Você está na página 1de 24

NEUROPSICOPEDAGOGIA CLÍNICA

E O NEUROPSICOPEDAGOGO
UNIDADE IV
AVALIAÇÕES NEUROPSICOPEDAGÓGICAS
Elaboração
Luciana Raposo dos Santos Fernandes

Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO

UNIDADE IV
AVALIAÇÕES NEUROPSICOPEDAGÓGICAS................................................................................................................................. 5

CAPÍTULO 1
APANHADO GERAL....................................................................................................................................................................... 6

CAPÍTULO 2
CONCEITUAÇÃO, DESAFIOS, DIÁLOGO E TIPOS............................................................................................................ 11

CAPÍTULO 3
INDICAÇÃO TERAPÊUTICA E DEVOLUTIVA...................................................................................................................... 16

PARA (NÃO) FINALIZAR................................................................................................................................21

REFERÊNCIAS................................................................................................................................................22
4
AVALIAÇÕES
NEUROPSICOPEDAGÓGICAS
UNIDADE IV

Neste capítulo, para facilitar a fixação da importância das avaliações neuropsicopedagógicas,


faremos um apanhado geral do que já foi apresentado, incluindo conceituações essenciais,
desafios que aparecem no dia a dia, bem como os diálogos e seus respectivos tipos, que
envolvem desde os esclarecimentos até a quebra de paradigmas, o que exige sensibilidade
do profissional.

Abordaremos também os possíveis usos da indicação terapêutica em todas as suas


etapas e requisitos, tais como o contrato de trabalho, algo burocrático, mas que preserva
a imagem do especialista, além do processo de devolutiva, que sempre deve salientar,
de forma sintetizada, os aspectos reparadores e destrutivos para mostrar ao paciente
ou aos seus responsáveis como o presente e o futuro funcionam como elementos de
reparação durante o tratamento. Em meio a esse contexto, o que não pode ser esquecido
no encerramento da devolutiva é a tão esperada indicação terapêutica.

5
CAPÍTULO 1
APANHADO GERAL

As avaliações são um processo de conhecimento, ou seja, de busca de informações sobre


determinadas demandas formuladas, quer seja por um pai, quer por um professor – sobre
o rendimento escolar de um aluno –, quer seja por um juiz em relação a um processo
em questão.

Portanto, além de obter informações, com base nelas, cabe ao profissional tomar decisões
sobre as características psicológicas do avaliado. Todo psicólogo tem habilitação para
desenvolver avaliações no âmbito psicológico em um contexto mais ampliado, ou seja,
fazer tanto avaliações de características clínicas espontâneas ou de encaminhamento,
quanto avaliações compulsórias como as exigidas para obtenção da Carteira Nacional
de Habilitação (CNH), para o manuseio de armas, para cirurgias etc.

Nota-se, então, que a avaliação é um processo que nos permite entender diversos aspectos
do comportamento de uma pessoa: desde os pontos de vista cognitivos, como a forma
como o indivíduo pensa, as dificuldades de organização de ideias, cálculo, memória, até
processos decisionais mais amplos do ponto de vista social. Logo, são várias as questões
para as quais a avaliação psicológica permite ofertar indicadores para uma tomada de
decisão.

O processo de avaliação é inerente ao processo de entendimento do comportamento.


Como tal conhecimento é oferecido inicialmente na formação universitária, posterior
ela, o profissional ainda deve procurar capacitação e qualificação, pois sempre há
uma série de recursos, como cursos de curta duração e processos de aprendizado,
para quem está interessado em uma especialização capaz de incrementar a própria
expertise.

História das avaliações psicológicas


Desde os tempos primitivos, os seres humanos sempre tiveram a preocupação de fazer
observações cada vez mais acuradas do mundo ao redor. A partir da compreensível
necessidade de se estimar a duração dos dias e das noites e a sucessão das estações, foram
se desenvolvendo instrumentos de aferição do tempo. De igual modo, foram surgindo
meios para medir distâncias, tamanhos, capacidades e outros. Ampulheta, bússola, relógio,
microscópio, sextante, telescópio, termômetro são alguns dos instrumentos que apareceram
e tornaram possível a mensuração objetiva da magnitude dos fenômenos naturais.

A partir do século XIX, o ser humano se voltou para si próprio com o mesmo objetivo.
O caminho se tornou progressivamente mais científico, mostrando, no início do século

6
Avaliações neuropsicopedagógicas | UNIDADE IV

XX, um grande desenvolvimento nas medidas de funções na fronteira entre as ciências


físicas, naturais, biológicas, humanas etc. Nesse âmbito, a partir dos trabalhos de Fechner
e Weber, em 1850, surgiu a psicofísica, uma das maiores influências no desenvolvimento
das medidas em psicologia. A psicofísica é o estudo preciso e quantitativo de como o
julgamento humano é processado. O interessante é que a visão da psicofísica começa
de uma forma romanceada e edílica de avaliação psicológica, intrínseca à necessidade
humana de medir. Podemos constatar essa afirmação por meio do estudo da história
da civilização e das formas como diferentes povos construíam instrumentos para medir
os dias, como calendários e relógios baseados na posição do Sol. Esses instrumentos
advinham de uma necessidade do homem de controlar os fenômenos naturais. A previsão
sobre os períodos da cheia dos rios, por exemplo, podia auxiliar no plantio, evitar
inundações e assim sucessivamente. Já a visão de quantificar o comportamento humano
surgiu graças à escola psicofísica da psicologia, na segunda metade do século XIX.
Portanto, foi a partir daí que o homem começou a ter interesse em medir a si próprio.
Surgiu, então, a psicometria, que tem como preocupação a medição do comportamento.
Então, se, por milhares de anos, o homem teve preocupação em medir e compreender os
fenômenos da natureza, somente a partir do século XIX é que essa medição voltou-se,
de forma mais objetiva, para o próprio homem, em decorrência de condições técnicas
e intelectuais, mentais e culturais que propiciaram esse interesse.

