É uma festividade que resulta da mistura entre a cultura africana
e a religião católica. Ela envolve canto, dança e teatro para celebrar Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e Santa Efigênia, santos que eram cultuados pelos negros escravizados e que estes acreditavam que lhe conferiam proteção. Ela acontece em vários estados do Brasil, principalmente em maio e outubro. Nesta manifestação cultural as roupas coloridas são muito importantes pois elas representam uma hierarquia na representação dos personagens da congada Reis, guerreiros, secretários, fidalgos, vassalos, entre outros. A encenação remonta às festas africanas em que os súditos iam saldar os reis. Uma figura importante do Congado é a de Chico Rei, um rei africano que teria sido trazido escravizado ao Brasil. Chegando aqui, teria conseguido juntar muito ouro trabalhando nas minas de Vila Rica e com este ouro teria comprado a sua alforria, a do seu filho e a de mais 200 escravizados, consagrando-se rei aqui no Brasil também. Festa de Iemanjá É a maior manifestação religiosa pública do Candomblé e acontece no dia 2 de fevereiro. Nesta festa, devotos da divindade africana Iemanjá, protetora das águas dos mares e rios, compram oferendas e colocam em barcos para que pescadores levem estas oferendas para Iemanjá. A festa começa oficialmente às 4:45 da manhã com fogos de artifício e uma fila para deixar as oferendas que começa a se formar na beira da praia. Ao longo do dia, música com percussão africana e apresentações de capoeira acontecem até o ponto alto da festa, às 16 horas, quando os pescadores saem de barco para levar as oferendas para Iemanjá. Roda de Samba Essa expressão musical é hoje considerada patrimônio imaterial da humanidade pela UNESCO e também patrimônio imaterial do Brasil pelo IPHAN. A Roda de Samba é uma manifestação popular festiva que mistura música, poesia e dança. A roda de samba tem origem no Samba de roda da Bahia, que veio para cá junto com escravizados angolanos que costumavam tocar e dançar para suas divindades, os Orixás. O som que embala as rodas vem de diversos instrumentos, como a cuíca, o tamborim, o pandeiro, o violão, entre outros. Os sambistas costumam cantar em coro e o público acompanha o ritmo batendo com a palma da mão. As rodas de samba são encontros de improvisação, por isso, não há uma maneira certa de tocar e os músicos ficam livres para criar ritmos e letras. Carimbó Essa dança típica paraense veio para o Brasil trazida pelos escravizados africanos e aqui sofreu influências indígenas e portuguesas. Ela é considerada um patrimônio imaterial do Brasil pelo IPHAN. O nome Carimbó tem origem indigena (do tupi Karimbó) e significa “pau que produz som”. A dança vem do hábito de pescadores e agricultores do século XVII que se reuniam depois do trabalho para dançar ao som do tambor. A dança é feita em pares e a roupa das mulheres costuma ser uma saia rodada bastante colorida, que ajuda a compor os passos da dança, uma blusa de uma única cor e adereços no pescoço e no cabelo. A roupa dos homens é mais simples, normalmente uma calça curta ou dobrada que remete às roupas usadas pelos agricultores e pescadores para trabalhar. Maculelê É uma dança praticada com paus, onde os dançarinos normalmente usam saias de palha e é muito ligada à capoeira. A origem exata do Maculelê é incerta, mas acredita-se que tenha chegado na Bahia por escravizados africanos de origem Malê e de origem moçambicana. A coreografia lembra muito as danças com espadas de povos antigos europeus e árabes e por isso também é possível que os povos africanos que a trouxeram tenham sofrido influência árabe, já que os impérios africanos de onde vieram comercializavam com os árabes e tinham muito contato com a sua cultura. A dança é uma encenação de uma lenda em que um valente guerreiro consegue proteger sua tribo de uma tribo rival sozinho, usando apenas paus, enquanto os outros membros da tribo estavam fora para caçar. A encenação é embalada por cânticos, muitos vindos do candomblé de caboclos, e pelo ritmo da percussão. Orixás São divindades ligadas a muitas crenças africanas. Cada Orixá é ligado a uma força ou energia da natureza diferente, a uma cor e a um metal. A energia da natureza ligada ao Orixá representa também o seu caráter. Na cultura africana, o Orixá representa a força de um grupo ou família ligado a ele, exercendo portanto, um caráter de proteção a este grupo. A vinda de escravizados de diferentes localidades do continente africano, acabou resultando em uma mistura das diferentes religiões e Orixás. A religião que resultou desta mistura no Brasil é o Candomblé. Alguns dos orixás mais conhecidos são Exú, Ogun, Iemanjá, Oxossi e Oxum.