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Resumos de Economia Meus
Resumos de Economia Meus
O ser humano, opondo-se aos outros animais, não é autossuficiente. Este precisa de
relacionar-se entre si e com o ambiente que o rodeia para estabelecer relações
vantajosas para a sua sobrevivência. Estas podem ser de cooperação, de interajuda ou
até de conflito. É desta vida em sociedade que resulta aquilo a que se dá o nome de
realidade social, ou seja, o conjunto de todas as relações que se estabelecem entre os
seres humanos e entre eles e o ambiente que os rodeia. O estudo desta realidade e dos
fenómenos que dela derivam – os fenómenos sociais -, é feito pelas ciências sociais, nas
quais a economia se inclui.
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Enquanto que as ciências exatas analisam e estudam o seu objetivo de estudo,
encontrando conclusões e verdades rigorosas (como é o exemplo da matemática, da
biológica, da química, etc), as ciências sociais (ou humanas) não permitem enunciar
conclusões/verdades completamente exatas, dada a circunstância de serem de difícil
confirmação.
Sendo o objeto de estudo das ciências sociais a já definida realidade social, é pertinente
perguntar se todas elas a estudam da mesma forma; pois, se assim fosse, seria nulo o
interesse de existência de tantas ciências. Obviamente, cada uma delas estuda aquela
realidade segundo uma perspetiva diferente.
Assim, se se levantar uma questão social, como, por exemplo, os hábitos alimentares
dos portugueses, diferentes ciências sociais terão diferentes abordagens para o tópico,
sendo a perspetiva estudada, por exemplo, pela Economia, a realidade económica. Seria
esta multiplicidade de olhares, esta interdisciplinaridade, que permitiria construir
conhecimento sobre os hábitos alimentares dos portugueses.
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Sabendo que existem bilhões de seres humanos, e que todos eles têm as suas próprias
necessidades, podemos concluir que o número de necessidades que existe é ilimitado.
Para satisfazer estas necessidades, são precisos bens. Ora, estes bens de que se fala não
são ilimitados (como se pode ver ao nosso redor: pessoas a morrer de fome ou de sede,
etc). Daí podemos concluir que os recursos indispensáveis à produção dos bens são
escassos.
À dicotomia “necessidades ilimitadas, recursos escassos”, dá-se o nome de problema
económico e é ele a grande preocupação da ciência económica.
É devido a esta escassez que o mundo tenta encontrar a melhor forma de utilização dos
recursos, que consiste na satisfação de o maior número possível de necessidades com o
menor número possível de recursos. Ou seja, é necessário saber otimizar o uso dos
recursos. A esta otimização dá-se o nome de racionalidade económica.
Para racionalizarmos os nossos bens, é preciso fazer escolhas. Daí que se chame a
Economia a “ciência das escolhas”.
Podemos dizer, então, que a Economia estuda a forma como o ser humano, e
consequentemente a sociedade em que vive, decide usar os recursos que são escassos.
Chegado ao momento de tomada destas decisões, existem várias possibilidades de
utilização dos recursos, mas, tipicamente, apenas uma pode ser eleita, fazendo, assim,
com que se perca todos os benefícios que as outras alternativas poderiam trazer se
fossem escolhidas. A este benefício perdido na racionalização dos bens, dá-se o nome
de custo de oportunidade.
Definição de custo de oportunidade:
Valor dos benefícios que se deixa de ter quando, em situação de escolha, se é obrigado a
optar por uma (ou umas) das alternativas existentes, ou seja, o valor das aplicações
alternativas de um determinado recurso.
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Capítulo [1.4] – A atividade económica
Como sabes, nem todos os bens que necessitamos vêm diretos da natureza, como à
água. Não podemos utilizar petróleo como combustível ou vestir algodão. Estes
recursos naturais precisam ser transformados em outros bens para que deles possamos
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disfrutar. E nem sempre estão estes recursos naturais de que falámos sempre disponíveis
para os usarmos. Portugal não dispõem de petróleo nem de algodão, por exemplo.
Como é, então, possível que coisas que estão longe, porque apenas aí existem, e coisas
que ainda não foram transformadas em bens, para serem nos serem úteis, estejam à
disposição de praticamente todas as comunidades do mundo? Graças à atividade
económica.
Na verdade, esta atividade económica inclui várias funções, pois são várias as tarefas
que é preciso serem cumpridas para que todos tenhamos possibilidade de satisfazer as
nossas necessidades.
Vamos voltar atrás e pensar nos bens anteriormente referidos que necessitavam de
transformação: o petróleo e o algodão. A esta transformação de matérias em bens dá-se
o nome de produção.
Depois de serem produzidos, os bens precisam ser transportados até próximo das
pessoas, para que elas os possam comprar. O transporte e o comércio dos bens
fabricados constituem outra função económica – a distribuição.
Os bens já foram fabricados, colocados nas lojas, e até comprados (em parte) por nós…
o que fazemos a seguir? Usá-los para satisfazer as nossas necessidades. A esta função
damos o nome de consumo.
Todas as funções até agora referidas obrigam à movimentação de dinheiro. Cultivar,
fabricar, transportar e até vender são ações onde é necessário dinheiro. Mas onde
conseguem as empresas o dinheiro? Através da venda das suas produções. É com esse
dinheiro que as empresas pagam os seus fornecedores, os salários dos seus
trabalhadores, compensam os seus financiadores (sócios, bancos, etc). Esta é outra das
funções económicas – a repartição dos rendimentos.
Todo o rendimento distribuído vai ser usado pelos seus destinatários da forma que cada
um entender, mas a verdade é que ninguém gasta a totalidade do seu ordenado (apenas
em casos pontuais). Isto, pois a atividade económica não poderá progredir se não houver
poupança. Ora, é esta parte do rendimento que é acumulada que dá origem à última das
funções económicas – a acumulação de riqueza.
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Capítulo [1.5] – Os agentes económicos
Já falámos da atividade económica e todas as funções que são necessárias para que esta
possa funcionar. Mas quem realiza estas tarefas? As pessoas, a quem, neste contexto, se
dá o nome de agentes económicos. Um agente económico é alguém que intervém na
atividade económica, exercendo com autonomia, pelo menos, uma das cinco funções
económicas já referidas.
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Os agentes económicos recebem nomes específicos conforme as funções económicas
que desempenham. Assim, o imenso conjunto de pessoas que intervêm na atividade
económica é organizado nos seguintes agentes económicos:
As famílias: o conjunto daqueles que têm como principal função consumir. Porém, as
famílias estão presentes na realização de outras funções económicas, como na produção,
pois são elas que tomam a iniciativa de criar empresas, é delas que sai toda a mão de
obra indispensável à transformação das matérias em produtos. Se a iniciativa de criação
de empresas vem maioritariamente das famílias, é porque rendimentos são poupados,
então as famílias também participam na acumulação de rendimentos. Contudo, a função
económica em que mais participa este agente económico não deixa de ser o consumo.
O Estado: aquela entidade que não só governa o país, mas a quem também cabe
garantir algumas das nossas necessidades, as chamadas necessidades coletivas (saúde,
justiça, defesa, educação, etc). Ao mesmo tempo, é função dos Estados preocuparem-se
com a minimização das desigualdades sociais, pelo que também lhes cabe proceder à
chamada redistribuição de rendimentos, isto é, retirar, sob a forma de impostos,
rendimentos aos mais ricos para os entregar aos mais pobres sob a forma de apoios
sociais. Assim sendo, o Estado participa em quase todas as funções económicas.
Estes três agentes económicos, que até podem ser considerados quatro, se
considerarmos os dois tipos de empresas como agentes económicos diferentes, são
aqueles que encontramos em qualquer economia.
Porém, se só eles existissem, a economia seria fechada, isto é, estaria isolada
relativamente aos restantes países do mundo. Como todos os países atuais transacionam
com países estrangeiros, as económicas dizem-se abertas, pelo que há que acrescentar
um agente económico àqueles já mencionados: o Resto do Mundo.
Por Resto do Mundo entende-se o conjunto de todos os agentes económicos não
residentes na economia em análise, com quem ela estabelece relações económicas.
Sendo estas relações chamadas importações e exportações, isto é, as compras e vendas
da economia ao estrangeiro, respetivamente.
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Unidade [2] – Necessidades e consumo
Afinal o que é uma necessidade? Certamente já houve momentos em que sentiste a falta
de algo, por exemplo, sentiste fome, sede, frio, etc. Pois bem, uma necessidade é
exatamente isso. É um estado de privação que precisa de ser satisfeito para que o mal-
estar sentido desapareça. Alguns exemplos de necessidades são a alimentação a
respiração, a educação, etc.
Definição de necessidade:
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Estado de privação que precisa de ser satisfeito para que o mal-estar sentido desapareça.
Já percebemos que todos temos necessidades. Mas, afinal, como é que se satisfaz
necessidades? Normalmente, com coisas, recursos, bens e serviços.
Os bens e serviços têm, então, a capacidade de satisfazer as necessidades, razão pela
qual se diz que eles têm utilidade para o fim referido. Eles são tão mais úteis quanto
maior for a sua capacidade de satisfazer as necessidades.
Será que todas as necessidades têm algo em comum ou, pelo contrário, são todas
totalmente diferentes?
Se reparares,
elas nunca existem sozinhas, pois todos sentimos várias necessidades. Esta é a
característica da multiplicidade;
nem todos sentimos as mesmas necessidades. Pensa num membro de uma tribo
indígena, num bebé ou num jovem de há 30 anos. O primeiro não precisa de
agasalhos, o bebé precisa de fraldas e há 30 anos ninguém sentia necessidade de
telemóveis, pois não existiam. As necessidades variam no espaço e no tempo,
pelo que a relatividade é outra das suas características;
normalmente cada uma delas pode ser satisfeita por diferentes bens ou serviços.
Podes comer um pão ou uma peça de fruta se tiveres fome, ler um livro ou ir ao
cinema se te quiseres entreter. Esta é a característica da substituibilidade.
a intensidade da necessidade vai diminuindo à medida que é satisfeita, até que é,
por completo. A esta característica dá-se o nome de saciabilidade.
Tão vasto é o conjunto das necessidades humanas que se justifica a sua classificação.
Esta é realizada de acordo com a importância da necessidade para a vida, quanto ao
custo e quanto à sua natureza.
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Muita gente gosta de carros exóticos, de joias, de viagens em cruzeiros de luxo, de
roupas de designer, etc. Estas pessoas têm necessidades terciárias, isto é, necessidades
do que é supérfluo.
Contudo, este tipo de classificação não é absoluto. Existem necessidades, como a
educação, que, dada a sua importância para a vida atual, já muitos classificam como
primária e não como secundária.
Há necessidades cuja satisfação obriga ao dispêndio de dinheiro. A maior parte dos bens
e serviços que usamos para satisfazer as nossas necessidades têm de ser comprados e,
para isso, precisamos de dinheiro. Falamos, por exemplo, do pão, da água, da casa, do
carro, das idas ao cinema e ao médico. Estas são as necessidades económicas.
Outras, menos comuns, dispensam completamente o dinheiro: respirar, apanhar sol,
tomar banho na praia, caminhar, secar roupa no estendal. São as necessidades não
económicas. É apenas com as necessidades económicas com que a Economia se
preocupa.
Todos nós, seres humanos, sentimos necessidades pelo simples facto de existirmos, ou
seja, necessidades que sentiríamos mesmo que fôssemos a única pessoa no planeta. É o
caso da necessidade de alimentação, de segurança, de transporte, etc. Será que o mesmo
pode ser dito, por exemplo, relativamente à educação? Sentiríamos nós esta necessidade
se não vivêssemos em sociedade, se fôssemos o único ser humano na Terra? Mais,
somos nós capazes de satisfazer todas as nossas necessidades através da nossa própria
iniciativa ou precisamos da ajuda da comunidade em que estamos inseridos para
satisfazermos alguma delas?
