
DEFINIÇÃO
segurança contra incêndio e pânico em
edificações e áreas de risco no Estado do Seção I - Da Classificação
Piauí.
Subseção I - Da Classificação dos Riscos
Parágrafo único. Compete ao Corpo de
Bombeiros Militar o estudo, a análise, o RISCOS
planejamento, a fiscalização e a execução
Ocupação
das normas que disciplinam a segurança das
pessoas e de seus bens contra incêndio e Altura
pânico em todo o Estado.
Art. 4º Será exigido o cumprimento integral Carga de incêndio
dos dispositivos desta Lei e de sua
regulamentação a todas as edificações
existentes e a construir que se localizam na Art. 6º As edificações e áreas de risco serão
área do Estado do Piauí. classificadas através de regulamentação à
presente Lei, agrupadas por risco, pelos
Art. 5º As edificações já existentes, critérios de natureza da ocupação, altura e
construídas em data anterior à vigência carga de incêndio.(Redação do caput dada
desta Lei, bem como aquelas a construir, que pela Lei Nº 6950 DE 19/01/2017).
tiveram seus projetos já aprovados junto ao
Corpo de Bombeiros Militar, deverão se Parágrafo único. Para cumprimento do
adequar às suas exigências, em disposto na presente Lei, a classificação dos
conformidade com os critérios estabelecidos riscos de ocupação citada neste artigo
no seu regulamento. deverá tomar por base a classificação das
edificações constante do art. 8º desta Lei.
§ 1º Os projetos de edificações a construir,
referidos neste artigo, cuja aprovação junto
ao Corpo de Bombeiros Militar tenha Subseção II - Da Classificação das Edificações
ocorrido em um prazo superior a seis meses,
deverão ser reapresentados àquela (Revogado pela Lei Nº 6950 DE
Corporação, no prazo máximo de cento e 20/01/2017):
oitenta dias, a contar da data de vigência da Art. 7º - REVOGADO
presente Lei, para efeito de reavaliação dos
sistemas projetados.
§ 2º A não observância ao disposto no Subseção I - ll Da Classificação das
parágrafo anterior implicará em nulidade da Ocupações
aprovação já concedida. (Revogado pela Lei Nº 6950 DE
20/01/2017):
87
Art. 8º - REVOGADO VII - elevador de emergência; (Inciso
acrescentado pela Lei Nº 6950 DE
19/01/2017).
Seção II - Da Definição dos Sistemas
VIII - controle de fumaça; (Inciso
(Revogado pela Lei Nº 6950 DE acrescentado pela Lei Nº 6950 DE
20/01/2017): 19/01/2017).
Art. 9º - REVOGADO IX - gerenciamento de risco de
incêndio; (Inciso acrescentado pela Lei Nº
6950 DE 19/01/2017).
Art. 10. Os Sistemas de Segurança contra
X - brigada de incêndio; (Inciso acrescentado
Incêndio e pânico das edificações e áreas de
pela Lei Nº 6950 DE 19/01/2017).
riscos previstos nesta Lei são as medidas que
deverão ser definidas em função dos XI - brigada profissional; (Inciso
seguintes critérios: (Redação do caput dada acrescentado pela Lei Nº 6950 DE
pela Lei Nº 6950 DE 19/01/2017). 19/01/2017).
XII - iluminação de emergência; (Inciso
acrescentado pela Lei Nº 6950 DE
19/01/2017).
XIII - detecção automática de
incêndio; (Inciso acrescentado pela Lei Nº
6950 DE 19/01/2017).
XIV - alarme de incêndio; (Inciso
acrescentado pela Lei Nº 6950 DE
I - acesso de viatura na edificação e áreas de
19/01/2017).
risco; (Redação do inciso dada pela Lei Nº
6950 DE 19/01/2017). XV - sinalização de emergência; (Inciso
acrescentado pela Lei Nº 6950 DE
II - separação entre edificações; (Redação do
19/01/2017).
inciso dada pela Lei Nº 6950 DE
19/01/2017). XVI - extintores; (Inciso acrescentado pela
Lei Nº 6950 DE 19/01/2017).
III - resistência ao fogo dos elementos de
construção; (Redação do inciso dada pela XVII - hidrante e mangotinhos; (Inciso
Lei Nº 6950 DE 19/01/2017). acrescentado pela Lei Nº 6950 DE
19/01/2017).
IV - compartimentação; (Redação do inciso
dada pela Lei Nº 6950 DE 19/01/2017). XVIII - chuveiros automáticos; (Inciso
acrescentado pela Lei Nº 6950 DE
V - controle de materiais de
19/01/2017).
acabamento; (Redação do inciso dada pela
Lei Nº 6950 DE 19/01/2017). XIX - resfriamento; (Inciso acrescentado
pela Lei Nº 6950 DE 19/01/2017).
VI - saídas de emergência; (Inciso
acrescentado pela Lei Nº 6950 DE XX - espuma; (Inciso acrescentado pela Lei
19/01/2017). Nº 6950 DE 19/01/2017).
88
XXI - sistema fixo de gases limpos e dióxido CAPÍTULO IV - DAS EXIGÊNCIAS E DA
de carbono (CO2); (Inciso acrescentado pela FISCALIZAÇÃO
Lei Nº 6950 DE 19/01/2017).
XXII - sistema de proteção contra descargas
atmosféricas (SPDA); (Inciso acrescentado
pela Lei Nº 6950 DE 19/01/2017).
XXIII - controle de fontes de ignição (sistema
elétrico, soldas, chamas, aquecedores,
etc). (Inciso acrescentado pela Lei Nº 6950
DE 19/01/2017).
Bizu do GD!
89
Corpo de Bombeiros Militar celebrar Bizu do GD!
convênios nesse sentido com Municípios.
§ 3º As medidas de segurança contra
incêndio e pânico apresentadas em Projeto O referido atestado é
terão validade de 01 ano, a contar da data da necessário para que o
aprovação pelo Corpo de Bombeiros Militar estabelecimento esteja regular
do Estado do Piauí. (Redação do parágrafo perante o Órgão Estadual.
dada pela Lei Nº 6950 DE 19/01/2017).
§ 4º Vencido o prazo de validade, e não § 1º O "Atestado de Regularidade" somente
sendo expedida a respectiva licença e Alvará será emitido pelo Corpo de Bombeiros
de construção, reforma, modificação ou Militar quando as edificações satisfizerem às
acréscimo, os sistemas de segurança contra exigências específicas para as mesmas, não
incêndio e pânico deverão ser sendo fornecidos provisórios ou parciais.
reapresentados ao Corpo de Bombeiros
Militar, para efeito de revalidação. § 2º O "Atestado de Regularidade" de que
trata este artigo terá prazo de validade pré-
(Redação do parágrafo dada pela Lei Nº determinado através de regulamentação do
6950 DE 19/01/2017): Corpo de Bombeiros Militar, de acordo com
§ 5º Ficam excluídas das exigências da a classificação quanto a natureza e carga de
presente Lei: incêndio, podendo ser de no máximo 03
(três) anos a contar da data de sua
a) as edificações de uso residencial emissão. (Redação do parágrafo dada pela
exclusivamente unifamiliares; Lei Nº 6950 DE 19/01/2017).
§ 3º O Atestado de Regularidade poderá ser
b) as residências exclusivamente invalidado a qualquer tempo, no decorrer do
unifamiliares localizadas no pavimento prazo de sua validade, quando for
superior de ocupação mista com até dois constatado, mediante fiscalização, qualquer
pavimentos e que possuam acessos irregularidade prevista no art. 19 desta
independentes; Lei. (Redação do parágrafo dada pela Lei Nº
6950 DE 19/01/2017).
c) estruturas provisórias ou edificações
térreas, com área utilizável inferior ou igual § 4º Poderá ser fornecido Atestado de
a 20 m² (vinte metros quadrados), de baixo Regularidade para edificações e áreas de
risco de incêndio, e afastada no mínimo 05 risco classificadas de baixo e médio risco de
(cinco) metros de estruturas provisórias e incêndio, mediante declaração prestada
edificações circunvizinhas. pelo proprietário ou responsável pelo uso,
acerca das condições de segurança contra
Art. 13. O cumprimento das exigências incêndio e pânico. (Parágrafo acrescentado
estabelecidas será observado através da pela Lei Nº 6950 DE 19/01/2017).
fiscalização a ser executada pelo Corpo de
Bombeiros Militar. (Artigo acrescentado pela Lei Nº 6950 DE
19/01/2017):
Art. 14. Os processos de vistorias de
edificações deverão ser solicitados ao Corpo Art. 14-A. As irregularidades contatadas em
de Bombeiros Militar, para obtenção do vistorias e análises de projetos dos sistemas
competente "Atestado de Regularidade". de segurança contra incêndio e pânico
devem ser sanadas pelos responsáveis no
prazo máximo de 06 (seis) meses a contar da
PROTEGIDO PELA LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 – DIREITOS AUTORAIS
Daniele da Conceio Souza
90
primeira notificação que as constatou, sob
pena de arquivamento do processo.
91
infrator serão aplicadas as penalidades I - GRUPO I - Infrações Gravíssimas:
previstas nesta Lei.
a) Armazenamento e utilização de explosivos
CAPÍTULO V - DAS INFRAÇÕES
em desconformidade com a Legislação;
Art. 18. Entende-se por infrações às normas
dos sistemas e medidas de segurança contra b) Local destinado à reunião de público com
incêndio e pânico, qualquer ato, fato, lotação acima do permitido;
omissão ou situação de inobservância às
disposições desta Lei, Decretos e Instruções c) Local destinado à reunião de público com
Técnicas regulamentares, que comprometa saída de emergência obstruída ou trancada;
o perfeito funcionamento ou
operacionalização daqueles sistemas e d) Dificultar, embaraçar ou criar resistência à
medidas, provocando riscos à integridade e ação fiscalizadora dos vistoriadores do
à vida da comunidade e à segurança do Corpo de Bombeiros Militar;
patrimônio público ou privado. (Redação do
artigo dada pela Lei Nº 6950 DE e) Declaração falsa acerca das condições de
19/01/2017). segurança contra incêndio e pânico;
(Redação do caput dada pela Lei Nº 6950 DE
II - GRUPO II - Infrações Graves:
19/01/2017):
Art. 19. Para efeito de aplicação das a) Acesso de viatura inexistente:
exigências desta Lei e de sua
regulamentação, qualquer uma das b) Isolamento de risco inexistente;
situações abaixo, considerada isoladamente
ou no conjunto, está inclusa na definição c) Resistência ao fogo dos elementos de
constante do art. 18: construção inexistente;
d) Compartimentação inexistente;
Infrações e) Controle de material de acabamento e de
revestimento inexistente;
I - GRUPO I -
Infrações Gravíssimas f) Saída de emergência inexistente;
92
inexistente; segurança contra incêndio;
93
incêndio inoperante;
j) Plano de emergência deficiente;
p) Armazenamento de líquidos inflamáveis
em desconformidade com a legislação; k) Brigada de incêndio ou bombeiro civil
deficiente;
q) Armazenamento e utilização de gás
liquefeito de petróleo (GLP) em l) Bombeiro civil não credenciado junto ao
desconformidade com a legislação; CBMEPI;
94
§ 1º Será considerado:
IV - interdição ou embargo de obra ou
I - deficiente: o sistema ou medida de
atividade;
segurança contra incêndio que está
instalada no todo ou em parte na edificação, V - restritiva de direitos.
que pode ser utilizado, porém não atende
§ 1º Se o infrator cometer,
totalmente as especificações das Instruções
simultaneamente, duas ou mais infrações,
Técnicas e normas afins.
ser-lhe-ão aplicadas, cumulativamente, as
sanções a elas cominadas.
II - inoperante: o sistema ou medida de
segurança contra incêndio que está § 2º As sanções previstas nos incisos II a V
instalado na edificação, porém não funciona. deste artigo poderão ser aplicadas
juntamente com a do inciso I.
III - inexistente: o sistema ou medida de
§ 3º A multa será aplicada sempre que o
segurança contra incêndio que não está
agente, por culpa ou dolo:
instalada na edificação.
I - notificado, deixar de sanar as
§ 2º A existência de sistemas de segurança
irregularidades no prazo assinalado;
contra incêndio e pânico em edificações
onde não haja obrigatoriedade legal ou II - opuser embaraço à fiscalização do Corpo
normativa de instalação dos ditos sistemas, de Bombeiros.
não isenta os proprietários ou responsáveis
III - cometer infração gravíssima, nos termos
por aquelas edificações das exigências
do art. 19, inciso I, desta Lei. (Inciso
pertinentes, contidas nesta Lei e em sua
acrescentado pela Lei Nº 6950 DE
regulamentação, relativas aos sistemas
20/01/2017).
referidos.
§ 4º As sanções indicadas no inciso IV do
CAPÍTULO VI - DAS PENALIDADES E SUA
caput serão aplicadas quando o
APLICAÇÃO
equipamento, a obra, a atividade ou o
Seção I - Das Penalidades estabelecimento não estiver obedecendo às
prescrições legais ou regulamentares.
Art. 20. O Corpo de Bombeiros Militar, no
exercício da fiscalização que lhe compete Art. 21. A aplicação das penalidades
por força de lei, aplicará as seguintes referidas neste Capítulo não isenta o
penalidades pelo não cumprimento de proprietário, locatário ou representante
qualquer das exigências de medidas de legal pelo cumprimento das exigências
proteção contra incêndio e pânico: citadas em notificação.
I - multa; (Revogado pela Lei Nº 6950 DE
20/01/2017):
II - Cassação do Atestado de Regularidade ou
Atestado de Conformidade; (Redação do Art. 22. Para imposição e gradação da
inciso dada pela Lei Nº 6950 DE penalidade, a autoridade competente
19/01/2017). observará:
(Revogado pela Lei Nº 6950 DE I - a gravidade do fato, tendo em vista os
20/01/2017): motivos da infração e suas conseqüências
para a segurança pública;
III - destruição ou inutilização de
equipamentos e produtos;
95
II - os antecedentes do infrator quanto ao § 2º em caso de serem constatadas as
cumprimento da legislação de interesse de alterações previstas neste artigo, através de
prevenção contra incêndio e pânico; vistoria, sem o prévio conhecimento do
Corpo de Bombeiros Militar, ao proprietário
III - a situação econômica do infrator, no caso
ou responsável pela edificação serão
de multa.
aplicadas as penalidades contidas neste
Art. 23. Para a aplicação das penalidades capítulo.
previstas nesta Lei será assegurada ampla
Seção II - Das Multas
defesa aos interessados, observando-se o
disposto na regulamentação.
MULTAS
Infrações de natureza
gravíssima, punida com
multa de valor
correspondente a 500
(quinhentos) UFR-PI
Infrações de natureza
Art. 24. Será considerado reincidente o
grave, punida com multa
proprietário ou locatário ou representante
de valor correspondente a
legal da edificação que, no período de
300 (trezentos) UFR-PI
vigência do Atestado de Regularidade, vier a
cometer nova infração prevista neste Código
ou em sua regulamentação, constatada em Infrações de natureza,
vistoria. média punida com multa
Parágrafo único. Caracterizada a de valor correspondente a
reincidência de que trata este artigo, o 200 (duzentos) UFR-PI
Atestado de Regularidade será
imediatamente cassado, podendo ainda ser
aplicadas penalidades constantes deste Infrações de natureza
Código. leve, punida com multa
de valor correspondente a
Art. 25. Os acréscimos de área e as
50 (cinquenta) UFR-PI
mudanças de ocupação das edificações, que
possam implicar em alteração do seu risco,
bem como o aumento ou redução dos Art. 26. Os valores das multas serão
sistemas de segurança contra incêndio e cobrados em Unidades Fiscais de
pânico, deverão ser apresentados ao Corpo Referências - UFR-PI e proporcional a
de Bombeiros Militar, para efeito de análise natureza da infração, em conformidade com
e posterior aprovação. o disposto no art. 19 desta Lei: (Redação do
caput dada pela Lei Nº 6950 DE
§ 1º As alterações previstas neste artigo
19/01/2017).
incluem as edificações existentes e as
projetadas para construção, mesmo já I - Grupo I - Infrações de natureza gravíssima,
aprovadas junto ao Corpo de Bombeiros. punida com multa de valor correspondente
96
a 500 (quinhentos) UFR-PI; (Redação do obrigação de sanar as irregularidades
inciso dada pela Lei Nº 6950 DE apresentadas.
19/01/2017).
§ 7º O cumprimento das exigências
II - Grupo II - Infrações de natureza grave, apresentadas em notificação não isenta o
punida com multa de valor correspondente infrator do recolhimento das multas
a 300 (trezentos) UFR-PI; (Redação do inciso porventura aplicadas.
dada pela Lei Nº 6950 DE 19/01/2017).
§ 8º As multas aplicadas, quando não
III - Grupo III - Infrações de natureza, média recolhidas pelo infrator, no prazo previsto
punida com multa de valor correspondente em Lei, serão inscritas em dívida ativa do
a 200 (duzentos) UFR-PI; (Redação do inciso Estado, e remetidas para cobrança judicial,
dada pela Lei Nº 6950 DE 19/01/2017). com os acréscimos pertinentes.
IV - Grupo IV - Infrações de natureza leve, (Parágrafo acrescentado pela Lei Nº 6950
punida com multa de valor correspondente DE 19/01/2017):
a 50 (cinquenta) UFR-PI. (Inciso
§ 9º Para o cálculo da multa, deverão ser
acrescentado pela Lei Nº 6950 DE
computados cumulativamente os valores de
19/01/2017).
cada infração, tendo como limite máximo:
§ 1º Em casos de riscos de graves acidentes,
com a possibilidade de elevado número de I - 02 (duas) infrações para o grupo das
vítimas ou em eventos com grande reunião infrações gravíssimas;
de público, os limites das multas poderão ser
decuplicados. II - 04 (quatro) infrações para o grupo das
infrações graves;
§ 2º Considerar-se-á reincidência o não
cumprimento das exigências inicialmente
III - 04 (quatro) infrações para o grupo das
apresentadas em notificação ao proprietário
infrações médias;
ou responsável, constatado através de nova
vistoria, realizada após a expiração do prazo
IV - 04 (quatro) infrações para o grupo das
concedido para tal cumprimento, quando da
infrações leves.
aplicação da primeira multa.
§ 3º A caracterização da reincidência Grupo das
referida no § 2º independerá do pagamento 02 (duas)
infrações infrações
da primeira multa aplicada.
gravíssimas
§ 4º Em caso de reincidência, os valores das
multas serão cobradas em dobro, Grupo das
obedecendo-se a proporcionalidade 04 (quatro)
estabelecida neste artigo. infrações infrações
graves
§ 5º Os valores das multas serão corrigidos e
atualizados pela variação da UFR-PI ou outro
índice legal de correção de débitos
fiscais. (Redação do parágrafo dada pela Lei
Nº 6950 DE 19/01/2017).
§ 6º A aplicação da multa correspondente
não exime o infrator de responsabilidades
civis e penais porventura cabíveis, nem da
PROTEGIDO PELA LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 – DIREITOS AUTORAIS
Daniele da Conceio Souza
98
Art. 31. Aos bens de que trata o art. 30 parte da entidade interessada ou de
poderá ser atribuída uma das seguintes determinação de autoridade competente.
destinações:
§ 5º A destinação aludida no inciso IV
I - venda, mediante leilão, a pessoas dependerá de pedido da entidade
jurídicas, para seu uso, consumo, interessada, devendo o processo respectivo
industrialização ou comércio; ser instruído com documentos
comprobatórios da personalidade jurídica da
II - venda, mediante leilão, a pessoas físicas,
entidade, investidura do representante legal
para uso ou consumo;
da entidade que tenha assinado o pedido,
III - incorporação à administração direta ou a entrega da última Declaração de Isenção do
pessoas jurídicas de direito público da Imposto de Renda - Pessoa Jurídica devida,
administração indireta federal, estadual ou declaração de utilidade pública, bem assim
municipal; outros elementos a critério da autoridade
competente para efetuar a destinação.
IV - incorporação a entidades sem fins
lucrativos declaradas de utilidade pública § 6º Cabe aos beneficiários das
federal, estadual ou municipal; incorporações de que tratam os incisos III e
IV a responsabilidade pela adequada
V - incineração, destruição ou inutilização.
utilização dos bens, na forma da legislação
§ 1º Os produtos, subprodutos, pertinente, de modo a atender ao interesse
instrumentos, petrechos, equipamentos e público ou social.
artefatos declarados perdidos em decisão
(Revogado pela Lei Nº 6950 DE
administrativa final, e que não devam ser
20/01/2017):
destruídos, poderão ser incorporadas ao
patrimônio da Fazenda Estadual, ou Art. 32. Na destinação de que trata esta Lei
alienados, inclusive por meio de doação a será observada legislação que dê tratamento
instituições de educação, de pesquisa, ou de próprio a bens com características especiais,
assistência social. tais como produtos tóxicos ou explosivos.
§ 2º Para os efeitos desta Lei, entende-se por Seção IV - Destruição ou Inutilização de
incorporação a transferência dos bens, Equipamentos e Produtos
destinados pela autoridade competente,
(Revogado pela Lei Nº 6950 DE
para a administração da entidade ou órgão
20/01/2017):
beneficiário, os quais passarão a constituir
bem patrimonial da entidade ou órgão, ou Art. 33. Serão incinerados, destruídos ou
bem de consumo a ser utilizado em suas inutilizados, observadas as cautelas
atividades rotineiras, especiais ou de estabelecidas pelo Corpo de Bombeiros
representação. Militar, os produtos e equipamentos,
componentes dos sistemas preventivos de
§ 3º A incorporação de que trata este artigo
combate a incêndio e pânico em desacordo
é decorrente da avaliação, pela autoridade
com as normas técnicas vigentes.
competente, de sua oportunidade e
conveniência, relativamente à escolha de § 1º O Corpo de Bombeiros Militar
outra forma de destinação, objetivando regulamentará as formas de destruição dos
alcançar, mais rapidamente, benefícios produtos de que trata este artigo,
administrativos, econômicos e sociais. observando a legislação ambiental.
§ 4º A incorporação referida no inciso III § 2º A destruição, incineração ou inutilização
dependerá de formalização do pedido por de bens será efetivada por comissão própria,
PROTEGIDO PELA LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 – DIREITOS AUTORAIS
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designada pelo Comandante-Geral do Corpo Seção VI - Das Penalidades Restritivas de
de Bombeiros, integrada, no mínimo, por Direito
três bombeiros militares.
Art. 36. As penalidades restritivas de direito
Seção V - Da Interdição ou Embargo de Obra são:
ou Atividade
I - suspensão de registro, licença ou
Art. 34. A interdição, isolamento ou autorização;
embargo de edificações será procedido
II - cancelamento de registro, licença ou
quando ocorrer o não cumprimento das
autorização;
exigências apresentadas em notificação,
após a aplicação de multa, observado o III - perda ou restrição de incentivos e
prazo estabelecido. benefícios fiscais;
§ 1º A interdição, isolamento ou embargo, IV - proibição de contratar com a
previsto nesta Lei, somente serão Administração Pública Estadual, pelo
levantados quando do cumprimento integral período de até três anos.
das exigências apresentadas em notificação.
Art. 37. As penalidades de suspensão ou
§ 2º O recolhimento das multas aplicadas, cancelamento de registro, licença ou
por parte do infrator, não determinará o autorização serão aplicadas, na forma
levantamento da interdição, isolamento ou prevista em regulamento, às empresas
embargo da edificação. instaladoras, de manutenção e de
comercialização de equipamentos de
Art. 35. Quando a situação justificar, pela
sistemas de segurança contra incêndio e
iminência de risco de morte, para a
pânico que não atenderem às exigências
integridade física de pessoas ou que possa
previstas em notificação.
causar graves danos materiais, o Corpo de
Bombeiros Militar poderá imediatamente
proceder, independentemente da aplicação
de outras penalidades, a interdição,
Bizu do GD!
isolamento ou embargo da edificação, obra,
atividade ou local de concentração de
público, notificando o proprietário ou
responsável a cumprir as exigências
Durante o seu estudo, tente ao
apresentadas. máximo grifar ou marcar
(marca texto) os pontos mais
§ 1º Na situação prevista neste artigo, o importantes, tais como, prazos
contraditório será postergado, devendo o (números em geral) e formas
local interditado, isolado ou embargado de penalidades, infrações.
assim permanecer até parecer contrário do
Corpo de Bombeiros Militar, após o
Art. 38. As pessoas jurídicas favorecidas com
cumprimento integral das exigências, ou
quaisquer benefícios ou incentivos fiscais
julgamento favorável ao recurso interposto
concedidos ou previstos por leis estaduais,
pelo interessado. caso não atendam as exigências em
§ 2º O infrator não estará isento das multas notificação ficam também sujeitas a perda
correspondentes, caso não venha a cumprir ou restrição desses benefícios ou incentivos,
as exigências apresentadas, no prazo na forma prevista no regulamento desta Lei.
determinado em notificação.
100
Art. 39. Na forma prevista no regulamento § 2º A multa será cobrada nos valores
desta Lei, as empresas que não atendam a estabelecidos no art. 26 e seus parágrafos e
exigências relativas à segurança contra será arrecadada pelo Corpo de Bombeiros
incêndio podem ser proibidas de contratar Militar.
por até três anos com a Administração
Art. 42. Após a expedição do termo de
Pública estadual.
multa, ao infrator será dado um prazo de
CAPÍTULO VII - DO PROCESSO quinze dias para o cumprimento das
ADMINISTRATIVO exigências apresentadas e para o
recolhimento da importância
Seção I - Dos procedimentos de Aplicação
correspondente.
das Penalidades
§ 1º Findo o prazo fixado neste artigo, e não
Art. 40. O Corpo de Bombeiros Militar,
havendo a observância de seus dispositivos,
procedendo a vistoria em edificações ou
será procedida a interdição, isolamento ou
demais locais sujeitos a sua fiscalização,
embargo da edificação, e a emissão de novo
constatando quaisquer das irregularidades
termo de multa, correspondente ao dobro
previstas nesta Lei ou em seu regulamento,
do valor da multa anteriormente aplicada.
em benefício da segurança de vidas e bens,
procederá a expedição de notificação ao § 2º O recolhimento da multa inicialmente
proprietário ou responsável pela edificação, aplicada, sem que haja o cumprimento das
estabelecendo orientações, apresentando exigências apresentadas, não isenta o
exigências e fixando prazo para seu integral infrator das penalidades previstas no
cumprimento, com vistas à regularização das parágrafo anterior.
edificações ou demais locais junto àquela
§ 3º O prazo fixado neste artigo só será
Corporação.
prorrogável, a critério do Comandante-Geral
§ 1º O prazo de que trata este artigo do Corpo de Bombeiros Militar, se a parte
dependerá da natureza da irregularidade interessada apresentar motivo justo.
constatada, em conformidades com os
Seção II - Do Direito de Defesa
critérios estabelecidos em regulamentação a
esta Lei. Art. 43. Da notificação e da aplicação de
penalidades caberá defesa, em primeira
§ 2º Os prazos estipulados em notificação
instância, ao Chefe do órgão competente do
poderão ser prorrogados, a critério do Corpo
Corpo de Bombeiros Militar, no prazo
de Bombeiros Militar, através de decisão
improrrogável de 15 (quinze) dias úteis, a
firmada em requerimento do interessado,
contar da data de recebimento da
caso os argumentos apresentados
notificação ou termo de multa pelo
justifiquem tal medida.
proprietário ou responsável pela
Art. 41. Decorrido o prazo fixado na edificação. (Redação do caput dada pela Lei
notificação, e não havendo o cumprimento Nº 6950 DE 19/01/2017).
das exigências apresentadas, será lavrado o
Parágrafo único. Caso ocorra posição
termo de multa, em duas vias.
negativa, por parte do notificado, em
§ 1º A primeira via do termo de multa será receber a competente notificação ou termo
remetida ao infrator, e a segunda será de multa, o prazo previsto neste artigo
destinada à formação de processo no Corpo passará a contar a partir da data do
de Bombeiros Militar. certificado dessa posição negativa, dado
pelo vistoriador do Corpo de Bombeiros
Militar.
PROTEGIDO PELA LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 – DIREITOS AUTORAIS
Daniele da Conceio Souza
101
Art. 44. Da decisão do Chefe do órgão poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito
competente do Corpo de Bombeiros Militar suspensivo ao recurso.
caberá recurso, em segunda e última
Art. 47. O recurso não será conhecido
instância, para o Comandante-Geral do
quando interposto:
Corpo de Bombeiros Militar, no prazo
improrrogável de 15 (quinze) dias úteis, a I - fora do prazo;
contar da data em que o interessado tomar
II - perante órgão incompetente;
ciência da decisão de primeira
instância. (Redação do caput dada pela Lei III - por quem não seja legitimado;
Nº 6950 DE 19/01/2017).
IV - após exaurida a esfera administrativa.
Parágrafo único. A decisão firmada pelo
§ 1º Salvo a hipótese de má-fé, o recorrente
Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros
não será prejudicado pela interposição de
Militar será irrecorrível na esfera
recurso perante órgão incompetente.
administrativa.
§ 2º O não conhecimento do recurso não
(Redação do artigo dada pela Lei Nº 6950 DE
impede a Administração de rever de ofício o
19/01/2017):
ato ilegal, desde que não ocorrida preclusão
Art. 45. O processo administrativo para administrativa.
apuração de infração deve observar os
Art. 48. Prescreve em cinco anos a ação
seguintes prazos máximos:
punitiva do Corpo de Bombeiros Militar, no
exercício do poder de polícia, objetivando
I - 15 (quinze) dias úteis para o infrator
apurar infração à legislação em vigor,
oferecer defesa ou impugnação contra a
contados da data da prática do ato ou, no
notificação, contados da data da ciência da
caso de infração permanente ou continuada,
irregularidade;
do dia em que tiver cessado.
II - 15 (quinze) dias úteis para a autoridade § 1º Incide a prescrição no procedimento
competente julgar a notificação, a defesa ou administrativo paralisado por mais de três
o recurso, contados da data da expedição da anos, pendente de julgamento ou despacho,
notificação ou da apresentação, se houver, cujos autos serão arquivados de ofício ou
da defesa ou recurso; mediante requerimento da parte
interessada, sem prejuízo da apuração da
III - 15 (quinze) dias úteis para o infrator responsabilidade funcional decorrente da
recorrer da decisão desfavorável à instância paralisação, se for o caso.
superior;
§ 2º Quando o fato objeto da ação punitiva
da Administração também constituir crime,
IV - 30 (trinta) dias corridos para o
a prescrição reger-se-á pelo prazo previsto
pagamento de multa, contados da data do
na lei penal.
recebimento do respectivo termo.
Art. 49. Interrompe-se a prescrição:
Art. 46. Salvo disposição legal em contrário,
o recurso não tem efeito suspensivo. I - pela notificação do interessado, inclusive
por meio de edital;
Parágrafo único. Havendo justo receio de
prejuízo de difícil ou incerta reparação II - por qualquer ato inequívoco de
decorrente da execução, a autoridade fiscalização;
recorrida ou a imediatamente superior
102
III - pela decisão de primeira instância ou do pânico, com vistas à regularização das
julgamento de recurso. citadas edificações, e à expedição do
competente "Atestado de Regularidade" a
CAPÍTULO VIII - DAS DISPOSIÇOES
que se refere o art. 14 desta Lei.
TRANSITÓRIAS E FINAIS
Art. 53. Quando em operações de combate
Art. 50. As normas vigentes, emitidas pela
a incêndios seja julgado necessário, o Corpo
Associação Brasileira de Normas Técnicas -
de Bombeiro Militar poderá utilizar os
ABNT, pelas Agências Reguladoras
volumes de água armazenados em
Nacionais, pelo IRB-Brasil Resseguros, e pelo
reservatórios de edificações públicas e
Ministério do Trabalho, que tenham relação
particulares.
com a segurança contra incêndio e pânico,
poderão ser adotadas plena ou Parágrafo único. O Corpo de Bombeiros
parcialmente, ou servirem de base para Militar encaminhará relatórios de consumo
dispositivos de normas próprias, a serem de água ao proprietário ou responsável pela
definidas em regulamentação à presente Lei. edificação envolvida, e à empresa
concessionária do serviço público, caso em
Art. 51. As empresas de formação e
uma emergência utilize água armazenada
reciclagem de brigada de incêndio deverão
em reservatório de edificações públicas ou
ser credenciadas e ter o funcionamento
particulares.
autorizado pelo Corpo de Bombeiros
Militar. (Redação do caput dada pela Lei Nº Art. 54. Em caso de extinção da UFR-PI, as
6950 DE 19/01/2017). multas serão calculadas com base no índice
ou unidade que o substituir.
§ 1º O Corpo de Bombeiros Militar manterá
atualizado um cadastro das empresas de Art. 55. Esta Lei deverá ser regulamentada
formação e reciclagem de brigadas de por Decreto Governamental no prazo de
incêndio capacitadas a executar os serviços sessenta dias e por Instruções Técnicas
pertinentes. (Redação do parágrafo dada baixadas por ato do Comandante-Geral do
pela Lei Nº 6950 DE 19/01/2017). Corpo de Bombeiros Militar.
§ 2º As empresas referidas neste artigo Art. 56. Esta Lei entra em vigor na data de
somente poderão abrir processos de sua publicação, ficando revogadas as
segurança contra incêndios junto ao corpo disposições em contrário.
de Bombeiro Militar quando devidamente
PALÁCIO DE KARNAK, em Teresina/PI, 10 de
credenciadas e cadastradas no órgão
agosto de 2005.
competente daquela Corporação;
§ 3º Ao Corpo de Bombeiros cabe baixar as
respectivas normas, atinentes ao
cadastramento previsto neste artigo,
conforme os critérios estabelecidos em
regulamentação à presente Lei.
Art. 52. Para efeito do cumprimento do
disposto nesta Lei e em sua regulamentação,
o Corpo de Bombeiros Militar poderá
vistoriar todos os imóveis habitados e todos
os estabelecimentos em funcionamento,
para verificação da existência e situação dos
sistemas de segurança contra incêndio e
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103
➢ Lei nº 5.949 de 17/12/2009 Art. 1º O Corpo de Bombeiros Militar está
(Lei de Organização Básica estruturado em órgãos de direção geral,
do Corpo de Bombeiros órgãos de direção setorial, órgãos de apoio,
Militar do Estado do Piauí) órgãos de assessoramento e órgãos de
(Alterada pela Lei nº 7.772, execução.
de 04/04/2022).
§ 1º O Efetivo dos Batalhões e Companhias
Independentes do Corpo de Bombeiros é o
LEI Nº 5.949 DE estabelecido nos Anexo I desta Lei.
104
Art. 8º São Órgãos de Direção Setorial: IV - Centro de Operações e Comunicações
(COC), órgão de apoio do comando
I - Diretoria de Gestão de Pessoas (DGP);
operacional de bombeiros;
II - Diretoria de Segurança Contra Incêndio
V - Centro de Atividades Físicas e Desportos
(DSCI);
(CAFD), órgão de apoio da diretoria ensino,
III - Diretoria de Ensino, Instrução e Pesquisa instrução e pesquisa;
(DEIP);
VI - Centro de Ensino e Instrução de
IV- Diretoria Administrativa e Financeira Bombeiros (CEIB), órgão de apoio da
(DAF). diretoria ensino, instrução e pesquisa;
VII - Núcleo de Saúde (NS), órgão de apoio da
diretoria de gestão de pessoas.
Seção III
DOS ÓRGÃOS DE ASSESSORAMENTO
Seção V - Órgãos de Execução
Art. 9º São Órgãos de Assessoramento:
Art. 11. São Órgãos de Execução do Corpo de
I - Gabinete do Comandante-Geral (GAB.
Bombeiros Militar.
CBMT);
I - Unidades:
II - Gabinete do Subcomandante-Geral (GAB.
SUBCMT); a) Comando Operacional de Bombeiros
(COB);
III - Núcleo de Estudos Estratégicos (NEE);
b) Comando Regional de Bombeiros Militar
IV- Núcleo de Defesa Civil (NDC);
do Meio-Norte (CRBM-I);
V- Ajudância Geral (AJG);
c) Comando Regional de Bombeiros Militar
VI - Núcleo de Controle Interno (NCI); do Litoral (CRBM-II);
VII - Estado-Maior-Geral (EMG); d) Comando Regional de Bombeiros Militar
do Semiárido (CRBM-III);
VIII - Comissões;
e) Comando Regional de Bombeiros Militar
IX - Assessorias.
do Cerrados (CRBM-IV);
f) Grupamento de Bombeiros Militar (GBM);
Art. 10. São Órgãos de Apoio:
g) Grupamento de Bombeiros Militar
I - Centro de Manutenção (CEMAN), órgão Marítimo (GBMar).
de apoio da diretoria administrativa e
II - Subunidades:
financeira;
a) Subgrupamento de Bombeiros Militar
II - Centro de Suprimento de Material (CSM),
(SGBM);
órgão de apoio da diretoria administrativa e
financeira; b) Subgrupamento de Bombeiros Militar
Marítimo (SGBMar).
III - Centro de Treinamento Operacional
(CTO), órgão de apoio da diretoria de ensino,
instrução e pesquisa;
105
substituí-lo em suas faltas ou impedimentos
e desempenhar outras atribuições previstas
em leis ou regulamentos, ou mediante
expressa delegação do Comandante-Geral.
Parágrafo único. A renumeração do Cargo
em comissão de Subcomandante-Geral
correspondente a 90% (noventa por cento)
da que percebe o Comandante-Geral.
Art. 15. O cargo de Subcomandante-Geral
do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do
TÍTULO II Piauí é privativo de oficial do último posto da
DA COMPETÊNCIA E ESTRUTURAÇÃO DOS Corporação, integrante do Quadro de
ÓRGÃOS Oficiais Bombeiros Militar Combatentes, a
CAPÍTULO I ser nomeado pelo Governador do Estado,
DOS ÓRGÃOS DE DIREÇÃO GERAL sendo seu substituto em suas faltas ou
Seção I impedimentos, o coronel mais antigo do
Do Comandante-Geral mesmo quadro.
106
VII - Secretaria. II - Seção de Folha e Cadastro (DGP – 1);
§ 1º O Chefe de Gabinete do Comandante- III - Seção de Promoções e Movimentações
Geral será o Secretário do Alto Comando. (DGP – 2);
§ 2º O Comandante-Geral convocará o Alto IV - Seção de Identificação e Ingresso (DGP –
Comando para decidir em forma de 3);
colegiado, sobre:
V - Seção de Inativos e Pensionistas (DGP-4);
I - emprego de pessoal;
VI - Seção de Atos (DGP-5);
II - ensino e instrução;
VII - Seção de Justiça e Disciplina (DGP-6);
III - controle interno;
VIII - Núcleo de Voluntários da Reserva
IV - disciplina; Remunerada.
V- legislação;
VI - projetos e convênios;
VII - processos de promoções em grau de
Oberservação Importante!
recurso;
VIII - outros assuntos de interesse da
A esquematização dessa norma
Corporação.
(aprendizado lógico) é
complicada, a melhor forma
CAPITULO IV
para se dar bem é por meio da
MEMORIZAÇÃO.
DOS ORGÃOS DE DIREÇÃO SETORIAL
Art. 17. As Diretorias, órgãos de direções
setoriais, organizadas sob forma de sistema, Seção II
competem realizar o planejamento, a
orientação, o controle, a coordenação, a DA DIRETORIA ADMINISTRATIVA E
fiscalização e a execução das atividades, dos FINANCEIRA
programas e dos planos relativos às Art. 19. A Diretoria Administrativa e
estratégias setoriais específicas. Financeira, o órgão de direção setorial
responsável pelo funcionamento do sistema
de administração financeira, programação,
Seção I orçamento, contabilidade, incumbindo
DA DIRETORIA DE GESTÃO DE PESSOAS ainda o estudo, o planejamento, a
orientação normativa, a coordenação,
Art. 18. Art. 18. A Diretoria de Gestão de supervisão, o controle e a execução das
Pessoas, órgão de direção setorial do atividades relativas à gestão do material e
sistema de pessoal, incumbe-se do patrimônio da corporação terá a seguinte
planejamento, da coordenação, da organização básica:
execução, do controle, e da fiscalização das
atividades relacionadas à pessoal, terá a I - Diretor;
seguinte organização básica: II - Seção Administrativa Financeira (DAF-1);
I - Diretor;
107
III - Seção de Orçamento, Compras e II - Seção de Análise de Projetos (DSCI – 1);
Contabilidade (DAF-2);
III - Seção de Vistorias e Pareceres (DSCI –2);
IV - Seção de Cadastro, Controle e Alienação
IV - Seção de Fiscalização (DSCI – 3);
do Patrimônio (DAF-3);
V - Seção de Apoio Técnico (DSCI – 4);
V - Seção de Administração de Frota (DAF-
4); VI - Seção de Estatística e Arquivo (DSCI – 5).
VI - Seção de Controle de Armas e Munições
(DAF-5).” (NR)
Seção VI
Diretoria de Engenharia
Art. 22. A diretoria de Engenharia é
Seção III
responsável pelo planejamento, analise,
DA DIRETORIA DE ENSINO, INSTRUÇÃO E controle e fiscalização das atividades
PESQUISA atinentes à segurança contra incêndio e
pânico no Estado do Piauí, a qual será
Art. 20. A Diretoria de Ensino, Instrução e
dirigida pelo Diretor de Serviços Técnicos.
Pesquisa, o órgão de direção setorial do
sistema de ensino e instrução, incumbe-se Parágrafo único, A 6ª Seção (BM/6) está
do planejamento, da coordenação, do estruturada da seguinte forma:
controle e da fiscalização de todas as
I - Diretoria de Engenharia;
atividades de formação, aperfeiçoamento e
especialização, nos diferentes níveis do II - Gerência de Engenharia;
ensino, do adestramento e da instrução, terá
III - Coordenação de Estudos e Projetos;
a seguinte organização básica:
IV - Coordenação de Vistorias;
I - Diretor;
V - Coordenação de Apoio Técnico;
II - Seção Técnica de Ensino (DEIP-1);
VI - Seção de Hidrantes;
III - Seção de Curso e Estágios (DEIP-2);
VII - Seção de Perícias;
IV - Seção de Pesquisa e Doutrina (DEIP-3);
VIII - Seção de Estatística.
V - Banda de Música.
REVOGADO PELA LEI Nº 7.772, DE 04 DE ABRIL DE 2022
Seção IV
DA DIRETORIA DE SEGURANÇA CONTRA
INCÊNDIO
Art. 21. A Diretoria de Segurança Contra
Incêndio, unidade administrativa
responsável pelo planejamento, análise,
controle e fiscalização das atividades
atinentes à segurança contra incêndio e
pânico no âmbito do Estado do Piauí, terá a
seguinte organização básica:
I - Diretor;
CAPÍTULO III
108
DOS ÓRGÃOS DE ASSESSORAMENTO
Seção I Seção III
Do Gabinete do Comando Geral Do Núcleo de Estudos Estratégicos
Art. 23. Ao Gabinete do Comando Geral Art. 25. O Núcleo de Estudos Estratégicos é
compete acompanhar os trabalhos das o órgão encarregado da realização de
assessorias e comissões de caráter estudos em todas as áreas de atuação da
temporário, assessorar o Comandante Geral Corporação, com vistas à permanente
nos assuntos de controle interno, produzir construção de um sistema de segurança
informações estratégicas com vistas ao pública na área de bombeiros e de defesa
preparo e emprego do Corpo de Bombeiros civil capaz de responder às demandas da
Militar e desempenhar as funções de apoio sociedade.
administrativo, serviços gerais e os trabalhos
Parágrafo único. O Núcleo de Estudos
de secretaria do comando geral.
Estratégicos é composto de seguintes
Parágrafo único. Compõem o Gabinete do órgãos:
Comandante Geral:
I - Chefe;
I - Chefe;
II - Adjunto;
II - Comissão de Promoções de Oficiais;
III - Coordenação de Projetos;
III - Ajudante de Ordens;
IV - Seção de Estatística;
IV - Ouvidoria;
V - Seção de Estudos Prospectivos.
V - Assessoria Técnica III;
VI - Assessoria Técnica II; Seção IV
Do Núcleo de Defesa Civil
VII - Assistência de Serviços II;
Art. 26. O Núcleo de Defesa Civil é órgão de
VIII - Seção de Arquivo. assessoramento do Comando Operacional
de Bombeiros responsável pelo
planejamento e execução de atividades de
Seção II
defesa civil na área de competência do
Do Gabinete do Subcomando-Geral
Corpo de Bombeiros.
Art. 24. Ao Gabinete do Subcomando-Geral
compete assessorar o Subcomandante Geral Parágrafo único. O Núcleo de Defesa Civil
nos assuntos relativos à justiça e disciplina terá a seguinte organização básica:
bem como supervisionar os serviços diários
I - Chefe;
desenvolvidos pela Corporação.
II - Seção de Defesa Civil da Capital;
Parágrafo único. Compõem o Gabinete do
Subcomandante Geral: III - Seção de Defesa Civil do Interior.
I - Chefe;
II - Comissão de Promoções de Praças; Seção V
III - Ajudante de Ordens; Da Ajudância Geral
IV - Assessor Técnico II; Art. 27. A Ajudância Geral, subordinada
diretamente ao Comandante Geral,
V - Assessor Técnico I;
compete a publicação dos atos
VI - Assistência de Serviços I. administrativos, recepção de
PROTEGIDO PELA LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 – DIREITOS AUTORAIS
Daniele da Conceio Souza
109
correspondências, assim como auxiliar nas ordens do comando, tem por missão o
funções de administração, conservação e estudo, o planejamento, a coordenação, a
segurança das instalações do Quartel do programação orçamentária e financeira e o
Comando Geral (QCG), considerado como controle de todas as atividades da
Organização de Bombeiros Militar. Corporação, por intermédio dos órgãos de
direção setorial, de apoio e de execução, no
§ 1º Terá a seguinte organização básica:
exercício de suas competências, em
I - Ajudante-Geral; conformidade com as decisões e diretrizes
do Comandante-Geral do Corpo de
II - Secretaria Administrativa;
Bombeiros Militar do Estado do Piaui.
III - Seção de Comando, Serviços e Segurança
Parágrafo único. Terá a seguinte organização
(SCS);
básica:
IV - Seção de Arquivo.
I - Chefe do Estado-Maior-Geral (Ch EMG);
§ 2º A Seção de Comando, Serviços e
II - Subchefe do Estado-Maior-Geral (Sub Ch
Segurança, será composta pelo seu efetivo
EMG);
previsto no Quadro de Organização e
Distribuição Geral, acrescentado do efetivo III - Secretaria;
de praças distribuído nos órgãos do Quartel
IV - Seções:
do Comando Geral.
a) 1ª Seção - Seção de Planejamento
Orçamentária (SEPLO);
Seção VI
b) 2ª Seção - Seção de Inteligência e Contra
Do Núcleo de Controle Interno Inteligência (SEICI);
Art. 28. Ao Núcleo de Controle Interno c) 3ª Seção - Seção de Pesquisa, Ciência e
compete acompanhar a implementação, Tecnologia (SECPT);
pelos órgãos e suas unidades
d) 4ª Seção - Seção de Geoprocessamento e
administrativas, das recomendações da
Legislação (SEGEL);
Procuradoria Geral do Estado, da
Controladoria-Geral do Estado e do Tribunal e) 5ª Seção - Seção de Relações Públicas,
de Contas do Estado. Ação Comunitária e Comunicação Social
(SERPACS)
Parágrafo único. O Núcleo de Controle de
Gestão Interna será estruturado da seguinte
forma:
CAPÍTULO IV
I - Chefe; DOS ÓRGÃOS DE APOIO
Seção I
II - Coordenador;
Do Centro de Manutenção
III - Auxiliares. Art. 29. O Centro de Manutenção é órgão
encarregado da manutenção das instalações
dos quartéis, viaturas e manutenção de
Seção III equipamentos de telecomunicações e
operacionais da Corporação.
