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Estabilização de Encostas Estudo de Caso Da Geomanta Aplicada Na Cidade de Salvador
Estabilização de Encostas Estudo de Caso Da Geomanta Aplicada Na Cidade de Salvador
RESUMO
Este artigo tem por finalidade analisar o uso das geomantas impermeabilizantes na cidade de
Salvador, que possui 45,5% da população vivendo em áreas de risco, sendo que grande parte desse
percentual vive sobre a iminência de desabamento ou soterramento devido às condições de
instabilidades das encostas. Nos meses chuvosos esse perigo aumenta consideravelmente e o uso
das lonas plásticas que se apresentavam como uma solução paliativa, nem sempre surtia o efeito
esperado. A erosão antrópica, a ocupação desordenada, impulsionada a partir da década de 50, e o
relevo da cidade colocam Salvador como a campeã nacional de moradores convivendo em áreas de
risco, estando à cidade em constante flerte com grandes desastres por soterramento e desabamento
de encostas. Sendo assim, pretende-se discutir o uso da geomanta como mecanismo de
estabilização de encostas e melhoria das condições de vida, minimizando os perigos de deslizamento
de terras e soterramento de casas. Para tanto, o artigo irá fazer uma apresentação do processo de
execução visando assim entender a escolha desta tecnologia verificando a viabilidade técnica e sua
eficácia.
ABSTRACT
The purpose of this article is to analyze the use of waterproofing geomants in the city of Salvador,
which has 45.5% of the population living in areas of risk, and a large part of this percentage lives on
the imminence of collapse or burial due to the instabilities of slopes. In the rainy months this danger
increases considerably and the use of plastic tarpaulins that presented as a palliative solution did not
always have the expected effect. Anthropogenic erosion, disorderly occupation, boosted since the
1950s, and the relief of the city place Salvador as the national champion of residents living in risky
areas, being constantly flirting with the city with great disasters due to burial and slope collapse . Thus,
it is intended to discuss the use of geomanta as a mechanism for slope stabilization and improvement
of living conditions, minimizing the dangers of landslides and burial of houses. To do so, the article will
present the execution process in order to understand the choice of this technology, verifying the
technical feasibility and its effectiveness.
1 INTRODUÇÃO
mail: Vitor_08@live.com
3 Engenheira Civil. Professora Orientadora do Curso de Engenharia Civil do Centro Universitário
Por meio dessa tabela percebemos que a erosão hídrica é o tipo mais comum
em Salvador. A erosão hídrica tem como fundamentação e principais agentes o
escoamento superficial das águas da chuva majorado pelo alto índice pluviométrico
da cidade, determinando assim o aumento da poropressão nos taludes e a erosão
das camadas superficiais dos solos, agravando o risco de desabamentos em taludes
não estabilizados.
Com esses fatores climáticos e por se tratar de uma cidade a beira-mar
cercada por condicionantes que agravam o risco de deslizamentos devido a suas
características físicas, geológicas e geomorfológicas tais como declividade, retirada
da vegetação e desestabilização, através do corte do talude, muitas vezes
promovidas pelos próprios moradores que residem nessas áreas de risco, Salvador
a todo momento flerta com a iminência de desabamentos, na medida que a
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é mais viável para cada caso. Abaixo, na figura 3 podemos ver os principais tipos de
Geossintéticos e para que eles são indicados.
um fator determinante para proteção do solo contra erosão, essa geomanta jateada
com concreto, não é feita com esse tipo de processo, o talude tem que estar sem
vegetação nenhuma, pois aplicado a manta e postergando o jateamento,
consequentemente não vai ocasionar a absorção da água da chuva.
Determinados fatores para o processo de execução dessa manta têm que ser
bem aliado e não fugir do padrão a ser feito, portanto se for executada de qualquer
maneira vai ocasionar danos em curto prazo. Existem diretrizes para serem seguidas
e uma delas é a forma de escoamento e drenagem da manta, pois o objetivo é não
ocorrer deslizamentos futuros e outras variáveis que incomodam esse processo. Um
dos grandes riscos do talude é a absorção de água da chuva que aumenta a
poropresão e a erosão e o deslizamento do mesmo, no entanto a impermeabilização
executada da melhor forma possível evita esse fator e acaba eliminando a absorção
da água no terreno e estendendo a proteção por mais tempo como vemos na figura
4 logo abaixo.
ou seja: uma estrutura não resiste a determinada situação a que está sendo exposta
e ocorre o processo de ruptura seguida do cisalhamento.
Para verificação do terreno, é colhida uma amostra e levada para analise
laboratorial através de ensaios determina-se os parâmetros que definem o
comportamento do solo determinando o seu desempenho referente as tensões x
deformações x resistência utilizando-se de teoria e métodos para determinar o fator
de segurança (GERSCOVICH 2009).
Existem diversos tipos de movimentos de massa, em sua maioria eles são
diferenciados de acordo com sua velocidade de movimentação e a forma da ruptura.
