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Cinemática do ponto material I

Apresentação
Na cinemática do ponto material, são analisadas as partículas ou os pontos materiais, corpos em
que todos os seus pontos se movem a partir de um referencial de gráficos e equações relacionados
a distância, velocidade e aceleração.

Diversos conceitos importantes são estudados nessa área da cinemática mecânica e acabam sendo
fundamentais para o entendimento dos movimentos como um todo, tais como os movimentos
retilíneos e curvilíneos. Esse conceito de referencial também tem grande importância para os
engenheiros no desenvolvimento dos projetos de seus mecanismos e sistemas.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você acompanhará uma descrição da cinemática dos corpos e
saberá mais sobre as características dos movimentos. Por fim, você aprenderá a identificar as
coordenadas retangulares, bem como o deslocamento de um projeto.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Descrever a cinemática dos corpos.


• Analisar os movimentos retilíneo e curvilíneo plano, bem como suas características de
velocidade e aceleração.
• Reconhecer coordenadas retangulares e o deslocamento de um projétil.
Infográfico
Os gráficos da cinemática têm grande importância para a Física, pois a cinemática é composta
basicamente por equações que apresentam características de funções matemáticas. Isso faz a
representação gráfica ser uma excelente ferramenta para mostrar o comportamento de um móvel.

Acompanhe, no Infográfico, um demonstrativo de forma sintética de um exemplo gráfico de


deslocamento, velocidade e aceleração em função do tempo.
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Conteúdo do livro
A cinemática é responsável por estudar o movimento, sem levar em consideração os aspectos que
causam influência sobre ele, como forças ou outros fatores. Para se iniciar o estudo de cinemática,
dois conceitos são muito importantes: o movimento retilíneo das partículas, que se refere ao
movimento de partículas que se movem em linha reta, e a posição, a velocidade e a aceleração das
partículas.

No capítulo Cinemática do ponto material I, da obra Mecânica geral II, você estudará a cinemática
dos corpos em movimento, analisando os movimentos retilíneos e curvilíneos planos, assim como
suas características de deslocamento, velocidade e aceleração em relação de determinado tempo.
Conhecerá também as coordenadas retangulares e o deslocamento de um projétil, suas
características, seus gráficos e suas respectivas equações.

Boa leitura.
MECÂNICA GERAL II

Marcelo Quadros
Cinemática do
ponto material I
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Descrever a cinemática dos corpos.


„„ Analisar os movimentos retilíneo e curvilíneo plano, suas características
de velocidade e aceleração.
„„ Reconhecer as coordenadas retangulares e o deslocamento de um
projétil.

Introdução
Um dos principais objetivos da cinemática dos corpos é criar movimentos
desejados em qualquer partícula e, a partir disso, determinar suas posições,
velocidades e acelerações. Na engenharia, a maioria dos projetos de
desenvolvimento de sistemas de movimentação e transmissão inicia-se
pela definição da configuração cinemática necessária para fornecer os
movimentos desejados.
Em geral, a análise das forças, tensões e deformações necessita de
estudos preliminares da cinemática para o desenvolvimento dos projetos.
Dentre esses movimentos, destacam-se os retilíneos e os curvilíneos
planos, presentes em vários sistemas de movimentação e deslocamento,
base fundamental para determinação das velocidades e acelerações de
todas as partículas.
Neste capítulo, você estudará a cinemática dos corpos, analisará os
movimentos retilíneo e curvilíneo plano, assim como suas características
de velocidade e aceleração. Por fim, conhecerá as coordenadas retangu-
lares e o deslocamento de um projétil.
2 Cinemática do ponto material I

