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Terga-feira, 1 de Julho de 2008 1 SERIE — Numero 26 BOLETIM DA REPUBLICA PUBLICAGAO OFICIAL DA REPUBLICA DE NOGAMBIQUE 3.° SUPLEMENTO IMPRENSA NACIONAL DE MOCAMBIQUE AVISO A matéria 2 publicar no «Boletim da Reptiblica» deve serremetida em cépia devidemente autenticada, uma por cada assunto, donde conste, além das indi- cages necessaries para esse éfeito, o averoamento Seguinte, assinado e autenticado: Para publicagao no “Boletim da Republica». SUMARIO Conselho de Minietros Decreto n.* 29/2008: Aprovaco Regulamenio da Lei de Ondenamenia do Terris. Decreto 24 12008: Aprova 0 Regulamento Sobre a Gestio das Substincias cue Desircem a Camada de Ozon0. Decreto n."25/2008: Aprova o Repulamento para o Controlo de Espécies Exéticas levasivas Docreto n.* 26/2008: Autorize a sociedide Promotors de Ensino, Pesquisa e Desenvolvimento, saciedade por quotas de responsabilidad limitada, a criaro Instituto Superior de ‘Teenologias e Gestio, sbrevindamente designada por ISTEG. CONSELHO DE MINISTROS Decreto n.°23/2008 de 1 de Julho ALein® 19/2007, de 18de Julho, procedew 20 enquadramento juridico da Politica do Orcdenamento do Territorio da Republica de Mogambique © estabeleceu as bases legais do regime dos insirumentos de ordenamento do tecrit6rio nacional ‘Tornando-se necessério estabelecer medidas e procedimentos regulamenteres que assegurem a ocupaio e utilizago racional € Sustentavel dos recursos naturais, a valorizagto dos diversos potenciais de cada regio, das infra-estruturas, dos sistemas urbanos ea promogZo da coesio nacional € seguranca das populagdes, ao abrigo do disposto no artigo 30 da referida Lein? 19/2007, de 18 de Julho, 0 Conselho de Ministros decreta “Artigo 1. B aprovado 0 Regolamento da Lei de Ordenamento, do Teritério,em anexo, que € parte integrante do presente Dectet, ‘An, 2, Compete aos Ministros para a Coordenagdo da Acyz0 Ambiental, das Finangas e da Justiga definir os procedimentos agequados aos processos de expropriaczo mos termos da Lei de Ordenamento do Tesritério, do disposto no presente Decielo demas legislacao aplicavel Art.3.0 presente Decreto entraem vigor noventa dias apésa sua publicegio. Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 13 de Maio de Publique-se. A Primeira-Ministra, Lufta Dias Diogo. Regulamento da Lei de Ordenamento do Territério capiTULo 1 Disposigdes gerais Agmioo 1 (Detintgses) Para os efeitos do presente Regulamento, entende-se por a) Comunidade local: agrupamento de famflies ou individuos, vivendo numa circunscrigio territorial de nivel delocalidade ou inferior, que visa a salveguarda de intoresses comuns através da protecrio de areas habitacionais, dreas agricolas,sejam cultivadas ouem, pousio, florestas, Iocais de importincia cultural, pastagens, fontes de dgua e areas de expansdo; b)Desenvolvimentosustentavel: desenvolvimento baseado ‘numa gestio ambiental que satistaz as necessidades dda geragdo presente sem comprometer 0 equilibrio do ambiente ¢ a possibilidade das geracdes futuras salisfazerem também as suas necessidades; e)Instrumentos do ordenamento territorial: elaboragies reguladoras e normativas do uso do espaco nacional, uurbano ourural, vinculativos para as entidades pabicas © para os cidadios, conforme o seu ambito & operacionslizados segundo o sistema de gestio territorial 21402) ) Ordenamento territorial: conjunto de prin directivas e regras que visam garantir a orgenizaglo do espaco nacional através de um processo dinémico, continuo, fle xiv ele participative na busca do ‘equilfbrio entre o homem, 0 meio fisico € os recursos naturais, com vista & promogio do desenvolvimento sustentdvel; «¢) Plancamento territorial: processo de elaboracio dos planos que definem as formas espaciais da relacdo cas pessoas com o seu meio fisico e biold Tegulamentando os seus direitos ¢ formas de Uso € cocupagio do espago fisico; A Plano de ordenamento territorial: documento estratégico, informativo © normativo, que tem como objectivo essencial a produgio de espagas ou parcelas territoriais socielmente tteis, estabelecido com base nos principios € nas directivas do ordenamento do territério; @) Sistema de gestio territorial: qundro geral do fmbito das interveng6es no territ6rio, operacionalizado através dos instrumentos de gestao territorial, hierarquizado aes nfveis