Após identificar esses fatores podemos agrupar os movimentos de massa em três
principais categorias: escoamentos, subsidências e escorregamentos. Existem
também os carregamentos de massa por processos erosivos, contudo esse
processo já foi explanado anteriormente.
A movimentação por escoamento pode ser divididas em escoamento por
rastejo ou fluência são caracterizadas por escorregamentos lentos e contínuos não
existindo uma superfície de ruptura definida que muitas vezes podem englobar
grandes áreas e são causadas pela ação da gravidade e variação da temperatura e
umidade e o escoamento por corridas que por sua vez se caracteriza por
movimentos rápidos com velocidade superiores a 10km/h causada pela perda da
resistência em virtude da presença de água em excesso. A figura 6 nos mostra
visualmente como ocorre esse tipo de escoamento.
de abril a julho, veja na figura 9, é o período que mais devemos ter atenção para
evitar o deslizamento das encostas. Além disso, Salvador tem diversas áreas
consideradas de risco e um sistema de esgotamento sanitário considerado na
grande maioria dos domicílios inadequado, mesmo que nos últimos anos esses
problemas de esgotamento sanitário venham sendo gradativamente melhorados,
ainda encontra-se muitas dificuldades em saná-los por completo, existem ainda uma
infinidade de pessoas que residem em situação de vulnerabilidade potencializando
as ameaças de desabamento e aumentando o risco de grandes desastres.
Outra área contemplada com essa tecnologia foi o Bairro do Uruguai, nesta
geomanta encontramos vários detritos por baixo dela, aparentemente a impressão
era que alguém quis esconder algo por lá, mas isso gerou uma dúvida. como se dá a
preparação do local para a aplicação da geomanta? A manta se encontrava solta,
será que alguém fez isso ou a execução foi malfeita? Na figura 11 podemos verificar
a situação na qual se encontrava esse equipamento.
Figura 11 - Geomanta com erros de aplicação no bairro do Uruguai - Salvador
faz se uma outra visita técnica para verificação se ela cabe ou não a aplicação da
geomanta.
A geomanta não é um dispositivo estabilizante ela só se aplica em solos já
estabilizados. Ou seja, o trabalho primário para boa implantação da geomanta
consiste em estabilizar a encosta. A preparação do solo pode ser feita através de
corte, com estabilização por geometria, colocação de berma, botar calha, etc. Só
depois de estabilizado é que se pode colocar a geomanta, ela em si não é um
dispositivo estabilizante, ela assegura a manutenção da estabilidade de encostas
que já se encontram estáveis.
Após a verificação do local onde a geomanta será aplicada a empresa inicia a
limpeza do local com remoção total de vegetação, retirada de entulho, de lixo e o
retaludamento da encosta veja esse processo sendo executado na figura 12. É
preciso um cuidado muito grande nessa etapa de concepção da obra, pois se a
encosta não é bem preparada previamente para receber posteriormente a manta, ela
deixará de ser um equipamento viável e poderá funcionar até como propagador de
futuros acidentes, já que o lixo é um elemento desestabilizador de encostas.
Figura 12 - Retaludamento
que exista a interação entre o conjunto. Essas mantas recebem uma cola para fazer
a junção entre elas, evitando que não ocorra espaçamentos e aberturas no
equipamento, elas também são presas ao solo com grampos, no entanto vale
salientar que esses grampos servem apenas para prender o equipamento ao solo e
que eles não funcionam como elementos estruturantes, imprimindo maior resistência
e estabilidade ao talude. Esses grampos são feitos geralmente com ferro de 8mm
com comprimento de 50 cm em formato de "L" ou "U", na figura 13 podemos ver os
materiais utilizados. Eles serão fixados por toda a extensão do equipamento
principalmente nos pontos de junção das mantas, para eliminar os vácuos, espaços
entre a manta e o solo e nas bordas evitando que o equipamento fique depreendido
do solo. Nas bordas são feitas cravas por todo o perímetro, geralmente elas tem
20x25 cm de (largura x Profundidade), na parte superior faz-se umas dobras nas
mantas aumentando a sua resistência, coloca-se os grampos e chumba com
concreto para dar melhor fixação a lona, funciona como um tipo de engastamento da
manta com o solo para melhorar a fixação. Após essa etapa inicia-se o jateamento
da argamassa que tem uma espessura variando entre 0,5 e 2,0 cm.
Figura 13 - Materiais
que a tecnologia não seja desacreditada e condenada pelo fato de que profissionais
a indicaram para um área em que ela não seria a solução ideal. Portanto, a geomata
é um método viável desde que circunscrita ao objetivo que se destina, nestes casos
devem-se observar o custo benefício que ela vai proporcionar. Abaixo vemos nas
figuras 15, 16 e 17, o processo de aplicação da geomanta no bairro de Pernambués
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
5. APÊNDICE