Figura 10. A avaliação é um processo que permite ao profissional entender diversos aspectos do
comportamento de uma pessoa.

Fonte: https://www.onbundock.com.au/news/educational-assessments.

Desde então, temos duas perspectivas diferentes para entender quando surgiram as
avaliações psicológicas, ou quais foram as influências que nortearam as avaliações
psicológicas tal como as conhecemos hoje. Se, de um lado, temos uma visão mais
naturalista que nos conduz à curiosidade do próprio homem em observar os fenômenos da
natureza e de tentar entender tais fenômenos e quantificá-los, existe também a vertente
reflexiva, que aborda uma origem ligada à filosofia da cultura clássica, em virtude de
pensadores como Aristóteles e Platão, que tentaram descrever e compreender quem

7
UNIDADE IV | Avaliações neuropsicopedagógicas

seria o homem e como ele se comportava. Essa foi a ideia principal que regeu, e ainda
rege, a história acerca do surgimento das avaliações psicológicas.

Concluímos, então, que, após o surgimento da psicofísica, mostrou-se possível o estudo


científico das relações entre os processos físicos e os mentais. Desse modo, a psicofísica
teve um grande impacto para a psicologia, pois foi desenvolvida uma teoria exata
demonstrando ser possível medir os fenômenos mentais. Fato curioso a ser ressaltado
é que o filósofo alemão Immanuel Kant afirmava com total convicção que a psicologia
jamais poderia ser considerada uma ciência, justamente por considerar impossível
mensurar ou realizar experimentos que avaliassem com exatidão os processos psicológicos
(Uma ciência do psiquismo é possível? A psicologia empírica de Kant e a possibilidade
de uma ciência do psiquismo). Nesse aspecto, Kant estava equivocado.

No Brasil, a avaliação psicológica começou a ser praticada mais sistematicamente


nas décadas de 1950 e 1960, porém, já na década de 1920 foram realizados trabalhos
acadêmicos e criados institutos para a realização de processos de avaliação. Já as décadas
de 1980 e 1990 foram extremamente promissoras para a área de atuação clínica, bem
como para as avaliações psicológica e neuropsicológica.

Sobre a neuropsicologia e a neuropsicopedagia


A neuropsicologia é uma especialidade da psicologia que associa o estudo detalhado
do sistema nervoso à análise do comportamento humano e dos processos psicológicos.
Portanto, ela busca compreender como o cérebro influencia as funções cognitivas do
indivíduo, como atenção, memória, capacidade de julgamento, raciocínio, comportamento
e emoções. Graças a ela é possível identificar se alterações do comportamento e das
funções cognitivas de uma pessoa correspondem ao esperado para a idade ou para o
contexto psicossocial vivenciado.

Por sua vez, a neuropsicopedagogia é uma ciência interdisciplinar, que se utiliza de


conhecimentos de mais de uma área, incluindo a pedagogia, psicologia e neurociência,
para estudar a relação entre o sistema nervoso e a aprendizagem humana, com o
propósito de entender como o indivíduo aprende, seleciona, transforma, memoriza,
elabora e processa as sensações captadas pelos elementos sensoriais ao seu redor.
Consequentemente, a avaliação neuropsicopedagógica tem como objetivo identificar e
trabalhar todos os entraves que prejudicam o processo de aprendizagem do indivíduo.
A partir daí, cabe ao profissional traçar as estratégias e determinar as ferramentas que
serão usadas, que vão possibilitar a autossuperação cognitiva, intelectual e emocional do
indivíduo, no intento de fortalecer a autoconfiança e motivação dele para o aprendizado.
Consequentemente, todo o trabalho desenvolvido é personalizado, tanto que ele sempre

8
Avaliações neuropsicopedagógicas | UNIDADE IV

respeita a modalidade de aprendizagem individual, tendo como objetivo o desenvolvimento


cognitivo do aprendiz.

Quanto à avaliação neuropsicológica infantil


Já sabemos que a avaliação neuropsicológica infantil se refere à utilização de procedimentos
técnicos aplicados à compreensão do processamento cognitivo das crianças, portanto,
o que diz respeito ao modo como elas internalizam as informações e as evocam quando
necessário. Consequentemente, trata-se de uma demanda frequente no cotidiano do
psicólogo, pois, com essa avaliação, é possível diagnosticar casos de dificuldades atencionais
de aprendizagem e de socialização, agressividade, hiperatividade, rebaixamento de
autoestima, transtornos de humor e alimentares, entre outros construtos.

Ao mesmo tempo, a avaliação neuropsicológica ainda favorece o diagnóstico precoce de


alterações no desenvolvimento, caso do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e demais
atrasos no desenvolvimento global, ao oferecer práticas interventivas interdisciplinares
mais precoces e mais eficazes, de acordo com linhas terapêuticas que proporcionam tanto
a melhora na vida do paciente quanto orientações à família em relação aos procedimentos
mais adequados. Portanto, a assertividade prognóstica dela é maior, devido ao fato de
a neuropsicologia ter como base evidências, além de dados previamente testados, de
grande significância estatística.

