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Conselho gestor do coletivo Canal das Pessoas Trans

Principais obstáculos burocráticos enfrentados pelas pessoas


trans em busca de tratamentos de saúde em municípios do
alto do Tietê.

A busca por tratamentos de saúde por parte das pessoas trans em Itaquaquecetuba, assim
como em outros municípios da região, pode ser marcada por diversos obstáculos burocráticos.
Esses obstáculos muitas vezes dificultam o acesso a serviços de saúde adequados e
respeitosos, o que impacta negativamente a saúde e o bem-estar dessas pessoas. Neste artigo,
discutiremos alguns dos principais obstáculos burocráticos enfrentados pelas pessoas trans ao
buscarem tratamentos de saúde em Itaquaquecetuba por exemplo.

Falta de protocolos específicos para atendimento de pessoas trans

Um dos principais obstáculos enfrentados pelas pessoas trans em Itaquaquecetuba é a falta de


protocolos específicos para o atendimento de saúde dessa população. Muitas vezes, os
profissionais de saúde não têm conhecimento adequado sobre as necessidades de saúde das
pessoas trans e não possuem diretrizes claras sobre como realizar um atendimento respeitoso
e sem discriminação. Isso pode levar a um tratamento inadequado, falta de compreensão das
demandas específicas e até mesmo a negação de acesso a determinados serviços de saúde.

Dificuldade de acesso a harmonização e prevenção as IST/HIV/AIDS

Outro obstáculo burocrático enfrentado pelas pessoas trans em Itaquaquecetuba e a


dificuldade de acesso a hormonioterapia e programas de prevenção as IST/HIV/AIDS. Essas
pessoas não têm sequer acesso a PreP e PeP no município, o que torna o acesso a esses
tratamentos mais difícil. Além disso, pode haver uma burocracia excessiva para obter
autorizações e encaminhamentos, o que acaba atrasando o início do tratamento e impactando
negativamente a saúde das pessoas trans.

Documentação inadequada ou desatualizada

A documentação inadequada ou desatualizada é outro obstáculo burocrático enfrentado pelas


pessoas trans em Itaquaquecetuba. O nome e o gênero registrados em documentos oficiais,
como RG e cartão do SUS, muitas vezes não correspondem à identidade de gênero da pessoa
trans. Isso pode levar a constrangimentos, discriminação e dificuldades no acesso a serviços de
saúde. A atualização da documentação exige um processo burocrático que nem sempre é
simples ou acessível, o que dificulta ainda mais o acesso a tratamentos de saúde adequados.

Discriminação e preconceito por parte dos profissionais de saúde

Infelizmente, a discriminação e o preconceito por parte dos profissionais de saúde também são
obstáculos enfrentados pelas pessoas trans em Itaquaquecetuba. Muitas vezes, essas pessoas
são tratadas de forma desrespeitosa, sofrem violência verbal ou física e têm sua identidade de
gênero negada. Esse tipo de tratamento prejudica a relação de confiança entre o profissional
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de saúde e a pessoa trans, o que pode levar a um menor acesso a serviços de saúde e a uma
piora na qualidade do atendimento recebido.

Ausência de centros especializados em saúde trans na região do alto do Tietê

Outro obstáculo enfrentado por essa população é a ausência de centros de saúde


especializados no atendimento às pessoas trans na região do alto do Tietê. A falta de locais que
ofereçam serviços de saúde específicos para essa população dificulta o acesso a tratamentos
adequados, informações precisas e suporte psicossocial. A presença de profissionais
especializados e de equipes multidisciplinares é fundamental para garantir uma abordagem
integral e respeitosa às necessidades de saúde das pessoas trans.

Conclusão

Os obstáculos burocráticos enfrentados pelas pessoas trans em busca de tratamentos de saúde


nos municípios do alto do Tietê representam uma barreira significativa para o acesso a serviços
de saúde adequados e respeitosos. É essencial que medidas sejam tomadas para superar esses
obstáculos, como a criação de protocolos específicos, a disponibilização de tratamentos
hormonais e programas de prevenção as IST/HIV e atenção especializada de saúde Trans 40 e
50+, a simplificação do processo de atualização de documentação e a capacitação dos
profissionais de saúde para um atendimento inclusivo.

Respeitosamente;

Conselho gestor do coletivo Canal das Pessoas Trans

E-mail: canaldaspessoastrans@gmail.com

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