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Jogo de Mentira - L.R.reis
Jogo de Mentira - L.R.reis
LR REIS
JOGO
de
MENTIRAS
O acerto de contas
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS NACIONAIS
Sumário
Introdução
Um
Dois
Três
Quatro
Cinco
Seis
Sete
Oito
Nove
Dez
Onze
Doze
Treze
Quatorze
Quinze
Dezesseis
Dezessete
Dezoito
PERIGOSAS NACIONAIS
Dezenove
Vinte
Vinte e um
Vinte e dois
Vinte e três
Epílogo
PERIGOSAS NACIONAIS
Introdução
Kai
− Porra, atrasada!
Inclino-me contra a pilastra de madeira branca,
que sustenta a tenda improvisada no jardim. As
mãos mergulhadas nos bolsos do Dior − que a
futura senhora Müller fez questão que eu
comprasse −, meus ombros curvados e o maxilar
tenso. Está frio, ainda chuvisca um pouco, e
garanto que não estou com humor para frescuras.
Tsc, tsc, tsc...
Será que a Grace está levando essa coisa tão a
sério assim? Ela não precisa fazer isso. Basta entrar
e assinar a porcaria dos papéis − que é o que
interessa a ela −, e darmos o fora, o mais
rapidamente possível para a noite de núpcias. Aí
sim, essa história para mim também terá um final
interessante...
PERIGOSAS NACIONAIS
Grace
Um
Kai
estou sofrendo.
Então não podia terminar com ela.
Se eu quisesse fazê-la pagar, eu deveria
continuar com tudo. Levá-la ao altar e assinar a
papelada. Ela deveria acreditar que eu a amava
mais do que a mim mesmo e que tínhamos sido
feitos um para o outro.
De qualquer forma, segundo a minha mãe, já
estava mais do que na hora de eu partir para uma
relação séria. Logo, bati o martelo e me decidi.
Resolvi não terminar com a golpista para me
vingar dela, embora ainda não tivesse decido a
melhor maneira de fazer isso, mas eu já tinha
algumas ideias na cabeça, ideias interessantes que
tomariam tempo e dinheiro, mas que deixariam a
Grace frustrada, completamente decepcionada.
O ódio me detonou, mas também alimentou o
desejo que eu tinha de dar a ela o que ela merecia −
aumentou a minha sede de vingança.
Coitada, se pensou que eu abriria uma conta
para ela e a entupiria de dinheiro mensalmente, ou
que lhe daria mais joias caras, carro importado...
Aquela sem noção iria se dar mal.
Se ela achava que estava me passando à perna,
alterando e brincando com a minha vida daquela
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embaraçoso.).
Eu fiquei sem graça, porque, na verdade, ela
não tinha invadido a minha privacidade, eu é que
estava errado naquela situação, mas juro, enquanto
me lembrava daquele dia bem que pensei no quanto
seria bom que fosse com ela.
Depois de algum tempo de constrangimento ela
mudou de assunto e deixou escapar que tinha ido
àquela boate para encontrar alguém que resolveria
uma situação para ela, mas que a tal pessoa tinha
desistido do encontro. Ela não quis entrar em
detalhes, e eu, por educação, decidi não ser
invasivo, mas eu queria saber sim.
A curiosidade me cutucava. Eu fiquei
imaginando o que poderia ser, “alguém que
resolveria uma situação?”.
Seria um namorado?
De qualquer forma, eu não queria ferrar com
tudo por curiosidade, então deixei pra lá.
Quando o táxi parou à porta do prédio onde ela
disse que morava, eu fiz questão de descer e
acompanhá-la até a entrada. Eu juro que senti muita
vontade de beijá-la, até meu coração bateu
diferente. Eu me senti um adolescente novamente,
prestes a dar o meu primeiro beijo.
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− Essa o quê?
− Essa tattoo.
− Gosto de grana. Essa tatuagem é para eu não
perder o foco nos meus negócios.
− Muito bom, mas que tal a gente brincar um
pouco, antes de você se meter naquela tenda e dizer
sim?
Empurra-me de novo, até me encostar à parede
e me beija. Fico em ponto de bala, porque é difícil
resistir a ela.
− Aqui não é o lugar e nem o momento,
Mariane. Pode entrar alguém e... − digo com os
olhos fervilhando de vontade. Eu não sou de ferro!
− Não se preocupe o dono do quarto tá longe
daqui, e o restante da sua família está sentadinha,
esperando pela noiva.
Então decido dar a ela o que quer.
Agarro-a pela cintura e a levo até a cama. Fico
olhando para ela, enquanto abro o fecho da minha
calça. Depois ergo sua saia e baixo sua calcinha.
Quando vejo o que me aguarda, do jeito que eu
gosto, não resisto nem mais um minuto.
− Eu sabia que você queria! Vem pra mim,
vem! − Penso por um segundo e me lembro do
preservativo.
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PERIGOSAS NACIONAIS
Dois
Grace
por mim.
Virei a página e vi mais um montão de coisas
interessantes tipo, que ele tinha uma vida social
agitada, que praticava Jiu-Jtsu e que amava
embarcações, vi também que ele curtia família e se
amarrava em animais, principalmente cavalos, e o
mais importante, não era comprometido.
Estudei exaustivamente aquela espécie de
dossiê, mas confesso que valeu a pena. Era
instigante. O cara não podia reclamar da rotina.
Esse era o meu futuro marido, custasse o que
custasse.
Deus, eu estava irreconhecível!
Bem, de posse de todas as informações
necessárias, resolvi procurá-lo no dia seguinte,
aproveitando o convite que ele tinha feito.
Então chamei um Uber que me deixou num
café bem perto do prédio da Müller Technologies
Corporation.
− A-aalô! − Minha voz ficou presa. Eu tinha a
sensação de que faltava ar. − Alô!
− Quem é?
− Grace. Lembra? Lá da boate.
− Não conheço ninguém com esse nome... –
Fiquei sem graça pelo silêncio, acreditando que ele
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Torci o nariz.
− E então? Gostou da minha sugestão?
Abaixei o cardápio e sorri para ele.
− Uau, não imagina o quanto!
Fingida!
Minha mãe provavelmente estava esmurrando
o caixão, querendo sair para me assombrar por
tanta mentira e enrolação.
Eu tinha prometido que não mentiria nunca
mais, e mantive a minha promessa, até aquela
merda daquele dia em que o Oscar virou a minha
vida dos pés à cabeça.
Escondi o rosto novamente e me senti
pressionada pelo garçom, que ficou parado ao
nosso lado.
Ele provavelmente tinha pressa, porque o lugar
estava lotado.
Então decidi escolher a gororoba feita com
feijão e anchovas.
Eu poderia simplesmente dizer que não gostava
de peixes, ou quaisquer outros frutos do mar e
mostrar um pouquinho do meu jeito de ser, mas ele
provavelmente ficaria sem graça por não ter
perguntado antes se eu gostava de peixe, e eu não
queria constrangê-lo… Bem, eu decidi agradá-lo.
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Eu interrompi:
− Vamos ao shopping! Adoro me sentar na
praça de alimentação e bater papo saboreando uma
cerveja bem gelada.
