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© pend ko iar pin i ie die, “mene eee oo ge ls ewer Gt spared _ meee, te sont aa “conor eerste al pe a cenreterias REE Dahon Roaoatne Biitaeons LAGS ety ce ae Restoran ern rnd ace eat ese ene oP oso AGRADECIMENTOS Apresentamos nosso sinceroe profunde agradecimento: «Ags demas autores desta. obra, pela colaboragio wo desereverem suas experineias préticase reflexBes teéricas em arteterapia, enri- ‘quecendo o texto; pela eonfianga depositada nas organizadoras desta ublicago e pela pacitneia, sempre necessiria para a efetivagio de um trabalho como 0 que aqui se apresenta ~Aos parecerisias, ue to gentlmente contribuiram na avatiag 0 ‘dos manuscrtos a eles submetidos,auxiliando na constragio de um Tivro em arteterapin que prime pela qualidade e pelo rigor cietitico, ‘com observagdes, sugesteseassnalamentos que enriqueceram ainda mais as contribuigdesiniiais dos autores. coordenadora de Colesa0 Arteterapia, Dra, Cristina Dias Alles sandrini, por apoiar a publicagao desta obra, confiando na qualidade do material ¢ auiliando ne divulgagéo da arteterapia, ~ A editora Casa do Psicblogo, pelo apoio & presente publicagto, «endossando nosso projto ¢ colaborando para sua conctetizaya0, a ARTETERAPIA COM FAMILIAS: REFLEXOES ATRAVES DA PRATICA! Mara Booaté Sei xh | A fama configure como um grupo, cootud apresenta algumas caracteristicas que difere dos demas tipos de grupo. Diferentments I ‘dos partcipantes de um grupo gue se lizam peoritariaments por lagos { t | eafinidade, tom-s indviduosunids por esses los de anidade, | ‘mas também de consanguinidade, assim, com vinculos de alin, filiagao e fratemidade, além da fungdo de perpetuagko ata fempos, na transmissio de elementos conscientese inconscientes as sgeragdes sepuintes (Correa, 2000). Por tempos, familia foi conesituada como “uma unidade socio- evondmica oryanizada em tomo de wm par heterossextal, ou sea, t dde um par potencalmente eapaz de reproduzir treferida unidade” (Meyer, 2002, p. 9). Tal definigdo nfo cabe na mundo contemporinco, H ‘ue accita outros tipes de configuragaes vinculares,tais como 0s bos Sit pice wiolote an proponent cn nite de ecimes vino imi’ eaindsp as dfadnen Destro ce 09 )unn meee Siento sn is a Rpt gee j ‘eB Ameo eis Es So Pe TAPED «reo ceasais sem filhos por opg20; as familias reconsttuidas; ab familias :moaoparentais, em que a mulher, pr exemplo, escolhe a fertilizagao aiticial sem presenga de parceiro; familia homoparentais, por meio «da adogo — possbilidade que os easais homossexuais hoje possuem. ‘Assim, ba muito que se pensar sobre a estrtura, dinimica € 0 papel da familia na contemporancidade, sobre 0 que seria conside- ado normal eo que é visto como disfungo, sobre o que se espera da fiumilin; enfim, aspectos que devem ser nocessariamente observados pelo profissional que se disponha a tcabalharterapeuticamente com familis, ‘De forma geral, diz-se que influbnca da familia para o desenvot- -vimento emocional de seus membros € algo jé observado ha tempos por diversos autores (Dolto, 1980; Soifer, 1982; Winnicot, 1993). ‘Contudo, apenas recentemente a priticn da terapia familiar vern se cconfigurando como ume alte nativa mais visada podendo-se dizer queela 6 ainda pouco empreendida, apesar de Se notar uma expansto nesse sentido. As difculdades em empreender tratamentos com o grupo familiar apresentam-se por motivos diversos. A fumiliachega para a terapia habitualmente por meio da maior diftculdade de um de seus inte- antes, que mostra, em seus comportamentos sinlomas, a questo do grupo como um todo ‘Contd, pereepso de quea queixa ¢devorrentededificuldades {do grupo familiar como um todo, observando-se as relagies estabele- cidas entre os familiares, é algo dificil de ser aceito pea familia, que deseja,feequentemente,afrmar que patologia refere-se a questdes {de ordem individual do “paciente identificado” abe ao terapeuts deslocara queixa para o grupo familar, que, ‘aleomo apontado por Ramos (1992, p.44),"difcilmente uma familia faz consults dispostaa ver suas dificuldades como um todo”. Pode-se perceber a tentativa de se dividir entre sos ¢ doentes, depasitando a queixa em um membro especifico; “e nt medida em que & familia 0 identifica como docnte, permanecsexclulda de