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Dermatozoonoses

1. INTRODUÇÃO:
⇾ Dermatozoonose: toda e qualquer alteração tegumentar, ocasional ou permanente, desencadeada por
protozoários, vermes, insetos e celenterados, quer sejam parasitas ou não.
- Pode ser parasitária e não parasitária:
» Exemplos:
▪︎ Parasitárias:
▫︎ Exclusivas do homem: pediculose de couro cabeludo e oxiuríase.
▫︎ Não exclusivas do homem: miíase, picada de pulgas e mosquitos.
▪︎ Não parasitárias: picadas de escorpião e aranhas, abelhas e queimaduras por anêmonas e fisálias.

1) ESCABIOSE
⇾ Também denominada sarna, é uma doença contagiosa produzida pelo Sarcoptes scabiei var. hominis, que produz
uma dermatose pruriginosa predominantemente noturna.
» O parasita é exclusivo da pele do homem, morrendo em algumas horas quando fora dele.
» Portanto, são ectoparasitos que precisam do hospedeiro para a sua sobrevivência e reprodução.

1. EPIDEMIOLOGIA:
- Acomete todas as raças, idades e classes sociais, com predominância nos indivíduos adultos de baixa renda, que
moram em ambientes aglomerados e com pouca higiene.

2. TRANSMISSÃO:
- A transmissão da sarna geralmente ocorre por contato direto e prolongado pele a pele, como pode ocorrer entre
familiares ou parceiros sexuais. POREM, é improvável que o contato casual com a pele resulte em transmissão.

- A transmissão através de fômites (por exemplo, roupas, roupas de cama ou outros objetos) usados por uma pessoa
com sarna clássica é incomum. No entanto, a transmissão por fômites é mais provável de ocorrer no cenário de sarna
crostosa devido a uma carga parasitária muito maior.

- Além disso, a verdadeira infestação de sarna não é transmitida de animais para humanos. Os ácaros da sarna
responsáveis pela sarna animal (ou seja, sarna sarcóptica) pertencem a subespécies distintas e normalmente não
podem se reproduzir em humanos. As reações a esses ácaros geralmente são autolimitadas e desaparecem se o
contato com o animal afetado cessar.

3. CICLO EVOLUTIVO DE TRANSMISSÃO:

- Uma vez transmitida à pele humana, a fêmea adulta fecundada escava túneis (sulcos) no estrato córneo da epiderme
e, em seguida, realiza ovopostura no local, a cada 2-3 dias, geralmente à noite, momento de maior atividade
parasitária.
- Cada fêmea expele uma média de 3-4 ovos por dia na pele
e sobrevive no hospedeiro por cerca de 30-60 dias, durante
os quais coloca uma grande quantidade de ovos no local,
sendo responsável, então, pela proliferação parasitária.
Fora do hospedeiro, estes ácaros não sobrevivem muito
tempo.
- Esses os ovos da fêmea eclodem após sete dias de serem
expelidos, liberando larvas hexópodes (seis patas) que
migram para a superfície da pele e criam pequenos nichos
na epiderme ou penetram nos folículos pilosos, criando uma
espécie de esconderijo onde ocorrerá o término de sua
metamorfose
→ as larvas convertem-se em ninfas octópodes (oito
patas) → que após diversas mudas se transformam em
ácaros adultos (machos ou fêmeas), num processo que dura
em torno de 20 dias.
- Nesse momento, a fêmea é fecundada pelo macho, adquirindo condições de escavar um túnel epidérmico e realizar
a ovopostura no interior da epiderme, completando o ciclo.

OBS: ⇾ O prurido ocorre por dois mecanismos:


» Alérgico: eosinofilia sanguínea, às vezes elevada, sobretudo na escabiose crostosa.
▪︎ Além da eosinofilia, testes intradérmicos com antígenos específicos, testes de transferência passiva e
aumento de IgM e IgE falam a favor de um mecanismo imunoalérgico.
» Mecânico: provocado pela progressão do parasita, especialmente à noite, como consequência do calor do leito.
▪︎ Não se trata, pois, de um fenômeno biológico de noctividade do parasita.

4. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
- As principais variantes clínicas da sarna são a sarna clássica e a sarna crostosa.