As necessidades que subjetivamente sentimos e que podem ser satisfeitas pela livre
iniciativa individual dizem-se necessidades individuais. As necessidades que sentimos
pelo facto de vivermos em sociedade, nomeadamente, a educação, a justiça, a defesa, e
que, por isso mesmo, precisam de contributo do Estado para serem satisfeitas, chamam-
se necessidades coletivas.
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Capítulo [2.2] – O consumo
Será que basta haver recursos para que as necessidades sejam satisfeitas? Claro que não,
estás certamente a pensar. É preciso que esses bens e serviços sejam consumidos. Não
basta ter um bife para deixar de ter fome; não basta ter um bilhete de avião para viajar…
é preciso comer o bife e entrar no avião que nos levará ao destino.
Consigo ouvir-te a perguntar interiormente: É necessário o desaparecimento do bem
para que haja consumo? Se estivermos com fome e comermos o bife, sim, mas se
entrarmos no avião e fizermos a viagem, ele não desaparece. Assim, não, nem sempre o
consumo implica a destruição ou desaparecimento do bem consumido.
Definição de consumo:
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Ato de utilização de bens e serviços para satisfação das necessidades.
Já vimos a importância que o consumo tem para a atividade económica. Podemos agora
pensar na importância que o consumidor tem para essa mesma atividade. O que achas?
Será relevante?
Claro que sim! Cabe a cada um de nós tomar decisões de consumo e é dessas decisões
que a atividade económica vai também depender.
Obviamente, o consumo vai depender do tipo e da intensidade das necessidades sentidas
e da diversidade de bens e serviços que os seres humanos têm à sua disposição. Assim
se definem os tipos de consumo.
Para além do consumo essencial, aquele de que depende a satisfação das necessidades
primarias, necessitas de conhecer outras três classificações:
Quanto ao beneficiário:
Se a Paula estiver a usar o computador de casa, o irmão terá de esperar para poder fazer
a pesquisa que a professora pediu. Com este exemplo, consegues perceber que o
consumo individual é aquele que ao ser feito por uma pessoa impede outra de o fazer.
Se isto não acontecer, ou seja, vários indivíduos puderem, em simultâneo, utilizar um
determinado bem ou serviço, então o consumo diz-se coletivo.
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Pensa nas tuas aulas. Quando qualquer uma delas acontece, quantas pessoas satisfazem
a necessidade de educação? Todos os alunos da turma. Então, o consumo que acontece
em cada um desses momentos é coletivo.
Porém, se pensares nas esferográficas que são usadas durante a aula, a sua utilização é
um ato de consumo individual, pois, enquanto um aluno usa uma, mais ninguém a pode
utilizar.
Quanto ao autor:
Se o consumo for feito pelo Estado, diz-se que é público, mas se for feito por qualquer
outra entidade, nomeadamente pelos cidadãos, diz-se que ele é privado.
Quanto à finalidade:
Por vezes, o ato de consumo destina-se a satisfazer de forma imediata e direta uma
determinada necessidade. É o que acontece quando vestes um casaco porque estás com
frio ou quando bebes um copo de água mineral quando estás com sede. Estes são atos de
consumo final. Nestes casos, o bem usado desaparece ou vai desaparecendo à medida
que vai sendo consumido. No caso da água, desaparece totalmente, mas no caso do
casaco, com o uso, fica apenas desgastado, mas nunca desaparece totalmente.
Continua a pensar no casaco. Onde o arranjaste? Há grande probabilidade de o teres
comprado. Se assim foi, alguém o fabricou. Nesse processo de fabrico também
aconteceram atos de consumo, na utilização de tecidos, linhas, botões, etc. Estamos
agora a falar de atos de consumo que não satisfazem necessidades de forma direta nem
imediata, pois isto só acontecerá depois de o bem fabricado ser utilizado por alguém. Os
recursos que estão a ser usados são sujeitos a transformação, por isso, aos bens
envolvidos dá-se o nome de matérias (primas ou subsidiárias). Atos de consumo como
estes designam-se por atos de consumo intermédio.
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Capítulo [2.3] – Padrão e estrutura de consumo
Pensa naquilo que acabámos de falar e olha à tua volta. Todos consomem as mesmas
coisas que tu e a tua família? Vês pessoas que praticam desporto, pessoas que viajam e
pessoas com outros hábitos completamente diferentes. Será isso apenas consequência
das necessidades que sentem ou haverá outros fatores que influenciam a forma como
cada um consome?
A realidade é que os atos de consumo que cada um pratica não dependem apenas das
necessidades sentidas. Dependem, também, de determinadas realidades, tais como: o
rendimento disponível, o preço dos bens e serviços, a dimensão da família, entre outras
coisas que possam ter relevância para a pessoa, sendo também verdade que cada um
destes fatores pode ter mais importância num momento do que noutro. Imagina que
ganhavas 1 milhão de euros na lotaria. Esse facto iria, certamente, alterar o teu padrão
de consumo, pois passarias a adquirir e consumir coisas que antes não podias.
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Aos diferentes modelos que o consumo vai assumindo dá-se o nome de padrão de
consumo. Ora, estes padrões vão variando com o tempo, a cultura, a religião, e todos
aqueles fatores acima referidos.
- Fatores económicos
O rendimento:
Já aqui dissemos que quase todos os bens e serviços que as pessoas consomem têm
de ser comprados, pelo que as pessoas têm de ter dinheiro para os adquirirem, daí a
importância do rendimento para o padrão de consumo de cada indivíduo.
Que tipo de relação se estabelece entre estas duas realidades: consumo e
rendimento? Obviamente, em condições de normalidade, é uma relação de
proporcionalidade direta, já que quanto maior for o rendimento da pessoa, mais ela
terá possibilidade de consumir, e vice-versa.
Mas nem sempre é este o caso. Por vezes, quando o rendimento aumenta, não só o
consumo de determinados bens não na mesma proporção, como, por vezes, até
diminui.
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Imaginemos um individuo cujo ordenado foi de 800 euros mensais, para 2000 euros
mensais. Claramente, esta pessoa tem agora condições de aumentar o consumo dos
bens que compõem o seu padrão de consumo. Falamos de coisas como carne, peixe,
roupa e cinema. Mas será que o João vai continuar a consumir tantos serviços de
transportes públicos como consumia antes? Agora, ele já tem possibilidade de
comprar um carro. Não terá ele, também, possibilidade de comprar aquele relógio
que há tanto tempo cobiçava? Sim, é natural que tenha.
Os bens cujo consumo aumenta, quando o rendimento disponível da pessoa ou
família aumenta, dizem-se bens normais; aqueles cujo consumo diminui dizem-se
bens inferiores (os transportes públicos, o pão, as batatas, etc.); e aqueles cujo
consumo aumenta mais do que proporcionalmente, quando o rendimento aumenta,
são os bens de luxo ou bens superiores. Observa os gráficos 1 a 3.
Uma vez definido o nível de rendimento do indivíduo ou da sua família, são os preços
dos bens e serviços que vão ter importância nas suas decisões de consumo.
Um consumidor racional, cujo rendimento se mantém constante, irá reagir a
alterações nos preços da seguinte forma:
- Se os preços subirem, o rendimento de que dispõe já não permitirá adquirir a mesma
quantidade de cada bem ou serviço que faz parte do seu padrão de consumo, a não ser
que existam alternativas mais baratas que satisfaçam as mesmas necessidades.
- Se os preços baixarem, o seu rendimento vai permitir aumentar a quantidade ou até a
qualidade dos bens e serviços que normalmente consome, o que lhe vai trazer um maior
nível de satisfação e utilidade.
Evidentemente, um consumidor racional, perante produtos idênticos (no que toca à
utilidade), compra aquele que é mais barato ou o que apresenta uma melhor relação
qualidade-preço. É da conjugação de rendimento com preço dos bens que resulta a
noção de poder de compra, que será tanto maior quando maior for o rendimento ou
menores forem os preços.
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A inovação tecnológica:
Quando se fala de inovação tecnológica, fala-se de algo de novo que o setor produtivo
traz ou apresenta. Fala-se de produtos aos quais foram dadas novas funcionalidades, de
produtos novos ou, então, de novidades ao nível dos processos de fabrico.
Já reparaste, com certa, que, quando um novo produto é lançado no mercado, tem um
preço que, mais ou menos rapidamente, vai baixando graças à evolução que os
processos produtivos sofrem.
Esta inovação tecnológica só é possível se houver conhecimento, se os países e as
economias apostarem na formação dos seus recursos humanos e apoiarem a
investigação científica.
O crédito:
- Fatores extraeconómicos
A publicidade:
Todas as empresas têm um produto que quer vender, mas para que isso seja possível é
preciso dá-lo a conhecer ao potencial consumidor. Uma das formas mais comuns de
divulgação de produtos é a publicidade, parte integrante do marketing.
Através do marketing a publicidade, que se pretende honesta e não enganadora, divulga
produtos e suas funcionalidades com a finalidade da venda.
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Muitas vezes, são as estratégias de marketing e de publicidade que fazem nascer em nós
uma determinada necessidade que nunca antes tínhamos sentido. Então, todos os seres
humanos têm necessidades naturais e artificiais.
A família Santos é composta pelo pai, pela mãe e por dois filhos. Na casa ao lado, vive
o casal Gonçalves, os seus três filhos e ainda a avó materna e um tio do pai. Será que os
consumos de ambas as famílias são iguais? Se te disser que um dos filhos dos
Gonçalves é um bebé, rapidamente verás que não só esta família consome mais bens do
que a família Santos, pois sete pessoas consomem mais do que quatro, mas também
concordarás que o tipo de bens e serviços que satisfazem as necessidades das duas
famílias são diferentes, devido à diferença de idades entre as duas casas.
O padrão de consumo das famílias depende, então, não só da sua dimensão, como
também da sua composição.
A idade:
As tuas necessidades são hoje as mesmas que tinhas quando frequentavas o infantário?
Serão as mesmas quando fores um adulto ou quando fores um idoso? Não. Quando
estavas no infantário precisavas de um babete, hoje e no futuro basta-te um guardanapo.
Hoje precisas de material escolar de que, em princípio, não precisarás quando fores
idoso, altura em que podes voltar a precisar de fraldas, um bem que te é completamente
desnecessário desde que deixaste de ser um bebé.
A idade é também um fator relevante para a definição dos padrões de consumo.
- A estrutura de consumo
Cada família tem o seu padrão de consumo, que é influenciado por um conjunto
bastante alargado de fatores. Mas como repartem elas o rendimento de que dispõem
pelos diferentes grupos de bens e serviços que compõem o seu padrão de consumo, ou
seja, como estruturam as suas despesas de consumo? Será que o fazem da mesma
forma?
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Cada família estrutura o seu consumo em função das suas preferências, que, como já
vimos, estão balizadas por todos os fatores que influenciam o consumo. São eles que
fazem com que gastem mais num bem ou menos num serviço.
O estudo do padrão e da estrutura de consumo permite conhecer os comportamentos de
consumo e até detetar eventuais particularidades regionais.
Ao peso da despesa em cada bem ou serviço no orçamento familiar dá-se o nome de
coeficiente orçamental.
Forma como uma família reparte o seu rendimento na aquisição dos diferentes bens e
serviços que compõem o seu padrão de consumo.