− Jura? É só isso?
− Aham. Ou se preferir a gente assiste a uma
comédia romântica comendo pipocas.
Ele ficou rindo e olhando para mim feito bobo.
− Eu vou agradecer à minha mãe para sempre,
por ter insistido comigo em acompanhá-la, naquele
vernissage. Só assim eu te reencontrei. Você é uma
fofa, Grace.
Corei.
− Ah, será que é aquela senhora simpática que
ficou me elogiando o tempo todo?
− A própria. Depois daquela noite ela se tornou
sua fã.
− Tão lindinha! Gostei muito dela também.
O papo rendeu. A gente falou do meu trabalho
com os quadros e do dele, e quando já estávamos
em meu prédio ele disse:
− Amanhã eu preciso fazer uma viagem.
Ficarei a semana toda fora, mas eu volto na sexta-
feira.
− É sempre assim?
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mulher... Ela...
− Você viu a cara dela? − O Dante perguntou.
− Sim, ela é morena. Bem morena − Funguei. −
Mas os cabelos são pintados de roxo, e tem umas
mechas... Pink – inventei soluçando de verdade.
Evy respirou fundo.
− Roubaram alguma coisa?
Olhei ao redor e disse:
− A minha bolsa está aberta. − O Kai apanhou
a bolsa.
− Sua carteira não está aqui.
− Chame a polícia Jerry! − Olhei para a Evy.
− Sim senhor!
− Espera aí! – Eu disse fingindo surpresa.
− O que foi? – O Kai perguntou preocupado.
− O meu anel! − Ergui o braço e mostrei meu
dedo sem o anel. O Kai segurou a minha mão. − O
meu anel de noivado! Ela provavelmente o tirou
quando caí desmaiada. − Meu futuro marido fez
uma cara indecifrável.
− Não se preocupe Grace! Vamos encontrar a
ratazana que fez isso com você. Está vendo aquele
quadro? Por sorte tem uma câmera escondida nele.
− O Dante disse apontando para um quadro feito de
pequenos objetos. − Está ali por causa de uma
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recebo?
− Claro que não. Onde estou com a cabeça, não
é? – Então ele se aproximou e me abraçou.
Que abraço mais frio!
Onde estava o suspiro de alívio e aquele
“graças a Deus” emocionado? A euforia de saber
que estávamos livres daquelas ameaças? A
gratidão...
O Oscar era a pessoa mais esquisita do mundo.
− Obrigado.
Ele se afastou e saiu, sabe-se Deus quando o
veria novamente.
Meu padrasto quase nunca ficava em casa
comigo. Isso era tão estranho! Mas eu já estava
cansada de perguntar coisas que ele respondia com
má vontade, às vezes até com grosseria. Então eu
não ligava mais para isso. Provavelmente ele tinha
alguém, mas não queria falar sobre ela, por causa
da filha. Eu respeitava.
O texano marrento era um homem de boa
aparência − alto, magro, cabelos loiros lisos,
ligeiramente grisalhos, quarenta e oito anos, pele
clara e muito metido. Depois da morte da minha
mãe eu não me lembrava de tê-lo visto com
nenhuma mulher. Com certeza era isso. Ele queria
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se manter discreto.
Estranhei quando ele voltou à noite,
completamente embriagado, contrariando ordens
médicas, cantando e dizendo que eu estava livre.
− Nós estamos, não é, Oscar? Vê se toma jeito
agora! Ele gargalhou. − Tô falando sério! – Ele fez
cara de coisa alguma.
Insensível.
Bem, esta parte da minha vida tinha se
resolvido. Eu só não entendia por que ainda tinha a
sensação de que meus problemas não haviam se
acabado.
Meu padrasto dormiu no sofá, depois de beber
bastante, porém quando fui acordá-lo, ouvi seu
telefone vibrar.
Ele se mexeu, mas não acordou. Joguei meus
olhos no visor e vi o nome do Nathan.
Hã?
Peguei o aparelho e corri para o quarto.
− Alô! – Silêncio absoluto do outro lado. –
Nathan? Nathan é você? O que você quer com o
Oscar?
Ouvi sua respiração impaciente e depois ele
desligou na minha cara. Logo ouvi o bip de
mensagem, mas infelizmente o Oscar se aproximou
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cumpria pena.
Decidi também não falar sobre o Nathan com o
Kai, antes do casamento, porque não fazia ideia de
qual seria a reação dele, e eu não queria causar
constrangimentos e mal-entendidos entre a gente.
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− Mal-agradecido! – Esgoelei.
− Obrigado de novo.
Ele berrou com o vizinho à porta:
− Vai cuidar da sua vida, velho gagá!
Depois que ele saiu, fui até a porta e pedi
desculpas ao Senhor Kendrick, que estava
preocupado e a ponto de chamar a polícia.
Mas eu não queria botar mais lenha na
fogueira, até porque eu iria me mudar, e juro que
queria distância do Oscar e da vida maluca dele.
Quando fechei a porta, respirei fundo e decidi
não deixar que aquele incidente atrapalhasse o meu
momento.
De qualquer forma, logo eu estaria longe do
Oscar e da vida maluca dele, mas eu não queria
deixar de ver a Julie. Confesso que ela era a minha
maior preocupação.
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tenha um piripaque!
Oscar, com o seu jeitão texano, esnobe,
enrosca seu braço no meu de repente, fica
misterioso e me aborrece com seus comentários que
mais parecem charadas.
− Você conseguiu sortuda. Garota esperta.
Viu? Não precisa de amor nenhum. A gente só
precisa de dinheiro nessa vida. Mas, olha, apesar de
tudo desejo o seu bem. − Esse “apesar e tudo” me
incomoda. Ele continua com suas falas chatas,
repetitivas, enigmáticas e sem noção: − Promete
que você vai ficar bem depois dessa! Promete que
não vai se esquecer de mim e da Julie! Seja
generosa, viu? Porque se não fosse por mim...
− Por você? − Reviro os olhos, mas respiro
fundo e tento me concentrar. Recuso-me a ouvir
mais abobrinhas, porém ele insiste nesse assunto
que me deixa irritada.
− Sim por mim. Não se esqueça de que foi por
minha causa que acabou agarrando esse pote de
ouro.
− Rá, pote de ouro? Oscar, você só pensa em
dinheiro?
− Não existe nada melhor. Presta atenção, se
fizer tudo direitinho, dentro de mais ou menos um
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denunciar.
Milhares de coisas passaram pela minha cabeça
naquele momento. Tinha que haver uma saída.
Então uma luz se acendeu.
− Oscar, o Nathan! O Nathan é rico, e ele gosta
de mim. Gosta muito. Certamente ele vai ajudar a
gente... – Abaixei os olhos, já desanimada –, se eu
conseguisse falar com ele.
Meu padrasto arregalou os olhos. Foi como se
eu tivesse cutucado a sua ferida, porque ele ficou
muito incomodado.
− Vai sonhando! Quanto tempo tem que
aquele maluco não aparece por aqui?
− Você falou de um jeito estranho. O que
houve entre vocês? Sabe onde ele está? Diga-me, se
souber, porque ele pode nos ajudar.