DO ESTADO-MAIOR-GERAL
Parágrafo único. O Centro de Manutenção
Art. 28-A. O Estado-Maior-Geral,
tem a seguinte organização básica:
encarregado da elaboração das diretrizes e
110
I - Chefe; (REVOGADO PELA LEI Nº 7.772, DE 04 DE
ABRIL DE 2022)
II - Seção de Manutenção;
VIII - Pelotão Administrativo.
III - Seção de Equipamentos Operacionais;
(REVOGADO PELA LEI Nº 7.772, DE 04 DE
IV - Seção de Equipamentos de
ABRIL DE 2022)
Telecomunicações.
Seção IV
Seção II
Do Centro de Operações e Comunicações
Do Centro de Suprimento de Material
Art. 32. O Centro de Operações e
Art. 30. O Centro de Suprimento de Material
Comunicações é o órgão responsável pela
é órgão encarregado de atender as
execução dos serviços de comunicação das
necessidades básicas de subsistência da
ações operacionais.
Corporação.
Parágrafo único. O Centro Operacional de
Parágrafo único. O Centro de Suprimento e
Comunicações tem a seguinte organização
Material tem a seguinte organização básica:
básica:
I - Chefe;
I - Chefe;
II - Seção de Controle e Distribuição;
II - Seção de Operações;
III - Almoxarifado.
III - Seção de Comunicações;
IV - Seção de Apoio.
Seção III
Do Centro de Treinamento Operacional
Art. 31. O Centro de Treinamento
Seção IV
Operacional é órgão encarregado da
realização de treinamentos técnicos DO CENTRO DE ATIVIDADES FÍSICAS E
operacionais de combate a incêndio, DESPORTOS
salvamento aquático e salvamento em altura
Art. 32-A. O Centro de Atividades Físicas e
da Corporação.
Desportos é um órgão de apoio da Diretoria
Parágrafo único. O Centro de Treinamento de Ensino, Instrução e Pesquisa,
Operacional tem a seguinte organização competindo-lhe desenvolver programas
básica: específicos de condicionamento físico e
desportos da corporação, possuindo a
I - Chefe;
seguinte estrutura:
II - Adjunto;
I- Chefe;
III - Seção de Incêndio;
II- Subchefe;
IV - Seção de Salvamento Aquático e
III- Seção de Avaliação e Reabilitação Física;
Mergulho;
IV- Seção de Condicionamento Físico;
V - Seção de Salvamento em Altura;
V- Academia.
VI - Seção de Salvamento Terrestre;
VII - três Pelotões Operacionais.
Seção VI
111
DO CENTRO DE ENSINO E INSTRUÇÃO DE § 2º O Chefe do Núcleo de Saúde será um
BOMBEIROS oficial superior do Quadro de Oficiais
Bombeiros Militar de Saúde da Corporação.
Art. 32-B. O Centro de Ensino e Instrução de
Bombeiros é o órgão de apoio da Diretoria
de Ensino, Instrução e Pesquisa, incumbido
CAPÍTULO V
da formação, habilitação, aperfeiçoamento,
especialização, treinamento e da instrução DA CONSTITUIÇÃO E DAS ATRIBUIÇÕES DOS
especializada dos bombeiros militar do ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO
Corpo de Bombeiros Militar do Estado do
Art. 33. Os órgãos de execução do Corpo de
Piauí e, eventualmente, de bombeiros de
Bombeiros Militar do Estado do Piauí,
outras corporações, possui a seguinte
constituídos de unidades e subunidades
estrutura:
operacionais, realizam a atividade-fim da
I- Comandante; instituição, cumprindo as missões que lhes
são inerentes, sendo apoiados em suas
II- Subcomandante;
necessidades de pessoal e material pelos
III- Seção de Administração; demais órgãos.
IV- Seção Pedagógica;
V- Comando do Corpo de Alunos. Seção I
Do Comando Operacional de Bombeiros
Art. 34. O Comando Operacional de
Seção VII Bombeiros é órgão de execução do mais alto
escalão do sistema operacional subordinado
DO NÚCLEO DE SAÚDE
ao órgão de direção geral, tendo a seu cargo
Art. 32-C. O Núcleo de Saúde é responsável o planejamento estratégico e a fiscalização
pelo planejamento, orientação, do emprego dos Comandos Regionais de
coordenação, controle e execução de Bombeiros.
programas de medicina preventiva, saúde
§ 1º Terá seguinte organização básica:
comunitária e controle médico-sanitário de
pessoal, execução das atividades de I - Comandante Operacional de Bombeiros;
assistência médica, odontológica, bem como
II - Subcomandante Operacional de
pelas perícias médicas e homologar os
Bombeiros;
pareceres da junta Médica de Saúde (JMS)
no âmbito da corporação. III - Seção Administrativa;
§1º Possuindo a seguinte constituição: IV - Seção de Operações e Comunicações;
I - Chefe; V - Seção de Controle e Fiscalização de
Hidrantes;
II - Perícias Médicas (PM);
VI - Seção de Planejamento, Estatística e
III - Junta Médica de Saúde (JMS);
Avaliação Operacional;
IV - Seção Médica e Odontológica;
VII - Núcleo de Investigação e Prevenção de
V - Seção de Psicologia; Incêndios;
VI - Seção de Enfermagem. VIII - Comandos Regionais de Bombeiros
Militar.
VII - Seção de Apoio Administrativo.
112
§ 2º Os cargos de Comandante e § 2º Os cargos de Comandantes das
Subcomandante Operacional de Bombeiros Regionais de Bombeiros Militar serão
serão exercidos respectivamente por exercidos respectivamente por Oficiais do
Coronel e Tenente Coronel do Quadro de penúltimo posto da Corporação do Quadro
Oficiais Bombeiros Militar Combatentes de Oficiais Bombeiros Militar Combatentes.
Subseção III
Subseção I
DOS GRUPAMENTOS DE BOMBEIROS
DO NÚCLEO DE INVESTIGAÇÃO E
MILITAR
PREVENÇÃO DE INCÊNDIO
Art. 35. O Núcleo de Investigação e Art. 37. Os Grupamentos de Bombeiros
Prevenção de Incêndios destina-se a realizar Militar têm a seu cargo, dentro de uma
as análises laboratoriais relacionadas a determinada área operacional, as missões
investigação de incêndios e de explosões, de prevenção e extinção de incêndios, busca,
emitir conclusões técnicas sobre atividades salvamento, atendimento pré-hospitalar e
preventivas e será estruturado da seguinte auxílio nas atividades de defesa civil.
forma:
§ 1º Terá a seguinte organização básica:
I - Chefe;
II - Subchefe; I - Comandante;
III - Seção de Perícias;
II - Subcomandante;
IV - Seção de Pesquisas;
V - Laboratório. III - Administrativa;
IV - Seção de Planejamento Operacional;
Subseção II
DOS COMANDOS REGIONAIS DE V - Seção de Logística;
BOMBEIROS MILITAR
VI - Seção de Estatística;
Art. 36. Os Comandos Regionais de
Bombeiros Militar são órgãos de execução VII - Seção de Serviços Técnicos;
subordinados diretamente ao Comandante
Operacional de Bombeiros, devem efetuar o VIII - Subgrupamentos de Bombeiros Militar.
planejamento operacional, a supervisão, a § 2º Os cargos de Comandantes dos
coordenação, prevenção, o controle, a Grupamentos serão exercidos por Oficiais
fiscalização e a execução das atividades de Superiores do Quadro de Oficiais Bombeiros
bombeiro no âmbito de suas respectivas Militar Combatentes, e excepcionalmente
responsabilidades e circunscrições.
§ 1º Terão a seguinte organização básica:
I - Comandante;
II - Subcomandante;
III - Seção Administrativa;
IV - Seção de Planejamento e Avaliação
Operacional;
V - Seção de Comunicações e Logística;
VI - Seção de Estatística;
VII - Grupamentos de Bombeiros Militar;
VIII - Grupamento de Bombeiros Militar
Marítimo.
113
por Oficiais Superiores de outros quadros.” VII - Subgrupamentos de Bombeiros Militar
Marítimo – SGBMar.
Parágrafo único. O cargo de Comandante do
Grupamento de Bombeiros Militar Marítimo
será exercido por Major do Quadro de
Oficiais Bombeiros Militar Combatentes.
Subseção VI
DOS SUBGRUPAMENTOS DE BOMBEIROS
MILITAR
Art. 39. Os Subgrupamentos de Bombeiros
Militar, são subunidades operacionais
subordinadas a seus respectivos
Subseção V grupamentos, tem a seus cargos, dentro de
uma determinada área operacional, as
DO GRUPAMENTO DE BOMBEIROS MILITAR missões específicas de prevenção e extinção
MARÍTIMO de incêndios, de resgate, atendimento pré-
Art. 38. O Grupamento de Bombeiros Militar hospitalar e busca e salvamentos, e as
Marítimo tem a seu cargo a realização de demais que lhe sejam conexas.
operações aquáticas com a finalidade de § 1º Terão a seguinte organização básica:
executar serviços de prevenção em eventos
náuticos, a busca, salvamentos de pessoas e I - Comandante;
bens, combate a incêndio em embarcações e II - Subcomandante;
instalações portuárias, bem como a
preservação ambiental limitada às orlas III - Seção de Operações;
fluviais e lacustre inscritas nos limites IV - Seção de Comunicações e Logística;
geográficos dos municípios de Ilha Grande
de Santa Isabel, Parnaíba, Luís Correia e V - Seção de Operações e Comunicações;
Cajueiro da Praia, assim como de toda a VI - Seção de Vistoria e Fiscalização;
costa marítima piauiense.
VII - Sargenteação.
§ 1º Terá a seguinte organização básica:
§ 2º Os cargos de Comandantes dos
I - Comandante; Subgrupamentos de Bombeiros Militar serão
II - Subcomandante; exercidos por Capitães do Quadro de Oficiais
Bombeiros Militar Combatentes, e
III - Seção Administrativa; excepcionalmente por Oficiais
IV - Seção de Planejamento Operacional e Intermediários e Subalternos de outros
Estatística; quadros.
114
Art. 40. Os Subgrupamentos de Bombeiros j) a carreira bombeiro militar;
Militar Marítimo têm a seu cargo as missões
l) indicadores de acidentes e violência no
de prevenção, combate a incêndio em
Trânsito.
embarcações e instalações portuárias,
busca, resgate, guarda-vidas, salvamento § 1º A desconcentração, interiorização e
aquático e demais que lhe sejam conexas. efetiva implantação das unidades de
bombeiros previstas nesta Lei, dar-se-ão
§ 1º Terá a seguinte organização básica:
conforme as disponibilidades financeiras do
I - Comandante; Estado do Piauí.
II - Subcomandante; § 2º O Comando Operacional de Bombeiros,
terá suas unidades e subunidades
III - Seção Administrativa;
operacionais localizadas, conforme segue:
IV - Seção de Combate a Incêndio Marítimo
I – Comando Regional de Bombeiros Militar
e Fluvial;
I – A área de atuação macrorregião do
V - Seção de Prevenção e Operações Meio-Norte (CRBM-I):
Aquáticas.
a) 1º Grupamento de Bombeiros Militar – A
§ 2º Os cargos de Comandantes dos área de atuação do 1º GBM abrangerá 16
Subgrupamentos de Bombeiros Militar municípios no território de desenvolvimento
Marítimo serão exercidos por Capitães do Entre Rios, compreendendo: Teresina, Alto
Quadro de Oficiais Bombeiro. Longá, Altos, Coivaras, José de Freitas, Lagoa
Alegre, Miguel Alves, Nazária, Pau d’Arco,
União, Beneditinos, Curralinhos, Demerval
Seção II Lobão, Lagoa do Piauí, Miguel Leão e
Monsenhor Gil.
DA CLASSIFICAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS
ÓRGÃO DE EXECUÇÃO 1) 1º Subgrupamento de Bombeiros Militar
(1º SGBM/1º GBM) – Sede – Região Central;
Art. 41. Os órgãos de execução serão
classificados de acordo com a necessidade 2) 2º Subgrupamento de Bombeiros Militar
dos serviços operacionais e administrativos (2º SGBM/1º GBM) – Zona Norte;
de uma determinada área, sendo
3) 3º Subgrupamento de Bombeiros Militar
considerados para este fim, os seguintes
(3º SGBM/1º GBM) – Zona Sul;
requisitos:
4) 4º Subgrupamento de Bombeiros Militar
a) população;
(4º SGBM/1º GBM) – Zona Leste.
b) território de desenvolvimento;
b) 2º Grupamento de Bombeiros Militar – A
c) malha viária; área de atuação do 2º GBM abrangerá 16
municípios no território de desenvolvimento
d) mapeamento aéreo do Piauí;
Entre Rios, compreendendo: Teresina
e) densidade de indústria e comércio; (sede), Agricolândia, Água Branca,
Amarante, Angical do Piauí, Barro Duro,
f) valor histórico e cultural; Hugo Napoleão, Jardim do Mulato, Lagoinha
g) meio ambiente; do Piauí, Olho d’Água do Piauí, Palmeirais,
Passagem Franca do Piauí, Regeneração,
h) poder operacional; Santo Antônio do Milagres, São Gonçalo do
i) estrutura hierárquica-disciplinar; Piauí e São Pedro do Piauí.
115
1) 1º Subgrupamento de Bombeiros Militar abrangerá 03 municípios no território de
(1º SGBM/2º GBM) – Sede – Zona Sudeste; 8 desenvolvimento Planície Litorânea,
c) 6º Grupamento de Bombeiros Militar – A compreendendo: Luís Correia (sede),
área de atuação do 6º GBM abrangerá 24 Cajueiro da Praia e Ilha Grande.
municípios no território de desenvolvimento
1) 1º Subgrupamento de Bombeiros Militar
Cocais, compreendendo: Piripiri (sede),
Marítimo (1º SGBMar/GBMar) – Sede;
Barras, Batalha, Campo Largo do Piauí,
Esperantina, Joaquim Pires, Joca Marques, III – Comando Regional de Bombeiros
Luzilândia, Madeiro, Matias Olímpio, Morro Militar – A área de atuação macrorregião do
do Chapéu do Piauí, Nossa Senhora dos Semiárido (CRBM-III):
Remédios, Porto, São João do Arraial,
a) 4º Grupamento de Bombeiros Militar – a
Brasileira, Domingos Mourão, Lagoa de São
área de atuação do 4º GBM abrangerá 23
Francisco, Milton Brandão, Pedro II,
municípios no território de desenvolvimento
Piracuruca, São João da Fronteira, São José
Vale do Rio Guaribas, compreendendo: Picos
do Divino, mais 16 municípios no território
(sede), Aroeiras do Itaim, Bocaina, Dom
de desenvolvimento Carnaubais,
Expedito Lopes, Geminiano, Itainópolis,
compreendendo: Campo Maior , Boa Hora,
Paquetá, Santana do Piauí, Santo Antônio de
Boqueirão do Piauí, Cabeceiras do Piauí,
Lisboa, São João da Canabrava, São José do
Capitão de Campos, Cocal de Telhas, Jatobá
Piauí, São Luís do Piauí, Sussuapara, Vera
do Piauí, Nossa Senhora de Nazaré,
Mendes, Alagoinha do Piauí, Alegrete do
Sigefredo Pacheco, Assunção do Piauí, Buriti
Piauí, Campo Grande do Piauí, Francisco
dos Montes, Castelo do Piauí, Juazeiro do
Santos, Fronteiras, Monsenhor Hipólito, Pio
Piauí, Novo Santo Antônio, São João da Serra
IX, São Julião e Vila Nova do Piauí, mais 16
e São Miguel do Tapuio.
municípios no território de desenvolvimento
1) 1º Subgrupamento de Bombeiros Militar Chapada Vale do Rio Itaim, compreendendo:
(1º SGBM/6º GBM) – Sede; Paulistana (sede), Belém do Piauí, Caldeirão
Grande do Piauí, Francisco Macedo, Jaicós,
2) 2º Subgrupamento de Bombeiros Militar
Marcolândia, Massapê do Piauí, Padre
(2º SGBM/ 6º GBM) – Campo Maior;
Marcos, Simões, Acauã, Betânia do Piauí,
3) 2º Subgrupamento de Bombeiros Militar Caridade do Piauí, Curral Novo do Piauí,
(3º SGBM/ 6º GBM) – Esperantina. Jacobina do Piauí, Patos do Piauí, e
Queimada Nova.
II – Comando Regional de Bombeiros Militar
– A área de atuação macrorregião do Litoral 1) 1º Subgrupamento de Bombeiros Militar
(CRBM-II): (1º SGBM/4º GBM) – Sede;
a) 3º Grupamento de Bombeiros Militar – A d) 7º Grupamento de Bombeiros Militar – a
área de atuação do 3º GBM abrangerá 08 área de atuação do 7º GBM abrangerá 17
municípios no território de desenvolvimento municípios no território de desenvolvimento
Planície Litorânea, compreendendo: Vale do Canindé, compreendendo: Oeiras
Parnaíba (sede), Bom Princípio do Piauí, (sede), Cajazeiras do Piauí, Colônia do Piauí,
Buriti dos Lopes, Caraúbas do Piauí, Caxingó, Santa Cruz do Piauí, Santa Rosa do Piauí, São
Cocal, Cocal do Alves e Murici dos Portela. João da Varjota, Tanque do Piauí, Wall
Ferraz, Bela Vista do Piauí, Campinas do
1) 1º Subgrupamento de Bombeiros Militar
Piauí, Conceição do Canindé, Floresta do
(1º SGBM/3º GBM) – Sede;
Piauí, Isaías Coelho, Santo Inácio do Piauí,
b) Grupamento de Bombeiros Militar São Francisco do Piauí, São Francisco de
Marítimo – A área de atuação do (GBMAR) Assis do Piauí e Simplício Mendes, mais 15
PROTEGIDO PELA LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 – DIREITOS AUTORAIS
Daniele da Conceio Souza
116
municípios no território de desenvolvimento b) 9º Grupamento de Bombeiros Militar – A
Vale do Sambito, compreendendo: Valença área de atuação do 9º GBM abrangerá 24
do Piauí, Aroazes, Prata do Piauí, Santa Cruz municípios no território de desenvolvimento
dos Milagres, São Félix do Piauí, São Miguel Chapada das Mangabeiras, compreendendo:
da Baixa Grande, Barra d’Alcântara, Elesbão Bom Jesus (sede), Alvorada do Gurguéia,
Veloso, Francinópolis, Inhuma, Ipiranga do Colônia do Gurguéia, Cristino Castro, Currais,
Piauí, Lagoa do Sítio, Novo Oriente do Piauí, Eliseu Martins, Manoel Emídio, Palmeira do
Pimenteiras, e Várzea Grande. Piauí, Santa Luz, Avelino Lopes, Curimatá,
Júlio Borges, Morro Cabeça do Tempo,
1) 1º Subgrupamento de Bombeiros Militar
Parnaguá, Redenção do Gurguéia, Barreiras
(1º SGBM/7º GBM) – Sede;
do Piauí, Corrente, Cristalândia do Piauí,
2) 2º Subgrupamento de Bombeiro Militar Gilbués, Monte Alegre do Piauí, Riacho Frio,
(2º SGB BM/7º GBM) - Valença Santa Filomena, São Gonçalo do Gurguéia,
Sebastião Barros.
e) 8º Grupamento de Bombeiros Militar – a
área de atuação do 8º GBM abrangerá 18 1) 1º Subgrupamento de Bombeiros Militar
municípios no território de desenvolvimento (1º SGBM/12º GBM) – Sede.
Serra da Capivara, compreendendo: São
2) 2º Subgrupamento de Bombeiros Militar
Raimundo Nonato (sede), Campo Alegre do
(2º SGBM/12º GBM) – Corrente.
Fidalgo, Capitão Gervásio Oliveira, João
Costa, Lagoa do Barro do Piauí, Anísio de c) 10º Grupamento de Bombeiros Militar – A
Abreu, Bonfim do Piauí, Caracol, Guaribas, área de atuação do 10º GBM abrangerá 12
Jurema, São Braz do Piauí, Várzea Branca, municípios no território de desenvolvimento
Coronel José Dias, Dom Inocêncio, Dirceu Alto Parnaíba, compreendendo: Uruçuí
Arcoverde, Fartura do Piauí, São Lourenço (sede), Bertolínea, Canavieira, Guadalupe,
do Piauí e São João do Piauí. Jerumenha, Landri Sales, Marcos Parente,
Porto Alegre do Piauí, Antônio Almeida,
1) 1º Subgrupamento de Bombeiros Militar
Baixa Grande do Ribeiro, Ribeiro Gonçalves
(1º SGBM/8º GBM) – Sede;
e Sebastião Leal.
IV – Comando Regional de Bombeiros Militar
1) 1º Subgrupamento de Bombeiros Militar
– A área de atuação macrorregião do
(1º SGBM/10º GBM) – Sede.
Cerrados (CRBM-IV):
Parágrafo único. Os Comandos Regionais de
a) 5º Grupamento de Bombeiros Militar – a
Bombeiros Militar serão sediados em
área de atuação do 5º GBM abrangerá 19
Teresina.
municípios no território de desenvolvimento
Vale dos Rios Piauí e Itaueiras, Art. 42. A 2ª Companhia Independente, com
compreendendo: Floriano (sede), Arraial, sede em Bom Jesus do Gurguéia, tem a
Francisco Ayres e Nazaré do Piauí, Nova missão de prevenção e extinção de
Santa Rita, Paes Landim, Pedro Laurentino, incêndios, resgate e busca e salvamento,
Ribeira do Piauí, Socorro do Piauí, São José tendo a seguinte estrutura:
do Peixe, São Miguel do Fidalgo, Brejo do
I - Comando;
Piauí, Canto do Buriti, Flores do Piauí,
Itaueiras, Pajeú do Piauí, Pavussu, Rio II - Subcomando;
Grande do Piauí e Tamboril do Piauí.
III - Aprovisionamento;
1) 1º Subgrupamento de Bombeiros Militar
IV - Almoxarifado;
(1º SGBM/5º GBM) – Sede:
V - Seção de Pessoal;
PROTEGIDO PELA LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 – DIREITOS AUTORAIS
Daniele da Conceio Souza
117
VI - Seção Contra incêndio; Parágrafo único. Haverá Seções de Combate
a incêndio nos aeroportos de Teresina,
VII - Seção de Busca e Salvamento;
Parnaíba e São Raimundo Nonato.
VIII - Seção de Atendimento Pré-Hospitalar;
Bizu do GD!
IX - três Pelotões Operacionais;
X - Pelotão Administrativo;
Memorize esses três locais que
XI - Sargenteação. têm seções de combate a
REVOGADO PELA LEI Nº 7.772, DE 04 DE ABRIL DE 2022 incêncio, pois apesar de termos
vários aeroportos no Estado, só
existe esta seção em três
Art. 43. A 3ª Companhia Independente, com cidades.
sede em Teresina, tem a finalidade de
prestar socorro e atendimento médico
Art. 45. As unidades e subunidades
emergencial e pré-hospitalar, nos casos de
bombeiros militares serão subordinados
acidentes com vítimas ou a pessoas em
diretamente ao Comando Operacional de
iminente perigo de morte, tendo a seguinte
Bombeiros.
estrutura:
REVOGADO PELA LEI Nº 7.772, DE 04 DE ABRIL DE 2022
I - Comando;
II - Subcomando;
Art. 46. A Descentralização, interiorização e
III - Aprovisionamento; efetiva implantação das unidades de
bombeiros previstas nesta Lei dar-se-ão
IV - Almoxarifado;
conforme as disponibilidades financeiras do
V - Seção de Pessoal; Estado do Piauí.
VI - Seção de Material de Resgate; REVOGADO PELA LEI Nº 7.772, DE 04 DE ABRIL DE 2022
118
editado através de Decreto no prazo de 90 60 e 65 do Decreto-Lei nº 3.529, de 20 de
dias, após a publicação dessa Lei. outubro de 1977; os arts. 3º a 5º, 10 e Anexo
II da Lei nº 4.355, de 30 de julho de 1990, a
Parágrafo único. Os atos normativos
Lei nº 5.877, de julho de 2009, e as
editados pelo Comandante-Geral devem ser
gratificações por função de chefia e
publicados no Diário Oficial do Estado, para
assessoramento referentes ao Corpo de
que tenham eficácia.
Bombeiros que são previstas no Anexo X da
Lei nº 5.755, de 8 de maio de 2008.
ATENÇÃO!! Art. 52. Esta Lei entra em vigor na data da
ATENÇÃO SEMPRE AOS PRINCÍPIOS sua publicação, com exceção do seu Anexo
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. II, que entra em vigor em maio de 2010, na
forma do § 2º do art. 45-C da Lei nº 5.378, de
10 de fevereiro de 2004, acrescentando pela
Art. 49. Art. 49. Os cargos em comissão e as Lei nº 5.755, de 8 de maio de 2008.
funções de confiança do Corpo de
Bombeiros Militar do Estado do Piauí são
apenas os previstos nos anexos I dessa Lei, PALÁCIO DE KARNAK, em Teresina/PI, 17 de
na Lei Complementar 028, de 09 de junho de dezembro de 2009.
2003 e nas suas alterações
GOVERNADOR DO ESTADO
Parágrafo único. A existência de cargo em
comissão ou função de confiança com o SECRETÁRIO DE GOVERNO
mesmo título ou designação não implica
multiplicidade desses cargos ou funções, a
não ser que haja expressa determinação
legal em contrário.
Art. 50. O caput do art. 1º e o Anexo Único
da Lei nº 5.458, de 30 de junho de 2005, que
dispõe sobre o efetivo do Corpo de
Bombeiros Militar do Estado do Piauí,
passam a vigorar com a seguinte redação e
fixação de efetivo;
"Art. 1º O efetivo do Corpo de Bombeiros
Militar do Estado do Piauí (CBMEPI) fica
fixado em 1.442 (mil quatrocentos e
quarenta e dois) bombeiros militares,
dispostos nos quadros de:
....."(NR)
REVOGADO PELA LEI Nº 7.772, DE 04 DE ABRIL DE 2022
(QUADROS)
119
➢ Lei nº 7.720, de 28/12/2021 .......................................................................................
(Altera a redação da Lei nº .............................
3.808, de 16 de julho de .......................................................................................
1981, para dispor sobre o ........................................
ingresso na Polícia Militar do IV- à conclusão de curso de graduação
Estado do Piauí). superior em qualquer área.
.......................................................................................
LEI Nº 7.720, DE 28 DE DEZEMBRO DE ...............................” (NR)
2021 “Art.11.
.......................................................................................
Altera a redação da Lei nº 3.808, de 16 ...........................
de julho de 1981, para dispor sobre o Parágrafo único. O disposto neste Capítulo
ingresso na Polícia Militar do Estado do aplica-se aos candidatos ao ingresso nos
Piauí. Quadros de Praças e Oficiais, para os quais
é exigido diploma emitido por
O GOVERNADOR DO ESTADO DO PIAUÍ, estabelecimento de ensino superior
reconhecido pelo Governo Federal.” (NR)
Faço saber que o Poder Legislativo decreta
e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 2º Esta Lei não se aplica aos concursos
em andamento no momento da sua
Art. 1° A Lei nº 3.808 de 16 de julho de publicação.
1981, passa a vigorar com as seguintes
alterações: Art. 3° Esta Lei entra em vigor na data de
sua publicação.
“Art.10-F.
....................................................................................... PALÁCIO DE KARNAK, em Teresina (PI),
........................ 28 de dezembro de 2021.
I - Curso de Formação de Oficiais: 3.600h/a
(três mil e seiscentas horas-aula); José Wellington Barroso de Araújo Dias
II – Governador do Estado
.......................................................................................
................................... Osmar Ribeiro de Almeida Júnior
....................................................................................... Secretário de Governo
........................................
§1º................................................................................
..........................................
I–
.......................................................................................
....................................
I......................................................................................
........................................
III –
.......................................................................................
..................................
IV - à conclusão de curso de graduação
superior em qualquer área.
§1º A –
120
➢ Lei nº 7.725, de 17/01/2022 constitucional de preservação da ordem
(Dispõe sobre o Código de pública e respeito aos direitos humanos.
Ética e Disciplina dos
Militares do Estado do Piauí) Art. 2º Estão sujeitos a este Código os
militares estaduais da ativa, inativos (da
LEI Nº 7.725, DE 17 DE JANEIRO DE 2022
reserva remunerada e reformados), bem
como os militares estaduais em
circunstâncias de agregação ou no
desempenho de cargos ou funções públicas
de natureza civil.
§ 1º Estarão também sujeitos a este Código
os militares estaduais temporários, na forma
da Lei.
Dispõe sobre o Código de Ética e Disciplina § 2º Os alunos matriculados nos cursos
dos Militares do Estado do Piauí – CEDME/PI. militares estarão sujeitos às normas internas
O GOVERNADOR DO ESTADO DO PIAUÍ, das respectivas unidades de ensino e,
subsidiariamente, do constante neste
Faço saber que o Poder Legislativo decreta e Código.
eu sanciono a seguinte Lei:
§ 3º O militar da reserva remunerada
CAPÍTULO I convocado para atividade estará sujeito,
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS além destas normas, às dispostas em
legislação específica.
Seção I
§ 4º O militar reformado não estará sujeito a
Da Finalidade e do Âmbito de Aplicação este Código.
Art. 1º Esta Lei tem por finalidade dispor Art. 3º Para efeito deste Código,
sobre o Código de Ética e Disciplina que trata consideram-se Organizações Militares - OM:
do poder disciplinar no âmbito das Comandos Gerais, Comandos
Corporações Militares Estaduais - Polícia Intermediários, Corregedorias,
Militar e Corpo de Bombeiros Militar do Coordenadorias, Diretorias, Unidades de
Estado do Piauí, definindo competências, Ensino, Unidades de Saúde, Locais de
transgressões, circunstâncias para sua Instruções, Corpos de Tropa, Unidades e
aplicação, instrumentos de apuração, Subunidades Operacionais, Presídio Militar,
punições, recursos, recompensas, revisão dentre outras, na forma da Lei.
dos atos disciplinares e reabilitação.
Parágrafo único. A aplicação do poder
disciplinar visa à proteção de valores, Seção II
preceitos éticos e deveres do militar Dos Princípios Gerais da Hierarquia e da
estadual, à garantia da legalidade, da Disciplina
disciplina e hierarquia militar, princípios
indispensáveis para que as Corporações Art. 4º A hierarquia e a disciplina são as
atinjam plenamente sua missão bases das Corporações Militares Estaduais.
121
§ 1º A disciplina e o respeito à hierarquia II - prevalência sucessiva dos graus
devem ser mantidos, permanentemente, hierárquicos anteriores;
pelos militares estaduais.
III - classificação no curso de formação,
§ 2º A civilidade, a camaradagem, a adaptação, habilitação, nivelamento ou
confiança e a lealdade são indispensáveis à aperfeiçoamento;
formação e ao convívio nas Organizações
IV - data de nomeação, admissão ou
Militares, incumbindo aos seus integrantes
inclusão;
incentivar e manter a harmonia e a
solidariedade, promovendo estímulos de V - maior idade.
aproximação e cordialidade.
§ 6º Durante os cursos militares prevalecerá,
Art. 5º Hierarquia militar é a ordenação para efeito de antiguidade, a ordem de
progressiva da autoridade, em níveis classificação definida pelos regimentos dos
diferentes, por postos e graduações, da qual respectivos cursos.
decorre a obediência, dentro da estrutura da
§ 7º Após os cursos de formação de oficiais e
Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros
de praças prevalecerá, para efeito de
Militar, culminando no Governador do
antiguidade, a ordem de classificação obtida
Estado, Comandante superior dessas
nos respectivos cursos.
Corporações.
§ 8º A precedência funcional ocorrerá
§ 1º Para efeito desta Lei, a palavra
quando, em igualdade de posto ou
“Comandante”, quando usada
graduação, o oficial ou a praça:
genericamente, engloba também as funções
de Corregedor, Diretor, Chefe, Gerente e I - ocupar função que lhe atribua
Coordenador. superioridade funcional sobre os integrantes
do órgão ou serviço que dirige, comanda ou
§ 2º A ordenação da autoridade se faz por
chefia;
postos e graduações, de acordo com o
escalonamento hierárquico, a antiguidade e II - o militar ativo, em relação aos inativos.
a precedência funcional. § 3º Posto é o grau
Art. 6º Disciplina militar é a exteriorização da
hierárquico dos oficiais militares estaduais,
ética profissional e manifesta-se pelo exato
conferido por Decreto do Governador do
cumprimento dos deveres do militar
Estado.
estadual, traduzindo-se na rigorosa
§ 4º Graduação é o grau hierárquico das observância e acatamento integral das
praças militares estaduais, conferida por Constituições, leis, regulamentos, normas e
Decreto do Governador do Estado. ordens, por parte de todos os integrantes
das Corporações militares estaduais.
§ 5º Salvo disposição legal contrária, a
antiguidade entre os militares estaduais § 1º São manifestações essenciais da
dentro das respectivas corporações, em disciplina:
igualdade de posto ou graduação, será
I - a observância das prescrições legais e
definida sucessivamente pelas seguintes
regulamentares;
condições:
I - data da última promoção;
122
II - a pronta obediência às ordens dos seus que o exercício da profissão do militar
superiores hierárquicos, salvo se estadual atinja plenamente os ideais de
manifestamente criminosa; realização do bem-comum, mediante:
III - proatividade em benefício do serviço; I - relativamente aos policiais militares, a
preservação da ordem pública e a garantia
IV - a correção de atitudes;
dos poderes constituídos;
V - as manifestações espontâneas de
II - relativamente aos bombeiros militares, a
acatamento dos valores e deveres éticos;
proteção da pessoa visando sua
VI - a colaboração espontânea na disciplina incolumidade, em situações de risco,
coletiva e na eficiência da Corporação. infortúnio ou de calamidade.
Disposições preliminares
Art. 8º A deontologia militar é constituída Seção II
pelos valores e deveres éticos, traduzidos
Dos Valores Militares
em normas de conduta, que se impõem para
123
Art. 9º Os valores fundamentais I - honra-pessoal: sentimento de dignidade
determinantes da moral do militar são os própria, apreço e respeito de que é objeto
seguintes: ou se torna merecedor o militar, perante
seus superiores, pares e subordinados;
I - respeito aos direitos humanos,
especialmente à liberdade, à igualdade, à II - pundonor militar: dever do militar pautar
segurança, à vida, à integridade física e à a sua conduta corretamente, exigindo dele
propriedade; em qualquer ocasião, comportamento ético
que refletirá no seu desempenho perante a
II - moralidade pública, caracterizada pela
Corporação; e
honestidade e probidade, tanto no exercício
das atividades administrativas quanto nas III - decoro da classe: valor moral e social da
atividades operacionais; Instituição perante a comunidade.
III - responsabilidade pública, evidenciada
pelo profissionalismo, consistente no
Seção III
exercício da profissão com entusiasmo e
perfeição, visando à busca constante de Dos Deveres Militares
resultados;
Art. 10. Os deveres éticos, emanados dos
IV - justiça, alicerçando todas as ações no valores militares estaduais, que conduzem a
ordenamento jurídico; atividade profissional sob o signo da retidão
moral, são os seguintes:
V - patriotismo e lealdade, manifestados
pela fidelidade aos compromissos para com I - cumprir os deveres de cidadão;
a Pátria, o Estado do Piauí, a Polícia Militar e
II - buscar e amar a verdade e a justiça como
o Corpo de Bombeiros Militar, e pela
fundamentos da atuação profissional;
confiabilidade dos superiores, pares e
subordinados; III - observar os direitos e garantias
fundamentais e respeitar a dignidade da
VI - hierarquia, traduzida no respeito e
pessoa humana, agindo com isenção e
valorização dos postos e graduações;
equidade, não usando sua condição de
VII - disciplina, essencial à preservação da autoridade pública para a prática de
ordem pública, significando o exato arbitrariedade;
cumprimento do dever;
IV - observar os princípios da administração
VIII - coragem, demonstrada pelo destemor pública no exercício das atribuições que lhe
ante o perigo e devotamento à proteção de couberem em decorrência do cargo,
pessoas, do patrimônio e do meio ambiente; cumprindo e fazendo cumprir as
constituições, as leis e as ordens das
IX - respeito à honra-militar, ao sentimento
autoridades competentes, exercendo suas
do dever, ao pundonor-militar e ao decoro
atividades com responsabilidade e
da classe.
incutindo-a em seus subordinados;
Parágrafo único. Considera-se, para fins de
V - servir à comunidade acima dos interesses
aplicação desta Lei:
particulares, procurando, no exercício da
suprema missão de preservar a ordem
124
pública e de proteger a pessoa, promover, aprimoramento técnico-profissional e
com devotamento, o bem-estar comum, moral;
dentro da estrita observância da legalidade;
XV - zelar pelo bom nome da instituição
VI - dedicar-se ao serviço militar estadual, militar e de seus componentes, aceitando
buscando o êxito e o aprimoramento seus valores e cumprindo seus deveres
técnico-profissional e moral; éticos e legais;
VII - estar sempre disponível e preparado XVI - proceder de maneira ilibada na vida
para as missões que desempenhar; pública e particular;
VIII - exercer as funções com integridade e XVII - abster-se do uso do posto, graduação
equilíbrio, segundo os princípios que regem ou cargo para obter facilidades pessoais de
a administração pública, não sujeitando o qualquer natureza ou para encaminhar
cumprimento do dever a influências negócios particulares ou de terceiros;
indevidas;
XVIII - exercer sempre a função pública com
IX - buscar sempre a justiça na apreciação de honestidade, não aceitando vantagem
atos e méritos dos subordinados; indevida de qualquer espécie;
X - cultuar os símbolos e as tradições da XIX - abster-se, ainda que na inatividade, do
Pátria, do Estado do Piauí e das Corporações uso das designações hierárquicas em:
Militares, e zelar por sua inviolabilidade;
a) atividade político-partidária, salvo quando
XI - abster-se, quando no serviço ativo, de candidato a cargo eletivo;
buscar apoio ou de usar de influências
b) atividade comercial ou industrial;
políticas, pessoas importantes ou
autoridades estranhas à Corporação, para a c) pronunciamento público a respeito de
obtenção de facilidades pessoais ou para assunto militar, salvo os de natureza técnica.
esquivar-se do cumprimento de ordem ou
XX - prestar assistência moral e material ao
obrigações impostas, em razão do serviço,
lar;
de interesse institucional ou circunstâncias
em que se encontre; XXI - respeitar a integridade física, moral e
psíquica da pessoa do preso ou de quem seja
XII - não pleitear para si, por meio de
objeto de incriminação, evitando o uso
terceiros, cargo ou função que esteja sendo
desnecessário de força;
exercido por outro militar estadual;
XXII - proteger as pessoas, o patrimônio e o
XIII - procurar manter boas relações com
meio ambiente com abnegação e
outras categorias profissionais, conhecendo
desprendimento pessoal;
e respeitando-lhes os limites de atribuição;
XXIII - observar as normas de boa educação
XIV - ser fiel na vida militar, cumprindo os
e ser discreto nas atitudes, maneiras e na
compromissos relacionados às suas
linguagem escrita ou falada;
atribuições, mantendo ânimo forte e fé na
missão militar, mesmo diante das XXIV - manter ambiente de harmonia e
dificuldades, dedicando-se ao serviço, camaradagem na vida profissional,
buscando, com vigor, o êxito e o solidarizando-se nas dificuldades que esteja
125
ao seu alcance, abstendo-se de comentários ou prestar socorro, desde que não exista,
desairosos sobre os componentes das naquele momento e lugar, força de serviço
Corporações Militares; suficiente;
XXV - não provocar publicidade visando à XXXVI - cumprir o expediente ou serviços
própria promoção pessoal, utilizando-se do ordinário, especial ou extraordinário, para os
cargo ou função exercidos na Corporação; quais estejam nominalmente escalado ou
convocado, salvo impedimento de força
XXVI - não usar meio ilícito na produção de
maior;
trabalho intelectual ou em avaliação
profissional, inclusive no âmbito do ensino; XXXVII - atuar de forma disciplinada e
disciplinadora, com respeito mútuo de
XXVII - não abusar dos meios do Estado
superiores e subordinados, e preocupação
postos à sua disposição, nem distribuí-los a
com a integridade física, moral e psíquica de
quem quer que seja, em detrimento dos fins
todos os militares do Estado, envidando
da Administração Pública, coibindo ainda a
esforços para bem encaminhar a solução dos
transferência, para fins particulares, de
problemas apresentados.
tecnologias próprias das Corporações
Militares; § 1º Ao militar da ativa é vedado exercer:
XXVIII - exercer a profissão sem I - atividade de segurança, investigação ou
discriminações ou restrições de religião, vigilância particulares, ou outra qualquer
política, raça, etnia origem, idade, cor, sexo, que tenha relação com as funções
orientação sexual, condição social ou outras desempenhadas na Corporação Militar, para
de qualquer natureza; as quais recebeu formação específica;
XXIX - atuar com prudência nas ocorrências II - atividade como instrutor, professor ou
militares, evitando excessos; consultor, para ministrar, em cursos de
formação de vigilantes particulares,
XXX - considerar a verdade, a legalidade e a
conhecimentos específicos, inerentes ao
responsabilidade como fundamentos de
serviço e à técnica policial-militar;
dignidade pessoal;
III - atividade de comércio ou tomar parte da
XXXI - zelar pela correta apresentação
administração ou gerência de sociedade
pessoal e dos uniformes militares; XXXII -
empresarial e comercial ou dela ser sócio ou
preservar a natureza e o meio ambiente;
participar, exceto como acionista, cotista ou
XXXIII - atuar com eficiência e probidade, comanditário.
zelando pela economia e conservação dos
§ 2º Compete aos Comandantes, Chefes,
bens públicos, cuja utilização lhe for
Diretores e ao Corregedor fiscalizar os
confiada;
subordinados que apresentarem sinais
XXXIV - manter atualizado seu endereço exteriores de riqueza, incompatíveis com a
residencial, em seus registros funcionais, remuneração do respectivo cargo, mediante
comunicando qualquer mudança; a instauração de procedimento criminal
e/ou administrativo, necessário à
XXXV - atuar onde estiver, resguardando a
comprovação da origem dos seus bens,
sua integridade física, mesmo não estando
observada a legislação específica.
em serviço, para preservar a ordem pública
126
§ 3º Aos militares são proibidas a transgressão, mesmo não estando presente
sindicalização e a greve, sendo-lhes vedadas no local do ato.
manifestações coletivas sobre atos de
§ 3º A violação da disciplina militar será tão
superiores, de caráter reivindicatório e de
mais grave quanto mais elevado for o grau
cunho político-partidário, sujeitando-se as
hierárquico de quem a cometer.
manifestações de caráter individual aos
preceitos deste Código.
§ 4º Os militares estaduais na inatividade CAPÍTULO III
poderão tratar no meio civil,
DA COMPETÊNCIA
individualmente, inclusive sob a forma de
crítica, pela imprensa ou outro meio de Seção I
divulgação, de qualquer assunto,
Do Controle Disciplinar
excetuando os de natureza militar, devendo
observar e preservar os preceitos da ética e Art. 12. O controle disciplinar será exercido
dos valores militares em suas manifestações pelas autoridades referidas no art. 13, desta
essenciais. Lei.
Parágrafo único. A disciplina e o
comportamento do militar estadual estão
Seção IV
sujeitos também à fiscalização, controle e
Da Violação dos Valores, dos Deveres e da orientação pela Corregedoria da Corporação
Disciplina Militar respectiva ou, na ausência desta, por
órgão equivalente, competindo-lhe, além do
Art. 11. A ofensa aos valores e aos deveres
que vier a ser previsto em Lei:
vulnera a disciplina militar, constituindo
infração administrativa, penal ou civil, I - receber sugestões e reclamações, dando a
isolada ou cumulativamente. elas o devido encaminhamento, inclusive de
denúncias que cheguem ao seu
§ 1º O militar estadual é responsável pelas
conhecimento, bem como acompanhar as
decisões que tomar ou pelos atos que
suas apurações e soluções;
praticar, inclusive nas missões
expressamente determinadas, bem como II - requerer a instauração de Conselho de
pela não observância ou falta de exação no Justificação ou de Disciplina ou de processo
cumprimento de seus deveres. administrativo-disciplinar, bem como
acompanhar a sua apuração ou solução;
§ 2º O superior hierárquico responderá
solidariamente, na esfera administrativa III - realizar, inclusive por iniciativa própria,
disciplinar, nas transgressões praticadas por inspeções, vistorias, exames, investigações e
seu subordinado, quando: auditorias administrativas nos
estabelecimentos das Corporações Militares
I - presenciar o cometimento da
do Estado;
transgressão deixando de atuar para fazê-la
cessar imediatamente; IV - requerer ou adotar as providências para
a instauração de inquérito policial ou policial
II - concorrer diretamente, por ação ou
militar, bem como acompanhar a sua
omissão, para o cometimento da
apuração ou solução;
127
V - realizar os serviços de correição, em § 1º As autoridades contidas no inciso III
caráter permanente ou extraordinário, nos estão no mesmo grau disciplinar.
procedimentos penais militares e
§ 2º A competência do Chefe do Gabinete
administrativos disciplinares realizados pela
Militar constante no inciso III caberá apenas
Corporação.
aos militares sob sua chefia.
Art. 13. A competência disciplinar é inerente
§ 3º Durante o trânsito, o militar
ao cargo, função ou posto, sendo
movimentado fica sujeito à ação disciplinar
autoridades competentes para o exercício
do comandante, chefe ou diretor da
do poder disciplinar na aplicação de sanção
Organização Militar para a qual foi
disciplinar:
transferido.
I - o Governador do Estado, a todos os
§ 4º Havendo conflito de competência,
militares estaduais;
caberá à autoridade preventa a apuração
II - o Comandante-Geral da Corporação, a dos fatos.
todos os militares estaduais da respectiva
Art. 14. Na ocorrência de transgressão
Corporação Militar;
disciplinar envolvendo militares de mais de
III - o Subcomandante-Geral e Chefe do uma Organização Militar, caberá ao
Estado-Maior da Corporação, o Corregedor e comandante da área territorial onde ocorreu
o Chefe do Gabinete Militar aos militares o fato comunicar à autoridade funcional
estaduais da respectiva Corporação Militar; comum aos envolvidos, para as providências
cabíveis.
