DISCIPLINA PROFESSOR

TRÊS

ÍNDICE
Aul
Conteúdo Página
a
01 A Descoberta do Novo Mundo
O Brasil Pré-Colonial e o Início da
02
Colonização
03 Etnias e Escravidão
Economia Colonial e
04
Invasões Estrangeiras
05 O Processo de Independência do Brasil

06 O Primeiro Reinado

07 Período Regencial

08 Segundo Reinado – Política e Economia

09 Segundo Reinado – A Crise do Império

10 República da Espada
República Oligárquica – Política e
11
Economia
República Oligárquica - Revoltas na
12
República Velha

Sem saber que era impossível, ele foi lá e fez!

Aula 01
A DESCOBERTA DO NOVO
MUNDO
(1500-1822)
EXPANSÃO MARÍTIMA
E COMERCIAL DA EUROPA
E A DESCOBERTA DO NOVO MUNDO
A expansão marítima e comercial da Europa e a
“descoberta” do Novo Mundo foram resultados das
transformações ocorridas na Europa durante os
séculos XIV-XV. Estas mudanças são características da
Modernidade e definem o período conhecido como
Idade Moderna (séc. XV-XVIII).
Características da “modernidade”:
POLÍTICA:
 Centralização do poder no monarca
 Formação das monarquias nacionais
 Estado Nacional Moderno (Absolutismo)
ECONOMIA:
 Surgimento do capitalismo
 Mercantilismo ou Capitalismo Comercial
 Expansão marítima e comercial da Europa
SOCIEDADE:
 Expansão do comércio
 crescente importância social da burguesia
 conflitos com a nobreza (privilégios) e com os
camponeses (exploração)
CULTURA: Renascimento
RELIGIÃO: Reforma Protestante
O desenvolvimento do capitalismo está
associado à expansão marítima e comercial da Europa
ocorrida nos séculos XV e XVI. Dessa expansão,
resultaram o descobrimento de novas rotas marítimas
para o comércio com o Oriente e o “descobrimento” e
conquista da América.
Diversos fatores econômicos contribuíram para a
expansão marítima e comercial européia:
 a busca de um novo caminho para o Oriente;
 a necessidade de novos mercados;
 a falta de metais preciosos;
 a formação dos Estados Modernos.
É necessário entender estas demandas como
pertencentes à política econômica do Estado Moderno,
que é conhecida como Mercantilismo ou Capitalismo
Comercial.
Mercantilismo ou Capitalismo Comercial: conjunto
de práticas e teorias econômicas adotadas pelas
monarquias absolutistas durante o período da Idade

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1498 Vasco da Gama atinge a cidade de Calicute,
Moderna, onde o comércio é a principal fonte de nas Índias, objetivo perseguido durante um
geração de riquezas para os Estados europeus.
século
1500 Pedro Álvares Cabral atinge o Brasil.
Principais características do
Na África, Portugal estabeleceu feitorias
mercantilismo: (postos fortificados de comércio) onde captava ouro,
 intervenção do Estado na economia; marfim, pimenta e escravos. No Brasil, primeiramente,
 metalismo: a riqueza de um Estado é a economia principal foi o pau-brasil, seguido da cana-
medida pela quantidade de metais preciosos de-açúcar e da mineração.
que possuía;
 balança comercial favorável: o número de
exportações deve ser superior ao de
importações;
 protecionismo: incentivo do governo para
que a balança comercial estivesse favorável
(superávit);
 monopolismo: o Estado mantinha o
monopólio de determinadas atividades
econômicas;
 colonialismo: as metrópoles buscavam
territórios ricos em metais preciosos ou
matérias-primas pudessem ser
comercializados na Europa.

Cada país europeu adaptou a teoria mercantilista às

suas peculiaridades e ao tipo de colônias que passou a
possuir:

País Tipo Características

Exploração de metais
Espanha Bulhonismo preciosos nas colônias
americanas
Comércio de especiarias
Comercialismo
com o Oriente
Sistema adotado
A “DESCOBERTA”
durante a produção DO NOVO MUNDO
açucareira no Brasil,
Plantation desenvolvendo a A “AMÉRICA” ÀS VÉSPERAS DA CONQUISTA
Portugal
agricultura em grandes
propriedades e com De maneira geral, o território hoje conhecido
mão-de-obra escrava como América apresentava, às vésperas da conquista,
Sistema adotado uma grande heterogeneidade em termos de
Metalismo durante a produção organização socioeconômica. Existiam desde tribos
mineradora no Brasil nômades dispersas até mesmo culturas que
desenvolveram um complexo sistema político-
Portugal foi pioneiro nas chamadas “grandes administrativo, com alto nível tecnológico e relações
navegações” durante o século XV. Este pioneirismo sociais hierarquizadas.
deveu-se a centralização administrativa, a ausência de
guerras e a posição geográfica.  apaches, comanches e iroqueses, na região
do atual Estados Unidos;
 astecas, na região do atual México;
 maias, na mesoamérica;
As principais conquistas da expansão marítima e  incas, na Cordilheira dos Andes, no atual
comercial portuguesas foram: Peru;
 tupis-guarani, jês (ou tapuias), nuaruaques
(ou naipures) e caraíbas (ou caribas), no
atual Brasil.

ESPANHA E O DESCOBRIMENTO DA “AMÉRICA”

Cristóvão Colombo partiu da Espanha em 3

de agosto de 1492, objetivando descobrir uma rota
alternativa para o comércio com as Índias. Enviado
1415 conquista da cidade de Ceuta por Isabel de Castela, após ter seu plano recusado
1419 chegada à Ilha da Madeira pelo rei português D. João II, assina com a monarca
1431 reconhecimento do Arquipélago dos Açores um documento – as “Capitulações de Santa Fé” –
1434 Gil Eanes ultrapassa o Cabo Bojador comprometendo-se a descobrir ilhas e terras
1488 Bartolomeu Dias atinge o extremo-sul da unicamente para a coroa espanhola.
África, chamado, posteriormente, de Cabo
da Boa Esperança

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O financiamento para a expedição de
Colombo foi prioritariamente privado, o que evidencia
a falta de recursos da monarquia espanhola.
Em 12 de outubro do mesmo ano, Colombo
chegou a São Domingos, ilha localizada na região do
Caribe. Durante dois meses, o navegador explorou a
região, logo após regressando à Espanha.
AS DISPUTAS PELO ATLÂNTICO
A descoberta da “América” acirrou as disputas
entre Portugal e Espanha pelo domínio do Atlântico.
Os espanhóis, pensando terem alcançado as
Índias, queriam garantir o monopólio da exploração
das novas terras descobertas. Os portugueses queriam
garantir as rotas do Atlântico Sul. Com a
intermediação da Igreja Católica, as coroas assinaram
acordos sobre a divisão dos territórios, entre eles:
• Bula Intercoetera (1493):
O papa Alexandre VI promulga este acordo, que
dividiu o mundo por um meridiano fixado 100 léguas a
oeste dos Açores e do arquipélago de Cabo Verde. A
decisão privilegiou a Espanha, e os portugueses
ameaçaram entrar em guerra.
• Tratado de
Tordesilhas (1494):
Alterou de100 para 370 léguas a oeste de Cabo Verde
o limite determinado pela Bula Intercoetera. Portugal
garantiu assim o controle das rotas do Atlântico sul.
PORTUGAL E O
“DESCOBRIMENTO” DO BRASIL
Por muito tempo, o descobrimento do Brasil,
ou "achamento", como registrou o escrivão Pero Vaz
de Caminha, foi considerado o resultado de um desvio
de rota. No entanto, hoje é aceita a tese da
intencionalidade, ou seja, de que Cabral veio ao Brasil
para “tomar posse” do território. Dois navegadores
espanhóis, Vicente Pizón e Diego de Lepe já haviam
percorrido o norte do território brasileiro,
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respectivamente, em janeiro e fevereiro de 1500,
porém, não tomaram posse do território por saberem
estar na área portuguesa demarcada pelo Tratado de
Tordesilhas.
A esquadra portuguesa comandada por Pedro
Álvares Cabral avistou sinais de terra dia 21 de abril
pela manhã, segundo a carta de Pero Vaz de Caminha.
No dia 26 de abril, frei Henrique de Coimbra, capelão
da esquadra, celebrou a primeira missa na nova terra,
no local hoje conhecido como Coroa Vermelha. Cabral
tomou posse formal do novo território em nome da
casa real portuguesa em 1º de maio.
Considerada a princípio uma ilha, a nova terra
recebeu o nome de Vera Cruz. Desfeito o engano, é
chamada de Terra de Santa Cruz. Em mapas da época
e relatos de viagem aparecia como Terra dos
Papagaios, aves que os europeus consideravam
exótica, e de Terra dos Brasis, devido à abundância da
árvore pau-brasil.
LEITURA COMPLEMENTAR!
EXCLUSIVO! entrevista com
Pedro Álvares Cabral
Jornal da História: Como o senhor chegou às terras
brasileiras?
Cabral: Parti de Portugal comandando uma frota de
13 embarcações no dia 8 de março, com 1.500
homens e 8 padres. A maior frota portuguesa até
então! Chegaram a terra firme 12 naus, mas
infelizmente apenas 6 retornaram a Portugal. Nosso
objetivo era alcançar as Índias, para comercializar
mercadorias e levar a religião católica para outros
povos. Nosso rei, Dom Manuel, queria impressionar o
samorim, o rei de Calicute, na Índia, com uma frota
rica e poderosa, para melhor fazer negócios. O
samorim havia esnobado Vasco da Gama, que
desembarcara em Calicute com navios pequenos e
sem riquezas.
Jornal da História: É verdade que Portugal já tinha
conhecimento da existência dessas novas terras?
Cabral: Isso eu não posso dizer.
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Jornal da História: O que o senhor tem a dizer sobre você! Os índios estavam tão à vontade que até
os boatos de que o senhor não seria o primeiro a dormiram no barco, em pleno convés.
descobrir as novas terras?
Jornal da História: Depois você seguiu viagem em
Cabral: Que boatos? Isso é intriga da oposição! Que direção às Índias, onde entrou em conflito e acabou
tipo de jornal é esse que dá ouvidos a boatos? bombardeando Calicute por 15 dias. Como foi o
ataque?

Jornal da História: Temos nossas fontes. Em 26 de

janeiro do ano de 1500, ou seja, no ano passado, o Cabral: Essa é uma longa história, que vocês podem
capitão espanhol Vicente Yáñez Pinzón teria deixar para a próxima edição, ora pois...
desembarcado em um local que chamou de Santa
Maria de La Consolación (Hoje, Ponta do Mucuripe,
cerca de 10 quilômetros ao sul da atual Fortaleza,
capital do Ceará). Os marujos teriam gravado a data,
seus nomes e os de seus navios em árvores e rochas.
Outro navegador espanhol, parente de Pinzón, Diego
de Lepe, teria chegado ao Brasil no início de fevereiro
(Hoje, os historiadores têm opiniões diferentes de
onde seria o local Cabo de Santo Agostinho, em
Pernambuco, ou Cabo de São Roque, a 100 km de
Natal, capital do Rio Grande no Norte)

FONTE: www.canalkids.com.br

SISTEMA COLONIAL MERCANTILISTA

Cabral: Se vocês insistirem nessa história, mando
processar o jornal por traição à Coroa de Portugal!
Jornal da História: Bem, essa é uma dúvida que vai
intrigar os futuros historiadores... Mas voltando à
viagem, como foi a chegada?
Cabral: No dia 22 de abril de 1500, avistamos uma
elevação que chamei de Monte Pascoal, porque era
época da Páscoa. A presença de aves marinhas e de
grandes algas flutuando no mar já indicava a
proximidade de terra firme. No dia seguinte,
enfrentando as ondas causadas por uma terrível
tempestade, conseguimos encontrar uma baía para
ancorar, por isso chamei o lugar de Porto Seguro,
um lugar muito bonito.
Jornal da História: E o contato com os índios?
Cabral: Havia cerca de 20 nativos na praia,
completamente nus, portando arco e flecha. Mas eram
bastante amistosos. De início, trocamos algumas
roupas e nossas boinas vermelhas por colares de
contas. Francamente, fiquei surpreso com o
comportamento dos nativos. Um dia, capturamos dois
jovens índios e os levamos a bordo. Nós conversamos
por gestos e em nenhum momento eles demonstraram
medo por estar entre desconhecidos. A tripulação ficou
agitada quando os índios apontaram para meu colar
de ouro e depois para a terra, como se estivessem
querendo dizer que lá também havia ouro. Ficaram
deslumbrados com as galinhas que levamos, veja
Após a conquista de novos territórios,
chamados de colônias, as metrópoles européias
dedicaram-se à criação de um novo mercado e de uma
nova área de extração e produção de matérias primas.
A partir dessas idéias, criou-se o sistema colonial
mercantilista, que marcou a conquista e a colonização
de toda a América espanhola e portuguesa.
O sistema colonial mercantilista estava
assentado sob duas premissas:
• complementaridade:
a produção colonial foi organizada com a função de
complementar ou satisfazer os interesses da
metrópole européia;
• monopólio comercial:
a colônia de determinado país tornava-se um mercado
exclusivo da metrópole do mesmo país. Também era
privilégio exclusivo da metrópole vender produtos
manufaturados para suas colônias. Esta prática ficou
conhecida como “pacto colonial”.
METRÓPOLE
Escravos e
produtos
manufaturados
COLÔNIA
matérias-primas
e metais
preciosos

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Pacto colonial: sistema pelo qual os países europeus
que possuiam colônias mantinham o monopólio de
importação de matérias-primas e exportação de
produtos manufaturados, sendo proibida qualquer
forma de comércio paralelo.
Questões de
Vestibulares
01. UFC 2004
Acerca das pretensões iniciais da exploração e
conquista do Brasil, assinale a alternativa correta.
a) Interesses antropológicos levaram os
portugueses a fazer contato com outros povos,
entre eles os índios do Brasil.
b) O rei dom Manuel tinha-se proposto chegar às
Índias navegando para o ocidente,
antecipando-se, assim, a Cristovão Colombo.
c) O interesse científico de descobrir e classificar
novas espécies motivou cientistas portugueses
para lançarem-se à aventura marítima.
d) Os conquistadores estavam interessados em
encontrar terras férteis para desenvolver a
cultura do trigo e, assim, dar solução às crises
agrícolas que sofriam em Portugal.
e) Os portugueses estavam interessados nas
riquezas que as novas terras descobertas
podiam conter, além de garantir a segurança
da rota para as Indias.
02. UFC 2004
Nos primórdios do sistema colonial, as concessões de
terras efetuadas pela Metrópole Portuguesa visaram
tanto a ocupação e o povoamento como a organização
da produção do açúcar, com finscomerciais.
Assinale a alternativa correta sobre as
medidas que a Coroa Portuguesa adotou para atingir
esses objetivos.
a) Dividiu o território em capitanias hereditárias,
cedidas aos donatários que, por sua vez,
distribuíram as terras em sesmarias a homens
de posses que as demandaram.
b) Vendeu as terras brasileiras a senhores de
engenho já experientes que garantiriam uma
produção crescente de açúcar.
c) Dividiu o território em Governações Vitalícias,
cujos governadores distribuíram a terra entre
os colonos portugueses.
d) Armou fortemente os colonos para que
pudessem defender o território e regulamentou
um uso equânime e igualitário da terra entre
colonos e índios aliados.
e) Distribuiu a terra do litoral entre os mais
valentes conquistadores e criou engenhos
centrais que garantissem a moenda das safras
de açúcar durante o ano inteiro.
03. UECE 2006.1 FASE 2
As forças políticas aglutinadas em torno da Aliança
Liberal lançaram a candidatura de Getúlio Vargas à
Presidência da República em 1929. Sobre essa
coligação partidária oposicionista é correto afirmar:
a) Os segmentos políticos que aderiram à Aliança
Liberal, o fizeram somente por discordar do
encaminhamento dado pelo Presidente
Washington Luiz, à sucessão presidencial.
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b) Também participaram da Aliança Liberal os
“rebeldes tenentes”, um grupo de jovens
oficiais do exército, que apesar de apoiar as
oligarquias vigentes, propunham um novo lugar
para o exército na sociedade brasileira.
c) A despeito da sua heterogeneidade, no ideário
da Aliança Liberal estavam presentes temas
relacionados com a justiça social, liberdade
política e socialismo.
d) Os anos que antecederam o Estado Novo foram
de efervescência e disputa política. Essa
situação era também resultante da diversidade
de forças políticas que se aglutinaram em torno
da Aliança Liberal.
04. UFC 1993.1
"1492-1992: V Centenário da América". A partir desta
efeméride, estão sendo elaborados, no presente,
diferentes discursos e visões, entre os quais podemos
identificar:
(01) O discurso tradicional em torno da
"descoberta da América", que reitera uma
visão eurocêntrica da História, ao negar a
historicidade do território americano, antes
da chegada dos europeus.
(02) A omissão da Igreja Católica de falar acerca
de tal fato histórico, pois considera-o de
menos importância face ao seu projeto de
uma nova evangelização.
(04) O posicionamento dos grupos "indígenas"
remanescentes, que se negam a
comemorar os 500 anos da América, pois
vêem tal fato - a conquista da América -
como no início do processo de genocídio e
etnocídio que sofreram.
(08) A análise dos povos nativos, ao considerar
este período histórico como um processo de
luta e resistência face ao projeto de
dominação colonial européia.
(16) A contribuição da mídia, em geral, para a
construção de uma visão maniqueísta da
História ao se ater no julgamento de um
personagem - "Colombo: vilão ou herói?"
05. UNIFOR 2007.2
Considere a ilustração.
(In: Francisco Alencar e outros. História da sociedade brasileira.
Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1981. p. 25)
Com base no conhecimento do processo histórico da
América portuguesa, é possível afirmar que a
ilustração refere-se
a) à estrutura política e social da colonização de
povoamento.
b) ao sistema colonial de produção de manufatura
algodoeira.
c) à estrutura administrativa autônoma da colônia
portuguesa.
d) ao poder dos senhores feudais na organização
das colônias.
e) ao sistema de colonização baseado no
monopólio comercial.
06. UECE 1999.1
A descoberta de novas terras por navegadores
portugueses e espanhóis alimentou a imaginação dos
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europeus e fomentou uma visão paradisíaca do novo Observe o gráfico e apresente os três componentes
mundo. Com respeito a esta "visão do paraíso nos básicos da empresa agrário-exportadora brasileira que
trópicos, é correto afirmar: davam sustentação ao pacto colonial.
a) os europeus esperavam encontrar monstros e
outras entidades mitológicas, o que se
confirmou na presença de animais pré-
históricos e seres humanos estranhos
b) os temores com relação ao inesperado levavam
muitas vezes os europeus a demonstrar uma
violência desumana contra os nativos do
chamado Novo Mundo

___________________________________
c) as descrições dos novos territórios, com suas ___________________________________
florestas exuberantes e seus pássaros exóticos, ___________________________________
vinham confirmar as expectativas de
descoberta do Paraíso na Terra ___________________________________
d) O encontro com seres de uma nova cultura, em ___________________________________
um ambiente natural diferente, criou um clima ___________________________________________
propício ao entendimento mútuo e ao respeito
pela vida humana, como era pregado pelos
religiosos europeus 10. UFC 2000.1
Observe o mapa abaixo apresentado:
07. UECE 1992.2
"Assim, o Renascimento europeu, fenômeno
indissociável da expansão européia das Grandes
Navegações, teve como contrapartida no Novo Mundo
o esmagamento e a dizimação das civilizações
avançadas."
(MOTA, Carlos G. História Moderna
e Contemporânea. São Paulo: Moderna, 1986, p. 22).

Sobre a descoberta da América, em 1492, marque a

alternativa correta:
a) ao atingir o Novo Mundo, os europeus
procuraram estabelecer contatos pacíficos e
permanentes com as culturas locais,
especialmente as mais desenvolvidas (maias,
astecas, incas, etc.)
b) devido à grande resistência oferecida pelas
civilizações mais avançadas (maias e astecas),
os europeus pouparam apenas aquelas tribos
mais primitivas
c) através de um sistema de trocas comerciais, os
europeus mantiveram contatos com as culturas
locais, sem interferir em sua organização social
d) a colonização americana não podia conviver
com outros modelos de organização social e,
portanto, necessitava destruir as culturas locais a) Exponha as razões do estabelecimento dessa linha
para impor o modelo colonial divisória.
___________________________________________
08. UECE 1998.1 ___________________________________________
Sobre o sistema de Capitanias Hereditárias, ___________________________________________
empregado pela Coroa portuguesa para viabilizar a ___________________________________________
ocupação do Brasil, é correto afirmar:
a) aos donatários eram concedidos todos os
poderes sobre a Capitania, o que causou um b) Explique os motivos que levaram o Brasil a ter uma
grande enfraquecimento do poder real na outra configuração, apesar das limitações de
colônia fronteiras, então impostas pelo Tratado de
b) somente o Rei poderia doar sesmarias e Tordesilhas.
implementar atividades produtivas nas ___________________________________________
Capitanias, sendo os donatários meros ___________________________________________
funcionários da Coroa portuguesa ___________________________________________
c) as Capitanias significaram imenso sucesso ___________________________________________
comercial para os donatários e grande fonte de
impostos para a Coroa, com exceção de
Pernambuco e São Vicente
d) apesar dos imensos poderes concedidos aos Gabarito
seus donatários, as Capitanias não poderiam 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
ser vendidas ou divididas, cabendo somente ao E A D 29 E C D D ND ND
Rei o direito de doá-las, extingui-las ou
modificá-las

09. UFC 1994.1

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fim de combater os piratas franceses. A primeira

expedição “guarda-costas” foi realizada em 1516 e a
segunda em 1526, ambas comandadas por Cristóvão
Jacques. No entanto, estas expedições não foram
garantia da posse do território, exigindo outra solução
da coroa. A ocupação das terras brasileiras, ou seja,
sua colonização, foi a alternativa encontrada para o
controle do território e a exploração econômica do
Brasil, pois, desde 1520, houve uma diminuição dos
lucros da coroa portuguesa advindos do comércio com
as Índias, devido aos altos gastos militares e à
concorrência com outros países europeus no mercado
Aula 02 das especiarias.

O BRASIL PRÉ-COLONIAL E O A EXPEDIÇÃO DE

INÍCIO DA COLONIZAÇÃO MARTIM AFONSO DE SOUZA
(1500-1530)
A expedição de Martim Afonso de Souza, em
1530, marca o início do processo de colonização do
AS PRIMEIRAS EXPEDIÇÕES
Brasil. Souza, após navegar até o Rio da Prata, fundou
em seu retorno o primeiro núcleo brasileiro, São
Durante os primeiros trinta anos após a
Vicente, em 1532.
descoberta do Brasil, Portugal não demonstrou muito
Concomitantemente ao início da colonização,
interesse pelas novas terras no sentido de colonizá-
inicia-se outra atividade econômica no território
las, já que não foram encontrados imediatamente
brasileiro: o cultivo da cana-de-açúcar. A cana-de-
metais preciosos. Além disso, os interesses
açúcar adaptava-se facilmente às condições climáticas
portugueses estavam voltados para o comércio de
do Brasil, tinha aceitação no mercado europeu e era
especiarias com as Índias (altamente lucrativo e
de fácil produção e comercialização. Além disso,
menos dispendioso que a colonização brasileira).
Portugal já possuía experiência de cultivo da cana na
Mesmo assim, Portugal enviou duas
Ilha da Madeira, na Ilha dos Açores, nas Ilhas Cabo
expedições, a primeira, em 1501, comandada por
Verde e na Ilha São Tomé, suas colônias no Oceano
Gaspar de Lemos, e a segunda, em 1503, comandada
Atlântico.
por Gonçalo Coelho. Ambas tinham dois objetivos:
fazer o reconhecimento da costa brasileira e informar
A ADMINISTRAÇÃO E A ECONOMIA COLONIAL
o rei da possibilidade da existência de metais
AS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS
preciosos. Essa finalidade confere as primeiras
expedições o nome de “expedições exploradoras”.

A ECONOMIA DO PAU-BRASIL
E O SISTEMA DE FEITORIAS
Dentre as descobertas feitas pelas “expedições
exploradoras” estava o pau-brasil, árvore da qual
poderia extrair-se tinta vermelha para o tingimento de
roupas. Além desta questão econômica, Portugal
passou a preocupar-se com a manutenção da posse do
território brasileiro.
Aliando o objetivo de proteger as terras
portuguesas com a extração do pau-brasil, foram
criadas as feitorias, entrepostos comerciais fortificados
nos quais era armazenada a madeira para ser enviada
a Portugal. O pau-brasil foi declarado produto de
monopólio da coroa portuguesa. Mas, como o lucro
gerado pela venda da madeira era menor em relação
ao comércio de especiarias com o Oriente, a coroa
concedeu o direito de extração do pau-brasil a
arrendatários, que arcariam com todas as despesas na
extração, pagando 20% de imposto a Portugal.
A economia do pau-brasil não gerou a
colonização, pois não fixava o homem na terra. As
populações migravam conforme extraíam o pau-brasil
de determinada região. Quando este se esgotava,
partiam em busca de outra reserva. A extração da
madeira era feita através do escambo (troca) do
trabalho indígena por quinquilharias portuguesas.

AS EXPEDIÇÕES GUARDA-COSTAS
O desinteresse inicial de Portugal em relação ao
Brasil proporcionou a presença de estrangeiros,
principalmente franceses, no litoral do território
brasileiro, que pretendiam explorar o pau-brasil.
Assim, a coroa portuguesa obrigou-se a realizar um
maior controle do litoral, enviando duas expedições a
A primeira forma de administração política da
colônia foram as capitanias hereditárias, sistema
criado em 1534, que já fora empregado nas colônias
portuguesas no Atlântico. Esta escolha deveu-se ao
fato das dificuldades financeiras da coroa portuguesa,
que impossibilitavam o investimento para a
colonização do Brasil. Portugal entregava lotes de

813 O Cursinho dos Alunos da UECE

 Acredite no seu sonho, invista em você!
terra – chamados “donatarias” – que variavam entre
10 e 100 léguas, a interessados em explorar as terras
coloniais. Isto significa que o sistema de capitanias
fundamentava-se no capital privado, e não no capital
da coroa. Desta forma, entre 1534 e 1536, D. João III,
rei de Portugal, dividiu o território brasileiro,
demarcado pelo Tratado de Tordesilhas, em quinze
lotes, doando-os a doze capitães-donatários.
As principais características
das
capitanias hereditárias eram:
 ser intransferíveis (inalienáveis);
 descentralizadas: os capitães-donatários não
estavam subordinados a nenhuma autoridade
dentro da colônia;
 fundamentar-se no capital privado;
 ser concedidas mediante a “carta de doação”
e a “carta foral”:
Carta de doação: documento onde o rei de Portugal
doa terras aos interessados, que recebem o título de
“capitão” ou “governador”. O pré-requisito era o
interessado ser cristão.
Carta foral: documento em que se estabeleciam os
direitos e deveres do donatário. Entre os direitos
estavam a possibilidade de escravizar indígenas,
exercer poderes administrativos, possuir participação
nos impostos arrecadados e distribuir sesmarias (lote
de terra dentro da capitania hereditária doado pelo
capitão-donatário ao sesmeiro, que poderia cultivá-lo
durante cinco anos, pagando impostos ao capitão-
donatário).
O sistema administrativo das capitanias
hereditárias não obteve os resultados esperados. Os
capitães-donatários enfrentaram uma série de
dificuldades, tais como a descentralização
administrativa, a falta de recursos, pouco auxílio da
coroa, as dificuldades de comunicação, os problemas
na defesa do território, etc.
A conseqüência foi o abandono das capitanias
por seus capitães-donatários, excetuando-se as duas
capitanias que obtiveram êxito, devido ao
desenvolvimento gerado pela cultura da cana-de-
açúcar: a capitania de São Vicente e a capitania de
Pernambuco.
O GOVERNO GERAL
Com o fracasso do sistema de capitanias
hereditárias, Portugal implanta o Governo Geral, uma
nova forma de administração colonial, que tinha como
objetivo principal centralizar a administração da
colônia. O Governo Geral foi criado pela Carta Régia
de 7 de janeiro de 1549, com sede na capitania da
Bahia.
Além de centralizar o poder,
o Governo Geral deveria:
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 intensificar o povoamento, garantindo a
colonização;
 pacificar os indígenas;
 estabelecer contatos entre capitães-
donatários e sesmeiros;
 exercer o Poder Judiciário;
 instituir órgãos administrativos;
 estimular a produção de cana;
 enfraquecer o poder dos capitães-donatários;
 defender militarmente a colônia.
Organização política do Governo Geral:
O Brasil possuiu três principais governadores:
Tomé de Souza (1549-1553)
Durante seu governo, fundou-se a primeira
cidade brasileira, Salvador, em 1549, que se
transformou em capital da colônia.
Este período também é marcado pelas
questões religiosas, com a chegada dos primeiros
jesuítas da Companhia de Jesus, chefiados por Manuel
de Nóbrega, e com a criação do primeiro bispado do
Brasil, sendo escolhido bispo Pero Fernandes Sardinha.
Economicamente, a pecuária foi introduzida como
produto secundário da economia colonial.
Duarte da Costa (1553-1558)
O governo de Duarte da Costa foi marcado
por dois grandes conflitos. O primeiro em relação aos
desentendimentos entre sesmeiros e jesuítas em torno
da escravidão indígena. Nesta questão, o bispo Pero
Fernandes Sardinha defendeu os índios, causando um
conflito com o filho do governador geral, Álvaro da
Costa. O segundo, em relação à invasão francesa,
ocorrida em 1555 na Guanabara. Os franceses,
comandados por Nicolau de Villegaignon fundaram a
“França Antártica”, uma colônia francesa em território
brasileiro, que somente foi extinta em 1567, no
governo Mem de Sá. Foi durante o governo de Duarte
da Costa que se fundou a cidade de São Paulo (1554)
pelo padre jesuíta José de Anchieta.
814