seu proprio process ‘Ramos, 1992, p. 44), E mais simples ter um tnico “paciente identifcado” como depo- sitirio da doenga familiar do que aceitaro adoecimento das rlagSes, tomando a familia como um todo, cigneia de conteddos eanregados de sofriment, transmitide de Forma ruta e sem elaboracio através das gerages, epersando a familia e sua dindmnica, buscando uma mudanga [Nesse sentido, pensa-se que o campo da arteterapia oferece inte- ressantesferramentas pare oatendimento familia, pois dispoaibiliza ‘outta Finguagem para os membros da funflia se comunicater. Nas estes, esto preseates indviduos de diferentes idades ©em variadas Fases de desenvolvimento, diferentemente dos demais tipos de grupo, que agrupam pessoas em etapas de vida prOximas. Como afirma Malchiodi (1998, p. 18), “as familias, em si mesmas, apresentam ‘um outro desafo, eedas as dinimicas variadss, o desenvolvimento, ferentes idedes de seus membros ca visto de mundo tnica que ceada membrotraz”. partir dese contexto, pense-se ue os recursos artisticos fazem com que a crianga, 0 adolescente € 0 adult, partici- pan ficilidade um 20 outro, Observa-se que a crianga tem maior Familiaidade na fingusgem antistica quando comparada com a articulagto de diseurso necessria na expresso verbal, aspecto que colabora para diminur a disineia ‘cognitiva existente entre ela eos demais mombros que participam da arteterapia familiar. ‘Além disso, tem-se também a concretude do material produzide, , dessa maneirs, tl como jé apontado na parte incial deste liv, hia possibilidade de a produgao serconstantementerevisitada, com sentidos descobertos posteriormente, A contibuigdo de cada pessoa fica registrada por meio da obra, sem que os individuos tenhamm de se expressar verbalmente para deixarem mareados seus pensamentos, dos atendimentos familiares, possam compreender com maior sentimentos ¢ associagsies Flea também passivel de ser vista por todos, 0 qu implica outa forma ou dindmiea de assimilago, Sintetizando, expresso por meio de recursos plsticos, como instrumento para o processo terapéutico, proporciona usm foeo part Aiscussto, pare a anélise ¢ autoavaliagao, funcionando como um registro que mo pode ser nogado,apagado ou esquecido, sobreviverdo 20 longo do tempo ¢ facilitando x comparagio ene 0 passado e @ presente (Dalley, 1984), aspectos interessante pura uma intervengto ‘cor familias, No caso especitico da Arteterapia com familias, Riley (1998) ppontua que as produgdes configuram-se como ferramentas para avaliaglo, diferentes meios de comunicagi, além de instrumento para alavancar mudangas, compreendeado que a obza catega conte- {dos que podem ser compreendidos pelo arteterapeuta. Em sua visto, “quando a énfase estén familia, no contar sua histéria © no mode ‘como ela inventou 4 sun realidade, 0 clinica & caper de encontrar uma janefa para esse mundo por meio da ilustagio visual” (Riley, 1998, p.27), Construindo uma proposta de intervenco Tal como pontuado, a indieagio e chegada da familia paraaterapia Famili no é algo tranquilo de ser feito, que implica em parte, uma mafor conseineia de que as dficuldades so de todos os intograntes 4a familia e nfo apenas do “paciento identiticado”. (Quanto 20 processoteapéatico, Enecessirio que o terapentateoha em mente que o paciente 6a familia como ur todo, de maneira que suas intervenpdes sejam dirigidas para o grupo ¢ as relagbes entre os familiares, sea realizar uma terapia individual na presenga dos demais familiares (Meyer, 2002). 'No inicio dos atendimontas, 0 terapeuta de famntlias deve deixar claro seu posicionamento de compreensso da familia como configurande-se com o pacente a ser tabalhado e de neutraida com uma funo terapeutica de auxiiar © pensar sabre o soitimen do grupo, sem posicionar-se em favor de uma membro em detrimento do outro. Além disso, no caso da Arteterapin, os recursos aristicos ddevem ser apresentados as participantes, lembrando-se de que, para alguns dos integrantes o ikimo contato com esses materiuis pode ter ‘eatrido em éposas escolares, o que the causari maior dificuldade pars manused-os e utilizi-los como faciitadores de expressto © comunicagto. Pensando nesses aspectos, construiu-so ume proposta de inte vengtio composta de uma entrevista nici com o membro ds