IV - o Subchefe do Estado-Maior da
Corporação, o Coordenador Geral de Art. 15. Quando duas autoridades de graus
Operações e o Comandante Operacional, hierárquicos diferentes, ambas com ação
aos militares estaduais que estiverem sob disciplinar sobre o transgressor,
seu comando ou coordenação; conhecerem, concomitantemente, da
transgressão disciplinar, competirá à de
V - os Comandantes e Subcomandantes de
maior hierarquia apurá-la ou determinar que
Comandos de Policiamento (ou Comandos
a de menor grau o faça. Parágrafo único. Em
análogos no âmbito do Corpo de Bombeiros)
se tratando de duas autoridades de mesmo
e Diretores, aos militares estaduais que
grau hierárquico, competirá à autoridade
estiverem sob seu comando ou direção;
com precedência em razão da função apurá-
VI - os Comandantes e Subcomandantes de la ou determinar que outra o faça.
Unidades, Comandantes de Subunidades
Independentes, Ajudante-Geral, Chefes de
Seção do Estado Maior Geral, Chefe de Seção II
Centro, Assessores, aos militares estaduais
Dos Limites de Competência das
que estiverem sob seu comando, chefia ou
Autoridades
assessoria;
Art. 16. São competentes para aplicar as
VII - os Comandantes e Subcomandantes de
sanções disciplinares previstas neste Código:
Subunidades, Coordenadores, aos militares
estaduais que estiverem sob seu comando I - o Governador do Estado: advertência,
ou coordenação. repreensão e suspensão por até 30 (trinta)
128
dias, a demissão e a reforma disciplinar imediatamente superior, com ação sobre o
compulsória de oficiais, podendo também transgressor, o agravamento da sanção
aplicar as demais sanções previstas neste aplicada.
Código;
II - o Comandante-Geral da Corporação
Seção III
Militar: advertência, repreensão e
suspensão por até 30 (trinta) dias, o Das Transgressões Disciplinares
licenciamento e a exclusão a bem da
Art. 17. Transgressão disciplinar é toda ação
disciplina e a reforma disciplinar
praticada pelo militar contrária aos preceitos
compulsória das praças;
estatuídos no ordenamento jurídico pátrio
III - o Subcomandante-Geral e Chefe do ofensiva à ética, aos deveres e às obrigações
Estado-Maior da Corporação, o Corregedor e militares, mesmo na sua manifestação
o Chefe do Gabinete Militar: advertência, elementar e simples, ou, ainda, que afete a
repreensão e suspensão por até 20 (vinte) honra pessoal, o pundonor militar e o decoro
dias; da classe, previstas neste Código, não
caracterizada como crime ou contravenção
IV - o Subchefe do Estado-Maior da
penal.
Corporação, o Coordenador Geral de
Operações e o Comandante Operacional: § 1º Da prática de transgressão disciplinar
advertência, repreensão e suspensão por até decorre ao infrator as sanções previstas
20 (vinte) dias; neste Código, sem prejuízo das
responsabilidades penal e civil.
V - os Comandantes e Subcomandantes de
Comandos de Policiamento (ou Comandos § 2º As transgressões compreendem:
análogos no âmbito do Corpo de Bombeiros)
I - todas as ações ou omissões contrárias à
e Diretores: advertência, repreensão e
disciplina militar, especificadas no art. 18,
suspensão por até 15 (quinze) dias;
inclusive, as condutas criminosas previstas
VI - os Comandantes e Subcomandantes de na legislação penal militar ou comum;
Unidades, Comandantes de Subunidades
II - todas as ações ou omissões não
Independentes, Ajudante-Geral, Chefes de
especificadas no art. 18, mas que também
Seção do Estado Maior Geral, Chefe de
violem os valores e deveres militares.
Centro, Assessores: advertência, repreensão
e suspensão por até 10 (dez) dias; § 3º As transgressões disciplinares previstas
nos incisos I e II do parágrafo anterior serão
VII - os Comandantes e Subcomandantes de
classificadas como graves, desde que
Subunidades, Coordenadores: advertência,
venham a ser:
repreensão e suspensão por até 08 (oito)
dias. I - atentatórias à disposição expressa da
Constituição Federal e aos direitos humanos
Parágrafo único. Quando uma autoridade,
fundamentais;
na esfera de sua competência, ao aplicar o
limite máximo previsto para a sanção, II - atentatórias aos Poderes Constituídos, às
concluir que o fato merece sanção mais instituições, ou ao Estado;
severa, cabe-lhe solicitar à autoridade
129
III - de natureza atentatória à dignidade, ao III - usar de força desnecessária no
decoro e à reputação. atendimento de ocorrência ou no ato de
efetuar prisão;
§ 4º As transgressões previstas no inciso II do
§ 2º e não enquadráveis em algum dos IV - não garantir a integridade física e
incisos do § 3º, deste artigo, serão psicológica das pessoas que tiver sob sua
classificadas pela autoridade competente guarda;
como médias ou leves, consideradas as
V - agredir física, moral ou psicologicamente
circunstâncias do fato.
preso sob sua guarda ou permitir que outros
§ 5º Ao aluno matriculado em curso de o façam;
formação para ingresso nas Corporações
VI - permitir que o preso, sob sua guarda,
Militares, aplica-se, no que concerne à
conserve em seu poder instrumentos ou
disciplina, além do disposto nos
outros objetos proibidos, com que possa
regulamentos próprios dos
ferir a si próprio ou a outrem;
estabelecimentos de ensino, onde estiver
matriculado, subsidiariamente, o previsto VII - faltar com a verdade;
neste Código.
VIII - ameaçar, induzir ou instigar alguém
§ 6º Ao militar do Estado, aluno de curso para que não declare a verdade em processo
militar, aplica-se, no que concerne à administrativo, civil ou penal;
disciplina, além do disposto nos
IX - utilizar-se do anonimato, inclusive,
regulamentos próprios dos
através da internet, mídia eletrônica ou
estabelecimentos de ensino onde estiver
quaisquer outros meios de comunicação
matriculado, subsidiariamente, o previsto
social, a fim de denegrir ou comprometer a
neste Código.
imagem da Corporação, de seus integrantes
§ 7º A aplicação das sanções disciplinares ou para quaisquer outros fins ilícitos;
previstas neste Código independe do
X - espalhar boatos ou notícias tendenciosas
resultado de eventual ação penal ou cível.
a prejudicar à boa ordem civil ou militar ou
Art. 18. As transgressões são classificadas, de do bom nome da Corporação;
acordo com a sua gravidade, em graves,
XI - envolver, indevidamente, o nome de
médias e leves, conforme disposto neste
outrem para esquivar-se de
artigo.
responsabilidade;
§ 1º São transgressões disciplinares graves:
XII - publicar, divulgar ou contribuir para a
I - desconsiderar os direitos constitucionais divulgação de fatos, documentos ou
da pessoa no ato da prisão; assuntos administrativos ou técnicos de
natureza militar ou judiciária, que possam
II - comparecer ou tomar parte de
concorrer para o desprestígio da
movimento reivindicatório, no qual os
Corporação;
participantes portem 8 qualquer tipo de
armamento, ou participar de greve; XIII - atentar contra a hierarquia ou a
disciplina, comprometer a segurança da
sociedade e do Estado;
130
XIV - atentar contra honra e a imagem de XXIV - exercer o militar estadual em serviço
pessoas, contrariando os preceitos legais em ativo, a função de segurança, investigação
vigor; ou vigilância particulares, ou administrar ou
manter vínculo de qualquer natureza com
XV - liberar preso ou detido ou dispensar
empresa do ramo de segurança, vigilância ou
parte envolvida em ocorrência sem
investigação, ou outra qualquer que tenha
competência legal para tanto;
relação com as funções desempenhadas na
XVI - solicitar, exigir, receber ou permitir que Corporação, para as quais recebeu formação
o subordinado o faça, em razão da função específica;
pública, vantagem indevida, bem ou valor,
XXV - exercer o militar estadual do serviço
por prestação de serviço em qualquer tipo
ativo, em empresas ou a particulares,
de ocorrência;
atividade de instrutor, professor ou
XVII - assumir compromisso em nome da consultoria a fim de ministrar
Corporação, ou representá-la em qualquer conhecimentos técnicos policiais-militares
ato, sem estar devidamente autorizado; adquiridos em cursos realizados na
Corporação;
XVIII - apropriar-se de bens pertencentes ao
patrimônio público ou particular; XXVI - exercer o militar estadual da ativa, o
comércio ou tomar parte na administração
XIX - empregar subordinado ou servidor civil,
ou gerência de sociedade empresarial e
ou desviar qualquer meio material ou
comercial com fins lucrativos ou dela ser
financeiro sob sua responsabilidade ou não,
sócio, exceto como acionista, cotista ou
para a execução de atividades diversas
comanditário;
daquelas para as quais foram destinadas, em
proveito próprio ou de outrem; XXVII - exercer qualquer atividade estranha
à instituição militar com prejuízo do serviço
XX - provocar desfalques ou deixar de adotar
ou com emprego de meios do Estado ou
providências, na esfera de suas atribuições,
manter vínculo de qualquer natureza com
para evitá-los;
organização voltada para a prática de
XXI - utilizar-se da condição de militar atividade tipificada como contravenção ou
estadual para obter facilidades pessoais de crime;
qualquer natureza ou para encaminhar
XXVIII - exercer, individual ou coletivamente,
negócios particulares ou de terceiros;
atividades de inteligência, sem estar
XXII - dar, receber, pedir ou exigir devidamente credenciado ou autorizado por
gratificação ou presente com finalidade de lei, em proveito próprio ou de terceiros para
retardar, apressar ou obter solução prática de delitos;
favorável em qualquer ato de serviço;
XXIX - concorrer para o desprestígio da
XXIII - fazer, diretamente ou por intermédio Corporação Militar, por meio da prática de
de outrem, agiotagem ou transação crime doloso devidamente comprovado em
pecuniária envolvendo assunto de serviço, procedimento apuratório que, por sua
bens da administração pública ou material natureza, amplitude e repercussão afete
cuja comercialização seja proibida; gravemente a credibilidade e a imagem dos
militares;
131
XXX - deixar de fiscalizar o subordinado que atendimento de ocorrência militar ou em
apresentar sinais exteriores de riqueza outras situações de serviço;
incompatíveis com a remuneração do cargo;
XLII - evadir-se ou tentar evadir-se de
XXXI - não cumprir, sem justo motivo, a escolta, bem como resistir a ela;
execução de ordem recebida;
XLIII - deixar de apurar transgressão
XXXII - dar, por escrito ou verbalmente, disciplinar, da qual tomou conhecimento;
ordem manifestamente ilegal que possa
XLIV - deixar de comunicar ao superior
acarretar responsabilidade ao subordinado,
imediato ou, na ausência deste, a qualquer
ainda que não chegue a ser cumprida;
autoridade superior toda informação que
XXXIII - deixar de assumir a responsabilidade tiver sobre iminente perturbação da ordem
de seus atos ou pelos praticados por pública, crime ou grave alteração do serviço,
subordinados que agirem em cumprimento logo que tenha conhecimento;
de sua ordem;
XLV - omitir, em boletim de ocorrência,
XXXIV - aconselhar ou concorrer para não ser relatório ou qualquer documento, dados
cumprida qualquer ordem legal de indispensáveis ao esclarecimento dos fatos;
autoridade competente, ou serviço, ou para
XLVI - subtrair, extraviar, danificar ou
que seja retardada, prejudicada ou
inutilizar documentos, bens ou semoventes
embaraçada a sua execução;
pertencentes ao patrimônio público ou
XXXV - ofender a moral e os bons costumes particular, que estejam ou não sob sua
por atos, palavras ou gestos; responsabilidade;
XXXVI - dirigir-se, referir-se ou responder a XLVII - deixar de assumir, orientar ou auxiliar
superior de modo desrespeitoso; o atendimento de ocorrência, quando esta,
por sua natureza ou amplitude, assim o
XXXVII - recriminar ato legal de superior ou
exigir;
procurar desconsiderá-lo;
XLVIII - abandonar serviço para o qual tenha
XXXVIII - ofender, provocar ou desafiar
sido designado ou recusar-se a executá-lo na
superior, par ou subordinado, estando ou
forma determinada;
não de serviço;
XLIX - faltar sem justa causa ao expediente
XXXIX - promover ou participar de luta
ou ao serviço para o qual esteja
corporal com superior, par, ou subordinado
nominalmente escalado;
hierárquico;
L - afastar-se, quando em serviço ou em
XL - desrespeitar, em público ou pela
razão função com veículo automotor,
imprensa ou pelas mídias sociais, os atos ou
aeronave, embarcação ou a pé, da área em
decisões das autoridades civis ou dos órgãos
que deveria permanecer ou não cumprir
dos Poderes Constituídos ou de qualquer de
roteiro predeterminado para o serviço;
seus representantes;
LI - fazer uso, estar sob ação ou induzir
XLI - desrespeitar, desconsiderar ou ofender
outrem ao uso de substância proibida,
pessoa por palavras, atos ou gestos, no
entorpecente ou que determine
132
dependência física ou psíquica, ou introduzi- salvo para fins de instrução ou serviço
las em local sob administração militar; autorizado pelo comando;
LII - ingerir bebida alcoólica quando em LXII - dormir em serviço de policiamento,
serviço ou apresentar-se embriagado ou vigilância ou segurança de pessoas ou
com sinais de embriaguez, para prestá-lo; instalações, salvo quando autorizado;
LIII - ingerir bebida alcoólica, uniformizado e LXIII - pilotar aeronave ou embarcação
fora do serviço, salvo em eventos oficial, com imprudência, imperícia,
previamente autorizados; negligência ou sem estar devidamente
habilitado;
LIV - portar ou possuir arma em desacordo
com as normas vigentes; LXIV - conduzir ou operar viatura militar,
com imprudência, imperícia, negligência ou
LV - andar ostensivamente armado, em
sem ter a carteira nacional de habilitação;
trajes civis, não se achando de serviço;
LXV - frequentar ou fazer parte de sindicatos
LVI - disparar arma por imprudência,
ou de associações cujos estatutos não
negligência, imperícia ou
estejam de conformidade com a lei;
desnecessariamente;
LXVI - retardar ou deixar de cumprir dever ou
LVII - não obedecer às normas técnicas ou
norma de ação estabelecidos em norma
regras básicas de segurança no manuseio de
legal, em benefício próprio ou de terceiros,
armamentos e munições ou não ter cautela
com prejuízos para a administração pública;
ou devido zelo na guarda de arma própria ou
sob sua responsabilidade; LXVII - retardar ou deixar de praticar,
indevidamente, ato de ofício;
LVIII - não obedecer às normas técnicas ou
regras básicas de segurança no manuseio e LXVIII - deixar de punir o transgressor da
cautela de equipamentos, ou não ter o disciplina, salvo se houver causa de
devido zelo na sua guarda e utilização justificação;
quando estiver sob sua responsabilidade;
LXIX - tomar parte em jogos proibidos ou
LIX - ceder, emprestar, remeter, empregar, jogar a dinheiro os permitidos, quando
adulterar arma de fogo, acessório ou fardado;
munição de uso proibido ou restrito, sem
LXX - divulgar, permitir ou concorrer para a
autorização e em desacordo com
divulgação indevida de fato ou documento
determinação legal ou regulamentar.
de interesse da administração pública com
LX - retirar ou tentar retirar de local, sob classificação sigilosa;
administração militar, material, documento,
LXXI - ferir a hierarquia ou a disciplina, de
viatura, aeronave, embarcação ou animal,
modo comprometedor para a segurança da
ou mesmo deles servir-se, sem ordem do
sociedade e do Estado.
responsável ou proprietário;
LXXII - frequentar lugares incompatíveis com
LXI - tentar, entrar ou sair de Organização
o decoro social ou militar, salvo por motivo
Militar, com tropa, sem prévio
de serviço;
conhecimento da autoridade competente,
133
LXXIII - violar, alterar ou deixar de preservar desabonados antecedentes criminais ou
local de crime; policiais, salvo por motivo relevante ou de
serviço;
LXXIV - simular doença para esquivar-se ao
cumprimento do dever. X - interferir na administração de serviço ou
na execução de ordem ou missão sem ter a
§ 2º São transgressões disciplinares médias:
devida competência para tal;
I - reter o preso, a vítima, as testemunhas,
XI - desacreditar seu superior, par ou
informantes ou partes não envolvidas por
subordinado hierárquico;
mais tempo que o necessário para a solução
do procedimento policial, administrativo ou XII - deixar de prestar a superior hierárquico
penal; continência ou outros sinais de honra e
respeito previstos em regulamento;
II - provocar ou fazer-se, voluntariamente,
causa ou origem de alarmes injustificados; XIII - deixar de corresponder a cumprimento
de seu subordinado;
III - comparecer ou tomar parte de
movimento reivindicatório, no qual os XIV - deixar de exibir, estando ou não
participantes não portem qualquer tipo de uniformizado, documento de identidade
armamento, que possa concorrer para o funcional ou recusar-se a declarar seus
desprestígio da Corporação Militar ou ferir a dados de identificação quando lhe for
hierarquia e a disciplina; exigido por autoridade competente;
IV - concorrer para a discórdia, desarmonia XV - deixar de comunicar fato que, em tese,
ou cultivar inimizade entre companheiros; constitua transgressão disciplinar;
V - entender-se com o preso, de forma XVI - deixar de fazer os devidos
velada, ou deixar que alguém o faça, sem procedimentos formais no âmbito da
autorização de autoridade competente ou aplicação de sanção disciplinar;
contrariando normas;
XVII - não levar ao conhecimento da
VI - contrair dívida ou assumir compromisso autoridade competente fato ilegal ou
superior às suas possibilidades financeiras, irregularidade que presenciar ou de que
desde que venha a expor ostensivamente a tiver ciência e que não lhe caiba reprimir;
imagem da Corporação Militar;
XVIII - deixar de manifestar-se nos
VII - retardar, sem justo motivo, a execução documentos e processos que lhe forem
de qualquer ordem recebida; encaminhados, exceto nos casos de
suspeição ou impedimento, ou de absoluta
VIII - procrastinar, injustificadamente,
falta de elementos, hipóteses em que essas
expediente que lhe seja encaminhado, bem
circunstâncias serão fundamentadas;
como atrasar o prazo para conclusão de
procedimentos de polícia judiciária militar XIX - deixar de encaminhar à autoridade
ou demais procedimentos e processos competente, no mais curto prazo e pela via
administrativos disciplinares militares; hierárquica, documento ou processo que
receber, se não for de sua alçada a solução;
IX - manter relações de amizade ou exibir-se
em público com pessoas de notórios e
134
XX - retardar ou prejudicar o serviço de quando designado para comissão ou serviço
polícia judiciária militar que deva promover extraordinário, prontidão, treinamentos,
ou em que esteja investido; instrução formaturas, solenidades e
manobras;
XXI - desrespeitar atos administrativos,
ordens judiciais, ou embaraçar suas XXXI - deixar de identificar-se quando
execuções; solicitado, ou quanto as circunstâncias o
exigirem;
XXII - causar ou contribuir para a ocorrência
de acidente de serviço ou instrução; XXXII - não se apresentar ao seu superior
imediato ao término de qualquer
XXIII - apresentar comunicação disciplinar ou
afastamento do serviço ou, ainda, logo que
representação sem fundamento ou interpor
souber que o mesmo tenha sido
recurso disciplinar sem observar as
interrompido ou suspenso;
prescrições regulamentares;
XXXIII - introduzir bebidas alcoólicas em local
XXIV - dificultar ao subordinado o
sob administração militar, salvo se
oferecimento de representação, recurso
devidamente autorizado;
disciplinar ou o exercício do direito de
petição; XXXIV - ter em seu poder, introduzir, ou
distribuir em local sob administração militar,
XXV - faltar a qualquer ato de serviço em que
substância ou material inflamável ou
deva tomar parte ou assistir, ou ainda,
explosivo sem permissão da autoridade
retirar-se antes de seu encerramento sem a
competente;
devida autorização;
XXXV - desrespeitar regras de trânsito, de
XXVI - faltar a ato judiciário, administrativo
tráfego aéreo ou de navegação marítima,
ou similar, salvo motivo relevante a ser
lacustre ou fluvial;
comunicado por escrito à autoridade a que
estiver subordinado, e assim considerado XXXVI - autorizar, promover ou executar
por esta, na primeira oportunidade, antes ou manobras perigosas com viaturas,
depois do ato, do qual tenha sido aeronaves, embarcações ou animais;
previamente cientificado;
XXXVII - não ter o devido zelo, por ação ou
XXVII - afastar-se de qualquer lugar em que omissão, com os bens ou semoventes
deva estar por força de dispositivo ou ordem pertencentes ao patrimônio público ou
legal; particular, que estejam ou não sob sua
responsabilidade;
XXVIII - permutar serviço sem permissão da
autoridade competente; XXXVIII - deixar de solicitar a presença de
perícia oficial quando envolver-se em
XXIX - deixar de apresentar-se à Junta
ocorrência de trânsito com veículos
Médica (ou perícia oficial) ou seguir os
pertencentes à Corporação Militar, bem
trâmites regulamentares e administrativos,
como os cedidos ou locados para o serviço;
quando de dispensa por questões de
doença; XXXIX - trabalhar mal, intencionalmente ou
por desídia, em qualquer serviço, instrução
XXX - deixar de se apresentar às autoridades
ou missão;
competentes nos casos de movimentação ou
135
XL - negar-se a utilizar ou a receber do Estado XLVIII - usar no uniforme, insígnia, medalha,
fardamento, armamento, equipamento ou condecoração ou distintivo, não
bens que lhe sejam destinados ou devam regulamentares ou de forma indevida;
ficar em seu poder ou sob sua
XLIX - deixar de exibir no uniforme a tarja de
responsabilidade;
identificação do nome de guerra;
XLI - deixar o responsável pela segurança da
L - ostentar, quando uniformizado, tatuagem
Organização Militar de cumprir as
que atente contra a moral, os bons
prescrições regulamentares com respeito a
costumes, a dignidade da pessoa humana e
entrada, saída e permanência de pessoa
às instituições democráticas;
estranha;
LI - exibir, a militar estadual feminina,
XLII - permitir que pessoa não autorizada
quando uniformizada, brincos, piercings,
adentre prédio ou local interditado;
joias ou adereços em desacordo com o
XLIII - deixar, ao entrar ou sair de disposto no Regulamento de Uniformes da
Organização Militar onde não sirva, de dar Corporação Militar ou norma a respeito;
ciência da sua presença ao oficial ou
LII - usar, o militar estadual masculino,
graduado de serviço e, em seguida, se oficial,
quando uniformizado, brincos e piercings;
de procurar o comandante ou o oficial de
posto mais elevado ou seu substituto legal LIII - usar, o militar estadual masculino,
para expor a razão de sua presença, salvo as quando uniformizado, adereços em
exceções regulamentares previstas; desacordo com os costumes militares;
XLIV - abrir ou tentar abrir qualquer LIV - comparecer, uniformizado, a
dependência da Organização Militar, desde manifestações ou reuniões de caráter
que não seja a autoridade competente ou político-partidária, salvo por motivo de
sem sua ordem, salvo em situações de serviço ou quando autorizado;
emergência;
LV - autorizar, promover ou participar de
XLV - permanecer em dependência de outra petições ou manifestações de caráter
Organização Militar ou local de serviço sem reivindicatório, de cunho político-partidário,
consentimento ou ordem da autoridade religioso, de crítica ou de apoio a ato de
competente; superior, para tratar de assuntos de
natureza militar, ressalvados os de natureza
XLVI - deixar de exibir a superior hierárquico,
técnica ou científica havidos em razão do
quando por ele solicitado, objeto ou volume,
exercício da função militar;
ao entrar ou sair de qualquer Organização
Militar; LVI - recorrer a outros órgãos, pessoas ou
instituições, exceto ao Ministério Público e
XLVII - apresentar-se, em qualquer situação,
ao Poder Judiciário, para resolver assunto de
mal uniformizado, com o uniforme alterado
interesse pessoal relacionados com a
ou diferente do previsto, contrariando o
Corporação Militar, sem observar os
Regulamento de Uniformes da Corporação
preceitos estabelecidos neste Código;
Militar ou norma a respeito;
136
LVII - deixar de cumprir as normas legais ou IV - deixar, tão logo seus afazeres o
regulamentares, na esfera de suas permitam, de apresentar-se ao seu superior
atribuições; funcional conforme prescrições
regulamentares;
LVIII - ter em seu poder, introduzir ou
distribuir, em local sob administração V - dirigir-se diretamente ao superior
militar, publicações, estampas ou jornais que hierárquico pelo nome, sem fazer menção
atentem contra a disciplina, a moral ou as ao posto ou graduação;
instituições;
VI - deixar, nas solenidades, de apresentar-
LIX - distribuir, ainda que fora de local sob se ao superior hierárquico de posto ou
administração militar, publicações, graduação mais elevada e de saudar os
estampas ou jornais que atentem contra a demais, de acordo com as normas
disciplina, a moral ou as instituições; regulamentares;
LX - discutir ou provocar discussão, por VII - consentir, o responsável pelo posto de
qualquer veículo de comunicação, sobre serviço ou a sentinela, na formação de grupo
assuntos políticos, militares ou policiais, ou permanência de pessoas junto ao seu
excetuando-se os de natureza posto;
exclusivamente técnica, quando
VIII - içar ou arriar, sem ordem, bandeira ou
devidamente autorizado;
insígnia de autoridade;
LXI - não ter pelo preparo próprio, ou de seus
IX - dar toques ou fazer sinais, previstos nos
subordinados ou instruendos, a dedicação
regulamentos, sem ordem de autoridade
imposta pelo sentimento do dever;
competente;
LXII - conduzir veículo, pilotar aeronave ou
X - conversar ou fazer ruídos em ocasiões ou
embarcação oficial, sem autorização,
lugares impróprios;
mesmo estando habilitado;
XI - deixar de comunicar a alteração de dados
LXIII - chegar atrasado ao expediente, ao
de qualificação pessoal, telefone ou
serviço para o qual esteja escalado,
mudança de endereço residencial;
convocado, designado ou a qualquer outro
ato em que deva tomar parte ou assistir; XII - deixar de comunicar a tempo, à
autoridade competente, a impossibilidade
LXIV - maltratar, permitir maus tratos ou não
de comparecer à Organização Militar ou a
ter o devido cuidado com animais.
qualquer ato ou serviço de que deva
§ 3º São transgressões disciplinares leves: participar ou a que deva assistir;
I - fumar em local não permitido; XIII - permanecer, alojado ou não, deitado
em horário de expediente no interior da
II - deixar de comunicar ao superior a
Organização Militar, sem autorização de
execução de ordem dele recebida, no mais
quem de direito;
curto prazo possível;
XIV - adentrar, sem permissão ou ordem, em
III - retirar-se da presença do superior
lugar cuja entrada lhe seja vedada;
hierárquico sem obediência às normas
regulamentares;
137
XV - transportar na viatura, aeronave ou Art. 19. As sanções disciplinares aplicáveis
embarcação que esteja sob seu comando ou aos militares estaduais, independentemente
responsabilidade, pessoas, animais ou do posto, graduação ou função que ocupem,
materiais, sem autorização da autoridade são:
competente;
I- advertência;
XVI - andar a cavalo, a trote ou galope, sem
II- repreensão;
necessidade, pelas ruas da cidade ou castigar
a montada; III- suspensão;
XVII - acionar desnecessariamente o rádio ou IV- reforma disciplinar compulsória;
sirene de viatura militar;
V- demissão;
XVIII - permanecer em dependência da
VI- licenciamento e a exclusão a bem da
própria Organização Militar ou local de
disciplina;
serviço, desde que a ele estranho, sem
consentimento ou ordem da autoridade Parágrafo único. Todo fato que constituir
competente; transgressão deverá ser levado ao
conhecimento da autoridade competente
XIX - entrar ou sair, de qualquer Organização
para as providências disciplinares.
Militar, por lugares que não sejam para isso
designados;
XX - usar vestuário incompatível com o local Seção II
ou ocasião ou descuidar do asseio próprio;
Da Advertência
XXI - estar em desacordo com as normas
regulamentares de apresentação pessoal; Art. 20. A advertência, forma mais branda de
sanção, é aplicada ao transgressor,
XXII - permitir ou aceitar qualquer
publicada de forma reservada ou ostensiva,
manifestação coletiva de pares e
devendo sempre ser registrada nos
subordinados, com exceção das
assentamentos individuais, não devendo
demonstrações de boa e sã camaradagem e
surtir efeito no comportamento das praças e
com prévio conhecimento do
no conceito dos oficiais, bem como não
homenageado;
constar em certidão de punições.
XXIII - adentrar ao quartel em trajes civis em
Parágrafo único. A sanção de que trata o
horário de expediente sem autorização de
caput deste artigo, aplica-se exclusivamente
quem de direito.
às transgressões de natureza leve.
CAPÍTULO IV
Seção III
DAS SANÇÕES DISCIPLINARES
Da Repreensão
Seção I
Art. 21. A repreensão é a sanção feita por
Disposições Gerais escrito ao transgressor, publicada de forma
reservada ou ostensiva, devendo sempre ser
registrada nos assentamentos individuais.
138
Parágrafo único. A sanção de que trata o mediante parecer da Junta Médica ou perícia
caput deste artigo aplica-se às transgressões oficial, em laudo de exame de insanidade
de naturezas leve e média. mental, for considerado incapaz de
permanecer no serviço ativo da Corporação
Militar.
Seção IV
§ 2º A reforma disciplinar compulsória do
Da Suspensão militar estadual será efetuada no grau
hierárquico, graduação ou posto que possuir
Art. 22. A suspensão é a medida disciplinar
na ativa e com proventos proporcionais ao
sancionatória que consiste no afastamento
seu tempo de serviço.
14 temporário do exercício de cargo,
encargo ou função do militar estadual da
ativa que incorrer em transgressões de
Seção VI
natureza média ou grave, implicando em
desconto no subsídio do punido de 1/30 (um Da Demissão
trinta avos) por dia de suspensão por ficar
Art. 24. A demissão decorrerá de processo
afastado de suas atividades.
de perda do posto e da patente,
§ 1º O militar que sofrer a sanção constante consequente da submissão do oficial militar
no caput deste artigo não fará jus ao estadual a Conselho de Justificação.
adicional noturno e ao auxílio alimentação,
§ 1º O oficial perderá o posto e a patente se
correspondente ao período de suspensão.
for julgado indigno do oficialato, ou com ele
§ 2º O desconto previsto no caput deste incompatível, por decisão do Tribunal
artigo não poderá ser superior a trinta por competente, tendo por consequência a sua
cento do valor do subsídio mensal do demissão por ato do Governador do Estado.
punido.
§ 2º O oficial da ativa demitido não terá
direito a qualquer remuneração ou
indenização.
Seção V
§ 3º O oficial inativo demitido perderá todos
Da Reforma Disciplinar Compulsória
os seus direitos inerentes ao posto e à
Art. 23. A reforma disciplinar compulsória patente militares, exceto a percepção de
consiste na passagem do militar estadual da remuneração.
ativa para a inatividade, pelo reiterado
cometimento de transgressões ou pela sua
gravidade, em vista da constatação da falta Seção VII
de condições para o desempenho das suas
Do Licenciamento e da Exclusão a Bem da
funções na Corporação Militar.
Disciplina
§ 1º A reforma disciplinar compulsória
Art. 25. O licenciamento e a exclusão a bem
poderá ser aplicada, em sede de pertinente
da disciplina serão aplicados pelo
processo administrativo disciplinar, pelas
Comandante Geral e consiste no
autoridades dos incisos I e II, do art. 13,
desligamento compulsório e definitivo da
deste Código, quando o militar estadual,
Corporação Militar Estadual.
139
§ 1º A exclusão a bem da disciplina será § 2º A comunicação disciplinar poderá ser
aplicada às praças da ativa com estabilidade lavrada em forma de parte, ofício, correio
assegurada, às inativas da reserva eletrônico, ou qualquer outro meio em uso
remunerada ou reformadas e às praças na Corporação Militar.
especiais.
§ 3º Quando o militar tomar conhecimento
§ 2º O licenciamento a bem da disciplina de indícios da prática de transgressão da
deve ser aplicado à praça sem estabilidade disciplina através de jornais, publicações,
assegurada. termos de declarações ou outros meios,
deverá promover a remessa à autoridade
Art. 26. A exclusão e o licenciamento a bem
competente, por intermédio do seu diretor,
da disciplina decorrem da apreciação da
chefe ou comandante imediato, no primeiro
incapacidade da praça militar para
dia útil subsequente ao fato motivador, caso
permanecer na Corporação, apurados,
não seja a autoridade competente para
respectivamente, mediante Conselho de
promover a apuração.
Disciplina e Processo Administrativo
Disciplinar Ordinário. Art. 28. A comunicação disciplinar deve ser
clara, concisa e precisa, contendo os dados
§ 1º A praças da ativa e as praças especiais
capazes de identificar as pessoas ou coisas
licenciadas ou excluídas a bem da disciplina
envolvidas, o local, a data e a hora do fato,
não terão direito a qualquer remuneração
além de caracterizar as circunstâncias que o
ou indenização.
envolveram sem tecer comentários ou
§ 2º A praça inativa excluída a bem da opiniões pessoais. Parágrafo único. A
disciplina perderá todos os seus direitos autoridade militar que receber a
inerentes à graduação militar, exceto a comunicação disciplinar, não sendo
percepção de remuneração. competente para solucioná-la, deverá
encaminhá-la a seu superior imediato para
as medidas que se fizerem necessárias.
CAPÍTULO V
Art. 29. No caso de ocorrência disciplinar
DO CONHECIMENTO E DA COMUNICAÇÃO envolvendo militares integrantes das Forças
DISCIPLINAR Armadas ou de outras co-irmãs militares
estaduais, as autoridades dos incisos II e III,
Art. 27. Todo militar que tiver conhecimento
do art. 13 deste Código deverão tomar as
de fato contrário à disciplina praticado por
medidas administrativas necessárias sobre a
subordinado hierárquico ou funcional
ocorrência e do que foi apurado aos
deverá participá-lo a seu diretor, chefe ou
Comandantes das respectivas forças.
comandante imediato por meio de
comunicação disciplinar por escrito.
§ 1º A comunicação disciplinar deverá ser CAPÍTULO VI
lavrada e remetida ao diretor, chefe ou
DA DISPONIBILIDADE CAUTELAR
comandante imediato até o término do
expediente do primeiro dia útil subsequente Art. 30. A disponibilidade cautelar é a
ao fato motivador. medida administrativa não sancionatória
que se presta a retirar o militar estadual do
140
exercício das funções do local onde ocorreu CAPÍTULO VII
o fato, até o término da sua apuração,
DA APURAÇÃO, DO JULGAMENTO, DA
devendo prestar serviços, normalmente, em
APLICAÇÃO E DO CUMPRIMENTO DA
nova Organização Militar na localidade em
SANÇÃO DISCIPLINAR
que for designado pelo Comandante Geral
da respectiva Corporação. Seção I
§ 1º A disponibilidade cautelar será Da Apuração
solicitada, via Corregedoria, pelos
Art. 32. A apuração disciplinar ocorrerá a
encarregados de processos, de
critério da autoridade competente, ao tomar
procedimentos e de comissões
conhecimento de um fato por meio de
processantes, pelas autoridades delegantes
comunicação disciplinar, em razão de
elencadas no art. 13, na ocorrência das
requerimento da parte ofendida ou de quem
hipóteses de:
legalmente a represente, em virtude de
I - dar causa a desvios de conduta grave que representação de autoridade que tenha
afetem os valores militares previstos no art. conhecimento do dano ou infração
9º, deste Código; disciplinar, cuja repressão não tenha
competência, e por meio das mídias sociais,
II - ser acusado de prática de crime ou de ato
dentre outros.
irregular que efetivamente concorra para o
desprestígio da Corporação Militar e de seus Art. 33. Na apuração disciplinar serão
integrantes. observados os princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e
§ 2º É imprescindível a existência de provas
eficiência, dentro dos pressupostos da
da conduta irregular e indícios suficientes de
proporcionalidade e razoabilidade, cabendo
responsabilidade do militar, para que seja
à autoridade militar que tiver conhecimento
declarada a sua disponibilidade cautelar.
da prática de dano ou infração disciplinar,
Art. 31. A autoridade que solicitar a sempre considerar a natureza, a gravidade e
disponibilidade cautelar deverá, em seu os motivos determinantes do fato, os danos
pedido, sugerir o local de seu cumprimento, causados, a personalidade e os
bem como especificar a duração da medida, antecedentes do transgressor, a intensidade
com observância do prazo máximo de 40 do dolo ou o grau da culpa, para adoção das
(quarenta) dias, que poderá ser prorrogado medidas administrativas e disciplinares
por mais 20 (vinte) dias. cabíveis.
§ 1º Os pedidos para aplicação inicial da Art. 34. Na apuração disciplinar nenhum
medida de disponibilidade cautelar ou de militar será interrogado se estiver em estado
sua prorrogação deverão ser feitos com de embriaguez ou sob a ação de substância
antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) entorpecente.
horas.
Art. 35. A apuração disciplinar ocorrerá
§ 2º A disponibilidade cautelar assegura ao através dos procedimentos e processos
militar a percepção dos seus vencimentos e disciplinares previstos neste Código.
vantagens integrais inerentes ao seu cargo.
141
Seção II de necessidade, calamidade pública ou
manutenção da ordem e da disciplina;
Do Julgamento
VI - ter praticado a transgressão para evitar
Art. 36. O julgamento dos fatos ou atos
mal maior;
transgressionais deve ser feito com
serenidade e imparcialidade, para que o VII - ter praticado a transgressão sob coação
agente fique consciente e convicto de que irresistível; Parágrafo único. Não haverá
ele se inspira no cumprimento exclusivo do aplicação de sanção disciplinar quando for
dever, na preservação da disciplina que tem reconhecida qualquer causa de justificação.
em vista o benefício educativo dele e da
Art. 39. São circunstâncias atenuantes:
coletividade.
I - estar, no mínimo, no bom
Art. 37. O julgamento deve se precedido de
comportamento;
um exame e de uma análise que considerem:
II - ter relevância de serviços prestados; III -
I - os antecedentes do transgressor;
ter praticado a falta em defesa própria, de
II - as causas que a determinarem; seus próprios direitos ou dos de outrem;
III - a natureza dos fatos ou os atos que a IV - ter praticado a falta por motivo de
envolverem; relevante valor social;
IV - as consequências que dela possam V - falta de prática do serviço;
resultar.
VI - ter sido a transgressão praticada em
Parágrafo único. No julgamento dos fatos ou decorrência da falta de melhores
atos transgressionais ainda podem ser esclarecimentos quando da emissão da
levantadas causas de justificação ou as ordem ou de falta de meios adequados para
circunstâncias que os atenuem e /ou os o seu cumprimento, devendo tais
agravem. circunstâncias ser plenamente
comprovadas;
Art. 38. São causas de justificação:
VII - colaborar na apuração da transgressão
I - motivo de força maior ou caso fortuito,
disciplinar;
plenamente comprovados;
VIII - ter o agente confessado
II - em preservação da ordem pública ou do
espontaneamente a autoria da transgressão,
interesse coletivo, na prática de ação
quanto esta for ignorada ou imputada a
meritória ou no interesse do serviço, da
outrem;
ordem ou do sossego público;
IX - ter o transgressor procurado diminuir as
III - legítima defesa própria ou de outrem;
consequências da transgressão, antes da
IV - obediência a ordem superior, desde que sanção, reparando os danos.
a ordem recebida não seja manifestamente
Art. 40. São circunstâncias agravantes:
ilegal;
I - estar em mau comportamento;
V - uso de força para compelir o subordinado
a cumprir rigorosamente o seu dever, no II - prática simultânea ou conexão de duas ou
caso de perigo, necessidade urgente, estado mais transgressões;
142
III - reincidência;
IV - conluio de duas ou mais pessoas; Seção III
V - ter sido a falta praticada durante a Da Aplicação da Sanção Disciplinar
execução do serviço;
Art. 42. A sanção disciplinar será
VI - ter praticado a transgressão com proporcional à gravidade e natureza da
premeditação; infração, observados os seguintes limites:
VII - ter sido a falta praticada em presença de I - as faltas leves são puníveis com sanção de
subordinado, de tropa ou de civil; advertência ou repreensão;
VIII - ter sido a falta praticada com abuso de II - as faltas médias são puníveis com sanção
autoridade hierárquica ou funcional ou com de repreensão ou suspensão;
emprego imoderado de violência
III - as faltas graves são puníveis com
manifestamente desnecessária.
suspensão, demissão, exclusão bem da
§ 1º Considera-se reincidência quando o disciplina e licenciamento a bem da
militar pratica transgressão disciplinar disciplina ou reforma disciplinar
depois da decisão administrativa irrecorrível compulsória.
que o tenha aplicado sanção por qualquer
Parágrafo único. Na ocorrência de mais de
transgressão prevista neste Código.
uma transgressão, quando forem praticadas
§ 2º Serão considerados para reincidência os de forma conexa, as de menor gravidade
seguintes requisitos: serão consideradas como circunstâncias
agravantes da transgressão principal.
I - decisão administrativa irrecorrível de
transgressão disciplinar anterior; Art. 43. Pela mesma transgressão não será
aplicada mais de uma sanção disciplinar e,
II - prática de qualquer nova transgressão
no concurso de transgressões, aplicar-se-á a
disciplinar;
sanção relativa à mais grave.
III - a reincidência não poderá ser invocada,
Art. 44. A aplicação da sanção disciplinar, nos
passados 05(cinco) anos de cumprida pelo
termos do art. 19, deste Código
acusado sua última sanção disciplinar ou
compreenderá em:
após o seu cancelamento.
I - elaboração da nota de punição com o
§ 3º A sanção de advertência aplicada ao
respectivo enquadramento;
militar estadual não será considerada para
fins de reincidência. II - publicação em boletim ou Diário Oficial
do Estado do Piauí – DOE/PI; e III - registro
Art. 41. A prática reiterada de transgressões
na ficha disciplinar individual do punido.
disciplinares de naturezas média e grave,
demonstrada pela aparente insensibilidade Art. 45. A nota de punição não conterá
por parte do transgressor, ante à ineficiência comentários depreciativos ou ofensivos,
das punições que lhe forem impostas, nem alusões pessoais ao punido, permitidos
poderá ensejar em motivos para demissão, os ensinamentos, devendo conter:
licenciamento a bem disciplina ou exclusão a
I - a descrição clara e precisa dos fatos;
bem da disciplina.
143
II - as circunstâncias que configuram a civil e criminal emanadas do mesmo fato.
transgressão; Parágrafo único. Ressalvados os casos de
negativa de autoria ou inexistência do fato,
III - o enquadramento disciplinar constando:
a instauração de inquérito ou ação criminal,
a) a indicação dos dispositivos legais não impedirá a imposição, na esfera
infringidos; administrativa, de sanção pela prática de
transgressão disciplinar sobre o mesmo fato.
b) as circunstâncias atenuantes ou
agravantes e as causas de justificação;
c) a classificação da transgressão; Seção IV
144
Art. 51. O comportamento da praça militar Art. 55. A reclassificação consiste na
está sujeito à classificação, à reclassificação gradação decrescente de comportamento,
e à melhoria. em razão de sanção disciplinar aplicada ao
militar.
§ 1º Compete às autoridades discriminadas
nos incisos do art. 13, deste Código, § 1º Para fins disciplinares a praça terá o seu
adotarem os procedimentos administrativos comportamento reclassificado:
necessários à classificação, à reclassificação
I - do excepcional para o:
e à melhoria do comportamento das praças.
a) ótimo, quando for punida com
§ 2º Para efeito de reclassificação ou
repreensão;
melhoria do comportamento ter-se-ão como
bases as datas em que as sanções b) bom, quando for punida com suspensão;
disciplinares foram publicadas.
II - do ótimo para o bom, quando for punida
no período de 04 (quatro) anos de efetivo
serviço, com mais de 01 (uma) repreensão;
Seção II
III - do bom para o:
Da Classificação
a) insuficiente, quando for punida, no
Art. 52. A classificação é o procedimento
período de 01(um) ano de efetivo serviço
administrativo que reconhece a categoria
com 01(uma) suspensão;
comportamental em que se deve enquadrar
a praça, com a devida consignação na sua b) mau, quando for punida, no período de
ficha disciplinar, a partir do seu ingresso na 01(um) ano de efetivo serviço, com mais de
Corporação, ficando sujeito a gradações de 02(duas) suspensões;
acordo com sua conduta castrense.
IV - do insuficiente para o mau, quando for
Art. 53. O comportamento da praça, na punida, no período de um 01(um) ano de
Corporação, será classificado em: efetivo serviço, com mais de 02(duas)
suspensões. § 2º Para efeito de
I - Excepcional;
reclassificação:
II - Ótimo;
I- 02(duas) advertências equivalem a
III - Bom; 01(uma) repreensão;
IV - Insuficiente; II- 02(duas) advertências e 01(uma)
repreensão equivalem a 01(uma) suspensão;
V - Mau.
III- 02(duas) repreensões equivalem a
Art. 54. Ao ser admitida, a praça militar
01(uma) suspensão.
estadual será classificada no
comportamento previsto no inciso III, deste
artigo.
Seção IV
Da Melhoria
Seção III
Art. 56. A melhoria de comportamento
Da Reclassificação consiste na gradação crescente de
145
comportamento, em razão de lapso Seção II
temporal sem sanção disciplinar sofrida pelo
Da Sindicância
militar.
Art. 58. A sindicância é o procedimento
§ 1º Para fins disciplinares a praça terá
administrativo, de caráter célere e de
melhoria do seu comportamento, feita
instrução provisória, que tem por finalidade
automaticamente:
a elucidação de fatos supostamente ilícitos
I- do mau para o insuficiente, quando, no ou irregulares, objetivando identificar suas
período de 01(um) ano, não houver sofrido circunstâncias e a determinação de sua
qualquer punição; autoria, podendo servir como medida
antecedente a providências disciplinares,
II- do insuficiente para o bom, quando, no
cíveis, criminais e/ou administrativas.
período de 02(dois) anos, não houver sofrido
qualquer punição; Parágrafo único. Da sindicância pode
resultar:
III- do bom para o ótimo, quando, no período
de 04(quatro) anos, não houver sofrido I - arquivamento;
qualquer punição;
II - instauração de Processo Administrativo
IV- do ótimo para o excepcional, quando no Disciplinar Simplificado ou Ordinário;
período de 08(oito) anos, não houver sofrido
III - instauração de Conselho de Disciplina ou
qualquer punição.
de Justificação;
IV - instauração de Inquérito Técnico;
CAPÍTULO IX
V - instauração de Inquérito Policial Militar;
DOS PROCEDIMENTOS E PROCESSOS
VI - a realização de Termo de Ajustamento de
ADMINISTRATIVOS DISCIPLINARES
Conduta por dano material;
Seção I
VII - encaminhamento à autoridade de
Disposições Gerais Polícia Judiciária competente, se resultar
indícios de infração penal comum a apurar.
Art. 57. Os procedimentos e processos
disciplinares de que trata este Código, para Art. 59. Em caso de denúncia anônima, a
os militares do Estado, serão: autoridade competente determinará a
realização de uma sindicância.
I - Sindicância;
Art. 60. A sindicância será instaurada pelas
II - Inquérito Técnico;
autoridades constantes no art. 13, deste
III - Processo Administrativo Disciplinar Código.