Mem de Sá (1558-1572)
Foi o governador que consolidou o sistema de
Governo Geral. Altamente religioso, Mem de Sá
identificou-se com a causa jesuíta, apoiando a
catequese dos nativos. O apaziguamento das relações
entre jesuítas e sesmeiros deu-se através da
introdução da escravidão negra como mão-de-obra
para o cultivo da cana-de-açúcar.
Mem de Sá também foi o responsável pela
expulsão dos franceses da Guanabara e pela extinção
da “França Antártica”. Para isso, contou com a ajuda
de seu sobrinho, Estácio de Sá, que, ao chegar de
Portugal, fundou a cidade do Rio de Janeiro em 1565.
Após a morte de Mem de Sá, em 1572, a coroa
portuguesa dividiu o Brasil em dois domínios, o do
norte, com sede na Bahia e governado por Luiz de
Brito; e o do sul, com sede no Rio de Janeiro,
governado por Antônio Salema.
O governo duplo não apresentou os resultados
esperados e, em 1578, Lourenço da Veiga foi nomeado
único governador geral do Brasil, cargo que ocupou
até 1581.
Questões de
Vestibulares
01. UECE 2008.1 FASE 2
“Em 1590, a colônia brasileira já contava com 150
engenhos espalhados pelas capitanias de Pernambuco,
Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro. As duas
primeiras, no entanto, correspondiam a 80% do total”.
Fonte: LOPEZ, Adriana. Açúcar: esse doce objeto de
desejo. Revista História Viva: Temas
Brasileiros. São Paulo: Duetto Editorial, 2007, pp.20-23.
Dentre os incentivos fiscais e privilégios oferecidos
pela Coroa aos produtores de cana, podemos,
corretamente, citar:
a) Isenção de impostos para engenhos
recémconstruídos e benefícios tributários sobre
o açúcar.
b) Isenção de impostos vitalícios, ou seja,
enquanto o proprietário fosse vivo não pagaria
nenhum tipo de imposto.
c) Redução de pagamento de taxas na importação
de mão de obra africana apenas para as
capitanias do Nordeste, em virtude de sua alta
produtividade.
d) Mão de obra para os engenhos
recémconstruídos e situados em Manaus e
Belém, providenciada, gratuitamente, pela
Coroa Portuguesa.
02. URCA 2008.1
815
Atendimento ao Aluno: (85) 3491 4000
Assinale a alternativa correta no que se refere aos
primeiros 30 anos da colonização do Brasil pelos
portugueses (1500 – 1530):
a) criação de unidades produtoras de agro
manufaturados como o açúcar, utilização do
trabalho escravo africano.
b) fundação de feitorias, extrativismo vegetal e
escambo.
c) pecuária extensiva, criação das capitanias
hereditárias.
d) criação do governo-geral, intensificação da
atividade mineradora de metais preciosos.
e) delegação aos jesuítas da tarefa de
catequização indígena, exploração das riquezas
da floresta amazônica.
03. URCA 2008.1
O poder local era exercido na Colônia pelos chamados
homens bons, que na verdade eram os grandes
proprietários rurais, comerciantes, de Religião
Católica, sem ascendência judaica ou africana. Era
feita uma escolha a partir de uma lista local dos
homens bons que exerciam seu poder político na
forma institucional:
a) no Governo-Geral.
b) nas Capitanias Hereditárias.
c) nos Tribunais Eclesiásticos.
d) nas Câmaras Municipais.
e) nas Prefeituras.
04. FA7 2007.2
As Câmaras Municipais foram implantadas no Brasil
Colônia ao tempo dos Governos Gerais. Nelas
predominava o poder político:
a) da classe dos comerciantes, representada pelos
burgueses.
b) da aristocracia rural, os chamados “homens
bons”.
c) dos intelectuais que viviam nos centros
urbanos.
d) da Igreja, através do trabalho dos jesuítas.
e) da população urbana, representada pela
corporação de ofícios.
05. LUCIANO FEIJÃO 2007.1
Em 1500, quando a esquadra comandada por Pedro
Álvares Cabral aportou na terra que viria a ser o
Brasil, o litoral abrigava uma significativa população
indígena. Considerando a relação entre o colonizador
português e os indígenas no Brasil Colonial, ao longo
do século XVI, assinale a alternativa correta.
a) A colonização portuguesa, em obediência à
Inglaterra, que combatia o tráfico internacional
de escravos, descartou integralmente a
escravização dos índios.
b) A população indígena, que adotava a
propriedade privada dos meios de produção,
dominou a exportação do pau-brasil para a
Europa.
c) A Coroa Portuguesa incentivou a entrada de
religiosos luteranos e calvinistas para
evangelizar a população indígena.
d) O sistema de Capitanias Hereditárias distribuiu
de forma igualitária a posse da terra entre a
população indígena e os colonizadores
portugueses.
e) Os índios enfrentaram a montagem do sistema
colonial português, por meio de guerras, fugas
e recusa ao trabalho compulsório.
06. CEFET CEARÁ 2004.1
Leia o trecho abaixo extraído da Carta de Pero Vaz de
Caminha e em seguida assinale a alternativa certa:
O Cursinho dos Alunos da UECE
 Acredite no seu sonho, invista em você!
“Andavam todos tão dispostos, tão bem-feitos e
galantes com suas tinturas, que pareciam bem. [...].
Andavam já mais mansos e seguros entre nós, do que
nós andávamos entre eles. [...]. Parece-me gente de
tal inocência que, se homem os entendesse e eles a
nós, seriam logo cristãos, porque eles, segundo
parece, não têm nem entendem em nenhuma crença.
[...] porque, certo, essa gente é boa e de boa
simplicidade [...]. E, pois, Nosso Senhor, que lhes deu
bons corpos e bons rostos, como a bons homens, por
aqui nos trouxe, creio que não sem causa”.
a) O colonizador português respeitou a cultura
indígena, de maneira que seus valores e ritos
foram garantidos.
b) O processo de catequese foi um dos
responsáveis para a perda da identidade
cultural das comunidades nativas brasileiras.
c) A consideração pela cultura indígena foi tão
significativa por parte do colonizador, que
muitos dos seus valores foram absorvidos,
principalmente a língua Tupi e a religião.
d) O texto deixou claro que a intenção portuguesa
no Brasil foi de exclusiva preocupação religiosa,
demorando, assim, para a sua inserção no
Sistema Colonial Português.
e) A primeira impressão portuguesa sobre o Brasil
foi a de ter encontrado uma civilização com
produção de excedentes, ou seja, especiarias, e
com forte exploração aurífera.
07. CEFET CEARÁ 2006.1
Este mapa representa:
a) a distribuição das províncias portuguesas no
Brasil, em que as linhas claras correspondem
às de exploração e as escuras, às de
povoamento
b) a divisão das terras entre Portugal e Espanha
que foram definidas no Tratado de Lisboa
c) o sistema administrativo escolhido pelo governo
português para iniciar a colonização do Brasil, o
sistema de Capitanias Hereditárias
d) a divisão do território em lotes, nos quais os
seus agraciados deveriam desenvolvê-los mas
sem nenhum vínculo tributário com a Coroa
Portuguesa
www.efivest.com.br
e) o sistema de Capitanias, que foi regulado pelas
manuelinas, “leis” que definiam as
responsabilidades e os direitos dos donatários
08. UFC 1992.1
Assinale as afirmativas corretas a respeito da
organização político-administrativa no Brasil-Colônia:
(01) Portugal já praticara a divisão territorial por
Capitanias Hereditárias, em outros domínios
coloniais, antes de implantá-la no Brasil;
(02) A doação de sesmarias no Brasil deveu-se à
pressão da pequena nobreza portuguesa,
ávida por adquirir feudos na nova Colônia;
(04) A criação do Governo-Geral no Brasil
objetivava centralizar a administração
colonial e fortalecer a defesa do território
contra as invasões estrangeiras;
(08) Os principais signos representativos do
poder colonial nas vilas brasileiras eram a
Casa da Câmara-e-Cadeia, a Guarnição
Militar, o Pelourinho, a Forca, a Capela e as
grandes-casas senhoriais;
(16) O estabelecimento da Câmaras Municipais
nas vilas brasileiras descontentou os
senhores coloniais, uma vez que elas tinham
por finalidade controlá-los econômica e
politicamente.
09. UECE 1990.1
Considere as assertivas abaixo sobre a vida sócio-
política, econômica e cultural do Brasil-Colônia:
I. a organização político-administrativa era
representada, a nível municipal, pelos "Senados da
Câmara", constituídos pelos chamados "homens
bons";
II. toda produção econômica estava voltada para
o atendimento dos interesses e necessidades do
mercado externo;
III. a organização econômica assentava-se no
sistema de ''plantation'', baseado na monocultura,
latifúndio e trabalho escravo;
IV. os jesuítas exerceram grande influência na
vida cultural, principalmente na vida religiosa.
Assinale a opção que contém somente as afirmações
verdadeiras:
a) I, II e III
b) I, III e IV
c) II, III e IV
d) I, II e IV
10. UECE 1994.2
"Já vimos (...) o tipo de colono europeu que procura os
trópicos e nele permanece. Não é o trabalhador, o
simples povoador; mas o explorador, o empresário de
um grande negócio. Vem para dirigir, e se é para o
campo que se encaminha, só uma empresa de vulto, a
grande exploração rural em espécie e em que figure
como senhor, o pode interessar."
(PRADO JR. Calo. Formação do Brasil Contemporâneo.
15 ed. São Paulo: Brasiliense, 1977.P. 120).
Neste texto, pode-se perceber os interesses básicos
que motivaram a colonização brasileira.
Assinale a alternativa que indica corretamente as
características econômicas desses primeiros
empreendimentos coloniais no Brasil:
a) foram organizadas grandes unidades de
produção, baseadas na monocultura, no
latifúndio e na escravidão
b) os governantes portugueses estimularam a
transferência de famílias inteiras de imigrantes
816
 Atendimento ao Aluno: (85) 3491 4000

para o Brasil, garantindo uma colonização

semelhante à ocorrida nos EUA
c) os escravos foram organizados em pequenas
propriedades, sob o controle e vigilância direta
da família de colonos
d) as grandes unidades de produção permitiam a
coexistência de colonos livres, imigrantes e
escravos para as tarefas domésticas

Gabarito
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
A B D B E B C 13 B A

Aula 03
ETNIAS E ESCRAVIDÃO

O primeiro contato entre índios e portugueses

em 1500 foi de muita estranheza para ambas as
partes. As duas culturas eram muito diferentes e
pertenciam a mundos completamente distintos.
Sabemos muito sobre os índios que viviam naquela
época, graças a Carta de Pero Vaz de Caminha
(escrivão da expedição de Pedro Álvares Cabral) e
também aos documentos deixados pelos padres
jesuítas.
Os indígenas que habitavam o Brasil em 1500
viviam da caça, da pesca e da agricultura de milho,
amendoim, feijão, abóbora, bata-doce e
principalmente mandioca. Esta agricultura era
praticada de forma bem rudimentar, pois utilizavam a
técnica da coivara ( derrubada de mata e queimada
para limpar o solo para o plantio).
Os índios domesticavam animais de pequeno porte
como, por exemplo, porco do mato e capivara. Não
conheciam o cavalo, o boi e a galinha. Na Carta de
Caminha é relatado que os índios se espantaram ao
entrar em contato pela primeira vez com uma galinha.
As tribos indígenas possuíam uma relação baseada em
regras sociais, políticas e religiosas. O contato entre as
tribos acontecia em momentos de guerras,
casamentos, cerimônias de enterro e também no
momento de estabelecer alianças contra um inimigo
comum.

817 O Cursinho dos Alunos da UECE

 Acredite no seu sonho, invista em você!
Os índios faziam objetos utilizando as matérias- que aos poucos, os índios foram perdendo sua cultura
primas da natureza. Vale lembrar que índio respeita e também sua identidade.
muito o meio ambiente, retirando dele somente o
necessário para a sua sobrevivência. Desta madeira,
construíam canoas, arcos e flechas e suas habitações
(ocas). A palha era utilizada para fazer cestos,
esteiras, redes e outros objetos. A cerâmica também
era muito utilizada para fazer potes, panelas e
utensílios domésticos em geral. Penas e peles de
animais serviam para fazer roupas ou enfeites para as
cerimônias das tribos. O urucum era muito usado para
fazer pinturas no corpo.

A organização social dos índios

Entre os indígenas não há classes sociais como
a do homem branco. Todos têm os mesmo direitos e
recebem o mesmo tratamento. A terra, por exemplo,
pertence a todos e quando um índio caça, costuma
dividir com os habitantes de sua tribo. Apenas os
instrumentos de trabalho ( machado, arcos, flechas,
arpões ) são de propriedade individual. O trabalho na
tribo é realizado por todos, porém possui uma divisão
por sexo e idade. As mulheres são responsáveis pela
comida, crianças, colheita e plantio. Já os homens da
tribo ficam encarregados do trabalho mais pesado:
caça, pesca, guerra e derrubada das árvores.
Duas figuras importantes na organização das
tribos são o pajé e o cacique. O pajé é o sacerdote da
tribo, pois conhece todos os rituais e recebe as
mensagens dos deuses. Ele também é o curandeiro,
pois conhece todos os chás e ervas para curar
doenças. Ele que faz o ritual da pajelança, onde evoca
os deuses da floresta e dos ancestrais para ajudar na Canibalismo
cura. O cacique, também importante na vida tribal, faz
o papel de chefe, pois organiza e orienta os índios. Algumas tribos eram canibais como, por
A educação indígena é bem interessante. Os exemplo, os tupinambás que habitavam o litoral da
pequenos índios, conhecidos como curumins, aprender região sudeste do Brasil. A antropofagia era praticada,
desde pequenos e de forma prática. Costumam pois acreditavam que ao comerem carne humana do
observar o que os adultos fazem e vão treinando inimigo estariam incorporando a sabedoria, valentia e
desde cedo. Quando o pai vai caçar, costuma levar o conhecimentos. Desta forma, não se alimentavam da
indiozinho junto para que este aprender. Portanto a carne de pessoas fracas ou covardes. A prática do
educação indígena é bem pratica e vinculada a canibalismo era feira em rituais simbólicos.
realidade da vida da tribo. Quando atinge os 13 os 14
anos, o jovem passa por um teste e uma cerimônia
para ingressar na vida adulta.
Religião Indígena
Os contatos entre Cada nação indígena possuía crenças e rituais
indígenas e portugueses religiosos diferenciados. Porém, todas as tribos
acreditavam nas forças da natureza e nos espíritos dos
Como dissemos, os primeiros contatos foram antepassados. Para estes deuses e espíritos, faziam
de estranheza e de certa admiração e respeito. rituais, cerimônias e festas. O pajé era o responsável
Caminha relata a troca de sinais, presentes e por transmitir estes conhecimentos aos habitantes da
informações. Quando os portugueses começam a tribo. Algumas tribos chegavam a enterrar o corpo dos
explorar o pau-brasil das matas, começam a índios em grandes vasos de cerâmica, onde além do
escravizar muitos indígenas ou a utilizar o escambo. cadáver ficavam os objetos pessoais. Isto mostra que
Davam espelhos, apitos, colares e chocalhos para os estas tribos acreditavam numa vida após a morte.
indígenas em troca de seu trabalho. As missões tiveram um papel preponderante
O canto que se segue foi muito prejudicial aos quanto à expansão territorial e à conseqüente
povos indígenas. Interessados nas terras, os colonização do território brasileiro. No vale do
portugueses usaram a violência contra os índios. Para Amazonas, contribuíram para a fixação de marcos de
tomar as terras, chegavam a matar os nativos ou até penetração naquele território.
mesmo transmitir doenças a eles para dizimar tribos e
tomar as terras. Esse comportamento violento seguiu- Os Jesuítas
se por séculos, resultando no pequenos número de
índios que temos hoje. As ordens religiosas foram chegando à região
A visão que o europeu tinha a respeito dos nas primeiras décadas do século XVII e ao fi nal do
índios era eurocêntrica. Os portugueses achavam-se mesmo século, cobriam grande parte do espaço que
superiores aos indígenas e, portanto, deveriam viria a constituir a atual região amazônica brasileira.
dominá-los e colocá-los ao seu serviço. A cultura A Companhia de Jesus, como sabemos, veio
indígena era considera pelo europeu como sendo para a Colônia com a missão de evangelizar os

inferior e grosseira. Dentro desta visão, acreditavam nativos, conquistando, assim, novos adeptos para o
que sua função era convertê-los ao cristianismo e catolicismo.
fazer os índios seguirem a cultura européia. Foi assim,

www.efivest.com.br 818

“A eles cabe a iniciativa do desbravamento de
todo este território imenso, semeando suas
missões num raio de quilômetros (...).
Reunidos os índios em aldeias – para o que os
padres contavam com dons de persuasão que
fazem honra a seu instinto psicológico e
habilidade política – eram eles submetidos a
um regime disciplinado e rigoroso de trabalho
e de vida em geral.”
PRADO, Caio Jr.. História econômica do Brasil.
15ª edição – São Paulo: Brasiliense, 1972
O indígena era de extrema importância na
ocupação do Vale do Amazonas. Eram os guias pela
floresta ou pelos rios devido ao seu conhecimento da
área. Eram ainda caçadores, identificando a variada
fauna, e coletores das “drogas do sertão”, pois eram
profundos conhecedores da flora da região.
www.multirio.rj.gob.br/acessado em 13/02/2006
Abundantes e de fácil extração, graças ao
trabalho dos índios, produtos naturais, como cacau,
caju, castanhas, urucum, gengibre, salsaparilha,
baunilha, anil, guaraná e outros, eram utilizados como
ervas medicinais, condimentos e gêneros alimentícios.
Eles constituíam a base da economia regional e sua
exploração serviu como mola propulsora para a
penetração da Amazônia.
As “drogas do sertão” tiveram também
importância política. O comércio desses produtos
passou a ser disputado por colonos e missionários.
Os missionários, com suas empresas, feitorias e
armazéns, despertavam a ira de proprietários e
comerciantes. Os padres eram acusados de serem
privilegiados na exportações das “drogas” e na
exploração dos índios – a quem diziam defender.
819
Atendimento ao Aluno: (85) 3491 4000
As “drogas do sertão”, tão disputadas no século
XVII, hoje podem ser encontradas em qualquer cidade
brasileira. Muitas dessas ervas eram utilizadas pelos
indígenas e aprendemos com eles a usá-las.
www.governodopara.pa.gov.br/ acessado em 13/02/2006.
A ESCRAVIDÃO NEGRA
E AS FORMAS DE RESISTÊNCIA
O trabalho compulsório do indígena foi usado
em diferentes regiões do Brasil até meados do século
XVIII. A caça ao índio era um negócio local e os
ganhos obtidos com sua venda permaneceram nas
mãos dos colonos, sem lucros para Portugal. Por isso,
a escravização do nativo brasileiro foi gradativamente
desestimulada pela metrópole e substituída pela
escravidão negra. O tráfico negreiro era um dos mais
vantajosos negócios do comércio colonial e seus lucros
foram canalizados para o reino (Portugal).
Os cativos vindos de Angola, Moçambique e
Congo – os bantos – eram introduzidos no nordeste e
no Rio de Janeiro; e os de Guiné, Costa do Ouro e
Daomé – os sudaneses – na Bahia.
Os negros eram amontoados nos porões dos
navios negreiros, em péssimas condições de
subsistência. Muitos contraíam doenças, resultando na
morte de boa parte dos cativos. Mesmo com o alto
índice de mortalidade, o lucro que a venda de escravos
proporcionava era bastante elevado. No mercado
brasileiro, 200 a 300 escravos eram expostos nas
calçadas para serem vendidos. Eram tratados como
“mercadoria” e o preço variava conforme a idade.
Os primeiros escravos negros começaram a
chegar por volta de 1540, mas foi no final do governo
de Mem de Sá, em 1570, que o escravismo colonial se
expandiu.
Procedência dos escravos africanos e
rotas de comércio com o Brasil
AS FORMAS DE RESISTÊNCIA
As rebeliões e conflitos com escravos
atravessaram todo o período colonial e se estenderam
até a abolição da escravatura, em 1888. Foram
comuns os casos de suicídio, de fugas e de
assassinatos de senhores, feitores e capitães-do-mato.
Revoltas e fugas coletivas nos engenhos eram
freqüentes. Na resistência à opressão branca, os
escravos negros também se organizaram
coletivamente e formam quilombos. O mais conhecido
é o Quilombo de Palmares.
O QUILOMBO DOS PALMARES
O Cursinho dos Alunos da UECE
 Acredite no seu sonho, invista em você!
Formado na região do atual Estado de Alagoas
por volta de 1630, Palmares foi uma confederação de
quilombos organizada sob a lideraça de Zumbi.
Chegou a reunir 30 mil habitantes e resistiu às
investidas militares dos brancos por 65 anos. Foi
destruído em 1694. Zumbi fugiu e foi morto em 1695.
Outras formas de resistência
Os escravos elaboraram, ainda, outras formas
de resistência, utilizando-se de aspectos da cultura
européia. Uma dessas estratégias era o batismo, o
casamento e a constituição de uma família, que
dificultava a venda do escravo para outro senhor de
engenho (já que implicaria a compra de toda uma
família), assim como este fato beneficiava o dono do
cativo, que pressupunha que sua “mercadoria” não se
rebelaria frente a possibilidade de retaliação a sua
família.
Mapa onde mostram as principais
rotas de escravos negros para o Brasil.
Leitura Complementar!
As várias escravidões no Brasil
A escravidão não tomou a mesma forma em
todas as partes da Colônia. Havia negros que tinham
uma relação diferenciada de trabalho como noticia a
historiadora Mariza C. Soares sobre a vida de Inácio,
preto mina, batizado e aclamado rei da irmandade dos
rosários: “A vida e a morte de Inácio são reveladoras
de como certos segmentos da população escrava
urbana se comportaram diante da experiência do
cativeiro. Os mahi, e provavelmente outros grupos
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traficados, não apenas mantiveram a consciência de
seu passado, mas construíram laços étnicos, com base
em redes de trabalho, devoção e redistribuição de
recursos financeiros. O longo processo de
recomposição das relações sociais e étnicas no interior
das irmandades católicas se apresenta como uma das
mais ricas abordagens para a investigação sobre a
inserção dos escravos africanos no Brasil Colônia. Pela
conversão, eles escapavam ao estigma da condição de
gentios, tornando-se fiéis devotos dos santos e súditos
obedientes de sua majestade. Demonstravam, assim,
ter aprendido a viver na diáspora e a tirar proveito das
regras da sociedade colonial.”
Revista nossa história. o escravo que virou rei.
Questões de
Vestibulares
01. UFC 2006
Leia o texto a seguir.
“A barbarização ecológica e populacional acompanhou
as marchas colonizadoras entre nós, tanto na zona
canavieira quanto no sertão bandeirante; daí as
queimadas, a morte ou a preação dos nativos. Diz
Gilberto Freyre, insuspeito no caso porque apologista
da colonização portuguesa no Brasil e no mundo: ‘O
açúcar eliminou o índio’. Hoje poderíamos dizer: o
gado expulsa o posseiro; a soja, o sitiante; a cana, o
morador. O projeto expansionista dos anos 70 e 80 foi
e continua sendo uma reatualização em nada menos
cruenta do que foram as incursões militares e
econômicas dos tempos coloniais.”
(BOSI, Alfredo. Dialética da colonização.
São Paulo: Companhia das Letras, 1992, p. 22)
A partir da leitura do texto, pode-se concluir,
corretamente, que:
a) os princípios republicanos garantiram, no
século XX, uma ocupação territorial, feita
com base na realocação econômica, nos
centros urbanos, dos sujeitos expulsos pelas
novas atividades implantadas no interior do
país.
b) o impacto ambiental e social das atividades
econômicas implantadas é um problema que
surgiu recentemente, a partir da mecanização
das práticas agrícolas e pastoris.
c) a marginalização social e econômica de
alguns grupos constitui um dos efeitos das
atividades econômicas desenvolvidas no Brasil
desde o período colonial.
d) o desenvolvimento da atividade açucareira
na colônia alterou as condições naturais do
território, ao introduzir o plantio em áreas
extensas, o que reverteu em ganhos para as
comunidades locais.
e) a introdução de atividades modernas, desde
a colônia, vem substituindo a ocupação
predatória do meio ambiente, pelos nativos,
por outra mais racional que, ao otimizar os
recursos naturais, garante sua renovação.
02. UFC 2005
“E o povo negro entendeu
Que o grande vencedor
Se ergue além da dor
Tudo chegou
Sobrevivente num navio
Quem descobriu o Brasil
Foi o negro que viu
820

A crueldade bem de frente
E ainda produziu milagres
De fé no extremo ocidente”
Milagre do Povo – Caetano Veloso
Os versos de Caetano Veloso falam sobre a
desterritorialização de milhares de africanos, durante o
tráfico negreiro, sobre a qual é correto afirmar que:
a) nas comunidades de senzalas, a cultura
yorubá constitui o elo principal de
identidade dos africanos traficados.
b) a cultura africana tornou-se conhecida do
mundo europeu com o processo de
globalização ocorrido no século XVI.
c) os africanos traficados para as Américas
mantiveram práticas culturais, mesmo
separados de seus territórios.
d) as sociedades e as culturas da África
Ocidental islamizada escaparam às ações do
comércio negreiro.
e) a importação de aproximadamente 15
milhões de africanos cativos marcou
profundamente a cultura de todas as colônias
ibéricas.
03. LUCIANO FEIJÃO 2008.1
"As aldeias de índios estão forçadas a entregar certa
quantidade de seus membros aptos para realizar
trabalhos (...), durante um prazo determinado. Esses
índios são compensados com certa quantidade de
dinheiro e destinados aos mais variados tipos de
serviços."
Esse trecho da obra de Sérgio Bagú,
ECONOMIA DA SOCIEDADE COLONIAL, apresenta as
condições de trabalho compulsório
a) dos diversos grupos indígenas das áreas
colonizadas por espanhóis e portugueses.
b) dos grupos indígenas das áreas espanholas
submetidos à instituição da "mita".
c) dos grupos indígenas das áreas portuguesas
submetidas às regras da "guerra justa".
d) dos grupos indígenas das áreas agrícolas de
colonização espanhola submetidos ao regime
de "encomienda".
e) dos grupos indígenas das áreas portuguesas e
espanholas originários das "missões" dos
jesuítas.
04. URCA 2006.1
52. Sobre a sociedade colonial brasileira, analise os
itens abaixo, assinalando V para verdadeiro e F para
falso.
I. Enquanto a sociedade dos Estados Nacionais
europeus era dividida em camadas sociais, os
habitantes primitivos das terras do Brasil, quando
da chegada dos lusitanos, viviam numa sociedade
sem classe.
II. As relações de produção existente na economia
açucareira, com a utilização do trabalho servil
imposto aos índios e negros, deram conformação a
um tipo de sociedade que reproduzia
características do sistema feudal, onde o senhor de
engenho fazia às vezes do senhor feudal e não
havia nenhuma mobilidade social.
III. Contra a opressão do sistema escravista
colonial, os negros empreenderam várias formas
de resistência, onde as mais comuns eram as fugas
e a formação de quilombos – núcleos autônomos
de aldeias de negros foragidos, que buscavam na
mata reconstituir a vida africana.
IV. Na sociedade pecuarista do Nordeste e do Sul,
que diferencia-se frontalmente da açucareira, as
principais características é a figura predominante
do vaqueiro, isto é, homens livres não-
821
Atendimento ao Aluno: (85) 3491 4000
proprietários de terras, e a total inexistência de
escravos.
V. Durante a fase da mineração, a colônia
brasileira sofreu algumas alterações em termos de
modo de vida, pois, enquanto as sociedades
açucareira e pecuarista estavam fixadas nas áreas
rurais e a sociedade paulista, marcada pela
pobreza, conseguia no máximo formar vilas, a
sociedade mineradora proporcionou o surgimento
de centros urbanos.
Assinale a alternativa que apresenta a seqüência
correta:
a) Todas os itens são verdadeiros.
b) Somente o item II é falso.
c) Somente o item IV não é verdadeiro.
d) Os itens II, IV e V são falsos.
e) Os itens I, III e V são verdadeiros.
05. URCA 2005.2
Sobre as sociedades indígenas brasileiras, no
momento da descoberta do Brasil pelos portugueses,
assinale V para os itens que considerar verdadeiros e F
para os falsos. Depois, assinale a alternativa que
apresenta a seqüência CORRETA:
( ) A divisão de trabalho era orgânica, com base
no sexo e na idade;
( ) Em algumas tribos, num costume chamado
couvade, havia o costume do pai manter o
resguardo e dieta após o parto da mulher;
( ) Aos homens cabiam a carga mais pesada na
distribuição do trabalho: suprimento de água,
transporte de fardos, fabricação de artesanato,
caça, aragem, plantio e colheita.
( ) Apesar de pouco freqüentes, podiam ocorrer as
trocas rituais, onde as tribos permutavam
alimentos, o que servia para estreitar as
relações de amizade entre elas.
( ) Todas as tribos dominavam técnicas
rudimentares de agricultura e metalurgia.
( ) Por causas das guerras, havia sistemas de
alianças que procuravam unir tribos frente a
um inimigo poderoso.
a) F-F-V-V-F-V
b) V-F-V-F-F-V
c) V-V-F-V-F-V
d) F-V-F-V-V-F
e) V-F-V-F-V-V
06. URCA 2005.2
A colonização do Brasil foi marcada pela presença da
Igreja Católica, interessada em alargar o domínio
cristão com a conversão dos povos considerados
pagãos.
Sobre esta afirmativa, assinale a alternativa
INCORRETA.
a) Em 1549, com o primeiro governador geral,
chegaram também ao Brasil os primeiros
jesuítas, sob a chefia do padre Manuel da
Nóbrega.
b) A relação entre a coroa portuguesa e a Igreja,
via de regra caracterizada pela cooperação e
complementaridade de objetivos, teve também
momentos de conflito, a exemplo da expulsão
dos jesuítas do Brasil e de Portugal, por ordem
do Marquês de Pombal.
c) A Companhia de Jesus foi a instituição
responsável pelo único trabalho intelectual
realizado durante os séculos XVI e XVII, no
Brasil.
d) A associação e a convivência entre os deuses
negros e os santos católicos criou o sincretismo
O Cursinho dos Alunos da UECE
 Acredite no seu sonho, invista em você!
religioso, ou seja, a fusão entre os rituais salários. (...) Na década de 1580, a legislação régia e
brancos, negros e indígenas. a crescente eficácia dos jesuítas começou a criar
e) No período da ocupação holandesa (1630-
1654), o catolicismo sofreu grande restrição no
problemas para os que desejavam obter trabalhadores
Brasil, chegando a ser proibido por ordem de indígenas por meio de resgate e 'guerra justa'.”
Maurício Nassau, que impôs o protestantismo
(SCHWARTZ, Stuart B. Segredos Internos. Engenhos e
como religião oficial. escravos na sociedade colonial. São
Paulo: Companhia das Letras, 1998, pp. 57-59.)
07. CEFET CEARÁ 2006.1
Em relação à economia do Brasil colonial, é coerente A partir do texto acima, assinale a alternativa
afirmar que: correta sobre a utilização da mão-de-obra dos
a) se destacou pela empresa exploradora do pau- indígenas nas grandes fazendas de açúcar.
brasil, que, sob o comando de Cristóvão a) A escravização dos indígenas foi extinta no final
Jacques, garantiu a efetiva colonização da do século XVI, razão pela qual os portugueses
Capitania de Pernambuco e a aliança com os passaram a escravizar os africanos.
nativos tapuias da região b) As dificuldades para a escravização dos nativos
b) se firmou na pecuária, pois esta possibilitou a e os lucros do tráfico negreiro levaram os
ocupação do sertão nordestino, além de portugueses a utilizar a mão-de-obra dos
representar 80% das exportações para a africanos.
Europa no final do século XVII c) A escravização dos indígenas ocorria no interior
c) possuiu duas atividades econômicas condutoras dos aldeamentos jesuíticos, onde, ao lado da
da colonização: o café na região do Vale do Rio catequese, aprendiam o trabalho dos engenhos.
do Paraíba e a extração de diamantes no Pará d) Os jesuítas empreendiam uma intensa
d) a atividade açucareira foi a opção econômica campanha contra a escravização dos indígenas,
portuguesa para iniciar a colonização do Brasil, razão pela qual vieram para o Brasil no final do
na medida que, entre outros aspectos, os século XVIII.
portugueses possuíam as técnicas agrícolas e) Os indígenas aceitaram o trabalho escravo e se
apropriadas e de vínculos com os mercadores acostumaram à vida com seus senhores, ao
que tinham, além de capital, amplo acesso ao contrário dos negros africanos.
mercado consumidor europeu
e) como o modelo de colonização adotado pelo 10. UFC 1990.2
governo português era voltado para o No Brasil-Colônia, a maior utilização do negro no
povoamento e para o desenvolvimento interno, trabalho da lavoura era justificada, do ponto de vista
a exploração das Minas Gerais contribuiu para o econômico, pelo(a):
rápido aparecimento das manufaturas coloniais, a) Incapacidade do índio ao trabalho no campo.
que acabaram atendendo às necessidades de b) Inexperiência dos índios com relação à lavoura
tecidos em Portugal de cana.
c) Preço do africano, inferior ao do índio.
08. UECE 2006.1 d) Interesse do comércio internacional de
Leia atentamente o fragmento abaixo: africanos e o lucro que ele gerava.
e) Resistência da Igreja à escravização dos
“Foi nas zonas mais distantes que se passou boa parte silvícolas.
da história da colonização lusitana na América (...) no
território vasto e ralamente povoado que aos poucos
foi se constituindo em Brasil”.
Gabarito
FONTE: SOUZA, Laura de Mello. Formas Provisórias de Existência: a vida 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
cotidiana nos caminhos, nas fronteiras e nas fortificações. In NOVAIS,
Fernando e SOUZA, Laura de Mello. História da Vida Privada no Brasil.
C C B E C E D D B D
São Paulo:Companhia das Letras, 1997. p 46/47.

No que tange ao povoamento e ocupação do “território

vasto”, acima destacado, é correto afirmar:
a) A grande densidade populacional era uma das
características mais marcantes desse processo
incipiente de povoamento.
b) A precariedade das condições de vida nesses
espaços isolados era um mito: uma existência
luxuosa e confortável era possível a qualquer
colono.
c) O exercício da vida privada na América
Portuguesa era semelhante àquele
desenvolvido na Metrópole.
d) O isolamento de algumas regiões era de tal
ordem que podia pôr em risco a possibilidade
de vida humana.