Cinemática dos corpos


A cinética é o estudo da relação existente entre as forças que atuam sobre um
corpo, a massa do corpo e seu movimento. Usamos a cinética para prever o
movimento causado por forças conhecidas ou determinar as forças necessárias
para produzir um dado movimento (BEER et al., 2019).
Entretanto, o objeto de nosso estudo é a cinemática, ou seja, o estudo do
movimento sem levar em conta as forças ou outros fatores que o influenciam.
Posição, velocidade, aceleração e tempo estão relacionados ao movimento de
uma partícula que ocupa um ponto no espaço. Na realidade, uma partícula
pode ser uma miçanga em um fio ou um avião no céu (NELSON et al., 2013).
A primeira e a terceira leis de Newton do movimento são muito utilizadas na
estática para estudar corpos em repouso e forças que atuam sobre eles. Essas
duas leis também são usadas em dinâmica. De fato, elas são suficientes para
o estudo do movimento de corpos que não têm aceleração. Entretanto, quando
eles são acelerados, isto é, na cinemática, quando a intensidade ou a direção
de suas velocidades mudam, é necessário utilizar a segunda lei de Newton
do movimento, para relacionar o movimento do corpo às forças que atuam
sobre ele. De acordo com a segunda lei, se a resultante das forças que atuam
sobre uma partícula não for zero, a partícula terá uma aceleração proporcional
à intensidade da resultante e na direção dessa força resultante. Mais do que
isso, a razão entre as intensidades da força resultante e da aceleração pode ser
usada para definir a massa da partícula (BEER et al., 2019).
Engenheiros projetam e desenvolvem sistemas segundo essas leis, para que
não haja falhas durante o tempo de vida útil desses mecanismos. Para isso, o
grande objetivo desses profissionais é manter os esforços dentro dos limites
aceitáveis para todos os materiais escolhidos conforme cada exigência. Esse
é um dos objetivos principais da cinemática, ou seja, criar os movimentos
desejados desses sistemas e, a partir disso, calcular as posições, velocidades
e acelerações dos movimentos de cada mecanismo.
Isso requer que todas as forças aplicadas nesses sistemas sejam definidas e
mantidas dentro do limite escolhido e proporcionais à aceleração. Por exemplo,
no caso da massa que não se altera com o tempo, podemos calcular a aceleração
e a força em função do tempo. Já as tensões, por sua vez, são definidas em
função das forças inerciais e forças internas.
Em função dessa análise, podemos concluir que a cinemática é a base
fundamental no desenvolvimento desses projetos, de pleno conhecimento do
engenheiro, pois muitas definições básicas e decisões iniciais no processo do
projeto envolvem os princípios da cinemática. A partir do estudo da cinemática,
Cinemática do ponto material I 3

garantimos que não haja falhas nesses importantes sistemas de movimentação


demonstrados na Figura 1, a seguir.

Figura 1. Exemplos de aplicação da cinemática.


Fonte: (a) Basyn/Shutterstock.com; (b) u3d/Shutterstock.com; (c) ADS-DESIGN/Shut-
terstock.com.
4 Cinemática do ponto material I

Para iniciarmos o estudo da cinemática, o primeiro passo é conhecer o


movimento retilíneo das partículas.

Movimento retilíneo de partículas


Diz-se que uma partícula em deslocamento ao longo de uma linha reta está
em movimento retilíneo. As únicas variáveis necessárias para descrever esse
movimento são o tempo t e a distância ao longo da linha x em função do
tempo. Com elas, podemos definir a posição, a velocidade e a aceleração da
partícula, que descrevem completamente o seu movimento. Quando estudamos
o movimento de uma partícula movendo-se em um plano (duas dimensões)
ou no espaço (três dimensões), utilizamos um vetor de posição mais geral ao
invés de simplesmente a distância ao longo de uma linha (BEER et al., 2019).

Posição, velocidade e aceleração

Em qualquer instante dado t, uma partícula ocupará certa posição sobre a


linha reta. Para definir a posição P da partícula, escolhemos uma origem fixa
O na linha reta e um sentido positivo ao longo da reta. Medimos a distância
x de O a P e anotamos com um sinal positivo ou negativo, de acordo com o
fato de P ter sido alcançado a partir de O movendo-se no sentido positivo ou
no negativo ao longo da linha. A distância x, com o sinal adequado, define
completamente a posição da partícula; ela é chamada de coordenada de posição
da partícula. Por exemplo, a coordenada de posição correspondente a P, na
Figura 2a, é de x = 5 m; e a coordenada correspondente a P', na Figura 2b, é
de x’ = –2 m. Quando a coordenada de posição x de uma partícula é
conhecida para qualquer valor do tempo t, dizemos que o movimento da
partícula é conhecido (BEER et al., 2019).
Cinemática do ponto material I 5

Figura 2. (a) Posição medida a partir da origem de coordenada posi-


tiva; (b) posição medida a partir da origem de coordenada negativa.
Fonte: Beer et al. (2019, p. 617).