nacional, provincial, dstrital municipal: ‘hy Solo raral: parte do terrtério nacional exterior 205 perimetros dos municipios, cidades, vilas e das povoagdes, legalmente intitulda; 4) Solo urbano: toda a area compreendide deniro do perimeiro dos municipios, vilas das povoacoes, sedes de postos administraivos ¢ localidades, legalmente instituldas; ‘) Territ6rio:realidade espacial sobre a qual se exercemas interacgessociaise asdo Homem como meio ambiente fe quc tem a sua extensio definida pelas fronteiras do pais: k) Bens tangiveis: colheitas, imévcis © benfeitorias efectuadas na irea expropriada: 1) Bens intangiveis: vias de comunicacao e acessibilidade ‘aos meios de transporte; 1m) Ruptura da coesio social: aumento da distancia do novo local de reassentamento de estraturas sociais © do nucleo familiar habitual, cemitérios familiares, plantas medicinais, ‘AwriGo2 (objecto) © presente Regulamento tem como odjecto estabelecer 0 regime juridico dos instrumentos de ordenamento territorial Axng03 (Ambito} O presente Regulamento aplica-se a todo o territ6rio nacional tos de ordenamento do terrt6rio, regula as relagoes centre 0s diversos nfveis da Administragdo Pablica, ¢ desta com os demais sujeitos piiblicos e privados, representantes dos ferentes inceresses econémicos, sociais € culturais,incluinds as comunidades locais. ARTIGD4 (Nivels de Intervengao e Instrumentos de ordenamento territorial) 1. O ordenamento territorial compreende os seguintes niveis de intervengio no territ6rio, nomeadamente: 4) Nacional; b) Provincial; opDistrita; d) autisquico. ISERIE— NUMERO 26 2. Constituem instrumentos de ordenamento territorial anivel nacional: 4) Plano Nacional de Desenvolvimento Territorial (PNDT), que € 0 instrumento que define e estabelece 2s perspectivas. asdirectrizes gerais quedevem orientar ‘usode todo. teritério nacional eas prioridades das intervengoes & escala nacional; .b)Planos Especiaisde Ordenamento do Tersitsrio (PEOT), que so 0s instrumentos que estabelecem of Pardmetros € as condigdes de uso das zonas com continuidade espacial, ecolégica, econdmica e inierprovincial, 3. Constituem instrumentos de ordenamento teritorial a0 nivel provincial, os Planos Provinciais de Desenvolvimento Territorial (PPDT) de Ambito provincial e interprovincial, que estabelecem a estrutura de organizasdo espacial do tertGrio de uma ov mais provincias, e definem as orientagSes, medidas © as acgdes, recessérias ao desenvotvimento territorial, assim como os prineipios e eritérios especifices para a ocupasio.eutilizagao do solo nas diferentes éreas, de acordo com as estratégias. normas cctrizes estabelecidas a0 nivel nacional. 4. Constituem instramentos de ordenamento territorial a0 nivel tal, o Plano Distrital de Uso da Terra (PDUT), que so os instrumentos de Ambito distritale interdistrital, queestabelecern a estrutura da organizago espacial do terrtério de um ou mais, distritos, com base na identificagao de areas para os usos preferenciaise definem as normas eregrasaobservar naocupagio 2 uso do solo € a utilizagdo dos seus recursos naturais, S. Constituem instrumentos de ordenamento territorial ao nivel autérquico: 4) Plano de Estrutura Urbana (PEU) -€ 0 instrumento que estabelece a organizacio espacial da totalidade do territorio do municipio e autarquia de povoacio, os pardmetros eas normas para asus utilizaglo, tendo em conta a ocupagio actual. as infra-estruturas € os equipamentos sociais existentes ¢ a implantar ea sua integraglo na estrutura espacial regional; ») Plano Geral de Urbanizacdo (PGU)-€0 instrumento que estabelece a esirutura ¢ qualifica 0 solo urbano na sua to'alidade, tendo em consideracio o equilibrio entre (0 diversos usos € funges urbanas, define as redes de transporte, comunicagdes, energia e sneamento,¢ ‘osequipamentos socinis,com especial atencBo 3s zonas de ccupagdo espontinea como tase sécio - espacial para a elaboragio do plano; ©) Plano Parcial de Urbanizagio (PPU) - instrumento que estabelece a estrutura e qualifica 0 solo urbano parcialmente, tendo em considerasio 0 cquilibrio entre (0s diversos usos € fungGes urbanss, define’ as redes ‘detransporie, comunicagdes, energia esaneamento,¢ ‘osequipamentes sociais,com especial atengho as zonas de ccupaeao espontinea como base sScio - espacial para a elaboraglo do plano; «Plano de Pormenor (PP) -€0 instrumento que definé com ormenor 2 tipologia de ocupacio de qualquer rea especifica do centro urbano, estabelecendo a ‘eoncepsio do espago urbano, dispondo sobre sos do solo e condicbes gerais de edificagdes. 