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Se te disserem que antes da saída do prémio esta família tinha um rendimento mensal de
1000€, logo concluis que ela poupava 50€ em cada mês, uma vez que essa é a diferença
entre o valor do rendimento e o valor dos gastos mensais da família.
O que mais podemos concluir a partir da análise da tabela anterior?
- Que a família Silveira, após ter ganho o Euromilhões, passou a gastar menos em
consumo essencial;
- Que a família Silveira mais que duplicou os consumos referentes a comunicações lazer
e cultura.
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Capítulo [2.4] – Sociedade de consumo, consumismo e
consumerismo
Viver é consumir, o que significa que nas nossas sociedades se consomem bens e
serviços, pois, de outra forma, não seria possível a reprodução física e social. Será este o
significado que se atribui ao conceito de sociedade de consumo?
A verdade é que nunca houve tão grande variedade de produtos à disposição do
consumidor, que ele usa para satisfazer todas as suas necessidades, mesmo aquelas que,
em determinado momento, nem sabia que tinha.
A televisão, a internet, e os jornais, enfim, todos os meios de informação, quantas vezes
nos fazem chegar mensagens que não só nos falam dos bens e serviços que o mercado
tem à nossa disposição como nos mostram um estilo de vida, normalmente mais atrativo
do que o nosso, que vamos querer ter para pertencermos à sociedade. É neste contexto
que nascem em nós necessidades que não tínhamos ou que antes satisfazíamos com
outros bens e serviços.
É, então, a busca quase incessante do prazer e da felicidade que nos faz exagerar no
consumo, pondo em risco o objetivo da sustentabilidade.
Tudo começou no início do século XX, mas foi após a Segunda Guerra Mundial, na
sequência da prosperidade que o mundo ocidental passou a viver, que a situação se
tornou preocupante.
O aumento da produção industrial que à época se verificou trouxe às empresas
problemas de escoamento do produto. A forma encontrada para a resolução do
problema inverteu aquela que vinha sendo a logica da atividade económica, isto é,
deixou de ser a produção que estava ao serviço do consumir e passou este a estar ao
serviço da produção. Se até àquela altura as empresas fabricavam aquilo que os
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consumidores queriam e nas quantidades que eles procuravam, a produção passou a
depender das decisões das empresas, esforçando-se elas por criar nos consumidores
necessidades e desejos que garantissem a sua venda. Até à segunda metade do século
XX, os empresários pensavam: O que quer o consumidor? A partir daí, o pensamento
passou a ser: Como convenço o consumidor a comprar o meu produto? Ou seja, a
principal preocupação dos empresários deixou de ser o consumidor e passou a ser a
venda do produto, que, em muitos casos, é fabricado em série, de forma normalizada, e
preparado para durar pouco.
Simultaneamente, foi nesta altura que as estratégias de marketing, em que a publicidade
se inclui, sofreram grandes desenvolvimentos para dar a conhecer as virtualidades de
cada bem e serviço e assim captar a atenção dos consumidores.
Infelizmente, consumir passou a ser a paixão para muitas pessoas. Segundo Gilles
Lipovetsky, filósofo francês, ao capitalismo de massas do final do século XIX seguiu-se
a sociedade de abundância do pós-Segunda Guerra Mundial, para, nas últimas décadas,
se ter chegado àquilo a que se dá o nome de hiperconsumo. O ser humano é refém do
mercado e persegue, acima de tudo, o conforto, daí que o autor afirme que o bem-estar
se tornou o novo deus, sendo o consumo o seu tempo e o corpo a sua permanente
liturgia.
- O consumismo
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Definição de consumismo:
Atitude de consumo exagerado, desnecessário, impulsivo e irresponsável.
- O consumerismo
O cenário consumista que antes te apresentámos é, contudo, quebrado por todos quantos
têm consciência da necessidade de mudança para padrões de consumo mais críticos e
seletivos. Há organizações que, reagindo ao consumismo, alimentam um movimento
que através da educação procura ajudar na definição de níveis de consumo esclarecidos
e responsáveis. É o movimento consumerista.
Em boa verdade, este movimento visa combater o consumismo, mas também proteger o
consumidor, defendendo os seus interesses de consumo.
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também grandes adeptos do desenvolvimento sustentável e da responsabilidade social
empresarial.
Já sabemos que o ser humano tem necessidades que precisam de ser satisfeitas e
também já sabemos que essa satisfação acontece através do consumo de bens e serviços.
Então, a tudo o que satisfaz necessidades humanas dá-se o nome de bem. Como saber se
determinada coisa é um bem? Vendo se ela consegue ou não satisfazer uma
necessidade. Se existir alguma coisa que não tenha qualquer utilidade para a satisfação
das necessidades humanas, concluímos que essa coisa não é um bem. Assim sendo,
quem determina se uma coisa é um bem é o ser humano, pois são dele as necessidades.
Tal como existem diferentes tipos de necessidades, existem também vários tipos de
bens.
Provavelmente lembras-te do problema da escassez com que a Economia se propõe a
lidar. Ora, ela permite fazer uma primeira distinção entre bens livres e bens económicos,
sendo os primeiros aqueles relativamente aos quais não há escassez, e os segundos os
que existem em quantidades limitadas, ou seja, são escassos face às necessidades
humanas.
Os bens livres são aqueles que existem na Natureza em quantidades tais que permitem a
satisfação das necessidades de todos e que, por isso, não obrigam ao dispêndio de
dinheiro ou de qualquer outra riqueza. São os que satisfazem as necessidades não
económicas. Temos como exemplo o ar, a luz do Sol e a água do mar.
Os bens económicos são os restantes, isto é, aqueles que, por existirem em quantidades
limitadas, obrigam ao dispêndio de dinheiro ou de qualquer outra riqueza para a sua
obtenção. São aqueles que implicam escolhas e, consequentemente, trazem custos de
oportunidade. Estamos a falar de sapatos, arroz, idas ao cinema, e de tantas outras
coisas. Como é óbvio, a Economia recai sobre os bens económicos.
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Debrucemo-nos, então, sobre os bens económicos. Poderão eles organizar-se de
diferentes maneiras? Sim, estes bens podem ser classificados quanto à natureza, à
função, à duração e quanto às relações que estabelecem com outros bens.
Quanto à natureza:
Como já deves ter concluído a partir dos exemplos que foram dados, a palavra bens
contempla coisas tangíveis e coisas intangíveis, isto é, contempla bens propriamente
ditos, e serviços.
Ser tangível significa que pode ser tocado por ter corpo. É o que acontece com os pães,
os carros, as casas, os livros. São os bens. Se algo é intangível é porque não pode ser
tocado, porque não tem corpo nem forma. São os serviços, como o dos funcionários da
secretária da tua escola, o do massagista ou o do barbeiro onde cortas o cabelo.
Se reparares, os bens podem ser armazenados e os serviços não.
Quanto à função:
Tal como já sabes, há bens que satisfazem de forma direta e imediata as necessidades e
outros que, antes de o conseguirem, precisam de ser alvo de transformações. Sim, são os
bens que permitem atos de consumo final e de consumo intermédio, respetivamente.
Aos bens que satisfazem as necessidades, de forma direta e imediata, chamamos bens
de consumo. Aos outros, aos que não satisfazem diretamente uma necessidade humana,
chamamos bens de produção ou recursos.
Como exemplos dos bens de consumo, podemos referir, por exemplo a roupa, sapatos,
relógio, mochila, etc. Como exemplos de bens de produção, temos a pele usada para
fazer uns sapatos, as solas, linhas e cola e ainda as máquinas utilizadas para o fazer.
Como já viste, existe aqui uma heterogeneidade de bens que convém fazer desaparecer.
É por isso que os bens de produção são ainda organizados em:
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- Bens de consumo intermédio – bens usados num processo de fabrico que, por
sofrerem transformação, acabam por desaparecer. Não desaparecem no sentido literal
da palavra, mas desaparecem enquanto bem autónomo, como a pele utilizada no
fabrico dos sapatos. Os bens de consumo intermédio são, normalmente, de dois tipos:
as matérias-primas e as matérias subsidiárias. As matérias-primas são as que firam
incorporadas no produto final (a pele, as linhas, e a cola que ficam incorporadas no
sapato) e as matérias subsidiarias são as que ajudam na transformação, mas não ficam
diretamente incorporadas no produto. No processo de fabricação do sapato, podemos
dar como exemplo de matéria subsidiária a água utilizada na máquina de corte da
pele;
- Bens de equipamento – toda a maquinaria e ferramentas indispensáveis à fabricação
de um bem. No fabrico dos sapatos, será a máquina de cortar a pele, e o computador
que a controla, as máquinas de costura, as formas e as bancadas onde se faz a
montagem.
Quanto à duração:
Qualquer bem satisfaz necessidades, porém, pode colocar-se a seguinte questão: quantas
vezes consegue um determinado bem satisfazer uma necessidade? Depende do bem. Há
bens que, mesmo depois de usados mantêm a sua utilidade, e há outros que a perdem
após a primeira utilização. Os primeiros são os bens duradouros; e os segundos os
bens não duradouros.
Se prestares atenção àquilo que estás a usar neste momento – roupa, sapatos, relógio,
telemóvel -, encontraras exemplos de bens duradouros, bens que podes usar um grande
número de vezes antes que eles percam a sua utilidade. Contudo, se te apetecer um
gelado, vais comê-lo e ele desaparece, pelo que não mais conseguirá satisfazer uma
necessidade. O gelado é um bem não duradouro.
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- Vertical, quando acontece entre bens de produção. Como sabes, a fabricação deste
manual obrigou ao uso de diferentes bens, desde logo, computadores, papel, tinta e
impressoras. Estes e outros bens tiveram de ser combinados para que um novo bem
nascesse – este manual. Isto significa que há aqui uma hierarquia de importância, daí
usar-se a palavra vertical para caracterizar este tipo de complementaridade.
Porém, outro tipo de relação pode acontecer entre os bens. Uma relação de
substituibilidade, ou seja, há bens que satisfazem a mesma necessidade, por isso o ser
humano pode usar qualquer um deles para a satisfazer. Esta sua opção pode ser tomada
em função de diferentes critérios, sendo muitas vezes os gostos dos consumidores que a
influenciam. Portando, se dois bens satisfazem a mesma necessidade, são bens
substituíveis ou sucedâneos.
27
Capítulo [3.2] – Produção e processo produtivo
Assim, será que cozinhar é produzir? Sim, é, uma vez que se trata de um processo de
transformações de bens noutros bens. Mas será sempre uma atividade económica? Não.
Cozinhar só é atividade económica se as duas condições anteriores se verificarem.
É importante que repares que há organizações que nada produzem, no sentido que temos
vindo a referir. Pensa num banco ou num consultório de medico. Aqui estamos perante
situações de prestação de serviços, ou seja, situações em que uma determinada entidade,
mediante pagamento, põe as suas capacidades ao serviço de terceiros.
28
Não há aqui a noção de matérias transformadas em produto, ou seja, de processo
produtivo, embora haja uma prestação de serviço que se destina ao mercado e que
obriga a remuneração, pelo que a atividade económica é a mesma.
- Os setores de atividade
Como já aprendeste na disciplina de História, nem sempre a atividade económica foi tal
como a conheces hoje, uma vez que ela evoluiu, ainda na Pré-História, de uma
economia de sobrevivência para uma económica agrícola, para se transformar numa
económica industrial aquando da Revolução Industrial. Mais tarde, já no século XX,
foi-se intensificando um processo a que se deu o nome de terciarização, até que, já no
século XXI, a económica assumiu a forma que hoje conheces em que coexistem
diferentes setores de atividade económica, sendo, por vezes, apelidada de economia de
serviços, pela grande importância que eles assumem.