Simplificado;
Art. 61. Poderão ser delegados para
IV - Processo Administrativo Disciplinar proceder a sindicância, oficiais ou
Ordinário; aspirantes-a-oficial, e excepcionalmente,
subtenentes ou sargentos, devendo os
V - Conselhos de Ética e Disciplina Militares.
sindicantes sempre serem superiores
146
hierárquicos dos sindicados e se, do mesmo à Corregedoria para fins de controle
posto ou graduação, mais antigos. apuratório e estatístico da Corporação
Militar.
§ 1º Não poderá ser encarregado de
sindicância quem formulou a acusação,
quem tiver com o sindicado ou suposto
Seção III
ofendido parentesco consanguíneo ou afim,
na linha reta ou colateral até o 3º grau por Do Inquérito Técnico
consanguinidade colateral ou afinidade de
Art. 64. Inquérito Técnico é o procedimento
natureza civil ou que tenha particular
administrativo militar destinado a levantar
interesse.
dados sobre acidentes com viaturas de posse
§ 2° Se, no decorrer da sindicância, o da Corporação e apurar as responsabilidades
encarregado verificar a existência de indícios pelos danos materiais causados.
contra militar superior ou mais antigo,
Parágrafo único. Do Inquérito Técnico
deverá encerrar a apuração e comunicar
poderá resultar responsabilidade civil,
imediatamente seu impedimento à
independentemente das sanções
autoridade delegante, a fim de que outro
administrativa e criminal aplicáveis.
seja designado para prossegui-la.
Art. 65. O Inquérito Técnico será instaurado,
§ 3º Caberá ao sindicante, se não tiver sido
pelas autoridades constantes nos incisos II a
feita pela autoridade instauradora, caso
VI do art. 13, deste Código, mediante
necessário, a designação de escrivão para os
delegação, quando tomarem conhecimento
trabalhos de digitação, recaindo em oficial,
de acidente de trânsito envolvendo viaturas
subtenente, sargento ou cabo.
que estejam sob sua responsabilidade.
Art. 62. O prazo para conclusão da
Parágrafo único. Excepcionalmente o
sindicância será de 20 (vinte) dias, a contar
Comandante Geral da Corporação instaurará
do dia útil posterior ao do recebimento,
o Inquérito técnico, adotando as medidas
prorrogável por 20(vinte) dias, mediante
pertinentes constantes neste Código.
pedido justificado do sindicante à
autoridade instauradora. Art. 66. Poderão ser delegados encarregados
para procederem, ao Inquérito Técnico,
Art. 63. Toda sindicância instaurada deverá
oficiais ou aspirantes-a-oficial, e
ter curso normal, não podendo ser sua
excepcionalmente, subtenentes ou
portaria revogada ou invalidada, a não ser
sargentos, devendo os encarregados serem
que apresente vício insanável ou que os
sempre superiores hierárquicos dos
fatos nela citados estejam sendo apurados
condutores envolvidos nos acidentes e se,
em outro procedimento.
do mesmo posto ou graduação, mais
§ 1º O ato de revogação ou invalidação antigos.
deverá ser motivado, indicando as razões de
§ 1º Não poderá ser encarregado do
fato e de direito e publicado em boletim.
Inquérito Técnico quem formulou a
§ 2º A autoridade instaurada da sindicância acusação, quem tiver com os envolvidos no
deverá ao final sempre efetuar a remessa de acidente parentesco consanguíneo ou afim,
cópias da portaria, do relatório e da solução na linha reta ou colateral até o 3º grau por
147
consanguinidade colateral ou afinidade de deverá este ser notificado para compor
natureza civil ou que tenha particular solução amigável por meio de termo de
interesse. ajustamento de conduta;
§ 2° No decorrer do Inquérito Técnico se o § 2º A autoridade instauradora não poderá
encarregado verificar a existência de indícios arquivar os autos do Inquérito Técnico,
contra militar superior ou mais antigo, devendo, imediatamente após a solução,
deverá encerrar a apuração e comunicar encaminhá-los ao Comandante-Geral da
imediatamente seu impedimento à Corporação Militar por meio da
autoridade delegante, a fim de que outro Corregedoria para homologação do
seja designado para prossegui-lo. resultado.
§ 3º Caberá ao encarregado do Inquérito Art. 69. Do ato de homologação do
Técnico, se não tiver sido feita pela Comandante Geral poderá resultar:
autoridade instauradora, caso necessário, a
I - encaminhamento ao setor competente da
designação de escrivão para os trabalhos de
Corporação Militar para proceder aos
digitação, recaindo em oficial, subtenente,
descontos autorizados pelo militar causador
sargento ou cabo.
do acidente, consoante firmado no termo de
Art. 67. O prazo para conclusão do Inquérito ajustamento de conduta;
Técnico será de 20(vinte) dias, a contar do
II - encaminhamento à Procuradoria Geral do
dia útil posterior ao do recebimento,
Estado, para os fins judiciais cabíveis acerca
prorrogável por 20(vinte) dias, mediante
da responsabilidade subjetiva por parte do
pedido justificado do seu encarregado à
causador do acidente, quando não for
autoridade instauradora.
possível, no âmbito da Corporação, a
Art. 68. A autoridade instauradora do composição amigável da reparação dos
Inquérito Técnico após recebê-lo do danos por meio de termo de ajustamento de
encarregado, deverá dar solução, conduta;
justificando os motivos de seu despacho,
III - encaminhamento à Corregedoria para as
podendo inclusive:
providências disciplinares ou de polícia
I - sugerir o arquivamento dos autos; judiciária militar;
II - opinar pela instauração de processo IV - encaminhamento ao setor competente
administrativo disciplinar, no caso de da Corporação para conserto do veículo
indícios de transgressão disciplinar ou de avariado;
Inquérito Policial Militar, se houver indícios
V - encaminhamento ao setor de patrimônio
de crime militar;
da Corporação para descarga;
III - avocar o parecer do encarregado e dar
VI - arquivamento dos autos.
solução diferente;
IV - determinar a composição de solução
amigável; Seção IV
§ 1º Decidindo a autoridade instaurada pela Do Processo Administrativo Disciplinar
culpabilidade do causador do acidente, Simplificado
148
Art. 70. As transgressões da disciplina de excepcionalmente, subtenente ou sargento,
natureza leve, média com autoria e tipo devendo sempre ser superior hierárquico do
transgressional previamente conhecidos, acusado, e se, do mesmo posto ou
serão apuradas através do Processo graduação, mais antigo.
Administrativo Disciplinar Simplificado, de
§ 2º O prazo para realização do Processo
acordo com as disposições desta Seção.
Administrativo Disciplinar Simplificado será
Art. 71. Recebida a comunicação disciplinar de 10(dez) dias, prorrogável por igual
ou outro documento relatando transgressão período.
da disciplina, a autoridade instauradora
Art. 73. O Processo Administrativo
competente, mediante portaria, quando
Disciplinar Simplificado terá como primeira
entender haver indícios de transgressão da
página um formulário, cuja segunda via será
disciplina, deverá determinar a abertura do
entregue ao acusado, o qual constará o seu
Processo Administrativo Disciplinar
ciente na primeira via, ficando notificado
Simplificado para que o militar estadual
que está sendo aberto o prazo de 03(três)
acusado exerça o seu direito de defesa.
dias para a apresentação de suas razões de
§ 1º O militar estadual submetido a Processo defesa, por escrito, o que poderá ser no
Administrativo Disciplinar Simplificado será verso do formulário do processo ou em
denominado de acusado. documento apenso, produzido pelo próprio
acusado, ou defensor.
§ 2º O Processo Administrativo Disciplinar
Simplificado deverá conter: § 1º Quando o acusado não desejar
apresentar justificativas ou defesa, ele
I - identificação da Organização Militar;
deverá manifestar, de próprio punho, sua
II - numeração sequencial; intenção no verso do formulário do Processo
Administrativo Disciplinar Simplificado.
III - identificação do militar acusado;
§ 2º Quando houver recusa do militar em
IV - identificação do militar responsável pela
receber a segunda via do termo de apuração
comunicação disciplinar, quando houver;
da transgressão disciplinar, no momento da
V - relato sucinto do fato imputado ao notificação, a autoridade executora do ato
acusado, bem como menção dos incisos dos deverá realizar a sua leitura na presença de
parágrafos do art. 18, em tese, infringidos duas testemunhas, lavrando-se a respectiva
pelo acusado. certidão, considerando-o notificado sobre o
prazo legal previsto no caput deste artigo,
Art. 72. O Processo Administrativo
para a apresentação de suas razões de
Disciplinar Simplificado será instaurado
defesa.
pelas autoridades constantes no art. 13,
deste Código, mediante delegação, sendo Art. 74. As solicitações, requisições e pedidos
assegurados aos acusados o contraditório e apresentados pelo militar em suas razões de
a ampla defesa. defesa poderão ser deferidos pela
autoridade processante, porém, em caso de
§ 1º A autoridade instauradora poderá
indeferimento deverá ser motivado em
designar como autoridade processante para
despacho que antecederá o relatório do
realizar o Processo Administrativo
Disciplinar Simplificado, oficial, e
149
Processo Administrativo Disciplinar Parágrafo único. O militar estadual
Simplificado. submetido a Processo Administrativo
Disciplinar Ordinário será denominado de
Art. 75. Recebido o Processo Administrativo
acusado.
Disciplinar Simplificado, a autoridade
instauradora prolatará solução, podendo: Art. 77. O Processo Administrativo
Disciplinar Ordinário será instaurado pelas
I - arquivar o termo, em virtude de:
autoridades constantes no art. 13, deste
a) julgar que o fato não constitui Código, de ofício ou mediante
transgressão da disciplina; determinação, sendo assegurados aos
acusados o contraditório e a ampla defesa.
b) falta de elementos comprobatórios;
Art. 78. Para os fins do inciso I, da art. 76,
c) justificação da transgressão disciplinar.
será designado um oficial que atuará como
II - aplicação de sanção disciplinar; autoridade processante no Processo
Administrativo Disciplinar Ordinário.
III- determinar à autoridade processante o
prosseguimento da apuração disciplinar por Art. 79. O Processo Administrativo
meio de Processo Administrativo Disciplinar Disciplinar Ordinário será realizado por uma
Ordinário; comissão processante, para os fins do inciso
II, do art. 76, sendo composta por 03 (três)
IV- determinar a instauração de inquérito
oficiais membros, em que o mais antigo será
policial militar, em virtude da existência de
designado presidente e os demais,
indícios de crime militar.
respectivamente, por ordem de antiguidade,
Parágrafo único. No caso de solução pela o interrogante-relator e o escrivão, devendo
aplicação de sanção disciplinar, esta deverá sempre serem superiores hierárquicos do
ser fundamentada, esta deverá ser acusado, e se, do mesmo posto, mais
publicada em boletim, bem como deverá o antigos.
acusado ou seu defensor ser intimado, para
§ 1º Será designada comissão processante
que, caso queira, possa recorrer da decisão.
de oficiais somente pelas autoridades
constantes nos incisos I e II, do art. 13,
quando pela gravidade ou repercussão dos
Seção V
fatos, as circunstâncias assim exigirem.
Do Processo Administrativo Disciplinar
§ 2º A comissão processante de oficiais
Ordinário
funcionará sempre com a totalidade de seus
Art. 76. O Processo Administrativo membros, em local que a autoridade
Disciplinar Ordinário destina-se: instauradora ou seu presidente julgue
melhor indicado para a realização dos
I - a apuar os fatos que constituem
trabalhos.
transgressões disciplinares médias e graves;
§ 3º Caberá à autoridade processante, se
II - a apreciar a permanência ou não das
não tiver sido feita pela autoridade
praças não-estáveis nas fileiras da
instauradora, caso necessário, a designação
Corporação.
do escrivão para os trabalhos de digitação,
150
recaindo em oficial, subtenente, sargento ou Art. 83. Do julgamento do Processo
cabo. Administrativo Disciplinar Ordinário poderá
resultar:
§ 4º Para o Processo Administrativo
Disciplinar Ordinário, realizado por comissão I - no arquivamento do processo, quando:
processante, deverão ser utilizados os
a) julgar que o fato não constitui
prazos previstos no art. 96, deste Código.
transgressão da disciplina;
Art. 80. O prazo para a conclusão do
b) falta de elementos comprobatórios;
Processo Administrativo Disciplinar
Ordinário, realizado por autoridade c) justificação da transgressão disciplinar.
processante será de 40 (quarenta) dias,
II - na aplicação de sanção disciplinar; III -
prorrogáveis por mais 20 (vinte) dias,
instauração de Inquérito Policial Militar;
mediante pedido fundamentado da
autoridade ou comissão processante à IV - licenciamento a bem a disciplina;
autoridade instauradora.
V - em remessa à Corregedoria para fins de
Art. 81. Será instaurado apenas um único análise acerca da instauração de Conselho
Processo Administrativo Disciplinar de Disciplina ou de Justificação;
Ordinário, pelo Governador do Estado,
VI - encaminhamento à autoridade de Polícia
quando o ato ou fatos motivadores tenham
Judiciária competente, se resultar indícios de
sido praticados em concurso de praças sem
infração penal comum a apurar.
estabilidade das duas Corporações Militares
Estaduais.
§ 1º O Governador do Estado na instauração Seção VI
do Processo Administrativo Disciplinar
Dos Conselhos de Ética e Disciplina
Ordinário, designará uma comissão mista
Militares
composta por oficiais do Corpo de
Bombeiros e da Polícia Militar. Art. 84. Os Conselhos de Ética e Disciplina
Militares são processos administrativos
§ 2º O Processo Administrativo Disciplinar
disciplinares procedidos por comissões
Ordinário, para os fins do caput deste artigo,
processantes, designadas pelas autoridades
será composto por 03(três) oficiais, destes,
dos incisos I e II, do art. 13, no âmbito da
sendo 02 (dois) oficiais pertencentes à
Corporações Militares Estaduais, sendo
Corporação Militar Estadual que tiver a
realizados nas seguintes modalidades:
maior quantidade de acusados.
I - Conselho de Disciplina; e
§ 3º Ocorrendo igual número de acusados,
será o Processo Administrativo Disciplinar II - Conselho de Justificação. Parágrafo único.
Ordinário composto, em sua maioria, por As comissões processantes serão instituídas
oficiais da Polícia Militar. por meio de Decreto Governamental ou
Portaria, publicado em boletim ou Diário
Art. 82. Constituirão fases do Processo
Oficial, e serão compostas cada uma, por
Administrativo Disciplinar Ordinário -
três oficiais membros.
instauração, instrução, alegações finais de
defesa, relatório e julgamento.
151
Subseção I probidade administrativa e grave violação
aos direitos humanos;
Do Conselho de Disciplina
III - afastadas do cargo, na forma da
Art. 85. O Conselho de Disciplina é o
legislação militar, por se tornar incompatível
processo administrativo disciplinar especial
com o mesmo ou demonstrar incapacidade
destinado a apreciar a capacidade de
no exercício de funções militares a ele
permanência nas fileiras da Corporação
inerentes, salvo se o afastamento decorrer
Militar Estadual das praças do serviço ativo
de fatos que motivem sua submissão a
com estabilidade assegurada, das praças
processo;
especiais, bem como a capacidade das
praças da reserva remunerada e reformadas IV - forem condenadas na justiça comum ou
de permanecerem na situação de militar a pena privativa de liberdade por
inatividade em que se encontram, tempo igual ou superior a 02 (dois) anos, por
criandolhes, ao mesmo tempo, condições sentença transitada em julgado;
para se defenderem.
V - pertencentes a partidos políticos que
Parágrafo único. O militar estadual exerçam atividades prejudiciais ou perigosas
submetido a Conselho de Disciplina será à Segurança Nacional;
denominado de acusado ou disciplinado.
VI - atentarem contra a segurança das
Art. 86. Serão submetidas a Conselho de instituições, participando de greve,
Disciplina, ex-oficio, praças referidas no passeatas ou movimentos reivindicatórios,
artigo anterior: com uso de arma, meio de transporte oficial
pertencente à Corporação, ou, ainda,
I - acusadas oficialmente ou por meio lícito
ocupando estabelecimento militar ou
de comunicação social, de terem:
qualquer prédio público;
a) procedido incorretamente no
VII - que demonstrarem, no comportamento
desempenho do cargo de que estejam
mau, incorrigibilidade pela prática contumaz
investidas;
de transgressões disciplinares, cujo histórico
b) tido conduta (civil ou policial-militar) e somatório de sanções indiquem sua
irregular que por sua natureza venha a inadaptabilidade ou incompatibilidade ao
denegrir a imagem da Corporação; regime disciplinar militar, e, por
conseguinte, à melhoria de seu
c) praticado ato que afete a honra pessoal, o
comportamento;
decoro da classe e o pudonor militar;
Parágrafo único. Havendo concurso de ações
d) praticado atos que revelem
entre praças com estabilidade e sem
incompatibilidade com a função militar
estabilidade, será instaurado Conselho de
estadual;
Disciplina.
e) acumulado cargo público em desacordo
Art. 87. O Conselho de Disciplina será
com o disposto na legislação vigente.
composto por 03 (três) membros, sendo
II - acusado oficialmente de haver cometido estes oficiais da ativa e terá como autoridade
ato atentatório à moralidade pública, à instauradora o Governador do Estado ou o
152
Comandante-Geral da respectiva Art. 92. O Comandante-Geral, com base na
Corporação. natureza da falta ou na inconsistência dos
fatos apontados, poderá considerar, desde
Art. 88. O mais antigo do Conselho de
logo, insuficiente a acusação e, em
Disciplina, no mínimo um capitão, será o
consequência, deixar de instaurar o
presidente e o que se lhe seguir em
Conselho de Disciplina, sem prejuízo de
antiguidade será o interrogante, sendo
novas diligências.
relator e escrivão, o mais moderno.
Art. 93. O Conselho de Disciplina poderá ser
Art. 89. Não podem fazer parte do Conselho
instaurado, independentemente da
de Disciplina:
existência ou da instauração de inquérito
I - o oficial que formulou a acusação; policial comum ou militar, de processo
criminal ou de sentença criminal transitada
II - os oficiais que tenham entre si, com o
em julgado.
acusador ou com o acusado, parentesco
consanguíneo ou afim, na linha reta ou Parágrafo único. Se no curso dos trabalhos
colateral até o 3º grau por consanguinidade do Conselho de Disciplina surgirem indícios
colateral ou afinidade de natureza civil; e, de crime comum ou militar, o presidente
deverá extrair cópia dos autos, remetendo-
III - o oficial que tenham particular interesse
os, por ofício, à autoridade competente para
na decisão do Conselho de Disciplina.
início do respectivo inquérito policial ou da
IV - o oficial que se der, justificadamente, por ação penal cabível.
suspeito ou impedido;
Art. 94. Será instaurado apenas um único
V - o oficial que seja inimigo ou amigo íntimo Conselho de Disciplina, pelo Governador do
do acusado ou da vítima; Estado, quando o ato ou fatos motivadores
tenham sido praticados em concurso de
VI - o oficial que esteja submetido a qualquer
praças das duas Corporações Militares
processo disciplinar previsto neste Código
Estaduais.
ou que se encontre sub judice, em razão de
prisão em flagrante delito ou de processo § 1º O Governador do Estado, na instauração
criminal com denúncia recebida. do Conselho de Disciplina, designará uma
comissão mista composta por oficiais do
Art. 90. O Conselho de Disciplina funcionará
Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar.
sempre com a totalidade de seus membros,
em local que a autoridade instauradora, ou § 2º O Conselho de Disciplina, para os fins do
seu presidente, julgue melhor indicado para caput deste artigo, será composto por 03
a realização dos trabalhos. (três) oficiais, destes, sendo 02 (dois) oficiais
pertencentes à Corporação Militar Estadual
Art. 91. A praça submetida a Conselho de
que tiver a maior quantidade de acusados.
Disciplina ficará adida à Organização Militar
que lhe for designada, será afastada do § 3º Ocorrendo igual número de acusados,
serviço ou instrução nos dias em que estiver será o Conselho de Disciplina composto, em
à disposição do processo para as audiências sua maioria, por oficiais da Polícia Militar.
das quais for notificada.
Art. 95. Após a elaboração do decreto ou
portaria de instauração, elementos de
153
autoria e materialidade de infrações de instauração, mandado de citação e
disciplinares conexas, em continuidade ou demais peças do processo, sendo-lhe
em concurso, poderão ser aditadas, abrindo- entregue o libelo acusatório;
se novos prazos para a defesa.
V - designação, pelo Comandante Geral, de
Art. 96. O Conselho de Disciplina dispõe de um oficial para atuar como defensor dativo,
um prazo de 90(noventa) dias, a contar da caso o acusado assim requeira para fazer sua
data da publicação da portaria de nomeação defesa;
em boletim da Corporação ou do decreto no
IV - leitura, pelo escrivão, perante o
DOE/PI para a conclusão dos trabalhos
Conselho de Disciplina, o acusado e/ou
relativos ao processo, deliberação,
defensor, da portaria ou decreto de
confecção, leitura e remessa do relatório
instauração, mandado de citação e demais
conclusivo.
peças do processo, sendo entregue o libelo
§ 1º A autoridade instauradora, a acusatório;
requerimento motivado do Presidente do
V - nomeação, pelo Comandante Geral ou
Conselho de 26 Disciplina, poderá prorrogar
pelo Presidente do Conselho de Disciplina,
por mais 30(trinta) dias, o prazo de
de um oficial para atuar como defensor
conclusão dos trabalhos.
dativo, caso se faça necessário, em todos os
§ 2º A autoridade instauradora, por motivo atos processuais;
de morte do acusado, poderá suspender, em
VI - proceder-se-á a qualificação do acusado,
qualquer fase, os trabalhos do Conselho de
previamente cientificado da acusação,
Disciplina, por terem cessado os motivos de
sendo o ato reduzido a termo, assinado por
sua nomeação.
todos os membros do Conselho de
Art. 97. Reunido o Conselho de Disciplina, Disciplina, pelo acusado e pelo defensor,
convocado previamente por seu presidente, fazendo-se a juntada de todos os
em local, dia e hora designados com documentos por este, porventura oferecidos
antecedência, presentes o acusado e seu em defesa;
defensor, caso tenha, o presidente fará a
§ 1º Aos membros do Conselho de Disciplina
abertura da audiência de instalação,
é lícito interrogar novamente o acusado e
observando-se o seguinte:
reinquirir as testemunhas sobre o objeto da
I - verificação de possíveis suspeições ou acusação e propor diligências para o
impedimentos dos membros do Conselho esclarecimento dos fatos.
que possam suscitar a imparcialidade do
§ 2º Em sua defesa, pode o acusado requerer
colegiado;
a produção, perante o Conselho de
II - prestação do compromisso legal pelos Disciplina, de todas as provas permitidas
membros do Conselho; pelo ordenamento jurídico.
III - autuação pelo escrivão de todos os § 3º Conselho de Disciplina indeferirá, em
documentos apresentados, inclusive os decisão fundamentada, as diligências inúteis
oferecidos pelo acusado; ou meramente protelatórias.
IV - leitura, pelo escrivão, perante o § 4º As provas a serem colhidas mediante
Conselho e acusado, da portaria ou decreto carta precatória serão efetuadas por
154
intermédio da Autoridade Militar § 4º Se ao Conselho parecer conveniente,
deprecante ou, na falta desta, da Polícia serão ouvidas as pessoas a que as
Judiciária local. testemunhas se referirem.
§ 5º Para fins de efetivação do disposto no Art. 99. Apresentada ou não a defesa prévia,
inciso V, deste artigo, deverá o Presidente no Conselho de Disciplina, proceder-se-á à
ante ao incidente da falta de advogado do inquirição do ofendido, se houver, das
acusado, realizar a audiência de instalação, testemunhas e informantes, devendo os de
porém, deliberando com o Conselho de acusação, até 08 (oito), serem ouvidas em
Disciplina pela nomeação de um defensor primeiro lugar, seguidas das arroladas pela
dativo, sendo remarcada para a próxima a defesa na mesma quantidade.
sessão, a entrega do libelo acusatório ao
§ 1º Antecedendo as alegações finais serão
acusado e/ou defensor, para apresentação
os acusados notificados para a realização
de sua defesa prévia, ficando desde já, o
dos seus respectivos interrogatórios.
defensor, intimado para consequente
atuação nos demais atos processuais. § 2º A não apresentação da defesa prévia,
dentro do prazo constante no artigo
§ 6º Em caso de nomeação do defensor
anterior, será certificada nos autos pelo
dativo, para Conselho de Disciplina, pelo
escrivão, entendendo-se que o acusado irá
Comandante Geral, haverá o sobrestamento
se manifestar no processo apenas em sede
do Processo, voltando o prazo processual a
de alegações finais.
correr a partir do momento em que for o
defensor dativo intimado da referida Art. 100. O acusado e seu defensor,
nomeação. querendo, poderão comparecer a todos os
atos do processo conduzidos pelo Conselho
Art. 98. O acusado, ressalvado o disposto no
de Disciplina, sendo para tanto, notificados.
§5º do art. 97, já na audiência de instalação,
receberá o libelo acusatório, tendo o prazo Art. 101. Encerrada a fase de instrução, a
de 05 (cinco) dias, a contar do primeiro dia praça acusada ou seu defensor serão
útil após o seu recebimento, para apresentar notificados para darem vistos no processo,
defesa prévia, podendo arrolar até 08 (oito) para apresentar, no prazo de 08 (oito) dias,
testemunhas e requerer a juntada de suas alegações finais de defesa.
documentos que entender convenientes à
Art. 102. Apresentadas as alegações finais de
sua defesa.
defesa, o Conselho de Disciplina passará a
§ 1º Nesse número não se compreendem as deliberar acerca do relatório conclusivo e
que não prestem compromisso e as sua respectiva leitura, em sessão, que
referidas. contará com a presença do acusado e de seu
defensor, os quais deverão ser previamente
§ 2º A parte poderá desistir da inquirição de
notificados.
qualquer das testemunhas arroladas.
§ 1º O relatório conclusivo, assinado por
§ 3º O Conselho de Disciplina, quando julgar
todos os membros do Conselho de
necessário, poderá ouvir outras
Disciplina, terá como parecer se deve o
testemunhas, além das indicadas pelas
acusado permanecer ou não nas fileiras da
partes.
Corporação Militar.
155
§ 2º O parecer conclusivo do Conselho de destinado a apreciar a capacidade de
Disciplina será dado por maioria de votos de permanência nas fileiras da Corporação
seus membros, facultada a justificação, por Militar Estadual, do oficial na ativa ou na
escrito, do voto vencido. situação de inatividade em que se encontra,
criando-lhe, ao mesmo tempo, condições
§ 3º Após a leitura do relatório deverá ser
para se justificar, quando incidir nas
lavrada Ata, constando a deliberação pela
disposições deste Código.
remessa dos autos do Conselho de Disciplina
pelo presidente à autoridade instauradora. § 1º O Conselho de Justificação pode,
também, ser aplicado ao oficial da reserva
Art. 103. Recebidos os autos do Conselho de
remunerada ou reformado,
Disciplina, a autoridade instauradora,
presumivelmente incapaz de permanecer na
disporá do prazo de 30 (trinta) dias, para
situação de inatividade em que se encontra.
decidir, em julgamento, determinando:
§ 2º O militar estadual submetido a Conselho
I - o arquivamento do processo, caso
de Justificação será denominado de acusado
improcedente a acusação, adotando as
ou justificante.
razões constantes do relatório conclusivo do
Conselho de Disciplina ou concebendo Art. 105. Será submetido a Conselho de
outros fundamentos; Justificação, a pedido ou ex-officio, o oficial:
II - a aplicação da sanção disciplinar cabível, I - acusado oficialmente ou por qualquer
adotando as razões constantes do relatório meio lícito de comunicação social de ter:
conclusivo do Conselho de Disciplina ou
a) procedido incorretamente no
concebendo outros fundamentos;
desempenho do cargo de que esteja
III - a adoção das providências necessárias à investido;
efetivação da reforma disciplinar
b) tido conduta (civil ou policial-militar)
compulsória ou da exclusão a bem da
irregular que por sua natureza venha a
disciplina;
denegrir a imagem da Corporação Militar;
IV - a remessa do processo ao Juízo
c) praticado ato que afete a honra pessoal, o
competente, se considerar infração penal a
decoro da classe e o pundonor militar;
razão pela qual o acusado foi julgado
culpado; d) praticado atos que revelem
incompatibilidade com a função militar
Parágrafo único. A decisão proferida no
estadual;
processo deve ser publicada oficialmente no
boletim da Corporação ou Diário Oficial e e) acumulado cargo público em desacordo
transcrita nos assentamentos da praça. com o disposto na legislação vigente.
II - acusado oficialmente de haver cometido
ato atentatório à moralidade pública, a
Subseção II
probidade administrativa e grave violação
Do Conselho de Justificação aos direitos humanos;
Art. 104. O Conselho de Justificação é o III - afastado na forma da legislação militar,
processo administrativo disciplinar especial por se tornar incompatível com o mesmo ou
156
demonstrar incapacidade no exercício de respectivamente, por ordem decrescente de
funções militares a ele inerentes, salvo se o antiguidade.
afastamento decorrer de fatos que motivem
§ 1º Quando o justificante for oficial superior
sua submissão a processo;
do último posto, o Conselho de Justificação
IV - for condenado na justiça comum ou será formado por oficiais daquele posto, da
militar a pena privativa de liberdade por ativa, mais antigos.
tempo igual ou superior a 02 (dois) anos, por
§ 2º Inexistindo oficiais da ativa mais antigos
sentença transitada em julgado;
que o justificante para compor o Conselho
V - pertencer a partidos políticos que de Justificação, serão convocados os oficiais
exerçam atividades prejudiciais ou perigosas inativos do último posto, tantos quantos
à Segurança Nacional; forem necessários.
VI - atentar contra a segurança das § 3º Não podem fazer parte do Conselho de
instituições, participando de greve, Justificação:
passeatas ou movimentos reivindicatórios,
I - o oficial que formulou a acusação;
com uso de arma, meio de transporte oficial
pertencente à Corporação, ou, ainda, II - os oficiais que tenham entre si, com o
ocupando estabelecimento militar ou acusador ou com o acusado, parentesco
qualquer prédio público. consanguíneo ou afim, na linha reta ou
colateral até o quarto 3º grau por
Parágrafo único. Havendo concurso de ações
consanguinidade ou afinidade de natureza
entre oficial e praça, será instaurado
civil;
Conselho de Justificação.
III - os oficiais que tenham particular
Art. 106. O oficial submetido a Conselho de
interesse na decisão do Conselho de
Justificação e considerado culpado, por
Justificação;
parecer unânime, será adido à Organização
Militar que lhe for designada, devendo até IV - o oficial que seja inimigo ou amigo íntimo
decisão final do Tribunal competente, ficar: do acusado ou da vítima;
I - afastado das suas funções; V - o oficial que esteja submetido a qualquer
processo disciplinar previsto neste Código
II - proibido de usar armamento;
ou que se encontre sub judice, em razão de
III - mantido no respectivo Quadro, sem prisão em flagrante delito ou de processo
número, não concorrendo à promoção. criminal com denúncia recebida.
Art. 107. A constituição do Conselho de § 4º Quando o acusado for oficial da reserva
Justificação dar-se-á por ato do Governador remunerada ou reformado, um dos
do Estado, que designará como membros 03 membros do Conselho de Justificação
(três) oficiais da ativa de posto superior ao poderá ser da reserva remunerada.
do acusado, indicados pelo Comandante
§ 5º O Conselho de Justificação funcionará
Geral da respectiva Corporação, contando
sempre com a totalidade de seus membros,
sempre com pelo menos um oficial superior,
em local que o Comandante Geral, ou seu
cabendo o exercício das funções de
presidente, julgue melhor indicado para a
presidente, interrogante e relator,
realização dos trabalhos.
157
Art. 108. O Governador do Estado, com base Art. 111. Após a elaboração do decreto de
na natureza da falta ou na inconsistência dos instauração, elementos de autoria e
fatos apontados, poderá considerar, desde materialidade de infrações disciplinares
logo, insuficiente a acusação e, em conexas, em continuidade ou em concurso,
consequência, deixar de instaurar o poderão ser aditadas, abrindo-se novos
Conselho de Justificação, sem prejuízo de prazos para a defesa.
novas diligências.
Art. 112. O Conselho de Justificação dispõe
Art. 109. O Conselho de Justificação poderá de um prazo de 90 (noventa) dias, a contar
ser instaurado, independentemente da da data da publicação do decreto de
existência ou da instauração de inquérito nomeação no DOE/PI, para a conclusão dos
policial comum ou militar, de processo trabalhos relativos ao processo, deliberação,
criminal ou de sentença criminal transitada confecção, leitura e remessa do relatório
em julgado. conclusivo.
Parágrafo único. Se no curso dos trabalhos § 1º O Governador do Estado, a
do Conselho de Justificação surgirem requerimento motivado do Presidente do
indícios de crime comum ou militar, o Conselho de Justificação, encaminhado por
presidente deverá extrair cópia dos autos, meio do Comandante Geral, poderá
remetendo-os, por ofício, à autoridade prorrogar por mais 30 (trinta) dias, o prazo
competente para início do respectivo de conclusão dos trabalhos.
inquérito policial ou da ação penal cabível.
§ 2º O Governador do Estado, por motivo de
Art. 110. Será instaurado apenas um único morte do acusado, poderá suspender, em
Conselho de Justificação, pelo Governador qualquer fase, os trabalhos do Conselho de
do Estado, quando o ato ou fatos Justificação, por terem cessado os motivos
motivadores tenham sido praticados em de sua nomeação.
concurso de oficiais das duas Corporações
Art. 113. Reunido o Conselho de Justificação,
Militares Estaduais.
convocado previamente por seu presidente,
§ 1º O Governador do Estado, na instauração em local, dia e hora designados com
do Conselho de Justificação, designará uma antecedência, presentes o acusado e seu
comissão mista composta por oficiais do defensor, caso tenha, o presidente fará a
Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar. abertura da audiência de instalação,
observando-se o seguinte:
§ 2º O Conselho de Justificação, para os fins
do caput deste artigo, será composto por 03 I - verificação de possíveis suspeições ou
(três) oficiais, destes, sendo 02 (dois) oficiais impedimentos dos membros do Conselho de
pertencentes à Corporação Militar Estadual Justificação que possam suscitar a
que tiver a maior quantidade de acusados. imparcialidade do colegiado;
§ 3º Ocorrendo igual número de acusados, II - prestação do compromisso legal pelos
será o Conselho de Justificação composto, membros do Conselho de Justificação;
em sua maioria, por oficiais da Polícia
III - autuação pelo escrivão de todos os
Militar.
documentos apresentados, inclusive os
oferecidos pelo acusado;
158
IV - leitura, pelo escrivão, perante o § 4º As provas a serem colhidas mediante
Conselho e acusado, da portaria ou decreto carta precatória serão efetuadas por
de instauração, mandado de citação e intermédio da Autoridade Militar ou, na falta
demais peças do processo, sendo-lhe desta, da Polícia Judiciária local.
entregue o libelo acusatório;
§ 5º Para fins de efetivação do disposto no
V - designação, pelo Comandante Geral, de inciso V, deste artigo, deverá o Presidente
um oficial para atuar como defensor dativo, ante ao incidente da falta de advogado do
caso o justificante assim requeira para fazer acusado, realizar a audiência de instalação,
sua defesa; porém, deliberando com o Conselho de
Justificação pela nomeação de um defensor
IV - leitura, pelo escrivão, perante o
dativo, sendo remarcada para a próxima a
Conselho de Justificação, o acusado e/ou
sessão, a entrega do libelo acusatório ao
defensor, da portaria ou decreto de
acusado e/ou defensor, para apresentação
instauração, mandado de citação e demais
de sua defesa prévia, ficando desde já, o
peças do processo, sendo entregue o libelo
defensor, intimado para consequente
acusatório;
atuação nos demais atos processuais.
V - nomeação, pelo Comandante Geral ou
§ 6º Em caso de nomeação do defensor
pelo Presidente do Conselho de Justificação,
dativo, para Conselho de Justificação, pelo
de um oficial para atuar como defensor
Comandante Geral, haverá o sobrestamento
dativo, caso se faça necessário, em todos os
do Processo, voltando o prazo processual a
atos processuais;
correr a partir do momento em que for o
VI - proceder-se-á a qualificação do defensor dativo intimado da referida
justificante, previamente cientificado da nomeação.
acusação, sendo o ato reduzido a termo,
Art. 114. O justificante, ressalvado o
assinado por todos os membros do Conselho
disposto no §5º do art. 113, já na audiência
de Justificação, pelo acusado e pelo
de instalação, receberá o libelo acusatório,
defensor, fazendo-se a juntada de todos os
tendo o prazo de 05 (cinco) dias, a contar do
documentos por este, porventura oferecidos
primeiro dia útil após o seu recebimento,
em defesa.
para apresentar defesa prévia, podendo
§ 1º Aos membros do Conselho de arrolar até 08 (oito) testemunhas e requerer
Justificação é lícito interrogar novamente o a juntada de documentos que entender
acusado e reinquirir as testemunhas sobre o convenientes à sua defesa.
objeto da acusação e propor diligências para
§ 1º Nesse número não se compreendem as
o esclarecimento dos fatos.
que não prestem compromisso e as
§ 2º Em sua defesa, pode o acusado requerer referidas.
a produção, perante o Conselho de
§ 2º A parte poderá desistir da inquirição de
Justificação, de todas as provas permitidas
qualquer das testemunhas arroladas.
pelo ordenamento jurídico.
§ 3º O Conselho de Justificação, quando
§ 3º O Conselho de Justificação indeferirá,
julgar necessário, poderá ouvir outras
em decisão fundamentada, as diligências
testemunhas, além das indicadas pelas
inúteis ou meramente protelatórias.
partes.
159
§ 4º Se ao Conselho de Justificação parecer justificante é capaz ou não de permanecer
conveniente, serão ouvidas as pessoas a que nas fileiras da Corporação Militar.
as testemunhas se referirem.
§ 1º O parecer conclusivo do Conselho de
Art. 115. Apresentada ou não a defesa Justificação será dado por maioria de votos
prévia, no Conselho de Justificação, de seus membros, facultada a justificação,
proceder-se-á à inquirição do ofendido, se por escrito, do voto vencido.
houver, das testemunhas e informantes,
§ 2º Após a leitura do relatório deverá ser
devendo os de acusação, até 08 (oito), serem
lavrada Ata, constando a deliberação pela
ouvidas em primeiro lugar, seguidas das
remessa dos autos do Conselho de
arroladas pela defesa na mesma quantidade.
Justificação pelo presidente do Conselho de
§ 1º Antecedendo as alegações finais serão Justificação, ao Governador do Estado, por
os acusados notificados para a realização intermédio do Comandante-Geral da
dos seus respectivos interrogatórios. respectiva Corporação.
§ 2º A não apresentação da defesa prévia, Art. 120. Recebidos os autos do Conselho de
dentro do prazo constante no artigo Justificação, o Governador do Estado, dentro
anterior, será certificada nos autos pelo do prazo de 30 (trinta) dias, decidirá se
escrivão, entendendo-se que o acusado irá aceita ou não o parecer do Conselho,
se manifestar no processo apenas em sede constante do relatório conclusivo, julgando:
de alegações finais.
I - pelo arquivamento do processo, caso
Art. 116. O acusado e seu defensor, improcedente a acusação, adotando as
querendo, poderão comparecer a todos os razões constantes do relatório conclusivo do
atos do processo conduzido pelo Conselho Conselho de Disciplina ou concebendo
de Justificação, sendo para tanto outros fundamentos;
notificados.
II - pela aplicação pelo Comandante Geral da
Art. 117. Encerrada a fase de instrução, o sanção disciplinar cabível, adotando as
oficial acusado e seu defensor serão razões constantes do relatório conclusivo do
notificados para darem vistos no processo, Conselho de Justificação ou concebendo
para apresentar, no prazo de 08 (oito) dias, outros fundamentos;
suas alegações finais de defesa.
III - pela adoção das providências necessárias
Art. 118. Apresentadas as alegações finais de quanto à reforma disciplinar compulsória;
defesa, o Conselho de Justificação passará a
IV - pela remessa do processo ao Juízo
deliberar acerca do relatório conclusivo e
competente, se considerar infração penal a
sua respectiva leitura, em sessão, que
razão pela qual o acusado foi julgado
contará com a presença do acusado e de seu
culpado;
defensor, os quais deverão ser previamente
notificados. V - pela remessa, através da Procuradoria
Geral do Estado, ao Tribunal competente,
Art. 119. O relatório conclusivo, assinado por
para fins de julgamento pela incapacidade
todos os membros do Conselho de
de permanência na ativa ou na inatividade,
Justificação, terá como parecer se o oficial
nos termos do disposto no art. 121, incisos I
e II.
160
Parágrafo único. O despacho que considerar fases: instauração, instrução, defesa,
procedente a justificação deverá ser relatório e julgamento.
publicado oficialmente e transcrito nos
assentamentos do oficial, se este for da
ativa. Seção II
Art. 121. O Tribunal competente, caso julgue Da Instauração
procedente a acusação, confirmando a
Art. 123. A instauração compreende a
decisão oriunda do Conselho de Justificação,
expedição da portaria de designação, o
declarará o oficial indigno do oficialato ou
compromisso legal do colegiado processante
com ele incompatível, determinando:
e a citação do acusado.
I - a perda do posto e da patente; ou,
Art. 124. A portaria ou o decreto de
II - a reforma compulsória disciplinar, no instauração são os atos administrativos que
posto que o oficial possuir na ativa, com nomeiam as autoridades ou comissões
proventos proporcionais ao tempo de processantes, descreve os fatos com
serviço militar. suficiente especificidade e determina a
instauração do processo.
§ 1º Após o trânsito em julgado, o processo
será encaminhado ao Governador do Art. 125. A citação é o ato administrativo
Estado, o qual decretará a demissão do pelo qual a autoridade ou comissão
oficial, ex officio, por perda do posto e da processante dá ciência ao acusado da
patente ou a sua reforma disciplinar instauração do processo disciplinar e chama-
compulsória. o a se defender.
§ 2º Ocorrendo a hipótese do parágrafo § 1º A citação poderá suprir o libelo
único, do art. 105, deste Código, o acusatório;
Governador do Estado poderá decretar o
§ 2º Sempre que o acusado não for
licenciamento e a exclusão a bem da
localizado ou deixar de atender à citação
disciplina da praça, ou a sua reforma
formal para comparecer serão adotadas as
disciplinar compulsória,
seguintes providências:
independentemente das medidas previstas
nos incisos do art. 120, referente ao oficial I - a citação poderá ser por edital, publicada
acusado. no DOE/PI, em boletim da Corporação e em
meios de comunicação de grande
divulgação.
CAPÍTULO X
II - o processo correrá à revelia do acusado,
DO RITO PROCESSUAL se não atender à publicação, sendo
desnecessária sua citação para os demais
Seção I
atos processuais.
Disposições Gerais
§ 3º Decretada a revelia, ao acusado revel,
Art. 122. Os processos disciplinares militares poderá ser nomeado defensor dativo pela
previstos nos incisos III, IV e V, do art. 57 autoridade processante ou presidente do
deste Código, se desenvolvem nas seguintes conselho ou de comissão processante.
161
§ 4º Havendo impossibilidade de nomeação reformado, a citação poderá ser dirigida
de defensor dativo pelas autoridades do diretamente a ele.
parágrafo anterior, poderá por aquelas ser
Art. 129. Apresentada ou não a defesa
solicitada à autoridade instauradora a
prévia, proceder-se-á, sucessivamente: à
referida nomeação, a fim de promover a
tomada de declarações do ofendido ou
defesa do acusado, devendo o defensor ser
denunciante, se houver; aos depoimentos
intimado para acompanhar os atos
das testemunhas e informantes de acusação
processuais.
e os depoimentos das testemunhas e
§ 5º Reaparecendo, o revel poderá informantes de defesa; aos interrogatório
acompanhar o processo no estágio em que dos acusados; e, em caso necessário, às
se encontrar, podendo nomear advogado de diligências complementares.
sua escolha, em substituição ao defensor
Art. 130. As testemunhas que nada disserem
dativo.
para o esclarecimento dos fatos, a juízo da
Art. 126. Na reunião de instalação, o Comissão ou Conselho, não serão
presidente da comissão processante computadas no número máximo previsto
prestará o seguinte compromisso: “Prometo neste Código, sendo desconsiderados seus
apreciar com imparcialidade os fatos que me depoimentos.
forem submetidos de acordo com a lei e a
Art. 131. Quando a testemunha ou ofendido
prova dos autos”. Esse compromisso será
for civil ou militar da reserva remunerada ou
também prestado pelos demais membros,
reformado, serão notificados diretamente
sob a fórmula: “Assim o prometo”.
pela autoridade processante para
comparecerem para prestarem
depoimentos ou para a realização de outro
Seção III
ato probatório.
Da Instrução
Art. 132. O acusado e seu advogado,
Art. 127. A instrução é a fase de elucidação querendo, poderão comparecer a todos os
dos fatos com a produção de provas, atos do processo, sendo, para tanto,
compreendendo a defesa prévia, os devidamente notificados.
depoimentos, as declarações, o
Parágrafo único. Se defensor dativo, ou seja,
interrogatório do acusado, a coleta de
oficial nomeado, por sua atuação ser ato de
provas documentais, realização de exames e
serviço, será obrigado a comparecer aos atos
perícias, inspeções pessoais e outras
processuais desde que previamente
diligências necessárias à busca da verdade.
notificado.
Art. 128. Devidamente citado, terá o
Art. 133. Se regularmente requisitados ou
acusado o prazo para apresentar a defesa
notificados o comparecimento do ofendido
prévia, podendo arrolar 08 (oito)
ou de testemunha, e não houver
testemunhas e requerer a juntada de
comparecimento, a autoridade ou comissão
documentos que entender convenientes à
processante, certificando-se das razões,
sua defesa.
expedirá, se for o caso, nova requisição ou
Parágrafo único. Quando o acusado for notificação, sem prejuízo de outras
militar da reserva remunerada ou providências julgadas pertinentes.
162
Parágrafo único. Persistindo o não Art. 138. Concluída a instrução, será
comparecimento, consignar-se-á tal fato no assegurado o direito de vista do processo ao
relatório do processo disciplinar. acusado para 33 apresentação de suas
alegações finais escritas de defesa.