A velocidade e a aceleração podem estar em sentidos iguais ou diferentes.


No caso de estarem no mesmo sentido, a partícula acelera, porém, quando
a aceleração e a velocidade estiverem em sentidos opostos, ela desacelera,
conforme demonstrado na Figura 3, a seguir.

Figura 3. Sentido da velocidade e da aceleração.


Fonte: Beer et al. (2019, p. 619).
6 Cinemática do ponto material I

Em todos os problemas relacionados à área da cinemática, você será soli-


citado a determinar a posição, a velocidade e a aceleração de uma partícula
em movimento retilíneo. À medida que lê cada problema, é importante que
você identifique a variável independente (tipicamente t ou x) e também o que
é pedido (por exemplo, a necessidade de expressar v como função de x). Nesse
caso, pode ser útil começar cada problema escrevendo a informação dada e
um enunciado simples do que deve ser determinado.

Resumidamente, para todos os problemas envolvendo a cinemática, teremos as


relações conforme apresentadas na Figura 4.

Figura 4. Relações cinemáticas.


Fonte: Beer et al. (2019, p. 629).

Movimentos retilíneo e curvilíneo plano


Movimento retilíneo é o movimento de um ponto P ao longo de uma linha
reta que, por conveniência, será escolhida como o eixo x. Símbolos vetoriais
são desnecessários nessa parte. A posição do ponto P em qualquer instante
t é expressa em termos de sua distância x de uma origem fixa O no eixo x
(NELSON et al., 2013).
Cinemática do ponto material I 7

Essa distância x é positiva ou negativa, de acordo com a convenção de


sinal utilizada. A velocidade média vméd do ponto P durante o intervalo de
tempo entre t e t + Δt, durante o qual sua posição muda de x para x + Δx, é o
quociente . Matematicamente, isso é:

A velocidade instantânea v do ponto P no tempo t é o limite da velocidade


média quando o incremento de tempo aproxima-se de zero. Matematicamente,
isso é:

A aceleração média améd do ponto P durante o intervalo de tempo entre t


e t + Δt, durante o qual sua velocidade muda de v para v + Δv, é o quociente
. Matematicamente, isso é:

A aceleração instantânea a do ponto P no tempo t é o limite da aceleração


média quando o incremento de tempo aproxima-se de zero. Matematicamente,
isso é:

Para aceleração constante a = a0, as seguintes fórmulas são válidas:

v = v0 + a0 t
v2 = v02 + 2a0 s
s = v 0 t + ½ a 0 t2
s = ½ (v+v0)t
8 Cinemática do ponto material I

onde:
v0 = velocidade inicial;
v = velocidade final;
a0 = aceleração constante;
t = tempo;
s = deslocamento.

No exemplo prático, temos um carro-foguete que se move ao longo de


uma pista de teste reta, de acordo com a equação x = 3t3 + t + 2, onde x está
em metros e t em segundos.
Em função dessa equação e do tempo, quando t = 4s, podemos determinar:

„„ deslocamento;
„„ velocidade;
„„ aceleração;
„„ aceleração média no quinto segundo.

O primeiro passo é determinar o deslocamento em função do tempo. Nesse


caso, temos:

x = 3t3 + t + 2 → x = 3(4)3 + 4 + 2 → x = 198 m

O segundo passo é calcular a velocidade em função do tempo e do


deslocamento:

v = 9t2 + 1 → v = 9(4)2 + 1 → v = 145 m/s

O terceiro passo é calcular a aceleração em função da velocidade e do tempo:

a = 18t → a = 18(4) → a = 72 m/s2

Por fim, calculamos a velocidade média no fim do quinto segundo.

v = 9(5)2 + 1 → v =226 m/s.