Constatamos, então, que, como uma prática da psicologia, ela é bastante confiável
devido à utilização de instrumentos com validade científica, que estimulam a atenção,
a memória operacional referente à manipulação mental das informações, desenvolvem
processos responsáveis por comportamentos mais ajustados, controlam a agressividade,
entre outros que favorecem o desenvolvimento infantil.

Diferença entre psicopedagogia e neuropsicopedagogia


A psicopedagogia tem por base a psicanálise e a pedagogia. Portanto, seu objetivo é
detectar os bloqueios e as dificuldades de aprendizagem para, então, criar métodos para
promover a aprendizagem, a superação do fracasso e a evasão escolar. Ela também se
preocupa em incluir alunos que necessitam de atendimento educacional especializado.
Já a neuropsicopedagogia é transdisciplinar, pois se fundamenta na psicologia, na
pedagogia, na neurociência e em outras ciências que tenham enfoque nos processos
cerebrais e emoções envolvidas no processo de aprendizagem, bem como nos bloqueios,
nas disfunções e no mapeamento das funções cerebrais, que precisam de desenvolvimento.

Resumidamente, o neuropsicopedagogo e o psicopedagogo têm atribuições diferentes,


embora o objetivo de ambos seja a superação das dificuldades da aprendizagem. Portanto,

9
UNIDADE IV | Avaliações neuropsicopedagógicas

enquanto o neuropsicopedagogo utiliza métodos e aplica testes que apontam para o


mapeamento das áreas do cérebro que estão ligadas à aprendizagem, o psicopedagogo se
ocupa da aprendizagem com o auxílio somente de métodos para facilitar o aprendizado
do indivíduo, mas sem o uso de testes.

Características essenciais ao neuropsicopedagogo


» Paciência: tê-la é essencial, pois pessoas com déficit cognitivo aprendem com
dificuldade e tendem a apresentar um raciocínio mais lento. Portanto, cabe ao
profissional ter muita calma tanto para repetir instruções quanto para pensar em
novas formas de ensinar um assunto.

» Didática: crianças, adolescentes ou pacientes com dificuldade na aprendizagem


precisam de um ensino diferenciado para absorver o conteúdo necessário.

» Responsabilidade: como o profissional lidará com os sentimentos de terceiros, na


tentativa de contribuir ao bem-estar deste, ele precisa ter sensatez e seriedade, pois
algumas atitudes, como julgadoras, por exemplo, podem levar à baixa autoestima
e impactar negativamente a satisfação de uma família.

» Vontade constante de aprender: os conhecimentos da graduação em pedagogia


e da pós-graduação não bastam. Eles precisam ser complementados constantemente,
por leituras, pesquisa e outros cursos de especialização, o que implica dizer que
investimento no aprendizado não pode cessar.

“Neuroeducação e Neuropsicopedagogia – Transtornos e casos clínicos” – O livro de


Bianca Acampora,doutora em Ciência da Educação e mestre em Cognição e Linguagem,
além de mostrar que, atualmente, várias conexões vêm sendo estabelecidas entre
os campos de neurociências e educação, com foco nos transtornos e desordens de
aprendizagem, o que culminou com o surgimento da neuropsicopedagogia clínica,
traz relatos de casos clínicos que auxiliam na formação profissional dessa área, ao
ampliar possibilidades em relação ao uso de estratégias diferenciadas. Publicado
pela Editora Wak.

10
CAPÍTULO 2
CONCEITUAÇÃO, DESAFIOS, DIÁLOGO E TIPOS

Muitas pessoas confundem a aplicação de testes com avaliação. O conceito de avaliação


é bem claro, sendo reconhecido como um processo científico e técnico, nos quais são
utilizadas técnicas científicas para chegar a uma conclusão. Dessa forma, a avaliação
pode envolver técnicas de dinâmica de grupo, entrevistas, questionários, levantamento
do histórico de vida e tudo o mais que tenha como objetivo avaliar, no sentido de
analisar, compreender e esclarecer. Portanto, a dinâmica dos processos psicológicos
representativos de uma pessoa ou de um grupo de pessoas é muito mais complexa que
a simples aplicação de testes psicológicos.

Desafios
Avaliações fazem parte de cotidiano da clínica. Ocorre que esse recurso tão importante,
geralmente, é alvo de temor, preconceito e antipatia. Mas a avaliação é um importante
instrumento para a prática profissional, tanto que ela é utilizada para avaliar e divulgar para
a comunidade os resultados dos testes de aptidões específicas. Portanto, a especificação
de conceito e organização do nível conceitual, até mesmo em relação à verificação no nível
internacional de como esses documentos são utilizados, apresenta forma, repercussão na
decisão e para que tipo de decisão, ou seja, apresenta estudos constantes e sólidos para
que os profissionais possam oferecer algo mais robusto e que sirva à população de uma
forma positiva, tanto que muitos Conselhos Regionais de Psicologia têm comissões de
avaliação; muitas delas em suas respectivas regiões estão produzindo e lidam com esse
material diariamente, enquanto outras comissões propõem alterações mais específicas.
No entanto, o ideal seria que esses cenários regionais se encontrassem e possibilitassem
acordos resultantes desses estágios de articulação. Portanto, ainda há desafios a ser
enfrentados por meio da participação profissional perante os Conselhos, inclusive em
termos de clarificações do papel do psicólogo clínico e das atribuições referentes à
avaliação de nossos atendidos.

