Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Unidade 4
Unidade 4
E O NEUROPSICOPEDAGOGO
UNIDADE IV
AVALIAÇÕES NEUROPSICOPEDAGÓGICAS
Elaboração
Luciana Raposo dos Santos Fernandes
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO
UNIDADE IV
AVALIAÇÕES NEUROPSICOPEDAGÓGICAS................................................................................................................................. 5
CAPÍTULO 1
APANHADO GERAL....................................................................................................................................................................... 6
CAPÍTULO 2
CONCEITUAÇÃO, DESAFIOS, DIÁLOGO E TIPOS............................................................................................................ 11
CAPÍTULO 3
INDICAÇÃO TERAPÊUTICA E DEVOLUTIVA...................................................................................................................... 16
REFERÊNCIAS................................................................................................................................................22
4
AVALIAÇÕES
NEUROPSICOPEDAGÓGICAS
UNIDADE IV
5
CAPÍTULO 1
APANHADO GERAL
Portanto, além de obter informações, com base nelas, cabe ao profissional tomar decisões
sobre as características psicológicas do avaliado. Todo psicólogo tem habilitação para
desenvolver avaliações no âmbito psicológico em um contexto mais ampliado, ou seja,
fazer tanto avaliações de características clínicas espontâneas ou de encaminhamento,
quanto avaliações compulsórias como as exigidas para obtenção da Carteira Nacional
de Habilitação (CNH), para o manuseio de armas, para cirurgias etc.
Nota-se, então, que a avaliação é um processo que nos permite entender diversos aspectos
do comportamento de uma pessoa: desde os pontos de vista cognitivos, como a forma
como o indivíduo pensa, as dificuldades de organização de ideias, cálculo, memória, até
processos decisionais mais amplos do ponto de vista social. Logo, são várias as questões
para as quais a avaliação psicológica permite ofertar indicadores para uma tomada de
decisão.
A partir do século XIX, o ser humano se voltou para si próprio com o mesmo objetivo.
O caminho se tornou progressivamente mais científico, mostrando, no início do século
6
Avaliações neuropsicopedagógicas | UNIDADE IV
Figura 10. A avaliação é um processo que permite ao profissional entender diversos aspectos do
comportamento de uma pessoa.
Fonte: https://www.onbundock.com.au/news/educational-assessments.
Desde então, temos duas perspectivas diferentes para entender quando surgiram as
avaliações psicológicas, ou quais foram as influências que nortearam as avaliações
psicológicas tal como as conhecemos hoje. Se, de um lado, temos uma visão mais
naturalista que nos conduz à curiosidade do próprio homem em observar os fenômenos da
natureza e de tentar entender tais fenômenos e quantificá-los, existe também a vertente
reflexiva, que aborda uma origem ligada à filosofia da cultura clássica, em virtude de
pensadores como Aristóteles e Platão, que tentaram descrever e compreender quem
7
UNIDADE IV | Avaliações neuropsicopedagógicas
seria o homem e como ele se comportava. Essa foi a ideia principal que regeu, e ainda
rege, a história acerca do surgimento das avaliações psicológicas.
8
Avaliações neuropsicopedagógicas | UNIDADE IV
Constatamos, então, que, como uma prática da psicologia, ela é bastante confiável
devido à utilização de instrumentos com validade científica, que estimulam a atenção,
a memória operacional referente à manipulação mental das informações, desenvolvem
processos responsáveis por comportamentos mais ajustados, controlam a agressividade,
entre outros que favorecem o desenvolvimento infantil.
9
UNIDADE IV | Avaliações neuropsicopedagógicas
10
CAPÍTULO 2
CONCEITUAÇÃO, DESAFIOS, DIÁLOGO E TIPOS
Desafios
Avaliações fazem parte de cotidiano da clínica. Ocorre que esse recurso tão importante,
geralmente, é alvo de temor, preconceito e antipatia. Mas a avaliação é um importante
instrumento para a prática profissional, tanto que ela é utilizada para avaliar e divulgar para
a comunidade os resultados dos testes de aptidões específicas. Portanto, a especificação
de conceito e organização do nível conceitual, até mesmo em relação à verificação no nível
internacional de como esses documentos são utilizados, apresenta forma, repercussão na
decisão e para que tipo de decisão, ou seja, apresenta estudos constantes e sólidos para
que os profissionais possam oferecer algo mais robusto e que sirva à população de uma
forma positiva, tanto que muitos Conselhos Regionais de Psicologia têm comissões de
avaliação; muitas delas em suas respectivas regiões estão produzindo e lidam com esse
material diariamente, enquanto outras comissões propõem alterações mais específicas.
