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Farmacodinâmica

Mecanismos Gerais de Ação dos Fármacos:

- Recetores

- Canais iónicos

- Enzimas

- Transportadores (TREC)

Recetores:

 Componentes celulares (maioritariamente proteínas existentes nas membranas


celulares) onde os fármacos se fixam para produzir os seus efeitos.
 Para produzir os seus efeitos mudam a sua configuração espacial e medeiam
alterações bioquímicas e fisiológicas no organismo.

Morfologia dos recetores:

 No organismo, cada substância endógena com funções fisiológicas tem o seu


próprio recetor.
 As substâncias exógenas (fármacos) podem ativar estes recetores quando a sua
estrutura molecular se assemelha à das substâncias endógenas.

Ativação de recetores:

Tipos de ligação:

- Forças de Van der Waals

- Interações hidrofóbicas

- Ligações iónicas

- Ligações de Hidrogénio

- Interações Dipolo-Dipolo

- Ligações Covalentes

(FILLIL)

Duarte M. Miguel Farmacologia Enfermagem TL38


 As ligações Fármaco-Recetor são geralmente reversíveis.

Ligações covalentes:

 Elevada energia de ligação


 Praticamente irreversíveis
 Ação farmacológica de longa duração
 O restabelecimento do processo fisiológico implica síntese de novos locais
de ligação.

Tipos de recetores:

- Recetores acoplados a canais iónicos acionados por ligandos (ionotrópicos)

- Recetores acoplados a proteínas G (metabotrópicos)

- Recetores acoplados a cinases (mecanismos de fosforilação)

- Recetores intracelulares (nucleares) para ligandos lipofílicos

Recetores acoplados a canais iónicos:


Proteínas membranares que possuem do lado exterior local para ligação do ligando.
 Alteração do fluxo de iões através dos canais iónicos da membrana plasmática 
alteração do potencial elétrico da membrana.

Canais iónicos transmembranares:


 Ativação ou bloqueio de canais iónicos (p/ Na+, K+, Ca2+, CF). Recetores de
acetilcolina, serotonina, GABA, glicina, aspartato e glutamato.

Recetores acoplados a proteínas G:

 Existem vários tipos de proteína G, que interagem com diferentes recetores e


controlam diferentes vias metabólicas.
 Duas vias chave são controladas por recetores acoplados a proteínas G: a via da
adenilciclase/cAMP e a via da fosfolipase C/trifosfato de inositol/diacilglicerol.

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Recetores acoplados a cinases:

 Cinases medeiam fosforilações de substratos proteicos; proteínas essas que, por


alteração da sua função, são ativadas [Ativação de proteínas transmembranares
com região extracelular (que interage com o agonista) e região
citoplasmática/intracelular (com ação enzimática).]

Recetores intracelulares:

 Substâncias lipofílicas capazes de atravessar a membrana citoplasmática:


esteroides sexuais, mineralocorticoides, glucocorticoides, NO, tiroxina, vitamina
D.
 Recetores nucleares: regulação da transcrição do DNA.
 Efeitos habitualmente produzidos em consequência da síntese alterada de
proteínas e, portanto, de início lento.

Características dos recetores:

- Sensibilidade

- Seletividade

- Saturabilidade

- Especificidade

Agonistas vs Antagonistas

 Agonista – Fármaco que se liga ao recetor e produz uma resposta


 Agonista Total - ligando capaz de provocar um efeito biológico máximo
(Eficácia máxima). Pode ser parcial noutro tecido.
 Agonista Parcial - ligando incapaz de produzir resposta máxima mesmo
ocupando a totalidade dos recetores existentes num sistema. Pode ter a
mesma afinidade que o agonista total.
 Agonista inverso - Possui afinidade para o recetor, mas ação
farmacológica ou efeito contrário ao de um agonista do recetor (reduz a
atividade basal do recetor).

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 Antagonista - Fármaco que se liga ao recetor e é incapaz de iniciar uma resposta
Tipos de Antagonismo:
 Competitivo - agonista/antagonista competem pelo mesmo local de
ligação, ligando-se em locais diferentes do recetor que se sobrepõem
parcialmente. Revertido pelo aumento da concentração de agonista
(reversível); ou não revertido (irreversível). (Pseudo-reversíveis são
reversíveis, mas têm uma dissociação lenta).
 Não competitivo – local de ligação alostérico. Agonista e antagonista
podem ligar-se (ao mesmo recetor, mas num local distinto) em simultâneo,
mas não há competição entre eles. A ligação do antagonista reduz ou
impede a ligação e/ou a ação do agonista (mudanças na conformação do
recetor que levam a alterações no local de ligação do agonista). Pode
existir bloqueio da cadeia que leva à resposta de um agonista,
interrompendo a ligação recetor-efetor.
 Químico - o antagonista interage quimicamente com o agonista impedindo
assim a sua ligação ao recetor e o seu efeito. (ex. protamina usada para
reverter efeito da heparina)
 Funcional ou fisiológico - interfere na resposta subsequente produzida por
ligação do antagonista recetor. Produz um efeito fisiológico oposto ao do
agonista, por mecanismos diferentes.
 Farmacocinético - Antagonista faz diminuir a eficácia e a concentração do
agonista no seu local de ação por alteração da sua farmacocinética

Afinidade – capacidade de o fármaco para se ligar ao recetor


Atividade intrínseca ou eficácia - Capacidade de um fármaco produzir um
efeito após a fixação sobre os recetores

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Dose versus Resposta

Curva dose-resposta
-Avalia a resposta do sistema em função da concentração de fármaco.

ED50
-Concentração eficiente para 50% de resposta (afinidade do recetor pelo
fármaco).

Dose mínima eficiente


-Concentração mínima necessária para produzir o efeito clinico.

Emáx
-Concentração de Eficácia máxima do fármaco

Intensidade da resposta que um fármaco pode causar

Potência:

- Está relacionado com a menor relação concentração-resposta.

- É expressa pelo Ec50

- A posição da curva sobre o eixo das abcissas indica a potência de um agonista

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Resposta e expressão de recetores:
 Dessensibilização:
• Estimulação repetitiva ou prolongada
• Mesmo número de recetores
• Menor capacidade de responder à presença do agonista

 Down regulation
• Redução do número de recetores
• Menor síntese menor do que a degradação
• Hiperestimulação

 Up regulation
• Aumento do número de recetores
• Maior síntese que degradação
• Hipoestimulação

Duarte M. Miguel Farmacologia Enfermagem TL38

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