familia, responsivel pela busca ou pelo encaminhameato para oatendimento familiar, seguida de quatro encontros iniisis eom todo o grupo amilar, visando a uma aproximagio da familia ao setting tamil e arteterapeutico, ‘Tem-se, ent Entrevista inival: primeiro contato com o responsével pela ia © pelos demais membros que porventura comparegam na c entrevista, Objeliva um confecimento da queixa por parte do arte- ‘erapeuia, com descrifo dos sintomas do(s) membro(s), que, em algumas situagbes, podem estar depositados em um inico metab, ‘0 “paciente identifcado” da familia que origina a busca pela terapia liar, e, em outras, fazem-se presentes em diversos membros do srupo familiar, Pade-se, neta entrevista inital, realizar também wm breve resgate da historia familiar, Define-se um contrato inieial ~ a ser reafirmado na presenga dos demas partcipantes~, a0 se explicar ‘que todos os familiares interessados podem comparocet as sessdes, pontuando-se a frequéncia © 0 uso dos materaisartisticos, contrato. + Primero encontro: oprimeiro encontro com 2 familia como ura {odo ¢estruturade para aescuta da histria pessoal de cada integrante, contada pela prdpria pessoa, a partir de seu ponte de vista, Aqui, lobserva-se como a familia se organiza especialmente na sala, como (0s discuss se relacionam ¢ se complementam (ou camo diverges), « verifica-s se os participantes conseguem escutar um a0 outto ow ‘0 hi constantes interrupses.Faz-se © contrato com todas os parti- cipantes,assinalando a frequfncia com que ocorterio as sessbes, sua duragio, a oferta dos materaisartistiens e a previso de término da processo arteterapeuticn, Cae ressliar uo grupo que a resolugdo de conflits nao se dé de forma magica e répida e que todo processo teraputico demanda tempo, de forma que os individuos podem elaborarvivencias, repenser posturas, eftivar mudangas caso se fagam pertnentes ou sein do desejo dele Esse aspecto,wlacionado com o tempo necessrio para mudangas, deve ser reforgado para 8 familia, que deve ser capar de suportar essa espera, tal como aponta Ramos (2006), que observa & busca pelo atendimento como uma reflexBo acerca da condigdo na qual se cenconira a familia © uma possvel solugo para ela, Entretano, “esa proposta de tratamento em alguns casos flustrao paciente porque, a0 econhecer seu alto grau de sofrimento, ele espera um aivio imediato, 1Epreciso que ele toler esperar pelos resultados terapéuticas, que alo so instantineos” (Ramos, 2006, p. 42-43) ~ Segundo encontro: este encontro tem como objetivo a repre sentagio individual de uma pessoa, podendo-se utilizar qualquer material dispontbilizado no setting arteteraptutico, Pensa-se que com essa consigna, seja possivel peresber como cada individuo representa a figura humana, ampliand 6 conhecimento que tem de cada participant (Quanto 20s materiisartisticos ofertados, dada a diversidade dos partcipantes que esto em diferentes ctapas de vida e ttm nocessi- dudes e habilidades diversas para expresso, compreende-se que 0 aricterapeuta pode estender essa diversidade tambbée para os materiais Aisponibilizados no seting. Quando nao hi ues espago proprio para realizar os atendimentos ¢ armazenamento dos materias, como em algunas situagies de trabalhos desenvolvids em instituigdes, pode se ‘moatar uma eaixa com materials variados, como papeis brancos & coloidos, pis graft colorido, canetashidrocor, giz de coa,tintas e pines, cols, tesuras, dente outros. ‘Quanto proposta de uso dos matersisartticos, ota-seo papel do arteteapeuta como norteador, auxiliando s expressto com uma atvdade de menor estrananento as peswoas, qe provaveimente se depararam com a ealizago de dessahos de pessoas, diminuindo tens existene no inicio dos alendimentos. Assim, nest prmeiro uso dos materia ofeados, eles poderiam se configarar como uma sovidade, mas sua utiliza filtada por um tema ourepresentas0 supostament mais habitual, que Fz parte do di a dia ds pesos ~ Terie enconto: neste enconto, diese a consigna da repe- seatagfo individual de uma familia, Pensa-se que a proposta & nteresantee pertinent, eonsiderando-se que a interven se dd justament com familia. Com eta atvdade, possve observa qual « fain itenaizade pelos participanes, como cada integrate

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