Nos anos 40 do século XX, Colin Clark, um economista inglês, a partir do estudo da
evolução económica de mais de 30 países, concluiu que essa evolução se deve à
deslocação da mão de obra das atividades agrícolas para as industriais e depois para as
ligadas aos serviços, daí que tenha proposto uma divisão das atividades económicas em
três setores: o primário, o secundário e o terciário:
O setor primário era o das primeiras atividades económicas humanas
desenvolvidas: as ligadas à terra e ao mar;
O setor secundário era o das atividades transformadoras, ou seja, atividades
industriais;
O setor terciário era o das atividades de serviços.
Esta tentativa de sistematização foi bem acolhida por cientistas de várias especialidades,
de forma que é usada até hoje.
Depois de algumas mudanças e adaptações, atualmente, o âmbito de cada um dos
setores de atividade é o seguinte:
Setor primário: agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca;
Setor secundário: indústrias extrativas e transformadoras, eletricidade, gás,
vapor, água e ar, e ainda a construção;
Setor terciário: todos os serviços, nomeadamente, comércio, reparação de
veículos transportes e armazenagem, hotelaria e restauração, informação e
comunicação, finanças e seguros, imobiliário, educação, administração pública
e segurança, saúde e espetáculos.
29
Tendo cada vez uma maior importância, a terciarização nos países tem vindo a ocorrer
cada vez mais, sendo ela o processo de aumento crescente do peso do terceiro setor de
atividade da economia.
Mas por que razão, estás a pensar, se entende que um país onde o setor primário é o
mais importante é um país não desenvolvido e um país desenvolvido aquele em que
maior setor é o terciário?
Porque, na maior parte dos casos, trabalhar a terra ou no mar é sinónimo de poucas
competências, pouca formação, enquanto trabalhar nos serviços implica um alto grau de
formação, isto é, ter muitas competências.
Porém, atualmente, o nível de desenvolvimento de um país não se mede apenas pelo
desempenho económico, pois há outras dimensões consideradas tão ou mais
importantes. Estas novas dimensões são de carácter social e têm que ver com o acesso à
educação e aos cuidados de saúde e com a igualdade de oportunidades. O indicador
mais usado é o Índice de Desenvolvimento Humano.
30
Falávamos de produção e sabes já que ela não acontece sem a existência de alguns bens,
que, por isso mesmo, lhe são indispensáveis. Que bens ou elementos são esses? São os
chamados fatores de produção.
31
Tudo aquilo que a Natureza nos dá pode, como já sabes, ser renovável ou não
renovável. Diz-se que um recurso natural é renovável quando ele pode ser utilizado
regularmente, porque a Natureza tem a capacidade de repetidamente o gerar. É o caso
do ar, da luz, e do calor solar. Se a Natureza não tem a capacidade de regeneração de
um recurso, ele diz-se não renovável. É o caso do carvão, do petróleo e de todos os
recursos naturais finitos. Como sabes, é com estes que a Economia se preocupa, pois
são eles que sofrem do problema da escassez.
Infelizmente a biosfera tem mais recursos não renováveis do que recursos renováveis,
daí a necessidade de escolha permanente que deve ser feita da forma que já conheces.
- Taxa de atividade
- Taxa de desemprego
33
Taxa de desemprego = (População desempregada / População ativa) x 100%
Também no cálculo destas taxas de desemprego há que adequar as grandezas à
realidade que está a ser analisada. Se calcularmos o complementar da taxa de
desemprego, encontramos a taxa de emprego que nos diz qual a percentagem da
população ativa que está empregada.
Taxa de emprego = 1 – Taxa de desemprego
Taxa de emprego = (População empregada / População ativa) x 100%
- Tipos de desemprego
A palavra capital tem muitos significados. Excluindo aqueles que nada têm que ver com
economia, há pessoas que utilizam a palavra capital como sinónimo de dinheiro. Com
certeza já ouviste dizer que uma pessoa que tem muito dinheiro tem muito capital; até
lhe chamam capitalista.
34
Será que o dinheiro que uma pessoa ou os bens que ela tem são fator de produção? Não,
a este conjunto de elementos, dá-se o nome de património ou riqueza dessa pessoa.
Contudo, se esse património for usado na atividade produtiva, já é capital.
Então, o capital, ou património empresarial, resulta da aplicação da riqueza, ou
património particular da pessoa. Basta que ela decida aplicar a sua riqueza na
constituição de uma empresa. Nestas circunstâncias, quando alguém cria uma empresa e
diz que o seu capital é de um certo montante em euros, o que está a dizer é que o
património, a riqueza que foi aplicada, valia esse montante em euros.
De entre as várias noções de capital, quero chamar a tua atenção para três:
Capital natural – conjunto de recursos naturais, fundamental para a fabricação
de bens, pois quase tudo começa neles.
Capital humano – conjunto das aptidões humanas utilizadas no trabalho,
decorrentes dos conhecimentos e da experiência das pessoas. Como já sabes,
este capital é tão mais valioso quanto mais se investir na formação, académica e
não só, das pessoas.
Capital artificial – conjunto dos meios artificiais, aqueles que resultam da
combinação dos outros dois tipos de recursos, os naturais e os humanos. É aqui
que cabem todos os bens que resultam de um processo produtivo.
Capital financeiro – refere-se ao montante de fundos colocados à disposição de
uma empresa pelos seus sócios, quer seja no início da vida da empresa (capital
social), quer durante o desenrolar da sua atividade. Este pode ser divido em:
Capital próprio, os meios financeiros que pertencem aos proprietários da
unidade produtiva, e capital alheio, que são os meios financeiros que, embora
não pertençam à unidade produtiva, se encontram à sua disposição (ex: crédito
bancário).
Capital técnico – refere-se ao conjunto de bens de produção que possibilitam
que se produza bens e serviços. Este divide-se em: Capital circulante, bens que
são utilizados em apenas um processo produtivo visto que são incorporados no
produto ou são destruídos durante o processo (ex: farinha, água, sal, energia
elétrica utilizada no fabrico do pão), e capital fixo, o conjunto de bens que
apenas sofrem um desgaste no processo (bens de produção duradouros),
podendo, assim, ser utilizados em novos ciclos produtivos.
É da conjugação do capital com os recursos humanos que resulta o nível de
competitividade e de desenvolvimento de uma economia, pelo que, quanto maior for o
capital e mais qualificado for o fator trabalho, mais desenvolvida e competitiva é essa
economia.
Mas como deve ser feita a conjugação? Como precisam estes dois fatores de produção
de ser combinados para que a produção aconteça da forma que se deseja? Não te
esqueças de que os recursos naturais constituem o capital natural, por isso estão
incluídos no fator capital, daí que só falemos de dois fatores de produção.
35
Capítulo [3.4] – A combinação dos fatores de produção
Não haverá bens nem serviços se os fatores de produção não se combinarem num
processo a que damos o nome de processo produtivo. Como se pretende que ele
aconteça? Da melhor forma possível, isto é, qualquer empresa planeia conseguir uma
determinada quantidade de bens a partir da utilização de determinadas quantidades de
matérias, de trabalho e de equipamentos, e que os bens tenham um custo de produção
que permita um preço de venda que traga o lucro procurado.
Obviamente, o desejo é que a quantidade produzida seja máxima e que os consumos e
os custos de produção sejam mínimos. O que se deseja é a otimização da produção.
Para se conseguir este objetivo, é necessário analisar as várias combinações de capital e
trabalho e descobrir qual delas é a combinação ótima.
Já sabes que sem capital e sem trabalho não há produção, por isso podemos afirmar que
ela é função dos dois fatores de que temos vindo a falar. Se estamos perante uma
função, podemos recorrer à linguagem matemática.
P = f (t, k) P = Produção; t = Trabalho; k = Capital
Começamos por encontrar as várias combinações de capital e trabalho que permitem
encontrar a mesma quantidade de produto, combinações estas que podem ser
representadas graficamente através de uma curva a que se dá o nome de isoquanta e
que podes ver no gráfico 21.
Definição de isoquanta:
Linha formada por um conjunto de pontos representantes de todas as combinações
possíveis entre capital e trabalho, cuja quantidade de produção é de igual valor.
36
Quer a empresa opte pela combinação (t1, k1) quer pela combinação (t2, k2), a quantidade
produzida será a mesma. Mas qual será aquela que corresponde ao ponto ótimo da
produção, aquela que representa a eficiência económica?
A pergunta não tem apenas uma resposta, já que vai depender da possibilidade que a
empresa tem de alterar as quantidades usadas dos fatores de produção, isto é, imagina
que a nossa empresa está a produzir no ponto B e conclui que o ponto ótimo é o A. Terá
ela condições para despedir trabalhadores, aumentando simultaneamente a quantidade
de máquinas utilizadas?
A realidade mostra que há alterações que se fazem com alguma facilidade e que
produzem efeitos num prazo curto e há outras que são bem mais difíceis, que precisam
de tempo para serem feitas e que, por isso mesmo, só produzirão efeitos num prazo
longo.
Viste, então, que o tempo é muito importante nesta análise e entendes também que,
infelizmente, é mais fácil alterar a quantidade de trabalho usada na produção do que a
quantidade de capital, na vertente dos equipamentos cujos preços de aquisição são
muito elevados. O ponto ótimo da produção pode, então, ser encontrado no curto prazo
e no longo prazo, mas não no curtíssimo prazo.
Se procurarmos o ponto ótimo da produção num prazo não superior a um ano, o curto
prazo, estaremos condicionados pela circunstância de só podermos alterar um dos
fatores de produção – o trabalho ou o capital –, mas sabemos que o efeito de alteração
se vai sentir rapidamente.
Como encontrar o ponto ótimo procurado? Através de um indicador da eficiência da
produção a que se dá o nome da produtividade, que nada mais é do que uma relação
entre aquilo que se usa na produção e aquilo que dela se obtém.
37
Produtividade média = (Quantidade produzida / Quantidade usada do fator de
produção em causa)
Podemos tentar estabelecer esta relação entre a produção e os dois fatores utilizados e os
dois fatores utilizados e calcularemos a produtividade total, indicador sem grande
interesse por não permitir saber qual a relação entre o que se está a produzir e cada um
dos fatores usados, daí que relevante seja calcular a produtividade de cada um dos
fatores de produção, a chamada produtividade média.
Produtividade total = (Quantidade produzida / Quantidade usada dos fatores de
produção)
Qualquer um destes indicadores pode ser calculado em unidades físicas, em unidades
monetárias ou numa combinação de unidades físicas com unidades monetárias (exceto o
cálculo da produtividade total em unidades físicas, pois o trabalho e o capital são
medidos em unidades diferentes).
Supõe que a empresa Alfa teve, durante os passados meses de outubro e de novembro,
produções de 2500 unidades e 2600 unidades do produto X, respetivamente, que vende
a 100€ cada. A empresa emprega 20 trabalhadores que, em outubro ganhavam em
média, 1200€ cada um e, em novembro, foram aumentados para 1250€.
Se calcularmos as produtividades médias do trabalho de outubro e novembro,
encontraremos os seguintes valores:
Em unidades físicas
PMLout = (Quantidade produzidaout / Quantidade trabalhoout) = 2500 unid. / 20
trab. = 125 unid./trab.
PMLnov = 130 unid./trab.
O aumento da produção verificado em novembro, levou à melhoria da produtividade
média, que passou, em média, de 125 unidades para 130 unidades por trabalhador.