− Não seja ridícula, por que eu saberia algo
sobre ele? E, sobre a grana... Um homem só faria
algo desse tipo por uma mulher se ele a amasse, e,
ao contrário do que pensa, o Nathan só ama a ele
mesmo.
− Você fala como se o conhecesse.
− Não viaja, só pensa! Se aquele perded… Se
ele te amasse já teria feito uma proposta, afinal
estão enrolados há um tempão. – Ele deu as costas.
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PERIGOSAS NACIONAIS
− Fala agora!
− Não é o momento, as pessoas estão olhando
− ele diz sorrindo, entredentes.
− Agora!
− Prometo que te conto na primeira
oportunidade, mas agora não dá.
As dezenas de pessoas sorriem quando passo.
Retribuo agradecida. É evidente que aquilo é
emocionante. Por isso me sinto muito tocada, mas
também estou mexida com presença do Nathan −
não de forma romântica. Na verdade estou em
pânico pelo que talvez ele possa fazer.
Vejo que as pessoas observam-no, curiosas −
algumas até saem de perto −, provavelmente
amedrontadas.
Deus, como eu não percebi antes? Ele é
intimidador! Pensando melhor, acho que era por
isso que eu não lhe perguntava as coisas. Juro que
depois do que descobri me questionei inúmeras
vezes sobre o que vi nele, por que insisti com ele.
Merda, o que o Nathan quer aqui? Caramba,
ele não poderia ter ficado mais uns dias preso?
Que saber? Foda-se Nathan!
Desvio meus olhos.
A euforia quase me sufoca quando olho para o
PERIGOSAS NACIONAIS
Três
Kai
diariamente.”.
Ela engole em seco e abaixa os olhos.
Ela está emocionada? Boa tentativa!
Depois disso ela respira fundo, segura minhas
mãos e diz os votos dela olhando em meus olhos.
− A gente se conheceu de uma forma tão
inusitada que até hoje eu mal consigo acreditar.
Você apareceu em minha vida quando eu estava
assustada, frágil, machucada e sem esperanças, e
conseguiu me curar com o seu amor... Ah sua
fingida! Chegou de mansinho e foi conquistando
aos poucos cada pedaço do meu coração. Hoje,
aqui ao seu lado, posso confessar que nem em meus
melhores sonhos senti tamanha felicidade.
Ela é ousada. Merece um troféu pela sua
atuação.
Um filho da puta qualquer dá uma gargalhada e
causa buchichos.
Olho para trás, mas não consigo ver quem riu.
Na verdade todos tentam ver quem teria feito uma
grosseria daquela.
Pelo jeito não sou o único que acha a noiva
ousada e falsa.
Alguns minutos depois, o padre fajuto faz a tão
famosa pergunta.
PERIGOSAS NACIONAIS
Quatro
Grace
indulto.
− Como vai Kai? Não consegui. Eu subornei
um guarda e saí. Provavelmente já estão à minha
procura. − Arregalo os olhos. − Fugi porque não
poderia deixar de vir ao seu casamento, meu
querido primo. Você é como um irmão pra mim!
O sarcasmo é de família.
− Não está pensando em roubar a minha noiva,
está? − Nathan se move nervoso.
É visível a tensão entre eles.
Meu marido não é simpático. Ao contrário, é
seco, irônico e parece querer ver o Nathan pelas
costas. Mas meu ex não quer ficar por baixo e
provoca:
− Deveria ter feito isso antes de ela entrar aqui,
não acha? Mas, olha, eu quase não resisti quando
ela desceu da limusine. Ela está linda demais! − O
maluco diz olhando para mim, que fico sem lugar.
Percebo que o Kai muda de cara e fica sem
entender. Nathan continua: − Só que não quis me
arriscar, e agora é impossível, porque tem muita
gente olhando. Mas... Não se preocupe, já tive
bastante atenção da Grace, não é gata? – Fico
verde. − E você também andou aprontando das
suas. Fala sério! Um petisco antes do banquete,
PERIGOSAS NACIONAIS
fuzila.
Gente, meu casamento vai acabar, antes da lua
de mel. Que azarada!
Minhas pernas fraquejam. Tenho a impressão
de que vou desmaiar, mas tento me aguentar.
− Kai, por favor!
Meu marido rosna, mas larga o Nathan que
levanta as duas mãos, recua e sinaliza para o Oscar,
que acompanha a tudo de uma mesa, nos fundos.
A Julie. Penso olhando ao redor, e a vejo
conversando com o Brian, o outro primo do Kai,
um jovem que parece ter a sua idade.
− Some da minha frente, senão eu mesmo te
levo de volta para o lugar de onde jamais deveria
ter saído!
− Por que todo mundo nessa porra dessa festa
cismou comigo hoje? − Ele cresce depois da
ameaça.
Homens são uns brutos mesmo!
O Kai parte para cima do primo que estufa o
peito e encara.
Estou aflita e com as pernas ainda mais
bambas.
− Dá o fora! Não percebe que está sobrando
aqui?
PERIGOSAS NACIONAIS
polícia!
− Se acalma filho! − Meu sogro ordena,
tentando controlar meu marido, que acabei de
descobrir, é ciumento ao extremo. − Nathan, meu
filho, vai embora! − Ele ainda diz ao sobrinho: −
Não cause mais problemas!
− Não era essa minha a intenção, tio. Ele
começou tudo.
Os dois ficam conversando perto da piscina.
Vejo o Oscar ao lado deles.
Eu torço para que sumam. Meu padrasto está
entalado em minha garganta. Ele não escapará da
sabatina, quando eu voltar da lua de mel.
Se é que terei uma.
Deus que cena lamentável!
Logo o Kai está ao meu lado. Ele puxa meu
braço de novo e pergunta irado:
− Fala sério, Grace! Você namorou o meu
primo? Era você que estava com ele naquela porra
de hotel, na noite em que conseguiram prendê-lo? –
Mordo o lábio e franzo todo o rosto, com o seu
desabafo raivoso. − Esse é um daqueles detalhes
que nunca se deve esconder do noivo. Eu me
surpreendo mais a cada dia. O que mais eu devo
saber sobre você, hein? Por que omitiu isso?
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A garotinha me fita.
− É verdade... meu amor? − Kai pergunta
olhando diretamente em meus olhos, mas percebo
que está meio embriagado, pela sua voz arrastada.
− Rum rum... Estou, mas está tudo bem. Acho
que consigo esperar até o final.
− Ah, mas não vamos esperar o final da festa.
− Certo. Mmmm, Kai, meu amor!
− Agora eu sou seu amor?
Encaro-o, com uma ruga na testa, e esqueço o
que ia perguntar.
− Você não está bem. Bebeu demais. Acho que
devemos...
− Devemos o quê? – Recuo. − Depois do que
descobri hoje, eu deveria... – Ele começa, mas para
e fica pensando. Certamente está puto com o que
aconteceu mais cedo, pela forma com a qual ficou
sabendo sobre o Nathan e eu. − Abaixo os olhos e
tenho um pressentimento estranho. Ele continua: −
Por que a cara de desânimo? Tem algo mais que eu
deva saber? Tem medo de que as coisas não
terminem como planejou? – Meu marido está
enigmático e chato. – Relaxa! Teremos muito
tempo para discutir a relação. Além do mais, o seu
caso com o Nathan foi antes de me conhecer, não
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foi?