4.1. ESCABIOSE CLÁSSICA:

- A característica clínica proeminente da sarna clássica é o prurido. Muitas vezes é


grave e geralmente pior à noite. O prurido resulta de uma reação de
hipersensibilidade do tipo retardada ao ácaro, fezes de ácaros e ovos de ácaros
- Tal sintoma geralmente começa a aparecer de três a seis semanas após a infestação
primária. No entanto, em pacientes previamente infectados, os sintomas
geralmente começam dentro de um a três dias após a infecção, devido à
sensibilização prévia.
- Os achados cutâneos típicos são é o túnel epidérmico, de formato linear, sinuoso e
coloração variável, medindo cerca de 5-15 mm e que possui, em uma das suas
extremidades, uma pápula ou vesícula chamada eminência acarina,
local em que pode ser encontrado o S. scabiei.

- As áreas de acometimento preferencial pelo patógeno são as


áreas quentes do corpo, como: porção inferior do abdome, nádegas,
genitais, fossas axilares, mamas, mãos (espaços interdigitais), cabeça
(apenas nas crianças e adultos imunodeficientes) e face anterior dos
punhos e pés.
- A manifestação dependerá da variedade e do número do agente
envolvido, além do tempo de evolução da doença, idade e status
imunológico do hospedeiro.
- As principais complicações correspondem a infecção secundária
das lesões escoriadas (impetiginização) e, consequentemente, a
glomerulonefrite.
4.2. ESCABIOSE NODULAR:
- Manifestação menos comum da sarna clássica
- Correspondem a lesões nodulares de coloração variável (coloração
normal da pele, hipercrômicas ou eritematosas) localizadas nas
regiões axilares e inguinais (nas crianças com alguns meses de vida)
ou genital e bolsa escrotal (nos adultos e crianças).
- Essas lesões são muito pruriginosas e podem permanecer por
muito tempo, mesmo após o tratamento adequado e, normalmente
são desabitadas pelo parasita.

4.2. ESCABIOSE CROSTOSA:


- É provocada pelo mesmo agente da escabiose vulgar (EPIDERMICA), porém o que diferencia as duas condições é que
a escabiose crostosa surge, geralmente, em pacientes debilitados, imunodeprimidos.
- Portanto, vai ser comum HIV, hanseníase, linfoma e pacientes em uso prolongado de corticoides.
- Característica: A sarna crostosa começa com manchas eritematosas mal definidas que rapidamente desenvolvem
escamas proeminente. Qualquer área da pele pode ser afetada, mas o couro cabeludo, as mãos e os pés são mais
suscetíveis. Se não tratada, a doença geralmente se espalha difusamente e pode envolver o corpo todo.
- Complicações: As fissuras associadas à sarna crostosa fornecem uma porta de entrada para bactérias. Isso pode levar
à sepse em idosos e pacientes imunocomprometidos.

4.3. OUTRAS CONDIÇÕES DO QUADRO CLÍNICO:


» Contaminação de familiares: como regra, as pessoas da mesma casa são atingidas pela parasitose
» Idosos: na pele senil, a reação é mínima e somente com exame atento podem ser vistos raros sulcos.
▪︎ O quadro clínico caracteriza-se pelo prurido noturno, geralmente intenso, e a presença de escoriações.
▪︎ Ocorrem lesões no dorso sendo o quadro, muitas vezes, classificado como prurido senil.
5. DIAGNÓSTICO:
- O diagnóstico da sarna é confirmado através da detecção do ácaro da sarna, ovos ou pellets fecais (também
conhecidos como "cibala") por meio de exame microscópico.
- No entanto, como esses achados nem sempre são prontamente detectados devido ao baixo número de ácaros em
pacientes com sarna clássica e o exame microscópico nem sempre é viável, um diagnóstico presuntivo às vezes é feito
com base em uma história e exame físico consistentes.