0 tragado das vias de circulagio, as caractersticas das redes de infre-esiruturas e servigos, quer para novss freas ou para éreas existentes, caracterizando as fachadas dos edificios e arranjos dos espagos livres. dis IDEJULHO DE 2008 214-03) Agnioo 5 (Instrumentos de ear ter geral) tramentes de carécter geral os soguintes: ificagdo dos Solos ~ éo instrumento informative ¢ vo da utlizagéo preferencial dos terrenos em funpo da sua aptidao natural ou da actividade ‘dominante que neles se exerea, ou possaserexercida, pera sou mais correcto uso eaproveitamento-e garentia da sustencabilidade ambiental; +) Classificago dos Solos ~ 6 oinstrumente que determina 6 regime politico - administrativo de cad parcela do remrtdrio em duas categories fendamentas, a de solo urbano ea de solo rural; 2) Cadestro Nasional deTeras ~ 60 iastrumentovinculativo ¢ indicativo dos titulares dos direitos de uso e aprovelcamento daterra, ca locelizagio geosrtic da forme, das regras e dos prazos para sus utiizegio ¢ dos usos ou éa vocaglo preferencial pars a utilizagio, proteecio € conservag0 dos solos: 4) Inventérios ambientais, socais e econémicns ~ sio os instrumentos informativos 2 elaborar pelos varios ‘rgios sectoritis através da recalha e tratamento de dados ambientais,sociais e econsmicos: 2) Zoneamento ~€0 instrumento de cariter informative e indicativo elaborado com base nz qualificacao dos solos, existéncia de recursos natura © na ocupegio humana, que qualifics e divide o terrtério em éreas vocacionadas preferencialmente para determinadas actividades de carécterecondmico, social eambiental, J) Mapa Geol6gico-€0 instrumento informativae indicativo do potencial geolézico miniro; 4) Cadastto Minsico ~ 6 0 instrumento informativo ¢ Vinculativo no atlas cedasteal eral CAPITULO 11 Goneralidades sobre 0 Processo de Elaboracio dos Instrumentos de Ordenamento Territorial Agrico6 (Processo de elaboragie dos inst territorial) 1. O processo de elaborag2o de um instrumento de ‘ordcnamento territorial deve obedecer, no minimo, is seguintes fases: 4) Formulagio de objectivas gerais e especificos; ‘b)Inventirio da situagio existente no ambito geogrifico do tervit6rio onde € aplicdvel o referide instrumento; ©) Anilise e diagndetico dos dados eecolhides na fase éo inventario; 4) Elaboracto ¢ avaliacto de alterrativas; «) Decisdo sobre quais as alternatives aplicéveis; D Monitorizagio da implementagio das disposigdes constantes no instrumento de ordenamento territorial #) Revisio sistematica das disposides do instrumento de ‘ordenamento territorial 2. Naclaboragio dos instrumentos de ordenamento territorial devem colaborar as instituigdes responsaveis por quaisquer intervengSes no imbito do territério a ordena. imentos de ordenemento ‘Axnao7 rarquizagio © complomentaridede) ‘ 1. Osinstrumentos deordenamente territorial obedecem a uma jerarquizacZo vertical, nomeadamente, nacional, provincial, distrital e autdequico, como garantia de compatibilizagio das. intervengSes sobre 0 territério. 2.A elaboragdo de qualquer dos instrumentes de erdenamento {erritorial previsto no presente Regulamento, nao depende da éncia de instrumenio hierarquicamente superior; todavia, obrigatéria a elaboracio dos instramentos de ordenamento territorial de nfvel distrital eautérquico. Axnoo8 ragio e conclusio dos instrumentos jamento territorial) (@raros para inicio, eo 1. Os instrumentos de ordenamento territorial devem ser iniciados,elaborados e concluidos a medida que forem reunidas ascondiées ténicas, cientificas, humanas, econdmicase socials necessérins. 2. 