Em unidades monetárias
PMLout = (Valor da produçãoout / Valor do trabalhoout) = (2500 unid. x 100€) / (20
trab. X 1200€) = 10,42€
PMLnov = 10,4€
O aumento anterior desaparece quando a produtividade é calculada em termos
monetários, o que significa que, em outubro, em média, por cada euro aplicado em
trabalho se conseguiram 10,42€ em produto. Já em novembro, cada euro de trabalho
origina, em média, 10,4€ de produto.
Em unidades monetárias por unidades físicas
PMLout = (Valor da produçãoout / Quantidade trabalhoout) = (2500 unid. x 100€) /
20 trab. = 12.500 €/trab.
PMLnov = 13.000 €/trab.
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Esta junção de unidades mostra mais um aumento, já que, em outubro, cada trabalhador
fabricou, em média, produto avaliado em 12.500€, valor que aumento para 13.000€, em
novembro.
Em unidades físicas por unidades monetárias
PMLout = (Quantidade produzidaout / Valor do trabalhoout) = 2500 unid. / (20 trab.
x 1200€) = 0,10 unid./€
PMLnov = 0,104 unid./€
Tal como antes, esta junção de unidades mostra uma melhoria em novembro face a
outubro, pois cada euro aplicado em trabalho, em novembro, origina, em média, mais
0.04 unidades do que em outubro.
39
estáticas, o que não acontece com a produtividade marginal, que é uma noção dinâmica
que fornece informação sobre a variação na produção provocada por uma variação de
um fator produtivo, sendo o único destes indicadores que pode, até, assumir valores
negativos (caso o aumento unitário do valor provoque diminuições na produção).
Chegou o momento de te recordar que estamos à procura de descobrir o ponto ótimo da
produção, isto é, aquela combinação de trabalho e capital que permite mais resultados e
a utilização eficiente dos recursos das empresas.
A questão que se põe é: será que, no curto prazo, o aumento sucessivo do fator de
produção que está a variar, mantendo-se o outro constante, vai provocar aumentos
também sucessivos na produção?
Não, a partir de determinado ponto, apensar de a produção total normalmente aumentar,
a produtividade marginal do fator que está a variar começa a diminuir, o que significa
que já não vale a pena continuar a aumentá-lo.
Atenta no exemplo seguinte referente a uma fábrica de parafusos.
40
Podemos então afirmar que à combinação ótima dos fatores de produção corresponde
uma determinada quantidade do fator invariável, e à quantidade do fator variável
corresponde o máximo da produtividade marginal.
Se, no curto prazo, o ponto ótimo da produção é dado pela combinação ótima dos
fatores de produção e se, a partir deste, não vale a pena continuar a introduzir no
processo produtivo mais quantidade do fator variável, a não ser que o outro fator de
produção também possa ser alterado, se se pretender aumentar e melhorar a produção,
ter-se-á de avançar para uma análise de longo prazo. E desta feita, o ponto ótimo da
produção deverá ser encontrado por outra via, que não a da produtividade de um fator
de produção.
Agora, a questão é saber em que sentido se devem fazer variar os fatores de produção
para que cada unidade produzida tenha o custo mínimo. Mas será que um aumento nos
fatores de produção provoca uma alteração proporcional na produção sem aumentar os
custos dessa mesma produção?
Só calculando os custos médios da produção é possível responder a esta pergunta.
Afinal, o que é um custo? Um custo é o valor do elemento ou dos elementos que se têm
de sacrificar para se obter um bem.
Os custos que as empresas suportam podem ser de dois tipos: fixos e variáveis. Os fixos
são os que não variam com a produção ou com as vendas da empresa, por exemplo, as
rendas, o ordenado do guarda-noturno ou os juros dos empréstimos contraídos. Os
variáveis são os que variam com a produção ou com as vendas, nomeadamente, o custo
das matérias consumidas, o valor do trabalho, o consumo de água e de eletricidade, etc.
O custo de produção de um bem será a somatória dos custos fixos e dos custos variáveis
que a sua produção provocar.
Custos de produção = Custos fixos + Custos variáveis
Já sabes, com certa, como encontrar o custo médio da produção que procuramos!
CM = CT / Q CM = Custo médio; CT = Custo total; Q = Quantidade produzida
Acredito que também já constataste que este é um custo medio por unidade, e é este
custo unitário que nos vai permitir encontrar o ponto ótimo da produção no longo prazo.
Voltemos ao exemplo da fábrica de parafusos.
41
Repara nos seguintes aspetos:
Quando a empresa não produz, os seus custos fixos mantêm-se.
À medida que se vai aumentando a produção, os custos fixos mantêm-se, mas
os variáveis vão aumentando. Como sabes, quanto maior for a produção, mais
matérias se consomem e mais horas de trabalho se utilizam.
À medida que a produção foi aumentando, o custo unitário foi diminuindo, mas
houve um momento em que a situação se inverteu, isto é, em que o custo
unitário começou a aumentar. Esta situação aconteceria, na empresa do
exemplo, quando ela decidisse ultrapassar a produção de 100.000 parafusos.
Diz-se que há economias de escala quando um aumento dos fatores de produção
provoca alterações mais do que proporcionais na produção, ou seja, a produção aumenta
ao mesmo tempo que os custos unitários de produção diminuem. É o que acontece nesta
empresa quando a produção está entre os 80.000 e os 100.000 parafusos.
O que faz com assim seja? Muitas razões existem, mas a verdade é que todas vão dar ao
mesmo: aumento da eficiência da empresa!
Se a empresa se tornou mais eficiente, foi porque passou a aproveitar melhor os seus
recursos, por ter:
Apostado na formação da sua força de trabalho, aumentando-lhe a
especialização;
Melhorado a sua capacidade de planeamento, reduzindo o desperdício;
Adquirido maquinaria inovadora e mais produtiva;
Alterado os métodos de fabrico na sequência de atividades de I&D;
Melhorado o seu poder negocial junto de fornecedores, conseguindo assim
preços mais baixos;
Etc.
Estamos a dizer que, se uma empresa quer, por exemplo, aumentar a sua produção em
10%, deve aumentar os fatores produtivos em igual proporção? Não, pode não ser isso,
se conseguir aumentar a sua eficiência, isto é, se conseguir reduzir o desperdício de
matérias e se aproveitar mais a capacidade produtiva dos seus equipamentos e os
conhecimentos e a experiência dos trabalhadores. Em suma, se conseguir obter
económicas de escola, mas convém não esquecer que tudo isso necessita de tempo.
A partir do momento em que o custo médio da produção começa a aumentar, a empresa
deixa de ter economias de escala e passa a ter deseconomias de escala, normalmente
por razões ligadas à dimensão excessiva da empresa, que, por sua vez, provoca
ineficiências, muitas vezes resultantes de problemas de controlo das operações,
nomeadamente:
Desmotivação dos trabalhadores, que leva a baixas de produtividade;
Dificuldade de aquisição de equipamentos com a capacidade produtiva
desejada;
Dificuldade de tomada de decisões;
Dificuldade ou até falta de comunicação;
Etc.
42
No longo prazo, o ponto ótimo da produção toma o nome de dimensão ótima e é aquele
que corresponde ao custo unitário mínimo de produção, que, no nosso exemplo,
corresponde à produção de 100.000 parafusos.
Como já viste, são várias as medidas que podem e devem ser tomadas pelas empresas
para incrementarem os seus processos produtivos e, consequentemente as tuas
produções. Desde logo devem apostar na formação dos seus trabalhadores, na I&D e na
melhoria dos seus processos organizacionais. Se assim acontecer, a empresa torna-se
mais eficiente e, por esta via, melhora os seus rendimentos, uma vez que custos menores
permitem preços de venda que levam a lucros maiores.
Quando a variação da produção é maior do que a variação dos fatores produtivos, a
empresa tem economias de escala e os seus rendimentos dizem-se crescentes à escala;
se as variações da produção e dos fatores produtivos forem idênticas, a empresa não tem
economias nem deseconomias de escala, e os seus rendimentos dizem-se constantes à
escala; se a variação da produção for menor do que a dos fatores produtivos, a empresa
tem deseconomias de escala e os seus rendimentos dizem-se decrescentes à escala. A
isto chama-se a Lei das Economias de Escala.
Definição de mercado:
O mercado consiste no conjunto de pessoas (vendedores e compradores) interessados
em transacionar um determinado bem ou serviço. O mesmo não obriga a uma existência
física, ou seja, à existência de um espaço, onde as pessoas em causa (os interessados na
transação do bem/serviço), se encontram.
Existem, então, não um, mas vários mercados – tantos quantos os bens e os serviços
existentes.
43
O mercado tem uma grande importância, já que é nele que, através de negociações
(diretas ou indiretas), as partes interessadas- vendedores e compradores – estabelecem o
preço e a quantidade de bens a transacionar.
Mas como se estabelece este equilíbrio entre o preço e a quantidade a que o vendedor
pretende vender e o preço e a quantidade a que o comprador pretende comprar o bem ou
serviço em causa? Como sabes, estes intervenientes querem coisas opostas – o
vendedor quer vender a maior quantidade possível ao maior preço, e o vendedor quer
comprar a maior quantidade possível ao menor preço. Vê que estas vontades diferem no
preço, pois é ele que vai definir tudo.
O mecanismo do mercado:
Qualquer mercado tem, como já foi referido, partes com interesses contraditórios: os
compradores e os vendedores. Os compradores são os que estão interessados na
aquisição do bem ou serviço, são os que procuram; os vendedores são os que estão
interessados em encontrar quem queira adquirir o bem ou serviço que têm para vender,
são os que oferecem.
44
Capítulo [4.2] – A procura e a lei da procura
Definição de procura:
A procura é a intenção de compra de um bem ou serviço para consumo. Esta pode ser
representada pela letra D – demand, a palavra inglesa para procura.
45
Quais são as variáveis que irão influenciar esse comportamento? O preço e a quantidade
de produto disponível no mercado. Qual é a relação que se estabelece entre elas?
Mantendo-se tudo o resto constante:
À medida que o preço do bem aumenta, a quantidade procurada desse bem diminui;
À medida que o preço do bem diminui, a quantidade procurada desse bem aumenta.
Podes concluir que a procura é uma função em que a quantidade procurada de um bem
depende do preço desse mesmo bem, sendo a relação entre estas duas variáveis
proporcionalmente inversa, e o declive da função apresentada pelas mesmas
negativamente inclinado.
A lei da procura:
Mantendo-se tudo o resto constante, a quantidade procurada de um bem ou serviço varia
na razão inversa (ou inversamente proporcional) do preço desse bem ou serviço.
É, então, esta relação inversa que faz com que a curva da procura seja negativamente
inclinada.
A justificação desta lei apoia-se em duas razões:
Quando o preço de um bem sobe, um consumidor racional vai procurar um bem
substituto que satisfaça a mesma necessidade e cujo preço seja mais baixo. Isto designa-
se por efeito substituição;
Quando o preço de um bem sobe, o consumidor fica com menos rendimento disponível
para o adquirir, consumindo, assim, uma quantidade inferior do mesmo. Isto designa-se
por efeito rendimento.
É a partir da conjugação destes dois efeitos que podemos explicar o facto de, mantendo-
se tudo o resto constante, a quantidade procurada dos bens variar na razão inversa dos
seus preços.
NOTA: É com base no pressuposto de que se mantêm constantes todos os restantes
fatores que influenciam a procura que iremos trabalhar daqui para a frente.
As determinantes da procura:
Como sabes, o consumo pode ser influenciado por vários fatores (económicos e
extraeconómicos). Como é lógico, são os mesmos que vão influenciar a procura dos
bens e serviços.