Diálogo e seus respectivos tipos

O dialogo envolve o esclarecimento e a quebra de paradigmas, que pode se dar por meio
de entrevistas, testes e exame do estado metal. Tais etapas constam do estabelecimento
de um plano de avaliação, passo que pode ser conceituado de várias formas, umas
delas, digamos que a fundamental, é o planejamento do que vai ocorrer ao longo do
processo, fase que está atrelada diretamente à demanda apresentada no encaminhamento.
Note que uma avaliação psicológica para uma pessoa que faz o curso de comissária de
bordo, por exemplo, requer do profissional um manejo dos instrumentos que serão

11
UNIDADE IV | Avaliações neuropsicopedagógicas

necessários para essa avaliação, tendo em mente o perfil que a pessoa deve ter para
ocupar esse cargo. Portanto, a avaliação psicológica é um processo amplo que envolve
a integração de informações provenientes de diversas fontes, entre as quais: testes,
entrevistas, observações e análise de documentos.

Figura 11. Avaliações fazem parte de cotidiano da clínica.

Fonte: https://turningpnt.org/.

Consequentemente, é um estudo cuidadoso, pois o profissional terá de fazer uma


reflexão sobre o material coletado nas primeiras sessões para planejar os passos a serem
seguidos e os instrumentos a serem utilizados e administrados posteriormente durante
o processo. Portanto, o planejamento terapêutico é, frequentemente, estabelecido após
a entrevista com a pessoa e/ou o responsável, quando então se dá início ao processo de
avaliação, no qual algumas questões devem ser observadas:

1. o comportamento do indivíduo em situações de vida diária;

2. resultados de exames médicos;

3. análise de outros materiais que não contribuíram para a anamnese, como fotografias,
diários/caderno de anotações, pinturas, desenhos, cadernos escolares, entre outros.

Nesse momento, devemos estar atentos a cada técnica que vai ser utilizada, suas
especificidades, como o tempo que determinada técnica requer, para que seja estabelecido
um plano de ação adequado. Contudo, havendo uma diferença considerável no tempo
de duração prevista no contrato de trabalho – situação que pode ocorrer –, devemos
reexaminar com o atendido e/ou os responsáveis. Nunca devemos nos esquecer de dar um
tempo de tolerância (um prazo mais estendido e flexível), afinal, lidamos com questões
humanas. E mesmo a avaliação sendo uma possibilidade de utilizar da técnica para a
quantificação, devemos ter a sensibilidade aguçada para os momentos do ser humano

12
Avaliações neuropsicopedagógicas | UNIDADE IV

diante desse processo (GARDNER, 2000). Ou seja, a margem de tolerância deve ser
sinalizada no contrato, pois, caso não se tenha ainda a estimativa segura do ritmo de
desempenho do sujeito, tal questão não irá ressoar como sinal de descrédito à atuação
profissional, ao processo ou a nossa escolha de instrumentos. Muitas vezes, a demanda de
atendimento não está direcionada à realização da avaliação ou da consequente emissão
de documentos. Tal questão surge no decorrer do processo, momento em que é possível
emitir determinado documento acerca do seu atendido.

Para entender o conceito de tolerância, acesse e leia o artigo de Thomas M. Scanlon,


intitulado “A dificuldade da tolerância”, disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-33002009000200003

Pontos fundamentais da avaliação


» O atendido/cliente/paciente deve ser visto como uma totalidade vertical (passado)
e horizontal (presente), ou seja, cada indivíduo tem sua própria história, que deve
estar presente no aqui e no agora.

» É preciso que se faça e refaça, quando preciso, a matriz individual e familiar do


atendido: onde vive, de onde vem, para onde vai, qual seu contexto total etc.

» Deve ser analisado o sistema de comunicação do paciente consigo mesmo e com


o mundo.

» É necessário fazer a verificação contínua, inclusive de cuidados, em relação a como


o paciente faz ou diz as coisas.

» É fundamental observar sempre o aspecto relacional entre terapeuta e atendido.

Requisitos dos momentos da avaliação


» Planejamento do diagnóstico psicológico: identificar o problema, escolher ou
construir o instrumental psicométrico adequado e a logística a seguir na execução.

» Interpretação e integração de dados.

» Comunicação de dados.

Prática da avaliação
» consultório;

» contexto hospitalar – atendimento e pesquisa;

» área forense;

13
UNIDADE IV | Avaliações neuropsicopedagógicas

» instituições;

» educação;

» trabalho;

» objetivos.

Objetivos da avaliação

A avaliação abrange a compreensão de problemas com base em pressupostos teóricos,


identificação de aspectos específicos ou classificação do caso e possível previsão de seu
curso, comunicando, ao término do processo, os resultados obtidos. Segundo Cunha
(ano), podemos classificar os objetivos da avaliação psicológica clínica, como:

» Classificação simples: nesse tipo de avaliação psicológica, o sujeito é comparado


a médias levantadas a partir de outros sujeitos da população. Portanto, o exame
compara amostras do comportamento da pessoa que está sendo examinada com
os resultados de outros sujeitos ou grupos específicos, com condições demográficas
equivalentes. Consequentemente, os resultados são fornecidos em dados quantitativos.

» Descrição: essa avaliação difere da classificação simples, pois interpreta as


diferenças de escores, identificando forças e fraquezas, enquanto descreve o
desempenho do paciente, tal como a avaliação de déficits neuropsicológicos.
Portanto, com essa avaliação, é possível obter um valor interpretativo maior acerca
dos escores levantados em testes, no intento de identificar o desempenho do sujeito.