0 prazo méximo para dar inicio da elaborago dos Planos Distria's de Uso da Terra e das Pianos de Estrutura Urbana € de dois anos a contar da data’ dg publicagdo do presente Regolamento. AxniGo9 (Participagio publica) 1.A participagio publica dos cidadaos, comunidades locaise pessoas colectivas, piblicas e privadas, € garantida ao longo de todo 0 processo de elaboragio, execugao, alterapio e revisd0 dos instrumentos de ordenamento territorial 2. panticipagio piblics inclui a consulta ea audineia piblica e compreende: 4) Pedidos de esclarecimento: +) Formulacao de sugestes ¢ recomendacoes; 6) Intervengoes em reunies publicas; 4) Asolicitegio da realizagdo de auditneias pablicas 3. A consulta paiblica deve ser realizada recorrendo-se a reuniges descentralizadas, segundo a natureza dos assuntos, para andlise das dimensces locals das estratégias de desenvolvimento territorial, ¢ rounies de coordenagio a nivel nacional, para compatibilizacto das estratégias e avaliagio da sua adequagao & evolucdo da realidade, 4,Devem serrealizadas auditncias pablicas, com periodicidade 50,000.00 MI (cinquenta mil meticzis)a 500,000.00 MT (quinhentos mil meticais)s «¢) Auiilizagio do solo contra 0 contetido dos instrumentos de ordenamento territorial, punida com uma pena ‘que varia de 50 000,00 MT (cinquenta mil meticeis) 2500 C00,00 MT (quinheatos mil meticais); fi Permissio de ocupacao e utilizacio das dreas de dominio puiblico em prejulzo do fim para os quais foram cestabelecidas, punida com uma pena de 500 000,00 MT (quinhentes mil meticais) 2. Compete aos Ministros que superintendem as éreas de Finangas e Coordenagio de Acgo Ambiental, através éediploma ministerial conjunto, proceder & actualizag3o dos valores das texas € mulias previstas no presente Regulamente, AxriGo 83 (Pagamento voluntério da mutta) 1. © auto de noticia passado por infracelo a qualquer das rnormas constantes no presente Regulamento deve ser remetido, ‘no prazo ce quarenta e oito horas. & entidade competente para 0 proceso de transgressio e splicagio da respectiva multa, para efeitos de pagamento voluntério da mutta. 2..O prazo para efeito de pagamento voluntirio da mutta é de ‘quinze dias, contados a partir do momento da notificagio. Armico84 (Ngo pagamento voluntério ds mutta) ‘io tendo sido efectuado qualquer pagamento voluntétio da rmulta no prazo fixado reste Regulamento, as entidades referidas ro artigo 77 devem enviar os autos de noticia, no prazo de dez dias, apés 0 termo do prazo estabelecido no artigo anterio: devern rremeter 0$ autos a0 Juizo Privativo de Execugio Fiscal para 2 cobranga coerci Arenco85 (Destine dos valores cobrados) eclzO® YBoresresultamtes cu cobranga das texts temo seguir lestinc: 42) 60% para o Orgamento do Estado; +) 20% parao FUNAB: ¢) 20 % pata 0 Orgio que superintende 2 aciividade do ordenamentodo territério a nivel distrital ou autirquico, tratando-se de plands deste nfvel, conforme os casos. 2. Os valores resultantes do pagamento de-multas t&m seguinte destino: 42) 40% para o Orgamento do Estado; ) 40% para- 0 drgdo que superiniende a actividade do ordenamentods terrtério a nivel distrital ouautrquico, tratando-se de planos deste nivel, conforme os casos; €) 20% para o FUNAB. 3..0 Ministro que superintende 2 Coordenagio da Acgio Ambiental estabeleceré, por despacho, o montante dos valores resultantes do pagamento de taxas e multas, a consignar 20 FUNAB para o reforo dos servicos de inspeccao ambiental. Asnco 86 (Emberge) I. Sem prejuizo da multa aplicével, pode ser determinado 0 ‘embargo de obras, wabaltios ¢ quaisquer actividades realizedas ‘com manifesta violscio dos instrumentos de ordenamento territorial. 2. S¥o competentes para embargar o Grgio que superintende a actividade do ordenamento do territ6rio, o Administrador do Distrito ¢ © éigdo executivo da Autarquie, sempre que estejam emcauss, instrumentos de ordenamento territorial ‘Agnigo 87 (Demoligéo de obres contrérlas a Instrumentos de ordenamento territorial) 1, Sem prejutzo da mulia aplicavel, pode ser determinada a demoligio de obras que violem instrumentos de ordenamento, ‘ertitorial, em especial de nfvel disurtal ou autdrquico. 2. As despesas com a demoliggo corem por conta do dono das obras a demolir e, sempre que nfo forem pagas voluntariamente no prazo de quinze dias « contar da notificagio para o efeito, so cobradas coercivamente, servindo de titulo executive a certidao passada pelos servigos competentes, onde conste, para além de outros aspectos, a identificacao do dono da obra ¢ 0 montente em divida. 3. As obras de demoligho referidas no presente artigo nio ccerecem de licenga, 4, Sio competentes para ordenar 2 demoli¢a0 as entidades referidas no n.*2 do artigo anterior. ‘Axngo 88 sobedineis) ( © prosseguimento dos trabalhos que terham sido embargados ao abrigo do artigo 86 do presente Regulamento, consttui crime de desobediéncia qualificada, nos termos do Cédigo Penal

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