09. UFC 2001

Leia o texto abaixo.
“A grande lavoura açucareira na colônia brasileira
iniciou-se com o uso extensivo da mão-de-obra
indígena. (...) Os engenhos do Recôncavo obtiveram
força de trabalho indígena através de três métodos
principais: escravização, escambo e pagamento de

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HOLANDA
Aula 04 (Refino e
Comércio)
ECONOMIA AÇUCAREIRA E
AS INVASÕES ESTRANGEIRAS

PORTUGAL
(Transport
e)

BRASIL
(PRODUÇÃO)

O cultivo da cana-de-açúcar foi responsável

pelo aumento na entrada de escravos africanos na
colônia brasileira, que foram direcionados ao trabalho
nos canaviais, mas também a outros postos de
trabalho. O tráfico negreiro constituiu-se numa
mercadoria altamente lucrativa dentro da lógica do
mercantilismo, já que Portugal tinha o monopólio de
venda de escravos para a colônia.
O período de “Domínio Espanhol” ou “União
Ibérica” compreende os anos entre 1580 e 1640,
quando os tronos português e espanhol estiveram sob
o governo do mesmo rei.
Isso se deu por um problema sucessório em
Portugal. D. Sebastião, rei português, morreu em
1578, e não deixou herdeiros dentro da dinastia de
Avis, a qual pertencia. Seu tio-avô, D. Henrique,
assume o trono, mas morre dois anos depois.
Felipe II, rei da Espanha, pertencente à
dinastia dos Habsburgos, impôs-se como herdeiro
A ECONOMIA AÇUCAREIRA
legítimo do trono luso. Através do Juramento de
Tomar (1581), Felipe II prometeu respeitar a
O primeiro engenho de cana-de-açúcar foi
dignidade portuguesa, tratando Portugal como reino
instalado em 1532 na capitania de São Vicente, no
unido, e não como território conquistado. Assim, a
extremo-sul da colônia. No entanto, a produção de
burguesia lusa poderia comercializar com as colônias
açúcar foi maior nas capitanias da Bahia e de
espanholas.
Pernambuco. Em poucos anos, o açúcar transformou-
Enquanto a colônia brasileira esteve sob
se no produto mais importante exportado pelo Brasil,
domínio da Espanha, houve o rompimento definitivo
permitindo que a colonização se efetivasse.
do Tratado de Tordesilhas, porque não havia motivos
O açúcar foi responsável pela formação de
para separar territórios que agora pertenciam à
uma sociedade agrária. Para se transforma em uma
mesma metrópole.
atividade lucrativa, a cana deveria ser plantada em
Foi durante este período que se iniciou a
grandes extensões de terra, o que resultou na
prática das bandeiras.
formação de grandes propriedades, chamadas
Durante o período do “Domínio Espanhol”, a
latifúndios, principalmente na região nordeste. Os
colônia brasileira sofreu diversos ataques e diversas
senhores de engenho configuraram-se como a classe
invasões estrangeiras. Os ingleses acentuaram a
dominante da economia açucareira.
prática da pirataria na costa; os franceses invadiram a
capitania do Maranhão e fundaram a França
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS Equinocial, sendo expulsos entre 1612-1615; e os
DA ECONOMIA AÇUCAREIRA: holandeses invadiram a capitania de Pernambuco e
foram os que por mais tempo ficaram estabelecidos
em território luso-espanhol.
Propriedade: latifúndio
Produção: monocultura INVASÕES FRANCESAS
Mão-de-obra: escrava
Mercado: externo No século XVI, logo após a conquista, os
Sociedade: estratificada, rural, franceses tentam fundar colônias no Brasil. A França
nega a validade do Tratado de Tordesilhas e defende o
patriarcal.
princípio do direito à posse da terra por quem a ocupa.
Circulação: O governo francês apóia a atuação de corsários e
piratas ao longo da costa brasileira e promove
tentativas de fixação territorial.

823 O Cursinho dos Alunos da UECE

 Acredite no seu sonho, invista em você!
Mapa francês da baía de Guanabara, c. 1555. Rico em detalhes,
mostra a conformação topográfica original do Pão de Açúcar (Pot
de Beurre), afastado da praia. Com os morros da Urca e Cara-de-
Cão, ele formava a Ilha da Trindade, que hoje está integrada ao
continente em conseqüência de assoreamento e de um aterro no
final do século XVII. Outra curiosidade é a indicação de pontos de
interesse, ora em francês, ora em língua indígena.
França Antártica:
A primeira invasão ocorre em 1555, quando
uma expedição comandada por Nicolau Durand de
Villegaignon estabelece uma colônia na ilha de
Serigipe (atual Villegaignon), na Baía de Guanabara.
Chamada de França Antártica, é destinada a abrigar
protestantes calvinistas (huguenotes) fugidos das
guerras religiosas na Europa, que procuram explorar a
troca de mercadorias baratas por pau-brasil com os
indígenas da região. Os franceses organizam um
arraial, constroem um forte e resistem mais de dez
anos às investidas portuguesas. São desalojados
apenas em 1565, quando as forças do governador-
geral Mem de Sá e de seu sobrinho, Estácio de Sá,
conseguem quebrar a aliança entre os estrangeiros e
os índios com oauxílio dos jesuítas Manuel da Nóbrega
e José de Anchieta. Em seguida, tomam posição na
baía e fundam a cidade do Rio de Janeiro. Os
franceses são expulsos em 1567.
França Equinocial:
A segunda invasão acontece no Maranhão, a
partir de 1594. Depois de naufragar na costa
maranhense, os aventureiros Jacques Riffault e
Charles des Vaux estabelecemse na região. Diante do
lucro obtido com o escambo, conseguem o apoio do
governo francês para a criação de uma colônia, a
França Equinocial. Em 1612, uma expedição chefiada
por Daniel de la Touche desembarca no Brasil
centenas de colonos, constrói casas e igrejas e levanta
o forte de São Luís, origem da cidade de São Luís do
Maranhão. No ano seguinte, os franceses são atacados
por forças portuguesas saídas de Pernambuco, sob o
comando de Jerônimo de Albuquerque. Derrotados, os
invasores deixam o Maranhão em 1615.
Terceira Invasão:
Mesmo não conseguindo instalar-se no
território brasileiro, os franceses não abandonam a
costa do País. Até o século XVIII, piratas e corsários,
com menor ou maior ajuda oficial, realizam pilhagens
e saques em povoados e engenhos. O alvo mais
freqüente é o litoral nordestino, mas atacam também
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cidades importantes, como o Rio de Janeiro, invadida
em 1710 e 1711 pelos corsários Jean Du Clerc e
Dugay-Trouen.
OS HOLANDESES NO NORDESTE, O
GOVERNO DE NASSAU, E A
INSURREIÇÃO PERNAMBUCANA
Os holandeses, até 1580, eram sócios da
metrópole lusa na exploração e comercialização da
cana-de-açúcar, pois eram os responsáveis pelo refino
e pelo comércio do produto na Europa. Durante o
período do domínio espanhol, a Espanha obstaculizou
a continuidade das operações holandesas de refino e
comércio.
Entre os anos 1624-1625, os holandeses
fizeram a primeira tentativa de invadir o território
brasileiro, através da capitania da Bahia, mas foram
derrotados e expulsos. A segunda tentativa de invasão
pela Companhia Holandesa das Índias Ocidentais
ocorreu entre 1630 e 1637, desta vez na capitania de
Pernambuco, que os holandeses julgavam mal
aparelhada para a defesa.
Durante estes sete anos, os holandeses
procuraram consolidar-se em território brasileiro,
enfrentando a resistência nativa dos pernambucanos,
que estava concentrada no Arraial do Bom Jesus.
Contando com o auxílio de Domingos Calabar, os
holandeses arrasaram o Arraial e estenderam seus
domínios da cidade de Alagoas até a Paraíba. Os
inúmeros conflitos paralisaram quase que totalmente a
produção de açúcar, e os holandeses compreenderam
que era necessário estabelecer um meio de
coexistência com os proprietários e produtores. Para
consolidar os interesses da Companhia Holandesa, foi
enviado ao Brasil João Maurício de Nassau-Siegen, que
assumiu o governo da capitania de Pernambuco.
Durante seu governo (1637-1644), Nassau
financiou a recuperação das lavouras e a reconstrução
de engenhos, estabeleceu a liberdade religiosa,
realizou melhorias urbanas, construiu escolas e
hospitais, etc.
No entanto, o poder holandês na colônia
brasileira começou a enfraquecer devido à conjuntura
européia. Portugal, auxiliada pela Inglaterra, em 1640,
recuperou o trono através da Restauração Monárquica;
e a Holanda sofria as conseqüências da Guerra dos
Trinta Anos (1618-1648). O governo de Nassau
passou a sofrer uma série de medidas restritivas da
Companhia Holandesa, como a exigência do
pagamento de impostos, a elevação da taxa de juros e
do preço dos escravos. Nassau não aceitou as novas
orientações econômicas, e, por isso, foi exonerado do
governo, regressando à Europa em 1644.
A situação tornou-se crítica quando os
proprietários e produtores pernambucanos, que
824
 Atendimento ao Aluno: (85) 3491 4000

faliram mediante a nova política econômica holandesa, bandeirantes e muito menos o luxo. Veja a descrição
passaram a apoiar o movimento popular de da poetisa Cecília Meireles a respeito dos
insurreição contra os invasores estrangeiros. Este bandeirantes:
movimento ficou conhecido como Insurreição (...) Grossos pés fi rmam-se em pedras: sob
Pernambucana (1645-1654) e teve como lideranças os chapéus desabados, o olhar galopa no abismo, vai
João Fernandes Vieira, Vidal de Negreiros, Felipe revolvendo o planalto (...) As palavras de Cecília
Camarão e Henrique Dias. Meireles contradizem essa visão do bandeirante criada
A Holanda foi perdendo posições durante os a partir do século XIX através do romantismo, o qual o
diversos enfrentamentos com a população nativa, transformou na representação do herói nacional.
desde 1645, no monte Tabocas, até 1648-1649, no Contradições a parte, os bandeirantes, sem
monte Guararapes. dúvida alguma, foram responsáveis pela ampliação do
A partir de 1649, a população pernambucana território brasileiro.
passou a contar com o apoio do governo português,
que mandou ajuda e, em 1654, os holandeses foram
derrotados no enfrentamento da Campina da Taborda,
e expulsos do Brasil.
Questões de
Vestibulares
A Companhia Holandesa levou para as
Antilhas (ilha localizada na América Central) a técnica
de produção brasileira da cana-de-açúcar.
Gradativamente, a produção brasileira decaiu com a
concorrência do açúcar antilhano. Somado a este
fator, a descoberta, no início do século XVIII das
01. UFC 2008
minas de ouro no centro do Brasil deslocou da região
Sobre o Brasil colonial, é correto afirmar que:
açucareira (nordeste) a mão-de-obra e os capitais,
a) a integração social, política, econômica e
que passaram a ser investidos na mineração.
cultural era plena.
O deslocamento do eixo econômico na
b) o nacionalismo era o que motivava os
colônia, aliado à decadência da economia açucareira,
rebelados, colocando-se acima dos interesses
obrigou a coroa portuguesa a conquistar novos
locais e regionais.
territórios próximos às minas de ouro e de pedras
c) a fidelidade dos colonos aos prepostos da
preciosas, além de capturar índios para a extração
metrópole era inconteste, não obstante alguns
desse metal e minerais preciosos. Foram criados dois
mal entendidos.
tipos de expedições para tais fins: as entradas e as
d) as chamadas rebeliões nativistas comprovavam
bandeiras.
o sólido sentimento de brasilidade então
prevalecente.
e) a consciência regional é tão ou mais forte que a
ENTRADAS: oficiais (feitas pela coroa). nacional, a construção desta se devendo
Buscavam descobrir metais e conquistar territórios. especialmente aos anseios de centralização do
Partiram da cidade de Salvador e da capitania de São 2º reinado.
Vicente em direção ao centro e ao norte da colônia.
02. UFC 2007
BANDEIRAS: particulares (feitas por interessados). Analise os textos a seguir, sobre o Brasil Colonial.
Buscavam descobrir metais, aprisionar indígenas e
Texto 1
capturar gado. Partiram da capitania de São Vicente em
direção a São Pedro de Piratini. Essa região representou o primeiro centro de
colonização e urbanização do Brasil e
concentrou, até meados do século XVIII, as
O MITO BANDEIRANTE atividades econômicas e a vida social mais
significativas da colônia.
Foi a partir do século XIX que surgiu a versão
histórica que valorizava aqueles que penetraram pelo
Texto 2
interior da América portuguesa, desbravando novos
territórios. Saint-Hiliare, um viajante francês que Até o século XVIII, ela foi uma área
esteve no Brasil entre 1816 e 1822, escreveu sobre a periférica, menos urbanizada e quase sem
expansão interiorana dos paulistas, exaltando a vinculação direta com a economia
coragem e destemor desses conquistadores, exportadora da colônia.
conhecidos como b a n d e i r a n t e s ,
considerando-os “uma raça de gigantes”. As regiões referidas nos textos 1 e 2,
Daí em diante, vários historiadores ampliaram respectivamente, hoje são conhecidas como:
a glorifi cação dos desbravadores, transformando-os a) Sul e Norte.
em “heróis da pátria”. b) Centro-Oeste e Sul.
Alguns chegaram a apontálos como homens c) Nordeste e Sudeste.
instruídos, acostumados ao luxo e responsáveis pela d) Sudeste e Nordeste.
atual dimensão do Brasil. Pensando no mito dos e) Norte e Centro-Oeste.
bandeirantes, alguns aspectos devem ser
considerados. Primeiro: como poderiam ser “heróis 03. UECE 2007.2 FASE 2
nacionais” se nos séculos XVI ao XVIII o Brasil ainda Sobre a ação da Igreja no Brasil Colônia, é correto
era português? Segundo: como poderiam ser heróis afirmar:
nacionais se agiam com violência, escravizando os a) A Igreja foi um elemento de menor importância
habitantes nativos, atacando jesuítas e escravos no processo da colonização brasileira, visto que
rebelados? Por ultimo, boa parte dos bandeirantes não havia ligação política ou institucional entre
tinha origem nos pequenos lavradores que desejavam ela e o Estado Português.
mão-de-obra escrava indígena ou nos pequenos b) Vieram para o Brasil diversas ordens religiosas
comerciantes que buscavam a fortuna rápida. Não entre as quais se destacou a dos Jesuítas, uma
prevalecia a riqueza na região paulista dos ordem fundada por Inácio de Loiola.

825 O Cursinho dos Alunos da UECE

 Acredite no seu sonho, invista em você!
c) Os jesuítas possuíam uma formação intelectual
primorosa e, em virtude desta qualidade,
dedicaram todo o seu tempo à educação dos
colonos.
d) Os padres das capelas dos engenhos eram
independentes dos proprietários, porém,
quando defendiam os escravos negros, os
religiosos enfrentavam sérios conflitos com os
donos de engenhos.
04. FA7 2006.1
Sobre a história colonial brasileira, assinale a
alternativa correta.
a) Na economia canavieira, a mão de obra era
exclusivamente escrava, não havendo trabalho
para homens livres.
b) O movimento denominado Guerra dos
Emboabas foi o primeiro movimento brasileiro a
tentar proclamar a independência com a
proclamação da República.
c) O fato de Fortaleza ser a capital cearense e um
centro coletor e exportador de algodão foi um
dos fatores do crescimento de Fortaleza no
século XIX.
d) Os holandeses invadiram o Rio de Janeiro e o
Maranhão, enquanto os franceses invadiram a
Bahia e Pernambuco.
e) O Governo Geral teve como objetivo centralizar
a administração, extinguindo as capitanias
hereditárias.
05. CEFET CEARÁ 2008.1
O Brasil, ao ser inserido no processo colonizador
português, foi adequado ao sistema de colônia de
exploração, que tinha como uma de suas
características:
a) Pequena propriedade familiar
b) Policultura, artesanato e manufaturas
c) Trabalho livre assalariado
d) Autonomia administrativa
e) Economia voltada para o mercado externo, só
podendo comercializar com a metrópole
06. CEFET CEARÁ 2001.1
A partir de 1530, o governo português optou pela
organização da exploração agrícola para colonizar o
Brasil. O produto escolhido foi o açúcar, cuja estrutura
se caracterizava por:
a) uso da mão-de-obra indígena, aproveitando o
conhecimento do território e do cultivo do
açúcar por parte dos nativos
b) produção voltada para a exportação, grande
propriedade exigindo vultosos capitais e
utilizando-se de mão-de-obra escrava negra
c) produção voltada para o comércio interno com
o uso de pequenas propriedades e mão-de-obra
assalariada
d) investimento patrocinado totalmente pela
burguesia metropolitana portuguesa,
enriquecida com o comércio asiático
07. CEFET 2005.1
“Nas batalhas de Guararapes, os holandeses são
finalmente batidos, e só lhes resta abandonar o Brasil.
Filipe Camarão, o índio Poti, morre defendendo as
propriedades portuguesas e é postumamente
transformado em fidalgo. Henrique Dias perde a mão
esquerda, mas diz que ainda lhe resta outro braço
“para servir a Deus e ao seu Rei”
(Extraído do livro “As Lutas do Povo Brasileiro”,
de Júlio José Chiavenato).
www.efivest.com.br
Identifique o contexto histórico, ao qual o texto se
refere, e explique os motivos que levaram aos
confrontos com os holandeses.
08. UECE 2006.1 FASE 2
“ Apesar de representar, no quadro econômico
colonial, uma função complementar, destinada a
atender às necessidades da área litorânea, a pecuária
significou um passo decisivo na ocupação do espaço
nordestino.”
JUCÁ, Gisafran Nazareno Mota.À guisa de introdução – O Espaço
Nordestino e o Papel da Pecuária e do Algodão.IN SOUSA, Simone (org.).
História do Ceará. Fortaleza: Fundação Demócrito Rocha/Multigraf
Editora, 1994, p.15.
Em relação ao processo de exploração das áreas
ocupadas pela pecuária no Brasil Colonial, assinale a
alternativa correta:
a) No início do século XVI – no auge da exploração
da atividade criatória – desenvolveram-se
diversos núcleos populacionais.
b) A atividade da pecuária expandiu-se em
Pernambuco e Bahia tendo mantido a posição
de principal fonte exportadora do período
c) Na fase inicial da colonização a concentração
populacional se restringia aos núcleos
litorâneos ou aos que lhes fossem próximos
d) Anexar a zona de criação à zona açucareira foi
uma postura governamental exercida durante o
período colonial.
09. UFC 1992.1
Marque o que for verdadeiro a respeito do domínio
holandês no Brasil Colonial:
(01) A Holanda era obrigada a refinar e distribuir
o açúcar brasileiro na Europa, por ser um
possessão lusa desde o século XIV;
(02) A invasão holandesa no Brasil foi motivada
pelo embargo feito por Portugal contra
navios holandeses que pirateavam ouro e
sal brasileiro;
(04) A ocupação holandesa no Brasil aconteceu
no período em que Portugal ficou anexado à
Espanha, então sob o domínio filipino;
(08) A invasão holandesa no Brasil foi organizada
pela Companhia das Índias Ocidentais, e
realizou-se após o êxito das conquistas da
Companhia das Índias Orientais na África e
Ásia;
(16) A obrigação de plantar mandioca e cacau em
metades das terras destinadas à cana-de-
açúcar foi o principal motivo da luta dos
latifundiários pernambucanos contra o
governo de Maurício de Nassau;
(32) A ocupação holandesa no Brasil estendeu-se
de Pernambuco ao Maranhão, excetuando o
Ceará, face à resistência indígena e à pouca
atratividade comercial da capitania
cearense.
10. UECE 1993.1
As bandeiras, símbolos da ocupação do interior
brasileiro apresentadas normalmente, apenas como
invasões e procura de ouro e metais preciosos.
Marque a opção que descreve corretamente
outras importantes atividades desempenhadas pelas
bandeiras:
a) o apresamento e a escravização dos indígenas
e o combate aos quilombos organizados pelos
escravos fugidos
826
 Atendimento ao Aluno: (85) 3491 4000

b) a organização das missões, que pretendiam
integrar o índio à sociedade "civilizada" sem
destruir sua organização tribal
c) a captura dos escravos fujões e a expulsão
dos invasores espanhóis
d) ampliação das fronteiras das colônias
portuguesas até o Oceano Pacífico, através da
tomada das terras dos incas peruanos
(açúcar) para o centro (mineração). Houve, também,
a transferência do centro administrativo, com a
mudança da capital de Salvador para o Rio de Janeiro
em 1763.
Foi durante o período da produção
mineradora que houve um surto cultural no Brasil,
tornando as Minas Gerais um centro cultural, literário
e artístico.
Houve, ainda, o surgimento de uma classe
alta nativa, que, na fase de decadência da produção
mineradora, foi responsável pelos movimentos sociais
emancipacionistas.

ECONOMIA MINERADOURA Principais características

da produção mineradora:
privada (data ou lote, através
Propriedade: da conquista ou sorteio).

extrativista.
Produção:
escrava (maioria) e livre.
Mão-de-obra:
externo (com surgimento de
Mercado: mercado interno).

A PRODUÇÃO MINERADORA: interiorização e migrações

internas; urbanização;
As primeiras descobertas de metais preciosos surgimento de uma classe
na região onde hoje é o estado de Minas Gerais Modificações
nativa; cultura (barroco
ocorreram no final do século XVII e início do século sociais:
mineiro – Aleijadinho e Costa
XVIII, quando a produção mineradora foi Ataíde).
regularmente explorada, atingindo seu apogeu no
século XIX. Quinto (1/5); capitação; taxa
Viu-se que, dentro da lógica mercantilista, a posse de fixa de 100 arroubas;
metais preciosos era o principal quesito no momento Impostos:
derrama.
de quantificar a riqueza de uma nação. Por isso, a
produção mineradora tinha um papel fundamental Produtos Fumo, algodão e gado.
para Portugal. Porém, os portugueses, a exemplo da secundários da
Espanha, não conseguiram reter o metal produzido em economia
sua colônia. colonial:

Durante o período do domínio espanhol,

Sociedade da produção mineradora:
Portugal contou com a ajuda militar e econômica da
CAo crLisr at CPisrsLoiof
Inglaterra, gerando uma grande dívida e obrigando a AcluiaSs a An aSis E
coroa portuguesa a assinar uma série de acordos lib e

comerciais e tratados com os ingleses. Dentre esses

Seb rEa s i
AleA ltirLoa
Sr aEis
MM ili S
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tratados, o Tratado de Methuen (1703), também s T
fu n c
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Co
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conhecido como “Tratado de Panos e Vinhos”, ioA ná Dm eIr

estabelecia que a Inglaterra isentaria de impostos a

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da
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entrada de vinho oriundo de Portugal em seu T ra

A
a
G ra b a lh
território, da mesma forma que os portugueses ndes ado
re s

deveriam abrir seu mercado para a entrada de
produtos manufaturados ingleses.
O ouro que passara a ser extraído do Brasil
era usado diretamente para o pagamento de dívidas
portuguesas com a Inglaterra. A fim de aumentar seus
rendimentos, Portugal aumentou os impostos na
região mineradora, chegando ao limite dos
mineradores com a instituição da Derrama (cobrança
dos quintos atrasados), que gerou o início do processo
de independência do Brasil.
Para o Brasil, o ouro foi responsável pelo
surgimento de um mercado interno e pelo
deslocamento do centro econômico do nordeste
V
m in
e ra d
o re s
liv r e
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O
S
A CULTURA COLONIAL
Até o século XVII, a cultura colonial girava em
torno dos colégios jesuítas.A literatura e o teatro,
influenciados pelo universo religioso, traziam um
discurso retórico e moralizante. Os primeiros sinais de
uma produção cultural de caráter nativista apareceram
no livro de poemas Música no Parnaso, de Manoel
Botelho de Oliveira (1636-1711). Significativa foi
também a obra satírica de Gregório de Matos e
Guerra, que traçou amplo painel da vida na Bahia.
Em meados do século XVIII começaram a
proliferar no Rio de Janeiro e na Bahia os grêmios
literários e artísticos. Integrados por médicos,
funcionários públicos, militares, magistrados e

827 O Cursinho dos Alunos da UECE

 Acredite no seu sonho, invista em você!
clérigos, impulsionaram pesquisas e obras com temas
nacionais.
ARTE E LITERATURA MINEIRAS
O desenvolvimento urbano e a concentração de
riquezas na região das minas permitiu o florescimento
de um movimento arquitetônico e plástico: o barroco
mineiro. Na literatura, surge o arcadismo, primeira
escola literária da colônia.
Barroco mineiro – O maior expoente do barroco
mineiro é Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.
Escultor, entalhador e arquiteto, Aleijadinho trabalha
principalmente em Vila Rica, atual Ouro Preto, e
Congonhas do Campo.
Arcadismo – Por volta de 1757, surge um movimento
literário específico da região das minas, o arcadismo.
Privilegiando o bucólico e a simplicidade, utiliza
imagens da mitologia e modelos literários greco-
romanos. Destacam-se a obra lírica de Tomás Antônio
Gonzaga e os poemas épicos de Cláudio Manuel da
Costa. Os árcades mineiros criticavam a opressão
colonial e participaram da Inconfidência Mineira.
A CRISE DO SISTEMA COLONIAL
MERCANTILISTA
A partir de meados do século XVIII, o sistema
colonial mercantilista começou a enfrentar séria crise,
provocada pela profunda transformação econômica
nas metrópoles européias. Nesses países, o nascidos no Brasil, pois parte considerável do
capitalismo deixava o estágio predominantemente
comercial e encaminhava-se para a etapa industrial –
a chamada Revolução Industrial. O capitalismo
industrial entrou em choque com o sistema colonial
mercantilista, pois rejeitava as barreiras econômicas
impostas pelo monopólio colonial, bem como o regime
de trabalho escravista.
Entre meados do século XVII e começo do
século XVIII, os abusos da coroa lusa na cobrança de
impostos e dos comerciantes portugueses na fixação
de preços começaram a gerar insatisfação entre a elite
agrária da colônia. Surgem os chamados movimentos
nativistas: contestação de aspectos do colonialismo e
primeiros conflitos de interesses entre os senhores do
Brasil e os de Portugal. Com a mineração, houve o
enriquecimento e fortalecimento da elite brasileira.
Como a exploração portuguesa não diminuía, e os
interesses dessa elite cada vez mais se identificavam
com os ideais liberais e iluministas que chegavam ao
Brasil, iniciaram-se movimentos de oposição ao
regime colonial.
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Questões de
Vestibulares
11. URCA 2008.1
No final do século XVII, confirmaram-se os rumores da
existência de ouro no interior do país, nas chamadas
Minas Gerais, no sertão do rio das Velhas, onde surgiu
Vila Rica, hoje Ouro Preto. Uma das conseqüências da
exploração aurífera durante a colonização foi:
a) o Rio de Janeiro tornar-se um importante
centro comercial, sendo seu porto o mais
próximo da região e abastecedor de gêneros
alimentícios.
b) o êxodo de milhares de brasileiros que foram
expulsos da região aurífera, sendo obrigados a
migrar para o norte do país.
c) uma ruralização da região, que foi obrigada a
cultivar seus próprios gêneros alimentícios para
abastecer a população crescente.
d) um aumento da riqueza entre os habitantes
ouro ficava entre os brasileiros.
e) a passagem de Salvador à capital da colônia,
pois a cidade se tornou o centro político e
comercial devido à descoberta do ouro mineiro.
12. FA7 2005.2
O século XVIII foi o século da mineração no Brasil-
Colônia e com ela vieram uma série de conflitos
nativistas e emancipacionistas que marcaram o
cenário colonial.
Escolha a alternativa correta acerca dos fatos
decorrentes desses movimentos coloniais.
a) A guerra dos Emboabas foi um conflito em que
os emboabas desejavam a proclamação da
Independência do Brasil e a imediata revisão
dos impostos sobre o ouro.
b) Os mascates eram os comerciantes de ouro que
inflacionaram o mercado colonial e foram
punidos exemplarmente pela Metrópole.
c) A Revolta de Vila Rica, reprimida duramente
por Portugal, teve como principal conseqüência
a escolha de Felipe dos Santos para Intendente
das Minas.
d) A Inconfidência Mineira foi um movimento
predominantemente popular, comandada
diretamente por Tiradentes.
e) A Conjuração Baiana teve participação popular
ativa e foi a mais radical das revoltas com
propostas sociais bem definidas, incluindo a
abolição da escravidão.
13. URCA 2006.1
Sobre a economia colonial brasileira, analise os itens
abaixo e assinale a alternativa correta.
I) Pacto Colonial.
II) Cultura Canavieira.
III) Pecuária.
828

IV) Mineração do Ouro.
V) Pau-Brasil.
a) O açúcar e o couro eram mercadorias que se
destinavam exclusivamente ao mercado
europeu, submetido ao monopólio de compra
exercido pelos comerciantes metropolitanos.
b) As especiarias, um conjunto de produtos, tendo
como principais itens o açúcar, peles e objetos
manufaturados a base de ouro, foram os
principais atrativos dos primeiros anos da
colonização brasileira, sendo o seu comércio
submetido a um rigoroso esquema de
monopólio, conhecido como pacto colonial.
c) O pau-brasil foi a primeira atividade lucrativa
praticada pelo colonialismo lusitano. No
entanto, não foi a única a acontecer no
primeiro período colonial (1500 -1530), pois a
cultura canavieira, no litoral nordestino; a
pecuária, no sertão nordestino; e a mineração
do ouro, nas regiões das minas gerais, foram
atividades que remontam o início da
colonização.
d) A decisão de colonizar o Brasil estava
diretamente associada à escolha do cultivo de
um gênero agrário que trouxesse elevados
lucros à coroa. A ausência de metais preciosos,
os baixos recursos obtidos com a extração do
pau-brasil e o declínio do comércio de
especiarias exigiram uma opção agrícola
lucrativa: a cana-de-açúcar.
e) Dos itens acima, somente a pecuária não está
relacionada com as atividades econômicas que
deram sustentação ao processo de colonização
brasileira, já que foi uma atividade que não se
submeteu ao controle tanto do pacto colonial
como da administração metropolitana.
14. CEFET CEARÁ 2003.2
Em relação à mineração no período colonial, é
coerente afirmar:
a) foi atividade suficiente para sanar as dívidas
portuguesas para com a Inglaterra e
possibilitou a Revolução Industrial Portuguesa
b) a administração, na região mineradora, era
desenvolvida pelo próprio Governo Geral, não
exigindo a criação de nenhum outro órgão para
tal função
c) a tributação ficou restrita ao quinto que atendia
adequadamente às necessidades da Coroa
Portuguesa e evitava o contrabando
d) as Casas de Fundição, desvinculadas de
funções fiscais, prestavam serviços públicos aos
mineradores, sendo um deles a fundição do
ouro e a transformação em barras, em que não
se cobrava uma única taxa
e) uma das grandes conseqüências da mineração
foi a interiorização da colônia
15. CEFET CEARÁ 2005.1
Em relação ao Período Colonial, sabe-se que, em fins
do século XVII, foram encontradas as primeiras
jazidas de ouro na região das Minas Gerais, daí se
desenvolvendo a fase da Mineração. Em relação a esta
atividade, é coerente o que se afirma na alternativa:
a) foi a atividade econômica mais relevante do
período, que favoreceu a acumulação primitiva
de capital da burguesia comercial portuguesa,
além de ter proporcionado a independência
financeira do Brasil em relação à sua metrópole
b) contribuiu para a vinda de trabalhadores
assalariados de Portugal, como de imigrantes
italianos, solucionando o problema da mão-de-
829
Atendimento ao Aluno: (85) 3491 4000
obra, tanto na própria mineração como na
produção de manufaturas
c) trouxe, como algumas de suas conseqüências,
o aumento da população colonial, a
interiorização do território e o desenvolvimento
do comércio interno
d) a região das Minas Gerais vivenciou uma
realidade bem diferente da açucareira, pois,
devido à brecha camponesa e à urbanização,
utilizou, na exploração aurífera, uma menor
quantidade de escravos
e) como o governo português não criou outros
órgãos administrativos, a Câmara Municipal de
Belo Horizonte assumiu o controle da cobrança
do quinto e a responsabilidade sobre as casas
de fundição
16. UFC 2001.1
Leia o trecho abaixo.
“Na mineração, como de resto em qualquer atividade
primordial da colônia, a força de trabalho era
basicamente escrava, havendo entretanto os
interstícios ocupados pelo trabalho livre ou semilivre.”
(SOUZA, Laura de M Desclassificados do Ouro: pobreza mineira no
século XVIII. 3 ed. Rio de Janeiro: Graal, 1990, p. 68.)
Com base neste trecho sobre o trabalho livre
praticado nas áreas mineradoras do Brasil colônia, é
correto afirmar que:
a) devido à abundância de escravos no período do
apogeu da mineração, os homens livres
conseguiam viver exclusivamente do comércio
de ouro.
b) em função da riqueza geral proporcionada pelo
ouro, os homens livres dedicavam-se à
agricultura comercial, vivendo com relativo
conforto nas fazendas.
c) perseguidos pela Igreja e pela Coroa, os
homens livres procuravam sobreviver às custas
da mendicância e da caridade pública.
d) sem condições de competir com as grandes
empresas mineradoras, os homens livres
dedicavam-se à “faiscagem” e à agricultura de
subsistência.
e) em função de sua educação, os homens livres
conseguiam trabalho especializado nas grandes
empresas mineradoras, obtendo confortáveis
condições de vida.
17. UFC 1998.1
"Da riqueza extraída das Minas, quase tudo ia para a
Metrópole, onde se consumia em gastos santuários, em
construções monumentais - como o Convento de Mafra
– e no pagamento das importações de que Portugal
necessitava. Poucos foram os privilegiados que
enriqueceram na capitania do ouro, e insignificantes
os efeitos produtivos gerados pela mineração, de um e
de outro lado do Atlântico."
(VERGUEIRO, Laura. Opulência e Miséria das Minas Gerais.
São Paulo: Brasiliense, 1981. p.76.)
A partir do texto acima, é correto afirmar sobre a
exploração do ouro durante o período do Brasil-
Colônia que:
a) o ouro extraído em Minas Gerais produziu uma
grande riqueza que foi acumulada por
comerciantes e funcionários da Coroa, os quais
se tornaram os primeiros industriais brasileiros.
b) apesar do fluxo constante de riquezas em
direção à Coroa portuguesa, a área produtora
permaneceu pobre e rural, sem
desenvolvimento urbano, cultural ou artístico.
O Cursinho dos Alunos da UECE
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c) o desperdício da riqueza advinda do ouro
brasileiro se deveu à falta de rigor na
fiscalização dos impostos pela Coroa
portuguesa, fazendo florescer o contrabando, a
corrupção e a autonomia colonial.
d) a Coroa de Portugal jamais se empenhou a
fundo no estímulo e no controle da produção do
ouro brasileiro, insistindo em privilegiar a
produção de açúcar nas áreas litorâneas.
e) a opressão fiscal sobre as áreas mineradoras
crescia conforme o endividamento de Portugal,
provocando várias revoltas e o aparecimento de
um sentimento nativista.
permitir a livre comercialização do ouro,
arrecadando impostos nos portos e nas
estradas
c) a administração colonial instalou as casas de
fundição para regulamentar a produção do ouro
e arrecadar mais impostos, obtendo total apoio
dos proprietários das minas
d) ao aumentar a carga fiscal e instalar as casas
de fundição, a Coroa logrou aumentar a
arrecadação de impostos, mas provocou a
revolta dos proprietários das minas