− É claro que foi!
− Mas pensa bem, a gente não pode começar
uma relação com você me omitindo coisas, certo? –
Fico com um gosto amargo na boca, mas não
resisto e digo:
− Não fica se achando! Não pense que me
esqueci da sua escapadinha antes da cerimônia. Isso
que o Nathan falou é muito grave. Não é como o
meu caso que foi antes de te conhecer.
− Você acreditou naquela baboseira? Ele
disse aquilo só para jogar você contra mim. Acha
mesmo que eu faria uma idiotices dessas, no quarto
do meu irmão padre?
Eu acredito no Kai. O Nathan não tem limite.
Decido não render o assunto, até por que ele
está alterado e certamente não dirá coisa com coisa.
A Willa abaixa os olhos e se senta sem graça.
Parece chorar. Olho para ela e fico com pena. A
garotinha não parece nada satisfeita, assim como o
irmão.
− Me leva com vocês, Kai! − Ele se abaixa e
beija a irmãzinha.
− Willa, minha bruxinha dos cabelos
vermelhos…
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Cinco
Kai
− Não.
− O que mudou, então? Você era bem mais
carinhoso!
− Nada mudou, só estou... Só bebi um pouco
além da conta. Desculpe senhora Müller, vou ficar
bonzinho com você, está bem?
− Certo − ela ri do meu jeito de falar.
O elevador chega ao nosso destino, o décimo
andar. Busco uma respiração profunda e tento me
divertir.
− Vem cáááá! − Ergo-a nos braços. Ela se
assusta. Tem medo de cair.
− Kai, você está… A gente vai cair! Eu não
esperava por isso!
− Diz à tradição que o noivo deve carregar a
noiva − digo zoando, tentando segurar o riso.
− Kaiii, cuidado, a gente vai caiiir! − Grace diz
quando dou alguns passos em direção à suíte. Ela
parece gostar.
Abro a porta com dificuldade.
Minha jovem mulher de mentirinha agora está
gargalhando. Na verdade acho que está se
divertindo com o meu ataque de palhaçada.
Coloco-a no chão e estico o pescoço para beijá-
la.
PERIGOSAS NACIONAIS
Seis
Grace
provocando.
Excitada, solto um gemido histérico.
− Aiiiiiiii!
− Vou te foder tanto que não vai querer que eu
pare.
Fico tensa. Ouvir isso me deixa sem ar, mas
ainda mais excitada.
Arfo ruidosamente. Meu peito sobe e desce.
Não sei se gosto das coisas desse jeito, mas quero
experimentar. Quero agradá-lo. Quero que ele goste
de mim na cama.
Ansiosa e sentindo meu sexo gritar observo o
Kai se livrar da camisa.
O peitoral forte, peludo e o abdômen cheio de
gomos são de encher os olhos.
Logo ele se livra da calça e da cueca e se deita
ao meu lado.
Uau como ele é grande!
O olhar quente dele me queima gostoso. A mão
inquieta passeia dos mamilos até a parte baixa do
meu abdome.
Fico tensa quando ela entra na minha calcinha,
e, maluca, quando sinto seu dedo explorando meu
sexo, brincando com ele.
Mas o Kai me leva à lua quando enfia o dedo
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Sete
Kai
Oito
Grace
− Boca gostosa!
Me beija, por favor!
Uau, ele faz meu corpo inteiro reagir. Os
músculos da minha parte mais secreta se contraem.
Sinto pequenos espasmos subindo e descendo, e
isso é tão gostoso que não quero que ele pare.
Kai parece ler os meus pensamentos e toma
meus lábios. Morde, chupa − sempre rude −, mas é
uma rudeza gostosa que me faz sentir desejada. A
barba, por fazer, arranhando meu rosto. Quero sua
barba em cada centímetro da minha pele em brasas.
Ele desce devagar e me arranha na coxa, sem
desgrudar os olhos dos meus. Quero-o logo
entrando e saindo de mim, mas ele me tortura com
as preliminares, que são superestimadas e bem-
vindas.
Quero acariciá-lo e matá-lo de prazer também,
porém ainda me sinto travada para investir, mas
estou me soltando aos poucos.
Cravo minhas unhas em seus ombros, quando
ele morde o interior da minha coxa.
Isso é muito boooom!
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Nove
Kai
minha língua.
Ela Parece gostar disso. Claro que ela gosta! A
Grace não é feita de pedra. Óbvio que ela deve
estar sentindo prazer!
Saboreio sua parte mais íntima com um tesão
desmesurado, que ainda não tinha sentido por
mulher nenhuma, olhando para ela que parece que
vai gozar. Eu juro que ela vai gozar. Eu quero que
ela grite de tesão.
Então coloco meus dedos nela e faço
movimentos circulares.
Ela vai à loucura e grita que me ama, que me
quer, apertando-me, implorando para eu meter nela.
Mas eu quero mais − quero marcá-la.
Eu a prendo segurando seus quadris para que
ela não se esquive. Eu quero deixá-la à beira do
orgasmo, antes de ela sentir o que é gozar de
verdade quando fodê-la. Quero que jamais se
esqueça de mim. Quero que nos próximos dias,
quando ela estiver só, se lembre desse momento e
se toque. Quero que se masturbe enquanto toma
banho, em qualquer hora do dia ou da noite
pensando em mim, e goze gritando meu nome.
− Kaiiiii, agora, por favor!
− O que você quer, Grace?
PERIGOSAS NACIONAIS
Preciso dela.
− Quer senti-lo inteiro dentro de você agora?
Quer foder gostoso?
− Por favor! − Diz rouca.
Então eu agarro seu corpo e giro num
movimento rápido. Eu a quero de frente primeiro.
Quero possuí-la olhando para seus olhos.
− Eu vou te mostrar o que é prazer.
Ela está deitada ansiosa à minha espera, e
assim como eu respira rapidamente.
Isso me deixa com mais vontade.
Monto nela ansioso, guiando meu pênis
pulsante, quase explodindo de tão duro.
− Vamos gozar juntos, Grace!
− Kai, você não vai usar preserv… – Cubro sua
boca com a minha mão e a silencio. Não quero que
ela diga nada. Quero apenas ver seus olhos. Gosto
de trepar olhando nos olhos. Só eles são capazes de
mostrar os verdadeiros sentimentos.
Então eu começo a percorrer o caminho para o
prazer. Faço isso aos poucos, porque meu pênis
encontra resistência. Ela é realmente fechada. Juro
que gosto disso. Gosto de saber que sou o primeiro
homem dela. Pelo menos isso.
Meu pênis dói gostoso. Sinto que a estou
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Dez
Grace
Onze
Kai
em casamento.
Grace me encara atônita e pergunta:
− Você sabia que a gente... E mesmo assim
continuou com tudo, mas eu não entendo, por quê?