No entanto, o ideal seria que esses cenários regionais se encontrassem e possibilitassem
acordos resultantes desses estágios de articulação. Portanto, ainda há desafios a ser
enfrentados por meio da participação profissional perante os Conselhos, inclusive em
termos de clarificações do papel do psicólogo clínico e das atribuições referentes à
avaliação de nossos atendidos.
O dialogo envolve o esclarecimento e a quebra de paradigmas, que pode se dar por meio
de entrevistas, testes e exame do estado metal. Tais etapas constam do estabelecimento
de um plano de avaliação, passo que pode ser conceituado de várias formas, umas
delas, digamos que a fundamental, é o planejamento do que vai ocorrer ao longo do
processo, fase que está atrelada diretamente à demanda apresentada no encaminhamento.
Note que uma avaliação psicológica para uma pessoa que faz o curso de comissária de
bordo, por exemplo, requer do profissional um manejo dos instrumentos que serão
11
UNIDADE IV | Avaliações neuropsicopedagógicas
necessários para essa avaliação, tendo em mente o perfil que a pessoa deve ter para
ocupar esse cargo. Portanto, a avaliação psicológica é um processo amplo que envolve
a integração de informações provenientes de diversas fontes, entre as quais: testes,
entrevistas, observações e análise de documentos.
Fonte: https://turningpnt.org/.
3. análise de outros materiais que não contribuíram para a anamnese, como fotografias,
diários/caderno de anotações, pinturas, desenhos, cadernos escolares, entre outros.
Nesse momento, devemos estar atentos a cada técnica que vai ser utilizada, suas
especificidades, como o tempo que determinada técnica requer, para que seja estabelecido
um plano de ação adequado. Contudo, havendo uma diferença considerável no tempo
de duração prevista no contrato de trabalho – situação que pode ocorrer –, devemos
reexaminar com o atendido e/ou os responsáveis. Nunca devemos nos esquecer de dar um
tempo de tolerância (um prazo mais estendido e flexível), afinal, lidamos com questões
humanas. E mesmo a avaliação sendo uma possibilidade de utilizar da técnica para a
quantificação, devemos ter a sensibilidade aguçada para os momentos do ser humano
12
Avaliações neuropsicopedagógicas | UNIDADE IV
diante desse processo (GARDNER, 2000). Ou seja, a margem de tolerância deve ser
sinalizada no contrato, pois, caso não se tenha ainda a estimativa segura do ritmo de
desempenho do sujeito, tal questão não irá ressoar como sinal de descrédito à atuação
profissional, ao processo ou a nossa escolha de instrumentos. Muitas vezes, a demanda de
atendimento não está direcionada à realização da avaliação ou da consequente emissão
de documentos. Tal questão surge no decorrer do processo, momento em que é possível
emitir determinado documento acerca do seu atendido.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-33002009000200003
» Comunicação de dados.
Prática da avaliação
» consultório;
» área forense;
13
UNIDADE IV | Avaliações neuropsicopedagógicas
» instituições;
» educação;
» trabalho;
» objetivos.
Objetivos da avaliação
14
Avaliações neuropsicopedagógicas | UNIDADE IV
› insight;
› mecanismos de defesa;
› prova da realidade;
› antecipação;
› ordenação temporal;
15
CAPÍTULO 3
INDICAÇÃO TERAPÊUTICA E DEVOLUTIVA
As avaliações psicológicas devem ser solicitadas toda vez que seja necessário obter
uma maior compreensão acerca da psique de uma pessoa, no intento de direcionar a
tomada de decisões referentes a ela. Consequentemente, os possíveis usos das avaliações
psicológicas vão depender das instituições requerentes e dos objetivos a serem alcançados.
Portanto, seu uso pode ter um ou vários objetivos, dependendo das hipóteses ou perguntas
formuladas inicialmente.
Figura 12. A avaliação psicológica ajuda o paciente ou os pais dele a terem clareza sobre o
objetivo do processo que irá ser realizado e que deve culminar com a devolutiva.
https://vidapsychotherapy.com/couples-therapy/
Da aplicação à devolutiva
Um dos pontos principais da avaliação psicológica se refere a ter clareza sobre o objetivo
do processo que irá ser realizado. Desse modo, cabe também ao psicólogo esclarecer o
atendido sobre o motivo manifesto. Quando consciente da avaliação, ele acaba empregando
16
Avaliações neuropsicopedagógicas | UNIDADE IV
o tempo que for necessário para que todos os seus pontos sejam alinhados. Segundo os
principais autores que abordam as teorias da avaliação psicológica, como Ocampo e
Cunha (1990), a avaliação psicológica envolve as seguintes etapas:
» honorários;
» datas;
» formas de pagamento;
» entrevista de devolução.