As determinantes da procura são:
O preço dos bens;
Já vimos que quando o preço de um bem se altera, altera-se também a quantidade procurada.
Podemos então afirmar que alterações no preço do bem provocam deslocações ao longo da
curva da procura.
46
O preço de outros bens terá também impacto na quantidade procurada do nosso bem. Este
impacto poderá acontecer de acordo com a relação que se estabelece entre estes bens.
Se dois bens não têm qualquer relação de reciprocidade, então se o preço de um aumentar ou
baixar, não haverá qualquer alteração no preço do outro.
Já se o preço de um bem complementar ao nosso bem aumentar, a procura do nosso bem irá
diminuir, pois também diminuirá a procura do bem complementar ao nosso (Temos como
exemplo a venda de bilhetes de cinema e a compra de pipocas)
Se o preço de um bem substituto do nosso bem aumentar, a procura do nosso bem irá aumentar,
pois os clientes do bem substituto ao nosso bem irão deixar de consumir esse mesmo para
consumir o nosso bem, visto que o nosso preço se manteve, diminuindo assim a procura do bem
substituto ao nosso e aumentando a procura do nosso bem.
Podes concluir então que o efeito que um bem tem na procura de outro bem varia com o tipo
de relação que se estabelece entre eles, ou seja:
- Diminui a sua procura quando aumenta o preço do bem complementar e, inversamente,
aumenta quando diminui o preço do bem complementar;
- Aumenta a sua procura quando aumenta o preço do bem substituto e, inversamente, diminui
quando diminui o preço do bem substituto.
47
Quadro 1 – As alterações da linha da procura.
Definição de oferta:
A oferta é a intenção de venda de um bem ou serviço com o propósito de obtenção de
lucro. Esta pode ser representada pela letra S – supply, a palavra inglesa para oferta.
48
À medida que o preço do bem aumenta, a quantidade oferecida desse bem aumenta;
À medida que o preço do bem diminui, a quantidade oferecida desse bem diminui.
Podes concluir que a oferta é uma função em que a quantidade oferecida de um bem
depende do preço desse mesmo bem, sendo a relação entre estas duas variáveis
diretamente proporcional, e o declive da função apresentada pelas mesmas
positivamente inclinado.
A lei da oferta:
Mantendo-se tudo o resto constante, a quantidade oferecida de um bem ou serviço varia
na razão direta (ou diretamente proporcional) do preço desse bem ou serviço.
É, então, esta relação direta que faz com que a curva da oferta seja positivamente
inclinada.
As determinantes da oferta:
Tal como já foi demonstrado, o principal influenciador da quantidade oferecida num
mercado é o preço do bem. Mas, tal como ocorre com a procura, a mesma tem outros
fatores que influenciam o seu comportamento.
Se pensares do ponto de vista dum produtor, talvez poderás chegar à conclusão que os
custos de produção são um fator fundamental no comportamento da quantidade de
bem oferecido. Também poderás concluir que estes custos, serão influenciados pelo tipo
de tecnologia que a empresa utiliza no método de fabrico.
Talvez não tão obviamente, poderás também apontar a influência do preço dos bens
substitutos e complementares na quantidade oferecida.
As determinantes da procura são:
O preço dos bens;
Já foi visto que o preço de um bem é determinante da quantidade oferecida do mesmo. Como
podes calcular, tal como na procura, sempre que houver alteração no preço do bem, serão
provocadas deslocações ao longo da curva da oferta.
Como já foi referido, mudanças do preço do próprio bem apenas modificam o ponto da curva da
oferta em que os vendedores se colocariam. Porém, se pensarmos nos preços dos outros bens,
será que as alterações na oferta serão iguais? Não, pois alterações nos preços dos bens
complementares e nos preços dos bens substituíveis provocam alterações de curva da oferta. Por
exemplo:
Se o preço de um bem complementar ao nosso bem aumentar, a oferta do nosso bem irá
aumentar, pois também aumentará a oferta do bem complementar ao nosso (Temos como
exemplo a venda de verniz de unhas e da acetona)
Já se o preço de um bem substituto do nosso bem aumentar, a oferta do nosso bem irá diminuir,
pois os produtores do nosso bem irão deixar de produzi-lo para produzir o nosso bem
complementar, visto que o preço do nosso bem complementar aumentou e o do nosso bem
49
manteve-se, aumentando assim, a quantidade oferecida do nosso bem complementar e
diminuindo a quantidade oferecida do nosso bem.
Podes então concluir que a influencia do preço de um bem na oferta de outro bem varia com o
tipo de relação que se estabelece entre eles, então:
- Aumenta a sua oferta quando o preço do seu bem complementar aumentar e, inversamente,
diminui quando o preço do seu bem complementar diminuir;
- Diminui a sua oferta quando o preço do seu bem substituível aumentar e, inversamente,
aumenta quando o preço do seu bem substituível diminuir.
A inovação tecnológica.
A evolução ou inovação tecnológica traz às empresas melhores possibilidades de
sustentabilidade, acabando, na maior parte das vezes, em reduções dos custos de fabrico e
aumentos de produção. Logo, podemos admitir que:
- Quão maior for a inovação tecnológica, maior será a quantidade oferecida ao mesmo custo,
ocorrendo, assim, uma deslocação da curva da oferta para a direita.
Devido à probabilidade de a inovação tecnológica diminuir, sendo esta quase surreal, em
economia admite-se essa hipótese como muito remota. Daí não identificarmos os efeitos dessa
dita diminuição na curva da oferta.
Como podes calcular, a oferta tem muitos outros determinantes para além dos referidos,
embora sejam os mais importantes a ter em conta.
50
Quadro 2 – As alterações na linha da oferta.
Excesso de procura:
Ocorrência possível num mercado, em que a quantidade procurada a um determinado
preço é superior à quantidade oferecida a esse mesmo preço. Este acontecimento leva a
um aumento do preço do bem, até que seja encontrado um ponto de equilíbrio.
Excesso de oferta:
51
Ocorrência possível num mercado, em que a quantidade oferecida a um preço é superior
à quantidade procurada a esse mesmo preço. Este acontecimento leva a uma diminuição
do preço do bem, até que seja encontrado um ponto de equilíbrio
52
Mercados de concorrência perfeita:
Este tipo de mercado goza de um leque de características que faz com que o que
estudámos anteriormente nesta unidade seja possível. Ou seja, o facto de o ponto de
equilíbrio ser encontrado meramente através da lei da procura e da oferta só acontece
quando nos encontramos num mercado de concorrência perfeita.
As diferentes características de que o Mercado de concorrência perfeita goza, são:
1- Liberdade de entrada e saída do mercado: Isto significa que,
independentemente do seu tamanho, uma empresa pode facilmente entrar ou sair
deste mercado. O mesmo acontece, pois, este mercado baseia-se na ideia da livre
concorrência, ou seja, ninguém impõe entraves a ninguém, nem mesmo o estado
ou qualquer entidade que lhe seja estranha.
2- Atomicidade ou atomismo: Neste mercado, existe um grande número de
pequenos vendedores e, simultaneamente, um grande número de compradores,
não conseguindo nenhum deles influenciar o preço pelo qual o bem é
transacionado (preço de equilíbrio). O mesmo dá-se, principalmente devido à
pequena dimensão de ambos vendedores e compradores, que impede, assim,
qualquer influência significativa sobre o mercado.
3- Transparência: Ninguém tem informações privilegiadas. Ou seja, todas as
informações sobre o mercado (nomeadamente, preços, qualidade dos bens,
lucros, etc.) são conhecidas por todos os intervenientes.
4- Mobilidade dos fatores de produção: Os fatores de produção, o capital e o
trabalho, são facilmente transferidos para unidades de produção ou setores de
atividade onde sejam mais rentáveis.
5- Homogeneidade dos produtos: Os bens transacionados são substitutos
perfeitos, daí que seja indiferente aos consumidores consumirem um ou outro.
Já viste, com certeza, o quão irreal algumas destas características podem ser. A verdade
é que o modelo em que se apoia a lei da procura e da oferta e, consequentemente, o
mecanismo de mercado, tem na sua origem um mercado de concorrência perfeita. Este
tipo de mercado não existe na realidade, falhando em quase todas as características
acima referidas.
53
Quadro 4 – O mercado de concorrência perfeita.
Oligopólio;
À semelhança do monopólio, neste mercado há um pequeno número de grandes empresas (2-
15), que comercializam bens que são substitutos para a maior parte das pessoas. Tendo em conta
o pequeno número de empresas, estas têm o poder de influenciar o preço do bem, embora nunca
com tanta intensidade como o mercado acima referido. Simultaneamente, entrar neste tipo de
mercado é difícil, dada a dimensão e a influência das empresas já existentes.
Concorrência monopolística
Este é o tipo de mercado mais próximo da maioria dos mercados, uma vez que no mesmo existe
uma grande quantidade de vendedores de tamanhos variados, acompanhados de uma grande
quantidade de compradores, onde existe livre entrada e saída do mercado.
Neste tipo de mercado os bens comercializados podem ser diferenciados ou substitutos
imperfeitos.
54
Unidade [5] – Moeda e inflação
55
Esquema 1 – A evolução da moeda.
56
Capítulo [5.3] – O preço dos bens
57
Se o vendedor for o produtor do bem, o preço de custo será o custo de produção do
mesmo. Embora, se o vendedor for um comerciante, o preço de custo será o custo de
aquisição do bem cobrado pelos produtores.
O lucro consiste na remuneração do capital investido numa determinada empresa. O
mesmo pode ser um valor definido ou uma percentagem estabelecida (daí que também
lhe chamem de margem de lucro ou margem de comercialização).
O preço de um determinado bem não está dependente apenas dos seus preços de custo e
da margem de lucro dos vendedores. Este também é influenciado pela procura e pela
oferta, que, como viste anteriormente, por sua vez são também influenciados pelos seus
próprios determinantes. O preço a que um bem é comercializado é também influenciado
por estes fatores, contudo, aqueles que agora referimos têm uma importância acrescida,
sendo eles:
O preço de custo;
A utilidade;
O número de compradores e vendedores do mercado;
A margem de lucro dos vendedores e de todos os intervenientes incluídos no
processo.
Definição de inflação:
A inflação é a subida generalizada, sustentada e contínua do nível médio de preços de
um país.
Definição de deflação:
A deflação é a descida generalizada, sustentada e contínua do nível médio de preços de
um país.
58
Quando há inflação, os preços da generalidade dos bens aumentam, pelo que, para
comprar um ou vários, será necessário utilizar maior quantidade de moeda. Ou seja,
com a mesma quantidade de moeda, adquire-se uma menor quantidade de bens do que
se adquiria antes da subida de preços. Logo, a inflação leva à perda de valor da moeda.
Os tipos de salário:
À quantidade de moeda que um trabalhador ganha, dá-se o nome de salário nominal. É
com este que as famílias prestam as suas despesas mensais.
À capacidade de aquisição de bens de um salário, dá-se o nome de salário real. Este
mede a quantidade de bens ou serviços em euros que um trabalhar pode comprar com o
seu salário nominal. O mesmo pode ser calculado através da seguinte fórmula:
59
Capítulo [5.5] – A medida da inflação
Como é que podemos saber o valor da variação generalizada dos preços, se cada um
deles varia de forma diferente? Ou seja, como é que sabemos o valor da inflação?
Usando o Índice de Preços do Consumidor (IPC), que se define como sendo a medida
da inflação. O que este índice faz é medir a variação percentual do nível de preços entre
dois momentos de tempo diferentes. Assim, podemos ter IPC mensais, semestrais,
trimestrais, anuais, ou de qualquer outro período de tempo, o que depois permitirá o
cálculo da taxa de inflação de igual periodicidade.