Art. 134. A carta precatória será expedida
através de ofício ou correio eletrônico, § 1º A vista dos autos será franqueada ao
cabendo à autoridade ou comissão acusado no local onde estiver funcionando
processante deprecante formular as os trabalhos da autoridade ou colegiado
perguntas ou diligências a serem feitas, com processante, pelo prazo máximo de 08 (oito)
notificação da defesa, a qual, caso queira, dias.
apresente seus quesitos, em prazo fixado
§ 2º Havendo mais de um acusado, com
pela autoridade ou comissão processante.
diferentes defensores, o prazo das alegações
§ 1º A autoridade deprecada acusará finais será em dobro e em comum para
imediatamente o recebimento da carta todos.
precatória, devolvendo-a, de modo
§ 3º O escrivão certificará, com a declaração
imediato, depois de concluída a diligência.
do dia e hora, a abertura de vistas e o
§ 2º A carta precatória expedida para outra recebimento das alegações da defesa.
co-irmã ou autoridade militar federal,
§ 4º A falta de apresentação das alegações
deverá ser encaminhada através do
finais, no prazo previsto, não obsta a
Comando-Geral da respectiva Corporação.
elaboração do relatório, salvo se ocorrer
§ 3º As provas a serem colhidas mediante revelia, com a necessária nomeação de
carta precatória serão efetuadas por defensor dativo.
intermédio da autoridade militar, na falta
§ 5º A apresentação extemporânea das
desta, da polícia judiciária local, com a
alegações finais poderá ser considerada
notificação da defesa.
válida se ocorrer antes da elaboração do
Art. 135. Na impossibilidade de efetivação relatório.
do reconhecimento pessoal, poderá ser feito
o fotográfico, observadas as cautelas
aplicáveis àquele. Seção V
Art. 136. Às autoridades e comissões Do Relatório
processantes é lícito reinquirir o acusado e
Art. 139. Expirado o prazo das alegações
as testemunhas, ofendido e informantes,
finais, terá a autoridade ou comissão
sobre o objeto da acusação e propor
processante que elaborar o relatório
diligências para o esclarecimento dos fatos.
circunstanciado com o parecer conclusivo,
Art. 137. Em sua defesa, pode o acusado remetendo os autos à autoridade
requerer a produção, perante o processo, de competente.
todas as provas legalmente permitidas.
§ 1º A autoridade ou comissão processante,
conclusivamente, deverá manifestar-se, no
relatório, conforme o caso, sobre:
Seção IV
Das Alegações Finais
163
I - a comprovação da existência ou não dos compulsória, demissão, ou licenciamento e
fatos imputados; exclusão a bem da disciplina;
II - os dispositivos legais infringidos; V - a remessa do processo à autoridade
judiciária competente, caso a acusação
III - a culpabilidade do acusado;
julgada administrativamente procedente
IV - a capacidade de permanência ou não do seja também, em tese, crime.
acusado na ativa ou na situação em que se
Parágrafo único. O acusado será intimado
encontra na inatividade;
das decisões do processo disciplinar para fins
V- a improcedência das acusações ou recursais ou no caso do seu arquivamento.
procedência em parte e a proposta para
aplicação da sanção disciplinar cabível.
CAPÍTULO XI
§ 2º A conclusão do relatório, se de Conselho
ou comissão processante, será tomada por DA AMPLA DEFESA E DO CONTRADITÓRIO
maioria de votos, facultada a justificação,
Art. 141. Em todos os processos disciplinares
por escrito, do voto vencido.
serão sempre assegurados ao acusado a
§ 3º Elaborado o relatório e a ata da sessão ampla defesa e o contraditório, com os
correspondente, serão os autos meios e recursos inerentes, conforme dispõe
encaminhados, após o termo de este Código.
encerramento, à autoridade instauradora.
§ 1º Os processos disciplinares admitem a
defesa por escrito e nos prazos
regulamentares.
Seção VI
§ 2º Incumbirá ao acusado o ônus de provar
Do Julgamento
os fatos por ele alegados em sua defesa,
Art. 140. Recebidos os autos do processo, a entre estes os de existência de fato
autoridade instauradora proferirá decisão impeditivo, modificativo ou extintivo da
fundamentada determinando: pretensão punitiva-disciplinar, bem como o
de apresentar e conduzir à autoridade
I - caso entenda necessário, o
competente as provas documentais e
encaminhamento dos autos à Procuradoria
testemunhais que arrolar como pertinentes
Geral do Estado, para análise e emissão de
ao fato.
parecer;
Art. 142. Para fins de ampla defesa e
II - o arquivamento do processo, caso
contraditório, são direitos do acusado nos
improcedente a acusação, adotando as
processos disciplinares:
razões constantes do relatório ou
concebendo outros fundamentos; I - ter conhecimento e acompanhar todos os
atos de apuração, julgamento, aplicação e
III - a aplicação da sanção disciplinar cabível,
cumprimento da sanção disciplinar, de
adotando as razões constantes do relatório
acordo com os procedimentos adequados
ou concebendo outros fundamentos;
para cada situação;
IV - a adoção das providências necessárias à
II - ser ouvido;
efetivação da reforma disciplinar
164
III - produzir provas; irregular, ofensivo, injusto ou ilegal, para
que o reexamine, devendo ser redigido de
IV - obter cópias de documentos necessários
forma respeitosa, precisando o objetivo e as
à defesa;
razões que o fundamentam, sem
V - ter oportunidade, no momento comentários ou insinuações desnecessários,
adequado, de contrapor-se às acusações que podendo ser acompanhado de documentos
lhe são imputadas; comprobatórios.
165
Art. 145. O recurso hierárquico, interposto anteriormente tomada, devendo ser
por uma única vez, terá efeito suspensivo e cientificado o interessado.
será redigido sob a forma de parte ou ofício
Art. 147. Solucionado o recurso hierárquico,
e endereçado diretamente à autoridade
encerra-se para o recorrente a possibilidade
imediatamente superior àquela que não
de recorrer do ato disciplinar sofrido,
reconsiderou o ato tido por irregular,
ocorrendo coisa julgada administrativa.
ofensivo, injusto ou ilegal.
§ 1º O recurso hierárquico deve ser
precedido de pedido de reconsideração do CAPÍTULO XIII
ato e somente poderá ocorrer depois de
DO PRAZO DECADENCIAL E DA COISA
conhecido o resultado deste pelo
JULGADA ADMINISTRATIVA
requerente.
Art. 148. Os prazos para a interposição dos
§ 2º O recurso hierárquico será interposto no
recursos de que trata este Código são
prazo máximo de 05 (cinco) dias para os
decadenciais e começarão a contar a partir
Processos Administrativos Disciplinares
do primeiro dia útil posterior ao da
Simplificado e Ordinário e 10(dez) dias para
intimação da decisão e, caso esta não seja
os Conselhos de Disciplina e de Justificação,
possível, contará da data da publicação em
a contar do primeiro dia útil posterior à data
boletim da Corporação ou no DOE/PI.
de recebimento do documento de
intimação, dando conhecimento ao § 1º Da decisão do Governador do Estado,
interessado, mediante despacho sendo ele a própria autoridade instauradora,
fundamentado que deverá ser publicado. só caberá em instância única, o recurso de
pedido de reconsideração de ato.
§ 3º A autoridade que receber o recurso
hierárquico deverá comunicar tal fato, por § 2º Da decisão do Comandante-Geral,
escrito, àquela contra a qual está sendo proferida em primeira instância, caberá em
interposto. segunda instância administrativa, recurso
hierárquico ao Governador do Estado, desde
§ 4º O recurso hierárquico, em termos
que contenha fatos novos, devendo ser
respeitosos, precisará o objeto que o
admitido, apenas, após interposto àquela
fundamenta de modo a esclarecer o ato ou
autoridade o recurso de pedido de
fato, podendo ser acompanhado de
reconsideração de ato.
documentos comprobatórios.
§ 3º Caberá recurso hierárquico, em segunda
§ 5º O recurso hierárquico não poderá tratar
instância administrativa, das decisões das
de assunto estranho ao ato ou fato que o
autoridades dos incisos III a VII, do art. 13,
tenha motivado, nem versar sobre matéria
desde que interposto às suas respectivas
impertinente ou fútil. § 6º Não existirá
autoridades imediatamente superioras, e de
interposição de recurso hierárquico em face
uma única vez, ocorrendo coisa julgada
de ato do Governador do Estado.
administrativa ao final a decisão por
Art. 146. Não será conhecido o recurso esgotamento da instância recursal.
hierárquico intempestivo, procrastinador ou
Art. 149. A coisa julgada administrativa da
que não apresente fatos ou argumentos
decisão disciplinar ocorrerá por decadência
novos que modifiquem a decisão
166
quando não houver a interposição dos Art. 153. Atenuação é a redução da sanção
recursos disciplinares nos prazos previstos proposta ou aplicada, para outra menos
neste Código ou em decorrência do rigorosa ou, ainda, a redução do número de
esgotamento da esfera recursal, se em dias da sanção de suspensão, nos limites do
instância única ou em segunda instância art. 16, se assim o exigir o interesse da
administrativa. disciplina e a ação educativa sobre o militar
estadual.
Art. 154. Agravamento é a aplicação de uma
CAPÍTULO XIV
sanção mais rigorosa ou a ampliação do
DA REVISÃO DOS ATOS DISCIPLINARES número de dias propostos para sanção de
suspensão, nos limites do art. 16, se assim o
Art. 150. As autoridades competentes para
exigir o interesse da disciplina e a ação
aplicar sanção disciplinar, quando tiverem
educativa sobre o militar do Estado.
conhecimento, por via recursal ou de ofício,
da possível existência de irregularidade ou Art. 155. Anulação é a declaração de
ilegalidade na aplicação da sanção imposta invalidade da sanção disciplinar aplicada
por elas ou pelas autoridades subordinadas, pela própria autoridade ou por autoridade
podem, de forma motivada e com subordinada, quando verificar a ocorrência
publicação, praticar um dos seguintes atos: de ilegalidade, devendo retroagir à data do
ato.
I - retificação;
Parágrafo único. A anulação de sanção
II - relevação;
administrativo-disciplinar somente poderá
III - atenuação; ser feita no prazo de 02 (dois) anos, a contar
da data da publicação do ato que se
IV - agravamento;
pretende invalidar, salvo no caso de
V - anulação. aplicação de mais de uma sanção disciplinar
pela mesma transgressão.
Art. 151. Retificação é a correção de
irregularidade formal sanável, contida na
sanção disciplinar aplicada pela própria
CAPÍTULO XV
autoridade ou por autoridade subordinada.
DA REABILITAÇÃO DISCIPLINAR
Art. 152. Relevação é a suspensão do
cumprimento da sanção imposta e poderá Art. 156. A reabilitação consiste na
ser concedida nos seguintes casos: demonstração efetiva e constante de bom
comportamento na vida pública e privada e
I- quando ficar comprovado que foram
na vida profissional, manifestada,
atingidos os objetivos visados com a
sobretudo, pelo respeito aos valores éticos
aplicação da mesma, independente do
estatuídos, tendo como consequência o
tempo de punição a cumprir;
cancelamento de sanções disciplinares
II- por motivo de passagem de comando, aplicadas, com a retirada dos respectivos
data de aniversário da Corporação, ou data registros nos assentamentos individuais do
nacional, quando já estiver sido cumprida, militar da ativa. Parágrafo único. Somente se
pelo menos, metade da sanção.
167
aplica a reabilitação às sanções previstas nos Art. 160. As recompensas militares
incisos II e III, do art. 19, deste Código. constituem reconhecimento dos bons
serviços prestados pelo militar e
Art. 157. A reabilitação ocorrerá:
consubstanciam-se em prêmios concedidos
I - pelo decurso de tempo de efetivo serviço por atos meritórios e serviços relevantes
sem a ocorrência de qualquer outra sanção, devidamente comprovados e
mediante requerimento do interessado que fundamentados.
preencher os seguintes requisitos:
Parágrafo único. As autoridades que
a) 02 (dois) anos se a punição a cancelar for possuem competência para conceder as
repreensão; recompensas são as especificadas no art. 13,
deste Código.
b) 04 (quatro) anos se a punição a cancelar
for suspensão; Art. 161. São recompensas militares:
168
pelo militar estadual, conforme regulação e) ao término de atividades coletivas, no
em lei específica; âmbito administrativo, operacional e de
instrução.
III - Elogio coletivo: aquele concedido pela
autoridade militar competente com o fito de § 2º As referências elogiosas listadas nas
reconhecer e ressaltar um grupo de militares alíneas “a”, “b” e “c”, do parágrafo anterior,
estaduais ou fração de tropa ao cumprir terão caráter individual e as listadas nas
destacadamente uma determinada missão, alíneas “d” e “e” poderão ter caráter
cuja identificação dos militares deverá estar individual ou coletivo, a critério da
arrolada nominalmente. autoridade que as conceder.
§ 2º Na concessão dos elogios deverão ser Art. 164. A descrição do fato ou fatos que
especificadas a sua classificação como motivarem os elogios ou as referências
individual, coletivo ou individual elogiosas deve precisar a atuação do militar
filantrópico, devendo ser escritos e em linguagem sucinta, sóbria, sem
publicados em boletim da Corporação generalizações e adjetivações desprovidas
Militar, para fins de ser constado nas de real significado, como convém ao estilo
alterações do militar elogiado. castrense.
§ 3º A autorização para publicação em Art. 165. Os elogios ou proposições de
boletim dos elogios não ilide a necessidade elogios advindos de personalidades não
de sua submissão à Comissão de Promoção previstas no rol do art. 13 serão
de Oficiais ou Comissão de Promoção de encaminhados para o comandante imediato
Praças da Corporação. do militar, que deliberará sobre a concessão
ou não do elogio, se estiver em
Art. 163. As referências elogiosas são atos
conformidade com este Código e demais
administrativos que visam reconhecer e
normas vigentes.
ressaltar um grupo de militares, fração de
tropa ou ao militar estadual que cumprir Art. 166. Os elogios e as referências
destacadamente uma determinada missão. elogiosas serão registrados nos
assentamentos dos militares agraciados.
§ 1º As referências elogiosas poderão ser
individuais ou coletivas e serão concedidas Art. 167. O elogio individual filantrópico não
nas seguintes situações: necessita passar por processo de
homologação e será atribuído ponto para
a) ao término de atividades individuais que
promoção, conforme legislação específica.
mereçam destaque;
Art. 168. Todos os demais elogios
b) na despedida de militar da Organização
concedidos pelas autoridades previstas no
Militar;
art. 13 deste Código, somente serão
c) na passagem para a inatividade, quando atribuídos pontos para promoção após
poderá conter um resumo da carreira do homologação pela Comissão de Promoção
profissional; de Oficiais ou Comissão de Promoção de
Praças, conforme seja oficial ou praça o
d) nas passagens de Comando, Chefia ou
militar a ser elogiado.
Direção, em qualquer nível; e
169
Art. 169. Às referências elogiosas não serão Junta Médica ou perícia oficial, da qual
atribuídos pontos para fins de promoção. participe pelo menos um médico psiquiatra.
Art. 170. As dispensas do serviços, como § 1º Para esse fim, considera-se dúvida
recompensa, podem ser: razoável aquela retratada nos autos por
elementos que levem à fundada dúvida, não
I- dispensa total do serviço, que isenta de
bastando para tanto a palavra do acusado.
todos os trabalhos da Organização Militar,
inclusive os de instruções; § 2º O incidente de sanidade mental será
processado em autos apartados e apenso ao
II- dispensa parcial do serviço isenta de
processo principal, após a expedição do
alguns trabalhos, que devem ser
laudo pericial.
especificados na concessão.
§ 3º O militar acusado ou seu defensor
§ 1º A dispensa total do serviço é concedida
poderão requerer a instauração de incidente
pelo prazo máximo de 08 (oito) dias e não
de sanidade mental.
deve ultrapassar o total de 16 (dezesseis)
dias no decorrer de um ano civil. § 4º Ao militar acusado é facultado
submeter-se a exame de insanidade mental.
§ 2º A dispensa total do serviço, para ser
gozada fora da sede, fica subordinada às § 5º O incidente de insanidade mental
mesmas regras de concessão de férias. suspenderá o curso do processo disciplinar.
§ 3º As dispensas de que tratam este artigo
não invalidam o direito de férias.
Seção II
Art. 171. São competentes para anular,
Do Sobrestamento
restringir ou ampliar as recompensas
concedidas, por si ou por seus subordinados, Art. 173. Sobrestamento é uma suspensão
as autoridades especificadas no art. 13, dos atos procedimentais ou processuais,
deste Código, devendo essa decisão ser devido a fatos supervenientes, que
justificada com publicação em boletim. impedem o seu prosseguimento, indicando
que ele não terá andamento algum, devendo
ser devidamente motivado para ser
CAPÍTULO XVII aplicado.
DOS INCIDENTES PROCESSUAIS Parágrafo único. Podem ser, dentre outras,
as seguintes hipóteses para sobrestamento:
Seção I
a) motivo de força maior;
Do Incidente de Insanidade Mental
b) ordem judicial que determine suspensão
Art. 172. Quando houver dúvida razoável
do procedimento ou processo
sobre a sanidade mental do acusado, a
administrativo disciplinar;
autoridade processante ou o presidente da
comissão processante, proporá à autoridade c) quando da necessidade de nomeação de
instauradora que o militar acusado seja defensor dativo, se o referido ato se der pela
submetido a exame de sanidade mental por autoridade instauradora;
170
d) realização de exame de insanidade à Corporação Militar, pelo autor que a eles
mental, observado o disposto no §5º do deu causa.
artigo anterior.
§ 1º O ajustamento de conduta efetivar-se-á
Art. 174. É permitido o sobrestamento de por iniciativa da autoridade disciplinar
procedimento ou processo administrativo competente, mediante assinatura do Termo
disciplinar, por um período de até 30 (trinta) de Ajuste de Conduta pelo causador do dano
dias, mediante requerimento fundamentado e pela autoridade designada para o
do sindicante, encarregado do inquérito procedimento de Sindicância ou Inquérito
técnico, autoridade ou presidente da Técnico.
comissão processante, dirigido às
§ 2º O Termo de Ajuste de Conduta firmado
autoridades instauradoras dentre as
pelo militar estadual dispensa a instauração
previstas no art. 13 deste Código.
de processo administrativo disciplinar e
§ 1º O prazo de que trata o caput deste exclui eventual aplicação de sanção
artigo poderá ser prorrogado por igual disciplinar, caso sejam cumpridas as
período, desde que o pedido de prorrogação obrigações constantes do termo.
seja motivado e tempestivo.
§ 3º A assinatura do Termo de Ajuste de
§ 2º Não haverá outro sobrestamento, além Conduta implica no reconhecimento do
do previsto no parágrafo anterior, salvo dano cometido pelo causador (civil ou
dificuldade insuperável, a juízo da militar) e no seu comprometimento em
autoridade instauradora. repará-lo.
§ 3º Durante o sobrestamento é vedada a § 4º O Termo de Ajuste de Conduta conterá,
prática de qualquer ato procedimental ou no mínimo, as seguintes informações:
processual, salvo, a juízo da autoridade
I - a informação do procedimento ou
instauradora, atos inadiáveis e
processo que o originar;
indispensáveis ao bom andamento do
processo, mediante decisão fundamentada. II - a qualificação do causador do dano ou
acidente;
§ 4º A publicação do ato de sobrestamento
suspenderá o transcurso do prazo III - os fundamentos de fato e de direito para
prescricional, que voltará a correr após a celebração do ajustamento de conduta e
cessarem seus motivos. descrição das obrigações assumidas para
reparar o dano; IV - o prazo e o modo do
cumprimento da obrigação assumida.
CAPÍTULO XVIII
§ 5º É vedada a realização de ajustamento de
DO AJUSTAMENTO DE CONDUTA conduta quando houver indícios de prejuízos
efetivos ao erário ou ao serviço público, de
Art. 175. O ajustamento de conduta é a
improbidade administrativa, de crime ou de
composição administrativa fundada nos
má-fé do autor.
princípios constitucionais da eficiência,
economicidade, proporcionalidade e § 6º O Termo de Ajuste de Conduta será
razoabilidade para reparação voluntária de registrado nos assentamentos do militar
danos materiais ao patrimônio pertencente estadual causador do dano ou acidente.
171
§ 7º Caso não haja aceitação do Termo de Art. 177. A falta de defesa técnica por
Ajuste de Conduta por parte do causador do advogado não impede o prosseguimento do
dano, para o reparo ou ressarcimento ao processo administrativo disciplinar, cabendo
patrimônio militar danificado, será a partir à autoridade processante ou presidente do
da Sindicância ou Inquérito Técnico, conselho ou comissão processante nomear
instaurado um Processo Administrativo ou solicitar da autoridade instauradora a
Disciplinar, para apuração da nomeação de um defensor dativo, o qual é
responsabilidade disciplinar, em sendo o obrigado, por ser ato de serviço, a
militar o causador. comparecer e realizar os atos de defesa.
§ 8º Não sendo constatado ser militar Parágrafo único. Caberá a nomeação do
estadual o causador do dano ao patrimônio defensor dativo:
da Corporação Militar, caberá ao
I - em caso de recusa do acusado de
Comandante Geral adotar as providências
recebimento do mandado de citação;
cabíveis quanto ao envio à autoridade
policial competente ante ao dano material II - em caso de revelia do acusado, tendo,
verificado e encaminhar à Procuradoria embora notificado, deixado de apresentar
Geral do Estado para os fins cíveis alegações finais;
pertinentes, no tocante à reparação ou
III - quando houver solicitação por parte do
responsabilização.
acusado;
IV - para os demais atos processuais, caso
CAPÍTULO XIX necessário.
DOS DEFENSORES Art. 178. A autoridade instauradora em
processo administrativo disciplinar, no
Seção I
mesmo ato que nomear a comissão ou
Da Defesa Técnica autoridade processante, excepcionalmente,
poderá nomear também um defensor
Art. 176. A defesa técnica será realizada pelo
dativo.
advogado, que é o profissional legalmente
constituído pelo militar estadual investigado Art. 179. O defensor dativo será um oficial,
ou acusado em processo ou procedimento que deverá sempre ser superior hierárquico
administrativo que vier a ser instaurado pela ou mais antigo do que o acusado, e
Corporação Militar. preferencialmente, ser bacharel em Direito.
Parágrafo único. A intimação ou notificação Art. 180. Caso o acusado apresente
deverá ser encaminhada ao advogado e ao advogado legalmente constituído em
acusado no processo administrativo qualquer fase do processo administrativo,
disciplinar, devendo o prazo ser contado a no qual seja já assistido de defensor dativo,
partir da última intimação ou notificação. este poderá, a qualquer tempo, ser
desincumbido deste mister.
Seção II
CAPÍTULO XX
Do Defensor Dativo
172
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 186. Admitir-se-á a utilização de meio
eletrônico na formalização de atos e
Art. 181. Aplicam-se ao Processo
procedimentos previstos neste Código,
Administrativo Disciplinar Ordinário, no que
desde que assegurados a comprovação da
couber, as disposições constantes nos arts.
autoria e o atendimento dos requisitos de
86, 89 a 103, incisos I e II, arts. 123 a 149, 176
autenticidade, integridade e validade
a 180, deste Código. Art. 182. Para fins de
jurídica das informações e documentos.
cancelamento de punições as sanções
disciplinares de detenção e prisão, aplicadas Art. 187. Aplicam-se, supletivamente, aos
anteriormente a este Código, processos e procedimentos administrativos
corresponderão à suspensão. previstos neste Código, pela ordem, as
normas do Código do Processo Penal Militar,
Art. 183. O militar estadual, enquanto
do Código de Processo Penal e do Código de
estiver respondendo a processo
Processo Civil.
administrativo disciplinar, só poderá ser
licenciado ou demitido, a pedido, ou Art. 188. Os Comandantes-Gerais poderão
transferido para a reserva remunerada baixar instruções complementares
voluntariamente, após a conclusão do conjuntas, necessárias à interpretação,
respectivo processo e o cumprimento da orientação e fiel aplicação do disposto neste
sanção disciplinar, caso aplicada. Código.
Art. 184. A ação disciplinar prescreverá em Art. 189. Ficam revogadas todas as
06 (seis) anos, contados da data do disposições em contrário, em especial, as
conhecimento do fato pela administração Leis nº 3.728 e 3.729, de 27 de maio de 1980
militar estadual. e o Decreto nº 3.548, de 31 de janeiro de
1980.
§ 1º A interposição de recurso disciplinar
suspende a prescrição da punibilidade até a Art. 190. Este Código entrará em vigor 90
solução final do recurso. (noventa) dias após a data de sua
publicação.
§ 2º O prazo de prescrição também será
suspenso nos casos de:
I - licença para tratar da saúde própria ou de PALÁCIO DE KARNAK, em Teresina (PI), 17 de
pessoa de família que impeça o militar janeiro de 2022.
estadual de responder ao processo
José Wellington Barroso de Araújo Dias
administrativo disciplinar;
Governador do Estado do Piauí
II - decisão judicial que determine a
paralisação dos trabalhos do processo Osmar Ribeiro de Almeida Júnior
administrativo disciplinar.
Secretário de Governo
Art. 185. Extinta a punibilidade pela
prescrição, a autoridade instauradora
determinará que seja registrado o fato nos
assentamentos funcionais do militar
estadual e realizado o arquivamento do
processo disciplinar.
173
➢ Lei nº 7.772, de 04/04/2022 I - Gabinete do Comandante-Geral (GAB.
(Lei de Organização Básica). CBMT);
II - Gabinete do Subcomandante-Geral
(GAB. SUBCMT);
III - Núcleo de Estudos Estratégicos (NEE);
IV- Núcleo de Defesa Civil (NDC);
V- Ajudância Geral (AJG);
VI - Núcleo de Controle Interno (NCI);
VII - Estado-Maior-Geral (EMG);
VIII - Comissões;
IX - Assessorias. ” (NR)
174
g) Grupamento de Bombeiros Militar processo decisório nos assuntos de
Marítimo (GBMar). relevância para o desenvolvimento e
II - Subunidades: cumprimento das atribuições da
a) Subgrupamento de Bombeiros Militar corporação e elaborar políticas
(SGBM); institucionais, sendo composto de:
b) Subgrupamento de Bombeiros Militar I - Comandante-Geral, na qualidade de
Marítimo (SGBMar). ” (NR) presidente;
“Art. 13. O cargo de Comandante-Geral do II - Subcomandante-Geral, na qualidade de
Corpo de Bombeiros Militar do Estado do vice-presidente;
Piauí é privativo de oficial do último posto III - Diretor de Gestão de Pessoas;
da Corporação, integrante do Quadro de IV - Diretor de Ensino, Instrução e
Oficiais Bombeiros Militar Combatentes a Pesquisa;
ser nomeado pelo Governador do Estado. V - Diretor Administrativo e Financeiro;
....................................................................................... VI - Comandante Operacional de
......................................” (NR) Bombeiros;
VII - Secretaria.
“Art. 14. O Subcomandante-Geral do Corpo § 1º O Chefe de Gabinete do Comandante-
de Bombeiro Militar do Estado do Piauí, Geral será o Secretário do Alto Comando.
acumula a função de Chefe do Estado- § 2º O Comandante-Geral convocará o Alto
Maior-Geral, sendo o substituto imediato Comando para decidir em forma de
do Comandante-Geral, cumprindo-lhe colegiado, sobre:
substituí-lo em suas faltas ou I - emprego de pessoal;
impedimentos e desempenhar outras II - ensino e instrução;
atribuições previstas em leis ou III - controle interno;
regulamentos, ou mediante expressa IV - disciplina;
delegação do Comandante-Geral. V- legislação;
....................................................................................... VI - projetos e convênios;
.......................................” (NR) VII - processos de promoções em grau de
recurso;
“Art. 15. O cargo de Subcomandante-Geral VIII - outros assuntos de interesse da
do Corpo de Bombeiros Militar do Estado Corporação.” (NR)
do Piauí é privativo de oficial do último
posto da Corporação, integrante do CAPITULO IV
Quadro de Oficiais Bombeiros Militar DOS ORGÃOS DE DIREÇÃO SETORIAL
Combatentes, a ser nomeado pelo “Art. 17. As Diretorias, órgãos de direções
Governador do Estado, sendo seu setoriais, organizadas sob forma de
substituto em suas faltas ou sistema, competem realizar o
impedimentos, o coronel mais antigo do planejamento, a orientação, o controle, a
mesmo quadro. coordenação, a fiscalização e a execução
....................................................................................... das atividades, dos programas e dos
.......................................” (NR) planos relativos às estratégias setoriais
específicas.” (NR)
Seção III
DO ALTO COMANDO Seção I
“Art. 16. O Alto Comando da Corporação é DA DIRETORIA DE GESTÃO DE PESSOAS
o órgão colegiado e deliberativo composto “Art. 18. A Diretoria de Gestão de Pessoas,
pelos Coronéis da ativa da corporação, a órgão de direção setorial do sistema de
ser convocado pelo Comandante- Geral ou pessoal, incumbe-se do planejamento, da
seu substituto para colaborar com o coordenação, da execução, do controle, e
175
da fiscalização das atividades relacionadas controle e da fiscalização de todas as
à pessoal, terá a seguinte organização atividades de formação, aperfeiçoamento
básica: e especialização, nos diferentes níveis do
I - Diretor; ensino, do adestramento e da instrução,
II - Seção de Folha e Cadastro (DGP – 1); terá a seguinte organização básica:
III - Seção de Promoções e Movimentações I - Diretor;
(DGP – 2); II - Seção Técnica de Ensino (DEIP-1);
IV - Seção de Identificação e Ingresso (DGP III - Seção de Curso e Estágios (DEIP-2);
– 3); IV - Seção de Pesquisa e Doutrina (DEIP-
V - Seção de Inativos e Pensionistas (DGP- 3);
4); V - Banda de Música. ” (NR)
VI - Seção de Atos (DGP-5);
VII - Seção de Justiça e Disciplina (DGP-6); Seção IV
VIII - Núcleo de Voluntários da Reserva DA DIRETORIA DE SEGURANÇA
Remunerada.” (NR) CONTRA INCÊNDIO
“Art. 21. A Diretoria de Segurança Contra
Seção II Incêndio, unidade administrativa
DA DIRETORIA ADMINISTRATIVA E responsável pelo planejamento, análise,
FINANCEIRA controle e fiscalização das atividades
“Art. 19. A Diretoria Administrativa e atinentes à segurança contra incêndio e
Financeira, o órgão de direção setorial pânico no âmbito do Estado do Piauí, terá
responsável pelo funcionamento do a seguinte organização básica:
sistema de administração financeira, I - Diretor;
programação, orçamento, contabilidade, II - Seção de Análise de Projetos (DSCI – 1);
incumbindo ainda o estudo, o III - Seção de Vistorias e Pareceres (DSCI –
planejamento, a orientação normativa, a 2);
coordenação, supervisão, o controle e a IV - Seção de Fiscalização (DSCI – 3);
execução das atividades relativas à gestão V - Seção de Apoio Técnico (DSCI – 4);
do material e patrimônio da corporação VI - Seção de Estatística e Arquivo (DSCI –
terá a seguinte organização básica: 5).
I - Diretor; .......................................................................................
II - Seção Administrativa Financeira (DAF- ..................................... ” (NR)
1); “Art. 26. O Núcleo de Defesa Civil é órgão
III - Seção de Orçamento, Compras e de assessoramento do Comando
Contabilidade (DAF-2); Operacional de Bombeiros responsável
IV - Seção de Cadastro, Controle e pelo planejamento e execução de
Alienação do Patrimônio (DAF-3); atividades de defesa civil na área de
V - Seção de Administração de Frota (DAF- competência do Corpo de Bombeiros.
4); Parágrafo único. O Núcleo de Defesa Civil
VI - Seção de Controle de Armas e terá a seguinte organização básica:
Munições (DAF-5).” (NR) I - Chefe;
II - Seção de Defesa Civil da Capital;
Seção III III - Seção de Defesa Civil do Interior.” (NR)
DA DIRETORIA DE ENSINO, INSTRUÇÃO “Art. 27. A Ajudância Geral, subordinada
E PESQUISA diretamente ao Comandante Geral,
“Art. 20. A Diretoria de Ensino, Instrução e compete a publicação dos atos
Pesquisa, o órgão de direção setorial do administrativos, recepção de
sistema de ensino e instrução, incumbe-se correspondências, assim como auxiliar nas
do planejamento, da coordenação, do funções de administração, conservação e
176
segurança das instalações do Quartel do VII - Núcleo de Investigação e Prevenção
Comando Geral (QCG), considerado como de Incêndios;
Organização de Bombeiros Militar. VIII - Comandos Regionais de Bombeiros
§ 1º Terá a seguinte organização básica: Militar.
I - Ajudante-Geral; § 2º Os cargos de Comandante e
II - Secretaria Administrativa; Subcomandante Operacional de
III - Seção de Comando, Serviços e Bombeiros serão exercidos
Segurança (SCS); respectivamente por Coronel e Tenente
IV - Seção de Arquivo. Coronel do Quadro de Oficiais Bombeiros
§ 2º A Seção de Comando, Serviços e Militar Combatentes.” (NR)
Segurança, será composta pelo seu efetivo
previsto no Quadro de Organização e Subseção I
Distribuição Geral, acrescentado do DO NÚCLEO DE INVESTIGAÇÃO E
efetivo de praças distribuído nos órgãos PREVENÇÃO DE INCÊNDIO
do Quartel do Comando Geral. “Art. 35. O Núcleo de Investigação e
....................................................................................... Prevenção de Incêndios destina-se a
..................................... ” (NR) realizar as análises laboratoriais
relacionadas a investigação de incêndios e
CAPÍTULO V de explosões, emitir conclusões técnicas
DA CONSTITUIÇÃO E DAS ATRIBUIÇÕES sobre atividades preventivas e será
DOS ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO estruturado da seguinte forma:
“Art. 33. Os órgãos de execução do Corpo I - Chefe;
de Bombeiros Militar do Estado do Piauí, II - Subchefe;
constituídos de unidades e subunidades III - Seção de Perícias;
operacionais, realizam a atividade-fim da IV - Seção de Pesquisas;
instituição, cumprindo as missões que lhes V - Laboratório. ” (NR)
são inerentes, sendo apoiados em suas
necessidades de pessoal e material pelos Subseção II
demais órgãos.” (NR) DOS COMANDOS REGIONAIS DE
BOMBEIROS MILITAR
“Art. 34. O Comando Operacional de “Art. 36. Os Comandos Regionais de
Bombeiros é órgão de execução do mais Bombeiros Militar são órgãos de execução
alto escalão do sistema operacional subordinados diretamente ao
subordinado ao órgão de direção geral, Comandante Operacional de Bombeiros,
tendo a seu cargo o planejamento devem efetuar o
estratégico e a fiscalização do emprego dos planejamento operacional, a supervisão, a
Comandos Regionais de Bombeiros. coordenação, prevenção, o controle, a
§ 1º Terá seguinte organização básica: fiscalização e a execução das atividades de
I - Comandante Operacional de bombeiro no âmbito de suas respectivas
Bombeiros; responsabilidades e circunscrições.
II - Subcomandante Operacional de § 1º Terão a seguinte organização básica:
Bombeiros; I - Comandante;
III - Seção Administrativa; II - Subcomandante;
IV - Seção de Operações e Comunicações; III - Seção Administrativa;
V - Seção de Controle e Fiscalização de IV - Seção de Planejamento e Avaliação
Hidrantes; Operacional;
VI - Seção de Planejamento, Estatística e V - Seção de Comunicações e Logística;
Avaliação Operacional; VI - Seção de Estatística;
VII - Grupamentos de Bombeiros Militar;
177
VIII - Grupamento de Bombeiros Militar lacustre inscritas nos limites geográficos
Marítimo. dos municípios de Ilha Grande de Santa
§ 2º Os cargos de Comandantes das Isabel, Parnaíba, Luís Correia e Cajueiro da
Regionais de Bombeiros Militar serão Praia, assim como de toda a costa marítima
exercidos respectivamente por Oficiais do piauiense.
penúltimo posto da Corporação do Quadro § 1º Terá a seguinte organização básica:
de Oficiais Bombeiros Militar I - Comandante;
Combatentes.” (NR) II - Subcomandante;
III - Seção Administrativa;
Subseção III IV - Seção de Planejamento Operacional e
DOS GRUPAMENTOS DE BOMBEIROS Estatística;
MILITAR V - Seção de Logística e Comunicações;
“Art. 37. Os Grupamentos de Bombeiros VI - Seção de Capacitação Técnico-
Militar têm a seu cargo, dentro de uma Profissional;
determinada área operacional, as missões VII - Subgrupamentos de Bombeiros
de prevenção e extinção de incêndios, Militar Marítimo – SGBMar.
busca, Parágrafo único. O cargo de Comandante
salvamento, atendimento pré-hospitalar e do Grupamento de Bombeiros Militar
auxílio nas atividades de defesa civil. Marítimo será exercido por Major do
§ 1º Terá a seguinte organização básica: Quadro de Oficiais Bombeiros Militar
I - Comandante; Combatentes.” (NR)
II - Subcomandante;
III - Administrativa; Subseção VI
IV - Seção de Planejamento Operacional; DOS SUBGRUPAMENTOS DE
V - Seção de Logística; BOMBEIROS MILITAR
VI - Seção de Estatística; “Art. 39. Os Subgrupamentos de
VII - Seção de Serviços Técnicos; Bombeiros Militar, são subunidades
VIII - Subgrupamentos de Bombeiros operacionais subordinadas a seus
Militar. respectivos grupamentos, tem a seus
§ 2º Os cargos de Comandantes dos cargos, dentro de uma determinada área
Grupamentos serão exercidos por Oficiais operacional, as missões específicas de
Superiores do Quadro de Oficiais prevenção e extinção de incêndios, de
Bombeiros Militar Combatentes, e resgate, atendimento pré-hospitalar e
excepcionalmente busca e salvamentos, e as demais que lhe
por Oficiais Superiores de outros sejam conexas.
quadros.” (NR) § 1º Terão a seguinte organização básica:
I - Comandante;
Subseção V II - Subcomandante;
DO GRUPAMENTO DE BOMBEIROS III - Seção de Operações;
MILITAR MARÍTIMO IV - Seção de Comunicações e Logística;
“Art. 38. O Grupamento de Bombeiros V - Seção de Operações e Comunicações;
Militar Marítimo tem a seu cargo a VI - Seção de Vistoria e Fiscalização;
realização de operações aquáticas com a VII - Sargenteação.
finalidade de executar serviços de § 2º Os cargos de Comandantes dos
prevenção em eventos náuticos, a busca, Subgrupamentos de Bombeiros Militar
salvamentos de pessoas e bens, combate a serão exercidos por Capitães do Quadro de
incêndio em embarcações e instalações Oficiais Bombeiros Militar Combatentes, e
portuárias, bem como a preservação
ambiental limitada às orlas fluviais e
178
excepcionalmente por Oficiais § 1º A desconcentração, interiorização e
Intermediários e Subalternos de outros efetiva implantação das unidades de
quadros.” (NR) bombeiros previstas nesta Lei, dar-se-ão
conforme as disponibilidades financeiras
Subseção VII do Estado do Piauí.
DOS SUBGRUPAMENTOS DE § 2º O Comando Operacional de
BOMBEIROS MILITAR MARITIMO Bombeiros, terá suas unidades e
“Art. 40. Os Subgrupamentos de subunidades operacionais localizadas,
Bombeiros Militar Marítimo têm a seu conforme segue:
cargo as missões de prevenção, combate a I – Comando Regional de Bombeiros
incêndio em embarcações e instalações Militar I – A área de atuação macrorregião
portuárias, busca, resgate, guarda-vidas, do Meio-Norte (CRBM-I):
salvamento aquático e demais que lhe a) 1º Grupamento de Bombeiros Militar –
sejam conexas. A área de atuação do 1º GBM abrangerá 16
§ 1º Terá a seguinte organização básica: municípios no território de
I - Comandante; desenvolvimento Entre Rios,
II - Subcomandante; compreendendo: Teresina, Alto Longá,
III - Seção Administrativa; Altos, Coivaras, José de Freitas, Lagoa
IV - Seção de Combate a Incêndio Marítimo Alegre, Miguel Alves, Nazária, Pau d’Arco,
e Fluvial; União, Beneditinos, Curralinhos, Demerval
V - Seção de Prevenção e Operações Lobão, Lagoa do Piauí, Miguel Leão e
Aquáticas. Monsenhor Gil.
§ 2º Os cargos de Comandantes dos 1) 1º Subgrupamento de Bombeiros
Subgrupamentos de Bombeiros Militar Militar (1º SGBM/1º GBM) – Sede – Região
Marítimo serão exercidos por Capitães do Central;
Quadro de Oficiais Bombeiro.” (NR) 2) 2º Subgrupamento de Bombeiros
Militar (2º SGBM/1º GBM) – Zona Norte;
Seção II 3) 3º Subgrupamento de Bombeiros
DA CLASSIFICAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO Militar (3º SGBM/1º GBM) – Zona Sul;
DOS ÓRGÃO DE EXECUÇÃO 4) 4º Subgrupamento de Bombeiros
“Art. 41. Os órgãos de execução serão Militar (4º SGBM/1º GBM) – Zona Leste.
classificados de acordo com a necessidade b) 2º Grupamento de Bombeiros Militar –
dos serviços operacionais e A área de atuação do 2º GBM abrangerá 16
administrativos de uma determinada área, municípios no território de
sendo considerados para este fim, os desenvolvimento Entre Rios,
seguintes requisitos: compreendendo: Teresina (sede),
a) população; Agricolândia, Água Branca, Amarante,
b) território de desenvolvimento; Angical do Piauí, Barro Duro, Hugo
c) malha viária; Napoleão, Jardim do Mulato, Lagoinha do
d) mapeamento aéreo do Piauí; Piauí, Olho d’Água do Piauí, Palmeirais,
e) densidade de indústria e comércio; Passagem Franca do Piauí, Regeneração,
f) valor histórico e cultural; Santo Antônio do Milagres, São Gonçalo do
g) meio ambiente; Piauí e São Pedro do Piauí.
h) poder operacional; 1) 1º Subgrupamento de Bombeiros
i) estrutura hierárquica-disciplinar; Militar (1º SGBM/2º GBM) – Sede – Zona
j) a carreira bombeiro militar; Sudeste;
l) indicadores de acidentes e violência no c) 6º Grupamento de Bombeiros Militar –
Trânsito. A área de atuação do 6º GBM abrangerá 24
179
municípios no território de 1) 1º Subgrupamento de Bombeiros
desenvolvimento Cocais, compreendendo: Militar Marítimo (1º SGBMar/GBMar) –
Piripiri (sede), Barras, Batalha, Campo Sede;
Largo do Piauí, Esperantina, Joaquim III – Comando Regional de Bombeiros
Pires, Joca Marques, Luzilândia, Madeiro, Militar – A área de atuação macrorregião
Matias Olímpio, Morro do Chapéu do Piauí, do Semiárido (CRBM-III):
Nossa Senhora dos Remédios, Porto, São a) 4º Grupamento de Bombeiros Militar –
João do Arraial, Brasileira, Domingos a área de atuação do 4º GBM abrangerá 23
Mourão, Lagoa de São Francisco, Milton municípios no território de
Brandão, Pedro II, Piracuruca, São João da desenvolvimento Vale do Rio Guaribas,
Fronteira, São José do Divino, mais 16 compreendendo:
municípios no território de Picos (sede), Aroeiras do Itaim, Bocaina,
desenvolvimento Carnaubais, Dom Expedito Lopes, Geminiano,
compreendendo: Campo Maior , Boa Hora, Itainópolis,
Boqueirão do Piauí, Cabeceiras do Piauí, Paquetá, Santana do Piauí, Santo Antônio
Capitão de Campos, Cocal de Telhas, Jatobá de Lisboa, São João da Canabrava, São José
do Piauí, Nossa Senhora de Nazaré, do Piauí, São Luís do Piauí, Sussuapara,
Sigefredo Pacheco, Assunção do Piauí, Vera Mendes, Alagoinha do Piauí, Alegrete
Buriti dos Montes, Castelo do Piauí, do
Juazeiro do Piauí, Novo Santo Antônio, São Piauí, Campo Grande do Piauí, Francisco
João da Serra e São Miguel do Tapuio. Santos, Fronteiras, Monsenhor Hipólito,
1) 1º Subgrupamento de Bombeiros Pio
Militar (1º SGBM/6º GBM) – Sede; IX, São Julião e Vila Nova do Piauí, mais 16
2) 2º Subgrupamento de Bombeiros municípios no território de
Militar (2º SGBM/ 6º GBM) – Campo desenvolvimento Chapada Vale do Rio
Maior; Itaim, compreendendo: Paulistana (sede),
3) 2º Subgrupamento de Bombeiros Belém
Militar (3º SGBM/ 6º GBM) – Esperantina. do Piauí, Caldeirão Grande do Piauí,
II – Comando Regional de Bombeiros Francisco Macedo, Jaicós, Marcolândia,
Militar – A área de atuação macrorregião Massapê
do Litoral (CRBM-II): do Piauí, Padre Marcos, Simões, Acauã,
a) 3º Grupamento de Bombeiros Militar – Betânia do Piauí, Caridade do Piauí, Curral
A área de atuação do 3º GBM abrangerá 08 Novo do Piauí, Jacobina do Piauí, Patos do
municípios no território de Piauí, e Queimada Nova.
desenvolvimento Planície Litorânea, 1) 1º Subgrupamento de Bombeiros
compreendendo: Parnaíba (sede), Bom Militar (1º SGBM/4º GBM) – Sede;
Princípio do Piauí, Buriti dos Lopes, d) 7º Grupamento de Bombeiros Militar –
Caraúbas do Piauí, Caxingó, Cocal, Cocal do a área de atuação do 7º GBM abrangerá 17
Alves e Murici dos Portela. municípios no território de
1) 1º Subgrupamento de Bombeiros desenvolvimento Vale do Canindé,
Militar (1º SGBM/3º GBM) – Sede; compreendendo: Oeiras (sede), Cajazeiras
b) Grupamento de Bombeiros Militar do Piauí, Colônia do Piauí, Santa Cruz do
Marítimo – A área de atuação do (GBMAR) Piauí, Santa Rosa do Piauí, São João da
abrangerá 03 municípios no território de Varjota, Tanque do Piauí, Wall Ferraz, Bela
desenvolvimento Planície Litorânea, Vista do Piauí, Campinas do Piauí,
compreendendo: Luís Correia (sede), Conceição do Canindé, Floresta do Piauí,
Cajueiro da Praia e Ilha Grande. Isaías Coelho, Santo Inácio do Piauí,
São Francisco do Piauí, São Francisco de
Assis do Piauí e Simplício Mendes, mais 15
180
municípios no território de municípios no território de
desenvolvimento Vale do Sambito, desenvolvimento Chapada das
compreendendo: Valença do Piauí, Mangabeiras, compreendendo: Bom Jesus
Aroazes, Prata do Piauí, Santa Cruz dos (sede), Alvorada do Gurguéia, Colônia do
Milagres, São Félix do Piauí, São Miguel da Gurguéia, Cristino Castro, Currais, Eliseu
Baixa Grande, Barra d’Alcântara, Elesbão Martins, Manoel Emídio, Palmeira do
Veloso, Francinópolis, Inhuma, Ipiranga do Piauí, Santa Luz, Avelino Lopes, Curimatá,
Piauí, Lagoa do Sítio, Novo Oriente do Júlio Borges, Morro Cabeça do Tempo,
Piauí, Pimenteiras, e Várzea Grande. Parnaguá, Redenção do Gurguéia,
1) 1º Subgrupamento de Bombeiros Barreiras do Piauí, Corrente, Cristalândia
Militar (1º SGBM/7º GBM) – Sede; do Piauí, Gilbués, Monte Alegre do Piauí,
2) 2º Subgrupamento de Bombeiro Militar Riacho Frio, Santa Filomena, São Gonçalo
(2º SGB BM/7º GBM) - Valença do Gurguéia, Sebastião Barros.
e) 8º Grupamento de Bombeiros Militar – 1) 1º Subgrupamento de Bombeiros
a área de atuação do 8º GBM abrangerá 18 Militar (1º SGBM/12º GBM) – Sede.
municípios no território de 2) 2º Subgrupamento de Bombeiros
desenvolvimento Serra da Capivara, Militar (2º SGBM/12º GBM) – Corrente.
compreendendo: São Raimundo Nonato c) 10º Grupamento de Bombeiros Militar –
(sede), Campo Alegre do Fidalgo, Capitão A área de atuação do 10º GBM abrangerá
Gervásio Oliveira, João Costa, Lagoa do municípios no território de
Barro do Piauí, Anísio de Abreu, Bonfim do desenvolvimento Alto Parnaíba,
Piauí, Caracol, Guaribas, Jurema, São Braz compreendendo: Uruçuí
do Piauí, Várzea Branca, Coronel José Dias, (sede), Bertolínea, Canavieira, Guadalupe,
Dom Inocêncio, Dirceu Jerumenha, Landri Sales, Marcos Parente,
Arcoverde, Fartura do Piauí, São Lourenço Porto Alegre do Piauí, Antônio Almeida,
do Piauí e São João do Piauí. Baixa Grande do Ribeiro, Ribeiro
1) 1º Subgrupamento de Bombeiros Gonçalves e Sebastião Leal.