Eu jogo meus olhos nela e digo alto, com a voz
carregada de emoção:
− Porque eu estava apaixonado, porra!
Ela se assusta.
− Kaiiii! – Coloca a mão sobre o peito. Eu
emendo:
− Mas eu também sentia muito ódio. Esses dois
sentimentos ficaram brigando aqui dentro. – Soco
meu coração. − Eu não consegui acabar com tudo.
− Ameaço chorar, mas tento me manter firme. −
Não queria te perder. Não sabe o quanto foi difícil
ouvir o que ouvi. Você não faz ideia do que passou
pela minha cabeça. Eu quis... Matar você, Grace!
− Kai, por favor, acredita em mim! No início...
− Ela fica na defensiva. É claro que ela vai inventar
desculpas.
Interrompo irado e avanço.
− O mais duro foi ouvir as piadinhas e as
gargalhadas do Oscar. Vocês se divertiram às
minhas custas, Grace. Você não tem noção do mal
que me fez.
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que eu fiz?
− Não. Para eles tudo foi real. Eu cuidei de
tudo. A única coisa falsa é a papelada. Na verdade
o padre e o juíz também são falsos. São atores,
amigos meus que toparam me ajudar. Ninguém
mais sabe de nada.
Fico esperando ela dizer algo. Eu quero que ela
grite comigo, fique indignada; quero até mesmo
que ela voe para cima de mim e tente me bater, mas
ela apenas me olha. Está chorando. Chorando
muito.
Confesso que estou frustrado – completamente
decepcionado e triste.
Ela limpa as lágrimas e tenta parar de chorar.
Juro que a reação dela me surpreende.
− Tudo bem. Entendo e te perdoo – ela diz
fungando.
− Rá, me perdoa? Puxa que boazinha!
− Por favor, antes de me julgar e me condenar,
eu preciso esclarecer porque fiz o que fiz. Eu sei
que nada justifica, mas... Eu... Eu não tive escolha.
Por favor, me deixa explicar! − Ela insiste.
− Todo mundo tem escolha, Grace.
− Eu vou explicar! − Ela diz se levantando,
mas não para de fungar.
PERIGOSAS NACIONAIS
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O Oscar dizia:
−… Mas, vamos cogitar a possibilidade de
você se casar. Seria muito útil que conquistasse um
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Doze
Grace
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experimentar?
− Claro que quero. Amo as suas roupas!
Seguimos para o quarto que dividimos e
começamos a falar sobre o recém-interesse dela
pelo primo do Kai.
Julie está feliz e fantasia sobre um romance.
A filha do Oscar é uma garota tímida,
complexada. Ela se acha feia e sem graça.
Principalmente depois que foi obrigada a usar
óculos. É cisma dela. Adolescentes são assim
mesmo. Eu já passei por isso.
Julie é bonita, magrinha, olhos castanhos
escuros. Tem um rosto delicado com algumas
sardas perto do nariz, que ela odeia é claro, mas eu
acho um charme. Ela não é alta nem baixa. Os
cabelos lisos também castanhos escuros são
volumosos e sedosos.
Na verdade ela não tem nada a ver com o pai.
Provavelmente se pareça com a mãe.
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Treze
Kai
$$$
$$$
− Eu me lembro disso.
− Filho, ninguém é perfeito. Todo mundo
comete erros nessa vida. Ela é jovem, imatura,
frágil e influenciável... A Grace cresceu sem pai e
mãe. O padrasto não é confiável. Nunca fui com a
cara daquele homem. E, bem, depois do que você
contou, vejo que sempre tive razão em ficar um pé
atrás.
− Nem me fale. Ele ainda está atravessado em
minha garganta.
Minha mãe muda o tema.
− Então, filho. Você precisa pensar no que
realmente deseja. Tá, até agora estou chocada. Eu
gosto muito daquela garota, mas o que ela fez foi
terrível. A armação do anel para mim superou,
porém eu me coloco no lugar dela. Kai, a Grace
estava sendo chantageada. Imagina uma pessoa te
mandando vídeos de alguém que você ama,
ameaçando matá-lo!
− Mãe ela podia ter acabado com tudo, se
tivesse procurado a polícia. Por mais que eu tente,
não entra em minha cabeça que ela simplesmente
se deixou levar.
− Filho, a pobrezinha ficou sem ação. O medo
de perder a menina de uma forma tão violenta
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deixou-a assustada.
− Não concordo.
− Ah Kai, não estou defendendo a Grace, mas
eu me coloco no lugar dela. Imagina se fosse com a
gente? Eu sei que pensaríamos em chamar a
polícia, na hora, mas aí você recebe um vídeo em
que a... Willa, por exemplo, está sendo ameaçada
de perto. Ah não não julgue a coitada da Grace! Eu
acredito nela.
− Ah agora ela está certa?
− Não é isso. Já disse que ela errou, mas eu
tento não julgá-la. Eu me coloco em seu lugar.
Imagina, tão jovem e inexperiente sofrendo
ameaças!
− Arrrrrr, a Grace não faz ideia do que fez
comigo! No início eu queria esganá-la. Queria
pegar um bolo de notas e esfregar na cara dela,
queria...
Meus olhos queimam. Eu limpo as lágrimas
que insistem em cair.
− Filho não fica assim! Eu entendo. Sei que
está sentido e cheio de dúvidas, mas querendo
perdoar a sua mulher, porém sei também que o
orgulho ainda o está impedindo de fazer isso. É
difícil, eu compreendo, mas sei que pode virar o
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jogo.
− Só peço a Deus que me ajude a fazer isso.
Não consigo imaginar a minha vida sem ela, mas
quando eu penso muito, eu recuo. Por isso estou
indo aos poucos. Eu quero estar perto dela, mas
ainda não consigo me aproximar. (Se a minha mãe
soubesse da outra parte.).
− Na verdade vocês não tiveram muito tempo
para se conhecerem. Essas suas idas e vindas a
Ohio atrapalharam. E eu acho que namoraram
pouco tempo.
− Eu fui um bobo por tê-la pedido em
casamento tão rápido. Tem razão. Eu não conhecia
a Grace. O tempo que ficava com ela era pouco.
Não importa. Eu me dei conta de que fui longe
demais com a Grace e com todos vocês,
principalmente com o Conrad. Eu preciso falar com
o ele. Isso também tá tirando o meu sono.
− Não se torture mais, filho! Bem, depois de
tudo que conversamos eu espero que você faça a
coisa certa. Ouça o conselho da sua velha mãe, e vá
procurar a sua mulher. Conversem! Nunca é tarde
para se reparar um erro e recomeçar.
− Essa é a parte difícil, Senhora Müller.
− Tente esquecer a parte ruim. E quando se
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Quatorze
Grace
Eu gemo.
− Kaiiiii.
Lentamente eu aperto minhas pernas e sinto
uma coisa gostosa quando faço isso. Então sem
pensar muito, eu coloco a mão dentro da calcinha e
manipulo minha parte mais íntima, lembrando-me
de como ele falava sacanagens em meu ouvido, de
como mordeu minha língua, deslizando a sua,
vagarosamente, pelos meus ombros − um a um −,
dando pequenas mordiscadas, até tocar meus seios.