60
Taxa de inflaçãon = (IPCn – IPCn-1 / IPCn-1) x 100%
Ou então:
IPCn = 100% + Inflação
Que é o mesmo que ter
Inflação = IPCn – 100%
Definição de desinflação:
Já vimos a definição da inflação e da deflação, mas o que é a desinflação? Esta consiste
em um período de tempo em que, apesar dos preços do cabaz aumentarem relativamente
ao ano-base, o ritmo deste acréscimo é mais baixo do que ao do ano anterior. Ou seja, é
um período de tempo em que a inflação de um determinado país encontra-se a
desacelerar.
61
Quando um determinado indivíduo aplica a sua função de trabalho como agente
económico família, e é remunerado pelo mesmo, essa chamasse remuneração do
trabalho.
Quando um indivíduo tem uma empresa e/ou é acionista na mesma, obtém uma parte
dos lucros obtidos. Estes podem ser adquiridos através do arrendamento, financiamento,
investimento, etc. A este acréscimo dos rendimentos dá-se o nome de remuneração do
capital.
Definição de rendas:
As rendas são a remuneração da cedência a terceiros de equipamentos próprios
(principalmente edifícios e terrenos, mas também maquinaria, patentes, etc.)
Definição de juros:
Os juros são a remuneração dos empréstimos concedidos a terceiros, ou seja, o preço do
dinheiro emprestado.
Definição de lucro:
Os lucros são a remuneração da iniciativa de criar uma empresa ou de nela investir a sua
riqueza.
62
A distribuição pessoal dos rendimentos:
Esta diferença de rendimento entre os trabalhadores leva-nos a pensar como estará o
rendimento repartido entre as pessoas ou entre as famílias. Será que todas têm
rendimentos idênticos ou haverá grandes desigualdades?
A forma como o rendimento é repartido entre as diferentes pessoas toma o nome de
distribuição pessoal do rendimento, e, infelizmente, a resposta à pergunta é sim, há
muitas desigualdades a este nível e elas devem-se a diversos fatores, como: as
habilitações académicas do trabalhador, as suas habilitações profissionais, a antiguidade
no posto de trabalho, o tipo de tarefa que realiza, as capacidades intelectuais e físicas do
trabalhador, o género, entre outros.
Basta que prestes atenção ao mundo à tua volta para veres que há diferenças nos
rendimentos das famílias, senão como se explicariam os sinais exteriores de riqueza de
apenas alguns?
Os indicadores de desigualdades:
Muitos e variados são os indicadores das desigualdades na repartição pessoal dos
rendimentos.
O limiar da pobreza
O limiar da pobreza é o valor do rendimento abaixo do qual se considera que alguém é
pobre. Por definição da comissão Europeia, este limiar corresponde a 60% do
rendimento por cidadão equivalente do país.
O conceito de rendimento por cidadão ou adulto equivalente resulta da utilização de
uma escala, que atribui o peso 1 ao primeiro adulto de um agregado familiar, o peso 0,5
a cada um dos restantes adultos e o peso 0,3 a cada criança do mesmo agregado. Esta
modificação visa ter em conta as diferenças na dimensão e composição das diferentes
famílias de um país.
O valor do limiar da pobreza tem vindo a aumentar, como podes ver no gráfico 6.
63
O risco de pobreza
Diretamente relacionado com o limiar da pobreza está o risco da pobreza, indicador que
mede a percentagem de pessoas com rendimentos inferiores ao mesmo.
Este risco pode ser medido antes ou depois das transferências sociais, entendendo-se,
como tal, os valores monetários dados pelo Estado àqueles que, por vulnerabilidade
pontual ou duradoura, deles necessitam para ter uma vida minimamente digna. Ou seja,
os subsídios de prevenção ao risco de pobreza. Estamos a falar por exemplo, do:
- Subsídio de desemprego;
- Abono de família;
- Subsídio de doença
- etc.
Rácio S80/S20
Segundo o INE, este é “um indicador de desigualdade na distribuição do rendimento,
definido como o rácio entre a proporção do rendimento total recebido pelos 20% da
população com maiores rendimentos e aparte do rendimento auferido pelos 20% de
menores rendimentos.”
Em termos simples, o que este indicador nos diz é quantas vezes o rendimento dos 20%
mais ricos é superior ao rendimento dos 20% mais pobres.
Rácio S90/S10
A exemplo do indicador anterior, este rácio representa a razão entre a parte do
rendimento total recebido pelos 10% da população com maiores rendimentos e a parte
dos rendimentos auferido aos 10% da população de menores rendimentos, ou seja, este
indicador diz-nos quantas vezes o rendimento dos 10% mais ricos é superior ao
rendimento dos 10% mais pobres.
Apesar de não ser muito usado, uma vez que é um pouco redundante face ao S80/S20, é
possível encontrar informação estatística que confirma a desigualdade existente em
Portugal e a nossa posição relativa na Europa e até no mundo a utilizar este indicador.
64
A curva de Lorenz
A curva de Lorenz é a representação gráfica da relação que se estabelece entre a
distribuição cumulativa da população e a função cumulativa da proporção do
rendimento total, dizendo qual a parte do rendimento total detida por determinada
percentagem da população mais pobre. É, então, uma medida da concentração dos
rendimentos.
A figura 1 ajuda a entender como esta curva deve ser interpretada.
65
todo o rendimento é auferido por apenas um indivíduo, valores que, obviamente, não
acontecem na realidade.
O rendimento per capita
Este indicador mede o nível de qualidade de vida de um povo, ao dizer-nos qual o
rendimento médio de cada pessoa da população. O mesmo calcula-se através da
seguinte fórmula:
Rendimento per capita = Rendimento nacional / População total
No contexto da EU o rendimento per capita português está não só entre os mais
baixos como abaixo das médias, não só da EU 27 mas também da zona euro,
havendo diferenças substanciais (lideradas pelo Luxemburgo), que contribuem
para que alguns questionem o objetivo da coesão económica e social da união.
66
Satisfazer as necessidades coletivas (educação, saúde, segurança, etc.) e até algumas
necessidades individuais (alimentação nas cantinas da escola) e, simultaneamente,
conceder os apoios sociais de que temos vindo a falar faz com que o estado tenha
despesas – são as despesas públicas – que só poderão acontecer se ele conseguir
arrecadar receitas, as receitas públicas. Várias são as fontes de receita do Estado, mas
de entre elas destacam-se as de origem fiscal ou tributária, ou seja, os impostos.
67
Para calcular este RDP, há apenas que somar aos rendimentos primários os rendimentos
secundários e retirar-lhes os impostos e as contribuições, tal como mostra a seguinte
fórmula:
RDP = Rendimentos primários + Rendimentos secundários – impostos e contribuições.
Porém, podemos pormenorizar esta fórmula, substituindo cada parcela segundo membro
pelos elementos que lhe pertencem, para obtermos a fórmula 2:
RDP = Rendimentos do trabalho + Rendimentos de propriedade e empresa +
Transferências correntes – Impostos diretos e contribuições sociais.
A entidade do Estado também tem os seus rendimentos. Estas são as diferentes receitas
do estado:
Patrimoniais – Correspondem às entradas de dinheiro relativas ao arrendamento
de bens imóveis do Estado.
Tributárias ou Coativas – são os impostos (diretos, como o IRS, e indiretos,
como o IVA), as taxas (montantes pagos ao Estado para a obtenção de uma
determinada vantagem como, por exemplo, a ocupação de um estacionamento
público devido a obras privadas) e as multas.
Creditícias – São obtidas recorrendo ao financiamento para cobrir as despesas
públicas.
68
Unidade [7] – Utilização dos rendimentos
A fórmula do RDP:
O cálculo do rendimento disponível dos particulares dá-se através da seguinte fórmula:
RDP = Consumo + Poupança
69
Mas as pessoas também poupam por outros motivos, por exemplo, porque querem
consumir um bem mais caro, ou seja, querem fazer aquisições futuras. Também se pode
poupar para fazer aplicações financeiras, como criar uma empresa, adquirir títulos no
mercado bolsista ou simplesmente fazer depósitos nos bancos.
Como poderás ter notado, todas as opções apresentadas têm subjacente a ideia de futuro.
Ou seja, a poupança não constitui rendimento que nunca será gasto, é apenas
rendimento não gasto no presente, mas sim no futuro. Podemos então dizer que o tempo
é um fator importantíssimo a ter em conta no momento em que as decisões de utilização
do rendimento são tomadas: gastar agora ou futuramente?
70
de empréstimos concedidos. Assim sendo, o investimento é feito de bens de capital, isto
é, bens que reforçam a capacidade produtiva das empresas.
Do investimento podem resultar lucros (se a aplicação permitir adquirir o estatuto de
proprietário ou sócio da empresa), rendas (se a aplicação for em bens para arrendamento
ou aluguer) e até juros (se a aplicação for no financiamento de empresas).
A terceira e última aplicação possível da poupança é a criação de depósitos, ou seja, a
entrega do dinheiro poupado a instituições financeiras, normalmente bancos, que o
guardam nas condições que forem negociadas entre as partes. Podem criar-se depósitos
de vários tipos, mas sendo os dois mais conhecidos os depósitos à ordem (em qualquer
momento, podem ser movimentados tanto na entrada como na saída – ou seja, a
qualquer momento podemos reforçar o depósito ou levantar o mesmo), que atualmente
não rendem nada, ou depósitos a prazo (onde só devem ser movimentados na saída,
quando terminar o prazo estabelecido, razão pela qual rendem juros). É a partir deste
segundo tipo de depósito que os bancos obtêm lucro, aplicando taxas de juro de
empréstimo superiores às taxas de juro de retorno.
A formação de capital:
O investimento de que temos vindo a falar permite a criação do fator produtivo capital.
Quando este é feito pelas unidades produtivas nos chamados bens de produção (meios
de produção ou objetos de produção), diz-se que é feito em capital técnico ou em
formação bruta de capital, que, por sua vez, podem ser decompostos em:
Capital fixo ou formação bruta de capital fixo (FBCF), que nada mais é do que
o conjunto de bens de equipamento (meios de produção);
Capital circulante, que é composto pelos bens de consumo intermédio (objetos
de produção). Estamos a falar de matérias-primas e de matérias subsidiárias, de
produtos acabados e em vias de fabrico. Portando, o capital circulante é igual à
variação de existências (ΔExist.).
71
no início do período. Portanto, a variação de existências pode ser calculada através da
seguinte fórmula:
ΔExist. = Ef – Ei, sendo Ef as existências finais e Ei as existências iniciais.
Quanto maior for o investimento ou formação bruta de capital, maior será a
probabilidade de a atividade económica crescer, uma vez que maior será a capacidade
de produção futura; e se o investimento depende da poupança, então quanto maior for a
poupança investida, melhor será o futuro económico do país.
O investimento estrangeiro:
Em Portugal, como em qualquer outro país, o investimento pode ser feito pelos
nacionais ou pelos estrangeiros, residentes ou não residentes.
Se o investimento for feito pelos nacionais ou pelos estrangeiros residentes, diz-se o
investimento é nacional ou interno; se o investimento for feito por estrangeiros não
residentes, diz-se que o investimento é estrangeiro ou externo.
Se o investimento for para a criação de empresas ou compra, total ou parcial, de
empresas já existentes, passando o investidor a participar na gestão da entidade, a este
investimento dá-se o nome de investimento direto, mas se, pelo contrário, for feito sem
intenção de intervenção direta no desenvolvimento da atividade produtiva, portanto
feito através da concessão de empréstimos ou financiamentos de longo prazo, toma o
nome de investimento indireto.