Militar (1º SGBM/8º GBM) – Sede; 1) 1º Subgrupamento de Bombeiros
IV – Comando Regional de Bombeiros Militar (1º SGBM/10º GBM) – Sede.
Militar – A área de atuação macrorregião Parágrafo único. Os Comandos Regionais
do Cerrados (CRBM-IV): de Bombeiros Militar serão sediados em
a) 5º Grupamento de Bombeiros Militar – Teresina.” (NR)
a área de atuação do 5º GBM abrangerá 19 “Art. 47. A distribuição do efetivo previsto
municípios no território de nessa Lei será feita no Quadro de
desenvolvimento Vale dos Rios Piauí e Organização e Distribuição Geral (QODG),
Itaueiras, compreendendo: Floriano sendo regulamentada através de Decreto.”
(sede), Arraial, Francisco Ayres e Nazaré Parágrafo único. Na falta de Oficiais para
do Piauí, Nova Santa Rita, Paes Landim, preencher os cargos, os mesmos serão
Pedro Laurentino, Ribeira do Piauí, exercidos por oficiais de postos
Socorro do Piauí, São José do Peixe, São imediatamente inferiores e assim
Miguel do Fidalgo, Brejo do Piauí, Canto do sucessivamente, levando em consideração
Buriti, Flores do Piauí, Itaueiras, Pajeú do o quadro de organização e distribuição
Piauí, Pavussu, Rio Grande do Piauí e geral.” (NR)
Tamboril do Piauí. “Art. 48 As atribuições dos órgãos serão
1) 1º Subgrupamento de Bombeiros baixadas através do Regulamento de
Militar (1º SGBM/5º GBM) – Sede: Administração do Corpo de Bombeiros
b) 9º Grupamento de Bombeiros Militar – Militar do Estado do Piauí (RACBMEPI),
A área de atuação do 9º GBM abrangerá 24 será editado através de Decreto no prazo
de 90 dias, após a publicação dessa Lei.
181
....................................................................................... Seção IV
......................................” (NR) DO CENTRO DE ATIVIDADES FÍSICAS E
“Art. 49. Os cargos em comissão e as DESPORTOS
funções de confiança do Corpo de “Art. 32-A. O Centro de Atividades Físicas e
Bombeiros Militar do Estado do Piauí são Desportos é um órgão de apoio da
apenas os previstos nos anexos I dessa Lei, Diretoria de Ensino, Instrução e Pesquisa,
na Lei competindo-lhe desenvolver programas
Complementar 028, de 09 de junho de específicos de condicionamento físico e
2003 e nas suas alterações desportos da corporação, possuindo a
....................................................................................... seguinte
......................................” (NR) estrutura:
Art. 2º Os Capítulos III e IV, da Lei nº 5.949, I- Chefe;
de 17 de dezembro de 2009, passam a II- Subchefe;
vigorar acrescidos dos arts. 28-A, 32-A, 32- III- Seção de Avaliação e Reabilitação
B e 32-C, a seguir: Física;
IV- Seção de Condicionamento Físico;
Seção III V- Academia.” (NR)
DO ESTADO-MAIOR-GERAL
“Art. 28-A. O Estado-Maior-Geral, Seção VI
encarregado da elaboração das diretrizes DO CENTRO DE ENSINO E INSTRUÇÃO
e ordens do comando, tem por missão o DE BOMBEIROS
estudo, o planejamento, a coordenação, a “Art. 32-B. O Centro de Ensino e Instrução
programação orçamentária e financeira e de Bombeiros é o órgão de apoio da
o controle de todas as atividades da Diretoria de Ensino, Instrução e Pesquisa,
Corporação, por intermédio dos órgãos de incumbido da formação, habilitação,
direção setorial, de apoio e de execução, no aperfeiçoamento, especialização,
exercício de suas competências, em treinamento e da instrução especializada
conformidade com as decisões e diretrizes dos bombeiros militar do Corpo de
do Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí e,
Bombeiros Militar do Estado do Piaui. eventualmente, de bombeiros de outras
Parágrafo único. Terá a seguinte corporações, possui a seguinte estrutura:
organização básica: I- Comandante;
I - Chefe do Estado-Maior-Geral (Ch EMG); II- Subcomandante;
II - Subchefe do Estado-Maior-Geral (Sub III- Seção de Administração;
Ch EMG); IV- Seção Pedagógica;
III - Secretaria; V- Comando do Corpo de Alunos.” (NR)
IV - Seções:
a) 1ª Seção - Seção de Planejamento Seção VII
Orçamentária (SEPLO); DO NÚCLEO DE SAÚDE
b) 2ª Seção - Seção de Inteligência e Contra “Art. 32-C. O Núcleo de Saúde é
Inteligência (SEICI); responsável pelo planejamento,
c) 3ª Seção - Seção de Pesquisa, Ciência e orientação, coordenação, controle e
Tecnologia (SECPT); execução de programas de medicina
d) 4ª Seção - Seção de Geoprocessamento preventiva, saúde comunitária e controle
e Legislação (SEGEL); médico-sanitário de pessoal, execução das
e) 5ª Seção - Seção de Relações Públicas, atividades de assistência médica,
Ação Comunitária e Comunicação Social odontológica, bem como pelas perícias
(SERPACS).” (NR) médicas e homologar os pareceres da
182
junta Médica de Saúde (JMS) no âmbito da administrativos referentes a essa
corporação. aquisição.
§1º Possuindo a seguinte constituição: Parágrafo único. A comissão de Contratos
I - Chefe; e Convênios tem a seguinte composição:
II - Perícias Médicas (PM); I - Presidente da CPCC;
III - Junta Médica de Saúde (JMS); II - Gestor de contratos;
IV - Seção Médica e Odontológica; III - Fiscal de Contratos;
11 IV - Subcomissão de recebimento;
V - Seção de Psicologia; V - Assessoria técnica;
VI - Seção de Enfermagem. VI - Gestores de Convênios.
VII - Seção de Apoio Administrativo. Art. 5º As Comissões Temáticas,
§ 2º O Chefe do Núcleo de Saúde será um designadas pelo Comando Geral e de
oficial superior do Quadro de Oficiais caráter
Bombeiros Militar de Saúde da temporário, são destinadas para
Corporação.” (NR) desempenhar funções específicas ou
Art. 3º Ficam criadas no âmbito do Corpo realizar determinados estudos técnicos.
de Bombeiros Militar do Estado do Piauí, Art. 6º Os artigos da Lei nº 5.459, de 30 de
as comissões, de caráter permanente ou junho de 2005, passam a vigorar com a
temporário, com a finalidade de seguinte redação:
assessorar em assuntos específicos sendo “Art. 1º
fixadas por legislação específica ou por ato .......................................................................................
do Comandante-Geral, com os seguintes ....................................
encargos: I -
a) Comissão de Condecorações e .......................................................................................
Cerimoniais (CCONDEC); .............................................
b) Comissão Permanente de Licitações .......................................................................................
(CPL); ..................................................
c) Comissão Permanente de Contratos e IV –
Convênios (CPCC); .......................................................................................
d) Comissões Temáticas. .........................................
§ 2º A Comissão Permanente de Licitações .......................................................................................
- CPL terá a atribuição de conduzir os ..................................................
processos licitatórios no âmbito do Corpo § 1º Os integrantes da reserva remunerada
de Bombeiros Militar do Estado do Piauí e quando convocados para ativa ficarão
terá a seguinte composição: vinculados ao Núcleo de Voluntários da
I - Presidente da CPL; Reserva Remunerada.
II - Membros; § 2º Para estabelecimento de vagas do
III - Pregoeiros; Núcleo de Voluntários da Reserva
IV - Assistência de serviços; Remunerada, utilizar-se-á como
V - Assessoria técnica. referência a Lei de fixação de efetivo da
Art. 4º A Comissão Permanente de Corporação, não poderá ultrapassar o
Contratos e Convênios é responsável pela percentual de um terço de todo efetivo
gestão de contratos e execução das ações previsto na referida Lei.
previstas em convênios e suas respectivas § 3º VETADO.” (NR)
prestações de conta, bem como pela Art. 7º O caput do art. 1º e o Anexo Único
adoção das medidas administrativas da Lei nº 5.458, passam a vigorar com a
necessárias à aquisição de bens e, ainda, seguinte redação:
pela elaboração e fiscalização de contratos “Art.1º O efetivo do Corpo de Bombeiros
Militar do Estado do Piauí (CBMEPI) fica
183
fixado em 1.442 (mil quatrocentos e 1º Sargento 102
quarenta e dois) bombeiros militares, 2º Sargento 130
dispostos nos 3º Sargento 150
quadros de: Cabo 240
....................................................................................... Soldado 428
.......................................................
....................................................................................... RESUMO GERAL DO EFETIVO
..................................” (NR) POSTO/GRADUAÇÃO EFETIVO
“ANEXO ÚNICO Oficiais 329
I – QUADRO DE OFICIAIS BOMBEIROS Praças 1.113
MILITAR COMBATENTES TOTAL 1.442
POSTO EFETIVO ”(NR)
Coronel 06
Tenente-Coronel 16 Art. 8º O art. 5º da Lei nº 5.459, de 30 de
Major 35 junho de 2005, passa a vigorar com a
Capitão 38 seguinte redação:
1º Tenente 50 “Art. 5º O Quadro de Oficiais Bombeiros
2º Tenente 56 Militar Complementares será constituído
pelos Oficiais promovidos a partir da
II – QUADRO DE OFICIAIS BOMBEIROS graduação de Subtenente do Quadro de
MILITAR DE SAÚDE Praças, possuidores do Curso de
POSTO EFETIVO Habilitação de Oficiais Bombeiros Militar
Tenente-Coronel 01 (CHOBM).
Major 01 § 1º Os postos no Quadro de Oficiais
Capitão 02 Bombeiros Militar Complementares serão
1º Tenente 02 os seguintes:
2º Tenente 06 .......................................................................................
..................................................
III – QUADRO DE OFICIAIS BOMBEIROS IV - Major
MILITAR ENGENHEIROS § 2º Para frequentar o Curso de
POSTO EFETIVO Habilitação de Oficiais será necessário ser
Tenente-Coronel 02 Subtenente Bombeiro Militar ter
Major 02 concluído o ensino médio, devidamente
Capitão 02 comprovado através de certificado,
1º Tenente 02 reconhecido pelo órgão competente, além
2º Tenente 02 de:
I - estar no mínimo no comportamento
IV- QUADRO DE OFICIAIS BOMBEIROS “BOM”;
MILITAR COMPLEMENTARES II - estar apto em inspeção de saúde e teste
POSTO EFETIVO de aptidão física;
Major 06 III - ter no mínimo 01 (um) ano na
Capitão 24 graduação de Subtenente. ” (NR)
1º Tenente 36 Art. 9º Os artigos da Lei nº 5.461, de 30 de
2º Tenente 41 junho de 2005, passam a vigorar com as
seguintes redações:
V – QUADRO DE PRAÇAS BOMBEIROS “Art. 13.
MILITAR ...............;.......................................................................
GRADUAÇÃO EFETIVO ...............................
Subtenente 63
184
§ 4º e como secretário o Chefe do Gabinete do
....................................................................................... Comandante-Geral.” (NR)
.......................................... Art. 10. Os arts. 16 e 19 da Lei nº 5.462, de
I - 30 de junho de 2005, passam a vigorar
....................................................................................... com as seguintes redações:
............................................. “Art. 16.
a) .......................................................................................
....................................................................................... ...................................
............................................. Parágrafo único. A antiguidade das praças
b) dois anos como 2º Tenente, para o posto será determinada pela média final
de 1º Tenente; atribuída
c) dois anos como 1º Tenente, para o posto no curso realizado como requisito para a
de Capitão; promoção a graduação superior, com
d) dois anos como Capitão, para o posto de exceção
Major;” do Curso Aperfeiçoamento de Sargentos,
14 cuja classificação não alterará a
....................................................................................... antiguidade.”
................................................. (NR)
III - Curso de graduação em nível superior, .......................................................................................
reconhecido pelo Ministério da Educação ..................................................
para acesso ao posto de Major.” (NR) “Art. 19. O processamento das promoções
“Art. 17. A promoção por merecimento em das praças é de responsabilidade da
qualquer quadro é feita com base no Comissão de Promoção de Praças,
Quadro de Acesso por Merecimento presidida pelo Subcomandante-Geral, que
(QAM), onde serão listados os nomes dos será constituída de membros natos e
Oficiais por ordem decrescente de pontos, efetivos.
sendo prioridade a antiguidade, como § 1º São membros natos, 02 (dois)
critério de desempate, na apuração do Comandantes Regionais de Bombeiros,
merecimento. designados pelo Subcomandante-Geral;
....................................................................................... § 2º São membros efetivos, 02 (dois)
......................................” (NR) oficiais Superiores do Quadro de Oficiais
“Art. 19. O processamento das promoções Bombeiros Militar Complementares,
dos oficiais é de responsabilidade da designados pelo Subcomandante-Geral.
Comissão de Promoção de Oficiais, § 3º A Comissão terá como suplentes, 02
presidida pelo Comandante-Geral, que (dois) oficiais superiores, designados pelo
será constituída de membros natos e Subcomandante-Geral e como secretário,
efetivos. 01 (um) oficial superior designado pelo
§ 1º Subcomandante-Geral. ” (NR)
....................................................................................... Art. 11. Os arts. 3º e 11 da Lei nº 5.459, de
.......................................... 30 de junho de 2005, passam a vigorar
a) o Subcomandante Geral; com as seguintes redações:
b) o Diretor de Pessoal. “Art. 3º O Quadro de Oficiais Bombeiros
§ 2º São membros efetivos, 02 (dois) Militar de Saúde será constituído por
coronéis designados pelo Comandante- aprovados em concurso público com
Geral. habilitação em Medicina, Odontologia,
§ 3º A Comissão terá como suplente 01 Psicologia
(um) coronel, designado pelo Comandante e Enfermagem.
Geral .......................................................................................
...........................................” (NR)
185
“Art. 11. e praças do Corpo de Bombeiros Militar do
....................................................................................... Estado do Piauí poderá ser reduzido por
................................... ato do Governador do Estado sempre que
Médico – 04; houver preenchidas uma das seguintes
Odontólogo – 02; condições:
Psicólogo – 02; I - a redução de interstício pela metade
Enfermeiro – 04. ” (NR) quando o quadro apresentar cargos vagos
Art. 12. Será transferido ex-offício para a para promoção acima de 50% (cinquenta
reserva remunerada o oficial do penúltimo por cento);
posto do Quadro de Oficiais Bombeiros II - as condições de interstícios
Militar Complementares que: estabelecidas poderão ser reduzidas até a
a) tenha completado o tempo de metade por ato do Governador do Estado,
contribuição para a previdência social mediante proposta do Comandante-Geral
fixada em lei; da Corporação, visando à renovação dos
b) tenha completado o interstício e deixar Quadros e a valorização profissional.
de ingressar, por 2 (duas) vezes
consecutivas nos quadros de acesso de Art. 16. Esta Lei entra em vigor na data de
promoção ao posto superior por falta de sua publicação.
curso superior.
Parágrafo único. Os atuais oficiais
ocupantes do penúltimo posto do Quadro PALÁCIO DE KARNAK, em Teresina (PI),
de Oficiais Bombeiros Militares 04 de abril de 2022.
Complementares, que não possuírem
curso superior fica assegurado os Maria Regina Sousa
benefícios do art. 4º da Lei Complementar Governadora do Estado do Piauí
nº 17, de 8 de janeiro de 1996.
Art. 13. Será transferido ex-officio para a Antônio Rodrigues de Sousa Neto
reserva remunerada o Subtenente Secretário de Governo
Bombeiro Militar que:
a) tenha completado o tempo de * Republicado por incorreção - Publicação
contribuição para a previdência social anterior: DOE nº 65, de 4 de abril de 2022,
fixada em Lei; fl. 1.
b) tenha completado o interstício e deixar 16
de ingressar, por 2 (duas) vezes
consecutivas nos quadros de acesso a ANEXO I
promoção ao posto superior, por falta de GRATIFICAÇÃO POR FUNÇÃO DE CHEFIA
certificação no curso de habilitação de E ASSESSORAMENTO
oficiais, desde que ofertado pela CORPO DE BOMBEIROS
instituição.
Art. 14. Revogam-se as disposições em Discriminação Quantidade Valor R$ Total (R$)
contrário, em especial, o §3º do Art. 5º e o Coronel 06 - 1.600,00 9.600,00
inciso VII do Art. 8º da Lei nº 5.459, de 30 Tenente Coronel 16 - 1.400,00 22.400,00
de junho de 2005; o §4º do Art. 9 da Lei nº Major 39 - 1.200,00 46.800,00
5.461, de 30 de junho de 2005; os arts. 22, Capitão 24 - 1000,00 24.000,00
42, 43, 44, 45, 46 e 50, incisos VII e VIII do Tenentes 41 - 800,00 32.800,00
art. 31 da Lei nº 5.949, de 30 de junho de Praças 65 - 600,00 39.000,00
2005. TOTAL 191 - R$ 174.600,0
Art. 15. Cumpridas as demais exigências
estabelecidas para a promoção de oficiais
TÍTULO I
A soberania é uma autoridade superior que
não pode ser restringida por nenhum outro
poder e, portanto, constitui-se como o poder
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS absoluto de ação legítima no âmbito político e
jurídico de uma sociedade.
Cidadania
A cidadania é o conjunto de direitos e deveres
FUNDAMENTOS exercidos por um indivíduo que vive em
sociedade, no que se refere ao seu poder e
grau de intervenção no usufruto de seus
espaços e na sua posição em poder nele
intervir e transformá-lo.
Dignidade
De acordo com o STF, a dignidade da pessoa
da pessoa
humana é princípio supremo “significativo
humana
vetor interpretativo, verdadeiro valor-fonte
que conforma e inspira todo o ordenamento
constitucional vigente em nosso País e que
traduz, de modo expressivo, um dos
fundamentos em que se assenta, entre nós, a
ordem republicana e democrática consagrada
Art. 1º A República Federativa do Brasil, pelo sistema de direito constitucional
formada pela união indissolúvel dos Estados e positivo.”
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em
Estado Democrático de Direito e tem como Valores
fundamentos: Esse princípio determina que, no
sociais
do Brasil, o indivíduo tem a possibilidade
I - a soberania; trabalho de crescer, se desenvolver ou
e da livre empreender por meio de seu trabalho
II - a cidadania; e livre iniciativa.
iniciativa
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre Pluralismo
político Conceito ligado à própria noção de
iniciativa; democracia, o pluralismo político é a
V - o pluralismo político. admissão de ideias contrapostas, em
todas as situações.
PODERES DA UNIÃO
PROTEGIDO PELA LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 – DIREITOS AUTORAIS
Daniele da Conceio Souza
Garantir o
desenvolvime O Desenvolvimento Nacional dá-se pelo
nto nacional; aperfeiçoamento do ser humano, das
propriedades e das Instituições. Que esse
desenvolvimento seja estendido à política,
a economia, a vida social e a todas as áreas
que contribuam para o aperfeiçoamento
da nação.
Erradicar a
pobreza e a Por esse enunciado podemos entender que é
marginalizaçã objetivo da nossa República tomar medidas de
o e reduzir as
OBJETIVOS FUNDAMENTAIS desigualdades
governo que possibilite uma igualdade de
sociais e condições para todos os cidadãos. Medidas
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da regionais; essas que tragam melhorias para áreas como
educação, saúde e emprego, dando às classes
República Federativa do Brasil: mais pobres maiores possibilidades a esses
direitos.
I - construir uma sociedade livre, justa e
solidária; Promover o
bem de todos, Todo direito e todo dever tem de ser estendido
sem
II - garantir o desenvolvimento nacional; preconceitos de
a qualquer indivíduo, respeitando-se as normas
origem, raça, da constituição e até aonde for o direito do
sexo, cor, idade próximo.
III - erradicar a pobreza e a marginalização e e quaisquer
reduzir as desigualdades sociais e regionais; outras formas
de
discriminação.
IV - promover o bem de todos, sem
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.
CON GA ER PRO SO CI DI VA
PLU A IN DA NÃO CON
PRE I RE CO S
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, VII - é assegurada, nos termos da lei, a
sem distinção de qualquer natureza, garantindo- prestação de assistência religiosa nas entidades
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes civis e militares de internação coletiva;
no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à VIII - ninguém será privado de direitos por
propriedade, nos termos seguintes: motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para
eximir-se de obrigação legal a todos imposta e
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada
em lei;
III - ninguém será submetido a tortura nem Que sua finalidade seja para
a tratamento desumano ou degradante; investigação criminal ou instrução de
procedimento penal;
IV - é livre a manifestação do pensamento,
sendo vedado o anonimato;
XII - é inviolável o sigilo da correspondência
e das comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas, salvo, no último caso,
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, XXIII - a propriedade atenderá a sua função
sem armas, em locais abertos ao público, social;
independentemente de autorização, desde que
não frustrem outra reunião anteriormente XXIV - a lei estabelecerá o procedimento
convocada para o mesmo local, sendo apenas para desapropriação por necessidade ou utilidade
exigido prévio aviso à autoridade competente; pública, ou por interesse social, mediante justa e
prévia indenização em dinheiro, ressalvados os
XVII - é plena a liberdade de associação casos previstos nesta Constituição;
para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XXV - no caso de iminente perigo público, a
XVIII - a criação de associações e, na forma autoridade competente poderá usar de
da lei, a de cooperativas independem de propriedade particular, assegurada ao proprietário
autorização, sendo vedada a interferência estatal indenização ulterior, se houver dano;
em seu funcionamento;
XXVI - a pequena propriedade rural, assim
XIX - as associações só poderão ser definida em lei, desde que trabalhada pela família,
compulsoriamente dissolvidas ou ter suas não será objeto de penhora para pagamento de
atividades suspensas por decisão judicial, débitos decorrentes de sua atividade produtiva,
exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu
julgado; desenvolvimento;
b) o direito de fiscalização do
aproveitamento econômico das obras que
criarem ou de que participarem aos criadores,
aos intérpretes e às respectivas representações
sindicais e associativas;
193
EXEMPLO
COISA A pessoa se aposenta
ATO
JULGADA É quando ocorre o trânsito JURÍDICO após x anos de serviço
em julgado de uma PERFEITO conforme a lei atual
sentença, ou seja, não cabe vigente, após sua
mais recurso, não podendo aposentadoria a lei é
essa sentença ser mudada, alterada e exige-se y
devendo ser respeitada por anos para aposentadoria.
todos, tanto pelas partes
no processo quanto pelo Esta pessoa que ja se
Judiciario. aposentou não sera
afetada porque sua
aposentadoria ja foi
concretizadae, além de
ser um direito adquirido,
o ato jurídico foi
perfeito.
a) a plenitude de defesa;
- Infanticídio
- Aborto Tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas
afins
XXXIX - não há crime sem lei anterior que
o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
Crimes hediondos
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para
beneficiar o réu;
Tortura
O princípio da legalidade determina que,
para ser considerado crime, necessita-se
que o ato praticado pelo agente esteja
previamente descrito em lei, caso
contrário, a conduta é atípica, ou seja, Terrorismo
não existe crime.
CRIMES ATRIBUIÇÕES:
196 Tráfico ilícito de entorpecentes
INSUSCETÍVEIS e drogas afins
DE GRAÇA OU
ANISTIA
Crimes hediondos
Terrorismo
c) multa;
LII - não será concedida extradição de LIII - ninguém será processado nem
197 estrangeiro por crime político ou de opinião; sentenciado senão pela autoridade competente;
Atenção!
Ativa Passiva
ESQUEMATIZANDO:
CASOS EM QUE É
POSSIVEL A LEGITIMADOS
PRISÃO
ATIVOS PASSIVOS
POR ORDEM DE JUIZ, TRANSGRESSÃO MILITAR
ESCRITA E OU CRIME PROPRIAMENTE
FUNDAMENTADA MILITAR SÓ PODE SER AUTORIDADE
QUALQUER IMPETRADO
PESSOA FISICA PÚBLICA E
A FAVOR DE PESSOA
OU JURIDICA, PESSOAL
NACIONAL OU PRIVADA
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local NATURAL,
ESTRANGEIRA. JAMAIS DE
onde se encontre serão comunicados PESSOA
imediatamente ao juiz competente e à família do JURIDICA.
preso ou à pessoa por ele indicada;
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser LXXVI - são gratuitos para os
impetrado por: reconhecidamente pobres, na forma da
lei: (Vide Lei nº 7.844, de 1989)
a) partido político com representação no
Congresso Nacional; a) o registro civil de nascimento;
HABEAS CORPUS E
a) para assegurar o conhecimento de
HABEAS DATA
informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de
entidades governamentais ou de caráter público;
§ 3º Os tratados e convenções
internacionais sobre direitos humanos que forem
aprovados, em cada Casa do Congresso
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos
votos dos respectivos membros, serão
equivalentes às emendas
constitucionais. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004) (Atos
aprovados na forma deste parágrafo: DLG nº
186, de 2008 , DEC 6.949, de
2009 , DLG 261, de 2015 , DEC
9.522, de 2018 ) (Vide ADIN 3392)
aprovados em
Os tratados e convenções cada Casa do
internacionais Congresso
Nacional
Bizu do GD!
Atividades
Presidente e Vice-Presidente da
República
Presidente da Ministro do
Câmara dos Supremo Tribunal
Deputados Federal
carreira Presidente do
diplomática Senado Federal
CAPÍTULO II
DA UNIÃO
III - 5% (cinco por cento) para Municípios V - organizar e prestar, diretamente ou sob
com população entre 300.001 (trezentos mil e regime de concessão ou permissão, os serviços
um) e 500.000 (quinhentos mil) habitantes; públicos de interesse local, incluído o de
transporte coletivo, que tem caráter essencial;
IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos
por cento) para Municípios com população entre VI - manter, com a cooperação técnica e
500.001 (quinhentos mil e um) e 3.000.000 (três financeira da União e do Estado, programas de
milhões) de habitantes; educação infantil e de ensino fundamental;
V - 4% (quatro por cento) para Municípios VII - prestar, com a cooperação técnica e
com população entre 3.000.001 (três milhões e financeira da União e do Estado, serviços de
um) e 8.000.000 (oito milhões) de atendimento à saúde da população;
habitantes;
VIII - promover, no que couber, adequado
VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por ordenamento territorial, mediante planejamento e
cento) para Municípios com população acima de controle do uso, do parcelamento e da ocupação
8.000.001 (oito milhões e um) habitantes. do solo urbano;
IMPESSOALIDADE – o tratamento
igualitário PUBLICIDADE – a prestação de contas à
população
O princípio da impessoalidade busca
traduzir a noção de que a administração O princípio da publicidade garante
pública deve tratar todos os cidadãos e a transparência na administração
cidadãs sem discriminações. pública. Nós vivemos em um Estado
Divergências ou convergências Democrático de Direito, ou seja, o
políticas/ideológicas, simpatias ou poder pertence ao povo, assim não deve
desavenças pessoais não podem ocorrer qualquer tipo de ocultamento de
pública direta, das autarquias e das fundações IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e
223 XXX, podendo a lei estabelecer requisitos
públicas. (Vide ADI nº 2.135)
diferenciados de admissão quando a natureza do
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito cargo o exigir. (Incluído pela Emenda
Federal e os Municípios instituirão conselho de Constitucional nº 19, de 1998)
política de administração e remuneração de
pessoal, integrado por servidores designados § 4º O membro de Poder, o detentor de
pelos respectivos Poderes. (Redação mandato eletivo, os Ministros de Estado e os
dada pela Emenda Constitucional nº 19, Secretários Estaduais e Municipais serão
de 1998) (Vide ADI nº 2.135) remunerados exclusivamente por subsídio fixado
em parcela única, vedado o acréscimo de
qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio,
§ 1º A lei assegurará, aos servidores da verba de representação ou outra espécie
administração direta, isonomia de vencimentos remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o
para cargos de atribuições iguais ou
assemelhados do mesmo Poder ou entre
disposto no art. 37, X e XI. (Incluído pela
servidores dos Poderes Executivo, Legislativo e Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Judiciário, ressalvadas as vantagens de caráter
individual e as relativas à natureza ou ao local de § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito
trabalho. (Vide Lei nº 8.448, de 1992) Federal e dos Municípios poderá estabelecer a
relação entre a maior e a menor remuneração
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento dos servidores públicos, obedecido, em qualquer
e dos demais componentes do sistema caso, o disposto no art. 37, XI. (Incluído
remuneratório observará: (Redação pela Emenda Constitucional nº 19, de
dada pela Emenda Constitucional nº 19, 1998)
de 1998)
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e
I - a natureza, o grau de responsabilidade Judiciário publicarão anualmente os valores do
e a complexidade dos cargos componentes de subsídio e da remuneração dos cargos e
cada carreira; (Incluído pela Emenda empregos públicos. (Incluído pela
Constitucional nº 19, de 1998) Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 20. Fica vedada a existência de mais de III - fiscalização pela União e controle
229 um regime próprio de previdência social para os externo e social; (Incluído pela Emenda
servidores titulares de cargos efetivos, e de mais Constitucional nº 103, de 2019)
de uma unidade gestora do respectivo regime em
cada ente estatal, ressalvado o disposto no art.
142, § 3º, X. (Incluído pela Emenda IV - definição de equilíbrio financeiro e
Constitucional nº 41, 19.12.2003) atuarial; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)
§ 20. É vedada a existência de mais de um
regime próprio de previdência social e de mais de V - condições para instituição do fundo
um órgão ou entidade gestora desse regime em com finalidade previdenciária de que trata o art.
cada ente federativo, abrangidos todos os 249 e para vinculação a ele dos recursos
poderes, órgãos e entidades autárquicas e provenientes de contribuições e dos bens,
fundacionais, que serão responsáveis pelo seu direitos e ativos de qualquer
financiamento, observados os critérios, os natureza; (Incluído pela Emenda
parâmetros e a natureza jurídica definidos na lei
complementar de que trata o § Constitucional nº 103, de 2019)
22. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019) VI - mecanismos de equacionamento do
deficit atuarial; (Incluído pela Emenda
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste Constitucional nº 103, de 2019)
artigo incidirá apenas sobre as parcelas de
proventos de aposentadoria e de pensão que VII - estruturação do órgão ou entidade
superem o dobro do limite máximo estabelecido gestora do regime, observados os princípios
para os benefícios do regime geral de relacionados com governança, controle interno e
previdência social de que trata o art. 201 desta
transparência; (Incluído pela Emenda
Constituição, quando o beneficiário, na forma da
lei, for portador de doença Constitucional nº 103, de 2019)
incapacitante. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 47, de 2005)(Revogado VIII - condições e hipóteses para
responsabilização daqueles que desempenhem
pela Emenda Constitucional nº 103, de
atribuições relacionadas, direta ou indiretamente,
2019) (Vigência) (Vide Emenda
com a gestão do regime; (Incluído pela
Constitucional nº 103, de 2019)
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 21. (Revogado). (Redação dada
IX - condições para adesão a consórcio
pela Emenda Constitucional nº 103, de
público; (Incluído pela Emenda
2019) Constitucional nº 103, de 2019)
§ 22. Vedada a instituição de novos
X - parâmetros para apuração da base de
regimes próprios de previdência social, lei
cálculo e definição de alíquota de contribuições
complementar federal estabelecerá, para os que
já existam, normas gerais de organização, de ordinárias e extraordinárias. (Incluído
funcionamento e de responsabilidade em sua pela Emenda Constitucional nº 103, de
gestão, dispondo, entre outros aspectos, 2019)
sobre: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019) Art. 41. São estáveis, após dois anos de
efetivo exercício, os servidores nomeados em
virtude de concurso público.
I - requisitos para sua extinção e
§ 1º - O servidor público estável só perderá
consequente migração para o Regime Geral de o cargo em virtude de sentença judicial transitada
Previdência Social; (Incluído pela em julgado ou mediante processo administrativo
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) em que lhe seja assegurada ampla defesa.
§ 2º - Invalidada por sentença judicial a
II - modelo de arrecadação, de aplicação e demissão do servidor estável, será ele
reintegrado, e o eventual ocupante da vaga
de utilização dos recursos; (Incluído pela reconduzido ao cargo de origem, sem direito a
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
PROTEGIDO PELA LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 – DIREITOS AUTORAIS
Daniele da Conceio Souza
SEÇÃO IV
• Polícia Federal;
• Polícia Rodoviária Federal; Vamos agora para a nossa LETRA DE
• Polícia Ferroviária Federal; LEI! Aqui, você irá conseguir entender
• Polícias Civis; a forma de cobrança em prova.
• Polícias Militares e Corpos de
Bombeiros Militares;
• Polícias Penais Federal, Estaduais e
Distrital. CAPÍTULO III
DA SEGURANÇA PÚBLICA
Para o STF, o rol do art. 144:
Art. 144. A segurança pública, dever do
• é taxativo (não é exemplificativo; Estado, direito e responsabilidade de todos, é
razão pela qual as Guardas exercida para a preservação da ordem pública e
Municipais, que não estão ali citadas,
Art. 44. As pessoas jurídicas de Direito Público e Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto neste
as de Direito Privado prestadoras de serviços artigo, os órgãos diretivos superiores da
públicos responderão pelos danos que seus Administração indireta ou fundacional do Estado
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, e Municípios terão um terço de seus cargos
assegurado o direito de regresso contra o preenchidos, obrigatoriamente, por servidores
responsável nos casos de dolo ou culpa. de carreira do órgão considerado.
Art. 45. Nos casos de calamidade pública, Art. 49. A administração fazendária e seus
previamente declarada, o Poder Público poderá servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de
requisitar, por tempo determinado, o uso e competência e jurisdição, precedência sobre os
ocupação de bens e serviços privados, demais setores administrativos, na forma da lei.
respondendo pelos danos e custas decorrentes.
§ 1º As administrações tributárias do Estado e
Art. 46. A lei disciplinará as formas de dos Municípios, atividades essenciais ao
participação do usuário na Administração funcionamento do Estado, exercidas por
Pública direta e indireta, regulando servidores de carreiras específicas, terão
especialmente: (Redação dada pela Emenda recursos prioritários para a realização de suas
Constitucional nº 10, de 17.12.99) atividades e atuarão de forma integrada,
inclusive com o compartilhamento de cadastros
I - as reclamações relativas à prestação dos
e de informações fiscais, inclusive na União, na
serviços públicos em geral, asseguradas a
forma da lei ou convênio. (Redação dada pela
manutenção de serviços de atendimento ao
Emenda Constitucional nº 27 de 17.12.08)
usuário e a avaliação periódica, externa e interna
da qualidade dos serviços; (Incluído pela Emenda § 2º O cargo de Auditor Fiscal da Fazenda
Constitucional nº 10, de 17.12.99) Estadual, assim como aquele que porventura lhe
vier suceder, é privativo de portador de curso
II - o acesso dos usuários a registros
superior, de duração plena, com diploma
administrativos e a informações sobre atos de
devidamente registrado no órgão competente e
governo, observado o disposto no art. 5º, X e
será organizado em carreira, com provimento
XXXIII, da Constituição Federal; (Incluído pela
inicial mediante concurso público de provas.
Emenda Constitucional nº 10, de 17.12.99) Parágrafo 2º com redação dada e parágrafo 3º acrescido pela Emenda
Constitucional nº 44, de 09.04.2015, em vigor na data de sua publicação,
III - a disciplina da representação contra o produzindo efeitos a partir de 1º de maio de 2015.
Da Justiça Militar.
239
Seção VI - Da Justiça Militar
CAPÍTULO III
DA POLÍCIA MILITAR E DO CORPO
DE BOMBEIROS MILITAR
3. Noções do Código Penal Brasileiro: como crime. Alguns crimes são criados e
243
Da aplicação da lei penal;
outros são extintos, sempre por meio de leis.
Porém, durante esse processo de mudança,
há algumas situações em que essas leis
penais entram em conflito, gerando
Atenção! diferentes consequências para cada tipo de
cenário.
Abolitio Criminis
A abolitio criminis é a situação de abolição
Lei penal no Tempo de um crime, ou seja, é quando uma conduta
deixa de ser considerada como um crime,
De acordo com o princípio da legalidade do através da revogação de uma lei penal
Direito Penal, os crimes e as penas apenas incriminadora por outra lei.
podem ser definidos por meio de lei.
Atenção! Um exemplo é o já
extinto crime de adultério,
que deixou de ser considerado
A Lei Penal, assim como qualquer outra conduta delituosa em 2005.
lei, é inserida no mundo jurídico em um
Isso mesmo pessoal, até o ano
determinado momento e permanece
em vigor até a sua revogação, de 2005, o parceiro que
regulando todos os fatos praticados cometesse infidelidade conjugal
nesse período. estaria sujeito à pena de 15 dias
a 6 meses de detenção.
244
respondendo a esse crime que foi abolido Essa situação é quando uma lei estabelece
terão seus processos arquivados, além disso, uma situação mais gravosa ao réu em algum
aqueles que já cumprem pena, serão delito já existente.
liberados.
245
caso da situação hipotética acima, o máximo • Teoria do resultado: Considera-
que ele poderá cumprir de pena será 15 anos se praticado o crime quando da
de reclusão e não mais 20 anos. ocorrência do resultado,
independentemente de quando fora
praticada a ação ou a omissão;
A Lei Penal: • Teoria da ubiquidade ou mista:
• RETROAGE nos casos benéficos ao Considera-se praticado o crime tanto
acusado: Abolitio Criminis e Novatio no momento da ação ou omissão,
Legis in Mellius; quanto no momento do resultado.
246 Superfície
Atenção!
territorial
Território
Porém, primeiramente, será discutido propriamente Mar territorial
quando a lei penal brasileira poderá ser dito
aplicada, analisando os conceitos de
Territorialidade e Extraterritorialidade.
Espaço aéreo dos
locais acima
Territorialidade
A Territorialidade dispõe que a lei penal
brasileira será aplicada sempre que um Os navios e
aeronaves públicos,
crime for cometido dentro do território em qualquer lugar
nacional. Assim, em regra, caso alguém que se encontrem
cometa um homicídio dentro do Brasil, essa Território por
pessoa será julgada pelas leis brasileiras. extensão Os navios e aeronaves
particulares que se
encontrem em alto-
mar ou no espaço
Mas a pergunta que fica é: o que está aéreo do alto-mar
compreendido dentro do conceito de
território nacional? Bom, podemos separar o
território brasileiro em dois tipos: Vamos exemplificar o território por
extensão:
Caso haja um crime dentro de um avião da
Força Aérea Brasileira (aeronave pública) no
espaço aéreo de outro país, os criminosos
serão julgados pelas leis brasileiras,
independentemente de onde esteja esse
avião ou de quem tenha cometido o crime.
Agora imagine que haja um crime em um
avião de uma empresa particular brasileira
que esteja sobrevoando o espaço aéreo de
outro país. Desse modo, as leis brasileiras
não serão aplicadas, uma vez que só haverá
essa aplicação se a aeronave estiver no solo
ou espaço aéreo brasileiro ou quando estiver
sobrevoando o alto-mar (águas
internacionais).
247 Atenção!
248
absolvido ou condenado no país onde • não ter sido o agente perdoado no
ocorreu a prática do crime. estrangeiro ou não estar extinta a
punibilidade.
PARA MEMORIZAR: Atente-se ao fato de
que não é qualquer crime contra o
presidente da república que possui caráter Há muitas condições, não é mesmo?
de extraterritorialidade incondicionada, mas
Por haver uma quantidade tão numerosa de
apenas aqueles praticados com a sua vida ou
exigências, é extremamente raro que
liberdade.
alguém seja enquadrado nas leis brasileiras
através da extraterritorialidade
condicionada.
Extraterritorialidade Condicionada
Por sua vez, a extraterritorialidade
condicionada é quando um crime cometido Além dos crimes citados acima, é possível
em terras estrangeiras é abrangido pelas leis também que um estrangeiro que cometa
brasileiras apenas se preenchidas algumas qualquer crime contra qualquer brasileiro
condições específicas. Primeiramente, fora do Brasil seja punido também pelas leis
vamos listar quais os crimes se encaixam brasileiras. Isso acontecerá quando também
nessa situação: forem preenchidas todas as condições
acima, além de mais outras duas exigências:
• aqueles que, por tratado ou convenção, o
Brasil se obrigou a reprimir; • não foi pedida ou foi negada a
• praticados por brasileiro; extradição do criminoso;
• praticados em aeronaves ou • houver requisição do Ministro da
embarcações brasileiras, mercantes ou Justiça para que seja aplicada a lei
de propriedade privada, quando em brasileira.
território estrangeiro e aí não sejam
julgados.
EXEMPLO:
Assim, para que os crimes acima cometidos Suponhamos que um italiano assassinou um
fora do território brasileiro sejam abrangidos brasileiro em território francês. Para que
pelas leis nacionais do nosso país, as esse estrangeiro responda pelas leis
seguintes condições precisam ser brasileiras, será necessário que ele entre em
preenchidas: território brasileiro, que esse crime seja
• entrar o agente no território nacional; também punível na França, que o autor não
• ser o fato punível também no país em que seja absolvido, perdoado ou não tenha
foi praticado; cumprido pena no país do crime e que a lei
• estar o crime incluído entre aqueles brasileira autorize a extradição de pessoas
pelos quais a lei brasileira autoriza a que tenham praticado o crime de homicídio.
extradição; Além disso, será essencial que não tenha
• não ter sido o agente absolvido no sido realizado o pedido ou que tenha sido
estrangeiro ou não ter aí cumprido a
negada a extradição do criminoso e que o
pena;
Ministro da Justiça tenha requisitado a
249
aplicação da lei brasileira para esse caso RESUMO das teorias:
específico.
PRINCÍPIO DA NACIONALIDADE OU
Uma dica para nunca mais esquecer PERSONALIDADE PASSIVA
sobre o lugar e o tempo do crime é
através do mnemônico LUTA Segundo Capez (2019) aplica-se a lei
brasileira ao crime cometido por estrangeiro
contra brasileiro fora do Brasil (CP, art. 7º, §
3º). “Nesta hipótese, o que interessa é a
250
nacionalidade da vítima. Sendo brasileira, da embarcação ou aeronave no interior da
aplica-se a lei de nosso país, mesmo que o qual o fato foi praticado.
crime tenha sido realizado no exterior”.
Esse princípio foi adotado com respeito à
extraterritorialidade, com referência a
delitos cometidos a bordo de embarcações
PRINCÍPIO REAL, DA DEFESA OU PROTEÇÃO
ou aeronaves brasileiras privadas, quando
Este princípio aplica-se a lei brasileira ao ocorridos no exterior (caso contrário, o ato
crime cometido fora do Brasil, que afete considerar-se-ia cometido dentro do
interesse nacional (CP, art. 7º, I, a, b e c). território nacional).
Estefam e Gonçalves (2019) ressaltam que
Exige-se, todavia, que o crime não tenha sido
este princípio costuma ser introduzido nas
julgado no estrangeiro para efeito de se
legislações como complemento da
aplicar nossa lei, a qual, portanto, assume
territorialidade, “com vistas à punição de
caráter subsidiário.
delitos cometidos no estrangeiro quando
lesionem interesses do Estado, assim
considerados essenciais.”
A LEI PENAL EXCEPCIONAL OU
TEMPORÁRIA
PRINCÍPIO DA JUSTIÇA UNIVERSAL
“Refere-se a hipóteses em que a gravidade
do crime ou a importância do bem jurídico
violado justificam a punição do fato,
independentemente do local em que foi
praticado e da nacionalidade do agente.”
(ESTEFAM; GONÇALVES, 2019). Neste
sentido Capez (2019) entende que “é como
se o planeta se constituísse em um só
A lei penal excepcional ou temporária,
território para efeitos de repressão criminal conforme o Código Penal Brasileiro, é aquela
(CP, art. 7º, I, d, e II, a). em que, embora decorrido o período de sua
duração ou cessadas as circunstâncias que a
determinaram, aplica-se ao fato praticado
PRINCÍPIO DA REPRESENTAÇÃO durante sua vigência.
Também é denominado pela doutrina como Ou seja, um crime praticado durante sua
princípio da Bandeira. vigência será julgado conforme seu texto e
não conforme as leis correntes.
251 • leis excepcionais: aquelas que vigem prévia cominação legal. (Redação dada pela
durante situações de emergência. Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Lei penal no tempo
Essas espécies de lei têm ultra-atividade, ou Art. 2º - Ninguém pode ser
seja, aplicam-se ao fato cometido sob o seu
punido por fato que lei posterior deixa de
império, mesmo depois de revogadas pelo
considerar crime, cessando em virtude
decurso do tempo ou pela superação do dela a execução e os efeitos penais da
estado excepcional. sentença condenatória. (Redação dada pela
No direito penal, existe o chamado princípio Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
da irretroatividade da lei, salvo para Parágrafo único - A lei posterior,
que de qualquer modo favorecer o agente,
beneficiar o réu. Isso significa que, se alguém
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que
comete um crime que tem uma pena X e lei
decididos por sentença condenatória
posterior torna a pena para esse crime mais
transitada em julgado. (Redação dada pela
branda ou descriminaliza o fato, o réu será
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
julgado pela lei posterior. Lei excepcional ou
Da mesma forma, se ele comete um fato que temporária (Incluído pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
lei posterior vem a tornar crime mais grave,
será julgado pela lei antiga, de forma que Art. 3º - A lei excepcional ou
terá sempre o benefício da lei que lhe é mais temporária, embora decorrido o período
favorável. de sua duração ou cessadas as
circunstâncias que a determinaram,
A lei temporária é a exceção a essa regra, aplica-se ao fato praticado durante sua
pois, se assim não fosse, não teria a eficácia vigência. (Redação dada pela Lei nº 7.209,
esperada, já que nesse caso os agentes de 1984)
saberiam que seriam beneficiados de Tempo do crime
qualquer forma pelo fim de sua vigência. Art. 4º - Considera-se
Exemplo: É criada uma lei temporária que praticado o crime no momento da ação ou
define como crime fumar cigarro por 30 dias. omissão, ainda que outro seja o momento
Passam-se os 30 dias e a vigência dessa lei do resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209,
termina. As pessoas que fumaram no tempo de 1984)
Territorialidade
da vigência da lei responderão pelo crime.