Lembro-me de que a cada segundo ele ficava
mais duro, e recordo-me também da sensação que
senti quando ele encostou o pênis na minha coxa, e
da sua respiração ofegante e urgente dentro do meu
ouvido.
− Ahhhhhhhhh
Eu mordo o lábio inferior, sentindo tudo de
novo, assim como a língua dele circulando meus
mamilos e sugando eles, a mão ansiosa me
explorando…
Com um dedo eu faço movimentos circulares
em torno do meu clitóris e brinco com ele,
enquanto a outra mão segura firme o meu seio.
Nesse momento, mais do que antes, eu penso
na maneira como o Kai me encarava, como se
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procurado.
− Já disse para vir aqui! – Ele me puxa
novamente e me segura firme pelos ombros.
− Eu vou gritar se... – Ele me vira rapidamente
e tapa minha boca, arrastando-me para trás da
parede que divide as lojas da estação.
Eu tento me soltar, mas o Nathan alto e muito
forte, consegue me dominar facilmente.
Estou em pânico.
Ele diz perto da minha orelha:
− Shhhhhhhh, calma! Eu não vou te fazer mal!
Não pode chamar atenção. Vou soltar você, mas se
gritar não vai ver a luz do dia. Estou armado. –
Balanço a cabeça. − Eu não quero nada de você, só
quero te perguntar algo.
− Então fala logo! – Digo num fio de voz, me
virando para ele, que está horrível − barba e
cabelos crescidos, despenteados, olhos vermelhos
provavelmente está drogado, para variar. Bem
diferente do gato loiro, olhos cor de mel que eu
adorava.
Estou tremendo.
− A casa caiu. Quero saber onde está o Oscar.
Ele vai ter que me ajudar. Eu preciso de um lugar
para me esconder, além disso, ele tá com a minha
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grana.
− Eu... Eu... Não...
− Não me venha com mimimi! Sei que sabe pra
onde ele foi. Abre o verbo! Se ele não me ajudar,
eu vou ser preso, mas eu não vou sozinho, como
antes... Dessa vez dinheiro nenhum não vai me
silenciar.
− Ele disse que ia levar a Julie... O quê? Como
assim? O que você acabou de dizer?
− Fala agora! – Ele grita.
Grito de susto, tapando meus ouvidos.
Um homem que passa pelo local vê a cena e
pede ajuda.
− Socorro, tem uma mulher sendo assaltada.
Pega, ladrão!
− Idiota! – O Nathan diz e sai correndo.
Estou prestes a cair. Minhas pernas quase não
me obedecem.
− Está tudo bem? Aquele mau-elemento a
machucou?
− Não, estou bem, Obrigada por me ajudar.
Depois de apanhar minhas coisas no chão,
agradeço ao homem e corro para entrar no metrô,
que acaba de abrir as portas.
Assustada e exausta, pelo esforço, escoro na
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estão deprimidos.
Decido prendê-los um pouco.
Uso a chapinha, apenas para dar um toque final
aos fios, que deixo desfiados.
Saímos apressadamente.
O vizinho elogia.
Sorrimos para ele e começamos a nossa luta
para conseguirmos um táxi, que a Evy se oferece a
pagar.
− Sei não amiga, acho que a festa vai ser
debaixo de um chuvão!
− A gente dança assim mesmo. Ah vamos
curtir! A gente tá precisando relaxar. Você
principalmente! – Evy incentiva.
O táxi nos deixa a dois passos do ancoradouro.
Vejo o Luna Blanca e sinto um frio na barriga.
Seria péssimo se o Kai estivesse ali e me visse.
− Vamos depressa, eu não quero ver o Kai.
Respiro fundo e agarro a mão da Evy para
subirmos a pequena rampa de acesso ao iate.
Confesso que me sinto travada e muito
nervosa.
Na entrada entregamos os convites para o
recepcionista e somos liberadas.
O lugar está movimentado.
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de você.
Não diga!
Enquanto me dirijo à poltrona que o Hassan me
indica, ele segue para o bar e coloca uísque em dois
copos. Observo que faz isso bem devagar.
Sento-me, mas fico incomodada.
Uma batida à porta do camarote chama nossa
atenção.
− Pode entrar!
− Hassan, eu preciso… − O Tom Hardy desvia
os olhos e me vê –, Grace Kelly! – Ele se aproxima
e pega minha mão, erguendo-me, girando-me. –
Uau! Você está linda!
− Precisa de alguma coisa, Tom? A gente vai
tomar um drink, aceita um?
− Não, não… Obrigado, só preciso que me
passe a lista das músicas. O Edward disse que você
acrescentou algumas, mas não consigo localizar
meu irmão.
− É verdade. Mmmmm… Deixe-me ver! Aqui
está.
− Obrigado. – Ele olha para mim. − Foi um
prazer revê-la, Grace. Depois dá uma passada lá no
alto, na parte mais divertida da festa. Precisamos
colocar o papo em dia.
PERIGOSAS NACIONAIS
Quinze
Kai
nós.
− É Mariane, perdedora!
− Susan, o que está fazendo aqui?
− Sua mãe está preocupada. Ela me pediu para
ver se estava bem. A Sra. Müller tinha certeza de
que estaria aqui.
− Meus pais são inacreditáveis. Adeus
privacidade! Já viram. A saída é por ali.
− Vaza! – Mariane olha para Susan, apontando
a escada.
− Puta! – Susan berra.
− Ora, era só o que me faltava! As mulheres
dessa cidade são sempre assim, tão efusivas? Ainda
bem que fui criada na civilização, com classe.
Detesto gente barraqueira. Vai lá cuidar dos seus
bichos! Ninguém te chamou aqui!
− Kai, você vai deixar sua empregada me tratar
assim? – Susan pergunta com voz de choro.
− Vão embora as duas! – Ordeno nervoso,
cambaleando.
− Eu não vou enquanto essa oferecida não sair
daqui!
Susan declara guerra.
− Veja bem o que está dizendo, hein? Eu tenho
classe, mas não tenho sangue de barata! − Mariane
PERIGOSAS NACIONAIS
Dezesseis
Grace
encostar em você!
− O Kai vai viiir, uhuuuuuuu!
Britney Spears está levando os convidados ao
delírio com uma música que eu amo, Toxic. Canto
também.
♫”Baby, can't you see? I'm callin'
A guy like you should wear a warnin'
It's dangerous, I'm fallin'
There's no escape, I can't wait
I need a hit, baby, give me it
You're dangerous, I'm loving[…]”♫
Dezessete
Kai
primo mau-elemento.
− Fala Kai, brother! E aí car... − Eu nem espero
ele acabar e lhe dou um soco.
Ele se desequilibra e cai.
− Você vai me pagar caro por ter drogado a
minha mulher. − As pessoas nem se dão conta de
que tem um cara caído no chão. – Vem Grace,
vamos sair daqui!
Na mesma hora eu pego o meu celular, e
enquanto arrasto a Grace para fora daquele lugar,
eu ligo para o Marcus e entrego o Nathan.