18. UECE 1998.2

A descoberta de ouro no interior da colônia brasileira
fez nascer novas cidades e trouxe novos problemas
Gabarito
para a administração colonial portuguesa. A respeito 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
da formação das cidades nas áreas mineradoras, E C B C E B ND B 12 A
pode-se afirmar corretamente: 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
a) a mineração trouxe para o interior o pólo A E D E C D E C B D
dinâmico da economia colonial, fazendo com
que a capital fosse transferida da Bahia para
Vila Rica
b) o crescimento das cidades nas áreas
mineradoras ocorreu porque não haviam
escravos, mas somente homens livres com
posses, que possuíam uma boa capacidade de
consumo, inclusive de bens culturais
c) as cidades constituíram-se não somente em
locais de arrecadação de impostos, mas em
centros da cultura, com o florescimento de uma
classe média educada nas universidades da
Corte
d) a vida urbana nas Minas Gerais resumia-se às
funções administrativas e de arrecadação de
impostos, não existindo desenvolvimento
cultural e artístico

19. UECE 1999.1

Dentre as principais medidas tomadas pelo Marquês
de Pombal com relação à colonização do Brasil, pode-
se assinalar corretamente:
a) para a criação de manufaturas e indústrias no
Brasil, liberalização dos impostos alfandegários
sobre os produtos brasileiros e maior controle
sobre as atividades religiosas
b) traição de Companhias de Comércio, expulsão
dos jesuítas e maior pressão fiscal sobre as
áreas produtoras de ouro
c) transferência da capital da colônia do Rio de
Janeiro para Salvador, expulsão da Companhia
de Jesus dos territórios portugueses e criação
de mesas de negociação de impostos com os
produtores de ouro
d) extinção dos monopólios comerciais estatais,
assinatura de acordos com a Igreja sobre a
ação dos jesuítas e transferência da capital da
colônia de Salvador para o Rio de Janeiro

20. UECE 1996.1

A corrida do ouro em Minas Gerais no final do século
XVII trouxe uma riqueza muito grande para a Coroa
portuguesa, mas também exigiu muitos esforços no
sentido de fiscalizar a produção e punir o contrabando.
Assinale a expressão correta a respeito das
medidas fiscais empreendidas por Portugal na área
das minas.
a) apesar dos protestos dos fidalgos encarregados
da arrecadação, a Coroa portuguesa evitava
pressionar os produtores através das derramas
limitando-se a aumentar os impostos
b) sem conseguir se impor aos proprietários das
minas, a administração colonial passou a

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Causas

INTERNA: a cobrança da
derrama gera crise social e
sentimento anti-luso.

EXTERNA: iluminismo e
independência dos EUA.

 anti-lusitanismo;
Aula 05  idéias de independência e
republicanismo;
O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA Características  formação de centros
universitários;
DO BRASIL  movimento organizado pela
elite mineira
OS MOVIMENTOS NATIVISTAS
Líderes
Foram movimentos regionais de oposição ao domínio
luso. Exigiam reformas setoriais e não apresentavam Joaquim José da Silva Xavier
projetos de emancipação política de Portugal. (Tiradentes);
Cláudio Manoel da Costa;
MOVIMENTOS CAUSAS LÍDERES Tomás Antonio Gonzaga;
Alvarenga Peixoto;
Amador Pobreza da Silvério dos Reis (traidor).
Bueno capitania; conflito Amador Bueno da
São Paulo entre colonos e Ribeira
1641 jesuítas  morte de Tiradentes e de
Cláudio Manoel da Costa;
Revolta dos Monopólio Conseqüências
 exílio dos demais revoltosos;
Beckman comercial da Cia. Manuel e Thomas
 suspensão da cobrança da
Maranhão de Comércio do Beckman
Maranhão derrama.
1648
Manuel Nunes
Paulistas X Viana e Bento
INCONFIDÊNCIA BAIANA OU
Guerra dos CONJURAÇÃO DOS ALFAIATES
emboabas Coutinho
Emboabas (forasteiros) pelo (emboabas) X (1798)
Minas Gerais domínio da região Amador Bueno da Causas
1709 das Gerais Veiga
(bandeirantes) INTERNA: crise econômica
Bernardo Vieria de existente desde o declínio do
Guerra dos Luta de Recife
Melo (olindense açúcar e abandono da região
para elevar-se à
Mascates categoria de vila,
que queria
canavieira pelo governo luso.
Pernambuco transformar Olinda
com oposição de
1710 numa república
Olinda
independente) EXTERNA: : iluminismo através
Movimento em da atuação da maçonaria;
Felipe dos oposição às casas independências da América
Santos de fundição, que
Felipe dos Santos
acentuavam a Espanhola; influência da
Vila Rica
1720 exploração Revolução Francesa (1789).
portuguesa
 idéias de independência,
AS REBELIÕES COLONIAIS republicanismo,
Foram movimentos regionais de oposição política e abolicionismo e igualdade
ideológica contra o domínio luso. Refletiam as idéias Características social;
iluministas européias e liberais surgidas com a  ampla participação popular;
Revolução Industrial.
 atuação da loja maçônica
Cavaleiros da Luz.
João de Deus;
Lucas Dantas;
Luiz Gonzaga das Virgens;
Líderes
Manuel Faustino;
Cipriano Barata;
Joaquim José da Veiga (traidor).
INCONFIDÊNCIA Conseqüências  prisão e morte dos líderes
MINEIRA (1789)
831 O Cursinho dos Alunos da UECE
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revolucionários;
 enfraquecimento do poder Sobre a questão, assinale a opção correta:
luso e crescimento do a) Somente as afirmativas I e II estão corretas.
sentimento b) Somente as afirmativas II, III e IV estão
emancipacionista. corretas.
c) Somente as afirmativas I, II e III estão
corretas.
d) Somente as afirmativas I e III estão corretas.
INSURREIÇÃO e) Somente as afirmativas III e IV estão corretas.
PERNAMBUCANA
(1817) 03. UECE 2007.2
Leia o texto abaixo atentamente:
interna: crise econômica “Qual o homem pode bater tão paciente,
existente desde o declínio do Que, vendo o triste estado da Bahia
Causas
açúcar; abandono da região Não chore, não suspire, não lamente.”
canavieira pelo governo luso; (Gregório de Matos – séc. XVIII)
cobrança de impostos.
anti-lusitanismo; O fragmento do poema de Gregório de Matos refere-se
fundação da República a uma rebelião regencial comandada por alguns
Características Pernambucana;
participação das elites
e classes populares aristocratas e membros das camadas médias de
Domingos José Martinhs; Salvador. Estamos nos referindo à
Líderes
José de Barros Lima. a) Cabanagem.
prisão e morte b) Balaiada.
Conseqüências
dos líderes revolucionários; c) Sabinada.
permanência dos ideiais liberais d) Farroupilha.

04. URCA 2007.2

Questões de Os movimentos conhecidos como Conjuração Mineira
de 1789 e a Conjuração Baiana de 1798 tiveram como

Vestibulares pontos em comum:

01. UECE 2008.1 FASE 2
Sobre a Inconfidência Mineira (1789), são feitas
as seguintes afirmações:
I. Estava entre os objetivos de boa parte dos
conspiradores de Vila Rica, a constituição de um
regime republicano no Brasil.
II. Havia, também, por parte dos inconfidentes, a
preocupação com o desenvolvimento de produtos
manufaturados ou, em outras palavras,
objetivavam a diminuição da dependência de
artigos importados.
III. A nova capital seria transferida para Belo
Horizonte, por encontrar-se localizada numa área
mais favorável para a expansão da lavoura e da
pecuária.
Assinale o correto.
a) Apenas as afirmações I e II são verdadeiras.
b) Apenas as afirmações I e III são verdadeiras.
c) Apenas as afirmações II e III são verdadeiras.
d) Todas as afirmações são verdadeiras.
02. URCA 2008.1
Durante a crise do sistema colonial, alguns
movimentos e revoltas ocorreram no Brasil Colônia.
Sobre a Conjuração Baiana de 1798 (conhecida como
Revolta dos Alfaiates):
I – Se envolveram artesãos, soldados e
trabalhadores negros e mulatos, e mesmo alguns
escravos.
II – A influência dos ideais da Revolução Francesa
era clara. Pretendia-se abolir a escravidão,
instaurar a liberdade de comércio e a República.
III – A ideologia do movimento revelava forte
anticlericalismo, bem como um sentimento
antieuropeu.
IV – Pretendia seguir os moldes da Independência
dos Estados Unidos.
a) Objetivavam a emancipação política do Brasil.
b) Representavam os anseios populares.
c) Fortaleciam o Antigo Sistema Colonial,
ameaçado pela política de industrialização da
colônia.
d) Retratavam a crise do Antigo Sistema Colonial.
e) Organizar os movimentos de esquerda no Brasil
no sentido da criação do Partido Comunista
Brasileiro.
05. URCA 2007.1
O movimento rebelde que eclode na Bahia em 1798
ficou conhecido como Revolta dos Alfaiates ou
Conjuração Baiana. Sobre esse movimento assinale a
alternativa INCORRETA:
a) Contou com a participação exclusiva dos
membros da elite colonial baiana, composta por
grandes proprietários de terras e produtores de
cana-de-açúcar, que, devido aos seus hábitos
de consumo de roupas finas, eram clientes
assíduos de alfaiates, daí o nome do
movimento;
b) Contou com a participação de pessoas das
camadas mais humildes. Eram alfaiates,
soldados, mulatos, negros, todos
inconformados com a situação de fome e
miséria;
c) Tiveram influência dos ideais que corriam da
França para outras regiões no período,
expressados nas posições de Liberdade,
igualdade e fraternidade, termos que eram
objeto da redação de diversos panfletos
produzidos pelos conjurados;
d) Os revolucionários objetivavam romper com a
dominação colonial portuguesa e modificar a
ordem social interna no Brasil, que se baseava
no trabalho escravo;
e) A repressão do governo colonial foi
extremamente impiedosa, principalmente com
os mais humildes, sendo muitos destes
enforcados e esquartejados.
06. CEFET CEARÁ 2008.1

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Em relação aos movimentos de libertação colonial, é Alfaiates") foi um movimento anti-

coerente dizer que:
a) A Inconfidência Mineira, que foi de caráter
popular, preconizava o fim da escravidão
b) A Conjura Carioca, de caráter literário, teve em
Tiradentes um de seus principais expoentes e
líderes, principalmente ao propagar as idéias
liberais
c) A Conjura Carioca foi motivada pela crise da
Mineração e pelo desejo dos falidos
mineradores de se verem livres de suas
dívidas, como buscando a implantação de uma
República Independente em Minas Gerais
d) A Conjuração Baiana, também chamada de
Conjuração dos Alfaiates, contou com a
participação popular e teve projetos sociais
radicais, como a abolição da escravidão
e) A Revolta de 1817, que só ocorreu no Ceará,
foi de tendência separatista e estava amparada
nas idéias restauradoras, ou seja, defendia um
projeto de aliança com Portugal
07. UECE 1993.1
O sentimento nativista e as lutas contra a opressão
colonial se espalhavam pelo Brasil no final do século
XVII : nas Minas Gerais, na Bahia, no Rio de Janeiro e
em Pernambuco. Marque a opção que afirma as
origens filosóficas, ideológicas e históricas destes
movimentos:
a) o jacobinismo francês servia de base
fundamental a estes movimentos,
especialmente pelo caráter de massas e de
insurreição popular que ele expresava
b) o movimento de Toussant L'ouverture, no Haiti,
e a armada da Bastilha, na França, foram os
acontecimentos que mais marcaram
intelectualidade nativista, assim como as idéias
liberais de Rousseau
c) a ideologia liberal muito influenciou os
sentimentos nativistas, assim como os
acontecimentos extraordinários das Revoluções
Francesa e Americana
d) devido os excessos ocorridos durante a
Revolução Francesa, este acontecimento não
serviu de inspiração aos nativistas brasileiros,
que recusavam igualmente os ideais de
Rousseau ou Descartes
08. CEFET CEARÁ 2003.2
É um movimento de libertação colonial:
a) Guerra dos Emboabas
b) Guerra dos Mascates
c) Inconfidência Mineira
d) Motins do Maneta
e) Conjuração de “Nosso Pai”
colonialista integrado por proprietários,
letrados, alfaiates, brancos livres e não
contou com elementos das camadas
populares nem com escravos.
(02) A Inconfidência Baiana, diferentemente da
Mineira (1789), incluiu em seu bojo e na sua
liderança mulatos, negros livres e escravos.
(04) O movimento baiano objetivava, além da
independência do Brasil em relação a
Portugal, a igualdade de raça e cor, o fim da
escravidão e a abolição de todos os
privilégios.
(08) Por contar apenas com proprietários de
terras e escravocratas, a Inconfidência
Baiana não objetivava o fim da escravidão,
mas tão-somente o rompimento com o
domínio colonial português.
(16) Face à postura mais revolucionária de
alguns de seus membros, a Inconfidência
Baiana logo deixou de ser uma sociedade
secreta de elite e tornou-se um movimento
popular e social.
(32) Por ser um movimento restrito a elementos
da elite branca de Salvador, a Inconfidência
Baiana não sofreu condenações à morte por
parte de Portugal, mas apenas prisões que
logo depois foram relaxadas.
(64) Das dezenas de inconfidentes, alguns deles
foram enforcados e esquartejados, todos
eles elementos das camadas populares.
A VINDA DA CORTE
PORTUGUESA PARA O BRASIL
a
EUROPA (início do século XIX)
No início do século XIX, a política
expansionista de Napoleão Bonaparte alterou o
equilíbrio político da Europa. O imperador francês
impôs a supremacia francesa sobre os demais países,
mas encontrou resistência da Inglaterra. Como
represália, Napoleão proibiu que os demais países
europeus comerciassem com os ingleses, proibição
que foi infringida por Portugal, que, por sua vez, teve
seu território invadido pelo general francês Jean Junot.
A França assinou com a Espanha o Tratado de
Fontainebleau (1807), repartindo o território
português entre os dois países ao dividi-lo em dois
reinos, Lusitânia e Algarves. Esta divisão não foi posta
em prática, mas a ameaça da invasão francesa fez
com que a família real e sua corte se transferissem
para o Brasil.

09. UECE 1991.1

A Revolta popular dos Alfaiates, ocorrida na Bahia em
1798, significou
a) a luta pela continuidade do sistema escravista
b) a tentativa de criação de uma república
oligárquica e autoritária, franqueando seus
portos ao comércio internacional
c) a proposta de continuidade do regime de
claustro nos conventos, impedindo a saída de
religiosos
d) a perspectiva de criação de uma república
democrática sob o lema da igualdade, liberdade
e fraternidade

10. UFC 1992.2E

Sobre a Inconfidência Baiana (1798), marque a(s)
sentença(s) correta(s):
(01) A Inconfidência Baiana (ou "Conjuração dos

833 O Cursinho dos Alunos da UECE

 Acredite no seu sonho, invista em você!

Duas nações iriam entrar em conflito. De um

lado, a força naval da Marinha de Guerra inglesa; do
outro, a força dos exércitos franceses, comandados
por Napoleão Bonaparte. Em 1805, houve o tão
esperado encontro: a Inglaterra derrotou a França na
batalha naval de Trafalgar.

BLOQUEIO CONTINENTAL (1806)

O bloqueio foi decretado pela França.

Objetivo: arruinar a economia inglesa. Ficou

determinado que os países fechassem seus
portos ao comércio inglês.
GOVERNO JOANINO
Conseqüência: fuga da Família Real para o (1808–1821)
Brasil, pois Portugal, grande aliado da
Inglaterra, não poderia fechar seus portos ao
1. Abertura dos portos (1808)
comércio inglês.
Com a abertura dos portos brasileiros às nações
amigas (janeiro de 1808), a Inglaterra passou a gozar
da quase exclusividade sobre o comércio brasileiro, já
que era a maior nação industrial e naval em condições
de competir com a Coroa portuguesa na disputa pela
supremacia do comércio brasileiro. Este ato de
Portugal significou:

a) A quebra do pacto colonial.

b) O fim do monopólio comercial.
c) O fim do exclusivismo colonial.
d) A preparação para a independência do Brasil.

2. Liberdade industrial (1808)

O Alvará de Liberdade Industrial (1.° abril de

1808) foi de encontro aos interesses da Inglaterra. Os
ingleses não aceitaram essa determinação para o
Brasil e forçaram Portugal a assinar acordos que lhe
dessem vantagens alfandegárias. O Brasil não
suportaria a concorrência dos produtos ingleses, mais

baratos e de melhor qualidade. Para a Inglaterra, o

Brasil tinha que ser mercado consumidor e não
mercado produtor concorrente.

www.efivest.com.br 834
 Atendimento ao Aluno: (85) 3491 4000

Tratados de Comércio e Navegação e de Aliança e

Amizade (1810)
a) Visavam abolir lentamente o tráfico negreiro
para o Brasil.
b) Criaram tarifas alfandegárias preferenciais
para a Inglaterra:

Mercadorias inglesas: 15%.

Mercadorias portuguesas: 16%.
Demais países: 24%.

c) Direito inglês de manter uma esquadra de

guerra no litoral brasileiro.
d) Garantia de liberdade religiosa aos ingleses.
e) Permissão aos ingleses para eleger seus
próprios juízes conservadores, aos quais
competia julgar os súditos da Inglaterra no
Brasil.

Com esses tratados, os ingleses praticamente

eliminavam a concorrência no mercado do Brasil,
dominando-o por completo. É interessante observar
que algumas indústrias inglesas passaram a enviar
produtos completamente desnecessários para o Brasil,
como caixões de defuntos e patins para andar no gelo.

4. Revolução Pernanbucana (1817)

Causas:
a) Carga tributária exaustiva para o sustento da
Corte Portuguesa parasitária.
b) Prejuízos financeiros dos grandes
proprietários em virtude de uma grande seca.
c) Miséria da população nordestina.
Participantes:
• Elite pernambucana;
• Elementos do clero;
• Comerciantes;
• Camadas populares.

Os rebeldes visavam:
 À independência do Brasil e à proclamação da
república.
 À formação de uma republica federativa.
 À promulgação de uma constituição.
 À confecção de uma bandeira para simbolizar
o movimento (atual bandeira do Estado de
Pernambuco).

Para não prejudicar os interesses dos

senhores de engenho, os rebeldes pernambucanos
foram contra a abolição da escravatura.
A repressão, como sempre, foi extremamente
violenta. Muito sangue correu em Pernambuco. Era o
governo português mantendo a todo custo o seu
poder. Observação: Ficou conhecida como a mais
espontânea, a menos desorganizada e a mais
simpática das nossas numerosas revoluções.

5. Outras criações de D. João VI

• Banco do Brasil.
• Jardim Botânico.
• Biblioteca Nacional.
• Imprensa Régia.
• Instituto de Belas Artes.
• Casa da Moeda.
• Escola de Medicina.
• Missão Francesa – Contratação de artistas franceses,
entre os qu ais Debret.

3. Acordos com a Inglaterra (1810) 6. Política externa de D. João VI

835 O Cursinho dos Alunos da UECE
 Acredite no seu sonho, invista em você!
Anexação da Guiana Francesa, em represália
à invasão francesa a Portugal.
Anexação da Província Cisplatina, visando
apossar-se da região do Prata. Esta província ficaria
independente em 1828, com o nome de Uruguai.
7. Revolução do Porto (1820)
Em 1820, a burguesia liberal portuguesa
liderou uma grande rebelião em Portugal: a Revolução
do Porto.
Os rebeldes, influenciados pelas idéias dos
economistas liberais, pretendiam salvar Portugal de
sua tradicional crise econômica, acabar com a miséria
que assolava o país, elaborar uma constituição que
eliminasse os poderes absolutistas do rei D. João VI e
a recolonização do Brasil. O movimento pretendia
colocar Portugal nos trilhos da expansão capitalista: a
industrialização.
Era preciso tirar os poderes absolutistas de D.
João VI, sendo uma monarquia constitucional, com
propostas burguesas e não deixar o Brasil alcançar sua
independência, a fim de que a Colônia continuasse a
servir aos interesses da metrópole.
A recolonização do Brasil era uma tentativa
de recuperação econômica de Portugal, na medida em
que recolonizar significava restabelecer o pacto
colonial e, portanto, restabelecer a dominação da
economia da Colônia pela Metrópole. D. João VI voltou
para Portugal em 1821, deixando o Brasil a cargo de
seu filho, o Príncipe Regente D. Pedro (futuro D. Pedro
I). A sua volta foi tumultuada: os correntistas do
Banco do Brasil e a população haviam sido lesadas –
D. João VI havia tirado todo o dinheiro e ouro do
banco.
8. A volta da família real a Portugal
Pressionada pela situação política que afetara
Portugal, a Família Real voltou para Lisboa (1821). D.
João VI passou o governo brasileiro para seu filho D.
Pedro, que era príncipe-regente (futuro D. Pedro I),
dizendo-lhe “Pedro, se algum dia o Brasil se separar
de Portugal, antes fique para você que há de honrar e
respeitar, do que para qualquer um destes
aventureiros”. D. João VI, ao chegar a Lisboa, teve
seus poderes controlados pela Constituição elaborada
pelo movimento liberal do Porto. O rei teve de se
submeter às exigências do Parlamento, que passou a
realmente controlar o país.
A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
(1822)
1. Dia do fico
Dia do Fico (9 de janeiro de 1822) – A
aristocracia rural, que formava o Partido Brasileiro,
pede – e com muita insistência – que o príncipe
regente D. Pedro fique no Brasil e proclame a
independência política.
O príncipe D. Pedro atendeu ao pedido,
dizendo:
“Como é para o bem de todos e
a felicidade geral da nação,
estou pronto; diga ao povo que
fico”.
2. Trama política da independência
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A independência do Brasil foi uma jogada
política da classe dominante: senhores de terras e de
escravos (aristocracia rural) queriam preservar os
próprios interesses. Assim, a aliança do príncipe D.
Pedro com o Partido Brasileiro deixava claro que a
independência do País não passaria de um arranjo
político cujo fim maior era garantir os poderes nas
mãos dos proprietários de terras e dos senhores de
escravos. Com a “Lei do Cumpra-se”, criada em maio
de 1822, ficava determinado que todos os decretos de
Portugal só teriam validade se obtivessem o “cumpra-
se” do príncipe regente.
3. Forma de governo
Ficaria determinado que o Brasil adotaria a
Monarquia como forma de governo, pois assim o povo
ficaria afastado das decisões, e manter-se-ia a
escravidão.
4. Conservadorismo
Era necessário manter o ideal conservador,
ou seja, as elites dominantes não aceitariam
mudanças profundas. A independência não significou
uma ruptura com o passado colonial. O Brasil
continuava mantendo:
a) Estrutura latifundiária.
b) Economia agrária.
c) Dependência do mercado externo.
d) Monocultura.
e) Mão-de-obra escrava.
f) Dependência do capital estrangeiro (inglês).
5. Dependência aos ingleses
O Brasil alcançava sua independência apenas
política; em termos econômicos e financeiros, ficaria
dominado pelo capital inglês, que imporia acordos que
lhe auferissem vantagens.
6. Independência contestada
Algumas províncias não aceitaram a
independência política do Brasil porque eram regiões
não-dominadas pela aristocracia rural, e sim pelos
comerciantes portugueses. A Independência não lhes
traria benefícios políticos.
As províncias que contestaram o processo
emancipatório foram:
a) Piauí;
b) Bahia;
c) Maranhão;
d) Grão-Pará (Pará e Amazonas);
e) Província Cisplatina (hoje, Uruguai).
O governo imperial contratou exércitos
mercenários a fim de forçar as províncias rebeldes a
aceitar a independência brasileira, convencendo-as de
que o Brasil não mais estava ligado a Portugal. Pierre
Labatut, John Grenfell, Lord Cochrane e John Taylor
foram os principais oficiais estrangeiros contratados
pelo Império brasileiro.
7. Reconhecimento da independência
O primeiro país a reconhecer a Independência
do Brasil foram os Estados Unidos, em 1824. Os norte-
americanos defendiam a Doutrina Monroe, que diz: “A
América é para os americanos”. Portugal, em 1825,
assinava o Tratado Luso-Brasileiro, que reconhecia a
836

independência brasileira mediante o pagamento de
dois milhões de libras esterlinas. A Inglaterra, em
1826, reconhece a independência do Brasil, mas exige
a extinção do tráfico negreiro.
Textos complementares
A PROCLAMAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA
D. Pedro iniciou várias reformas políticas e
administrativas, começando pela nomeação de José
Bonifácio para ministro. No início de 1822, é criado o
Conselho de Procuradores Gerais das Províncias do
Brasil, uma espécie de parlamento. Em março deste
ano, D. Pedro recebeu da maçonaria – organização
influente nos movimentos de independência – o título
de Protetor e Defensor Perpétuo do Brasil.
Em 3 de junho, D. Pedro convocou uma
Assembléia Constituinte para substituir o Conselho de
Procuradores e, em 1° de agosto, baixou decreto
considerando inimigas as tropas portuguesas que
desembarcassem no país. Alguns dias depois, lançou o
Manifesto às Nações Amigas, elaborado por José
Bonifácio, onde assegurava a independência, mas não
romperia relações com Portugal, que continuava a
tomar medidas para controlar o processo
emancipatório. No dia 7 de setembro de 1822, D.
Pedro proclamou a independência, sendo aclamado
imperador em 12 de outubro e coroado em 1º de
dezembro.
“Independência ou Morte” de Pedro Américo (1888)
Fonte: Wikipedia
“A representação mais consagrada e difundida da
Independência surge no quadro Independência ou
Morte, de Pedro Américo. Apresentado pela primeira
vez em 1888, ele se transformou na versão oficial do
gesto que funda o país. D. Pedro, de espada em
punho, proclama a Independência, dando o grito que
reverbera em todo o império. De acordo com este
quadro, o brasileiro passa ao largo da ação, pois
negligentemente contorna a colina do Ipiranga com
seu carro de boi, sem perceber a magnitude do
evento.”
SOUZA, Iara Lis Carvalho. A independência do Brasil. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar, 2000. p. 7-8.
Questões de
Vestibulares
11. UECE 2008.1 FASE 2
“A história do Período Joanino no Brasil é inseparável
do anedotário que traça o perfil de sua mais
importante personagem feminina: a Princesa Carlota
Joaquina de Bourbon e Bragança”.
Fonte: AZEVEDO, Francisca L. Nogueira. Carlota
Joaquina na Corte do Brasil. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2003, p.17.
837
Atendimento ao Aluno: (85) 3491 4000
Sobre a princesa Carlota Joaquina, são feitas as
seguintes afirmações:
I. A historiografia tanto brasileira, quanto
portuguesa, foi comumente parcial tanto no
tocante à vida pública quanto à vida privada da
Princesa.
II. O tratamento dado à figura da Princesa fixou
no imaginário social a imagem de uma mulher
vulgar, ambiciosa e transgressora de todas as
normas morais e éticas do seu tempo.
III. Enquanto no Brasil a imagem da princesa foi
construída de modo negativo, em Portugal sua
memória foi construída de forma apologética e D.
Carlota é vista até hoje como heroína.
Assinale o correto.
a) Apenas as afirmações II e III são verdadeiras.
b) Apenas as afirmações I e III são falsas.
c) Apenas as afirmações I e II são verdadeiras.
d) Apenas as afirmações I e II são falsas.
12. UNIFOR 2008.1 MEDICINA
A vinda da Corte portuguesa para o Brasil foi, sem
dúvida, o fato mais importante do período regencial de
D. João, principalmente em relação ao nosso país,
tornado, desde logo, sede da monarquia.
(Alfredo d’Escragnolle Taunay.
História administrativa e econômica do Brasil.
Rio de Janeiro: Forense, 1969. p. 53)
O período histórico a que o autor se refere
representou um marco inicial de uma série de
transformações na estrutura política e econômica do
Brasil. Do ponto de vista econômico, duas medidas
determinaram profunda alteração nas condições
econômicas, dentre as quais podem ser citadas a
a) fundação do Conselho de Estado e do Supremo
Conselho Militar e de Justiça.
b) fundação da Intendência Geral da Polícia da
Corte e do Conselho de Estado.
c) aprovação do Alvará de liberdade de comércio e
do Conselho Militar de Justiça.
d) aprovação da Carta elevando o Brasil à
categoria de Reino Unido e do Parlamento.
e) aprovação da Carta Régia de abertura dos
portos e do Alvará de liberdade industrial.
13. UECE 2007.2 FASE 2
“Erguendo a espada, Dom Pedro bradou, solene:
“Independência ou Morte!”. Era uma tarde linda, azul
e fresca. A natureza, de certo, a tinha feito assim tão
bela para servir de cenário à proclamação da nossa
Independência”.
Fonte: MANCHESTER, Alan. Proeminência Inglesa no
Brasil. Brasiliense, 1992, pp. 110-111.
O autor do texto nos sugere uma visão romântica do
processo de emancipação política do Brasil. Este
processo, que culminou na ruptura com o governo
português, no entanto, teve vários desdobramentos
diretos.
Como desdobramentos diretos do processo de
emancipação política do Brasil são listados os
seguintes:
I. O fato de um príncipe português ter decretado o
rompimento da colônia brasileira com a metrópole
portuguesa.
II. O descontentamento da classe dominante,
como a dos fazendeiros do sudeste, por causa da
intenção do príncipe de investir na industrialização
do país.
O Cursinho dos Alunos da UECE
 Acredite no seu sonho, invista em você!
III. A proclamação da república brasileira tendo Sobre o período situado entre a transferência do
um príncipe português como primeiro regente da governo português para o Brasil, em 1808, e o Grito
nova nação. do Ipiranga, em 1822, associe a segunda coluna de
acordo com a primeira e assinale a alternativa que
Entretanto, é correto afirmar que: corresponde a seqüência CORRETA.
a) Apenas o I e o III são desdobramentos diretos. 1. Carta Régia de 1808;
b) Apenas o I é desdobramento direto. 2. Tratado de Comércio e Navegação;
c) Apenas I e II são desdobramentos diretos. 3. Tratado de Aliança e Amizade;
d) O I, o II e o III são desdobramentos diretos. 4. Revolução Pernambucana;
5. Revolução Liberal do Porto;
14. UNICE 2000.2
No final de 1816 partiram do Rio de Janeiro 4.000
( ) Instalou um governo republicano provisório.
soldados com destino ao Uruguai, recebendo reforços
( ) Determinou a proibição de retorno do Brasil
em 1817 dos portugueses e invadiram Montevidéu,
ao sistema de monopólio comercial português;
incorporando assim as terras uruguaias ao Brasil com
( ) Provocou o retorno de D. João VI a Portugal.
o nome de...
( ) Extinguiu o pacto colonial que determinava o
a) Província com Platina
monopólio comercial entre Portugal e Brasil;
b) Província Imperial
( ) Comprometeu-se a extinguir gradativamente o
c) Província do Plata
tráfico negreiro.
d) Província do Planalto
e) N.D.A.
a) 4, 2, 5, 1, 3
b) 5, 2, 4, 3, 1
15. URCA 2007.1
c) 4, 3, 5, 1, 2
“Eram os vadios e parasitas (...) que continuavam no
d) 5, 2, 4, 1, 3
Rio de Janeiro o ofício exercido em Lisboa: comer à
e) 2, 5, 4, 1, 3
custa do Estado e nada fazer para o bem da nação.
Tudo fluía ao aparelho e sucção da Corte – o cancro
17. UECE 1995.1
roedor da vitalidade econômica do país. Ela acudia
Ao longo do século XIX, o liberalismo tornou-se a
aos seus dependentes imediatos não só com mesadas
principal corrente de idéias a organizar os Estados
e cargos rendosos, mas até com rações diárias de
capitalistas. No Brasil, no entanto, os princípios
víveres, as quais não eram desdenhadas mesmo por
liberais encontraram limites graves para sua
pessoas bastante ricas.”
FAORO, Raymundo. Os donos do
realização. A respeito destas limitações, é certa a
poder. Rio de Janeiro, Globo, 1989. opção:
a) apesar da defesa do livre comércio e do fim da
Sobre a vinda da “família real portuguesa” em 1808, escravidão, os liberais eram contrários à
fator relacionado com o processo de independência do independência do Brasil
Brasil assinale a alternativa CORRETA: b) o liberalismo, no Brasil, se limitava a defender
a) As medidas tomadas por D. João, príncipe o fim da escravidão
regente de Portugal almejavam claramente a c) por todo o período do Império e da 1ª
continuidade do monopólio comercial, com a República, os princípios liberais foram
imposição de restrições às atividades integralmente aplicados no Brasil,
econômicas na colônia, dificultando ainda mais principalmente na defesa do livre direito de
o seu desenvolvimento; expressão e organização
b) A vinda da família real portuguesa, composta d) com a escravidão e a intensa repressão ao
por todo um séqüito de nobres e parasitas do movimento operário, o liberalismo brasileiro
Estado, foi explicada pela perseguição tinha seus limites no relacionamento com o
empreendida pelos ingleses e holandeses a mundo do trabalho
todos os aliados de Napoleão Bonaparte, que
tinha nos governantes lusitanos um dos seus 18. UECE 1996.2
mais fortes parceiros comerciais; Com a vinda da família Real portuguesa para o Brasil
c) Como aliados dos Ingleses, os primeiros atos (1808), muitas mudanças se verificaram na estrutura
importantes tomados por D. João, então urbana da capital, Rio de Janeiro. Sobre estes
príncipe regente de Portugal, almejavam a melhoramentos, pode-se afirmar corretamente que:
prática do livre comércio, assim que rompiam a) além da Abertura dos Portos e do incentivo às
algumas das restrições do monopólio comercial, atividades industriais, muitos equipamentos
atendendo as expectativas inglesas. É o caso, urbanos foram criados, como o Jardim Botânico
por exemplo, da famosa “abertura dos portos e o Banco do Brasil
às nações amigas”; b) a vida na cidade mudou completamente, com
d) No Brasil, a nova administração organizada por sua total remodelação baseada nos moldes da
D. João procurou manter a estrutura anterior, reconstrução de Lisboa após o terremoto de
fortalecendo as capitanias hereditárias, sem, 1777, destacando-se o sistema de esgotos
entretanto empreender nenhuma ação c) os melhoramentos se limitaram às reformas
expansionista, pois o regente almejava boas nas casas que iriam abrigar os membros da
relações com seus vizinhos ibéricos na Corte, nada alterando na vida de uma cidade
América: os espanhóis; colonial
e) Com a chegada da “família real” portuguesa ao d) a situação sanitária na cidade melhorou
Brasil, foram tomadas medidas de grande bastante, o que ocasionou o fim das epidemias
alcance comercial, merecendo especial que periodicamente aconteciam
destaque o grande avanço no setor produtivo
industrial, quando a indústria brasileira 19. UECE 1998.1
conseguia disputar com êxito, com a produção Sobre a vinda da Família Real Portuguesa ao Brasil,
industrial britânica. em 1808, podemos afirmar corretamente:
a) com a transferência de todas as funções de
16. URCA 2005.2 Estado para o Brasil, um grande impulso