Art. 5º - Aplica-se a lei
brasileira, sem prejuízo de convenções,
tratados e regras de direito internacional,
Se liga na letra de lei
ao crime cometido no território
concurseiro! nacional. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
1984)
PARTE GERAL § 1º - Para os efeitos penais,
TÍTULO I consideram-se como extensão do
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL território nacional as embarcações e
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) aeronaves brasileiras, de natureza pública
Anterioridade da Lei ou a serviço do governo brasileiro onde
Art. 1º - Não há crime sem lei quer que se encontrem, bem como as
anterior que o defina. Não há pena sem aeronaves e as embarcações brasileiras,
O que é um crime?
Consumação e tentativa.
➢ 1- DO CRIME CONSUMADO
Iter criminis é o itinerário do crime. É o
caminho do crime, ou seja, as etapas
257 ➢ ESPÉCIES DE
TENTATIVA
Iter criminis
Cogitação
Preparação
Execução
- Tentativa imperfeita ou inacabada
Ocorre quando a execução do crime é
interrompida por circunstâncias alheias à
Consumação vontade do agente.
- Arrependimento eficaz
➢ IMPORTANTE A LEITURA da
Letra de Lei Seca: O agente executa o crime até o último ato,
esgotando-os, e logo após se arrepende,
Art. 14 - Diz-se o
impedindo o resultado. Ocorre somente nos
crime: crimes materiais que se consumam com o
Crime consumado resultado naturalístico.
I - consumado,
quando nele se reúnem todos
os elementos de sua definição A desistência ou
legal; arrependimento não precisam
Tentativa ser espontâneos, devendo ser
II - tentado, quando, voluntários, ou seja, desde que
iniciada a execução, não se sejam voluntários, poderão ser
consuma por circunstâncias provocados por terceiros e
alheias à vontade do agente. terão plena validade. A
Pena de tentativa tentativa abandonada exclui a
Parágrafo único - aplicação da pena por tentativa,
Salvo disposição em contrário, ou seja, o agente responderá
pune-se a tentativa com a pena somente pelos atos até então
correspondente ao crime praticados.
Anotações:
259
➢ IMPORTANTE A LEITURA da a) Não é cabível no homicídio doloso, por
Letra de Lei Seca: exemplo;
Desistência b) Reparação do dano ou restituição da
voluntária e arrependimento coisa - deve ser integral;
eficaz
c) Por ato voluntário do agente
Art. 15 - O agente
Entendimento jurisprudencial: Não há
que, voluntariamente, desiste
necessidade de ser ato espontâneo,
de prosseguir na execução ou
podendo haver influência de terceira pessoa;
impede que o resultado se
produza, só responde pelos d) O arrependimento posterior só pode
atos já praticados. ocorrer até o recebimento da denúncia ou
queixa. Após o recebimento da denúncia ou
queixa, a reparação do dano será somente
Arrependimento posterior. atenuante genérica.
260
➢ IMPORTANTE A LEITURA da - Ineficácia absoluta do meio
Letra de Lei Seca:
O meio empregado jamais poderá levar à
consumação do crime.
Arrependimento
posterior A ineficácia do meio deve ser absoluta, não
podendo ser relativa (ex.: arma totalmente
Art. 16 - Nos crimes inapta a produzir disparos utilizada num
cometidos sem violência ou homicídio).
grave ameaça à pessoa,
Deve-se lembrar, entretanto, que essa
reparado o dano ou restituída a
ineficácia pode ser considerada para um
coisa, até o recebimento da crime e para outro não (ex.: num crime de
denúncia ou da queixa, por ato roubo, uma arma totalmente inapta a
voluntário do agente, a pena produzir disparos pode ser utilizada para
será reduzida de um a dois intimidar a vítima).
terços.
Crime impossível.
-Impropriedade absoluta do objeto
A pessoa ou a coisa sobre a qual recai a
conduta jamais poderia ser alvo do crime
(ex.: matar alguém que já está morto).
➢ IMPORTANTE A LEITURA da
Letra de Lei Seca:
➢ TENTATIVA INIDÔNEA OU
INADEQUADA: Crime impossível
Art. 17 - Não se
pune a tentativa quando, por
Também chamada de “quase crime” ou
ineficácia absoluta do meio ou
“crime impossível”, ocorre quando a
consumação é, desde o início, impossível, por absoluta impropriedade do
portanto, o fato é atípico. objeto, é impossível consumar-
se o crime.
A impossibilidade da Art. 18 - Diz-se o
consumação pode derivar de crime:
ineficácia absoluta do meio ou Crime doloso
impropriedade absoluta do I - doloso, quando o
objeto. agente quis o resultado ou
assumiu o risco de produzi-lo;
Crime culposo
A consequência do crime impossível é o fato
II - culposo, quando
ser atípico.
o agente deu causa ao
A teoria utilizada no crime impossível é a resultado por imprudência,
Teoria Objetiva Temperada, ou seja, o negligência ou imperícia.
agente não responde porque o bem jurídico Parágrafo único -
não ficou exposto a perigo.
Salvo os casos expressos em
lei, ninguém pode ser punido
Ou seja, se o fato for previsto na Para que essa condição seja considerada,
legislação, será considerado um crime. um bem jurídico protegido pela lei deve ter
sido violado para que outro bem - também
protegido pela lei - possa ser preservado do
perigo.
Ilicitude e excludentes de
Veja o que diz o artigo 24 do Código Penal:
ilicitude
Art. 24 - Considera-se em
Sabendo o significado de ilicitude, fica mais estado de necessidade quem
fácil compreender as causas de exclusão da pratica o fato para salvar de
ilicitude. perigo atual, que não provocou
As excludentes permitem que - em situações por sua vontade, nem podia de
específicas, somente as determinadas na lei outro modo evitar, direito
- uma pessoa pratique um ato ilícito, sem próprio ou alheio, cujo
que seja considerado um crime. sacrifício, nas circunstâncias,
não era razoável exigir-se.
Causas excludentes da ilicitude
As causas excludentes da ilicitude são as
situações em que a lei prevê que um ato que
seria tratado como crime, pela sua A aplicação dessa excludente possui um
circunstância específica, não será tratado requisito: para que seja reconhecida a
desta forma. situação, é preciso comprovar que o
perigo é atual. É indispensável que o
Existem quatro excludentes, que estão momento de perigo seja verificado, do
listadas no artigo 23 do Código Penal: contrário, a excludente de ilicitude não
poderá ser aplicada.
transporte de uma pessoa que corre risco de Assim como acontece com o estado de
263
morte. necessidade, para que a legítima defesa
seja considerada como excludente de
ilicitude, deve ser comprovado o perigo.
Além disso, é preciso provar que a agressão
O furto de um automóvel é injusta, ou seja, que não houve provocação
é tipificado como crime. Mas, para que ela acontecesse.
nesse caso e com as devidas Exemplo: em uma situação de assalto, a
comprovações da necessidade e vítima agride o assaltante para livrar-se da
do perigo da situação, poderá situação e conseguir fugir.
ser aplicada a excludente de
estado de necessidade.
A agressão é um crime
tipificado. Nessa situação
Legítima defesa específica, se for comprovada,
Legítima defesa é o uso dos meios pode ser considerada como
necessários para dar fim a uma agressão.
causa que exclui a ilicitude do
Acontece quando uma pessoa pratica um
ato que seria crime, mas na circunstância de ato.
legítima defesa, não será tratado dessa
maneira.
Art. 25 - Entende-se em
legítima defesa quem, usando
moderadamente dos meios
➢ Estrito cumprimento de dever
legal
necessários, repele injusta
“ Os agentes públicos, no ”
agressão, atual ou iminente, a desempenho de suas atividades,
direito seu ou de outrem. não raras vezes, devem agir
Parágrafo único. interferindo na esfera privada
Observados os requisitos dos cidadãos, exatamente para
assegurar o cumprimento da lei.
previstos no caput deste artigo,
considera-se também em Essa intervenção redunda em
legítima defesa o agente de agressão a bens jurídicos como
segurança pública que repele a liberdade, a integridade física
agressão ou risco de agressão a ou a própria vida. Dentro de
limites aceitáveis, tal intervenção
vítima mantida refém durante a
é justificada pelo estrito
prática de crimes. cumprimento de um dever legal.
Exemplos:
264
• Quem cumpre regularmente um Bizu do GD!
dever não pode, ao mesmo
tempo, praticar ilícito penal, uma
vez que a lei não contém
contradições.
• Policial que priva o fugitivo de O estrito cumprimento do dever
sua liberdade ao prendê-lo por legal e quando o agente está obrigado
ordem judicial. e dever a cumprir o
• Policial que cumpre uma ordem mandamento legal, e o exercício
judicial ou realiza uma prisão em regular de direito e o desempenho de
flagrante. uma atividade ou a prática de uma
• Fuzilamento do condenado pelo conduta autorizada por lei, classificada
executor ser houver a pena de por lei como crime, com autorização
morte. prevista em lei.
• Quem cumpre estritamente um
dever legal atua, a rigor, de
acordo com suas obrigações
previstas em norma jurídica (lei,
decreto, regulamento). Trata-se ➢ IMPORTANTE A LEITURA da
de um funcionário ou agente Letra de Lei Seca:
público, ou ainda de um
particular no exercício de função
pública, como no caso dos Exclusão de
jurados ou dos mesários ilicitude
convocados pela Justiça
Art. 23 - Não há
Eleitoral.
crime quando o agente pratica
o fato:
Exercício regular de direito I - em estado de
necessidade;
"É o desempenho de uma atividade ou a
prática de uma conduta autorizada por lei, II - em legítima
que torna lícito um fato típico. Se alguém defesa;
exercita um direito, previsto e autorizado de III - em estrito
algum modo pelo ordenamento jurídico, não cumprimento de dever legal ou
pode ser punido, como se praticasse um
no exercício regular de
delito”.
direito.
Exemplos: Excesso
punível
• Lutador de MMA. Parágrafo único - O
• Jogador de futebol que chega agente, em qualquer das
dando um “carrinho” no outro.
hipóteses deste artigo,
responderá pelo excesso doloso
ou culposo.
Estado de necessidade
Art. 24 - Considera-
se em estado de necessidade
quem pratica o fato para salvar
de perigo atual, que não
3. Coação ou ordem
hierárquica superior
A coação ou cumprimento de ordem
hierárquica superior como excludente de
Como apontamos anteriormente neste culpabilidade está prevista no artigo 22 do
artigo, o artigo 26 do Código Penal define Código Penal.
que pessoas que sofram de alguma doença
mental ou tenham o desenvolvimento mental O mesmo artigo aponta que a
incompleto não possam ser imputadas por responsabilidade pelo ato criminoso será
atos penalmente ilícitos. aplicada sobre o autor da coação ou da
ordem, que será punido de acordo.
Essa situação, portanto, é uma excludente
de culpabilidade. Entretanto, é importante
apontar que o Código Penal prevê a redução
na pena, e não a isenção da mesma, no
parágrafo único do mesmo artigo:
4. Embriaguez
“Art. 26. Parágrafo único – A pena pode ser A embriaguez, quando causada de forma
reduzida de um a dois terços, se o agente, involuntária, ou seja, quando a pessoa torna-
em virtude de perturbação de saúde mental se ébria sem conhecimento do ato que a fez
ou por desenvolvimento mental incompleto ficar assim, seja por ter consumido droga
ou retardado não era inteiramente capaz de sem saber ou por ter sido drogada por
entender o caráter ilícito do fato ou de terceiro, conforme aponta o parágrafo 1º do
determinar-se de acordo com esse artigo 28 do Código Penal:
entendimento”.
“§ 1º – É isento de pena o agente que, por
Cabe a análise do caso concreto e do tipo de embriaguez completa, proveniente de caso
delito cometido para definir se cabe a fortuito ou força maior, era, ao tempo da
isenção de pena ou apenas a diminuição da ação ou da omissão, inteiramente incapaz
mesma. de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse
entendimento”.
Menores de dezoito
271
anos
Art. 27 - Os menores
de 18 (dezoito) anos são
penalmente inimputáveis, ficando
sujeitos às normas estabelecidas na
legislação especial.
Emoção e paixão
Art. 28 - Não excluem a
imputabilidade penal:
I - a emoção ou a
paixão;
Embriaguez
II - a embriaguez,
voluntária ou culposa, pelo álcool ou
substância de efeitos
análogos.
§ 1º - É isento de pena o
agente que, por embriaguez
completa, proveniente de caso
fortuito ou força maior, era, ao
tempo da ação ou da omissão,
inteiramente incapaz de entender o
caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse
entendimento.
§ 2º - A pena pode ser
reduzida de um a dois terços, se o
agente, por embriaguez,
proveniente de caso fortuito ou força
maior, não possuía, ao tempo da
ação ou da omissão, a plena
capacidade de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento.
Direitos do preso
Pena de multa
§ 1º - (Revogado pela Lei nº 9.268, de
1º.4.1996)
Art. 58 - A multa, prevista em cada tipo legal
§ 2º - (Revogado pela Lei nº 9.268, de de crime, tem os limites fixados no art. 49 e seus
1º.4.1996) parágrafos deste Código.(Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
Suspensão da execução da multa
Parágrafo único - A multa prevista no
parágrafo único do art. 44 e no § 2º do art. 60
Art. 52 - É suspensa a execução da pena deste Código aplica-se independentemente de
de multa, se sobrevém ao condenado doença cominação na parte especial. (Redação dada
mental. (Redação dada pela Lei nº 7.209, pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
de 11.7.1984)
CAPÍTULO III
CAPÍTULO II DA APLICAÇÃO DA PENA
DA COMINAÇÃO DAS PENAS
Fixação da pena
Penas privativas de liberdade
II - ter o agente cometido o crime: (Redação III - instiga ou determina a cometer o crime
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível
em virtude de condição ou qualidade
a) por motivo fútil ou torpe; pessoal; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
b) para facilitar ou assegurar a execução, a
ocultação, a impunidade ou vantagem de outro
crime;
PROTEGIDO PELA LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 – DIREITOS AUTORAIS
Daniele da Conceio Souza
a) cometido o crime por motivo de relevante Art. 69 - Quando o agente, mediante mais
valor social ou moral; de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais
crimes, idênticos ou não, aplicam-se
cumulativamente as penas privativas de
b) procurado, por sua espontânea vontade liberdade em que haja incorrido. No caso de
e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou aplicação cumulativa de penas de reclusão e de
minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do detenção, executa-se primeiro aquela. (Redação
julgamento, reparado o dano; dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
liberdade, não suspensa, por um dos crimes, Art. 72 - No concurso de crimes, as penas
279 para os demais será incabível a substituição de de multa são aplicadas distinta e
que trata o art. 44 deste Código. (Redação dada integralmente. (Redação dada pela Lei nº
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 7.209, de 11.7.1984)
280
CAPÍTULO IV favoráveis, o juiz poderá substituir a
DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA exigência do parágrafo anterior pelas
PENA seguintes condições, aplicadas
cumulativamente: (Redação dada pela Lei nº
Requisitos da suspensão da pena 9.268, de 1º.4.1996)
restritiva de direitos. (Redação dada pela Lei nº c) bom desempenho no trabalho que lhe foi
281 7.209, de 11.7.1984) atribuído; e (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)
Prorrogação do período de prova
d) aptidão para prover a própria subsistência
§ 2º - Se o beneficiário está sendo mediante trabalho honesto; (Incluído pela
processado por outro crime ou contravenção, Lei nº 13.964, de 2019)
considera-se prorrogado o prazo da suspensão
até o julgamento definitivo. (Redação dada pela IV - tenha reparado, salvo efetiva
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela
infração; (Redação dada pela Lei nº
§ 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz 7.209, de 11.7.1984)
pode, ao invés de decretá-la, prorrogar o período
de prova até o máximo, se este não foi o V - cumpridos mais de dois terços da pena,
fixado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de nos casos de condenação por crime hediondo,
11.7.1984) prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes
e drogas afins, tráfico de pessoas e terrorismo,
Cumprimento das condições se o apenado não for reincidente específico em
crimes dessa natureza. (Incluído pela Lei
nº 13.344, de 2016) (Vigência)
Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha
havido revogação, considera-se extinta a pena
privativa de liberdade. (Redação dada Parágrafo único - Para o condenado por
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) crime doloso, cometido com violência ou grave
ameaça à pessoa, a concessão do livramento
ficará também subordinada à constatação de
CAPÍTULO V condições pessoais que façam presumir que o
DO LIVRAMENTO CONDICIONAL liberado não voltará a delinqüir. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Requisitos do livramento condicional
Soma de penas
Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento
condicional ao condenado a pena privativa de Art. 84 - As penas que correspondem a
liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde infrações diversas devem somar-se para efeito
que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de do livramento. (Redação dada pela Lei nº
11.7.1984) 7.209, de 11.7.1984)
CAPÍTULO VII
Homicídio simples
agente pelo crime de homicídio, nos termos Parágrafo único. Aplica-se a pena do
287
do art. 121 deste Código. (Incluído pela artigo anterior, se a gestante não é maior de
Lei nº 13.968, de 2019) quatorze anos, ou é alienada ou debil
mental, ou se o consentimento é obtido
Infanticídio mediante fraude, grave ameaça ou violência
V - aborto:
Maus-tratos
ATENÇÃO GDzinhos! Não confundir maus
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a tratos com lesão corporal, homicídio ou
saúde de pessoa sob sua autoridade, tortura.
guarda ou vigilância, para fim de educação,
ensino, tratamento ou custódia, quer
privando-a de alimentação ou cuidados § 3º - Aumenta-se a pena de um terço,
indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho se o crime é praticado contra pessoa menor
excessivo ou inadequado, quer abusando de de 14 (catorze) anos. (Incluído pela
meios de correção ou disciplina: Lei nº 8.069, de 1990)
§ 2º - Se resulta a morte:
CAPÍTULO V
Conceito de honra
para fins penais, a
honra pode ser:
objetiva subjetiva
296
reputação de alguém com II - no caso de retorsão imediata, que
qualquer fato não consista em outra injúria.
verdadeiro.
• Não é necessária a § 2º - Se a injúria consiste em violência
ou vias de fato, que, por sua natureza ou
divulgação ou propagação
pelo meio empregado, se considerem
massiva. aviltantes:
• Subjetividade: deve haver
dolo, no sentido de Pena - detenção, de três meses a um
prejudicar a vítima. Não há ano, e multa, além da pena correspondente
punição pela conduta à violência.
culposa.
• Consumação: tal delito § 3º Se a injúria consiste na utilização
consuma-se quando a de elementos referentes a religião ou à
difamação chega a condição de pessoa idosa ou com
deficiência: (Redação dada pela Lei nº
conhecimento de terceira
14.532, de 2023)
pessoa, sendo este
um crime Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três)
formal (consuma-se anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
independentemente de 14.532, de 2023)
efetivo dano à reputação).
• Ação penal: privada, • Bem jurídico tutelado: é
intentada por queixa do a honra subjetiva, ou seja,
ofendido ou seu aquilo que a vítima pensa
representante. de si mesma.
• Sujeito ativo: pode ser
qualquer pessoa, também
se tratando de crime
Injúria comum.
• Mais uma vez, lembre-se
de que senadores,
deputados e vereadores
gozam de imunidade
parlamentar também em
relação ao crime de injúria.
• Igualmente, os advogados
no exercício de sua
atividade profissional não
respondem por injúria.
• Atenção: a auto injúria
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo- (difamação de si mesmo)
lhe a dignidade ou o decoro: não configura crime, a
menos que atinja também
Pena - detenção, de um a seis meses,
a terceiros. Por exemplo:
ou multa.
se o agente diz que faz
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a parte de uma casal
pena: criminoso e sujo, além de
referir a si, também atinge
I - quando o ofendido, de forma seu respectivo cônjuge.
reprovável, provocou diretamente a injúria;
I - Presidente da República,
governadores e prefeitos; (Incluído pela
Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
Roubo
com violência imprópria – O
agente, sem violência ou grave
ameaça, reduz a vítima à
condição de impossibilidade de
defesa (ex.: coloca uma droga
em sua bebida).
§ 1º - Se o crime é cometido por duas Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim
307
ou mais pessoas, ou com emprego de arma, de obter, para si ou para outrem, qualquer
aumenta-se a pena de um terço até metade. vantagem, como condição ou preço do
resgate: Vide Lei nº 8.072, de
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada 25.7.90 (Vide Lei nº 10.446, de
mediante violência o disposto no § 3º do 2002)
artigo anterior. Vide Lei nº
8.072, de 25.7.90 Pena - reclusão, de oito a
quinze anos.. (Redação dada
§ 3o Se o crime é cometido mediante a
pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
restrição da liberdade da vítima, e essa
condição é necessária para a obtenção da
§ 1o Se o seqüestro dura mais de 24
vantagem econômica, a pena é de reclusão,
(vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é
de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa;
menor de 18 (dezoito) ou maior de 60
se resulta lesão corporal grave ou morte,
(sessenta) anos, ou se o crime é cometido
aplicam-se as penas previstas no art. 159,
por bando ou quadrilha. Vide Lei nº
§§ 2o e 3o,
8.072, de 25.7.90 (Redação dada
respectivamente. (Incluído pela
pela Lei nº 10.741, de 2003)
Lei nº 11.923, de 2009)
III - o diretor ou o gerente que toma Pena - detenção, de seis meses a dois
empréstimo à sociedade ou usa, em proveito anos, ou multa.
próprio ou de terceiro, dos bens ou haveres
sociais, sem prévia autorização da Parágrafo único - Somente se procede
assembléia geral; mediante queixa.
§ 2º - Equipara-se à atividade
Bizu do GD! comercial, para efeito do parágrafo anterior,
qualquer forma de comércio irregular ou
clandestino, inclusive o exercício em
residência. (Redação dada pela Lei nº
9.426, de 1996)
Observe Gdzinho que a figura prevista no § 3º - Adquirir ou receber coisa que, por
caput do artigo possui como sujeito ativo sua natureza ou pela desproporção entre o
QUALQUER PESSOA, sendo, portanto, crime valor e o preço, ou pela condição de quem a
oferece, deve presumir-se obtida por meio
comum, exceto aquele que participou do
criminoso: (Redação dada pela Lei nº
crime anterior, pois a obtenção, pelo
9.426, de 1996)
cúmplice, da sua cota-parte no delito, não
configura o crime de receptação, sendo
considerada como pós-fato impunível. Pena - detenção, de um mês
O sujeito passivo pode ser o terceiro de boa- a um ano, ou multa, ou ambas as
fé que adquire o bem sem saber ser produto penas. (Redação dada pela Lei nº
de crime ou a vítima do crime anterior. 9.426, de 1996)
CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES GERAIS
I - do cônjuge, na constância da
sociedade conjugal;
I - do cônjuge desquitado ou
judicialmente separado;
Estado
Não se confunde com a Administração Pública em
É pessoa jurídica territorial soberana. Pessoa sentido estrito, que tem a função de realizar
jurídica é a unidade de pessoas naturais ou de concretamente as diretrizes traçadas pelo
patrimônios, que visa à consecução de certos fins, Governo. Portanto, enquanto o Governo age com
reconhecida pela ordem jurídica como sujeito de ampla discricionariedade, a Administração Pública
direitos e obrigações. atua de modo subordinado.
Poderes e Elementos
Governo
A divisão desses Poderes é crucial para a Essa especialidade não separa os poderes
318
formação de uma sociedade preocupada com absolutamente, pois todos legislam,
as relações de comando, pois sem esse administram e julgam. O pensamento de que os
desligamento podem ocorrer situações de órgãos possuem somente uma função
arbitrariedade. “Quando, na mesma pessoa ou específica é errado, claro que a tarefa maior de
no mesmo corpo de magistratura, o Poder cada um deles é diretamente determinada, mas
legislativo é reunido com o Poder Executivo existem responsabilidades que se entrelaçam.
não existe liberdade (...) tão pouco existe
liberdade se o poder de julgar não fosse
separado do Executivo e do Legislativo (...) Um exemplo é o “Poder Legislativo que tem
tudo estaria perdido se o mesmo homem (...) como função principal legislar e fazer a
exercesse os três poderes.” fiscalização contábil, financeira, orçamentária
e patrimonial do Executivo”, mas também
deve, no âmbito do Poder Executivo: “dispor
sobre sua organização, provendo cargos,
Bizu do GD! concedendo férias, licenças e servidores etc.”,
já no âmbito jurisdicional: “O Senado julga o
Presidente da República nos crimes de
responsabilidade (art. 52, I)”.
Montesquieu conclui que “só o poder
freia o poder”, no chamado “Sistema
de Freios e Contrapesos”, por essa Os três Poderes são responsáveis pela
razão cada poder deve manter-se implantação do Estado em si, uma vez que eles
autônomo e constituído por pessoas e receberam finalidades específicas, que
grupos diferentes. contribuíram para a formação de uma força
coletiva organizada, pois estavam designados a
atender os anseios da sociedade. Tais órgãos
Não se pode esquecer que o Poder do Estado é fazem parte da função social jurídica do Estado,
uno e indivisível. mas não pode esquecer-se das não jurídicas.
Essas são separadas em técnicas e políticas. A
primeira está relacionada com a prestação de
Cada um desses órgãos, no exercício de suas serviços e a produção de bens. A segunda diz
funções, exerce suas atividades de formas respeito ao interesse geral e a conservação da
diferenciadas, o que não quer dizer que são sociedade política.
independentes, mas também não são
subordinados entre si, ou seja, existe a
independência orgânica, eles devem trabalhar Para que possamos ter uma sociedade
de forma harmônica, mas autônoma. O realmente organizada, tanto o poder político,
importante é destacar que cada um desses quanto o judiciário devem caminhar lado a lado,
Poderes necessita de liberdade, dentro dos pois os dois residem na busca pelo progresso
limites, para agir. social, que não está só relacionado ao bem-
estar de poucos, mas sim da evolução da
coletividade através da correta aplicação dos
Eles são, na realidade, controladores do Poder poderes inerentes do Estado. O objetivo
Público, que visam à proteção dos cidadãos, principal deve ser a formação de uma sociedade
coíbem certos abusos dos agentes equilibrada, em que os princípios
administrativos e buscam o aumento da constitucionais realmente são seguidos.
eficiência do Estado, uma vez que cada órgão se
torna especialista em determinada função.
Resumo:
Objetivando promover o bem público, como sua outros interpretado como confederativo,
319
meta final, o Estado desempenha uma série de correspondia ao direito da paz e da guerra, de
funções através dos órgãos que o compõe, formar ligas e alianças e de fazer toda espécie de
determinando um enorme conjunto de atos e negociações com as pessoas e as comunidades
serviços variáveis de um local para outro e de estranhas ao Estado.
acordo com a época analisada.
A prerrogativa referia-se ao poder discricionário
que às vezes atingia a arbitrariedade indo de
encontro ao bem público.
Essa múltipla atividade gerou a teoria sobre os
poderes estatais. No início concentrada numa
pessoa ou coletividade, passou a distribuir-se
Foi Charles-Louis de Secondat (1689-1755)-
numa verdadeira divisão de trabalho e
Baron de Ia Brède et de Montesquieu que em
atribuições, cujas funções exigem os respectivos
1748 elaborou um verdadeiro tratado de Teoria
órgãos com a missão de exercê-las dentro dos
do Estado sob o título De I'Esprit des
limites das correspondentes competências.
Lois, quando concluiu que "Tudo estaria
perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo
Esse exercício mesmo dentro da unidade estatal de principais, ou de nobres, ou do povo,
obedece a limitações consagradas, que visam exercessem os três poderes, o que faz leis, o que
evitar a hipertrofia da autoridade. executa as resoluções públicas e o que julga os
crimes ou as desavenças dos particulares".
Aristóteles começou a
discernir as três partes do Saint Girons distinguia apenas dois
governo com as funções por
poderes: legislativo e executivo, sendo a justiça
um ramo autônomo independente do executivo.
elas exercidas: a assembleia do
povo formada pelos cidadãos Benjamin Constant de Rebecque, escritor e
em geral, como corpo político francês, admitia cinco poderes: real,
deliberante e verdadeiro executivo, representativo de duração,
soberano do Estado; a segunda representativo de opinião e judiciário.
composta de magistrados com
Ressalte-se, de logo, que o Brasil na Constituição
ordens especiais encarregados
Imperial, admitiu uma classificação sui generis
das rendas e defesa do Estado com o poder moderador acrescido ao legislativo,
e a terceira integrada por executivo e judiciário quando mais se aproximou
juízes, encarregados do deste autor, com relação ao poder real.
julgamento e da aplicação da
justiça.
Segundo Silvestre Pinheiro Ferreira, filósofo e
estadista português, que escreveu os Princípios
John Locke já falava expressamente nos poderes de Direito Público, Constitucional,
citando o legislativo, executivo, federativo do Administrativo e das Gentes, os poderes
estado e a prerrogativa. também seriam cinco: legislativo, executivo,
Não confiante na natureza humana considerava judiciário, eleitoral e conservador.
perigoso confiar a execução das leis àqueles que
a tivessem elaborado, convindo separar o poder
legislativo do executivo. Não tratou do judiciário Francois Dominique de Reynaud, o Conde de
com especialidade e o poder federativo por Montlosier, juntamente com Benjamin
Disraeli, o Lord Beaconsfield eram contrários a um, na esfera da sua função específica, exerce
320
separação e faziam confusão com esta e o a totalidade do poder.
governo misto, afirmavam que os poderes
eram: o rei, a câmara dos pares e a câmara dos
proprietários. O Estado manifesta a sua vontade, o seu
poder através desses três órgãos que
compõem a sua unidade. Cada um dos três,
Etienne Vacherot, filósofo isoladamente, sem a correlação e a integração
francês em La Démocratie, dos dois outros, não chegaria a expressar o
afirmava serem três os
poder do Estado.
poderes: legislativo, Os três poderes só são independentes no
executivo e sentido de que se organizam mutuamente na
administrativo, estando a finalidade essencial de compor os atos de
autoridade judiciária manifestação da soberania estatal, mediante
compreendida no poder um sistema de freios e contrapesos, na
administrativo. expressão dos constitucionalistas norte-
americanos, realizando o ideal de contenção
do poder pelo poder.
Immanuel Kant, filósofo alemão nos Princípios
Metafísicos da Teoria do Direito, viu nos
poderes do Estado as três proposições de um
silogismo prático: a maior que contem a lei de
uma vontade; a menor, a ordem de conduzir- AS TRÊS FUNÇÕES BÁSICAS DO ESTADO
se de acordo com a lei; enfim, a conclusão,
a sentença, que decide o que é direito no caso
de agir. Não confundir as funções com as finalidades ou
objetivos do Estado, que são vários e de natureza
militar, policial, econômica, previdenciária,
Estes três poderes são coordenados cultural entre outras. Todavia as funções básicas
(completando-se) e subordinados do Estado, mesmo com outras palavras ou
(independentes). O legislativo é acréscimos por parte de uns e concentrações por
irrepreensível; o executivo irresistível e o outros permanecem as mesmas desde
judiciário é inapelável. Aristóteles aos nossos dias.
322
princípios jurídicos que regem os órgãos, os Regime Jurídico Administrativo
agentes, as atividades públicas tendentes a
realizar, concreta, direta e imediatamente os
fins desejados do Estado”. A expressão Regime Jurídico
Administrativo é utilizada para designar, em
sentido amplo, o regime de Direito Público a
Maria Sylvia Di Pietro “Direito que está submetida a Administração Pública,
Administrativo é o ramo do direito público ou seja, esta tem que observar normas de
que tem por objeto órgãos, agentes e
caráter público, onde o interesse da
pessoas jurídicas administrativas que
coletividade tem que prevalecer como
integram a Administração Pública, a
atividade jurídica não contenciosa que finalidade única dos atos administrativos
exerce e os bens de que utiliza para a praticados pelo Administrador Público.
consecução de seus fins, de natureza
pública”. As normas de natureza pública podem
conceder à Administração Pública
Fontes do Direito Administrativo tanto prerrogativas quanto restrições.
323
assegurado ao particular, ressalvando as Fins
indenizações previstas em lei).
Natureza
O bem comum da coletividade administrada.
Toda atividade do administrador público
É a de um encargo de defesa, conservação e deve ser orientada para esse objetivo. Se
aprimoramento dos bens, serviços e dele o administrador se afasta ou desvia, trai
interesses da coletividade. Como tal, impõe- o mandato de que está investido, porque a
se ao administrador público a obrigação de comunidade não institui a Administração
cumprir fielmente os preceitos do Direito e
senão como meio de atingir o bem-estar
da moral administrativa que regem a sua
social. Ilícito e imoral será todo ato
atuação. Ao ser investido em função ou
cargo público, todo agente do poder assume administrativo que não for praticado no
para com a coletividade o compromisso de interesse da coletividade. O fim, e não a
bem servi-la, porque outro não é o desejo do vontade do administrador, domina todas as
povo, como legítimo destinatário dos bens, formas de administração. Os fins da
serviços e interesses administrados pelo Administração consubstanciam-se,
Estado. portanto, na defesa do interesse público,
assim entendidas aquelas aspirações ou
vantagens licitamente almejadas por toda a
comunidade administrada, ou por uma parte
expressiva de seus membros. O ato ou
contrato administrativo realizado sem
interesse público configura desvio de
finalidade.
Bizu do GD!
PRINCÍPIO DE LEGALIDADE
o INÍCIO de tudo são os princípios.
Isso mesmo! Como o próprio nome nos sugere, esse princípio
diz respeito à obediência à lei. Em nossa
Eles são o início de todas as coisas,
Constituição encontramos algumas variantes,
proposições anteriores e superiores as
normas, que traçam condutores entretanto, o mais importante é o dito princípio
direcionais para os atos do legislador, do genérico, que vale para todos, que é encontrado
administrador e do aplicador da lei ao no inciso II, do artigo 5° da CF/88, que diz:
caso concreto. Eles formam o “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de
fundamento, alicerce de um sistema, fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Em
garantindo-lhe validade. outras palavras, no popular, poderá fazer tudo
que não seja proibido pela lei.
Princípios constitucionais
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
expressos da Administração
Pública (LIMPE)
Este é mais um vetor da Administração Pública,
e diz respeito à obrigação de dar publicidade, ou Legalidade
seja, de levar ao conhecimento de todos os seus
atos, contratos ou instrumentos jurídicos como Impessoalidade
um todo.
Moralidade
Fazendo isso, dá transparência e confere a
possibilidade de qualquer pessoa questionar a
atividade administrativa que, destaco Publicidade
novamente, deve representar o interesse
público. A publicidade surte os efeitos previstos Eficiência
também se feita através de órgão oficial, que é o
jornal, sendo ele público ou não.
Podemos elencar também,
alguns princípios Implícitos do
PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA Direito Administrativo:
Este princípio foi o último a ser introduzido na
CF/88. Ele revela dois aspectos distintos, um em
relação à atuação do agente público, outro em
1. Interesse Público
relação à organização, estrutura e disciplina da
Administração Pública. • Supremacia do Interesse Público
A ideia é simples, a máquina pública é para o determinada meta ou finalidade pública devem
326
interesse geral e não está disponível para o ser tão proporcionais, tão razoáveis quanto o
agente público, pois esse é mero gerenciador, resultado final.
mero agenciador.
Obs2: Alguns bons doutrinadores acreditam que
a Razoabilidade e a Proporcionalidade são o
mesmo princípio, talvez por um erro de tradução,
1.1- Interesse Público (I.P.) Primário
pois ambos eram estudos concomitantes
- Noção de Bem comum realizados na Europa, principalmente na
Inglaterra e na Alemanha.
- Pertinente à sociedade como um todo
328
No caso dos órgãos da administração
Autarquias: instituídas por lei,
indireta, embora não haja hierarquia ou têm autonomia administrativa e
controle hierárquico, as entidades estão financeira, mas estão sujeitas ao
sujeitas ao controle e fiscalização do Estado. controle do Estado. São
entidades de direito público e
sua atividade fim é de interesse
público.
Exemplos: Agência Nacional de
Energia Elétrica (ANEEL),
Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS) e o Banco Central
do Brasil (BACEN).
330
empresas públicas e as sociedades de • Para a criação de uma autarquia, é
economia mista. necessário apenas a edição de uma lei
específica. Para as demais entidades, ao
Ainda que posteriormente tenham
contrário, a lei específica apenas autoriza a
aparecido as figuras das agências executivas,
sua criação, sendo necessário, ainda, que o
das agências reguladoras e dos consórcios
ente político promova a inscrição dos atos
públicos, a lista das entidades da
respectivos no registro público competente;
Administração Indireta não foi alterada,
permanecendo como uma lista taxativa. • As autarquias adquirem personalidade
jurídica com a edição da lei específica. As
Dessa forma, as agências e os consórcios
demais entidades, com o registro público de
públicos acabam se enquadrando em uma
seus atos constitutivos;
das quatro possíveis entidades da
Administração Indireta. • Um cuidado maior deve ser dado às
fundações: ainda que o texto constitucional
De fundamental importância é
as relacione ao lado das demais entidades
conhecermos o diploma constitucional
com personalidade jurídica de direito
referente à organização da Administração
privado (sociedades de economia mista e
Indireta. Tal dispositivo encontra-se
empresas públicas), o STF já se posicionou
previsto no art. 37, XIX e XX, da Constituição
no sentido de admitir que as fundações
Federal, que assim estabelece:
também possam ser criadas com
XIX – somente por lei específica poderá ser personalidade jurídica de direito público,
criada autarquia e autorizada a instituição oportunidade em que seriam classificadas
de empresa pública, de sociedade de como uma espécie do gênero autarquia,
economia mista e de fundação, cabendo à lei mais precisamente como autarquias
complementar, neste último caso, definir as fundacionais ou fundações autárquicas.
áreas de sua atuação;
• Ainda que a Constituição Federal
(...) estabeleça ser necessária autorização
legislativa para a criação de subsidiárias das
XX – depende de autorização legislativa, em
entidades da Administração Indireta, o STF já
cada caso, a criação de subsidiárias das
decidiu que basta a simples menção, na lei
entidades mencionadas no inciso anterior,
que cria ou autoriza a criação da entidade,
assim como a participação de qualquer delas
de autorização para a criação da subsidiária.
em empresa privada;
(...)
332
g) Devem observar a vedação à acumulação Com efeito, a função administrativa é
de cargos públicos como a regra no âmbito instrumento de realização direta e imediata
do desempenho das funções estatais, de dos direitos fundamentais, por meio do qual
forma que a acumulação apenas será a Administração Pública executa as leis para
possível nas hipóteses previstas no texto da prestar serviços à população ou gerencia a
Constituição Federal. máquina administrativa.
h) Devem observar todos os princípios Por exemplo: quando um
atribuídos à Administração Pública pela órgão faz uma licitação pública,
Constituição Federal, dentre os quais se estará exercendo a função
destacam, de acordo com o artigo 37, caput, administrativa. Da mesma
os da legalidade, impessoalidade, forma, quando o INSS presta o
moralidade, publicidade e eficiência. atendimento de segurados do
regime geral de previdência
i) Não estão subordinadas hierarquicamente
social, estará exercendo a
ao ente federativo que as criou ou autorizou, função administrativa. Por fim,
mas sim apenas vinculadas à respectiva quando um empresa pública
Administração Direta, que, por meio da presta o serviço público de
tutela administrativa, verifica se as distribuição de energia elétrica,
entidades estão realizando as atividades estará exercendo a função
para as quais foram instituídas. administrativa.
333
Esses órgãos integrantes dos Poderes e adotado pela doutrina, não é
responsáveis pela função administrativa tão preciso assim!
fazem parte da Administração direta ou
centralizada, pois estão subordinados
diretamente às pessoas jurídicas políticas Se levássemos o conceito apresentado
(União, estados, municípios e Distrito acima ao “pé da letra”, também estaria
Federal). abrangido pelo conceito subjetivo, formal ou
orgânico as entidades privadas, prestadoras
de serviços públicos. Refiro-me, aqui,
União especialmente às concessionárias e às
permissionárias de serviços públicos (ex.:
empresas de telefonia: Oi, Vivo, Tim, Claro,
Estados etc.), uma vez que, quando estão atuando na
prestação desses serviços, tais empresas
Pessoas Jurídicas
Políticas estarão exercendo a função administrativa.
Municípios
335
editada até hoje, servirá para definir as áreas pessoas jurídicas de direito
de atuação dessas entidades. público interno, bem como de
entidades da administração
indireta da União, dos Estados, do
Após abordar parte da criação, vejamos os Distrito Federal e dos Municípios
conceitos dessas entidades: (Lei 13.303/16, art. 3º);
➢ autarquia: pessoa jurídica de
direito público, criada por lei, com ➢ sociedade de economia mista: é
capacidade de autoadministração, a entidade dotada de
para o desempenho de serviço personalidade jurídica de direito
público descentralizado, privado, com criação autorizada
mediante controle administrativo por lei, sob a forma de sociedade
exercido nos limites da lei (Prof. anônima, cujas ações com direito
Maria Sylvia Zanella Di Pietro); a voto pertençam em sua maioria
à União, aos Estados, ao Distrito
➢ fundação pública: é a fundação Federal, aos Municípios ou a
instituída pelo Poder Público entidade da administração
como o patrimônio, total ou indireta (Lei 13.303/16, art. 4º).
parcialmente público, dotado de
personalidade jurídica de direito Nessa linha, as autarquias representam,
público ou privado e destinado, basicamente, um braço, ou prolongamento
por lei, ao desempenho de da Administração direta, uma vez que
atividades do Estado de ordem possuem natureza de direito público e
social, com capacidade de podem realizar atividades típicas de Estado.
autoadministração e mediante Portanto, as autarquias podem atuar de
controle da Administração forma semelhante à Administração
Pública, nos limites da lei (Prof. centralizada, porém com maior autonomia e
Maria Sylvia Zanella Di Pietro); especialização, dada a sua própria
personalidade jurídica. Com efeito, anota-se
que é comum chamar as autarquias de
➢ empresa pública: é a entidade
serviço público personificado, justamente
dotada de personalidade jurídica
porque são criadas por meio da
de direito privado, com criação
descentralização de um serviço público
autorizada por lei e com
específico, ao qual é atribuída a
patrimônio próprio, cujo capital personalidade jurídica própria.
social é integralmente detido pela
União, pelos Estados, pelo Distrito Por exemplo: o INSS é uma autarquia criada
Federal ou pelos Municípios. para realizar atividades relacionadas ao
Ademais, desde que a maioria do serviço de previdência social.
capital votante permaneça em
propriedade do ente político, será
admitida, no capital da empresa Por outro lado, as
pública, a participação de outras fundações públicas
representam um patrimônio
336
personificado. Isso porque as ATENÇÃO
fundações são criadas a partir
de um patrimônio, ao qual é
dada a personalidade jurídica
específica. Um ponto que aparece muito em
prova trata das diferenças entre as
Por exemplo: uma
empresas públicas e as sociedades de
economia mista. Na verdade, tais
prefeitura poderia “pegar”
entidades possuem muito mais
um prédio e equipamentos semelhanças do que diferenças.
de um hospital público e
dar-lhe sua própria
personalidade jurídica, Porém, elas se diferenciam, basicamente,
criando uma fundação por dois pontos (veremos que, no âmbito
pública para gerir o hospital federal, são três diferenças):
de forma descentralizada.
➢ as empresas públicas somente
admitem capital público, ao passo
que as sociedades de economia
Lembra-se ainda que as fundações podem
mista admitem a conjugação de
ter personalidade de direito público ou de
direito privado. No primeiro caso, elas são,
capital público e privado, desde
na verdade, espécies de autarquias, ao
que o ente instituidor mantenha a
ponto de serem chamadas de “autarquias maioria do capital votante;
fundacionais” ou “fundações autárquicas”. ➢ as empresas públicas podem ser
constituídas sob qualquer forma
Por fim, as empresas públicas e as prevista em direito, enquanto as
sociedades de economia mista são criadas sociedades de economia mista
para atuar na exploração de atividade admitem apenas a forma de
econômica ou na prestação de serviços sociedade anônima (S.A.).
públicos, podendo atuar em um regime
➢ Além disso, no âmbito federal, há
muito parecido com o aplicado na iniciativa
uma terceira diferença. As
privada. Lembra-se, ademais, que a
empresas públicas federais
Constituição Federal dispõe que as empresas
possuem foro na justiça federal, ao
públicas e sociedades de economia mista
que atuarem na exploração de atividade
passo que as sociedades de
econômica deverão se sujeitar ao regime
economia mista federais possuem
jurídico próprio das empresas privadas, foro na justiça estadual. Essa é a
inclusive quanto aos direitos e obrigações regra, que é excepcionada por
civis, comerciais, trabalhistas e tributários. alguns casos específicos, como as
competências das justiças
especializadas (exemplo: causas
trabalhistas dos empregados
públicos, das duas entidades, são
resolvidas na justiça do trabalho).