− Menos um bandido na cidade. E que ele
apodreça na cadeia!
Logo eu ouço as sirenes e o lugar fica cercado.
− Kai... Estou muito feliz. Uhuuuuuu!
− Não diga! E está quente também. Você se
lembra de quanto tempo está assim? – Ela gargalha.
− Fala sério! Assim como?
− Imaginava. Vamos, tá chovendo muito!
Corremos pela marginal como dois
adolescentes.
Eu, apesar de preocupado, consigo sentir o
coração bater acelerado de alegria, por estar tão
perto dela novamente.
Quando chegamos ao Luna Blanca, ensopados,
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ruim.
Eu quero muito fazer amor com ela de novo,
mas não tenho o direito de fazer isso com ela
drogada, porque posso estragar tudo.
Mas eu não consigo controlar a minha mente e
o desejo do meu corpo, que está pronto para ela.
Não importa o quanto eu tente, minha cabeça é um
carrossel de emoções.
− O que está acontecendo comigo? Eu tô em
chamas. Eu tô estranha. Tô sem lugar…
− Vai ficar tudo bem daqui a algum tempo.
Respira fundo!
− Mas é que…
Então do nada ela me abraça e fica se
esfregando em mim e passando aquele nariz lindo
no meu rosto e pescoço.
Eu tento segurar as pontas. Não há muito o que
fazer, mas confesso que é difícil.
Ela sussurra:
− Eu te amo, te amo, te amo…
E enfia a língua no meu ouvido.
Sacanagem!
Resfolego com um tesão dos infernos.
Ouvir isso é muito bom, mas tento afastá-la um
pouco, porque não sei por quanto tempo
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rosto.
Ainda sinto cheiro de álcool.
− Está com fome?
− Não.
− O que estava fazendo naquela porra daquela
festa, com o Nathan? O que ele te deu pra beber?
− Eu... Eu não me lembro – ela funga e se vira.
Eu tenho uma pergunta que não quer calar. E
dependendo da resposta eu matarei o Nathan.
− Você dois... Você e ele...
− Oh meu Deus! − Ela cobre o rosto e chora
arrependida. − Eu não me lembro. − Eu não sei
Kai. Não sei como eu cheguei lá. Eu juro que não
sei se eu...
− Por que está chorando?
− Eu não seeeei! Minha cabeça está ruim. Eu
não sei o que eu fiz, não sei se o Nathan e eu
ficamos... Não me lembro. Por que foi me buscar?
Por que se preocupa? Como soube que eu estava
lá?
− Não importa. Shhhh, se acalma! Você está
assim por causa da porcaria que aquele filho da
puta te deu.
Levanto e ando como louco pela cabine sem
saber o que fazer e sem entender por que ela estava
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− Ué como soube?
− Recebemos o seu currículo, mas não sei se
vou aprovar a minha mulher num cruzeiro. Não
quero que trabalhe viajando.
− Aquela empresa é da sua família?
− Aham.
− Que mancada! Bem que a Evy tentou me
dizer, só que eu não dei ouvido.
Eu rio.
− Certo, mas, por favor, venha comigo! Acho
que mereço isso, depois de tudo.
− Eu... Eu... Está certo. Quer que eu vá com
você, hoje?
− Sim, quero resolver isso logo. Não consigo
nem trabalhar direito, Grace. – Dou uma pausa e
emendo: − Agora eu preciso te perguntar... Baby,
você sabe onde está o Oscar?
− Por quê?
− Por que... Bem, eu conversei com um amigo
detetive, o mesmo que prendeu o Nathan, e ele acha
que vale a pena denunciar o bandido que fez isso
com vocês, e somente o Oscar pode fazer isso.
− E se o mau-elemento fizer algo com a gente?
Ele disse que se denunciássemos, ele mataria a
menina e depois viria pra cima de mim. Kai eu
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Dezoito
− Deus!
− Calma, baby! – Abraço minha mulher.
− Ele confessou que eles vêm fazendo isso há
anos e levando o dinheiro, aos poucos, para o
exterior.
− Merdaaa! Não estou entendendo nada. E o tal
Senhor X?
− Senhor X? – Pergunto olhando para o
Marcus e para a Grace.
− É um pseudônimo – Marcos declara.
− Não. Não é possível. Você está insinuando
que... – Ela olha confusa para o Marcus.
− Estou afirmando. O Nathan contou tudo. O
Senhor X é o Oscar Goldman.
A Grace dispara a chorar.
− Eu não posso acreditar. Ele não faria isso
comigo e com a Julie. Ele ama a filha. Ele disse que
o estavam chantageando. E tinha os vídeos da
menina na escola...
− Amor é isso, agora tudo faz sentido. Lembra
que estávamos conversando? Eu já tinha pensado
nessa hipótese. Essa história era estranha demais.
O Marcus emenda:
− É isso mesmo. Segundo o Nathan, o Oscar
fez você acreditar que a menina estava sendo
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para me ludibriar.
− O advogado é o diabo? – Kai ironiza. – Fala
sério!
− Marcus, a gente pode acreditar no Nathan,
sobre essas declarações? – A Grace pergunta.
− Boa pergunta, baby, meu primo não é
confiável – digo me sentindo péssimo com tudo.
− Quando o prendemos ele estava drogado,
mas quando acordou, hoje pela manhã, ficou
possesso, começou a gritar dentro da cela e dizer
que não ficaria preso sozinho. Disse que precisava
depor, e que iria abrir o verbo, entregar todos que
estavam envolvidos. A lista é grande.
− Gente como assim? Como eu nunca
desconfiei de nada? E como eles conseguiram se
safar por todos esses anos?
− Existem muitos casos assim, Grace.
Infelizmente. – O Marcus declara.
− Perdoe-me Grace, eu não confiei em você! −
Digo arrependido.
− Eu fui vítima, mas eu sempre vou me culpar,
porque no meio disso tudo, enganei você. – Ela
chora. − Eu te fiz muito mal. Eu é que tenho que
pedir perdão.
− Grace, a gente vai demorar a esquecer essa
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Dezenove
Grace
redor.
− Como assim?
− São as chaves do Oscar, lá do duplex, são as
originais.
− Sem chance! – A Evy exclama. − E esse
papel?
− Evy eu vou te pedir mais um favor – digo
cheia de desconfiança.
− Pode falar.
− Você se importa de ir comigo a um lugar?
− Depende. Não é nada ilegal, né? – Ela ri.
− Hahahaha.
− Okay, mas só se me disser o que tá pensando.
− Tá vendo essa chave aqui? Essa
descascadinha, está quase se quebrando, tá vendo?
− Aham. O que tem ela?
− É a chave da porta da frente do meu
apartamento, e não duvido que as outras são das
demais portas. Esse chaveiro foi a Julie que deu ao
pai, quando ele a visitou, há algum tempo.
− Nãooooo!
− Simmm. Eu me lembro de que ele fez cópias
de todas as chaves para prevenir, por que esta, a
principal, está ruim, tá vendo? E ele disse que as
guardaria junto com o chaveiro, porque não usaria
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rápido.
Respiro fundo e chamo a Evy.
− Vamos entrar!