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 Atendimento ao Aluno: (85) 3491 4000

cultural, comercial e industrial ocorreu no Rio

de Janeiro
b) apesar da chegada da Corte ao Brasil, poucas
mudanças ocorreram na vida política e cultural
da colônia

c) a frota portuguesa foi escoltada pela marinha

francesa, interessada na abertura dos portos
brasileiros
d) somente D. João VI e sua família se mudaram Aula 06
para o Brasil, permanecendo em Portugal toda
a nobreza e principais autoridades do governo O PRIMEIRO REINADO
20. UECE 1999.2
O "dia do fico" (9 de janeiro de 1822), representou um
momento de ruptura entre os interesses portugueses e
brasileiros em relação à colonização do Brasil. Sobre
este evento, é correto afirmar que:
a) as medidas adotadas pelo governo português
pretendiam "recolonizar" o Brasil, ao que se
opunha o príncipe D. Pedro
b) a decisão do príncipe conseguiu o total apoio
das Cortes portuguesas, apesar da
desaprovação do rei D. João
c) ao enfrentar a decisão das Cortes, o príncipe
português imediatamente decretou a
independência do Brasil
d) a atitude do príncipe representou uma tentativa
do governo português em manter a colônia sob
controle
Primeiro Reinado
Gabarito Consolidação e reconhecimento da independência
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
A
11
C
12
C
13
D
14
A
15
D
16
C
17
C
18
D
19
86
20
Conflitos importantes:
C E B E C A D A A A
Sul: Província Cisplatina (Atual Uruguai)
Tropas
Portuguesa
s

Brasileiros &
Uruguaios
1823: retirada dos portugueses
(mais tarde haveria uma longa guerra pela independência
uruguaia, desta vez seriam os uruguaios contra os brasileiros)

Bahia:
Portuguese
s

Favoráveis
à
independên
cia
2 de julho de 1823: retirada dos portugueses

Contexto Internacional

reconhecem a Independência do Brasil, em

maio de 1824, com base nos princípios da
Doutrina Monroe (“A América para os
Americanos”)
EUA:
reconhece a Independência em 1826,
mediante a renovação dos contratos de
1810, e a promessa da extinção do tráfico
de escravos até 1831.

839 O Cursinho dos Alunos da UECE

 Acredite no seu sonho, invista em você!
Inglaterra:
reconhece a Independência em 1825,
mediante o pagamento de uma multa de 2
milhões de libras (empréstimo contraído
pelo Brasil junto a Londres), e não permite
a união do Brasil com outras colônias
Portugal: portuguesas (risco de um movimento
independente generalizado na África)
A Independência:
• Não altera a ordem social e econômica
• É um movimento organizado pela elite em
associação com a monarquia
Constituição de 1824
• Nos dois primeiros anos do Império, surgiu a
necessidade de uma Constituição (lembre-se: a
Assembléia Constituinte foi convocada antes da
Independência)
• As primeiras da Constituinte aconteceram em
1823. Os membros tinham uma postura liberal
moderada, em defesa da monarquia institucional que
garantisse os direitos individuais e limitasse o poder
do monarca.
• Houve disputas entre o Poder Executivo
(imperador) e o Poder Legislativo (constituintes).
Então, D. Pedro dissolve a Assembléia, com a ajuda
dos militares e promulga a Constituição de 1824.
• A primeira constituição brasileira surge “de
cima para baixo”, ou seja: do Imperador para o povo.
Os escravos não serão considerados.
A Constituição
determina:
 Governo monárquico, hereditário e
constitucional
 Existência de nobreza, por títulos não-
hereditários concedidos pelo Imperador
 Religião oficial é a católica
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 Poder Legislativo dividido em Câmara e
Senado, com eleições temporárias e vitalícias,
respectivamente. Para o Senado, eram eleitos
uma lista tríplice, onde o Imperador escolhia
um dos nomes.
 Voto indireto (os votantes elegem um corpo
eleitoral que escolherá os nomes) e censitário
(requisitos de natureza econômica)
“A eleição para a Câmara de Deputados se processava
da seguinte forma. Nas eleições primárias, votavam os
cidadãos brasileiros, inclusive os escravos libertos,
mas não podiam votar, entre outros, os menores de
25 anos, os criados de servir, so que não tivessem
renda anual de pelo menos 100 mil-réis provenientes
de bens de raiz (imóveis), indústria, comércio ou
emprego. Os candidatos, por sua vez, só podiam ser
pessoas que, além dos requisitos dos votantes,
tivessem renda de, no mínimo, 200 mil-réis anuais e
não fossem escravos libertos. Os escolhidos nessas
eleições primárias formavam o corpo eleitoral que
elegeria os deputados. Para ser candidato nessa
segunda etapa, as exigências aumentavam: além dos
requisitos anteriores era necessário ser católico e ter
uma renda mínima anual de 400 mil-réis. Não havia
referência expressa às mulheres, mas elas estavam
excluídas desses direitos políticos pelas normas
sociais. Curiosamente, até 1882 era praxe admitir o
voto de grande número de analfabetos, tendo em vista
o silêncio da Constituição a esse respeito.”
(Fonte: FAUSTO, Boris. História do Brasil.
São Paulo: Edusp, 2003. p. 151)
 País dividido em províncias, cujos
pretendentes eram nomeados pelo
Imperador.
 Criação do Conselho de Estado
(conselheiros vitalícios, com idade mínima de
40 anos e renda não inferior a 800 mil-réis) e
o Poder moderador (imperador: moderar
disputas mais sérias e gerais, interpretando –
as segundo a “vontade e o interesse
nacional”. Este poder, na teoria, seria
separado do Executivo)
Conclusão:
O que temos é a concentração do poder nas mãos do
Imperador, que teria a figura de sua pessoa como
inviolável e sagrada, poderia nomear os senadores,
teria a faculdade de dissolver a Câmara e poderia
convocar eleições para recompô-la. Também poderia
vetar ou aprovar as decisões da Câmara e do Senado.
CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR
Pernambuco, 1824.
Idéias republicanas, anti-lusitanas e opostas à
centralização do poder, desde 1817.
Nomeação de um governador
não-desejado para a Província
Frei Caneca e Cipriano Barata.
Objetivo: reunir de forma federativa e republicanos
estados do Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte,
Ceará, Piauí, Pará.
Abdicação de D. Pedro I
• Política externa: Guerra da Cisplatina (1825 –
1828): anexação da Província Cisplatina às Províncias
840

Unidas do Rio da Prata, em 1825. A guerra gerou
muitos gastos militares para ambos os lados, e teve
como principal conseqüência o surgimento do Uruguai,
como país independente.
• Disputas entre liberais (defesa da ordem e da
propriedade, com institucionalidade; maioria de
brasileiros / elite) e conservadores (defesa da ordem e
da propriedade com aceitação dos atos imperiais
ilegais; maioria de portugueses).
• Exército: base popular que sofre com más
condições de vida, onde os altos postos eram
ocupados por portugueses.
• A base do imperador – elite e, depois, o
exército – cai. D. Pedro I abdica o trono em favor de
seu filho, na época com cinco anos.
Questões de
Vestibulares
01. UNIFOR 2008.1
Observe o organograma.
(Flavio de Campos e Miriam Dolhnikoff. Atlas de História do
Brasil. São Paulo: Scipione, 1994. p. 27)
O organograma contém características do Estado
brasileiro em determinado período histórico. Com base
no conhecimento da evolução política brasileira, pode-
se afirmar que se trata de um contexto no qual
a) os governadores de estado eram eleitos
diretamente pelos cidadãos do sexo masculino,
maiores de 18 anos e alfabetizados.
b) as eleições eram indiretas: os cidadãos ativos
elegiam os eleitores paroquiais e estes os
representantes parlamentares.
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Atendimento ao Aluno: (85) 3491 4000
c) os senadores eram eleitos diretamente pelo
governo entre os cidadãos que tinham mais
popularidade e se destacavam politicamente.
d) as eleições para senador eram realizadas pelo
voto universal de cidadãos do sexo masculino,
maiores de 18 anos de idade.
e) o governo era exercido por três poderes
soberanos e independentes, sem a intervenção
dos dirigentes do poder executivo.
02. UECE 2007.2 FASE 2
“Associada à vadiagem, à mendicância e ao
alcoolismo, a prostituição é situada nos textos legais
que vigoraram no período imperial brasileiro, no
âmbito da desordem moral e social”.
FONTE: ENGEL, Magali. Meretrizes e Doutores:
saber médico e prostituição. São Paulo: Editora
Brasiliense, 1993, pp. 36-37.
Em relação à repressão a essa atividade
“ilícita”, considere as afirmativas abaixo:
I. A repressão à prostituição é assegurada à
medida que é arrolada como “crime” e “ofensa” à
moral e aos bons costumes.
II. O Código Criminal que vigorou durante todo o
Império traz referências explícitas ao “hediondo
crime da prostituição”, passível de reclusão por
dois anos.
III. A repressão à prostituição também previa o
enquadramento da atividade da prostituta na
categoria “crime de sedução”, para as que
desempenhavam suas funções nos hotéis de luxo.
Assinale o correto:
a) Apenas I e II são corretas.
b) Apenas II e III são incorretas.
c) I, II e III são corretas.
d) I, II e III são incorretas.
03. FA7 2007.1
“A Legislação do Império dificultou aos ex-escravos e
aos imigrantes o acesso à terra para forçá-los a
trabalhar nas fazendas de café e substituir a mão-de-
obra escrava.”
Sobre a Lei de Terras, promulgada em 1850, assinale
a alternativa correta:
a) Os senhores de terras e de escravos detinham
o poder e elaboraram a Lei de Terras, que
determinava que o acesso à terra somente se
daria pela compra com dinheiro.
b) A Lei de Terras foi um mecanismo do Gabinete
Liberal para favorecer as classes menos
privilegiadas.
c) Os principais beneficiados da Lei de Terras
foram os escravos, pois passaram a ocupar as
terras devolutas que existiam no território
brasileiro.
d) A ampla distribuição de terras promovida pelo
governo imperial e pela iniciativa privada atraiu
cada vez mais os imigrantes ao País.
e) Os problemas vivenciados hoje, no nosso País,
em relação à concentração fundiária no campo
não têm relação com a assinatura da Lei de
Terras, uma vez que esta promoveu a
proliferação dos minifúndios agrícolas no Brasil.
04. LUCIANO FEIJÃO 2008.1
O fuzilamento de Frei Caneca está ligado ao seguinte
fato da História do Brasil:
a) Inconfidência Mineira
b) Confederação do Equador
c) Revolta dos Canudos
O Cursinho dos Alunos da UECE
 Acredite no seu sonho, invista em você!
d) A Praieira
e) Revolução Farroupilha
05. URCA 2007.2
A Constituição Imperial brasileira, promulgada em
1824, estabeleceu enquanto linhas básicas:
a) Equilíbrio de poderes com o controle
constitucional do Imperador e as ordens sociais
privilegiadas.
b) Participação política de todos os cidadãos, com
exceção dos escravos.
c) O Estado laico e liberal.
d) Predominância do poder do Imperador sobre
todo o sistema através do poder moderador.
e) Autonomia das Províncias e dos Municípios,
interligados pelo princípio federativo.
06. UECE 2000.1
"Em 1824 não se tratava da contradição de interesses
coloniais e metropolitanos. Persistiam, aí, não
obstante tratar-se de país politicamente independente,
as mesmas condições de privilegiamento não só dos
comerciantes reinóis e seus representantes
estabelecidos no país, como também dos ingleses, cuja
penetração no Brasil foi determinada pelos acordos de
1810. "
(ARAÚJO), Mª do Carmo R.
"A Participação do Ceará na Confederação do Equador."
In: SOUZA, Simone de (coord.)
História do Ceará. Fortaleza: Fundação Demócrito
Rocha, 1994. p. 146.)
Sobre a Confederação do Equador (1824), é correto
afirmar que:
a) os descontentamentos contra os estrangeiros
em Recife fez com que as camadas populares
liderassem o movimento, que, além de
republicano, era abolicionista.
b) o conflito entre comerciantes portugueses em
Recife e produtores de açúcar brasileiros em
Olinda tomou ares de rebelião contra a
monarquia.
c) a dissolução da Assembléia Constituinte pelo
Imperador D. Pedro I foi interpretada como um
ato de recolonização pelas elites senhoriais
pernambucanas.
d) a recuperação econômica da agro-manufatura
do açúcar fazia com que os proprietários
pernambucanos exigissem maior participação
no governo imperial.
07. UECE 2000.2
Dentre as características da primeira Constituição
brasileira, de1824, podemos assinalar corretamente:
a) A instituição do regime republicano, a criação
do Poder Moderador e a implantação do voto
direto e censitário.
b) A afirmação de um regime monárquico
absolutista governado diretamente pelo
Imperador, com o apoio de uma pequena
população de votantes.
c) O fortalecimento do Poder Judiciário, o fim do
voto censitário e introdução de mecanismos de
defesa do consumidor.
d) A divisão do Poder Legislativo em Câmara e
Senado, a criação do Poder Moderador e a
instituição do voto indireto e censitário.
08. UFC 1998.1
Sobre a abdicação do Imperador D. Pedro I, em 1831,
é correto afirmar que:
a) o Imperador não aceitava a dissolução da
Assembléia Constituinte nem a imposição de
uma Constituição elaborada por uma comissão
de nobres;
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b) a raiz dos conflitos enfrentados pelo Imperador
estava na oposição entre as tendências liberais
de alguns políticos e as tendências autoritárias
de D. Pedro I;
c) a grande popularidade alcançada pelas medidas
moralizantes e nacionalistas implementadas
pelo Imperador gerou a insatisfação dos grupos
de influentes portugueses;
d) a implementação do parlamentarismo
objetivava conter os impulsos absolutistas do
Imperador D. Pedro I;
e) foi ocasionada pelas dificuldades enfrentadas
no relacionamento entre o Imperador e o
Regente Feijó, cuja influência no governo era
muito grande.
09. UECE 1995.2
Sobre as relações estabelecidas entre o Brasil e a
Inglaterra no pós-1822, podemos afirmar que:
a) os ingleses foram os primeiros a reconhecer o
novo governo e a apoiá-lo em troca de
privilégios na comercialização e no tráfico de
escravos
b) a Inglaterra não reconheceu a independência
brasileira porque pretendia transformar o Brasil
em uma colônia sua, assim como fez com
outras colônias portuguesas
c) após a independência, os ingleses procuraram
garantir a vigência do Tratado Comercial de
1810 e acabar com o tráfico de escravos, o que
acabou acontecendo somente em 1850
d) a Inglaterra não tinha qualquer pretensão
comercial no Brasil e ajudou
desinteressadamente o governo brasileiro a
obter o reconhecimento dos outros países
europeus
10. UECE 1998.2
Pode-se afirmar corretamente a respeito das
características da Constituição de 1824:
a) foi outorgada pelo Imperador, que também
criou o Poder Moderador para que pudesse
manter o controle total sobre o Estado
b) foi resultado de uma ampla discussão com a
população e manteve a separação básica dos
três poderes, assim como na Constituição
americana
c) por ter sido redigida por uma Assembléia
Constituinte livre e soberana, restringiu os
poderes reais e promoveu a universalização do
voto
d) mesmo sendo fruto de uma ampla consulta
popular e de uma Assembléia Constituinte,
manteve os poderes absolutos do Imperador
Gabarito
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
B B A B D C D B C A
842
 Atendimento ao Aluno: (85) 3491 4000

foram divididos em nacionais (nascidos no Brasil) e o

restante em estrangeiros. Apensa os nacionais que
lutassem na Revolução seriam libertos.

BALAIADA
(1838 -1841/Maranhão e Piauí)

Francisco dos Anjos Ferreira, ofício: fazer

balaios
Revolta popular (concentrou-se em áreas de
pequenos produtores e criadores de gado – líderes:
Raimundo Gomes e Francisco Balaio) + Revolta de

Aula 07 escravos fugitivos, liderados por Cosme + Disputas

entre grupos da elite local.
PERÍODO REGENCIAL Defendiam o catolicismo, a constituição, D.
Pedro II, a liberdade.
(1831-1840) Foram derrotados em 1840. Os escravos
voltaram aos seus antigos donos e Cosme foi
Governos Regenciais: enforcado.
Regência Trina Provisória (1831)
Regência Trina Permanente (1831-1834) GUERRA DOS FARRAPOS
Regência de Feijó (1835-1837) (1835-1845/RS)
Regência de Araújo Lima (1837 até golpe da
maioridade) Farrapos: tropas maltrapilhas, porém seus
dirigentes eram representantes da elite dos
Ocorre uma tentativa de afastamento do estancieiros da Província.
absolutismo rumo ao liberalismo. A tendência política Reivindicavam a diminuição dos impostos,
predominante era a dos liberais – moderados (partido maior autonomia e a separação da Província do
brasileiro), mas as tensões entre o partido português restante do Império. Participavam os estancieiros,
(defendia a volta de D. Pedro I) e os exaltados (com alguns integrantes da classe média, oficiais do
idéias republicanas) eram constantes. Exército, imigrantes, escravos.
1838: República do Piratini (estímulo à
1832: Criação do Código de Processo criação de gado e à exportação de charque e de
Criminal, Ato Adicional de 1834 (determina, entre couros); 1840: governo cede à concessões e tributa o
outras coisas, o fim do Poder Moderador), 1831: charque do Prata em 25%; 1845: Assinado o Acordo
criação da Guarda Nacional – que esvaziou o exército, de Paz, anistia geral aos revoltosos e pagamento das
sendo utilizada mais tarde para abafar revoltas dívidas da República Piratini.
populares.
GUERRA DOS CABANOS
Revoltas Regenciais (1832-1835/Pernambuco):

Movimento de caráter rural, defesa da religião católica

CABANAGEM e do retorno do imperador.
(1835-1840/ Pará)
REVOLTA DOS MALÊS
Cabanos: massa miserável que habitava as (1835/Salvador)
choupanas à beira dos rios.
Disputas entre grupos da elite local pela Movimento de escravos em luta pela libertação. Não
nomeação do Presidente da Província se enquadra nas características políticas e sociais dos
É proclamada a Independência do Pará por levantes da Regência, mas é um indicativo da crise
um ano. A tropa tinha uma base negra, mestiça e popular e sócio-econômica do período.
indígena: atacam Belém e conquistam a cidade, depois
seguem para o interior. LEITURA COMPLEMENTAR:
Seus principais ataques eram contra os
estrangeiros e os maçons. Defendiam o catolicismo, os
brasileiros, D. Pedro II, o Pará e a liberdade. Não
citam na abolição na Escravatura, nem idéias
republicanas.

SABINADA Vai para o trono ou não vai?

(1837-1838/Bahia)
A Independência do Brasil não foi a única façanha de
Líder: Sabino Barroso
d. Pedro I. Depois de abdicar do trono, ele se envolveu
Defesa da autonomia provincial contra o
na tramóia familiar que o levou a uma guerra civil pela
centralismo não extinto pelo Ato Adicional; idéias
retomada do poder em Portugal.
federalistas e republicanas.
Integrantes da classe média e comerciantes
No alvorecer do dia 6 de julho, os primeiros raios de
de Salvador. Quanto a questão dos escravos, estes
sol do verão europeu de 1832 esquentaram o início de

843 O Cursinho dos Alunos da UECE

 Acredite no seu sonho, invista em você!
uma das mais surpreendentes campanhas militares da
história portuguesa. Um homem de bigode preto e
vasta cabeleira em desalinho comandava o e) Partido Conservador, Partido Liberal e Partido
desembarque de 7 500 soldados na areia grossa da
Praia dos Ladrões, a poucos quilômetros da cidade do
Porto, norte de Portugal. Era Pedro de Orleans e
Bragança em pessoa, o mesmo que, havia nove anos
e dez meses, proclamara a Independência do Brasil.
Nove dias antes, ele tinha partido com cinqüenta
navios do Arquipélago dos Açores, no meio do Oceano
Atlântico. Objetivo da invasão: reivindicar para sua
primogênita, Maria da Glória, a coroa de Portugal. Não
a coroa em si, que por tradição permanecia junto a
uma imagem de Nossa Senhora, mas tudo a que ela
dava direito. No momento, o poder estava com d.
Miguel, irmão mais novo de d. Pedro, que usurpara o
trono. Como a princesinha ainda brincava com
bonecas de louça, a idéia era d. Pedro assumir a
regência quando vencesse a guerra.
Questões de
Vestibulares
01. CEFET CEARÁ 2008.1
Durante o Período Regencial, até 1834, as tendências
políticas estavam divididas em restauradores, liberais
moderados e liberais exaltados. É coerente afirmar
em relação a estas tendências:
a) Os restauradores eram apoiados pelos irmãos
Andradas e defendiam o retorno de D. Pedro I
ao trono brasileiro
b) Um dos principais movimentos restauradores,
durante a Regência, foi a Cabanagem no Pará
c) Os liberais moderados eram apoiados pelas
camadas médias e pobres e propunham um
governo forte, centralizado e abolicionista
d) Os liberais moderados deixaram bem definidas
suas pretensões no movimento denominado
Guerra dos Farrapos
e) Os exaltados, também chamados de
caramurus, eram conduzidos pelos grandes
latifundiários do Sudeste e defendiam a
manutenção da Constituição como dos
privilégios da elite fundiária e dos portugueses
que ainda viviam no Brasil
02. UFC 2007
Leia o texto a seguir.
O que fazer com a revolução?
Havia basicamente três respostas:
negar (os absolutistas ou ultramonarquistas),
completar e encerrar (vertente conservadora do
liberalismo) e continuar (vertente
revolucionária do liberalismo).
Impossível era ignorá-la.
MOREL, Marcos. O período das Regências (1831-1840)
. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003, p. 21.
O texto faz referência ao contexto posterior à
abdicação de D. Pedro I, detendo-se nas concepções
sobre a revolução dos três grupos políticos que se
embateram durante a Regência Trina (1831-1834).
Assinale a alternativa que contempla esses três
grupos.
a) Saquaremas, luzias e caramurus.
b) Restauradores, moderados e exaltados.
c) Partido Brasileiro, Partido Português, Partido
Inglês.
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d) Partido Conservador, Partido Liberal e Partido
Republicano.
Progressista.
03. UNIFOR 2007.2
Observe a charge.
AS PRESSÕES SUCEDERAM-SE: 1815, 1822
(COMO RECONHECIMNTO DA
INDEPENDÊNCIA) E A INGLATERRA SEMPRE
ESFORÇANDO-SE PELO CUMPRIMENTO DO
TRATADO.
NOVAS INVESTIDAS EM 1826 E EM 1831
(Adaptado: Angeli e Lilia Moritz Schwarcz.
República vou ver.
São Paulo: Brasiliense, s/d. p. 24)
Ao realizar uma pesquisa sobre história do Brasil, um
estudante deparou-se com essas charges, que fazem
referência a um Tratado que
a) estabelecia a interrupção do tráfico externo de
escravos.
b) permitia a exclusividade na comercialização de
escravos.
c) obrigava o Brasil a comprar vestimentas para
os escravos.
d) determinava o fim da escravização dos filhos de
africanos.
e) reduzia as tarifas de importação sobre a
compra de escravos.
04. FA7 2007.2
Durante a Regência de Araújo Lima (1837-1840),
foram criados dois grandes partidos brasileiros – o
Conservador e o Liberal. Eram agrupamentos que se
caracterizavam por:
a) defenderem os interesses populares e a
abolição da escravidão.
b) defenderem a descentralização política e a
proclamação da República.
c) serem oposição ao Imperador Pedro II, pois
eram partidos republicanos.
d) representarem os senhores de escravos e os
proprietários de terras, convergindo suas
práticas políticas para a conciliação.
e) serem contrários ao parlamentarismo, não
fazendo parte dos gabinetes durante o Segundo
Reinado.
05. UFC 2005
844

Observando o mapa, percebe-se que as
primeiras décadas do Brasil após a independência
foram marcadas por uma série de movimentos sociais,
em especial no Nordeste. Embora tenham ocorrido em
espaços e períodos diferentes, é possível identificar
elementos comuns entre eles, por serem todos:
a) movimentos que conseguiram a adesão da
Igreja e dos latifundiários na luta contra o
modelo regencial de governo.
b) rebeliões contra a adoção do sistema decimal
de pesos e medidas e o recrutamento forçado
por parte do governo imperial para as guerras
do período.
c) movimentos liderados pelas oligarquias
contra a independência e por uma maior
autonomia para as províncias.
d) rebeliões que tinham propósitos separatistas
e defendiam o modelo de governo
republicano parlamentarista.
e) movimentos com participação popular contra
a centralização de poderes pelo governo
imperial.
06. URCA 2007.1
“Queremos Pedro II,
Embora não tenha Idade,
A nação dispensa a lei,
E viva a maioridade.”
“Quem põe governança
Na mão de criança,
Põe geringonça
No papo da onça”
Cantigas citadas por: Lilia Moritz Schwrcz. As
barbas do Imperador D. Pedro II, um monarca
dos trópicos. São Paulo, Companhia das
Letras, 1998.
Com o chamado golpe da maioridade, Pedro
II, então com quinze anos é sagrado Imperador dando
início ao Segundo Império no Brasil.
Sobre os partidos políticos e as disputas pelo
poder durante o Segundo Império assinale a
alternativa correta:
a) Como a maioridade antecipada foi um golpe de
sucesso dos chamados liberais, Pedro II
organizou um ministério com políticos daquela
corrente, o que lhe garantiu estabilidade
política até o final do seu governo;
b) Durante o Segundo Império foi característica da
política brasileira a grande diferença entre as
propostas e ideologias dos partidos
dominantes: de um lado os liberais ferrenhos
adversários dos proprietários de terras, de
845
Atendimento ao Aluno: (85) 3491 4000
outro, os chamados conservadores, defensores
da abolição do trabalho escravo;
c) Durante o Segundo Império o cenário político
foi dominado pelo Partido Liberal e Partido
Conservador. Esses partidos não tinham
grandes diferenças ideológicas e ambos
representavam os interesses dos grandes
proprietários de terras e escravos. Em questões
que poderiam alterar a estrutura
socioeconômica do país, estavam sempre em
acordo;
d) Diante da estabilidade promovida pela
conciliação entre o Partido Liberal e o Partido
Conservador, o governo de D. Pedro II foi
marcado pela eliminação do Poder Moderador,
instituído por Pedro I, e pela abolição do
Conselho de Estado, assumindo um molde
claramente absolutista e centralizador de
governar;
e) O cenário político do Segundo Império foi
dominado pela alternância no poder entre dois
partidos: o Partido Português, defensor de um
governo descentralizado e o fortalecimento das
províncias e o Partido Brasileiro, que levantava
a bandeira da centralização política e do
esvaziamento do Parlamento.
07. CEFET CEARÁ 2004.1
Em relação ao Período Regencial, a alternativa correta
é a:
a) Foi um período muito turbulento, no qual
estouraram várias revoltas contra o governo
central.
b) Caracterizou-se por uma pseudo-experiência
parlamentar que, através do Ato Adicional de
1831, criou a Regência Una e o Cargo de
Presidente do Conselho de Ministros.
c) Uma das tendências políticas do período,
liderada pelos liberais moderados, defendia a
imediata federalização do país, como a
Proclamação da República.
d) A fase das Regências constituiu-se na
recuperação política, econômica e social do
país, tendo sido então um momento de
tranqüilidade e oposto ao que foi o Segundo
Reinado.
e) No tempo das Regências, o povo brasileiro vivia
muito mais em praça pública do que em seus
lares, tendo em vista o processo democrático
estabelecido com a abdicação de D. Pedro I.
08. CEFET CEARÁ 2005.1
Durante o Período Regencial, ocorreram vários
conflitos entre liberais moderados e liberais exaltados
na disputa pelo controle político do país. Sabe-se,
contudo, que os moderados levaram sempre
vantagem, e, a fim de acalmar os ânimos dos
exaltados, aprovaram uma emenda à Constituição de
1824, que, na época, foi chamada de Ato Adicional de
1834, que estabelecia:
a) a criação da Regência Trina em substituição à
Regência Una
b) o estabelecimento das Assembléias Legislativas
Provinciais
c) a suspensão do direito do governo central de
nomear os presidentes de províncias
d) a criação do município neutro, que, no caso,
seria a cidade de Salvador
e) O fim do voto censitário e o estabelecimento de
eleições diretas para deputados e senadores
imperiais
O Cursinho dos Alunos da UECE
 Acredite no seu sonho, invista em você!
09. UECE 2006.1 FASE 2
No dia 7 de abril de 1831, D. Pedro I abdicava em
favor do seu filho e voltava a Portugal para assumir o
trono e ser Pedro IV. Neste sentido, assinale a
alternativa verdadeira em relação às razões que
tornaram o Imperador “indesejável” para a condução
do Império Brasileiro:
a) A crescente aproximação do Imperador com o
Partido Brasileiro, formado pelos grandes
proprietários de terra, o que acentuou o seu
afastamento do Partido Português.
b) A aliança crescente do Imperador com o Partido
Português e alguns excessos cometidos com
base na autoridade concedida pelo Poder
Moderador.
c) A obediência incondicional do Imperador à
Constituição de 1824, que o tornava cada vez
mais autoritário, desagradando ao Partido
Brasileiro a aos brasileiros de modo geral.
d) A crise política ocasionada pela instabilidade do
governo imperial, pois, do ponto de vista
econômico o Império ia muito bem: as
exportações dos principais produtos brasileiros
estavam em alta.