» Classificação nosológica: as hipóteses iniciais são testadas e se tornam referência


para critérios diagnósticos, ou seja, várias hipóteses são levantadas no andamento
da coleta de informações resultantes do exame de estado mental, da história
clínica e pessoal do examinando; e, tais hipóteses, são testadas – para que sejam
comprovadas ou descartadas. A classificação nosológica é extremamente importante,
pois facilita a comunicação entre os profissionais, por favorecer a interação entre
a equipe, além de contribuir para o levantamento de dados epidemiológicos.

» Diagnóstico diferencial: trata-se da investigação de irregularidades ou


inconsistências do quadro sintomático do examinando. Portanto, ela tem como
objetivo diferenciar alternativas diagnósticas, índices de funcionamento ou a
natureza da patologia (principalmente, porque, ao longo do processo, vão surgindo
informações que não se encaixam, sintomas destoantes ou inconscientes) e o
profissional deve estar capacitado para perceber esses fragmentos e atos falhos
na verbalização, para identificar as variações nos quadros sintomáticos e níveis
de funcionamento psicopatológico.

14
Avaliações neuropsicopedagógicas | UNIDADE IV

» Avaliação compreensiva: nessa avaliação, o primeiro passo é determinar o nível


de funcionamento da personalidade, examinando as funções do ego, tais como:

› insight;

› mecanismos de defesa;

› controle da percepção e da mobilidade;

› prova da realidade;

› antecipação;

› ordenação temporal;

› pensamento lógico, coerente e racional;

› atos falhos (elaborações das representações pela linguagem).

O objetivo que se pretende alcançar na avaliação compreensiva exclui a utilização de


testes. Ou seja, nos reportamos a vivências entre terapeuta e examinado que foram
estabelecidas nos contatos iniciais. Desse modo, a escuta terapêutica, a interpretação e a
análise do atendido serão suscitadas na mesma ocasião. Porém, anotações, inclusive de
impressões, são fundamentais. Aliás, há alguns anos, era muito mais frequente no espaço
terapêutico a existência de um arquivo com as anamneses ordenadas alfabeticamente,
além de caixas, geralmente de madeira ou acrílico, contendo fichas com pontuações a
serem feitas e questões a serem trabalhadas. Tais documentos são fundamentais como
recursos que clarificam a situação do atendido. Apesar dos computadores, o registro
escrito é valioso e deveria ser mantido, pois o atendido sente-se extremamente valorizado
com isso, fato que remete e favorece a construção do vínculo terapêutico baseado na
genuinidade, empatia e na transferência positiva, pois, ao notar o cuidado, delicadeza
e respeito com que o profissional se prepara para atendê-lo, o paciente reduz as defesas
e resistências.

» Entendimento dinâmico: dá-se a partir da associação das dimensões


investigativas na avaliação a uma perspectiva teórica. Aqui há um nível elevado de
inferência clínica, devido à investigação de informações com base teórica, ou seja,
a fundamentação e a ancoragem aos constructos de uma abordagem psicológica
de domínio essencial. Portanto, no caso de profissional recém-graduado, buscar
por supervisão é uma obrigação.

15
CAPÍTULO 3
INDICAÇÃO TERAPÊUTICA E DEVOLUTIVA

As avaliações psicológicas devem ser solicitadas toda vez que seja necessário obter
uma maior compreensão acerca da psique de uma pessoa, no intento de direcionar a
tomada de decisões referentes a ela. Consequentemente, os possíveis usos das avaliações
psicológicas vão depender das instituições requerentes e dos objetivos a serem alcançados.
Portanto, seu uso pode ter um ou vários objetivos, dependendo das hipóteses ou perguntas
formuladas inicialmente.

Figura 12. A avaliação psicológica ajuda o paciente ou os pais dele a terem clareza sobre o
objetivo do processo que irá ser realizado e que deve culminar com a devolutiva.

https://vidapsychotherapy.com/couples-therapy/

Quando o psicólogo é procurado para realizar uma avaliação psicológica, geralmente,


a solicitação vem de outro profissional, entre os quais médicos, psicopedagogos,
especialista em perícia forense, fonoaudiólogos, entre tantos outros de áreas diversas e
de instituições da sociedade. No entanto, os responsáveis e o próprio paciente podem
buscar pela avaliação; assim, em casos de pais/responsáveis que têm uma demanda
sobre a hiperatividade da criança, a impulsividade, a desatenção, a falta de contato
visual, entre outros, é importante que se busque pelos serviços de avaliação para
entender o comportamento do(s) filho(s). Do mesmo modo, há adultos que buscam
uma avaliação psicológica, pois, em meio ao processo terapêutico, percebem que algo
não se encaixa.

Da aplicação à devolutiva
Um dos pontos principais da avaliação psicológica se refere a ter clareza sobre o objetivo
do processo que irá ser realizado. Desse modo, cabe também ao psicólogo esclarecer o
atendido sobre o motivo manifesto. Quando consciente da avaliação, ele acaba empregando

16
Avaliações neuropsicopedagógicas | UNIDADE IV

o tempo que for necessário para que todos os seus pontos sejam alinhados. Segundo os
principais autores que abordam as teorias da avaliação psicológica, como Ocampo e
Cunha (1990), a avaliação psicológica envolve as seguintes etapas:

» primeiro contato e entrevista inicial com o paciente (cliente/atendido);

» aplicação ou uso de técnicas ordenadas e selecionadas de acordo com o caso;

» encerramento do processo com a entrevista de devolução oral ao paciente ou aos


responsáveis/pais;

» informe escrito para o solicitante.