− Confesso que estou uma pilha, amiga.
− Também estou – declaro.
− O que você está pensando, Grace? Acredita
que ele não vendeu apartamento?
− Não sei de nada. Vamos conferir!
A gente entra.
O porteiro é o mesmo, um senhor
extremamanente simpático que trabalha no prédio
há anos, desde que eu era criança.
Estou tremendo.
− Boa tarde, Grace!
− Boa tarde, Billy! Tudo bem?
− Estou muito bem, minha querida. Feliz em te
ver.
− E a Betsy?
− Ah ela está do mesmo jeito. Não se lembra
de mais nada. Pobre Betsy, essa doença roubou
todas as suas lembranças.
− Alzheimer é uma doença cruel – a Evy
declara.
− E então? Está de volta? Fiquei triste porque
você nem se despediu. Eu perguntei ao Senhor
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− Claro.
Ligo para o Kai.
− Alô!
− Kai, você não vai acreditar no que a Evy e eu
encontramos!
− Grace, onde você está?
− Estou no meu apartamento… No meu
duplex, que não é mais meu e… Depois te conto –
engulo em seco −, e, meu amor, traga a polícia!
Encontramos coisas muito interessantes. Mando o
endereço por sms.
− Grace você está maluca? Por que foi até aí?
− É uma longa história. Primeiro fui ao
apartamento no Queens e…
Conto tudo ao Kai.
− O que está me dizendo?
− Eu queria ver se encontrava algo que
provasse que o Oscar é um bandido, ou que
provasse que ele me passou a perna e… Acabei
descobrindo que ele não vendeu meu apartamento.
Ele o transferiu para o nome dele. O Oscar continua
morando aqui, meu amor. Ele usa o local para fazer
falcatruas… Jogar, esconder dinheiro. Não! Você
precisa ver de perto!
− Vejo é demais, Grace!
PERIGOSAS NACIONAIS
Vinte
Kai
ele esperar.
A pobre menina chora muito, mas engole o
choro e pergunta:
− O que vai acontecer com ele? O meu pai vai
ser condenado... à morte?
Balanço a cabeça, negando. Infelizmente não
há pena de morte no estado.
− Eu sinto muito garota, mas...
− Kai, por favor, não diga nada – a Grace
implora. A menina está sofrendo.
Julie olha pra ela e declara com a voz
embargada:
− Grace, eu odeio o meu pai e jamais o
perdoarei pelo que ele fez com você… Por ter me
usado, pelo que ele é, mas acima de tudo, eu o
odeio porque ele matou uma pessoa… Eu estou tão
envergonhada! – A garota desaba.
A Grace solta a Willa e corre para abraçar a
filha do Oscar.
− Shhhh, não chore mais!
A menina dispara a falar e acaba revelando
algo importante.
− A gente discutiu e ele ficou irado, dizendo
que não ia acabar assim, que ele não fez tudo que
fez para acabar preso, e, Grace, ele disse uma coisa,
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Vinte e um
Grace
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voz trepidante.
Aquela voz… Oscar!
Bato na cabeça.
De repente tudo fica claro como um véu
transparente, e eu me lembro daquele dia, quando
todos comemoravam o dia das mães.
Mas naquele dia eu não tinha nada para
comemorar, porque perdi a minha, vítima da
ganância e da crueldade daquele mascarado, que
me enganou, por todos esses anos e me fez
acreditar que ele era um homem bom.
Eu juro que até sentia carinho e me preocupava
com ele.
Perco um pouco a noção do tempo. Estou
tonta. Mas eu volto à realidade quando algo bate
em meu corpo.
− Quero que encha essa mochila de dinheiro e
jóias. E quero agora!
− Oscar!
Ele resfolega.
− Agora! Ah, antes deixe-me cumprimentá-la!
Você é mesmo uma sortuda, hein! Depois de tudo
que fez com o Kai, ele a perdoou. Acho que você
não é tão imprestável assim, no final das contas.
− Por que tá fazendo isso comigo? – Pergunto
PERIGOSAS NACIONAIS
lo.
− Dívida é dívida. Se não pagar morre. Simples
assim.
− Você merece aprodecer na cadeia! – Digo
aos berros.
Ele sorri cínico.
− Mas isso não foi tudo. Esperei você nascer e
me casei com a sua mãe. Foi tudo planejado, Grace.
Eu tinha um objetivo.
Eu interrompo:
− Você é um monstro!
− Um monstro que ajudou a criá-la e educá-la,
como se fosse seu pai, até mesmo depois que me
livrei da sua mãe.
− E fez isso por quê? Você poderia
simplesmente ter me deixado aos cuidados da tia
Lindy!
− Mas dessa forma eu não conseguiria o meu
duplex. Eu precisava estar com você, ganhar a sua
confiança para dar o golpe no momento certo.
− Você é um demônio!
− Obrigado.
− Você não pensou na sua filha?
− A Julie não é minha filha. É minha sobrinha.
− Quê? A Julie…
PERIGOSAS NACIONAIS
Vinte e dois
totalmente recuperada.
Tenho aproveitado esses dias, antes da viagem
que o Kai programou, para pintar e fazer longas
caminhadas. Isso tem funcionado bem. É uma
terapia e tanto e está me ajudando a esquecer os
momentos terríveis que passei.
Talvez não esquecesse. Não havia como
esquecer tais atrocidades e tamanha violência. Mas
talvez, apenas talvez eu pudesse deixar para trás.
♥♥♥
Vinte e três
Kai
♥♥♥
Epílogo
Grace
− Kaiiiiiii – gemo.
Então ele começa a me levar ao tão desejado
paraíso, mordendo o interior da minha coxa e
deslizando a língua, devagar, até chegar ao clitóris.
Ele o massageia e suga.
− Ahhhhhhhhhh.
Jogo minha cabeça e braços pra trás, totalmente
entregue, sentindo coisas indescritíveis.
Estou nas estrelas.
− Eu vou te fazer gozar muito, baby!
Então, ele afasta meus grandes lábios e enfia a
língua.
Mordo o lábio, ansiosa.
Não satisfeito ele usa o dedo também.
− Kaiiiiiiii – grito insana, gozando − gozando
muito. − Ahhhhhhh…
Puxo seus cabelos. Eu quero ele. Estou pronta
pra ele, morrendo de tesão. – Gostoso, vai, vai,
vai… Assim, assim…
Outro orgasmo vem e me enfraquece,
momentaneamente. Mas a voz rouca dele,
sussurrando obscenidades, me atiça, me faz querer
mais.
Estou maluca para sentí-lo dentro de mim.
O que está acontecendo comigo?
PERIGOSAS NACIONAIS
Kai
♥♥♥
Grace
♥♥♥
Fim
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS NACIONAIS
[1]
Carma significa pagar por algo que se fez.
[2]
O Guinness World Records (antigo Guinness Book of Records),
é uma edição publicada anualmente, que contém uma
coleção de recordes e superlativos reconhecidos
internacionalmente.
[3]
Johnnie Walker é uma marca de uísque escocês[1]
[4]
Boa noite Cinderela é um coquetel de drogas, também
conhecidas como drogas de estupro.