10. UFC 2001

Entre 1835 e 1840, ocorreu no Pará uma revolta
chamada de Cabanagem.
Com relação a esta rebelião, é correto afirmar:
a) os “cabanos” representavam o grupo mais
radical do período da Regência, lutando por
uma República sem escravos e sem grandes
proprietários rurais.
b) o governo central ignorou o movimento em
função das tímidas propostas de reforma social
divulgadas pelos “cabanos”, evitando a
repressão.
c) os líderes “cabanos” eram grandes proprietários
Aula 08
de terras, enriquecidos com o ciclo da borracha SEGUNDO REINADO –
e insatisfeitos com a política de centralização
do governo regencial. POLÍTICA E ECONOMIA
d) a repressão ao movimento ocorreu em resposta (1840-1889)
aos atos de violência perpetrados pelos
“cabanos”, na maioria escravos rebelados e 1840: Golpe da maioridade
índios. Período de domínio da aristocracia rural e de
e) os “cabanos” propunham a manutenção da regresso ao centralismo político.
estrutura social vigente, apesar das tropas
rebeldes serem compostas de negros, mestiços 1840-1850: Conciliação entre liberais e conservadores.
e índios. Medidas anti-liberais: reforço da figura do
imperador, com restauração do Poder Moderador e do
Conselho de Estado; Práticas Protecionistas: Tarifa
Alves Branco.

Gabarito Partidos:
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
Conservador Liberais
A B A D E C A B C C
(burguesia
(burguesia progressista:
reacionária:
proprietários de
x comerciantes). “Nada
mais liberal do que um
terras e escravos) conservador no
poder”.

1848: Revolução Praieira /Pernambuco

(Influências socialistas e crítica social)

Quem? Senhores de engenho, ligados ao

partido liberal. Causa: perda do controle da Província.
Defendiam: federalismo, abolição do /poder
Moderador, expulsão dos portugueses, nacionalização
do comércio, sufrágio universal.
Fim do ciclo revolucionário em Pernambuco.

Parlamentarismo às avessas: 1847: escolhido o

primeiro ministro que governo o Conselho de

www.efivest.com.br 846
 Atendimento ao Aluno: (85) 3491 4000

Ministros. No Brasil: imperador, através do Poder

moderados, ainda detém grande parte do poder,
podendo dissolver o Ministério diante de qualquer
desacordo com o mesmo. Por outro lado, essa atitude
“acalma” os componentes dos dois partidos, porque
acaba gerando um verdadeiro “rodízio” no poder.

Abolição do Tráfico Negreiro

Pressão da Inglaterra, desde os tratados de 1810. A
Revolução Industrial havia dado início a um
capitalismo industrial que necessitava de novos
mercados consumidores e de mão-de-obra
assalariada.

Resistência brasileira: a aristocracia rural governante

mantinha os escravos como sua base produtiva.
8/AGO;1845: Bill Aberdeen – confere à Marinha o
direito de aprisionar navios de tráfico.
1850: Lei Eusébio de Queiroz: Inglaterra ameaça o
Brasil com uma guerra, então com esta lei declara-se
o fim do tráfico. Apenas do tráfico, não da escravidão.
Economia no Segundo Império/ XIX
Café: intimamente ligado com a reorientação
centralista e conservadora, e a conseqüente
estabilidade do Império.
A nova classe dirigente é composta pelos
barões do café.
Vale do Paraíba e Oeste Paulista são as
principais regiões de cultivo.
1840: Colônia de Parceria
imigrantes europeus para cultivar cafeeiros,
repartindo o dinheiro com o fazendeiro. O sistema
fracassou, porque os imigrantes acabavam por não
conseguir pagar suas dívidas, contraídas já com sua
vinda ao Brasil.
1871: o governo de São Paulo resolve
subvencionar a vinda de imigrantes.
Regime de trabalho: colonato
Os colonos recebiam um pagamento fixo, que
era proporcional aos pés de café que recebiam para
cultivo, assim como um pagamento variável, que
adquiriam de acordo com as colheitas. Também
poderiam cultivar pequenos lotes de terras para
subsistência e assim, obter lucros com a venda direta
de alimentos.

O sistema utilizado é o PLANTATION

L E
A X
T P
I O
F R
Ú T
N A
D
M Ç
E
I
O
O
N
O
P L A N T A T IO N Ã
S
O
C Aula 09
R
C
U
A
V
SEGUNDO REINADO – CRISE
L
T
U
I
D
Ã
DO IMPÉRIO
R
O
A
Guerra do Paraguai (1864-1870)

Nova onda de crescimento, reforçada pela Tarifa Alves
Branco, pela abolição do tráfico de escravos e o
conseqüente investimento em outros setores da
economia e pela ascensão do café, enquanto principal
produto de exportação.
Vice-Reino da Prata: Paraguai (independente
em 1811), Uruguai (independente em 1828) e
Argentina (independente em 1810) , ex – possessões
espanholas.

1850: Lei de terras.

A partir desta lei, terra públicas deverão ser vendidas
e não mais doadas como acontecia no passado. Além
disso, deveria ter um alto preço, para evitar que
imigrantes pobres vindos da Europa pudessem
comprá-las. Ou seja, os barões queriam imigrantes
como empregados e não como pequenos
proprietários.

Imigração

847 O Cursinho dos Alunos da UECE

 Acredite no seu sonho, invista em você!
A Argentina tornara-se uma ameaça ao
Paraguai, já que desejava anexar e comandar os
países vizinhos. O Paraguai não possui saída direta
para o mar, sendo seu direito de navegar e a
comunicação com o exterior de vital importância.
Então, por ser um país pequeno e vulnerável, seus a Igreja
“ditadores” resolvem investir no mercado interno,
desenvolvendo o país a partir de seus recursos o exército
próprios e de sua indústria nacional.
França (1811-1840), Carlos Antônio López
(1840-1862) e Francisco Solano López (1862-1870). a
escravidão
Principais fatos:
Brasil intervém na
guerra civil do Uruguai a Questão da Escravidão
favor de Venâncio Flores
A maioria dos escravos brasileiros
(colorado), o que
concentrava-se nas regiões de SP, MG, RJ e RS. Com
desequilibra o conflito e
o fim do tráfico de escravos, os proprietários valiam-se
faz com que o Paraguai
do comércio interno entre regiões de menor
sinta-se ameaçado.
desenvolvimento, neste momento.
Com isso, Solano López apreende um navio
Porém, apesar da resistência da elite
brasileiro que transportava o comandante da Província
aristocrática brasileira, quase vinte anos depois do fim
do Mato Grosso e segue através da Argentina, rumo
do tráfico, as pressões externas fizeram com que os
ao Rio Grande do Sul.
primeiros passos rumo à abolição da escravatura
Frente ao grande poderio militar paraguaio,
fossem dados, no início do Segundo Reinado. Em
Brasil e Argentina unem-se para evitar que uma
1871, proclamou-se a Lei do Ventre Livre, que
terceira potência surgisse. A Inglaterra adquire
concedia liberdade aos filhos dos escravos, a partir de
interesse no conflito já que o Paraguai, ao contrário do
então. Esta lei só adiou a resolução do problema. Em
Brasil e da Argentina, não está alinhado com os
1885, a Lei do Sexagenário permitia a alforria aos
interesses econômicos ingleses. Formam a Tríplice
escravos com mais de 60 anos, o que na prática não
Aliança, em 1865.
tinha validade, já que a grande maioria dos escravos
não completava nem 40 anos. Então, em 1888, a
princesa Isabel, enquanto regente, assinou a Lei Áurea
que finalmente aboliu a escravidão brasileira.

Exército
Brasileiro:
Desorganizado e pequeno. Para lutar, então,
recorre-se a Guarda Nacional e à formação dos
Voluntários da Pátria.

Escravidão no Brasil
Confrontos: Quase 80 anos até a liberdade
Riachuelo, 1865 - vitória aliada, Tuiuti, 1866 - nova
derrota paraguaia. Neste ano, Argentina e Uruguai
retiram-se da guerra.
Em 1867, ocorre o isolamento da fortaleza de
Humaitá por Duque de Caxias.
Em 1869, Caxias chega a Assunção. Solano morre
no ano seguinte.
1876: Conferência de Buenos Aires – acordada a
paz entre os quatro países.

Conseqüências:
Paraguai devastado e população dizimada.
Para o Brasil, os gastos militares foram imensos.
Ao fim da guerra, as contradições sociais voltam a
tona, entre elas a ao escravismo.
Aqui inicia-se a derrota da monarquia. DEZ PASSOS PARA A LIBERDADE
LEIS INÓCUAS ATRASARAM
O Império Brasileiro apoiava-se sobre três pilares: A ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO

Por cerca de 300 anos, mais de 3 milhões de

africanos fizeram uma viagem sem volta e sem
garantias para o Brasil. O país passou por um lento
processo - foi o único que já era independente e
ainda tinha escravos às portas do século 20 -, cheio
de interesses políticos e econômicos, até chegar à

www.efivest.com.br 848

abolição da escravatura e dar liberdade, ao menos
simbólica, para os negros.
1 ACORDO INGLÊS
8 O primeiro passo para que a abolição se tornasse
1 um fato no Brasil foi a assinatura de um tratado
com a Inglaterra pela causa da humanidade. Aceito
0 a contragosto pelo príncipe João (futuro rei João VI)
- que se viu obrigado a cooperar com os britânicos
que o escoltaram em sua viagem de exílio ao Brasil
-, o acordo teria como conseqüência a gradual
extinção do comércio de escravos no país.
1 PROIBIÇÃO DO TRÁFICO
8 Outros vários tratados foram assinados entre
2 brasileiros e britânicos. Um dos mais importantes
determinava que, em troca do reconhecimento da
7 independência do Brasil pela Inglaterra, o tráfico de
escravos no país se tornaria ilícito. Porém, o acordo,
que só passou a valer três anos depois da
ratificação, ficaria um bom tempo apenas na teoria.
1 MERCADO ESCRAVO
8 Apesar dos tratados, cada vez mais africanos
3 chegavam aqui. O padre Diogo Feijó, ministro da
Justiça, determinou que todos os escravos que
1 entrassem no país estariam livres. Mas os
poderosos donos de fazendas os traziam
clandestinamente.
1 BILL ABERDEEN
8 Para atender ao boom do café, os traficantes
4 abarrotavam os navios negreiros. Esse desrespeito
do Brasil com os tratados firmados levou os
5 britânicos a assinarem um ato unilateral, conhecido
como Bill Aberdeen, que permitia à Inglaterra
inspecionar embarcações brasileiras em qualquer
oceano. Somente após essa humilhação
internacional a proibição do tráfico de escravos se
tornou real.
1 FIM DO TRÁFICO
8 D. Pedro, então, julgou e prendeu os bispos.
Quarenta anos após o primeiro comprometimento
5 do Brasil para acabar com a escravidão, o comércio
negreiro teria um ponto final. O então ministro da
0 Justiça Eusébio de Queirós assina a lei que proibiria
o tráfico, diminuindo pela primeira vez o número de
africanos trazidos para o país. Porém, ainda
existiam 1,5 milhão de escravos aqui. Para dar
liberdade a esses negros, começa a campanha
abolicionista.
1 VENTRE LIVRE
8 Apesar do movimento pela abolição, sem a pressão
7 internacional o processo seria lento e cercado de
leis que não resolveriam a questão. Uma delas, a do
1 Ventre Livre, determinava que os filhos de escravas
nascidos no Brasil seriam livres. Mas, a título de
indenização, os donos de escravos podiam contar
com o trabalho dos "nascidos livres" até os 21 anos
- ou receber títulos do governo quando a criança
completasse 8 anos.
1 CAMPANHAS
8 Na tentativa de acelerar o fim da escravidão,
8 políticos e intelectuais, como Joaquim Nabuco,
criaram, no Rio de Janeiro, a Sociedade Brasileira
0 exército. Alguns nomes, como o de Benjamin Constant
contra a Escravidão - e obtinham fundos para pagar
cartas de alforria.
1 NO CEARÁ
8 A campanha contra a escravidão no Ceará foi
8 comandada pelos jangadeiros que se negavam a
transportar escravos aos navios que iam para o
4 Sudeste. Apesar das fortes pressões do governo e
da ação da polícia, o movimento é bem-sucedido e a
província do Ceará promulga a abolição em 25 de
março de 1884. A campanha nacional, no entanto,
849
Atendimento ao Aluno: (85) 3491 4000
seria abalada por outra saída política.
1 SEXAGENÁRIOS
8 A Lei do Ventre Livre já havia sido recebida como
8 um golpe pelos abolicionistas porque retardava a
5
abolição. Um ano depois, outro recurso atrasaria
ainda mais a libertação dos negros: a Lei dos
Sexagenários é aprovada, concedendo liberdade aos
cativos com mais de 60 anos. Na prática, beneficiou
poucos escravos, pois a maioria deles não chegava
a essa idade. A situação, porém, estava prestes a
mudar.
1 LEI ÁUREA
8 Em 13 de maio, a princesa Isabel assina a Lei
8 Áurea, libertando os 723.719 escravos existentes no
país. Contudo, a liberdade trouxe outros problemas
8 para os negros, que agora enfrentariam o
preconceito racial na busca de trabalho e boas
condições de vida.
Questão
Religiosa
Uma bula papal foi
expedida contra a associação
dos católicos com a
maçonaria.
Esta medida, porém, não foi acatada, já que
no Brasil a grande maioria da elite era católica e
maçônica. Entretanto, os bispos de Olinda e Recife
resolveram acatar a resolução do Papa e afastaram
todos os católicos nessa condição. D. Pedro II, a
pedido dos afastados, anulou a sentença dos bispos
que, mesmo assim, não mudaram de posição.
Em 1875, eles foram anistiados, mas as relações com
a Igreja ficaram fortemente abaladas e esta se afastou
do Império.
Questão
militar
Com a Guerra do
Paraguai, o exército
assegurou-se de seu
prestígio e importância, e
seus componentes passaram
a manifestar publicamente
sua insatisfação diante do
descaso de certas medidas
do Império com relação a
eles.
Além disso, as idéias positivistas, de caráter
republicano, já circulavam entre os postos altos do
e da Escola Militar de Praia Vermelha – que tornou-se
uma escola de filosofia e outras ciências –
destacaram-se na propagação destas idéias.
Com sua base corrompida, o Império não
poderia mais resistir. Em 15 de Novembro de 1889, o
exército acatou o pedido dos partidos republicanos de
São Paulo e Rio de Janeiro, e proclamaram a
República. Entre os militares, estavam Rui Barbosa e
Benjamin Constant, liderados pelo marechal Deodoro
da Fonseca
O Cursinho dos Alunos da UECE
 Acredite no seu sonho, invista em você!
Questões de
Vestibulares
01. UECE 2008.1 FASE 2
Sobre o crescimento da exploração do café no século
XIX no Brasil, assinale o correto.
a) Essa fase coincide com uma fase de vitalidade e
expansão dos mercados europeus e com o
desenvolvimento dos Estados Unidos.
b) O café era produzido em larga escala, porém a
preços baixos e com baixa rentabilidade.
c) Desde o período colonial que a produção
cafeeira competia no mercado internacional
com a produção açucareira brasileira.
d) O norte do Brasil era, por excelência, a região
produtora de café, pois podia contar com vasta
mão de obra escrava.
02. UNIFOR 2008.1 MEDICINA
Considere a charge.
D. Pedro II sendo castigado pelo Papa Pio IX
(O Mosquito, em 1876. In: Mario Schmidt. Nova História
crítica. São Paulo: Nova Geração, 2005. p. 466)
A charge faz referência
a) à insatisfação do Papa quando D. Pedro retirou,
da Constituição Brasileira, o princípio da
subordinação do Estado à Igreja.
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b) à insubordinação de D. Pedro quando aprovou
um dispositivo constitucional subordinando a
Igreja ao Estado.
c) à insatisfação da Igreja quando D. Pedro puniu
bispos que, ao seguirem orientações do
Vaticano, contrariaram interesses do Estado.
d) à insubordinação de bispos brasileiros quando
D. Pedro decidiu encaminhar o projeto de lei
abolindo o trabalho compulsório nas igrejas.
e) ao decreto no qual o Papa excomungou D.
Pedro pelo fato de ele ter punido os líderes da
maçonaria que atuavam no Brasil.
03. UECE 2007.2 FASE 2
Em relação aos últimos anos da monarquia brasileira,
assinale o INCORRETO:
a) A Monarquia caiu porque parecia um regime
arcaico a impedir a modernidade; o regime não
mudara, e o que mudou, serviu apenas para
conservá-lo ainda mais.
b) A máquina imperial de governar parecia estar
velha e enferrujada; talhada para aristocratas
escravistas.
c) Para os críticos da Monarquia, o Brasil só
poderia atingir o progresso, se, com a
República, fosse instituído um regime
democrático.
d) A monarquia foi um regime que trouxe grandes
benefícios econômicos e políticos ao Brasil;
caracterizou-se por instituir a democracia, a
igualdade e a fraternidade.
04. UFC 2008
Leia o texto a seguir.
(...) estava o terreno coalhado de moribundos e
feridos inimigos. Vários dos nossos soldados, ébrios
da pólvora e do fogo, queriam acabá-los.
Horrorizados, debalde esforçavam-se nossos oficiais
em lhes arrancar as vítimas às mãos, exprobrandolhes
a indignidade de semelhante chacina.
TAUNAY, Alfredo d.Escragnolle.
A retirada da Laguna: episódio da Guerra do Paraguai.
São Paulo: Melhoramentos, 1929, pp. 90-91
Ocorrida no período de 1864 a 1870, a Guerra do
araguai foi o primeiro grande conflito protagonizado
pelo exército brasileiro. Com base no texto acima e
em eus conhecimentos, assinale a alternativa que
melhor define a participação do Brasil naquela
conflagração.
a) O Brasil entrou no conflito para se defender de
ataques infligidos contra seu litoral pela
marinha paraguaia.
b) A capacidade de comando dos oficiais
brasileiros impôs, ao Paraguai, uma derrota
rápida e devastadora.
c) A participação do Brasil no conflito atendeu a
uma imposição do governo inglês, que tinha
interesse político na região.
d) A participação do Brasil foi caracterizada pela
improvisação de um exército nacional, no qual
atuaram prisioneiros, escravos, índios,
mulheres e crianças.
e) A Guerra do Paraguai contribuiu para a
elaboração da primeira legislação militar da
época, que vetava a convocação compulsória
de civis.
05. LUCIANO FEIJÃO 2007.1
A Lei de Terras de 1850 alterou as relações fundiárias
no Brasil. Acerca desta lei, é correto afirmar que:
a) impediu o governo imperial de vender terras
devolutas a estrangeiros e aos brasileiros
naturalizados.
850
 Atendimento ao Aluno: (85) 3491 4000

b) permitiu ao governo imperial reservar terras imperial brasileiro, tendo à frente D. Pedro II,
devolutas para a colonização indígena e a encontrou apoio da maior potência econômica
fundação de povoações. do período para manutenção da escravatura,
c) ordenou que o dinheiro da venda das terras resistindo de maneira firme às campanhas
devolutas fosse destinado à compra de abolicionistas;
escravos africanos e à obtenção de alforria para d) Com a abolição, os ex-escravos conquistaram
índios escravizados. formalmente os direitos concedidos pela
d) determinou que a medição das terras constituição passando a ser considerados
devolutas fosse realizada sem considerar os cidadãos. Assim se observa à efetivação de
direitos dos posseiros e sesmeiros. várias políticas que vieram para permitir a eles
e) proibiu a venda de terras devolutas em exercer esses direitos. È o caso da reforma
leilões públicos e em bolsa de valores fora agrária e da reforma do ensino;
do território brasileiro. e) Graças à rápida inserção dos ex-escravos no
mercado de trabalho industrial nascente no
06. URCA 2007.2 Brasil do período, o que lhes garantia um
No ano da Abolição o número de imigrantes no Brasil trabalho assalariado, o número de imigrantes
deu um salto, passando de 55 mil em 1887 para 133 no Brasil foi muito reduzido, situação
mil em 1888. A partir da Abolição, e até o fim do modificada somente no período do governo de
século, o número anual de imigrantes que entraram Getúlio Vargas.
no Brasil, em sua maioria italianos e portugueses,
seria sempre superior a 100 mil.” 08. UECE 2006.1 FASE 2
( ARRUDA, José J. de A. e PILTTI, Nelson. Considere o quadro abaixo:
Toda a História. São Paulo: Ática. 2003).
Acerca do êxito da imigração, enquanto
1841/ 1851/ 1861/ 1871/
substituição da mão-de-obra escrava no Brasil é Produto
50 60 70 80
1881
correto afirmar:
a) Foi resultado do processo de rápida Café 41,4 48,8 45,5 56,5 61,5
industrialização vivenciada no Brasil do final do Açúcar 26,7 21,2 12,3 11,8 9,9
segundo Império. Algodão 7,5 6,2 18,3 9,5 4,2
b) Esteve relacionado às iniciativas de colonização Fumo 1,8 2,6 3,0 3,4 2,7
em regime de parceria, como as implantadas
Cacau 1,0 1,0 0,9 1,2 1,6
pelo senador Nicolau de Campos Vergueiro, que
tiveram grande sucesso, sendo responsáveis Total 78,4 79,8 80,0 82,5 79,9
Fonte: CANABRAVA, Alice. “A Grande Lavoura”, in História Geral da
pela interiorização da agricultura diversificada Civilização Brasileira, tomo II, vol.4, 1977, p.119
no sul do Brasil.
c) Foi estimulado pela política de financiamento do A partir da análise dos dados pode-se concluir,
governo para imigração e o aumento da corretamente, que:
produção cafeeira. a) O crescimento econômico observado a partir de
d) Esteve relacionado com a grande crise 1860 foi marcado pela expansão da economia
econômica norte americana representada pela açucareira.
quebra da bolsa de Nova York. b) O açúcar, 2º produto na pauta das
e) Foi proporcionado pelos investimentos exportações, tendeu a acompanhar a expansão
realizados no setor da pecuária na região Norte cafeeira, chegando a ameaçá-la no final do
do país. Império.
c) No período situado entre 1861 e 1870, o
07. URCA 2007.1 algodão, 3º na pauta das exportações, alcançou
Em 13 de maio de 1888, a princesa Isabel assinou a índices maiores que o açúcar.
Lei Áurea, abolindo a escravidão. A mesma d) As exportações de fumo e cacau juntas, em
comportava apenas dois artigos: nenhum momento superaram as exportações
do algodão.

Art. 1º - É declarada extinta a escravidão no Brasil.

Art. 2º - Revogam-se as disposições em contrário.
Sobre o processo de crise do sistema escravista e fim
da escravidão no Brasil, é correto afirmar:
a) Constituiu-se numa obra organizada pelos
membros da elite latifundiária, que preocupada
com o aumento do número de escravos,
explicado pela intensificação do tráfico negreiro
– um incentivo dos ingleses – estavam
receosos que as revoltas viessem
desestabilizar a ordem social e a segurança
econômica da produção de cana-de-açúcar e de
café;
b) É explicada a partir de um conjunto de vários
processos político-sociais, a exemplo da
resistência dos escravos, a escassez dos
mesmos, as campanhas abolicionistas e as
pressões inglesas;
c) Mesmo intensificando a sua produção industrial,
os ingleses continuavam a promover o tráfico
negreiro, não abolindo a escravidão em suas
colônias. Diante deste quadro, o governo
09. URCA 2005.2
O chamado Golpe da Maioridade foi a culminância do
movimento pela antecipação da maioridade de Dom
Pedro de Alcântara, que por lei só poderia ocupar o
trono imperial brasileiro em 1844.
Sobre este evento, é CORRETO afirmar:
a) Foi resultado da reação dos parlamentares
regressistas contra a tentativa dos militares de
promoverem um golpe para implantação do
a regime republicano de governo;
b) Foi resultado da pressão popular que exigia o
fim do governo regencial;
c) Foi decretado graças ao apoio dos militares,
que temiam a instauração de uma República.
d) Foi proposto pelo Clube da Maioridade e
promoveu a ascensão dos progressistas ao
poder, convidados por D. Pedro II para
organizar o ministério.
e) Foi iniciativa de D. Pedro de Alcântara que,
apesar de contar com apenas 15 anos
incompletos, teve o apoio do Partido liberal
851 O Cursinho dos Alunos da UECE
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para extinguir o governo regencial e afastar os O BRASIL REPUBLICANO
conservadores do poder. A PROCLAMAÇÃO

10. UFC 2006

O golpe militar para derrubar o governo é
A manutenção do Parlamentarismo, durante quase
preparado para 20 de novembro. O governo organiza-
todo o Segundo Reinado, esteve relacionada:
se para combater o movimento. Temendo uma
a) ao apoio dado pelos liberais ao monarca, de
possível repressão, os rebeldes antecipam a data para
forma a manter o poder dos conservadores
o dia 15. Com algumas tropas sob sua liderança,
circunscrito às áreas interioranas do país.
Deodoro cerca o edifício, consegue a adesão de
b) à concessão de muitos poderes ao
Floriano Peixoto, chefe da guarnição que defende o
imperador e à alternância dos partidos
ministério, e prende todo o gabinete. Dom Pedro II,
liberal e conservador no governo.
que se encontra em Petrópolis, tenta contornar a
c) à inexistência de eleições para a escolha dos
situação: nomeia um novo ministro, Gaspar Martins,
senadores e deputados, todos nomeados pelo
velho inimigo do marechal Deodoro. A escolha acirra
imperador.
ainda mais os ânimos dos militares. Na tarde do dia
d) à estabilidade do cargo de presidente do
15, a Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, em
Conselho de Estado, escolhido pela Câmara dos
sessão presidida por José do Patrocínio, declara o fim
Deputados.
da monarquia e proclama a República. Dois dias
e) à difusão dos ideais revolucionários
depois a família real embarca para Portugal, em sigilo.
franceses, adotados pelo monarca na
condução da política imperial.
República
O período republicano começa com a derrubada
do Império e a Proclamação da República, em 15 de
Gabarito novembro de 1889, e se estende até hoje. Costuma
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 ser dividido em cinco fases distintas: Primeira
A C D D B C B A D B República ou República Velha, Era Vargas, Segunda
República, Regime Militar e Redemocratização.
As diversas forças sociais que se uniram para
proclamar a República - Exército, fazendeiros do café,
camadas médias urbanas - organizaram-se para
formar um Governo Provisório. Sob a liderança de
Deodoro da Fonseca, a primeira administração do
novo regime procurou conciliar os diversos interesses
desses grupos sociais.
Chama-se de Primeira República o período que
vai do fim do Império até a Revolução de 30. Tem dois
momentos distintos: a República da Espada, até 1894,
momento de consolidação do regime marcado pela
presença dos militares no poder, e República das
Oligarquias, até 1930, período em que os civis ocupam
o poder.

República da Espada
A cena política logo após a Proclamação da
República é dominada por uma acirrada luta pelo
poder entre centralistas e federalistas. Os centralistas,
em geral militares, têm a liderança do marechal
Deodoro da Fonseca. Identificados com as idéias
positivistas de um Estado forte, são apoiados pelas
Aula 10 antigas elites agrárias. Os federalistas reúnem uma
maioria de civis que representam as forças políticas e
REPÚBLICA DA ESPADA econômicas dominantes nos Estados, principalmente
São Paulo e Minas, os mais ricos do país. Defendem a
descentralização do poder sob a forma de república
federativa e o controle do governo pelo Congresso,
onde as oligarquias regionais estariam representadas.
Os dois primeiros presidentes são militares.