Formulação de perguntas e contrato de trabalho


Ela tem como base as perguntas específicas, cujas respostas se estruturam na forma de
hipóteses que serão confirmadas ou refutadas nos passos seguintes. O ponto de partida
dessa parte do processo de avaliação é o encaminhamento que, por sua vez, nos remete à
interpretação de que, se a pessoa foi enviada a um psicólogo que faz avaliação psicológica,
é porque há uma suposição de problemas psicológicos.

Já o contrato de trabalho faz uma avaliação da estimativa de tempo, em que se torna


possível operacionalizar as etapas do processo, bem como tarefas complementares que
podem se demonstrar necessárias até se obter a comunicação dos resultados. Dessa forma,
o objetivo aqui é estabelecer hipóteses que direcionem para o motivo latente e o motivo
manifesto da consulta. Consequentemente, assim que o psicólogo tiver uma previsão, ele
deve formalizar os termos com o paciente.

Adendo sobre o contrato de trabalho


Vários autores deixam claro que, para a elaboração do contrato de trabalho, é preciso
levar em consideração os tipos de documentos que deverão ser confeccionados, de modo
que o tempo necessário para providenciá-los deve estar incluso na duração do processo.
Além disso, o contrato em si ainda deve trazer:

» honorários;

» datas;

» formas de pagamento;

» entrevista de devolução.

17
UNIDADE IV | Avaliações neuropsicopedagógicas

Sobre a elaboração dos termos


Estabelecimento de um plano de avaliação: nesse momento, será passado ao
examinado como a avaliação psicológica acontecerá, o que será feito e como, bem como
os instrumentos a serem utilizados. Portanto, o profissional deve estar atento a cada uma
das técnicas que serão utilizadas, bem como ao tempo que cada instrumento consumirá.

Administração de técnicas: inicialmente, é fundamental que o profissional tenha


bem claro que o alvo da testagem deve ser o examinado, e não os testes. Obviamente,
ele deve estar seguro quanto à escolha dos instrumentos, bem como às orientações a
serem passadas. Enfim, deve conhecer de forma profunda o material que irá utilizar.

Levantamento, análise, interpretação e integração de dados: nesse momento, os


dados colhidos são analisados, interpretados e articulados para se chegar a um diagnóstico.
Nessa fase, o neuropsicopedagogo já obteve muitas informações do seu examinado,
para além da utilização dos testes que, mesmo assim, devem ser intercruzados com as
entrevistas. Contudo, uma de suas funções é observar, ao longo de todo o processo, o
momento em que aparece o sintoma.

Diagnóstico e prognóstico: enquanto o diagnóstico se refere ao conhecimento sobre


as características de uma doença ou de um quadro clínico, o prognóstico é a predição
de como a doença vai evoluir.

Devolutiva: é o momento em que o profissional dá o feedback e anuncia as conclusões


do processo, preferencialmente em forma de relatório, no qual são destacados tanto
os pontos fortes quanto os pontos a melhorar. O que vale notar aqui é: sem atacar os
problemas, nunca haverá uma solução.

Note que, apesar dessas alternativas, não há um modelo rígido e fechado de avaliação
psicológica. Portanto, o que estamos fornecendo é o mais utilizado pela literatura.
Mas no cotidiano da clínica, alterações são necessárias em certos momentos e por
inúmeros motivos. Ou seja, devemos nos programar; contudo devemos ter também
flexibilidade e feeling apurado para saber a direção que vamos tomar no decorrer
da avaliação.

Como ocorre a comunicação devolutiva?


Ela está relacionada aos objetivos. Entre outros casos, temos:

» uma entrevista de devolução com os pais e o examinando;

» relatório encaminhado ao pediatra;

18
Avaliações neuropsicopedagógicas | UNIDADE IV

» relatório encaminhado à escola;

» um parecer ao serviço de orientação da escola;

» advogados, entre outros interessados.

Recomendações essenciais à devolutiva


Cabe ao profissional responsável pela devolutiva, também chamada de entrevista de
devolução, evitar o uso da linguagem técnica e, logo de início, destacar o sintoma ligado
à queixa principal. Em seguida, ele deve explicar as particularidades e as características
do processo psicodiagnóstico, já retomando os motivos da consulta inicial e a maneira
como o processo de avaliação foi conduzido. Nessa conversa, ele deve começar a falar
sobre os aspectos menos causadores de ansiedade em relação ao paciente, para situá-lo
ou situar os responsáveis das capacidades, limitações e defesas constatadas.

Ao mesmo tempo, é essencial comparar a entrevista inicial com a devolutiva, para


o receptor indicar se aconteceu alguma mudança, se a queixa desdobrou-se ou se se
transformou. Dessa forma, é possível mostrar as modificações que houve, ressaltar
tanto os aspectos mais sadios e adaptativos quanto os menos sadios e adaptativos, em
relação ao paciente, bem como do seu grupo familiar.

Nesse interim, ainda é necessário fazer uma distinção entre o que pode e o que não
pode ser dito ao paciente menos adaptativo, devido à tolerância, às possibilidades e
aos próprios limites dele. No caso da criança, os pais ou responsáveis não devem ser
poupados em relação a esses mesmos aspectos, pois eles devem entender a real condição
dela, inclusive para ajudá-la no desenvolvimento possível, principalmente, porque, na
maioria das vezes, eles depositam uma expectativa, consciente ou inconsciente, bastante
exagerada no profissional.