17
UNIDADE IV | Avaliações neuropsicopedagógicas
Note que, apesar dessas alternativas, não há um modelo rígido e fechado de avaliação
psicológica. Portanto, o que estamos fornecendo é o mais utilizado pela literatura.
Mas no cotidiano da clínica, alterações são necessárias em certos momentos e por
inúmeros motivos. Ou seja, devemos nos programar; contudo devemos ter também
flexibilidade e feeling apurado para saber a direção que vamos tomar no decorrer
da avaliação.
18
Avaliações neuropsicopedagógicas | UNIDADE IV
Nesse interim, ainda é necessário fazer uma distinção entre o que pode e o que não
pode ser dito ao paciente menos adaptativo, devido à tolerância, às possibilidades e
aos próprios limites dele. No caso da criança, os pais ou responsáveis não devem ser
poupados em relação a esses mesmos aspectos, pois eles devem entender a real condição
dela, inclusive para ajudá-la no desenvolvimento possível, principalmente, porque, na
maioria das vezes, eles depositam uma expectativa, consciente ou inconsciente, bastante
exagerada no profissional.
Mas, para tanto, o profissional também precisa ter flexibilidade e sensibilidade para
captar o que está sendo dito e para reinserir no contexto da devolução de acordo com
a melhor opção. Daí surge a importância e ter clareza e objetividade para encerrar um
assunto e, se for o caso, passar para outro, estimulando o paciente ou seus responsáveis
19
UNIDADE IV | Avaliações neuropsicopedagógicas
Note também que, apesar dos parâmetros sugeridos, a devolutiva não é estática como
o laudo deve ser. Contudo, ela sempre deve ser encerrada com a indicação terapêutica.
É natural que a família se preocupe com a devolutiva. No entanto, ela precisa saber
que esse momento não passa de uma conversa sobre como resolverão algumas
questões sobre a criança junto ao profissional designado para fazê-la. Além disso,
no decorrer da devolutiva, a família também poderá ser orientada sobre algumas
atitudes e responsabilidades que terão de tomar em relação ao avaliado, pois qualquer
ação inadequada pode trazer consequências ruins e abalar ainda mais o vínculo que
a criança tem com a aprendizagem.
20
PARA (NÃO) FINALIZAR
21
REFERÊNCIAS
CAPOVILLA, A. G. S.; CAPOVILLA, F. C. Problemas de leitura e escrita. 3. ed. São Paulo: Memmon, 2003.
FONSECA, V. Introdução às dificuldades de aprendizagem. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
LEITE, M. Estudos sobre a teoria de Piaget. Cadernos CEDES, São Paulo: Cortez, n. 14, 1991.
LENT, R. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais. São Paulo: Atheneu, 2002.
LINDEN, R. Fatores neurotróficos: moléculas de vida para células nervosas. Ciência Hoje 16 (94), 1993.
22
REFERÊNCIAS
PAÍN, S. Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. Trad. Ana Maria Netto
Machado. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.
REED, U. C. Neurologia: noções básicas sobre a especialidade. Rio de Janeiro: Wak, 2004.
SÁNCHEZ-CANO, M.; BONALS, J. Avaliação psicopedagógica. Trad. Fátima Murad. Porto Alegre:
Artmed, 2008.
SARTRE, Jean-Paul. O ser e o nada: ensaio de ontologia fenomenológica. 11 ed. Trad. de Paulo Perdigão.
Vozes: Petrópolis. 2002.
SCHIFFMAN, H. R. Psicofísica. In: H. R. Schiffman. Sensação e percepção. Rio de Janeiro: LTC. 2005.
SKINNER, B. F. Behaviorism and Logical Positivism de Laurence Smith. In ______. Questões recentes
na análise comportamental. Campinas, SP: Papirus, (1989), 1995.
Figura 2: https://neuropsych4kids.com/about/.
Figura 3: https://specialneedsprojecteec424.weebly.com/dyslexia.html.
Figura 4: https://innerchange.com.au/brain-health-boost-factors/.
Figura 5: https://www.gestaoeducacional.com.br/epistemologia/.
23
REFERÊNCIAS
Figura 6: https://shegzsablezs.blogspot.com/2019/11/sigmund-freud-and-unconscious-mental.html.
Figura 7: https://www.labtestingmatters.org/home-page/improving-diagnosis-in-medicine-introduction-
overview/.
Figura 8: https://www.readingrockets.org/article/3-big-misconceptions-about-inclusion.
Figura 9: https://lifeandmind.com.au/uses-and-benefits-of-acceptance-and-commitment-therapy/.
24