República das Oligarquias

Passado os primeiros momentos de afirmação
da República, os cafeicultores paulistas, que já detêm
a hegemonia econômica, conseguem também a
hegemonia política. A chamada República das
Oligarquias consolida-se a partir do governo de
Prudente de Morais. Os Estados de São Paulo e Minas
Gerais, respectivamente os maiores produtores de
café e de leite do país, passam a dominar o governo
central na chamada "política do café-com-leite". A

www.efivest.com.br 852

Presidência da República é ocupada alternadamente
por representantes do Partido Republicano Paulista
(PRP) e do Partido Republicano Mineiro (PRM). No
governo Campos Sales, acordos políticos feitos com as
oligarquias locais dão origem a um outro apelido do
período, o de "política dos governadores".
GOVERNO PROVISÓRIO
(1889 – 1891)
Entre as principais medidas tomadas
pelo Governo Provisório, estão:
 federalismo - as províncias brasileiras foram
transformadas em estados-membros da
Federação, obtendo maior autonomia
administrativa em relação ao Governo Federal,
cuja sede recebeu o nome de Distrito Federal;
 Estado Laico, separação entre Igreja e Estado -
a Igreja passa a ter autonomia em relação ao
governo. Em conseqüência, foram criados o
registro civil de nascimento e o casamento civil;
 grande naturalização - todos os estrangeiros
residentes no Brasil seriam legalmente
considerados cidadãos brasileiros. Quem não
quisesse ser naturalizado deveria manifestar sua
vontade de ficar com a antiga cidadania;
 Bandeira da República - uma nova bandeira
nacional foi criada para substituir a antiga
bandeira do Império. O lema da bandeira
nacional, Ordem e Progresso, foi sugerido pelo
ministro da Guerra (posteriormente Ministro da
Instrução Pública), Benjamim Constant. O lema
tem sua origem no positivismo, que pregava o
amor por propício, a ordem por base e o
progresso por fim;
 Assembléia Constituinte - convocação de uma
Assembléia Nacional Constituinte para elaborar a
Constituição da República.
Em dezembro de 1889, marcaram-se eleições
para a Assembléia Constituinte, que seriam realizadas
em 15 de setembro de 1890. Durante esse curto
período, acirraram-se as divergências entre Deodoro e
os ministros e destes entre si, na luta pela hegemonia
dentro do novo bloco que assumira o poder.
O Ministério da Fazenda, comandado por Rui
Barbosa, voltou-se para questões que intensificaram
ainda mais os desentendimentos entre as forças
sociais que representavam o governo: tarifas
alfandegárias, créditos, emissão de moeda, legislação
de sociedades anônimas.
A República havia herdado da Monarquia um
grande déficit na balança de pagamentos. As
importações oneravam em muito o Tesouro Nacional;
as despesas com a infra-estrutura urbana eram
enormes, pois expandia-se a rede ferroviária,
aparelhavam-se melhor os portos, instalavam-se
fábricas. Além disso, eram altos os gastos com a mão-
de-obra assalariada.
A abolição da escravatura e a corrente
migratória criaram um número maior de assalariados.
853
Atendimento ao Aluno: (85) 3491 4000
O País não dispunha, entretanto, de papel-moeda
suficiente em circulação. O ministro da Fazenda
tentara, sem sucesso, obter alguns empréstimos no
exterior, pois reinava na Europa muita desconfiança
em relação ao novo regime brasileiro. A solução foi o
chamado Encilhamento.
A política econômica de Rui Barbosa consistia
na emissão de papel moeda, com o intuito de dar um
maior impulso as atividades econômicas no Brasil.
Nesse intuito seria feita uma política com duas
características principais:
1 – Proteger a indústria nacional contra a
concorrência estrangeira, através do aumento
das taxas de importação;
2 – Emissão de papel-moeda, aumentando a
circulação monetária e estimulando os
negócios no país;
Os primeiros resultados da política de Rui
Barbosa são excelentes, no entanto o sucesso
desagrada os grupos internacionais que tinham
negócios no Brasil.
Os grupos internacionais aliados ao comercio
importador nacional e as oligarquias agrárias sabotam
a tal política, e o Brasil passa a viver uma crise
econômica sem precedentes, conhecida como Crise do
Encilhamento, que tem como característica
fundamental uma inflação galopante.
A crise do encilhamento foi à conseqüência da
política econômica financeira de Rui Barbosa.
A emissão de papel-moeda aumentou o
dinheiro circulante e reativou os negócios, mas, como
a produção interna não cresceu nas mesmas
proporções, a inflação também aumentou. Além disso,
o crédito fácil resultou em uma violenta especulação
com as ações das novas empresas que surgiam. Esta
especulação ficou conhecida como encilhamento. A
especulação desenfreada chegou a ocasionar o
aparecimento de "firmas fantasmas", isto é, que só
existiam no papel, somente na forma de ações. A
inflação aumentou e, conseqüentemente, houve
muitas falências, levando a economia a uma grande
crise.
Os cafeicultores protestaram contra a reforma
financeira de Rui Barbosa, pois não Ihes interessava
uma política que desse mais importância à indústria do
que ao café. Além disso, no próprio ministério, muitos
colegas também criticavam a reforma. Pressionado,
demitiu-se do cargo em janeiro de 1891.
CONSTITUIÇÃO DE 1891
A PRIMEIRA DA REPÚBLICA.
As eleições para a Assembléia Constituinte, em
15 de setembro de 1890, são consideradas
fraudulentas e manipuladas pelos militares alinhados
com Deodoro da Fonseca. Abertas as urnas, em
muitos Estados os eleitos são completamente
desconhecidos dos eleitores. Mesmo assim, o governo
provisório fica em minoria. Sua bancada reúne
militares, monarquistas adesistas e positivistas. A
maioria é formada pelos chamados "republicanos
objetivos", representantes da oligarquia cafeeira.
Constituição de 1891 – Promulgada em 24 de
fevereiro de 1891, a Constituição define os poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário como
independentes, separa o Estado e a Igreja e permite a
liberdade de culto. Institui o federalismo, o
presidencialismo e o regime representativo. Nas
O Cursinho dos Alunos da UECE
 Acredite no seu sonho, invista em você!
disposições transitórias, determina que a própria
Assembléia Constituinte se transforme em Congresso,
com poder para eleger o primeiro presidente de forma
indireta.
Federalismo – O presidente é o chefe da nação
e tem poderes para intervir nos Estados em caso de
movimentos separatistas, invasão estrangeira ou
conflitos com outras unidades da Federação. Os 20
Estados têm autonomia para elaborar sua
Constituição, eleger governadores, realizar
empréstimos no exterior, decretar impostos e formar
suas próprias forças militares.
Representação restrita – Os chefes do
Executivo e os membros do Legislativo são eleitos
diretamente. O voto não é secreto. Analfabetos,
mulheres, soldados e menores de 18 anos não têm
direito a voto – restrições que reduzem o eleitorado a
cerca de 6% da população do país.
República da espada
(1889 – 1894)
Governo
Deodoro da Fonseca
1891
Depois de elaborar a Constituição de 1891, a
Assembléia Constituinte foi transformada em
Congresso Nacional e, nessa condição, deveria eleger
os primeiros presidente e vice-presidente da
República.
Havia sido articulada uma chapa oposicionista,
ligada aos interesses das oligarquias estaduais e
liderada por Prudente de Morais, que foi, porém,
derrotada. Os rumores sobre a intervenção militar
para impor Deodoro, caso não vencesse as eleições,
garantiram sua vitória. Em compensação, o candidato
oposicionista à vice-presidência, Floriano Peixoto,
derrotou o vice de Deodoro.
Não dispondo de maioria parlamentar, Deodoro
sofreu várias derrotas no Congresso, que vetou muitos
de seus projetos. Não conseguindo conviver
politicamente com o Congresso, Deodoro dissolveu-o e
prendeu seus principais líderes. Recebeu apoio de
parte do Exército e de vários presidentes estaduais.
Congressistas liderados por Floriano,
Wandenkolk e Custódio de Melo arquitetaram então
um contragolpe, ao qual Deodoro tentou resistir,
ordenando a prisão do almirante Custódio de Melo.
Este reagiu sublevando uma esquadra, cujos navios
postaram-se na baía de Guanabara, ameaçando
bombardear o Rio de Janeiro, caso Deodoro não
renunciasse.
Sem alternativa, Deodoro renunciou e entregou
o poder ao vice-presidente Floriano Peixoto, em 23 de
novembro de 1891.
Governo
Floriano Peixoto
(1891 – 1894)
No governo de Floriano, o ministro Serzedelo
Correa desenvolveu uma política econômica e
financeira voltada para a industrialização: tarifas
protecionistas e facilidades de crédito foram
concedidas, porém, acompanhadas de medidas para
controlar a inflação e impedir a especulação.
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As mesmas oligarquias que apoiaram o golpe
para a derrubada de Deodoro, passaram a fazer
oposição a Floriano, fundamentando-se no artigo 42
da Constituição, que dizia: "Se, no caso de vaga, por
qualquer causa à Presidência, não houver decorrido
dois anos do período presidencial, proceder-se-á a
novas eleições".
A oposição a Floriano ocorreu também entre as
patentes do Exército: 13 generais elaboraram um
manifesto em que declaravam ser o governo de
Floriano inconstitucional. Foram punidos com o
afastamento de seus cargos. Até o fim de 1894, ainda
haveriam mais dois graves acontecimentos: a
Revolução Federalista e a Revolta da Armada.
A luta pelo poder colocava frente a frente as
duas maiores facções de grandes proprietários de
terras no Rio Grande do Sul. De um lado, agrupavam-
se os federalistas - chamados de Maragatos -
liderados por Gaspar Silveira Martins, que exigiam
uma reforma na Constituição do Estado e a
implantação do parlamentarismo. De outro, estavam
os pica-paus, chefiados pelo presidente do estado,
Júlio de Castilhos, que apoiavam a centralização.
Maragato - O termo "maragato", aplicado aos
federalistas, tem uma explicação complexa. No Uruguai
eram chamados de maragatos os descendentes de
imigrantes espanhóis oriundos da área situada na
província de León, na Espanha, conhecida como
Maragateria. Os maragatos espanhóis eram
eminentemente nômades, e adotavam profissões que
lhes permitissem estar em constante deslocamento.
Na verdade, a luta entre as duas facções
políticas refletia as divergências entre as oligarquias
proprietárias rurais da região. A revolta tornou-se
violenta, assumindo características de guerra civil
(Revolução Federalista).
Floriano tomou a defesa do Presidente do
Estado, Júlio de Castilhos, apesar de este
anteriormente ter apoiado Deodoro. A razão é que ele
precisava da adesão da bancada gaúcha no
Congresso. A guerra civil prosseguiu até 1895.
A oficialidade da Marinha provinha quase que
inteiramente da antiga aristocracia imperial. Em
setembro de 1893, a esquadra sublevou-se, liderada
pelo almirante Custódio de Melo. Os rebeldes, que
exigiam a imediata normalização constitucional do
País, ameaçaram bombardear o Rio de Janeiro,
zarpando depois para o Sul.
O Presidente armou uma esquadra e com ela
enfrentou os rebeldes do Rio de Janeiro, que se
asilaram em navios portugueses. A repressão foi
violenta: os governos rebeldes do Paraná e Santa
Catarina foram depostos, enquanto se sucediam
fuzilamentos em massa.
Fortalecido pelas campanhas contra os
rebeldes, Floriano consolidou seu poder e passou a ser
conhecido pelo cognome de Marechal de Ferro.
REPÚBLICA OLIGÁRQUICA
(1894 – 1930)
Depois de 1894, os militares deixaram o centro
de poder político no Brasil. Com a burguesia cafeeira
no poder, terminava o período da República da Espada
e iniciava-se a República das Oligarquias. Estas,
formadas pelos grandes proprietários rurais de cada
Estado, assumiram o controle completo da nação, sob
a hegemonia da burguesia cafeeira paulista. A classe
média e as camadas populares sofreriam os efeitos da
nova política econômica, pois a valorização artificial do
café transferia para o consumidor o ônus causado
pelas dificuldades financeiras.
854

Embora as instituições tivessem se
transformado na transição do Império para a
República, o poder continuava nas mãos das
oligarquias formadas pelos grandes proprietários
rurais, mantendo-se o caráter agrário, monocultor,
latifundiário e exportador da nossa economia. O País,
conseqüentemente, continuava dependente
economicamente dos Estados Unidos e das nações
européias.
A oligarquia formada pelos proprietários de café
paulista já era, antes mesmo da República, a principal
força econômica da sociedade brasileira. Representada
pelo Partido Republicano Paulista (PRP), os
cafeicultores aspiravam a controlar o governo e assim
organizar a política econômica em torno do café.
As oligarquias estaduais, lideradas pelos
fazendeiros paulistas, conseguiram fazer triunfar suas
idéias federalistas, tarefa facilitada pela divisão
surgida entre os militares. Após a eleição de Prudente
de Morais, essas oligarquias impuseram suas linhas de
organização ao governo, adotando medidas
governamentais que protegiam os interesses agrário-
exportadores dos cafeicultores.
A supremacia de São Paulo e Minas Gerais, os
dois estados economicamente mais poderosos na
política nacional, ficou conhecida como política do
café-com-leite, numa referência aos principais
produtos desses estados e à alternância de seus
representantes no poder.
Questões de
Vestibulares
01. UECE 2008.1
Sobre a economia agro-exportadora brasileira durante
a república velha, é INCORRETO afirmar que:
a) A maioria das exportações girava em torno do
café e da borracha.
b) O açúcar ainda tinha importância embora, de
modo geral, os engenhos nordestinos
estivessem em decadência.
c) O sul do Brasil exportava carne, couro e erva-
mate bem como iniciou, com sucesso, uma
grande produção de açúcar mascavo, muito
bem aceito na Europa.
d) As plantações de cacau espalhavam-se pela
Bahia, principalmente em Ilhéus, graças às
indústrias de chocolate na Europa.
02. URCA 2008.1
Uma das questões que podem ser apontadas para a
Proclamação da República foi:
a) a criação do Partido Republicano Progressista,
em 1864, que possuía uma forte base no
Nordeste brasileiro, impulsionando o processo
de proclamação.
b) a manutenção da escravidão como relação de
trabalho predominante o que desagradava os
setores liberais da sociedade brasileira.
c) o apoio da Igreja Católica à causa republicana e
sua proposta de criação de um estado laico.
d) o descontentamento dos militares do Exército
que se sentiam marginalizados politicamente na
Ordem Imperial.
e) a participação ativa dos trabalhadores das
cidades que viam na proclamação da República
a possibilidade da mudança social.
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03. CEFET CEARÁ 2000
“O Brasil comemora hoje (segunda-feira, 15 de
novembro de 1999) os 110 anos de proclamação da
República. A data merece mais reflexões do que
festejos. Afinal, a história da República brasileira é
atulhada de crises cíclicas, institucionais, quase todas
relacionadas com os problemas estruturais do País."
(EDITORAL DO JORNAL O POVO:
"Que República queremos?", cad. 6A. 15/11/99).
O fato de o 15 de Novembro merecer mais reflexões
do que festejos é explicado pela maneira como a
República foi implantada no país, desde o seu
momento inicial, pois:
a) o seu processo revolucionário ocasionou a
destruição de estruturas propícias ao
desenvolvimento econômico e social marcantes
de uma era industrial, tais como latifúndio,
modo de produção escravista, mercantilismo e
capital industrial
b) não se tratou apenas da destruição de um
modelo econômico que o precedia no Império,
mas também a destruição de um modelo
político ultrapassado, que só defendia os
interesses da aristocracia. Daí, justifica-se o fim
do voto censitário e da implantação de uma
República Popular Parlamentarista, conforme
estabelecia a Segunda Constituição brasileira
c) o 15 de Novembro resultou da conjugação de
interesses políticos entre os militares do
Exército que representavam, pelo menos
simbolicamente, a classe média urbana e a elite
agrária, principalmente cafeicultora
d) de fato, não mudou com as velhas artimanhas
políticas: fraudes eleitorais e violência eleitoral
através de espancamentos, assassinatos e
terrorismo político imposto pelo voto de
cabresto, mas o voto livre e universal garantia
a todos o exercício da cidadania, por exemplo,
as mulheres que passaram a exercer o direito
de votar
04. FA7 2007.2
A República Velha é o primeiro período da história
republicana brasileira. Quanto à estrutura política
pode-se dizer que:
a) era unitarista e fortemente centralizada.
b) baseava-se num sistema unicameral, com
Judiciário e Executivo dependentes do
Legislativo.
c) foi dominada basicamente pela “Política dos
Governadores”, que consistia na união das
esferas dos poderes central, estadual e
municipal.
d) viveu seu período de menor instabilidade e
tensão durante o governo do Presidente Artur
Bernardes (1922-1926).
e) teve em Pinheiro Machado o único
representante político do Rio Grande do Sul a
se eleger presidente da República.
05. UFC 2006
A imprensa é identificada como o meio de
comunicação mais importante do Brasil, na Primeira
República, porque:
I. o regime republicano assegurava a
liberdade de imprensa, sendo vetada qualquer
ação repressiva contra os periódicos e as
redações.
II. muitos periódicos tinham caráter político,
como a “grande imprensa”, ligada aos grupos
O Cursinho dos Alunos da UECE
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oligárquicos no poder, e diversos jornais através da manipulação dos partidos políticos,
anarquistas, sindicalistas e socialistas. e defendeu o federalismo, em oposição ao
III. a queda nos índices de analfabetismo, a centralismo administrativo do Império.
partir do regime republicano, permitiu que os ( ) Emenda constitucional que, entre outras
periódicos atingissem um público nas mesmas inovações, suprimiu o Conselho de Estado e
proporções que a televisão nos dias atuais. instituiu as Assembléias Legislativas
Provinciais.
Com respeito às três assertivas, é correto ( ) Sistema de governo que vigorou no II Reinado,
afirmar que somente: onde quem indicava o gabinete ministerial era
a) I e II são verdadeiras. o Imperador.
b) I e III são verdadeiras. ( ) Articulado por políticos liberais, antecipou o II
c) II e III são verdadeiras. Reinado.
d) I é verdadeira.
e) II é verdadeira. a) 3-5-2-4-8-1-6-7.
b) 5-8-1-4-7-2-6-3.
06. UFC 2004 c) 8-1-3-4-5-7-6-2.
A proclamação da República no Brasil está longe de d) 4-2-3-5-7-1-6-8.
ser considerada um momento de transformação e) 3-4-1-5-6-7-8-2
revolucionária, embora ela tenha trazido algumas
mudanças significativas. Uma característica inovadora 09. UECE 1998.1
dos primeiros anos da nova forma de governo foi: Floriano Peixoto, segundo Presidente da República no
a) a valorização de um novo produto de Brasil, afirmou-se como consolidador da república e
exportação. recebeu a alcunha de Marechal de Ferro. Assinale a
b) a adoção do sistema parlamentarista. opção que indica corretamente as principais revoltas
c) a política de investimentos nas sociedades enfrentadas pelo Marechal Floriano em seu governo.
anônimas. a) a revolta da Vacina no Rio de Janeiro e os
d) a popularidade do novo regime. levantes tenentistas em vários locais
e) o direito de toda a população ao voto. espalhados pelo interior do País
b) a guerra de Canudos na Bahia e a revolta da
07. FA7 2006.2 Chibata no Rio de Janeiro
O Café foi a grande atividade econômica do Segundo c) a guerra dos Farrapos nos estados do sul e os
Reinado (1840-1889), realizando mudanças na vida levantes comunistas no nordeste
social e econômica do país; entre estas mudanças d) a revolta da Armada no Rio de Janeiro e a luta
podemos mencionar: entre federalistas e republicanos no Rio Grande
a) Fundação das primeiras faculdades brasileiras, do Sul
sendo de Medicina, na Bahia e no Rio de
Janeiro. 10. UFC 1992.2
b) Transferência definitiva da Capital Brasileira de Assinale o que for correto sobre a Primeira República
Salvador para o Rio de Janeiro. Brasileira (1889-1930):
c) Desenvolvimento cultural, principalmente na (01 Os republicanos positivistas, após a
Região de Minas Gerais, cujo principal exemplo ) consolidação do regime republicano,
é o Barroco. acabaram alijados do grupo dirigente e do
d) Crescimento das atividades bancárias e centro de decisões políticas do novo regime.
remodelamento das cidades. (02 O "Encilhamento" foi a reforma financeira do
e) Grande surto industrial com a criação da Usina ) governo Deodoro que saneou as finanças,
de Volta Redonda. promoveu a industrialização e zerou a
inflação.
08. URCA 2006.1 (04 O governo Floriano Peixoto, além de
As colunas abaixo trazem informações a cerca do ) incentivar a industrialização, reduziu o aluguel
período imperial brasileiro compreendido entre 1831 a das casas populares e controlou o preço da
1889 e devem ser relacionadas corretamente. Em carne.
seguida, assinale a alternativa que traz a seqüência (08 O "Funding-Loan" - empréstimo estrangeiro
verdadeira dos itens relacionados. ) vultoso - e a "Política dos Governadores",
realizadas pelo governo Campo Sales,
1 Lei Regencial concorreram para estabilizar, respectiva-
2 Ato Adicional de 1834 mente, as finanças e a política brasileiras na
3 Golpe da Maioridade virada do século.
4 A Farroupilha (16 A construção da Avenida Central (1904) foi o
5 A Sabinada ) principal marco da política de remodelação
6 Parlamentarismo às avessas urbana do Rio de Janeiro empreendida pelo
governo Rodrigues Alves.
7 Manifesto Republicano
(32 A Revolta da Vacina (1904) foi planejada,
8 Golpe Republicano ) financiada e armada pelos florianistas para
tentar derrubar o governo Rodrigues Alves.
( ) Movimento rebelde ocorrido na Bahia que
desejava uma província livre do governo
regencial.
( ) Golpe de Estado que derrubou a monarquia. Gabarito
( ) Dispositivo aprovado pela Assembléia Imperial 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
que impedia que os regentes se utilizassem do C D C C E C D B D 29
poder moderador.
( ) Movimento armado contra a centralização
administrativa a partir do Rio de Janeiro e que,
1835, proclamou a República de Piratini,
apoiada pela população sul rio-grandense.
( ) Atacou o Imperador, por acumular o poder

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Aula 11
REPÚBLICA OLIGÁRQUICA
POLÍTICA E ECONOMIA
Governo
PRUDENTE DE MORAIS
(1894 - 1898)
É o primeiro presidente civil e também o
primeiro eleito pelo voto direto. Assume em 15 de
novembro de 1894 e governa até o final do mandato,
em 15 de novembro de 1898. Dá início à chamada
República das Oligarquias ou "política do café-com-
leite" e enfrenta acirrada oposição dos "florianistas",
partidários do ex-presidente. Consegue derrotar a
Revolução Federalista no Rio Grande do Sul, mas
enfrenta uma nova guerra no sertão baiano: a Guerra
dos Canudos, na época considerada uma rebelião
monarquista. Prudente de Morais - faz seu sucessor, o
também paulista e cafeicultor Campos Sales.
Estado de sítio – Em 5 de novembro de 1897 o
presidente sofre um atentado no cais do porto do Rio
de Janeiro. Um soldado florianista, Marcelino Bispo,
tenta atingi-lo, e acaba matando o ministro da Guerra,
marechal Carlos Bittencourt. O incidente dá pretexto
para o Congresso decretar estado de sítio. Com
poderes excepcionais, Prudente de Morais prende seus
opositores, fecha jornais e acaba com qualquer
manifestação política. Consolida assim a presença de
civis no poder federal.
Governo
CAMPOS SALES
(1898 – 1902)
Representante da oligarquia cafeeira paulista e
destacado membro do Partido Republicano Paulista

(PRP), Campos Sales - assume em 15 de novembro de

1898 e governa até o fim do mandato, em 15 de
novembro de 1902. Encontra as finanças públicas
depauperadas: as despesas do governo são
857 O Cursinho dos Alunos da UECE
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exatamente o dobro da receita e a inflação é
galopante – situação agravada pela queda dos preços
do café no mercado internacional no início do século
XX. Tenta combater a inflação e estabelece a primeira
moratória da história da República.

Governo
RODRIGUES ALVES
(1902 – 1906)

Política dos governadores –

Para evitar a forte oposição do Legislativo, Campos
Sales dá início à chamada política dos governadores.
Faz uma aliança com as oligarquias dominantes em
São Paulo e Minas Gerais, compromete-se a apoiá-las
em troca da garantia da eleição dos candidatos
indicados pelo governo para o Congresso Nacional.
Manipulação de eleições – As
denúncias de manipulação de eleições são constantes
durante toda a Primeira República. Não existe Justiça
Eleitoral na época. O voto não é secreto e os
resultados das eleições estaduais são validados por
uma "comissão de verificação" escolhida pelo
Legislativo e, depois, ratificados pelo presidente da
República. Nos Estados, as oligarquias mantêm o
controle das eleições através do chamado "voto de
cabresto" ou "voto de curral".
Conservador e ex-monarquista, Rodrigues
Alves - derrota Quintino Bocaiúva, um republicano
histórico, nas eleições de 1902. Assume dia 15 de
novembro e governa até o final do mandato, em 1906.
Dá continuidade à política de valorização do café.
Propõe-se a reurbanizar e sanear o Rio de Janeiro.
Conduzidas de forma autoritária e sem o
esclarecimento da opinião pública, essas campanhas
provocam uma grande rebelião popular, a chamada
Revolta do Mosquito ou da Vacina – argumento para
uma tentativa de golpe militar. Durante seu governo,
eclode também a chamada Questão do Acre, área de
litígio entre o Brasil e a Bolívia.

Voto de curral – A expressão é usada

para designar o sistema de poder político onde as
eleições são controladas ou manipuladas por quem
detém o poderio econômico e social. Tem sua origem
no Império, quando os comandantes da Guarda
Nacional, os chamados coronéis, grandes proprietários
de terra ou mineradores, decidem em quem a
população local deve votar. O "coronel" de cada região
arranja empregos e distribui os mais variados
benefícios à sua clientela. Os protegidos do "coronel"
lhe devem fidelidade, principalmente política,
manifestada no momento das eleições. A força dos
coronéis é base de sustentação política dos governos
estaduais e da própria República das Oligarquias.
Charge retratando o Voto de Cabresto
Revolta da Vacina
Francisco de Paula Rodrigues Alves (1848-
1919) nasce em Guaratinguetá, São Paulo, numa
família de latifundiários. Bacharel em direito, inicia sua
vida política em 1872, como deputado provincial pelo
Partido Conservador. Em 1887, chega à Presidência da
Província de São Paulo. Adere à República na última
hora. Elege-se deputado constituinte em 1890 e ocupa
o Ministério da Fazenda nos governos de Floriano
Peixoto e Prudente de Morais. Em 1900 é eleito
novamente presidente de São Paulo. Apesar de seu
passado monarquista e tendências conservadoras
derrota Quintino Bocaiúva, um republicano histórico,
nas eleições para Presidência em 15 de novembro de
1902. Depois de cumprir seu mandato de presidente,
volta a ocupar o governo paulista e, em seguida, uma
vaga no Senado. Eleito novamente para a Presidência
em 1918, não chega a tomar posse. Contaminado pelo
vírus da gripe espanhola, morre no Rio de Janeiro em

www.efivest.com.br 858

janeiro de 1919. Assume em seu lugar o vice, Delfim
Moreira.
Governo
AFONSO PENA
(1908 – 1909)
O mineiro Afonso Pena - é o candidato das
elites paulistas em aliança com José Gomes Pinheiro
Machado, senador gaúcho que articula as bancadas
dos pequenos Estados. Assume a Presidência em 15
de novembro de 1906 e morre antes de concluir o
mandato, em 14 de junho de 1909. A base da aliança
que o leva ao poder é a política de valorização do café.
Em seu governo, é criada a Comissão do Café do
Estado de São Paulo com o objetivo de controlar
estoques e negociar preços. Ampliam-se as
comunicações no país. Em 1907, a Amazônia é ligada
por telégrafo ao Rio de Janeiro, graças ao trabalho
desenvolvido pelo marechal Cândido Rondon. Em 1908
é aprovada a lei do serviço militar obrigatório.
Seu amigo e colaborador, aumenta ainda mais
seu prestígio e influência. Coordena a campanha de
Hermes da Fonseca à Presidência, articulando as
lideranças dos Estados do Norte e Nordeste, de Minas
Gerais e do Rio Grande do Sul, contra o candidato dos
paulistas, Rui Barbosa. Pinheiro Machado também
lança a candidatura e garante a eleição de Venceslau
Brás à Presidência – que mais tarde tenta reduzir sua
influência sobre o governo. Autoritário e impulsivo,
durante sua vida pública trava vários duelos à pistola
e revólver. Morre apunhalado pelas costas, no Hotel
dos Estrangeiros, no Rio de Janeiro, por Francisco
Manso de Paiva, em circunstâncias não
suficientemente esclarecidas.
Governo
NILO PEÇANHA
(1909 – 1910)
Vice-presidente na gestão de Afonso Pena,
assume a Presidência em 14 de junho de 1909 - , após
a morte do titular. Governa até 15 de novembro de
1910. Seu curto governo é ocupado por grandes
disputas de poder entre as oligarquias mineira e
paulista – a Campanha Civilista –, que, em alguns
casos, chegam a enfrentamentos armados. A
acelerada dizimação de tribos indígenas leva à criação
do Serviço de Proteção ao Índio (SPI), em 20 de julho
de 1910, sob a direção do marechal Cândido Rondon.
Campanha Civilista – A disputa pela Presidência
da República abre uma brecha na aliança entre as
oligarquias paulista e mineira. O ministro da Fazenda
do governo Afonso Pena, Davi Campista, é indicado
pelos paulistas para a sucessão de Nilo Peçanha. A
maioria do Partido Republicano Mineiro, no entanto,
com a adesão da oligarquia gaúcha, escolhe como
candidato o marechal Hermes da Fonseca, ministro da
Guerra. Os paulistas desistem da candidatura de
Campista, aliam-se aos coronéis baianos e lançam Rui
Barbosa para a Presidência. Começa assim a
Campanha Civilista: "O mais inteligente dos
brasileiros", slogan da campanha dos paulistas, em
oposição a um candidato militar. A maior parcela do
eleitorado – Minas, Rio Grande do Sul e parte de São
Paulo – é controlada por Hermes da Fonseca. Os
civilistas tentam conseguir apoio popular, sem
resultado, e perdem as eleições.
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Governo
HERMES DA FONSECA
(1910 – 1914)
Assume a Presidência em 15 de novembro de
1910 e governa até o final do mandato, em 1914.
Gaúcho, num cenário político dominado por paulistas e
mineiros, o marechal Hermes da Fonseca - distancia-
se um pouco da política "café-com-leite". Dá início à
chamada "política salvacionista", que recupera a
importância direta dos militares na política: apóia
intervenções militares nos governos estaduais. Seu
objetivo é reduzir o domínio das oligarquias e
moralizar a política. Na prática, porém, os militares
apenas participam do jogo de poder local: aliam-se às
facções oligárquicas que estão na oposição e as
colocam no poder, em substituição às oligarquias
situacionistas. Seu governo é marcado por revoltas
militares, como a Revolta da Chibata, e por graves
conflitos sociais, como a Guerra do Contestado e o
Conflito de Juazeiro, encabeçado pelo Padre Cícero.
Governo
VENCESLAU BRÁS
(1914 – 1918)
Venceslau Brás - assume a Presidência em 15
de novembro de 1914 e governa até o fim do
mandato, em 1918. Seu governo é marcado por
grande agitação política interna e externa. A 1 a Guerra
Mundial convulsiona a Europa, explode a primeira
grande revolução socialista na Rússia e, no Brasil, o
movimento operário surge como uma força
organizada. O Código Civil Brasileiro é promulgado em
1916. No terreno da saúde pública, a gripe espanhola
atinge a população de forma violenta. Em 1918, só em
São Paulo, morrem 8 mil pessoas em apenas quatro
dias. Rodrigues Alves, o presidente da República
recém-eleito, é uma das vítimas da gripe. Na
economia, dá continuidade à política de valorização do
café. A guerra provoca queda das exportações e
Venceslau Brás manda queimar 3 milhões de sacas de
café, em junho de 1917, para evitar a baixa dos
preços.
Governo
DELFIM MOREIRA
Eleito vice-presidente em 1o de março de 1918
na chapa encabeçada por Rodrigues Alves, toma posse
como interino, em 15 de novembro, por causa do
impedimento do presidente, contaminado pelo vírus da
gripe espanhola. Com a morte de Rodrigues Alves em
janeiro de 1919, assume a Presidência até a eleição de
um novo presidente, em 28 de julho do mesmo ano.
Em seu curto governo envia uma delegação para a
Conferência de Paz em Versalhes e enfrenta greves
operárias em Porto Alegre, Recife, Salvador, Curitiba e
Niterói.
O Cursinho dos Alunos da UECE
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Governo
WASHINGTON LUÍS
Governo (1926 – 1930)
EPITÁCIO PESSOA Washington Luís - assume em 15 de novembro
(1919 – 1922) de 1926 e é deposto pela Revolução de 30. Governa
num período em que as divisões internas das antigas
Assume a Presidência em 28 de julho de 1919 e oligarquias e a crise econômica de 1929 levam ao fim
governa até 15 de novembro de 1922. Seu governo é da Primeira República. A cisão da oligarquia paulista
marcado por graves conflitos sociais e políticos que já em liberais e republicanos conservadores consolida-se
antecipam a crise da Primeira República. Em outubro em 1926: uma dissidência do antigo PRP funda o
de 1919 enfrenta amplo movimento grevista em São Partido Democrático, de tendência liberal, com o apoio
Paulo. A polícia fecha o jornal operário A Plebe e do jornal O Estado de S. Paulo. No mesmo ano,
expulsa do país seus redatores e mais cem militantes Getúlio Vargas, deputado federal pelo Rio Grande do
operários, todos imigrantes. Em 1929, decreta Sul, é nomeado ministro da Fazenda e dá início à sua
intervenção federal na Bahia devido aos choques entre rápida ascensão ao poder. O mandato de Washington
os coronéis locais e políticos de oposição. Tropas Luís também é marcado pela repressão aos
federais ocupam Recife para conter conflitos entre as movimentos populares e à crescente organização dos
oligarquias durante eleições de 1922. Nomeia o trabalhadores. Em 1927, promulga a chamada Lei
historiador Pandiá Calógeras, um civil, para ocupar o Celerada, que permite a repressão a atividades
Ministério da Guerra. Os militares se rebelam e, em políticas e sindicais. Em 1o de maio de 1929 é fundada
julho de 1922, Epitácio Pessoa - fecha o Clube Militar a Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT).
do Rio de Janeiro. Seu ato provoca o protesto de
oficiais jovens e inaugura a participação dos tenentes
na política do país, o Tenentismo. Surge também o
PCB que logo é jogado na ilegalidade.
No campo cultural e artístico, destacou-se a
Semana de Arte Moderna, ocorrida em São Paulo, que
buscava instituir novo modo de fazer arte neste país.
Pretendiam fugir das concepções puramente européias
e criar um movimento tipicamente nacional. O
radicalismo da fase inicial do movimento chocou
inúmeros setores conservadores, que se viram
ridicularizados pelos novos artistas. Lideravam o
movimento modernista Oswald de Andrade, Mário de
Andrade, Manuel Bandeira, entre outros.

(Ilustração de Mollica para

a obra de Joel Rufino dos Santos / Editora FTD).
Em outubro de 1930, o Presidente Washington Luiz foi
deposto por uma Junta Militar e no mês seguinte, o governo
foi entregue a Getúlio Vargas. “Agora o Brasil vai mudar”
(acreditavam os brasileiros).

