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Mecanica Aplicada
Mecanica Aplicada
APLICADA
Introdução
O princípio do trabalho virtual estabelece o equilíbrio de um sistema em
termos de seus possíveis deslocamentos. Isso quer dizer que, quando um
corpo está em equilíbrio, cada parte dele também está em equilíbrio.
Portanto, pode-se analisar apenas uma pequena parte desse corpo,
considerando as ações externas a ele. Desse modo, ao se determinar
finitos pontos que representam a estrutura, é possível entender o com-
portamento desta como um todo, por meio da compreensão do com-
portamento do elemento em equilíbrio.
Esse conceito é fundamental para se entender o comportamento de
estruturas com geometrias complexas e, por conta disso, é fortemente
utilizado no cálculo estrutural.
Neste capítulo, você estudará a condição de estabilidade e as traje-
tórias minimizadoras da ação de movimento, a aplicação de elementos
finitos para a simulação de trabalho virtual e os princípios da mecânica
quântica.
2 Princípio do trabalho virtual: noções de estabilidade
O elemento de viga, por exemplo, tem quatro graus de liberdade e, dessa forma,
existe nele um espaço de configuração com quatro eixos de coordenadas. O elemento
de chapa, por sua vez, tem 24 graus de liberdade e, portanto, existe um espaço de
configuração com quatro eixos de coordenadas nele.
onde:
I é a ação ou a ação integral;
t1 e t2 são os limites de integração;
L é a lagrangiana, dada por:
L=T–V
onde:
T é a energia cinética do sistema;
V é a energia potencial do sistema.
t2
t2
t1 t1 X
p (a) p (b)
η0
η0
q q
Figura 2. Fluxo na vizinhança de um ponto de equilíbrio (a) instável e (b) estável.
Fonte: Adaptada de Aguiar (2017, documento on-line).
Sistemas contínuos
Sistemas contínuos têm infinitos graus de liberdade, são governados por
equações diferenciais parciais e apresentam soluções para todos os pontos
que constituem o corpo contínuo.
Segundo Alves Filho (2007), um exemplo prático desse tipo de sistema
é a estrutura de uma plataforma apoiada em flutuantes, conforme mostrado
na Figura 3.
sofrem afundamento. Quanto maior for esse afundamento, maior será a força
de empuxo que a água deslocada pelo bote aplicará sobre ele. Sendo assim, é
possível comparar o comportamento da estrutura com o de uma viga apoiada
em molas, ou seja, os botes se comportam como molas, e a plataforma como
uma viga. Tendo em vista essas observações, monta-se o modelo para análise
preliminar da ponte, conforme mostrado na Figura 4.
Viga da plataforma
Estrutura real
Botes ou apoios
flutuantes
“molas”
Sistemas discretos
Sistemas discretos têm um número finito de graus de liberdade e são gover-
nados por equações diferenciais ordinárias. Segundo Alves Filho (2007), a
abordagem do equilíbrio da estrutura pode ser efetuada considerando um
sistema discreto, que consiste na divisão de um sistema contínuo, cujas partes
estão conectadas entre si por pontos discretos O, A, B, C, etc., conforme
demonstrado na Figura 5.
Princípio do trabalho virtual: noções de estabilidade 7
Elemento
discreto Elemento
A B
discreto
nós Carga
l
P
G F E O A B C D x
G F E O A B C D x
deslocamento
P
Dualidade partícula-onda
Até o início do século XX, entendia-se os fenômenos luminosos, bem como
sua interferência e difração, por meio de um modelo ondulatório. Tinha-se
que a eletricidade, por exemplo, propagava-se por meio de elétrons, essen-
cialmente partículas.
Foi então que Albert Einstein estudou o efeito fotoelétrico e verificou que
a luz também poderia apresentar um comportamento corpuscular.
Dessa forma, as compreensões que a física tinha na escala atômica torna-
ram-se difusas e perderam a capacidade de explicar a dualidade da partícula-
-onda da luz.
Com o advento da mecânica quântica, foi possível unificar as teorias sobre
o comportamento dual da partícula-onda, não só da luz, mas da matéria de
uma forma geral.
Na mecânica quântica, todas as partículas têm uma equação diferencial
associada, que também é denominada de função de onda, demonstrando, assim,
que todos os corpos têm um comportamento ondulatório interno.
Princípio do trabalho virtual: noções de estabilidade 9
Uma pessoa que tem 60 kg em seu centro de massa, movendo-se a uma velocidade
de 5 m/s, apresenta um comprimento de onda de 2,2 ∙ 10 -36 nm.
Por sua vez, um elétron com uma energia de 100 V tem um comprimento de onda
de 0,12 mm.
Ou seja, os corpos que vemos no dia a dia têm massas elevadíssimas, se comparadas
à constante de Planck. Assim, o comprimento de onda associado é extremamente
pequeno, não tornando visíveis os comportamentos ondulatórios.
Por outro lado, as partículas subatômicas, com massas bem pequenas, têm um
comportamento ondulatório que pode ser observado.
Posição mais
provável
Posição
Polarização da luz
A polarização da luz também é um dos princípios da mecânica quântica, visto
que ela apresenta um comportamento dual de partícula–onda. Podemos obser-
var que, por ser uma onda eletromagnética, tem a propriedade de polarização.
As aplicações para esse fenômeno são diversas, como na utilização de
óculos escuros, na aplicação de insulfilm em carros e por profissionais de
fotografia, com filtros para aumentar ou diminuir a captura de luz nas lentes.
A polarização da luz também pode ocorrer de forma natural, como é o
caso da Aurora Boreal (Figura 7).
Paradoxo EPR
Segundo Duarte, Santos e Alves (2007), a hipótese de EPR foi apresentada por
Einstein, Podolsky e Rosen (Figura 8) e contrapõe o princípio da localidade.
Essa hipótese afirma que o resultado da medida realizada numa parte de um
sistema quântico tem um efeito não local sobre outra parte do sistema, ainda
que a distância entre elas seja grande.
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