73
O esquema 4 resume a totalidade do que foi anteriormente referido.
74
Capítulo [7.3] – O financiamento da atividade económica
Não é possível investir se não houver dinheiro, dinheiro esse que pode ser próprio ou
alheio. Se o capital que vai ser investido for próprio, diz-se que o financiamento é
interno, e, quando o capital é alheio, diz-se que o financiamento é externo.
Se as fontes de financiamento forem externas, poderão ser de natureza direta ou
indireta. Se o financiamento externo for direto, o dinheiro é conseguido nos mercados
de capitais, através da venda de títulos emitidos pelas empresas, nomeadamente de
ações e obrigações. Se o financiamento externo for indireto, o dinheiro foi conseguido
através da contratação de empréstimos bancários, que nada mais são do que atos de
concessão de crédito por parte de uma entidade bancária que vai, logicamente, querer
ser paga pela disponibilização de dinheiro alheio exigindo o que já sabes – o juro.
Os mercados de capitais de que acima se fala, também conhecidos como mercados de
títulos, na verdade estão organizados em dois mercados: o mercado primário e o
mercado secundário. O mercado primário é aquele em que as empresas põem, pela
primeira vez, à venda os títulos que emitem (ações, obrigações, etc). Posteriormente, os
compradores deste mercado primário podem transacionar no mercado secundário os
títulos adquiridos no mercado primário. O mercado secundário é mais conhecido por
mercado bolsista ou Bolsa de Valores.
São várias as instituições que concedem crédito. Umas concedem-no a partir da recolha
de poupanças sob a forma de depósitos – são os bancos – e outras concedem-no sem
prévia captação destas poupanças, nomeadamente as empresas de locação financeira, as
empresas de factoring, as empresas de capital de risco e as empresas de corretagem.
Mas de entre todas estas instituições financeiras há um tipo que tem a capacidade de
gerar moeda escritural: são os bancos
Os bancos são, como sabes, instituições que visam o lucro através da realização de dois
tipos de operações: as operações passivas e as operações ativas.
Através das operações passivas captam as poupanças de particulares, empresas e
demais organizações que neles constituem contas de depósito (à ordem, a prazo ou de
outros tipos), para depois aplicarem esses montantes, por sua conta e risco, na concessão
75
de crédito. São as operações de concessão de crédito que constituem as operações
ativas.
Quando acontece uma destas operações ativas, o banco deposita na conta à ordem do
seu cliente (devedor do empréstimo) o montante que foi acordado. A partir daqui o
cliente pode usar o dinheiro da forma pretendida aquando do pedido de crédito, dando
sempre ordem ou ordens de transferência desse montante para as contas das
organizações a quem tem de fazer pagamentos.
Supõe que a Maria de Lurdes deposita no banco A, aprazo de 1 ano, os 10.000€ que
recebeu como prenda dos avós. Logo de seguida, o Carlos contrai, nesse mesmo banco,
um empréstimo de 8000€ para comprar um automóvel. O banco transfere 8000 dos
10.000€ da Maria de Lurdes para a conta do Carlos. Já aumentou a quantidade de
moeda disponível para gastos, pois ela é agora de 18.000€, 10.000 da Lurdes e 8000 do
Carlos. Supõe que, na verdade, o carro só custava 6000€, pelo que o Carlos dá ordem de
transferência dessa quantia para a conta do stand e usa os 2000 restantes para fazer
umas férias no Algarve.
Logicamente, todas estas entidades, o stand, o hotel, as gasolineiras e os restaurantes,
vão depositar estes montantes em bancos que podem não ser o banco A. Supõe que os
depósitos foram feitos nos bancos B e C e que o banco B usou 1000€ do hotel para
conceder um empréstimo à sociedade Gama.
Tudo começou com os 10.000€ da Maria de Lurdes, e, neste momento, qual é o valor
existente na economia? Assumindo que o Carlos foi o único a já ter usado o dinheiro, na
economia circula o montante de 19.000€, como podes comprovar através do seguinte
quadro.
Obviamente, muitas destas operações vão, num espaço de tempo mais ou menos curto,
dar origem a outras de sinal contrário, já que os empréstimos têm de ser reembolsados, e
aí todo este mecanismo de criação de moeda é anulado. Mas sendo verdade que o
mecanismo é, em termos individuais, temporário, também é verdade que, em termos
globais, acaba por ser permanente dado o elevado número de operações similares que
ocorrem na economia.
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É também importante referir que os bancos não podem usar para operações ativas todo o
dinheiro que recebem sob a forma de depósitos, pois quem deposita também levanta, e
há que ter liquidez para satisfazer esses pedidos. É por isso que todos os bancos na área
do euro têm o dever de constituir reservas junto do banco central do seu país, entre nós
o Banco de Portugal, que nada mais são do que montantes monetários que não podem
ser usados para a concessão do crédito. Há reservas de vários tipos, nomeadamente as
reservas obrigatórias e as voluntárias, mas as mais conhecidas são as reservas mínimas
obrigatórias impostas pelo Banco Central Europeu, que, desde 2016, assumem o
montante de 1% dos valores depositados em cada banco.
Podes concluir que o objetivo destas reservas é o de credibilizar o sistema financeiro
garantindo que os bancos conseguem honrar os compromissos que têm para com os seus
depositantes.
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Unidade [8] – Os agentes económicos e circuito económico
- Fluxos reais
Por outras palavras, a produção de bens exige trabalho e capital (fluxos reais) e origina
produtos e serviços (fluxos reais).
Estes fluxos têm uma escassa utilidade devido à impossibilidade de se poder proceder a
qualquer comparação entre eles, visto que não se encontram expressos numa mesma
unidade.
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- Fluxos monetários
Se, por outro lado, os fluxos estiverem na mesma unidade de medida, já é possível
compará-los. Assim, se atribuirmos valores, por exemplo, a cada hora de trabalho
disponibilizado pelas famílias a uma Empresa não Financeira, e a cada bem vendido
pelas mesmas às famílias, já teremos uma forma de comparar os diferentes fluxos.
Deste modo, podem converter-se fluxos reais em fluxos monetários, adotando-se como
unidade a moeda.
Esta prática de monetarização dos fluxos reais tem sido universalmente utilizada, pelo
que iremos passar a usar, exclusivamente, os fluxos monetários.
Contudo, como os fluxos entre os diversos agentes são múltiplos e diversos, será
impossível referirmo-nos a cada um deles, pelo que iremos concentrar-nos apenas nos
mais significativos
- O circuito económico
Visando uma mais fácil compreensão do significado dos fluxos que se estabelecem
entre os agentes económicos, é possível proceder à sua representação gráfica num
esquema que designamos por circuito económico. Este corresponde a uma forma
simplificada de representação da atividade económica de uma região ou país.
Já vimos atrás que no circuito económico são representadas as relações económicas que
se estabelecem entre os vários intervenientes na atividade económica: Famílias,
79
Empresas não Financeiras, Instituições Financeiras, Estado e Resto do Mundo. Dessas
relações, iremos apresentar as mais representativas.
Já vimos atrás que no circuito económico são representadas as relações económicas que
se estabelecem entre os vários intervenientes na atividade económica: Famílias,
Empresas não Financeiras, Instituições Financeiras, Estado e Resto do Mundo. Dessas
relações, iremos apresentar as mais representativas.
As Famílias e o Estado
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O Estado tem como principal função a satisfação das necessidades coletivas, precisando
de obter meios financeiros que sirvam de suporte às atividades que tem de desenvolver.
Estes meios conseguem-se, principalmente, através dos impostos, que incidem, direta ou
indiretamente, sobre os restantes agentes económicos.
Ao analisarmos as relações entre Famílias e o Estado que deram origem à
movimentação de valores monetários, temos de registar:
Os fluxos recebidos pelas Famílias, relativos aos vencimentos pagos aos
funcionários públicos e aos subsídios concedidos (pensões, abonos de família,
etc.);
O fluxo entregue pelas Famílias, que respeita aos impostos e às contribuições
para a Segurança Social.
Acabámos de analisar as principais relações que o agente económico Famílias
estabelece com os restantes agentes.
Vamos analisar agora as relações mais importantes que as Empresas não Financeiras
estabelecem com as instituições Financeiras e com o Estado.
No que respeita aos contactos entre as Empresas não Financeiras com as Instituições
Financeira, temos também de registar fluxos monetários nos dois sentidos. Assim:
As Empresas não Financeiras recebem das Instituições Financeiras fluxos
monetários relativos a investimentos, juros dos depósitos, empréstimos pedidos
e indemnizações pelos valores segurados;
As Empresas não Financeiras entregam depósitos às Instituições Financeiras,
assim como os juros e os valores correspondentes à amortização de
empréstimos, lucros e prémios de seguros.
As Empresas não Financeiras e o Estado
81
subsídios concedidos à produção de bens e serviços considerados essenciais e
que, por isso, devem ser acessíveis a toda a população;
As Empresas não Financeiras entregam meios financeiros ao Estado, sob a
forma de impostos e de contribuições para a Segurança Social.
Até agora, referimo-nos apenas aos fluxos que se estabelecem entre os agentes
económicos internos, isto é, considerámos as relações existentes em economias
fechadas, espaços em que não se estabelecem quaisquer relações o Resto do Mundo.
Todavia, este modelo de economia revela-se desfasado da realidade, conhecidas que são
as relações cada vez mais estreitas que se estabelecem entre as economias dos diferentes
países e a globalização atual. Teremos, pois, de completar o circuito com os fluxos
monetários que se estabelecem com o Resto do Mundo, construindo, assim, um circuito
de fluxos monetários num modelo de economia aberta.
82
Embora as famílias e o Estado mantenham contactos mais ou menos importantes com o
Resto do Mundo, considera-se que a generalidade das trocas é feita por intermédio das
Empresas não Financeiras:
As Empresas não Financeiras recebem um fluxo monetário do Resto do
Mundo, correspondente ao valor das importações realizadas;
As Empresas não Financeiras entregam ao Resto do Mundo um fluxo
monetário, correspondente ao valor das importações realizadas.
- O equilíbrio macroeconómico
83
fluxos monetários desses recursos e empregos, obteremos o valor do produto, do
rendimento do país e dos seus empregos – a despesa.
Definição de recursos:
Fluxos que correspondem a entradas de dinheiro, em fluxos monetários, ou de bens e
serviços, em fluxos reais; recebimentos.
Definição de empregos:
Fluxos que correspondem a saídas de dinheiro, em fluxos monetários, ou de bens e
serviços, em fluxos reais; pagamentos.
84
Para tal, constrói-se um quadro com duas colunas (o “T”), servindo a da esquerda, para
registar os valores monetários correspondentes às despesas, chamada Empregos, e a da
direita para registar os valores monetários correspondentes às receitas das famílias,
chamada Recursos.
Da análise da conta “Famílias” verificamos a existência de equilíbrio económico se
houver igualdade entre os recursos e os empregos da mesma.
Da mesma forma que construímos uma conta para as Famílias, podemos elaborar uma
conta semelhante para cada agente económico. O conjunto das contas dos diversos
agentes económicos constitui um sistema de contas.
Importa ter sempre presente que os valores monetários que saem de um agente
(empregos) entram, obrigatoriamente, noutro (recursos).
Verificamos assim que os empregos de um agente são os recursos de outro, havendo
equilíbrio no conjunto da economia, ou seja, igualdade entre recursos e empregos.
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