Cartazes da Semana de Arte Moderna

Governo
ARTUR BERNARDES
(1922 – 1926)
Presidente da República entre 1922 e 1926,
Artur Bernardes governa sob estado de sítio,
interrompido apenas entre dezembro de 1923 e julho
de 1924, como defesa contra o Tenentismo. Os
conflitos sociais e políticos se intensificam. Em janeiro
de 1923 explode uma rebelião no Rio Grande do Sul
que contrapõe as oligarquias da região. No ano
seguinte os tenentes rebelam-se em São Paulo e
começa a Coluna Prestes, no Rio Grande do Sul. No
plano social, o governo Artur Bernardes - inaugura
algumas vantagens trabalhistas, como as férias anuais
obrigatórias, de 15 dias (lei 4.982), para empregados
do comércio, indústrias e bancos, instituída em
dezembro de 1925.

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Aula 12
REBELIÕES NA REPÚBLICA
OLIGÁRQUICA
Motins militares, rebeliões armadas, guerras
civis e levantes populares são constantes em toda a
Primeira República. Na fase de consolidação do novo
regime explodem motins e levantes populares em
vários pontos do país. A oposição congrega desde
liberais radicais, que exigem maior democratização do
Estado, até monarquistas – presentes na Revolta da
Armada e na Revolução Federalista. Consolidado o
regime, as rebeliões surgem das disputas entre as
oligarquias regionais pelo controle do poder. Há
levantes de setores populares marginalizados e
fanatizados, como na Guerra dos Canudos e na do
Contestado, ou, ainda, contra a violação de direitos
civis e humanos, como a Revolta da Vacina. Nos anos
20, o movimento tenentista põe em cheque a própria
estrutura do poder montada pelas oligarquias.
Revolta da Armada
(1893 – 1894)
A cúpula da Marinha rebela-se em 6 de
setembro de 1893 e exige a deposição de Floriano
Peixoto. A revolta é liderada pelo contra-almirante
Custódio José de Melo e tem o apoio do almirante
monarquista Luís Felipe Saldanha da Gama. Em 9 de
fevereiro de 1894 as tropas rebeldes desembarcam
em Niterói e tentam cercar a Capital. São derrotadas
pelas forças legalistas. Saldanha da Gama e mais 525
revoltosos buscam asilo nos navios portugueses
Mindelo e Afonso de Albuquerque, atracados na baía
de Guanabara. O incidente provoca o rompimento das
relações diplomáticas entre Brasil e Portugal, reatadas
apenas em 16 de março de 1895, já no governo de
Prudente de Morais.
Revolta da Armada
Revolução Federalista
(1893 – 1895)
Em 15 de dezembro de 1893, durante o
governo de Floriano Peixoto, eclode uma guerra civil
no Rio Grande do Sul. É provocada pelo autoritarismo
e excesso de centralização do presidente do Estado,
Júlio de Castilhos, um republicano histórico que tem o
apoio de Floriano e governa com mão-de-ferro.
Maragatos e pica-paus – Os aliados de
Castilhos são chamados de "pica-paus" ou
"chimangos", herdeiros políticos dos liberais
moderados, como o senador Pinheiro Machado que,
desde o Império, comanda a política no Rio Grande do
861
Atendimento ao Aluno: (85) 3491 4000
Sul. A oposição, os maragatos, é formada pelos
federalistas adeptos do sistema parlamentar. São
liderados por Gaspar da Silveira Martins, um ex-
monarquista, por Gumercindo Saraiva e pelo general
João Nunes da Silva Tavares. Os revoltosos têm o
apoio da Marinha, rebelada contra Floriano e o
movimento tem nítido caráter anti-governista. Os
enfrentamentos armados duram dois anos. Em 10 de
julho de 1895, no governo de Prudente de Morais, é
feito um acordo de paz: o governo central garante o
poder a Júlio de Castilhos e o Congresso anistia os
participantes do movimento revolucionário.
Guerra de Canudos
(1893 – 1897)
Em 1893, no final do governo Floriano Peixoto,
surge no sertão da Bahia um movimento messiânico,
na época considerado monarquista, que se transforma
em uma guerra civil. É liderado por um beato, figura
comum no sertão nordestino na segunda metade do
século XVIII. Os beatos aparecem em torno das várias
casas de caridade fundadas pelo padre José Maria
Ibiapina e administradas por ordens leigas. Antônio
Vicente Mendes Maciel, o beato Antônio Conselheiro,
começa a formar seu grupo de adeptos na casa de
caridade de Bom Conselho, no sertão de Pernambuco.
Mais tarde, funda a cidade de Belo Monte, no Arraial
de Canudos, palco de um dos conflitos sociais mais
sangrentos da Primeira República.
Antônio Conselheiro (1830-1897) é o apelido de
Antônio Vicente Mendes Maciel, beato que dirige o
Arraial e a Guerra de Canudos. Nasce em
Quixeramobim, Ceará, e fica conhecido em 1893,
quando entra em choque com as autoridades de Bom
Conselho, Pernambuco. O motivo é a autorização do
governo federal para que os municípios cobrem
impostos. Conselheiro faz sermões contra a República
e diz que o novo regime piora as condições de vida da
população pobre – daí sua fama de monarquista. Com
seu grupo, arranca e queima os editais que anunciam
a cobrança de impostos. Daí em diante, mantém
conflitos constantes com as autoridades civis e
religiosas. Proibido pela Igreja de fazer pregações e
perseguido pela polícia, Antônio Conselheiro e seus
seguidores internam-se no sertão. Fundam no Arraial
de Canudos um misto de comunidade primitiva e
acampamento militar. A fama de que o arraial é santo
espalha-se, atraindo milhares de devotos. Conselheiro
dirige a guerra contra as forças legalistas até sua
morte, em 1897.
Cena do filme Guerra de Canudos
Arraial de Canudos – À margem do rio Vaza-
barris, no sertão baiano, o Arraial de Canudos reúne
quase 30 mil habitantes. Os romeiros plantam e criam
rebanhos para consumo próprio e comércio com as
O Cursinho dos Alunos da UECE
 Acredite no seu sonho, invista em você!
cidades vizinhas. A comunidade prospera e começa a
inquietar os grandes proprietários rurais da região e
Igreja. Para se defender, os fiéis de Antônio
Conselheiro organizam-se em grupos armados. Entre
novembro de 1896 e março de 1897, tropas federais
fazem três investidas contra o arraial e são
derrotadas. O fracasso assusta o governo e uma nova
expedição é organizada em meados de 1897 com 8 mil
soldados, algumas metralhadoras e dois canhões, sob
o comando do general Artur Oscar Andrade
Guimarães. Os combates começam em 25 de junho de
1897 e prolongam-se até 1o de outubro. As tropas do
governo ocupam o povoado e matam Antônio
Conselheiro. A luta continua até 5 de outubro, quando
morrem os quatro últimos combatentes.
Revolta da Vacina
(1904)
As políticas de saneamento e de reforma
urbana promovidas no governo de Rodrigues Alves e
conduzidas com violência revoltam a população pobre
do Rio de Janeiro. Cortiços e casas populares são
derrubados para permitir o alargamento das ruas e a
construção de avenidas. A população é expulsa de
suas casas e os aluguéis sobem absurdamente. A
campanha de saneamento também é violenta: as
casas da população pobre são invadidas e
vasculhadas, os utensílios em condições precárias são
inutilizados. A revolta explode em 9 de outubro de
1904, quando é aprovada a lei que torna a vacinação
obrigatória. Repartições públicas são depredadas, lojas
saqueadas e bondes incendiados. A população levanta
barricadas em diversas ruas do Rio. A oposição
procura usar a revolta para derrubar o governo: dia 13
de outubro a Escola Militar rebela-se. A reação do
governo é imediata. Controla a rebelião popular e, no
dia 16, forças legalistas ocupam a Escola Militar.
Revolta da Chibata
(1910)
João Candido,
líder da Revolta da Chibata
Em 22 de novembro de 1910, no início do
governo Hermes da Fonseca, estoura a Revolta da
Chibata no Rio de Janeiro. O estopim é o castigo de
250 chibatadas imposto ao marinheiro Marcelino
Rodrigues Menezes. Os couraçados São Paulo, Minas
Gerais, Bahia e Deodoro, ancorados na baía da
Guanabara, se amotinam sob o comando do
marinheiro João Cândido. O comandante do navio
Minas Gerais, Batista Neves, e outros oficiais são
mortos. Os revoltosos apontam os canhões dos navios
para o Palácio do Catete, sede do governo, e fazem
suas exigências: fim dos castigos corporais na Marinha
e melhor alimentação. Ameaçado, o governo aceita as
reivindicações dos marinheiros. Rui Barbosa, senador
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da República, apresenta no Congresso um projeto com
esses pontos e mais a anistia para os revoltosos,
desde que estes deponham as armas. Os marinheiros
cumprem sua parte. O governo, no entanto, volta
atrás e manda prender João Cândido e seus
companheiros. Dois anos depois, eles são julgados e
absolvidos.
Guerra do Contestado
(1912 – 1916)
Revolta de camponeses do planalto
catarinense, a Guerra do Contestado, entre 1912 e
1916, chega a envolver cerca de 50 mil pessoas. A
região do Contestado, rica em erva-mate e madeira, é
uma área de litígio entre os Estados do Paraná e Santa
Catarina. Tal como no Nordeste brasileiro, desenvolve-
se ali um fanatismo religioso alimentado pelos
"monges", os beatos locais. Os conflitos começam
quando duas empresas norte-americanas, a Brazil
Railway, construtora de estradas de ferro, e a
Southern Brazil Lumber & Colonization, exploradora de
madeira, se instalam na região, trazem para o
Contestado uma mão-de-obra marginal e barata e
começam a expulsar os posseiros e a especular com a
terra. Em 1912 o "monge" José Maria torna-se uma
liderança na região. Seus seguidores são romeiros de
diversas localidades, a maioria expulsa de suas terras.
Rebeldes romeiros – José Maria e seus
seguidores instalam-se primeiro em Curitibanos, Santa
Catarina. O monge prega o fim da República,
chamando-a de "lei do diabo". São expulsos e vão
deslocando-se pelo interior de Santa Catarina e
Paraná, em combates constantes com as tropas do
governo. José Maria morre em 1913. Os rebeldes
montam uma nova cidade santa – Santa Maria –,
palco da guerra. Em setembro de 1914, sob comando
do general Setembrino de Carvalho, 7 mil soldados
armados com modernos equipamentos militares,
inclusive aviões, marcham para a região. Santa Maria
cai em 3 de março de 1915 e a resistência só é
aniquilada no ano seguinte. Em outubro de 1916 os
Estados envolvidos fazem um acordo, fundam na
região o município de Concórdia e o Contestado é
reintegrado à ordem republicana.
Rebeldes do Contestado
Sedição de Juazeiro
Padre Cícero Romão Batista , líder religioso
venerado por milhares de camponeses do sertão do
Cariri, é o pivô desse conflito. Aliado dos coronéis
cearenses, é eleito prefeito de Juazeiro em 1911.
Organiza, então, o Pacto dos Coronéis: 17 chefes
políticos da região fazem uma aliança para garantir a
permanência da família Acioli no poder estadual. O
presidente da República, Hermes da Fonseca, reage e
nomeia o coronel Franco Rabelo para dirigir o Estado.
A Assembléia Legislativa cearense não aceita a
indicação e elege Floro Bartolomeu, mentor político do
padre Cícero, para o governo. Os dois armam os
862

sertanejos para garantir a decisão dos deputados.
Hermes da Fonseca indica o general Setembrino de
Carvalho como interventor do Ceará e força a renúncia
do padre. Excomungado pela Igreja no final dos anos
20, padre Cícero permanece como eminência parda da
política cearense por mais de uma década e até hoje é
considerado um santo pelos sertanejos.
Combatentes da Sedição de Juazeiro
Movimentos tenentistas
O chamado Tenentismo nasce em 1922 entre a
jovem oficialidade das Forças Armadas – capitães e
tenentes – e estende-se até 1934. Tem a adesão de
militares de patente superior e de civis das classes
médias urbanas, insatisfeitos com um sistema que
privilegia apenas as oligarquias estaduais,
principalmente a do café. Propõe maior centralização
do Estado, moralização dos costumes políticos e voto
secreto. Os chamados tenentes não procuram
incorporar as massas populares ao seu movimento.
Realizam ações militares diretas , como o levante dos
18 do Forte de Copacabana, a Revolução Paulista de
1924 e a Coluna Prestes. Com a Revolução de 30, a
maioria dos tenentes adere ao liberalismo político e
uma minoria ingressa no Partido Comunista do Brasil
(PCB). Em 1934 alguns líderes incorporam-se à Ação
Integralista Brasileira e outros à Aliança Nacional
Libertadora (ANL).
Os 18 do Forte – Em julho de 1922, o
presidente Epitácio Pessoa nomeia um civil, Pandiá
Calógeras, para o Ministério da Guerra. A decisão
provoca protestos dos militares. Epitácio fecha o Clube
Militar e prende seu presidente. Na madrugada de 5
de julho há uma rebelião de jovens oficiais: sob o
comando do capitão Euclides da Fonseca, 17 oficiais
tomam o Forte de Copacabana. Enfrentam forte
resistência das forças legalistas. O combate continua
na rua e os oficiais dissidentes ganham o apoio de um
grupo civil. A luta é desigual e termina com a morte de
praticamente todos os revoltosos. Sobrevivem apenas
os tenentes Siqueira Campos e Eduardo Gomes. Como
resultado, é decretado estado de sítio no país, mantido
durante quase todo o governo Epitácio Pessoa.
Rebelião Paulista de 1924 – Em 5 de julho
de 1924, a capital paulista é tomada por militares
rebeldes chefiados pelos generais Isidoro Dias Lopes e
Miguel Costa e pelos tenentes Joaquim e Juarez
Távora e Eduardo Gomes. Os revoltosos forçam a fuga
do presidente do Estado e ocupam a cidade por 22
dias. Exigem a derrubada do presidente da República
Artur Bernardes, eleição de uma Assembléia
Constituinte e voto secreto. Tropas federais
bombardeiam São Paulo e forçam a retirada dos
rebeldes. No final de julho, eles seguem em direção ao
Rio Grande do Sul, para se juntar ao movimento
863
Atendimento ao Aluno: (85) 3491 4000
militar que começa a ser organizado pelo líder
tenentista Luís Carlos Prestes.
Coluna Prestes – Movimento militar
desencadeado em outubro de 1924, no Rio Grande do
Sul, liderado por Luís Carlos Prestes, do Batalhão de
Engenharia de Santo Ângelo. No início são 900
rebeldes e parte deles é contida pelo governo federal.
Uma Coluna consegue fugir ao cerco governista e
ruma para São Paulo. Em abril de 1925 unem-se às
tropas rebeldes paulistas derrotadas no ano anterior.
Luís Carlos Prestes adota a idéia de uma guerra de
movimento contra o governo, procurando desgastá-lo.
Ocupam posições e cidades para, em seguida,
abandoná-las. Mantêm, assim, a idéia de
invencibilidade. Os rebeldes pregam reformas sociais e
econômicas e repudiam qualquer acordo com as
oligarquias.
A rota da Coluna – A Coluna Prestes reúne
cerca de 1.500 homens, dura 29 meses e percorre
mais de 25 mil km. Sai do Rio Grande do Sul, vai para
São Paulo, entra no Paraguai e volta ao país.
Atravessa Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Bahia,
Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba e
Pernambuco. Em fevereiro de 1927, com metade de
seus componentes dizimados pela cólera e sem
condições materiais de continuar, embrenha-se pela
Bolívia e Paraguai. Mais tarde, Prestes aproxima-se do
marxismo e transforma-se no principal líder comunista
do país.
Itinerário da Coluna Prestes
1. Economia
O café foi o grande líder das exportações
brasileiras durante toda a República Velha.
Representou, quase sempre, mais de 50% das
exportações.
Entusiasmados com os lucros, os cafeicultores
investiam mais nas plantações. Porém, a produção
acabou ultrapassando as necessidades de consumo do
mercado. A partir do início do século XX, a economia
cafeeira começou a enfrentar crises de superprodução,
ocasionando queda nos preços e acúmulo de estoques
invendáveis.
Com o apoio de políticos do Congresso
Nacional, os cafeicultores realizaram, em 1906, na
cidade paulista de Taubaté, uma reunião com a
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finalidade de encontrar soluções para as crises de
superprodução.
Na reunião, conhecida como Convênio de
Taubaté, os fazendeiros propuseram que o governo
comprasse a produção de café que ultrapassasse a
procura do mercado. O café excedente seria estocado
pelo governo para, depois, ser vendido quando os
preços se normalizassem. Para comprar o café
excedente, o governo faria empréstimos no exterior.
Depois de alguma resistência, as propostas do
Convênio de Taubaté acabaram sendo praticadas pelo
Governo, e os preços do café foram mantidos
artificialmente pelas compras governamentais. Os
cafeicultores continuaram tendo lucros e aumentando
a produção de café. Os estoques do governo cresciam
e não surgiam oportunidades para vendê-los no
mercado externo.
Diante da concorrência internacional, o açúcar
e o algodão passaram a ser consumidos pelo mercado
interno.
Na Amazônia, encontrava-se a maior reserva
de seringueiras do mundo, e o Brasil passou a suprir
praticamente toda a demanda mundial de borracha.
Nessa época, a região amazônica conheceu súbito
esplendor, que, todavia, durou apenas três décadas
(1891 - 1918).
A produção de borracha brasileira era feita de
modo rudimentar e exigia constante penetração na
mata em busca de seringais nativos. A dificuldade de
acesso aos seringais impedia uma exploração eficiente
e elevava os custos de transportes. Com isso, os
preços da borracha aumentavam, a produção
brasileira era insuficiente para atender à demanda do
mercado, e cresciam as necessidades dos produtos
nos centros industrializados.
Nessa conjuntura, países capitalistas, como
Inglaterra e Holanda, investiram no cultivo de
seringais em áreas de sua dominação. Desenvolvendo
um plantio especialmente planejado para o Não havia sério interesse da classe dominante de
aproveitamento industrial, esses países, em pouco
tempo, superaram o primitivo extrativismo praticado
nos seringais brasileiros. A partir de 1920, a borracha
brasileira praticamente não tinha mais lugar no
mercado internacional.
Cultivado no sul da Bahia, principalmente nas
cidades de Itabuna e Ilhéus, o cacau teve destino
semelhante ao da borracha no mercado externo.
Paralelamente ao aumento do consumo de chocolates
na Europa e nos Estalos Unidos, a produção brasileira
de cacau cresceu durante todo o período da República
Velha.
Os ingleses, entretanto, investiram na produção
de cacau na região africana da Costa do Ouro, área de
seu domínio. Em pouco tempo, conquistaram os
mercados internacionais, fazendo declinar a produção
de cacau brasileiro.
A República Velha foi, durante muito tempo, o
período de glória para a economia cafeeira. Mas foi
também a época em que o crescimento das indústrias
ganhou novo impulso.
O principal centro de expansão industrial
brasileira era o estado de São Paulo. Em São Paulo,
viviam os mais importantes produtores de café do
País. Com as freqüentes crises de superprodução,
muitos desses produtores passaram a investir parte de
seus capitais na indústria. Substituindo,
progressivamente, as importações, a indústria
nacional foi conquistando o mercado interno.
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Empregando crescente número de operários, a
indústria foi transformando a face socioeconômica do
País. Em 1928, a renda industrial do País superou,
pela primeira vez, a renda da agricultura. Os setores
urbanos, classe média e proletariado industrial,
tornaram-se forças sociais cada vez mais expressivas
e passaram a exigir maior participação política.
As condições de trabalho dos operários na
República Velha eram extremamente rudes,
semelhantes à da Inglaterra no início da Revolução
Industrial. Os inúmeros acidentes de trabalho, os
baixos salários, as longas jornadas sem descanso
provocaram protestos e reivindicações dos operários.
Surgiram, então, os primeiros sindicatos e
organizações operárias trabalhistas. Entre os primeiros
movimentos operários destacou-se o Anarquismo.
Em 1922, foi fundado o Partido Comunista
Brasileiro (PCB), inspirado na vitória dos comunistas
na Revolução Russa de 1917.
No Brasil, as propostas políticas dos comunistas
representavam a esperança de uma vida digna e justa
para os operários. Por isso, o PCB foi bem recebido
entre os líderes operários. No entanto, logo após sua
fundação, o Partido Comunista foi fechado pela polícia,
sobrevivendo na clandestinidade. Alegava-se que o
Partido Comunista era órgão comandado pelo
estrangeiro e contrário à ordem pública.
Em julho de 1917, foi organizada em São Paulo
a primeira greve geral da História do Brasil. Após a
morte de um operário, em confronto com a polícia, a
paralisação grevista atingiu toda a cidade de São Paulo
e outras regiões do País. Revoltados com a violência
das autoridades, os operários fizeram passeatas,
comícios e piquetes e levantaram barricadas para se
defender da polícia.
Assustados com o movimento operário, o
Governo e os industriais resolveram negociar.
Prometeram melhores salários e novas condições de
trabalho. E assumiram o compromisso de não punir os
grevistas caso todos voltassem normalmente ao
trabalho. Todas essas concessões eram provisórias.
melhorar a condição social dos trabalhadores.
Questões de
Vestibulares
01. UECE 2008.1 FASE 2
“Nossos caboclos do mato são fáceis de se fanatizar
e, se for exato o que se ouve, é necessária a ação
enérgica”. A advertência feita ao governador do
Estado de Santa Catarina, Vidal Ramos em 1912 é do
Cel. Campos Moraes. Ele considerava perigoso para o
poder local o ajuntamento de sertanejos pobres em
torno do Curandeiro José Maria.
Fonte: MACHADO, Paulo Pinheiro. Lideranças do
Contestado: a formação e atuação de chefias
caboclas (1912-1916). Campinas: Editora da
Unicamp, 2004, p.13.
Analise o texto anterior e assinale o correto.
a) O fragmento acima se refere à Guerra do
Constestado que, para a imprensa e as
autoridades militares, era uma reedição do
fanatismo de Canudos.
b) O movimento do Contestado foi, sem dúvida,
religioso com características messiânicas, mas
só ingressavam no grupo meninas virgens e
864

meninos puros, para a construção de uma nova
Jerusalém.
c) José Maria, o líder do Contestado, era um
missionário franciscano, alemão que atuou no
Planalto Catarinense, entre 1890 e 1930.
d) A população do Contestado era muito religiosa,
louvava a monarquia e o retorno da Casa Real
de Bragança ao trono Brasileiro.
02. URCA 2008.1
Durante a República Velha (1889-1930) a prática do
revezamento dos políticos dos dois estados mais ricos
do Brasil na presidência da República, ora
São Paulo, ora Minas Gerais, ficou conhecida como:
a) pacto dos Coronéis.
b) política dos Governadores.
c) Restauração.
d) política do café-com-leite.
e) política regencial.
03. UNIFOR 2007.2
Reflita sobre a charge.
(Carlos Eduardo Novaes e César Lobo. História do Brasil para
principiantes. São Paulo: Ática, 1998. p. 209)
A charge ilustra aspectos da política econômica
adotada no Brasil, durante a Primeira República
(1889-1930). O chargista usa a ironia para revelar que
a) os liberais defendem, com rigor, os princípios
do Estado Mínimo.
b) o Estado evita qualquer proteção dos interesses
do setor privado.
c) os interesses econômicos podem sobrepor-se
aos ideais políticos.
d) a ideologia é um meio eficaz de defesa da
justiça social e econômica.
e) os capitalistas podem abdicar de sua ideologia
para manter sua coerência.
04. UFC 2005
A história do Brasil nas primeiras décadas do século
XX foi marcada por vários movimentos sociais de base
popular, entre eles a Revolta da Chibata, ocorrida no
Rio de Janeiro em 1910, um levante dos marujos dos
encouraçados Minas Gerais e São Paulo. Sobre esse
movimento, assinale a alternativa correta.
a) Os revoltosos foram presos e, na prisão,
organizaram uma nova rebelião, sendo
massacrados pelo Exército e pela Marinha.
b) O movimento teve uma forte influência
anarcossindicalista, propugnando o fim das
arbitrariedades a que eram submetidos os
marujos.
c) O Governo Federal acatou as reivindicações
apresentadas pelo movimento, e os
revoltosos foram anistiados, concluindo-se
assim o levante.
d) As causas deste movimento foram os castigos
corporais sofridos pelos marinheiros e o
865
Atendimento ao Aluno: (85) 3491 4000
sistema de promoções com que eram
beneficiados os mestiços.
e) O marinheiro negro João Cândido foi
considerado o único culpado pelo
movimento, tendo sido julgado e condenado à
morte, como castigo exemplar.
05. FA7 2005.2
A República Velha é um período da história do Brasil
marcado por profundas injustiças sociais e exclusão de
um grande número de brasileiros.
Analise as alternativas e marque a que se
relaciona com os acontecimentos vivenciados durante
esse período.
a) O governo de Campos Sales promoveu um
projeto de reforma agrária conhecido como
"funding-loan".
b) Epitácio Pessoa aliou-se aos tenentes para
pedir o fim das fraudes eleitorais.
c) Artur Bernardes combateu o comunismo dentro
do seu governo com o incentivo às agremiações
integralistas, que se espalharam pelo país.
d) Durante o governo de Prudente de Moraes,
houve o combate à Comunidade de Canudos,
que contrariava a ordem social vigente no país.
e) Afonso Pena pôs fim à hegemonia dos
cafeicultores paulistas com a assinatura do
"Convênio de Taubaté".
06. URCA 2007.2
Sobre a “política das salvações” empreendida durante
o governo de Hermes da Fonseca, assinale a
alternativa correta:
a) Organizou a economia de diversos estados que
se encontravam com dificuldades na produção
e na exportação de manufaturados.
b) Promoveu estabilidade aos preços do café,
salvando a lavoura em crise.
c) Auxiliou os estados nordestinos, assolados pela
seca.
d) Reestruturou a antiga aliança São Paulo-Minas
Gerais ou a “política do café-com-leite”,
desmontada na eleição presidencial.
e) Promoveu a derrubada de várias oligarquias
estaduais, por meio de intervenções militares.
07. URCA 2007.1
A vida política brasileira no período que ficou
conhecido como “República do café-com-leite” foi
marcada por uma completa ausência de participação
democrática dos cidadãos na condução dos negócios
públicos.
Neste cenário a falta de perspectivas, a
miséria da população em sua maioria rural foram
elementos que explicam o surgimento de lideranças
como Antônio Conselheiro no caso de Canudos, e o
Padre Cícero Romão Batista em Juazeiro do Norte.
Sobre o movimento sócio-religioso do Juazeiro do
Norte, é correto afirmar EXCETO:
a) Com as notícias acerca de milagres atribuídos
ao “Padim Ciço”, este ganha fama de
milagreiro, o que atrai milhares de romeiros
que o procuram em busca de solução para os
seus problemas;
b) Contando com o apoio dos coronéis da região,
Padre Cícero é eleito o primeiro prefeito de
Juazeiro do Norte, sendo que nessa condição
coordena o pacto dos coronéis;
c) Com a chamada “Política de Salvações”, o
presidente Hermes da Fonseca depõe o
governador Nogueira Acciolly e chega ao poder
no Ceará Marcos Rabelo. Defensor da oligarquia
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acciollyna, o Padre Cícero organiza um exército
de milhares de jagunços que, liderados por
Floro Bartolomeu, toma de assalto a capital
cearense e depõe Rabelo;
d) Entendido como um fator de desestabilização
dos ensinamentos e da ordem da Igreja
Católica, o Padre Cícero é excomungado pelo
papa, situação que até hoje se arrasta, sendo
que o seu processo de reabilitação encontra-se
em andamento. Apesar disso, a população
sertaneja tem a sua memória viva, sendo
considerado por muitos, “um santo”;
e) Com marcantes ataques à ordem republicana, a
ação do Padre Cícero Romão Batista
incomodava as autoridades do Ceará e
sobretudo da capital da República, o Rio de
Janeiro. Essa situação serviu de pretexto para
que as tropas federais atacassem a cidade de
Juazeiro do Norte em três expedições que não
tiveram sucesso.
08. URCA 2005.2
- “Como vão lá os nossos correligionários em
Riacho do Sangue? Estão firmes e certos de nossa
vitória política?
- Ora e cumo antonce? Nós lá estamo tudo fixe:
votamo é no Nilo!
- Mas, o que é isso? O nosso candidato não é o
Nilo Peçanha; é o Artur Bernardes! E vocês vão votar
no Nilo?
- Espere; o nosso não é o Nilo, não? É o outro?
Hã! Nós samo é do outro!
- É nós samo é BERNALDO... Nós sempre fumo é
BERNALDO... É!
- Sim! É! É BERNALDO...
O diálogo acima é um caso contado pelo
escritor Leonardo Mota. Após analisá-lo, sob a ótica da
política coronelística, marque a alternativa que o
interpreta CORRETAMENTE.
a) O diálogo é apenas um folclore político, pois no
pleito eleitoral disputado por Nilo Peçanha e
Artur Bernardes analfabetos não podiam votar;
b) O diálogo ilustra bem o momento político-
eleitoral da chamada República Velha (1889-
1930), onde o apoio das oligarquias contava
bem mais do que a vontade popular;
c) O diálogo retrata as relações democráticas
existentes na disputa eleitoral durante a
chamada República Velha;
d) O diálogo reflete o favoritismo de Artur
Bernardes nas eleições presidenciais disputadas
contra Nilo Peçanha;
e) O diálogo expressa como os eleitores sabiam
dissimular sua vontade quando eram
interpelados por cabos eleitorais.
09. UECE 2006.1 FASE 2
“A reforma da Saúde Pública nas duas últimas
décadas da Primeira República foi caracterizada como
um dos elementos mais importantes no processo de
construção de uma ideologia da nacionalidade.”
II. Os ideólogos das campanhas de vacinação e
saneamento acreditavam que livrando os
brasileiros que habitavam os sertões das várias
“doenças tropicais” estariam contribuindo para a
construção de uma nação desenvolvida e civilizada
III. A criação da Liga Pró-Saneamento imprimiu
um caráter mais elitista ao movimento pelo
saneamento, propiciando um tratamento desigual
às campanhas de vacinação e combate às
endemias e epidemias no país, excluindo o
Nordeste Brasileiro.
Marque a opção verdadeira:
a) I e II são corretas.
b) I e II são erradas.
c) I e III são corretas.
d) II e III são erradas
10. (UFC 1998.1)
"Eram certas as notícias. Canudos aumentara em três
semanas de modo extraordinário. (...) Como nos
primeiros tempos de fundação, a todo momento, pelo
alto das colinas, apontavam grupos de peregrinos em
demanda da paragem lendária - trazendo tudo, todos
os haveres; muitos carregando em redes os parentes
enfermos, moribundos ansiando pelo último sono
naquele solo sacrossanto, ou cegos, paralíticos ou
lázaros, destinando-se ao milagre, à cura imediata, a
um simples gesto do taumaturgo venerado."
(CUNHA, Euclydes da. Os Sertões.
Campanha de Canudos. 37 ed. Rio de Janeiro:
Francisco Alves, 1995. pp. 329-330.)
A partir deste relato, é correto afirmar a respeito da
comunidade de Canudos que:
a) a afluência de sertanejos em direção à
comunidade de Canudos permaneceu constante
durante todo o período das batalhas com o
exército federal e só declinou após a morte de
Antônio Conselheiro, ocorrida no início do
século XX.
b) a destruição de Canudos significou uma grande
vitória do governo republicano brasileiro sobre
o latifúndio e sobre o fanatismo dos sertanejos,
que procuravam a comunidade apenas pelo seu
aspecto sagrado.
c) a fácil vitória das forças federais sobre os
sertanejos acampados em Canudos deveu-se à
fragilidade do exército de Antônio Conselheiro,
formado por velhos e enfermos.
d) a comunidade de Canudos representava para
os sertanejos pobres uma alternativa de vida
diante do latifúndio, e a fé em Antônio
Conselheiro se fortaleceu mais ainda com as
primeiras vitórias sobre as forças federais.
e) a derrota final do exército federal em Canudos
demonstrou a força do comunismo que se
praticava naquela comunidade, onde a
produção representava o centro das atividades
dos sertanejos liderados por Antônio
Conselheiro.

BENCHIMOL, Jaime. Manguinhos: do sonho à vida – a ciência na Belle

Gabarito
Epoque. Rio de Janeiro: Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, 1990. 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
A D C A D E E B B D
Em relação ao processo de construção de uma
“ideologia da nacionalidade” via políticas de saúde
pública no período em questão, considere as seguintes
afirmações:
I. O “saneamento dos sertões” passou a
constituir-se numa meta para “civilizar” o país,
através do combate às epidemias e endemias que
grassavam pelo interior do Brasil.

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