Cinemática do ponto material I 9

Assim, a mudança na velocidade durante o quinto segundo é 226 m/s − 145


m/s = 81 m/s.
A aceleração média é:

Além do movimento retilíneo, temos o movimento curvilíneo que, em um


plano, é o movimento ao longo de uma curva plana (trajetória). A velocidade
e a aceleração de um ponto sobre essa curva são expressas em componentes
retangulares, componentes tangencial e normal, e componentes radial e trans-
versal (NELSON et al., 2013).
Para definir a posição P ocupada por uma partícula em movimento curvi-
líneo em um dado tempo t, selecionamos um sistema de referência fixo, como
os eixos x, y, z mostrados na Figura 5, a seguir, e desenhamos o vetor r, unindo
a origem O e o ponto P. O vetor r é caracterizado pela sua intensidade r e sua
direção em relação aos eixos de referência, de modo que define completamente
a posição da partícula em relação a esses eixos. Referimo-nos ao vetor r como
vetor de posição da partícula no tempo t.

Figura 5. Vetores de posição para uma partícula que se move ao longo de


uma curva.
Fonte: Beer et al. (2019, p. 663).
10 Cinemática do ponto material I

Considere, agora, o vetor r’ que define a posição P’ ocupada pela mesma


partícula em um momento posterior t+Δt. O vetor Δr unindo P e P’ representa
a variação no vetor de posição durante o intervalo de tempo Δt e é chamado
de vetor de deslocamento. Podemos verificar isso diretamente na Figura 6,
onde obtemos o vetor r’ adicionando os vetores r e Δr de acordo com a regra
do triângulo. Notamos que Δr representa uma variação na direção, bem como
uma variação na intensidade do vetor de posição r. A velocidade média da
partícula no intervalo de tempo Δt é definida como o quociente de Δr e Δt.
Como Δr é um vetor, e Δt é um escalar, o quociente Δr/Δt é um vetor ligado
a P com a mesma direção que Δr e uma intensidade igual à intensidade de
Δr dividida por Δt.

Figura 6. Vetores de velocidade média.


Fonte: Beer et al. (2019, p. 663).

Obtemos a velocidade instantânea da partícula no instante t, usando o


limite quando o intervalo de tempo Δt aproxima-se de zero. A velocidade
instantânea é, então, representada pelo vetor:
Cinemática do ponto material I 11

À medida que Δt e Δr se tornam menores, os pontos P e P’ se aproximam.


Assim, o vetor v obtido no limite deve ser tangente à trajetória da partícula,
conforme demonstrado na Figura 7.

Figura 7. Vetor de velocidade instantânea.


Fonte: Beer et al. (2019, p. 663).

Para se aprofundar nos conhecimentos sobre movimentos retilíneo e curvilíneo plano,


e em suas características de velocidade e aceleração, leia o livro Mecânica Vetorial
para Engenheiros — Dinâmica, de Beer et al. , publicado pela McGraw-Hill Education/
Bookman em 2019.
12 Cinemática do ponto material I

Coordenadas retangulares e descolamento de


um projétil
Suponha que a posição de uma partícula P seja definida em qualquer instante
pelas suas coordenadas retangulares x, y e z. Nesse caso, é frequentemente
conveniente decompor a velocidade v e a aceleração a da partícula em compo-
nentes retangulares, conforme demonstrado na Figura 8 (BEER et al., 2019).

Figura 8. Componentes retangulares de posição e de velocidade


para uma partícula.
Fonte: Beer et al. (2019, p. 667).

Para decompor o vetor de posição r da partícula em componentes retan-


gulares, escrevemos que as coordenadas x, y e z são funções de t. Derivando
duas vezes, obtemos velocidade e aceleração em componentes retangulares,
conforme Figura 9, a seguir.
Cinemática do ponto material I 13

Figura 9. Componentes retangulares de aceleração para a


partícula P.
Fonte: Beer et al. (2019, p. 667).