- História e exame físico — O diagnóstico de sarna clássica deve ser suspeitado em pacientes com um ou mais dos
seguintes
• Coceira generalizada que piora à noite, poupa a cabeça (exceto em bebês e crianças pequenas) e parece
desproporcional às mudanças visíveis na pele
• Uma erupção pruriginosa com lesões e distribuição características
• Outros membros da família com sintomas semelhantes

Um diagnóstico de sarna crostosa deve ser suspeitado quando as seguintes características estão presentes:
• Placas grossas, crostosas e fissuradas
• Paciente idoso ou imunossuprimido

- Os túneis epidérmicos muitas vezes não são evidentes no exame físico, mas, quando observados, apoiam fortemente
o diagnóstico

⇾ Exame para ácaros: O método definitivo para confirmar o diagnóstico de sarna é uma preparação para a sarna. As
preparações de sarna são usadas para detectar ácaros, ovos de ácaros ou pellets fecais de ácaros. O exame
dermatoscópico pode identificar locais de ácaros da sarna ou tocas e pode facilitar a colocação da raspagem.
⇾ Preparação da sarna: A realização de uma raspagem da pele envolve a amostragem e o exame microscópico da
epiderme de locais que podem abrigar ácaros da sarna. Em adultos, as áreas mais propensas a produzir ácaros são
entre os dedos, laterais das mãos, punhos de flexão, cotovelos, axilas, virilha, seios e pés
⇾ Exames laboratoriais: Os exames de sangue geralmente não são indicados para o diagnóstico da sarna.

6. TRATAMENTO:
- Antes de se iniciar o tratamento da escabiose, é preciso fazer um levantamento de todos os habitantes da casa e
avaliar os que estão de fato acometidos.
- Em casos de dúvida → é melhor tratar todos, pois, caso contrário, um novo ciclo epidemiológico familiar pode
ocorrer.
⇾ Todos os medicamentos causam dermatite por irritante primário, por isso, os pacientes devem ser orientados a
utilizar a medicação somente como prescrito.
» Após o tratamento, particularmente nos casos em que a afecção perdurou por longo período sem
diagnostico, o prurido pode permanecer por semanas, por memória do prurido ou sensibilidade a antígenos
parasitários.
▪︎ Corticoides tópicos e sistêmicos e anti-histamínicos são indicados para esses casos e usados até o
desaparecimento do prurido.
⇾ Não há necessidade de ferver roupas pessoais, de cama ou toalhas, bastando apenas lavá-las até após o 2º dia de
tratamento.
» O ácaro resiste fora do hospedeiro por, no máximo, alguns dias.
⇾ Se até após 1 semana de tratamento persistirem as lesões, recomenda-se repetir o tratamento, de preferência com
outro escabicida.
⇾ Todos os medicamentos são igualmente eficazes.
⇾A permetrina tópica e a ivermectina oral são os tratamentos de primeira linha mais comuns

➤ PERMETRINA:
⇾ Corresponde a um Piretroide sintético, utilizada a 5% em loção e considerada muito efetiva e de baixa toxicidade.
⇾ Pode ser usada em adultos, crianças, gestantes e mulheres em aleitamento (primeira linha).
⇾ Passar o medicamento em todo o corpo, do pescoço aos pés, sem banho prévio, deixando-o por 10 a 12 horas.
» Em seguida, tomar banho e repetir outra aplicação após 24 horas.
▪︎ Após duas aplicações, se houver prurido, usar cremes de corticoides e anti-histamínicos.
» Decorrida uma semana, se o prurido aumentar, repetir a aplicação.

➤ IVERMECTINA:
⇾ Agente antiparasitário de amplo espectro.
» Atua sobre os canais de cloro controlados pelo glutamato (presentes nos neurônios e células musculares dos
ácaros e nematódeos), e bem menos importante pelo GABA (presente no homem apenas no SNC), levando a uma
paralisia flácida dos agentes etiológicos.
⇾ Opção eletiva para a terapia sistêmica da escabiose.
⇾ A dose preconizada é de 200 µg/kg, ou seja, 1 comprimido para cada 30 kg, devendo ser empregado sempre para
mais, já que a dose tóxica é 60x a dose recomendada.
⇾ Administrada VO, em dose única, que pode ser repetida após uma semana.
» Em imunocomprometidos, são necessárias duas doses.
▪︎ Podem-se usar, simultaneamente, os tratamentos tópico e o sistêmico.