Além desses procedimentos


Na devolutiva, o profissional ainda deve ficar atento, pois pode surgir uma série de
dados e até um novo que seja importante para a questão analisada, que podem ratificar
o diagnóstico ou ampliá-lo. Diante dessa situação, o laudo tanto pode ser modificado
quanto ter a entrega adiada. De qualquer forma, ele se tornará mais completo.

Mas, para tanto, o profissional também precisa ter flexibilidade e sensibilidade para
captar o que está sendo dito e para reinserir no contexto da devolução de acordo com
a melhor opção. Daí surge a importância e ter clareza e objetividade para encerrar um
assunto e, se for o caso, passar para outro, estimulando o paciente ou seus responsáveis

19
UNIDADE IV | Avaliações neuropsicopedagógicas

a agir da mesma forma. Portanto, é fundamental sintetizar ou unir aspectos reparadores


e destrutivos, para mostrar como o presente e o futuro funcionam como elementos de
reparação.

Note também que, apesar dos parâmetros sugeridos, a devolutiva não é estática como
o laudo deve ser. Contudo, ela sempre deve ser encerrada com a indicação terapêutica.

Pontos relevantes para compreensão da devolução


Eles dependem do ponto de vista do:

Profissional – o psicólogo deve ter a capacidade de escuta, discriminação, discernimento


e percepção, para transmitir as informações da melhor maneira possível. Dessa forma,
ele devolve ao paciente ou aos seus responsáveis o que foi esperado dele durante todo
o processo, inclusive para preservar a si próprio. Ele também deve deixar claro que a
devolutiva deve circular para todos os interessados e principalmente para o paciente,
mesmo quando ele é uma criança, para que não se sinta excluído de uma comunicação
à qual tem direito por ser o principal interessado. Nesse caso, a devolução deve ser feita
aos pais e ao filho separadamente e com a respectiva forma de expressão para que cada
um reflita sobre a própria compreensão em relação aos problemas diagnosticados.

Pais do paciente – aqui há três possibilidades:

1. Caso os pais cheguem ao psicodiagnóstico, enviados por terceiros, a devolução


favorece certo insight a respeito da situação real do paciente.

2. Caso o profissional seja procurado espontaneamente, a devolução serve para


reintegrar e atualizar uma imagem do avaliado.

3. Caso o profissional seja procurado com a intenção de se descobrir o que a criança


ou o adolescente tem, a devolução oportuniza aos pais a chance de conhecer a
percepção do profissional.

É natural que a família se preocupe com a devolutiva. No entanto, ela precisa saber
que esse momento não passa de uma conversa sobre como resolverão algumas
questões sobre a criança junto ao profissional designado para fazê-la. Além disso,
no decorrer da devolutiva, a família também poderá ser orientada sobre algumas
atitudes e responsabilidades que terão de tomar em relação ao avaliado, pois qualquer
ação inadequada pode trazer consequências ruins e abalar ainda mais o vínculo que
a criança tem com a aprendizagem.

20
PARA (NÃO) FINALIZAR

Aquarela (composição de Toquinho e Vinicius de Moraes)


Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo.
Corro o lápis em torno da mão e me dou uma luva,
E se faço chover, com dois riscos tenho um guarda-chuva.
Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel,
Num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu.
Vai voando, contornando a imensa curva Norte e Sul,
Vou com ela, viajando, Havai, Pequim ou Istambul.
Pinto um barco a vela branco, navegando, é tanto céu e mar num beijo azul.
Entre as nuvens vem surgindo um lindo avião rosa e grená.
Tudo em volta colorindo, com suas luzes a piscar.
Basta imaginar e ele está partindo, sereno, indo,
E se a gente quiser ele vai pousar.
Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida
Com alguns bons amigos bebendo de bem com a vida.
De uma América a outra consigo passar num segundo,
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo.
Um menino caminha e caminhando chega no muro
E ali logo em frente, a esperar pela gente, o futuro está.
E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar,
Não tem tempo nem piedade, nem tem hora de chegar.
Sem pedir licença muda nossa vida, depois convida a rir ou chorar.
Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá.
O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar.
Vamos todos numa linda passarela
De uma aquarela que um dia, enfim, descolorirá.
Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo (que descolorirá).
E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo (que descolorirá).
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo (que
descolorirá).

21
REFERÊNCIAS

ACAMPORA, Bianca. Neuroeducação e neuropsicopedagogia: transtornos e casos clínicos. Rio de


Janeiro. Editora Wak, 2020.

AJURIAGUERRA, J. Manual de psiquiatria infantil. 2. ed. São Paulo: Masson, 1985.

AMARAL, I.; NOGUEIRA, M. I.; FERREIRA, F. R. M. Entre neurônios e sinapses: as contribuições


de Cajal e Athias para a medicina ibérica entre os séculos XIX e XX. Nov. 2016. Disponível em: https://
www.scielo.br/j/hcsm/a/Csgh78hYPZn99ftLqSHZwxQ/?lang=pt. Acesso em: 26 março. 2022.

ANNUNCIATO, N. F. O processo plástico do sistema nervoso. Temas sobre desenvolvimento, São


Paulo, v. 4, n. 24, pp. 35-46, abr. 1995.

BEAUCLAIR, J. Neuropsicopedagogia: inserções no presente, utopias e desejos futuros. Rio de


Janeiro: Essence All, 2014.

CAPOVILLA, A. G. S.; CAPOVILLA, F. C. Problemas de leitura e escrita. 3. ed. São Paulo: Memmon, 2003.

FIALHO, F. Ciências da cognição. Florianópolis: Insular, 2001.