Nesse caso, o vetor posição r de um ponto P sobre essa curva, em termos


dos vetores unitários i e j ao longo dos eixos x e y, respectivamente, é escrito:

r = xi + yj

À medida que P move, r varia, e a velocidade v pode ser expressa como:

Usando dx / dt = ẋ, dy/dt = ẏ e dr/dt = ṙ como símbolos convenientes, temos:

v = ṙ = ẋi + ẏj
14 Cinemática do ponto material I

A velocidade do ponto é a magnitude da velocidade v. Ou seja:

A utilização de componentes retangulares para descrever a posição, a


velocidade e a aceleração de uma partícula é particularmente eficaz quando o
componente ax da aceleração depende apenas de t, x, ou vx, e, da mesma forma,
quando ay depende somente de t, y, ou vy, e quando az depende de t, z ou vz.
Nesse caso, podemos integrar equações independentemente. Em outras
palavras, o movimento da partícula na direção x, seu movimento na direção
y e seu movimento na direção z podem ser estudados separadamente.
No caso do movimento de um projétil, por exemplo, os componentes da
aceleração são:

Se a resistência do ar for desprezada, indicando as coordenadas de uma


arma por x0, y0 e z0 e os componentes da velocidade inicial v0 do projétil por
(vx)0, (vy)0 e (vz)0, podemos integrar duas vezes em t e obter:

Se o projétil é disparado no plano xy da origem O, temos x0 = y0 = z0 = 0 e


(vz)0 = 0, e as equações de movimento reduzem-se a:

Essas equações mostram que o projétil permanece no plano xy, que seu
movimento na direção horizontal é uniforme e seu movimento na direção
vertical é uniformemente acelerado, conforme Figura 10.
Cinemática do ponto material I 15

Figura 10. Componentes retangulares de aceleração para a partícula P.


Fonte: Beer et al. (2019, p. 668).

Portanto, podemos substituir o movimento de um projétil por dois movi-


mentos retilíneos independentes (Figura 11), que são facilmente visualizados
se considerarmos que o projétil é disparado verticalmente com uma velocidade
inicial (vy)0 de uma plataforma, movendo-se com uma velocidade horizontal
constante (vx)0.

Figura 11. Componentes retangulares de aceleração para a partícula P.


Fonte: Beer et al. (2019, p. 668).
16 Cinemática do ponto material I

De maneira resumida, a coordenada x do projétil é igual, em qualquer


instante, à distância percorrida pela plataforma. Podemos calcular sua co-
ordenada y como se o projétil estivesse movendo-se ao longo de uma linha
vertical. Além disso, como os valores (vx)0 são os mesmos, o projétil pousará
na plataforma, independentemente do valor de (vy)0.

Observe que as equações que definem as coordenadas x e y de um projétil em um


instante qualquer são as equações paramétricas de uma parábola. Dessa forma, a
trajetória de um projétil é parabólica. Esse resultado, entretanto, deixa de ser válido
em projetos quando a resistência do ar ou a variação da aceleração da gravidade com
a altitude forem levadas em conta (BEER et al., 2019).

BEER, F. P. et al. Mecânica vetorial para engenheiros: dinâmica. 11. ed. Porto Alegre: AMGH;
Bookman, 2019. 894 p.
NELSON, E. W. et al. Engenharia mecânica: dinâmica. 5. ed. Porto Alegre: Bookman,
2013. 310 p. (Coleção Schaum).

Leitura recomendada
NORTON, R. L. Cinemática e dinâmica dos mecanismos: com unidades do Sistema In-
ternacional. Porto Alegre: AMGH; Bookman, 2010. 800 p.
Dica do professor
O principal objetivo da cinemática na mecânica é criar os movimentos desejados dos elementos
mecânicos e, então, calcular posição, velocidade e aceleração.

Na Dica do Professor, você irá conhecer os fundamentos da cinemática, suas características e


aplicações, assim como a importância de seu amplo conhecimento por parte dos engenheiros.

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Exercícios

1) Um dos principais objetivos da cinemática é criar os movimentos desejados em qualquer


partícula e, a partir disso, determinar as posições, as velocidades e as acelerações dessas
partículas. Nesse caso, pode-se definir a cinemática como:

A) o ramo da ciência que se propõe estudar as características e as propriedades em comum dos


movimentos das senoidais e ondulatórios.