➤ TERAPIAS ALTERNATIVAS:
• Enxofre precipitado:
- Empregado a 5% em vaselina ou, pasta d'água, por 3 dias.
- É eficiente e pouco irritante, sendo a 2ª escolha para o tratamento de crianças.
• Monossulfiram 25% em solução alcoólica:
- Empregado diluído em água (duas vezes para adultos e três vezes para crianças).
- Deve ser usado de maneira similar aos demais tratamentos tópicos por 3 dias.
- Deve-se evitar o uso de bebidas alcoólicas durante o tratamento, pelo efeito antabuse (inibe o metabolismo do etanol
no organismo, o que causa acúmulo de um derivado tóxico chamado acetaldeído). É pouco efetivo.
• Benzoato de benzila:
- Usado em loção a 25%, em todo o, corpo, deixando agir por 24 horas, por 3 dias.
- Medicamento efetivo, porém leva a dermatite de contato.
- Atualmente está em desuso.

7. PROFILAXIA:
- Tratar simultaneamente todas as pessoas atingidas pela parasitose.

2) PEDICULOSE:
- Dermatose causada pelo inseto do gênero Pediculus (“piolho”) da ordem dos anopluro. Existem dois tipos de
pediculose: (1) do couro cabeludo, causada pelo Pediculus (humanus) capitis ; e (2) do corpo, causada pelo Pediculus
(humanus) corporis

1. EPIDEMIOLOGIA:
• Pediculose do couro cabeludo:
- Predomina em crianças entre 3-10 anos.
- Estima-se uma prevalência entre 5-10% na população.

• Pediculose do corpo: reduziu drasticamente a sua ocorrência, especialmente pelo hábito de trocar de roupa
diariamente, estando atualmente restrita a indivíduos com péssimos hábitos de higiene, como mendigos de rua
(“doença do vagabundo”).

2. TRANSMISSÃO:
- A forma infectante é a fêmea adulta fecundada. Pode ser transmitida facilmente através do contato interpessoal ou
pelo compartilhamento de fômites (pentes, escovas, etc.), nas quais o parasito pode permanecer vivo por poucos dias.

3. CICLO EVOLUTIVO:
• Pediculose do couro cabeludo - PEDICULUS CAPITIS:
- Nesse caso, tanto o macho quanto a fêmea do P. capitis alimentam-se do sangue humano, e o ambiente ideal para a
sua sobrevivência é no couro cabeludo.
- Nesse local tais parasitas encontram condições ideais para a ovopostura, onde sobrevive por até 30 dias.
- Cada fêmea adulta põe em média dez ovos por dia, denominados lêndeas, as quais ficam aderidas à base da haste
dos cabelos, mantendo a sua viabilidade quando próximas do couro cabeludo.
- Após sete dias, as lêndeas eclodem liberando ninfas, que passam por três mudas seguidas até chegar à fase adulta,
em aproximadamente sete dias.

• Pediculose do corpo - PEDICULUS CORPORIS:


- Este inseto vive nas dobras das roupas dos indivíduos infectados, alcançando a pele humana apenas para o repasto
sanguíneo.
- As fases de metamorfose são iguais às descritas para o P. capitis.

4. PATOGÊNESE:
- O piolho causa prurido e dermatose pelo efeito da hipersensibilidade cutânea às substâncias liberadas pela sua saliva
e fezes.
- Além disso, o parasita é um espoliador sanguíneo, podendo contribuir para anemia ferropriva, especialmente em
crianças pequenas que se alimentam mal.

5. APRESENTAÇÃO CLÍNICA:
- Dividida em pediculose do couro cabeludo e pediculose do corpo.
• PEDICULOSE DO COURO CABELUDO:
- O diagnóstico de tal condição é sugerido quando se tem a queixa de prurido no couro cabeludo, sendo tal condição
confirmada a partir da visualização de lêndeas → estruturas ovoides, esbranquiçados e aderentes à haste do cabelo.
*** As lêndeas podem ser facilmente diferenciáveis de escamas da pitiríase capitis pela forma ovoide e pela
firme aderência ao cabelo.
*** Geralmente o encontro de parasitas é mais difícil e necessita de exame físico mais demorado.
- PORTANTO, Em toda queixa de prurido no couro cabeludo, principalmente em crianças, deve ser feita a exclusão de
pediculose.

• PEDICULOSE DO CORPO:
- Caracteriza-se por prurido de intensidade variável e urticárias, que podem ter pontos purpúricos centrais. Além disso,
podem ocorrer, ainda, áreas de hiperpigmentação e eczematização.
- Áreas mais afetadas: o interescapular, ombro, face posterior das axilas e nádegas.
- Confirmação do diagnóstico: feito pelo achado do parasita nas pregas de roupas.