337
Agentes públicos: sanções aplicáveis tipificado nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, não
aos agentes públicos nos casos de bastando a voluntariedade do
enriquecimento ilícito no exercício de agente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
mandato, cargo, emprego ou função 2021)
na administração pública direta, § 3º O mero exercício da função ou
indireta ou fundacional (Lei nº desempenho de competências públicas, sem
8.429/1992). comprovação de ato doloso com fim ilícito, afasta
a responsabilidade por ato de improbidade
administrativa. (Incluído pela Lei nº
Aplicação! 14.230, de 2021)
§ 4º Aplicam-se ao sistema da
improbidade disciplinado nesta Lei os princípios
constitucionais do direito administrativo
Diferente de outros editais, esse edital sancionador. (Incluído pela Lei nº
trouxe especificamente no tópico: 14.230, de 2021)
Agentes Públicos; o estudo da lei
8.429 de 1992 (IMPROBIDADE § 5º Os atos de improbidade violam a
ADMINISTRATIVA). probidade na organização do Estado e no
exercício de suas funções e a integridade do
patrimônio público e social dos Poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como da
LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992 administração direta e indireta, no âmbito da
União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito
Dispõe sobre as sanções aplicáveis em virtude Federal. (Incluído pela Lei nº 14.230,
da prática de atos de improbidade administrativa, de 2021)
de que trata o § 4º do art. 37 da Constituição
Federal; e dá outras providências. § 6º Estão sujeitos às sanções desta Lei
os atos de improbidade praticados contra o
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço patrimônio de entidade privada que receba
saber que o Congresso Nacional decreta e eu subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou
sanciono a seguinte lei: creditício, de entes públicos ou governamentais,
previstos no § 5º deste artigo. (Incluído
CAPÍTULO I pela Lei nº 14.230, de 2021)
Das Disposições Gerais
§ 7º Independentemente de integrar a
Art. 1º O sistema de responsabilização por administração indireta, estão sujeitos às sanções
atos de improbidade administrativa tutelará a desta Lei os atos de improbidade praticados
probidade na organização do Estado e no contra o patrimônio de entidade privada para cuja
exercício de suas funções, como forma de criação ou custeio o erário haja concorrido ou
assegurar a integridade do patrimônio público e concorra no seu patrimônio ou receita atual,
social, nos termos desta Lei. (Redação limitado o ressarcimento de prejuízos, nesse
caso, à repercussão do ilícito sobre a
dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
contribuição dos cofres públicos. (Incluído
Parágrafo pela Lei nº 14.230, de 2021)
único. (Revogado). (Redação dada
§ 8º Não configura improbidade a ação ou
pela Lei nº 14.230, de 2021) omissão decorrente de divergência interpretativa
da lei, baseada em jurisprudência, ainda que não
§ 1º Consideram-se atos de improbidade pacificada, mesmo que não venha a ser
administrativa as condutas dolosas tipificadas posteriormente prevalecente nas decisões dos
nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, ressalvados tipos órgãos de controle ou dos tribunais do Poder
previstos em leis especiais. (Incluído pela Judiciário. (Incluído pela Lei nº 14.230,
Lei nº 14.230, de 2021) de 2021) (Vide ADI 7236)
§ 2º Considera-se dolo a vontade livre e Art. 2º Para os efeitos desta Lei,
consciente de alcançar o resultado ilícito consideram-se agente público o agente político,
o servidor público e todo aquele que exerce, ilicitamente está sujeito às cominações desta lei
338 ainda que transitoriamente ou sem remuneração, até o limite do valor da herança.
por eleição, nomeação, designação, contratação
ou qualquer outra forma de investidura ou Art. 8º O sucessor ou o herdeiro daquele
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas que causar dano ao erário ou que se enriquecer
entidades referidas no art. 1º desta ilicitamente estão sujeitos apenas à obrigação de
Lei. (Redação dada pela Lei nº repará-lo até o limite do valor da herança ou do
14.230, de 2021) patrimônio transferido. (Redação dada
pela Lei nº 14.230, de 2021)
Parágrafo único. No que se refere a
recursos de origem pública, sujeita-se às Art. 8º-A A responsabilidade sucessória de
sanções previstas nesta Lei o particular, pessoa que trata o art. 8º desta Lei aplica-se também na
física ou jurídica, que celebra com a hipótese de alteração contratual, de
administração pública convênio, contrato de transformação, de incorporação, de fusão ou de
repasse, contrato de gestão, termo de parceria, cisão societária. (Incluído pela Lei nº
termo de cooperação ou ajuste administrativo
14.230, de 2021)
equivalente. (Incluído pela Lei nº
14.230, de 2021) Parágrafo único. Nas hipóteses de fusão e
de incorporação, a responsabilidade da
Art. 3º As disposições desta Lei são sucessora será restrita à obrigação de reparação
aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo integral do dano causado, até o limite do
não sendo agente público, induza ou concorra patrimônio transferido, não lhe sendo aplicáveis
dolosamente para a prática do ato de as demais sanções previstas nesta Lei
improbidade. (Redação dada pela Lei decorrentes de atos e de fatos ocorridos antes da
nº 14.230, de 2021) data da fusão ou da incorporação, exceto no
caso de simulação ou de evidente intuito de
§ 1º Os sócios, os cotistas, os diretores e fraude, devidamente
os colaboradores de pessoa jurídica de direito comprovados. (Incluído pela Lei nº
privado não respondem pelo ato de improbidade 14.230, de 2021)
que venha a ser imputado à pessoa jurídica,
salvo se, comprovadamente, houver participação
CAPÍTULO II
e benefícios diretos, caso em que responderão
Dos Atos de Improbidade Administrativa
nos limites da sua participação. (Incluído
pela Lei nº 14.230, de 2021) Seção I
Dos Atos de Improbidade Administrativa que
§ 2º As sanções desta Lei não se aplicarão Importam Enriquecimento Ilícito
à pessoa jurídica, caso o ato de improbidade
administrativa seja também sancionado como ato
Art. 9º Constitui ato de improbidade
lesivo à administração pública de que trata a Lei administrativa importando em enriquecimento
nº 12.846, de 1º de agosto de ilícito auferir, mediante a prática de ato doloso,
2013. (Incluído pela Lei nº 14.230, qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida
de 2021) em razão do exercício de cargo, de mandato, de
função, de emprego ou de atividade nas
Art. 7º Se houver indícios de ato de entidades referidas no art. 1º desta Lei, e
improbidade, a autoridade que conhecer dos notadamente: (Redação dada pela Lei
fatos representará ao Ministério Público nº 14.230, de 2021)
competente, para as providências
necessárias. (Redação dada pela Lei nº I - receber, para si ou para outrem,
14.230, de 2021) dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra
vantagem econômica, direta ou indireta, a título
Parágrafo de comissão, percentagem, gratificação ou
único. (Revogado). (Redação dada presente de quem tenha interesse, direto ou
pela Lei nº 14.230, de 2021) indireto, que possa ser atingido ou amparado por
ação ou omissão decorrente das atribuições do
agente público;
Art. 8° O sucessor daquele que causar
lesão ao patrimônio público ou se enriquecer
II - perceber vantagem econômica, direta
ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou
PROTEGIDO PELA LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 – DIREITOS AUTORAIS
Daniele da Conceio Souza
§ 9º (Revogado).
(Redação § 10-F. Será nula a decisão de mérito total
ou parcial da ação de improbidade administrativa
dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
que: (Incluído pela Lei nº 14.230, de
§ 9º-A Da decisão que rejeitar questões 2021)
preliminares suscitadas pelo réu em sua
contestação caberá agravo de I - condenar o requerido por tipo diverso
instrumento. (Incluído pela Lei nº daquele definido na petição
14.230, de 2021) inicial; (Incluído pela Lei nº 14.230, de
2021)
§ 10. (Revogado). (Redação
II - condenar o requerido sem a produção
dada pela Lei nº 14.230, de 2021) das provas por ele tempestivamente
especificadas. (Incluído pela Lei nº
§ 10-A. Havendo a possibilidade de
solução consensual, poderão as partes requerer
14.230, de 2021)
ao juiz a interrupção do prazo para a
contestação, por prazo não superior a 90 § 11. Em qualquer momento do processo,
(noventa) dias. (Incluído pela Lei nº verificada a inexistência do ato de improbidade,
o juiz julgará a demanda
13.964, de 2019)
improcedente. (Redação dada pela Lei
§ 10-B. Oferecida a contestação e, se for o
nº 14.230, de 2021)
caso, ouvido o autor, o juiz: (Incluído pela
Lei nº 14.230, de 2021) § 12. (Revogado). (Redação
dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 13. (Revogado).
(Redação III - o ajuizamento de mais de uma ação de
347 improbidade administrativa pelo mesmo fato,
dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
competindo ao Conselho Nacional do Ministério
§ 14. Sem prejuízo da citação dos réus, a Público dirimir conflitos de atribuições entre
pessoa jurídica interessada será intimada para, membros de Ministérios Públicos
caso queira, intervir no distintos; (Incluído pela Lei nº 14.230,
processo. (Incluído pela Lei nº de 2021)
14.230, de 2021) (Vide ADI
IV - o reexame obrigatório da sentença de
7042) (Vide ADI 7043) improcedência ou de extinção sem resolução de
§ 15. Se a imputação envolver a mérito. (Incluído pela Lei nº 14.230,
desconsideração de pessoa jurídica, serão de 2021)
observadas as regras previstas nos arts.
§ 20. A assessoria jurídica que emitiu o
133, 134, 135, 136 e 137 da Lei nº parecer atestando a legalidade prévia dos atos
13.105, de 16 de março de 2015 (Código administrativos praticados pelo administrador
de Processo Civil). (Incluído pela Lei nº público ficará obrigada a defendê-lo
14.230, de 2021) judicialmente, caso este venha a responder ação
por improbidade administrativa, até que a
§ 16. A qualquer momento, se o decisão transite em julgado. (Incluído pela
magistrado identificar a existência de Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI
ilegalidades ou de irregularidades 7042) (Vide ADI 7043)
administrativas a serem sanadas sem que
estejam presentes todos os requisitos para a § 21. Das decisões interlocutórias caberá
imposição das sanções aos agentes incluídos no agravo de instrumento, inclusive da decisão que
polo passivo da demanda, poderá, em decisão rejeitar questões preliminares suscitadas pelo
motivada, converter a ação de improbidade
administrativa em ação civil pública, regulada
réu em sua contestação. (Incluído pela
pela Lei nº 7.347, de 24 de julho de Lei nº 14.230, de 2021)
1985. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
2021) Art. 17-A. (VETADO): (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019)
§ 17. Da decisão que converter a ação de
improbidade em ação civil pública caberá agravo I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº
de instrumento. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
14.230, de 2021)
II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº
§ 18. Ao réu será assegurado o direito de
ser interrogado sobre os fatos de que trata a 13.964, de 2019)
ação, e a sua recusa ou o seu silêncio não
implicarão confissão. (Incluído pela Lei III - (VETADO). (Incluído pela Lei nº
nº 14.230, de 2021) 13.964, de 2019)
348
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº dias.(Incluído pela Lei nº 14.230, de
13.964, de 2019) 2021) (Vide ADI 7236)
349
valores jurídicos abstratos; (Incluído pela indevidas; (Incluído pela Lei nº 14.230,
Lei nº 14.230, de 2021) de 2021)
III - considerar os obstáculos e as VII - indicar, na apuração da ofensa a
dificuldades reais do gestor e as exigências das princípios, critérios objetivos que justifiquem a
políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos imposição da sanção. (Incluído pela Lei nº
direitos dos administrados e das circunstâncias 14.230, de 2021)
práticas que houverem imposto, limitado ou
condicionado a ação do agente; (Incluído § 1º A ilegalidade sem a presença de dolo
pela Lei nº 14.230, de 2021) que a qualifique não configura ato de
improbidade. (Incluído pela Lei nº
IV - considerar, para a aplicação das 14.230, de 2021)
sanções, de forma isolada ou
cumulativa: (Incluído pela Lei nº § 2º Na hipótese de litisconsórcio passivo,
14.230, de 2021) a condenação ocorrerá no limite da participação
e dos benefícios diretos, vedada qualquer
a) os princípios da proporcionalidade e da solidariedade. (Incluído pela Lei nº
razoabilidade; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
14.230, de 2021)
§ 3º Não haverá remessa necessária nas
b) a natureza, a gravidade e o impacto da sentenças de que trata esta Lei. (Incluído
infração cometida; (Incluído pela Lei nº pela Lei nº 14.230, de 2021)
14.230, de 2021)
Art. 17-D. A ação por improbidade
c) a extensão do dano administrativa é repressiva, de caráter
causado; (Incluído pela Lei nº 14.230, sancionatório, destinada à aplicação de sanções
de 2021) de caráter pessoal previstas nesta Lei, e não
constitui ação civil, vedado seu ajuizamento para
d) o proveito patrimonial obtido pelo o controle de legalidade de políticas públicas e
para a proteção do patrimônio público e social,
agente; (Incluído pela Lei nº 14.230, de do meio ambiente e de outros interesses difusos,
2021) coletivos e individuais
homogêneos. (Incluído pela Lei nº
e) as circunstâncias agravantes ou
14.230, de 2021)
atenuantes; (Incluído pela Lei nº
14.230, de 2021) Parágrafo único. Ressalvado o disposto
nesta Lei, o controle de legalidade de políticas
f) a atuação do agente em minorar os públicas e a responsabilidade de agentes
prejuízos e as consequências advindas de sua públicos, inclusive políticos, entes públicos e
conduta omissiva ou comissiva; (Incluído governamentais, por danos ao meio ambiente, ao
pela Lei nº 14.230, de 2021) consumidor, a bens e direitos de valor artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico, a
g) os antecedentes do qualquer outro interesse difuso ou coletivo, à
agente; (Incluído pela Lei nº 14.230, de ordem econômica, à ordem urbanística, à honra
e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou
2021) religiosos e ao patrimônio público e social
V - considerar na aplicação das sanções a submetem-se aos termos da Lei nº 7.347, de
dosimetria das sanções relativas ao mesmo fato 24 de julho de 1985. (Incluído pela Lei
já aplicadas ao agente; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
nº 14.230, de 2021)
Art. 18. A sentença que julgar procedente
VI - considerar, na fixação das penas a ação fundada nos arts. 9º e 10 desta Lei
relativamente ao terceiro, quando for o caso, a condenará ao ressarcimento dos danos e à perda
sua atuação específica, não admitida a sua ou à reversão dos bens e valores ilicitamente
responsabilização por ações ou omissões para adquiridos, conforme o caso, em favor da pessoa
as quais não tiver concorrido ou das quais não jurídica prejudicada pelo ilícito. (Redação
tiver obtido vantagens patrimoniais dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
353
Poderes administrativos: poderes assuntos de forma conjunta com outros
hierárquico, disciplinar e poderes, vamos vê-los dessa forma.
regulamentar; poder de polícia; usos e
abuso do poder.
RESUMO INICIAL: Poder administrativo vinculado
O poder vinculado ocorre quando a
PODER HIERÁRQUICO: é o que administração pública não tem margem de
dispõe o Executivo para organizar e liberdade para o seu exercício. Portanto,
distribuir as funções de seus órgãos,
estabelecendo a relação de quando houver uma situação descriminada
subordinação entre o servidor do
seu quadro de pessoal. na lei, o agente público deve agir
exatamente da forma prevista em lei.
Por exemplo: se um cidadão infringiu
PODER DISCIPLINAR: este poder é
exercido no âmbito dos órgãos e determinada lei de trânsito, e nessa lei
serviços da Administração, é afirma que será cobrado o valor de R$ 1.000
considerado como supremacia
especial do Estado. reais. O agente público ao verificar a atitude
da pessoa e o descumprimento da lei, deve
cobrar o exato valor fixado. Portanto, não há
PODER REGULAMENTAR: é o poder margem de negociação.
do chefe de executivo de explicar, de
detalhar a lei para sua correta
execução, ou ainda de expedir
decretos autônomos sobre matéria
de sua competência ainda não Poder administrativo discricionário
disciplinada por lei.
Por outro lado, o poder é discricionário
quando o agente público possui uma certa
PODER DE POLÍCIA: considera-se margem de liberdade no agir. Contudo, a
poder de polícia a atividade da
administração pública que consiste liberdade é dentro dos limites legais da
em condicionar e restringir o exercício
dos direitos individuais, tais como razoabilidade e da proporcionalidade.
propriedade e a liberdade, em
benefício do interesse público. Em geral, fica claro que é uso do poder
discricionário quando a lei prevê essa
liberdade. Muitas vezes ela faz isso usando
PODER NORMATIVO: envolve a
edição pela Administração Pública
expressões como: “poderá”, “a juízo da
de atos com efeitos gerais e autoridade competente”, “até determinado
abstratos, como por exemplo,
decretos regulamentares, valor”.
instruções normativas, regimentos,
resoluções e deliberações. Pode-se falar de discricionariedade também
quando são utilizados conceitos jurídicos
indeterminados.
Poder Administrativo vinculado e
discricionário Ou seja, que denotam situações em que a
autoridade terá liberdade para enquadrar,
Muitos autores afirmam que os poderes ou não, uma situação dentro deste conceito
vinculado e discricionário não são poderes, legal. Quando a lei fala em “falta leve” ou
mas características dos atos administrativos. “falta grave” e não determina quais faltas
Porém, como as bancas cobram esses são consideradas leves e quais serão
354
consideradas graves, temos então uma certa a edição de normas complementares à lei,
liberdade de decisão do agente público no permitindo a sua fiel execução. Ou seja, o
enquadramento da situação. poder regulamentar está inserido no poder
normativo.
Mas, não confunda! Porque a liberdade do
agente público no uso do poder discricionário
tem limitações no próprio ordenamento
jurídico. Características gerais do poder
regulamentar/normativo:
São limitações: ➢ - Editar atos gerais;
➢ - Complementar as leis;
1. a lei: quando a legislação mesmo define ➢ - Permitir a fiel execução da lei;
limites mínimos e máximos; ➢ - Normas derivadas ou
secundárias;
2. os princípios, em especial os da ➢ - Não podem inovar no
proporcionalidade e da razoabilidade: um ordenamento jurídico.
ato não pode ser desarrazoado, exagerado,
desproporcional ao fim que se quer alcançar.
Portanto, observe que a discricionariedade Atenção!
não se assemelha ao poder arbitrário. A
discricionariedade é um poder, já a
arbitrariedade é uma ilegalidade. Decreto autônomo
Em regra, o poder regulamentar não
pode inovar na ordem jurídica. Mas,
existem situações específica em que
Poder administrativo regulamentar ou será possível inovar no ordenamento
normativo jurídico, como é o caso do decreto
autônomo.
Segundo José dos Santos Carvalho Filho, o
poder regulamentar é “a prerrogativa
conferida à Administração Pública para
editar atos gerais para complementar as leis Assim:
e permitir a sua efetiva aplicação”.
Conforme Constituição Federal, compete
A prerrogativa, registre-se, é apenas para privativamente ao Presidente da República
complementar a lei; não pode, pois, a dispor mediante decreto sobre:
Administração alterá-la a pretexto de estar
regulamentando”. - Organização e funcionamento da
organização e funcionamento da
Ressalta-se que esse é o conceito amplo e o administração federal, quando não implicar
mais abordado nas provas. Esse conceito aumento de despesa nem criação ou
retrata, na realidade, o poder normativo. extinção de órgãos públicos;
Entretanto, o conceito restrito afirma que o
poder regulamentar trata do poder - Extinção de funções ou cargos públicos,
conferido ao chefe do Poder Executivo quando vagos.
(presidente, governadores e prefeitos) para
355
Portanto, nesse caso específico, o Chefe do ➢ - Não se fala em hierarquia
Poder executivo pode abranger assuntos entre os Poderes (Executivos,
que, de alguma forma, inovam no mundo Legislativos e Judiciários).
jurídico. Ressalta-se também que quando o ato
normativo tem como objetivo ordenar a
atuação dos subordinados, é considerado
poder hierárquico e não regulamentar.
Poder administrativo Hierárquico
A hierarquia é a ordenação de elementos
conforme a distribuição de poderes.
Poder administrativo disciplinar
Portanto, o poder hierárquico atinge aqueles
que possuem algum grau de subordinação O poder disciplinar é definido como o poder
com outro agente público ou órgão. dever de punir as infrações funcionais dos
servidores e demais pessoas sujeitas a
disciplina de órgãos públicos.
Pode-se afirmar que estão entre as Mas, não se confunde o poder punitivo com
atividades desse poder: poder disciplinar. Já que o poder punitivo é
➢ - Dar ordens; mais abrangente, e o poder disciplinar é
➢ - Editar atos normativos com o considerado uma espécie dele.
objetivo de ordenar a atuação
dos subordinados; O poder punitivo é a
➢ - Delegar competências; capacidade do Estado em punir
➢ - Avocar atribuições; os crimes e contravenções
➢ - Aplicar sanções. penais. Enquanto o poder
disciplinar e o poder de polícia
são a representação do poder
Com base na hierarquia, a instância superior punitivo na administração
tem o comando e a instância inferior tem o pública.
dever de obediência, devendo, portanto,
executar as atividades em conformidade O poder disciplinar atinge os servidores
com as determinações superiores. públicos e os particulares que estejam
ligados por algum vínculo jurídico com a
Contudo, os subordinados não se submetem administração. Ou seja, uma empresa
a todas as ordens. As ordens particular que a administração pública tenha
manifestadamente ilegais não devem ser contratado.
cumpridas pelos subordinados.
356
disciplinar e indiretamente pelo poder
hierárquico.
Mas, não se limita a isso. No caso de uma
concessionária (empresa privada com
contrato de concessão com o Estado)
realizar determinado ato proibido no
contrato, será penalizada com base no poder
disciplinar, mas não terá nenhuma relação
com o poder hierárquico. Afinal, não existe
hierarquia entre a administração pública e a
concessionária.
Poder de polícia
357
Controle e responsabilização da Indireta (autarquias, fundações
administração: controles públicas, empresas públicas e
administrativos, judicial e legislativo; sociedades de economia mista). É
responsabilidade civil do Estado. principalmente realizado pelos
ministérios sobre as entidades da
Administração Indireta a eles
Controle administrativo vinculadas (p. ex., o controle
exercido pelo Ministério da
CONTROLE EXERCIDO PELO PODER Previdência e Assistência Social
EXECUTIVO SOBRE SEUS PRÓPRIOS ATOS sobre o INSS, autarquia
vinculada). A denominada
(CONTROLE ADMINISTRATIVO)
supervisão ministerial encontra-
se prevista no Decreto-Lei nº
O controle que o próprio Poder 200/67 e tem por fundamento
Executivo realiza sobre suas atividades, por relação de vinculação existente
ser a forma mais comum de controle, é entre a Administração Direta,
simplesmente denominado controle centralizada, e a Indireta. Não há,
administrativo. aqui, relação hierárquica (de
subordinação), uma vez que as
pessoas jurídicas integrantes da
É um controle de legalidade e de Administração Indireta,
mérito, deriva do poder-dever de autotutela descentralizada, gozam de
que a Administração tem sobre seus autonomia administrativa e
próprios atos e agentes. O controle financeira.
administrativo, de uma forma geral, se dá
mediante as atividades de fiscalização e os
recursos administrativos.
CONTROLE JUDICIAL
Conforme o órgão que realize o
controle administrativo, podemos ter: O controle judiciário, ou judicial, é o
exercido pelos órgãos do Poder Judiciário
sobre os atos administrativos praticados
1. Controle hierárquico próprio: pelo Poder Executivo, pelo Poder Legislativo
realizado pelos órgãos
superiores, sobre os órgãos
ou pelo Poder Judiciário, quando realiza
inferiores, pelas chefias, sobre os atividades administrativas.
atos de seus subordinados, e
pelas corregedorias, sobre os Esse controle sempre a posteriori,
órgãos e agentes sujeitos à sua somente relativo à legalidade dos atos
correção. administrativos. O controle judicial é
2. Controle hierárquico impróprio: sobretudo, um meio de preservação de
realizado por órgãos direitos individuais dos administrados (nisso
especializados no julgamento de diferindo do controle político, exercido pelo
recursos, como, por exemplo, as Legislativo). O Poder Judiciário, no exercício
Delegacias de Julgamento da de sua atividade jurisdicional, sempre age
Receita Federal e os Conselhos de mediante provocação do interessado ou do
Contribuintes do Ministério da legitimado (em casos como o da ação
Fazenda. popular ou a ação civil pública pode não
3. Controle finalístico: realizado existir interesse direto do autor
pela Administração Direta sobre relativamente ao bem ou direito lesado).
as entidades da Administração
PROTEGIDO PELA LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 – DIREITOS AUTORAIS
Daniele da Conceio Souza
358
Mediante o exercício do controle convivência realizada pelo administrador na
judicial dos atos administrativos pode-se prática de atos discricionários de sua
decretar a sua anulação (nunca a revogação, competência, estaria esse mesmo juiz
decorrente do controle de mérito). A substituindo o administrador no exercício
anulação ocorre nos casos em que existe dessa atividade valorativa, vale dizer,
ilegalidade no ato administrativo e, por isso, substituindo o juízo de valor do
pode ser feita pela própria Administração administrador, mais afeito às coisas da
(controle interno) ou pelo Poder Judiciário. A Administração, pelo seu próprio juízo valor
anulação do ato, uma vez que este ofende a ativo, evidentemente distanciado desse
lei ou princípios administrativos, opera cotidiano.
efeitos retrospectivos, ex tunc, isto é,
retroage à origem do ato, desfazendo as Não se deve, entretanto, confundir
relações dele resultantes. O ato nulo não a vedação de que o Judiciário aprecie o
gera direitos ou obrigações para as partes, mérito administrativo com a possibilidade
não cria situações jurídicas e não admite de aferição pelo Poder Judiciário da
convalidação (a doutrina ortodoxa não legalidade dos atos discricionários.
admite a existência de atos administrativos
anuláveis, os quais seriam passíveis de O que o Judiciário não pode é
saneamento). invalidar, devido ao acima explicado, a
escolha pelo administrador (resultado de
Essa regra – o ato nulo não gera sua valorização de oportunidade e
efeitos -, porém, há que ser excepcionada convivência administrativas) dos elementos
para com os terceiros de boa-fé que tenham motivo e objeto desses atos, que formam o
sido atingidos pelos efeitos do ato anulado. chamado mérito administrativo, desde que
Em relação a esses, em face da presunção de feita essa escolha dentro dos limites da lei.
legitimidade que norteia toda a atividade Ora, no ato administrativo discricionário,
administrativa, devem ser amparados os além desses dois, temos outros três
direitos nascidos na vigência do ato elementos que são vinculados
posteriormente anulado. É o caso, p. ex., do (competência, finalidade e forma) e, por
servidor que é ilegitimamente nomeado conseguinte, podem, e devem, ser aferidos
para um cargo público. Anulada a sua pelo Poder Judiciário quanto à sua
nomeação, deverá ele, em princípio, repor legalidade. Vale repisar: o ato discricionário,
todos os vencimentos percebidos como qualquer outro ato administrativo,
ilegalmente, mas, em amparo aos terceiros está sujeito à apreciação judicial; apenas em
de boa-fé, permanecerão válidos todos os relação a dois de seus elementos – motivo e
atos por ele praticados no desempenho objeto – não há, em princípio, essa
(ilegítimo) de suas atribuições funcionais. possibilidade.
359
“a lei não excluirá a apreciação do Poder Além das hipóteses de controle
Judiciário de lesão ou ameaça a direito.” parlamentar dos atos do Poder Executivo até
aqui descritas, há um considerável número
de outras situações disciplinadas no texto
constitucional, especialmente nos arts. 49 e
52 da Carta. Citamos algumas das que
CONTROLE LEGISLATIVO entendemos mais importantes:
O controle legislativo, ou
1. Ao Congresso Nacional compete
parlamentar, é o exercido pelos órgãos julgar anualmente as contas
legislativos ou por comissões parlamentares prestadas pelo Presidente e
sobre determinados atos do Poder apreciar os relatórios sobre a
Executivo. O controle parlamentar, em execução dos planos de governo
respeito ao princípio da independência e (art. 49, IX);
harmonia dos Poderes, cláusula pétrea de
2. Ao Senado Federal compete
nosso ordenamento, insculpido no art. 2º da aprovar a escolha de magistrados,
CF/88, somente se verifica nas situações e ministros do TCU, Procurador
nos limites expressamente previstos no Geral da República e outras
próprio texto constitucional. autoridades (art. 52, III).
3. Ao Senado Federal compete
Como indica sua definição, o autorizar operações externas de
controle legislativo é um controle externo. natureza financeira, de interesse
Configura-se, sobretudo, como um controle da União, dos Estados, do Distrito
político, razão pela qual podem ser Federal, dos Territórios e dos
controlados aspectos relativos à legalidade e Municípios (art. 52, V).
à convivência pública dos atos do Poder 4. À Câmara dos Deputados
Executivo que estejam sendo controlados. compete proceder à tomada de
contas do Presidente da
A previsão da possibilidade de República, quando não
controle dos atos do Poder Executivo e do apresentadas ao Congresso
Poder Legislativo encontra-se no art. 49, X, Nacional dentro de sessenta dias
da CF/88, segundo o qual compete ao após a abertura da sessão
legislativa (art. 51, II).
Congresso Nacional “fiscalizar e controlar,
diretamente, ou por qualquer de suas Casas,
os atos do Poder Executivo, incluídos os da
administração indireta”. Embora a ATRIBUIÇÕES DOS TRIBUNAIS DE CONTAS
literalidade deste dispositivo pudesse gerar
a impressão de que o controle parlamentar Questão complexa é determinar a
fosse ilimitado, não podemos esquecer a posição dos Tribunais de Contas perante os
natureza política desse controle, uma vez demais Poderes. Não são eles órgãos do
que não há poder de hierarquia ou de tutela Poder Executivo. Tampouco seriam órgãos
do Legislativo sobre o Executivo e, do Poder Judiciário, uma vez que a
sobretudo, repise-se, há que sempre ser Constituição a eles não outorga a função
respeitada a independência e a harmonia jurisdicional formal.
entre os Poderes, o que não seria possível se
relações de subordinação entre eles Conforme a posição dominante na
houvesse. doutrina, os Tribunais de Contas são órgãos
361
As constituições de 1824 (Art. 179) e de 1891 Teorias da responsabilidade objetiva do
(Art. 82), já previam a responsabilização dos Estado (segundo Hely lopes Meirelles):
funcionários públicos por abusos e omissões
no exercício de seus cargos. Mas a a) teoria da culpa administrativa: a obrigação
responsabilidade era do funcionário, do Estado indenizar decorre da ausência
vingando até aí, a teoria da objetiva do serviço público em si.
irresponsabilidade do Estado.
Não se trata de culpa do agente público, mas
Durante a vigência das Constituições de de culpa especial do Poder Público,
1934 e 1937 passou a vigorar o princípio da caracterizada pela falta de serviço público.
responsabilidade solidária. O lesado podia
mover ação contra o Estado ou contra o b) teoria do risco administrativo: a
servidor, ou contra ambos, inclusive a responsabilidade civil do Estado por atos
execução. Porém o Código Civil/16, em seu comissivos ou omissivos de seus agentes, é
Art. 15, já tratava do assunto: de natureza objetiva, ou seja, dispensa a
comprovação de culpa. “Para que se
“As pessoas jurídicas de direito público são configure a responsabilidade objetiva do
civilmente responsáveis por atos dos seus ente público, basta a prova da omissão e do
representantes que nessa qualidade causem fato danoso e que deste resulte o dano
danos a terceiros, procedendo de modo material ou moral”.
contrário ao direito ou faltando a dever
prescrito por lei, salvo o direito regressivo Em seu Relato o Min. José Delgado continua
contra os causadores do dano” “A ré (Prefeitura/SP) só ficaria isenta da
responsabilidade civil se demonstrasse – o
Entretanto, a figura da responsabilidade que não foi feito – que o fato danoso
direta ou solidária do funcionário aconteceu por culpa exclusiva da vítima”.
desapareceu com o advento da Carta de
1946, que adotou o princípio da Portanto, basta tão só o ato lesivo e injusto
responsabilidade objetiva do Estado, com a imputável à Administração Pública. Não se
possibilidade de ação regressiva contra o indaga da culpa do Poder Público mesmo
servidor no caso de culpa. Note-se que, a porque ela é inferida do ato lesivo da
partir da Constituição de 1967 houve um Administração.
alargamento na responsabilização das
pessoas jurídicas de direito público por atos
É fundamental, entretanto, que haja o nexo
de seus servidores. Saiu a palavra interno,
causal. “Deve haver nexo de causalidade,
passando a alcançar tanto as entidades
isto é, uma relação de causa e efeito entre a
políticas nacionais, como as estrangeiras.
conduta do agente e o dano que se pretende
reparar. Inexistindo o nexo causal, ainda que
Esse alargamento ampliou-se com a haja prejuízo sofrido pelo credor, não cabe
Constituição de 1988, que estendeu a cogitação de indenização”.
responsabilidade civil objetiva às pessoas
jurídicas de direito privado, prestadoras de
Lembrando que a dispensa de comprovação
serviços públicos, os não essenciais, por
de culpa da Administração pelo
concessão, permissão ou autorização.
administrado não quer dizer que aquela
esteja proibida de comprovar a culpa total
362
ou parcial da vítima, para excluir ou atenuar causaram danos a terceiros é subtrair o
a indenização. poder público de sua função primordial de
tutelar o direito’. ‘com isso, a
Verificado o dolo ou a culpa do agente, cabe responsabilidade civil do estado passa para o
à fazenda pública acionar regressivamente campo do direito público, com base no
para recuperar deste, tudo aquilo que princípio da igualdade de todos perante a lei,
despendeu com a indenização da vítima. pois entre todos devem ser distribuídos
equitativamente os ônus e encargos’. Se o
c) Teoria do risco integral: a Administração dano foi causado pelo estado, e este atua em
responde invariavelmente pelo dano nome da sociedade, então a
suportado por terceiro, ainda que responsabilidade acaba sendo desta, que
decorrente de culpa exclusiva deste, ou até deve suportar os custos pelos prejuízos, que,
mesmo de dolo. por conseguinte, serão distribuídos,
indiretamente, a cada indivíduo. Assim, a
justiça fica restabelecida, uma vez que o
É a exacerbação da teoria do risco
dano causado a um terceiro será absorvido
administrativo que conduz ao abuso e à
por toda a sociedade.
iniquidade social, com bem lembrado por
363
A responsabilidade civil do Estado é a que patrimonial, decorrente da responsabilidade
impõe à Fazenda Pública a obrigação de civil.
compor o dano causado à terceiros por
omissão ou por atos de seus agentes Assim, enquanto sujeito de direito, o Estado
públicos, no desempenho de suas submete-se à responsabilidade civil, a
atribuições ou a pretexto de exercê-las. Constituição Federal assevera que as
pessoas jurídicas de direito público e as de
Entende-se por responsabilidade direito privado prestadoras de serviços
patrimonial extracontratual do Estado a públicos responderão pelos danos que seus
obrigação que lhe incube de reparar agentes, nessa qualidade, causarem a
economicamente os danos lesivos à esfera terceiros, assegurado o direito de regresso
juridicamente garantida de outrem e que lhe contra o responsável nos casos de dolo ao
sejam imputáveis em decorrência de culpa.
comportamentos unilaterais, lícitos ou
ilícitos, comissivos ou omissivos, materiais São dois os fundamentos que justificam a
ou jurídicos (MELLO, 2002:837). existência da responsabilização do Estado,
leciona Celso Antônio Bandeira de Mello:
De acordo com Celso Antonio Bandeira de
Mello: "a) No caso de comportamentos ilícitos
comissivos ou omissivos, jurídicos ou
"um dos pilares do moderno Direito materiais, o dever de reparar o dano é a
Constitucional é, exatamente, a sujeição de contrapartida do princípio da legalidade.
todas as pessoas, públicas ou privadas, ao Porém, no caso de comportamentos ilícitos
quadro da ordem jurídica, de tal sorte que a comissivos, o dever de reparar já é, além
lesão aos bens jurídicos de terceiros disso, imposto também pelo princípio da
engendra para o autor do dano a obrigação igualdade".
de repará-lo" (MELLO, 2002:838).
"b) No caso de comportamentos lícitos,
Leciona Odete Medauar afirmando que a assim como na hipótese de danos ligados a
responsabilidade civil do Estado "diz situação criada pelo Poder Público - mesmo
respeito à obrigação a este imposta de que não seja o Estado o próprio autor do ato
reparar danos causados a terceiros em danoso - , entendemos que o fundamento da
decorrência de suas atividades ou omissões. responsabilidade estatal é garantir uma
equânime repartição dos ônus provenientes
A matéria também é estudada sob outros de atos ou efeitos lesivos, evitando que
títulos: responsabilidade patrimonial do alguns suportem prejuízos ocorridos por
Estado, responsabilidade civil da ocasião ou por causa de atividades
Administração e responsabilidade desempenhadas no interesse de todos. De
patrimonial extracontratual do Estado" conseguinte, seu fundamento é o princípio
(MEDAUAR, 2003:393). da igualdade, noção básica do Estado de
Direito" (MELLO, 2002:849).
O Estado age por intermédio de seus
agentes, que são pessoas físicas incumbidas
de alguma função estatal e, invariavelmente, A responsabilidade patrimonial e
causa danos ou prejuízos aos indivíduos extracontratual do Estado, por
gerando a obrigação de reparação comportamentos administrativos, origina-se
da teoria da responsabilidade pública, com
364
destaque para a conduta ensejadora da causados. Se houve lesão de um particular,
obrigação de reparabilidade, por danos sem excludente para o Estado, deve ser
causados por ação do Estado, por via de ação reparada.
ou omissão. O dever público de indenizar O estado tem este dever mais que qualquer
depende de certas condições: a outra pessoa jurídica, justamente por sua
correspondência da lesão a um direito da finalidade de tudo fazer em prol do
vítima, devendo o evento implicar prejuízo progresso da coletividade" (VENOSA,
econômico e jurídico, material ou moral. 2002:270).
Para obter a indenização basta que o lesado 2. A reparação do dano causado pela
acione a Fazenda Pública e demonstre o administração a terceiros obtém-se
nexo causal entre a fato lesivo (comissivo ou amigavelmente, pela via administrativa ou
omissivo) e o dano, bem como seu por meio da ação de indenização
montante.
2.1 Via administrativa
Exclusão da responsabilidade do Estado.
Para eximir-se desta obrigação incumbirá à Através da via administrativa, a reparação se
Fazenda Pública comprovar as "causas de dá mediante requerimento formulado pela
exclusão da responsabilidade do Estado": a vítima, cônjuge, parentes ou herdeiros, no
força maior e a culpa da vítima. entanto, trata-se de forma rara de
ressarcimento; ainda que evidente sua
Força maior são fatos da natureza responsabilidade, "a Administração em geral
irresistíveis, o dano é inevitável sendo baldos propõe ressarcimento vil ou rejeita o pedido,
quaisquer esforços para impedi-lo. "É para que a vítima se dirija à via jurisdicional"
relevante apenas na medida que pode (MEDAUAR, 2003:399).
comprovar ausência de nexo causal entre a
atuação do Estado e o dano ocorrido. Se foi 2.2 Ação de indenização e o afastamento de
produzido por força maior, então não foi interpretações protetivas do agente
produzido pelo Estado" (MELLO, 2002:386).
Normalmente, a vítima, para obter o
Culpa da vítima. ressarcimento do dano, interpõe ação
contra a Administração pública ou contra a
Neste caso a vítima contribui para a pessoa jurídica de direito privado prestadora
existência do dano sofrido. de serviço público. Ainda, nossos tribunais
têm admitido a interposição de ação contra
Tal participação no evento danoso poderá a Fazenda Pública e contra o agente,
ser total - culpa exclusiva da vítima - cumulativamente, num litisconsórcio
eximindo completamente a administração facultativo.
de responsabilização; ou parcial - culpa
concorrente da vítima - neste caso a Com relação à ação de indenização, Hely
Administração responde parcialmente. Lopes Meirelles entende que o preceito
constitucional (art. 37, § 6°) estabelece duas
Silvio de Salvo Venosa ao citar a chamada relações de responsabilidade a) a da
"Teoria da Garantia" afirma que "o poder Administração pública e seus delegados na
público no exercício de sua atividade em prol prestação de serviços públicos perante a
do bem comum, tem como dever garantir os vítima do dano, de caráter objetivo, baseada
direitos dos particulares contra danos a ele no nexo causal (ação de indenização); b) a do
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causador do dano perante a administração O § 6°, do Artigo 37 da Constituição Federal
ou empregador de caráter subjetivo, calcada assegurou à Administração o direito de
no dolo ou culpa (ação regressiva). regresso contra o responsável, o direito da
administração obter do agente o pagamento
aos cofres públicos da importância
Assim este jurista, ao distinguir as duas despendida no ressarcimento da vítima.
relações de responsabilidade leciona: Condicionado este direito de regresso à
prova da culpa do agente, relação reveste-se
"A reparação do dano causado pela de caráter subjetivo, porque pressupõe dolo
Administração a terceiros obtém-se ou culpa do agente (MEDAUAR, 2003:399).
amigavelmente ou por meio de ação de
indenização, e, uma vez indenizada a lesão Ou seja, nesta hipótese (ação regressiva), a
da vítima, fica a entidade pública com o relação de responsabilização situa-se entre o
direito de voltar-se contra o servidor culpado agente causador do dano, e a Administração.
para haver dele o despendido, através da Responsabilidade civil do agente perante a
ação regressiva autorizada pelo § 6° do art. Administração Pública, por danos causados a
37 da CF". terceiros e por esta ressarcidos.
"O legislador constituinte bem separou as Observamos que para o êxito da ação
responsabilidades: o Estado indeniza a regressiva da administração contra o agente
vítima e a; o agente indeniza o Estado, causador do dano, exigem-se dois requisitos:
regressivamente" (MEIRELLES, 2000:618- a) que a Administração já tenha sido
619). condenada a indenizar a vítima do dano
sofrido b) que se comprove a culpa do
Ousamos e discordamos deste agente no evento danoso.
entendimento, pois o artigo 37, § 6° não tem
este intuito protetivo do agente perante Enfatizamos que enquanto para a
terceiro. administração a responsabilidade perante
terceiros independe de culpa, para o
A norma visa a proteger o administrado, servidor mister para sua responsabilização
oferecendo-lhe um patrimônio solvente e a perante o Erário a prova de que agiu com
possibilidade da responsabilidade objetiva culpa.
em muitos casos. Daí não se segue que haja
restringido sua possibilidade de proceder Oportuno salientarmos que a parte final do
contra quem causou dano. Sendo um art. 37 § 6° da CF, visa a proteção do erário,
dispositivo protetor do administrado, ao prever a ação regressiva contra o
descabe extrair dele restrições ao lesado. A causador do dano e não deste em relação ao
interpretação deve coincidir com o sentido terceiro ofendido. Não podemos "vislumbrar
para o qual caminha a norma, ao invés de nele intenções salvaguardadoras do agente"
sacar dela conclusões que caminham na é um equívoco concluir que "acobertou o
direção inversa, benéfica apenas ao agente público, limitando sua
presumido autor do dano (MELLO, responsabilização ao caso de ação regressiva
2002:876). movida pelo Poder Público judicialmente ao
condenado" (MELLO, 2002:876).
2.3 A ação de regresso e a proteção
(exclusiva) do erário
366
Não tem, pois, o art. 37, § 6°, qualquer
caráter defensivo do agente perante "Trata-se de ato obrigatório (Cód. Po\roc.
terceiro. Civil, art. 70), no sentido de que a parte, na
relação processual, perderá o direito de
2.4 Conclusão regresso contra aquele que é o garante do
seu direito discutido em juízo, se não tiver
Diante o exposto, concluímos que a vítima feito a denúncia a este e porventura for
que teve interesses legítimos seus vencida" (SANTOS, 2002:27).
prejudicados por ato de agentes públicos,
poderá propor ação de ressarcimento contra 3.1. A Celeuma
o agente público, contra o Estado ou contra
ambos como responsáveis solidários. Ventila na doutrina discussão a respeito da
possibilidade ou não da Denunciação da Lide
pela Fazenda Pública contra o agente.
3. Denunciação da Lide
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Continua a insígne jurista afirmando que em Celso Antonio Bandeira de Mello que, ao
sentido "favorável à denunciação existe citar Weida Zancaner, afirma:
também farta jurisprudência.
Argumentando-se o seguinte: "procastinar o reconhecimento de um
a) o artigo 70, III do Código de Processo Civil legítimo interesse da vítima, fazendo com
alcança todos os casos de ação regressiva; que ele dependa da solução de um outro
b) por economia processual e para evitar conflito intersubjetivo de interesses (entre o
decisões conflitantes, a responsabilidade do Estado e o funcionário), constitui um
agente pode ser apurada nos autos da ação retardamento injustificado do direito do
de reparação de dano; lesado, considerando-se que este conflito é
c) recusar a denunciação à lide do agente estranho ao direito da vítima, não necessário
cerceia um direito da Administração" para a efetivação do ressarcimento a que
(MEDAUAR, 2003:400). tem direito"
(MELLO, 2002:877).
3.2. Inadmissibilidade
Resumo
Hely Lopes Meirelles entende que a ação
deve ser movida apenas em face do Estado, Conceito
não sendo cabível a denunciação da lide,
pois o legislador constituinte, no art. 37, § 6°, Entende-se por responsabilidade civil do
teria separado as responsabilidades: o Estado (ou da Administração) como sendo a
estado indeniza a vítima; o agente indeniza o obrigação legal da Fazenda Pública de
Estado, regressivamente. Portanto, entende ressarcir terceiros pelos danos patrimoniais
que não é cabível denunciação da lide. que lhe foram causados por atos comissivos
ou omissivos, materiais ou jurídicos, lícitos
Entendemos ser incabível a Denunciação da ou ilícitos dos agentes públicos, no
Lide e fundamentamos este nosso desempenho de suas funções ou a pretexto
entendimento em outras razões. de exercê-las.
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3. Teses prestadoras de serviço público responderão
pelos danos que seus agentes, nessa
A responsabilidade civil do Estado (ou da qualidade, causarem a terceiros, assegurado
Administração) é objetiva. Dessa o direito de regresso contra o responsável
responsabilidade objetiva decorrem três em casos de dolo ou culpa".
teses norteadoras, quais sejam:
Assim, todo e qualquer ente estatal tem o
a) Teoria da culpa administrativa: Leva em dever de ressarcir os danos que seus agentes
conta a falta do serviço, e não a culpa (permanentes ou transitórios) causarem no
subjetiva do agente administrativo. Para que exercício de suas funções, ou a pretexto de
incorra a responsabilidade faz-se necessário exercê-las, sendo facultado,
que a vítima sofra um dano e comprove a posteriormente, o direito de cobrar do
falta do serviço. Exige, também, uma culpa servidor o valor pago.
especial da Administração, que é
denominada culpa administrativa. A falta de 5. Causas excludentes
serviço caracteriza-se: pela sua inexistência,
pelo seu mau funcionamento ou Para que ocorra a responsabilidade civil, é de
retardamento. Incorrendo qualquer dessa suma importância a presença dos seguintes
hipóteses, a culpa administrativa é pressupostos, a saber: o dano, a culpa do
presumida. agente e o nexo de causalidade. Portanto, na
falta de um desses pressupostos não se
b) Teoria do risco administrativo: Baseia-se configurará a responsabilidade.
no risco que o Estado causa a seus
administrados. A Administração tem A responsabilidade civil do Estado será
obrigação de indenizar a vítima pelo ato elidida quando presentes determinadas
danoso e injusto que lhe foi causado, não hipóteses, aptas a excluir o nexo causal entre
sendo necessário à vítima provar culpa dos a conduta do Estado e o dano causado à
agentes ou falta de serviço. Para que surja a vítima, quais sejam: a força maior, o caso
responsabilidade, mister se faz que a vítima fortuito, o estado de necessidade e a culpa
comprove que sofreu um dano e que ele é exclusiva da vítima.
injusto. Porém, se comprovado, pelo Poder
Público, que a vítima teve culpa, a 6. Indenização
indenização será amenizada ou excluída.
A indenização a ser paga pela Administração
c) Teoria do risco integral: A administração em favor da vítima pode se dar
tem o dever e de ressarcir todo e qualquer amigavelmente ou por meio da ação de
ato danoso causado à vítima, ainda que esta indenização.
tenha culpa ou dolo. Esta teoria nunca foi
Para que a vítima receba a indenização (dano
adotada pela legislação pátria por ser
emergente, os lucros cessantes, os
extremista.
honorários advocatícios, correção monetária
4. Teoria adotada e juros) basta que ela comprove o nexo
causal entre o ato do servidor e o dano que
De acordo com o art. 37, § 6º, da CF, abaixo lhe foi causado.
transcrito, a teoria adotada pelo Brasil foi a
do risco administrativo. É possível a indenização por lesão corporal
(caso em que deverá ser pago o tratamento
Art. 37, §6º, da CF: "As pessoas jurídicas de da vítima) e por morte (caso em que deverá
direito público e as de direito privado ser custeado o funeral e a prestação
PROTEGIDO PELA LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 – DIREITOS AUTORAIS
Daniele da Conceio Souza
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alimentícia da vítima pelo tempo provável de
sua vida aos seus dependentes).
7. Ação Regressiva
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