B) o ramo da ciência que se propõe a estudar a reação das forças sobre objetos, levando em
consideração a massa dos objetos.

C) o ramo da ciência que se propõe a estudar o movimento, sem necessariamente se preocupar


com suas causas.

D) o ramo da ciência que se propõe a estudar as tensões e a deformação a partir do movimento


das partículas retilíneas e curvilíneas.

E) o ramo da ciência que se propõe a estudar as propriedades de corpos que se encontram em


equilíbrio quando sob a ação de forças ou torques.

2) Movimento retilíneo é o movimento de um ponto ao longo de uma linha reta, que, por
conveniência, será escolhida como o eixo x. Se houver uma partícula (qualquer objeto móvel)
que se move ao longo de uma linha reta de acordo com a equação x = t3-6t2-15t+40, qual o
instante em que a velocidade será zero?

A) Em zero segundo.

B) Em 1 segundo.

C) Em 3 segundos.

D) Em 5 segundos.

E) Em 7 segundos.

3) Para determinada partícula, que vai ocupar certa posição sobre a linha reta seguindo a
equação x = t3-6t2-10t+40. Qual será a velocidade que se encontrará esse elemento móvel,
em t=5?
A) 25 m/s

B) 2 m/s

C) 10 m/s

D) 1 m/s

E) 5 m/s

4) Em todos os problemas relacionados à área da cinemática, você será solicitado a determinar


a posição, a velocidade e a aceleração de uma partícula em movimento retilíneo em relação
ao tempo (5 segundos). A partícula da equação x = t3-6t2-15t+40 também terá uma
aceleração, que será de:

A) 5m/s2.

B) 6m/s2.

C) 12m/s2.

D) 18m/s2.

E) 30m/s2.

5) Na cinemática, as equações têm grande importância na resolução de diversos problemas.


Por exemplo, por meio das equações, podemos calcular o deslocamento, a velocidade e a
aceleração de um projétil. Ao considerar que o projétil é disparado no plano xy da origem O,
tem-se x0 = y0 = z0 = 0 e (vz)0 = 0. Por exemplo, se um projétil for lançado a um ângulo de
30o, com que velocidade ele percorrerá 100m horizontais?
A)

100m/s.

B)

33,6m/s.
C)

37,23m/s.

D)

44,27m/s.
E)

1.134,64m/s.
Na prática
A cinemática está presente no cotidiano, e um dos exemplos da cinemática na vida é a velocidade a
ser utilizada para sair de determinado local e chegar a outro em determinado tempo.

Veja, Na Prática, um exemplo do cotidiano na utilização da cinemática, em que um engenheiro


recém-formado é chamado para uma entrevista de emprego em uma cidade distante e, a partir
disso, utiliza os cálculos cinemáticos para conhecer a velocidade necessária para seu deslocamento
em função da distância e do tempo.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Cinemática e dinâmica dos mecanismos


Uma dica interessante sobre a cinemática em desenvolvimento de projetos de sistemas e de
mecanismos direcionados à área da mecânica é o livro Cinemática e dinâmica dos mecanismos, de
Robert L. Norton.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

Introdução à cinemática
Confira um vídeo sobre uma aula completa de Introdução à Cinemática de um curso gratuito
preparatório para o Enem.

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Física Total — Aula 2 — Conceitos iniciais de cinemática


Confira um link de uma aula de Física sobre conceitos iniciais de cinemática.

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Sete montanhas-russas mais legais do mundo


Confira um vídeo sobre a aplicação da cinemática em nosso cotidiano em um passeio nas
montanhas-russas mais radicais do mundo.
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Os dez brinquedos mais radicais do mundo


Este vídeo utiliza a cinemática dos movimentos, como deslocamento, velocidade e aceleração, nos
diversos brinquedos radicais e insanos desses parques, cujos excelentes engenheiros utilizaram
inúmeros cálculos para projetá-los com toda a segurança.

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