• PEDICULOSE PUBIANA- FTIRÍASE:


- Piolhos do gênero Phthirus → responsável pela ftiríase ou pediculose pubiana.
- O ciclo evolutivo é semelhante ao da pediculose capitis, com a diferença entre os pelos acometidos → Localiza-se
quase exclusivamente nos pelos pubianos e perianais, podendo, entretanto, atingir pelos axilares, do tronco, das coxas
e até das sobrancelhas e cílios.
- A transmissão é através da relação sexual.
⇾ Quadro clinico: paciente apresenta intenso prurido nas áreas afetadas (virilha, genitália, etc.), com lesões
papuloeritematosas. Lesões do tipo manchas azuladas podem aparecer pelo corpo (macula cerulea), por efeito
sistêmico de substâncias liberadas pelo parasita.
⇾ Diagnóstico: Achado do parasita na pele (geralmente com a cabeça parcialmente introduzida no folículo piloso) e
das lêndeas nos pelos.

6. TRATAMENTO:
- O tratamento divide-se em relação as áreas afetadas.

• PEDICULOSE DO COURO CABELUDO:


- Pode ser tratada com xampu de permetrina (1 %) → primeira linha, deixando-se agir por 5 a 10 minutos e
enxaguando em seguida.
- Deve-se repetir após uma semana.
- Uma alternativa é o xampu de deltametrina (0,02%) aplicado de maneira similar, porém é menos eficaz.
OBS: mutações dos piolhos estão levando a uma resistência à permetrina. Com o aumento da falha terapêutica
ao tratamento com o xampu, pode-se utilizar a permetrina em loção a 5% (mais forte), aplicando-se à noite
por oito horas no couro cabeludo e removendo-se pela manhã, repetindo-se o processo em sete dias. Essa
forma de aplicação aumenta a eficiência do tratamento.
- Além disso, deve-se realizar remoção das lêndeas, com pente fino

OBS 2: Usar Sulfametoxazol-trimetoprima (400 mg a 80 mg), VO, 3x por dia, por 3 dias, para adulto → efetivo
▪︎ Repetir após 10 dias.
▪︎ Somente atua sobre os parasitas, sendo necessário eliminar as lêndeas.

• PEDICULOSE DO CORPO:
- Medidas de higiene e lavagem da roupa são suficientes para a cura.

• PEDICULOSE PUBIANA- FTIRÍASE:


- Deve ser tratada com aplicação de loção de permetrina (5%) → aplicar por duas ou três vezes.
- Alternativa: deltametrina (0,02%).
- Além do Tto tópico, deve-se realizar a retirada das lêndeas.
*** OBS: a ftiríase localizada nos cílios → usar vaselina duas vezes/dia, por oito dias, com remoção manual
das lêndeas.

7. PROFILAXIA:
- Examinar e tratar todos os pacientes que entraram em contato com o indivíduo afetado.

3) TUNGÍASE:
-Causada pelo Tunga penetrans → pulga que habita lugares secos e arenosos → encontrado em zonas rurais,
chiqueiros, currais.
-Seus hospedeiros são o homem e suínos.
-São hematófogos → o macho, após se alimentar de sangue, abandona o hospedero, já a fêmea penetra na pele,
introduzindo a cabeça e o tórax na epiderme e deixando de fora o estigma respiratório e o segmento anal para a
postura dos ovos.
-Os ovos se desenvolvem no interior da fêmea e, assim, o abdome do animal se dilata → tal fato leva a expulsão dos
ovos na superfície da pele e, assim, completa o ciclo vital → dessa forma, caracteriza-se por uma doença autolimitada,
pois após eliminar os ovos a fêmea morre.

1. MANIFESTAÇÕES CLINICAS:
-No início do quadro, tem-se prurido e posteriormente ocorre o
aparecimento de sensação dolorosa no local de infecção.
- Surge, então, a presença de pápula amarelada (batata) com ponto escuro
central (que corresponde ao segmento posterior do parasita contendo os
ovos).
-As lesões são encontradas geralmente regiões plantares, periungueais e
interdigitais dos pés. As regiões menos comuns são: genitália, períneo e
membros.
-Quando numerosas, apresenta aspecto de favo de mel.
-Pode ocorrer infecção secundária: piodermite, celulite.