FIORI, N. As neurociências cognitivas. Petrópolis: Vozes, 2008.

FONSECA, V. Introdução às dificuldades de aprendizagem. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

FONSECA, V. da. Cognição, neuropsicologia e aprendizagem: abordagem neuropsicológica e


psicopedagógica. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 2009.

GARDNER, H. Inteligência: um conceito reformulado. Rio de Janeiro: Objetiva: 2000.

GOMES, Amandio. Uma ciência do psiquismo é possível? A psicologia empírica de kant e a


possibilidade de uma ciência do psiquismo. https://www.scielo.br/j/rdpsi/a/5SzJGG3dLfHDDVBSNB
DyLwH/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 26/3/2022.

KOLB, B.; WHISHAW, I. Q. Neurociência do comportamento. Barueri: Manole Ltda., 2002.

LEITE, M. Estudos sobre a teoria de Piaget. Cadernos CEDES, São Paulo: Cortez, n. 14, 1991.

LENT, R. Cem bilhões de neurônios. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2010.

LENT, R. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais. São Paulo: Atheneu, 2002.

LIEURY, A. A memória: do cérebro à escola. São Paulo: Ática, 1997.

LINDEN, R. Fatores neurotróficos: moléculas de vida para células nervosas. Ciência Hoje 16 (94), 1993.

MOREIRA, Ramon. Neurociência e educação. Porto Alegre: Editora Artmed, 2011.

MACHADO, A. B. M. Neuroanatomia funcional. 2. ed. São Paulo: Atheneu; 2006.

McCRONE, J. Como o cérebro funciona. São Paulo: Publifolha, 2002.

NIETZCHE, F. Genealogia da moral. São Paulo: Escala, [1887], 2013.

OLIVEIRA, M. K. de. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento. Um processo sócio-histórico. 4. ed.


São Paulo: Scipione, 2003.

22
REFERÊNCIAS

OLIVIER, L. Distúrbios de aprendizagem e de comportamento. 4. ed. Rio de Janeiro: Wak, 2008.

PAÍN, S. Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. Trad. Ana Maria Netto
Machado. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.

PIAGET, J. Fazer e compreender. São Paulo: Melhoramentos, 1978.

POPPOVIC, A. M. Alfabetização: um problema interdisciplinar. São Paulo: Cadernos de Pesquisa da


Fundação Carlos Chagas, 1972.

PORTO, O. Bases da psicopedagogia: diagnóstico e intervenção nos problemas de aprendizagem. 4.


ed. Rio de Janeiro: Wak, 2009.

PURVES, D. et al. Neurociências. 2. ed. Porto Alegre: Artmed; 2005.

REED, U. C. Neurologia: noções básicas sobre a especialidade. Rio de Janeiro: Wak, 2004.

RELVAS, M. P. Fundamentos biológicos da educação: despertando inteligências e afetividade no


processo de aprendizagem. 4. ed. Rio de Janeiro: Wak, 2009.

RELVAS, M. P. Neurociência e educação: potencialidades dos gêneros humanos na sala de aula. 2.


ed. Rio de Janeiro: Wak, 2010.

RELVAS, M. P. Neurociência e transtornos de aprendizagem: as múltiplas eficiências para uma


educação inclusiva. 4. ed. Rio de Janeiro: Wak, 2010.

RISO, Walter. Amar ou depender? São Paulo: L&PM, 1999.

SABERES E PRÁTICAS DA INCLUSÃO: avaliação para identificação das necessidades educacionais


especiais. [2. ed.] / coordenação geral SEESP/MEC. - Brasília: MEC, Secretaria de Educação Especial,
2006. 92 p. (Série: Saberes e práticas da inclusão).

SÁNCHEZ-CANO, M.; BONALS, J. Avaliação psicopedagógica. Trad. Fátima Murad. Porto Alegre:
Artmed, 2008.

SARTRE, Jean-Paul. O ser e o nada: ensaio de ontologia fenomenológica. 11 ed. Trad. de Paulo Perdigão.
Vozes: Petrópolis. 2002.

SCHIFFMAN, H. R. Psicofísica. In: H. R. Schiffman. Sensação e percepção. Rio de Janeiro: LTC. 2005.

SKINNER, B. F. Behaviorism and Logical Positivism de Laurence Smith. In ______. Questões recentes
na análise comportamental. Campinas, SP: Papirus, (1989), 1995.

Fonte das imagens


Figura 1: https://lovevery.com/community/blog/child-development/why-is-my-baby-crawling-in-their-sleep/.

Figura 2: https://neuropsych4kids.com/about/.

Figura 3: https://specialneedsprojecteec424.weebly.com/dyslexia.html.

Figura 4: https://innerchange.com.au/brain-health-boost-factors/.

Figura 5: https://www.gestaoeducacional.com.br/epistemologia/.

23
REFERÊNCIAS

Figura 6: https://shegzsablezs.blogspot.com/2019/11/sigmund-freud-and-unconscious-mental.html.

Figura 7: https://www.labtestingmatters.org/home-page/improving-diagnosis-in-medicine-introduction-
overview/.

Figura 8: https://www.readingrockets.org/article/3-big-misconceptions-about-inclusion.

Figura 9: https://lifeandmind.com.au/uses-and-benefits-of-acceptance-and-commitment-therapy/.

Figura 10: https://www.onbundock.com.au/news/educational-assessments.

Figura 11: https://turningpnt.org/.

Figura 12: https://vidapsychotherapy.com/couples-therapy/.

24

Você também pode gostar