2. TRATAMENTO:
-Consiste na enucleação da pulga com agulha estéril e desinfecção com tintura
de iodo.
-Também pode-se usar eletrocaltério ou eletrocirurgia após anestesia tópica.
-Em casos de infecções secundarias, deve ser feito a administração de antibiótico
VO.
-Em infestações extensas do parasita, administra-se ivermectina DU ou
tiabendazol 25mg/kg VO 2x ao dia por 3-5 dias.
-Profilaxia: uso de calçados em áreas suspeitas e eliminação de fontes de
infestações com DDT (pesticida), BHC (inseticida) e fogo.

4) LARVA MIGRANS (Hemintíase migrante):


-Também chamada de dermatite linear serpeante, bicho geográfico e bicho de praia.
-Ocorre devido a penetração na epiderme de larvas de Ancylostoma braziliensis, parasita normal do cão e do gato →
eventualmente A. caninum e Uncinaria stenocephala (outros tipos de helmintos infectantes).
***Rivitti= ocorre devido a penetração na DERME de larvas...--> incongruência com azulay → se fosse
penetração teria acometimento sistêmico (?).
-Comum em zona tropical e subtropical em áreas quentes e úmidas → acomete principalmente crianças que brincam
em quintais, jardins ou praias.
1. CICLO EVOLUTIVO:
-O animal (cão, gato) defeca em terra ou areia, onde deposita os ovos do parasita → em condições propícias (umidade
e calor), esses ovos se transformam em larvas rabditiformes em 24h, e após 1 semana, se tornam larvas filariformes
infectantes → o homem entra em contato com essa terra e areia e infesta-se pela penetração das larvas pela pele.
- ALÉM DISSO, TAL PROCESSO CORRESPONDE A UMA inoculação acidental, pois essa larva deveria penetrar na pele do
animal (cão, gato) → ASSIM, na pele “errada”, a larva instala-se na epiderme e provoca uma reação inflamatória,
podendo ficar bloqueada ou assumir um trajeto intraepidermicamente, formando um túnel (As larvas apresentam
maior progressão noturna → percorrem em torno de 2-5 cm diários).
- Uma outra característica importante é que essas larvas não apresentam colagenase especifica necessária para a
penetração na derme humana, e consequentemente, não caem na circulação (azulay).
*** OBS: nesses casos, é comum a elevação do IgE sérico e eosinofilia de até 70%.

2. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
-As lesões são em número variável e se localizam
principalmente nos pés e nádegas (pois quando o
indivíduo entra em contato com a terra afetada, ele
pode ter infecção por vários parasitas → por isso o
número de lesões varáveis).
- Tais lesões se caracterizam por erupção ligeiramente
saliente, que apresenta, na porção terminal, uma
pápula eritematosa onde está localizada a larva.
-Apresenta intenso prurido, principalmente quando a infestação está numerosa.
-Em casos reacionais mais intensos podem apresentar vesículas e bolhas.
-A larva migrans disseminada é rara, mas quando presente, pode desencadear a síndrome de Loeffler → febre,
alterações respiratórias, infiltrados pulmonares e eosinofilia periférica.

3. TRATAMENTO:
- Feito com Albendazol 400 mg DU para adultos e crianças com mais de 2 anos → em casos de infestações intensas ou
resistentes pode-se repetir a dose após 24-48h → seu uso não impede aleitamento e o risco fetal é categoria C (não
há estudos adequados em mulheres grávidas).
-Também pode ser usado ivermectina 200 ug/kg VO DU → pode repetir após 1 semana, caso necessário.
-Em casos de lesões numerosas usar tiabendazol 30-50mg/kg DU.

⇾ Tto para casos mais leves:


-Em casos de infestações mínimas (1 ou 2 larvas) e prurido tolerável → usa-se tratamento tópico com pomada de
tiabendazol (5%), sendo necessário o uso de até 2 semanas para a cura.
-Congelamento da larva que está no final do trajeto, com neve carbônica e nitrogênio líquido, é efetivo.
-Profilaxia: deve-se evitar áreas arenosas sombreadas e úmidas (locais de desenvolvimento das larvas. Além disso, em
tanques de área de parques e escola deve haver proteção contra dejetos de cães e gatos.
***Rivitti reforça a importância da proibição da permanência de cães e gatos em praias.

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