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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA - ICBS

CURSO: BIOMEDICINA/FARMÁCIA
BIO4AM-GJA e FAR4BN-GJB e BIO4AN-GJB
DISCIPLINA: MICROBIOLOGIA CLÍNICA
PERÍODO: 7º e 8° TURNO: MANHÃ/NOITE
PROFa: Lucienne França Reis Paiva

AULA PRÁTICA 1A

BIOSSEGURANÇA NO LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA

I - Introdução

BIOSSEGURANÇA é o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou


eliminação de riscos inerentes ás atividades de pesquisa, produção, ensino,
desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços; riscos que podem comprometer a
saúde do homem e dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos
desenvolvidos. (Comissão de Biossegurança da Fundação Oswaldo Cruz – 1998).

É imprescindível que cada serviço de saúde crie o seu Manual de Biossegurança, adquira
os EPIs (equipamentos de proteção individual) e promova o treinamento dos trabalhadores,
ensinando as técnicas adequadas e o uso apropriado dos equipamentos. A proteção
ambiental à exposição de materiais infectados é realizada pela combinação da prática
operacional e do projeto das instalações da área física do estabelecimento.

II – Principais Vias de Infecção

- Inalação:
Provocada pela formação de aerossóis.
- Ingestão:
Provocada devido à pipetagem da amostra com a boca e não lavar as mãos.
- Inoculação direta:
Provocada por um acidente com pérfuro-cortantes.
- Contato com membrana mucosa:
Contaminação com certos organismos através da mucosa oral, ocular, etc.
- Vetores:
Provocada pela transmissão dos agentes por diferentes insetos.

III – Níveis de Segurança no Laboratório

Existem 04 níveis de segurança classificados segundo a atividade e o micro-organismo de


maior risco envolvido no laboratório:

- Nível 1:
Baixo risco para os técnicos de laboratório e para o meio ambiente.

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Não exige equipamentos especiais de proteção.

- Nível 2:
Risco moderado para os técnicos de laboratório e para o meio ambiente.
Está associado a agentes causadores de doenças infecciosas.
Uso obrigatório de equipamentos de proteção individual e cabine de segurança biológica.

- Nível 3:
Risco infeccioso elevado.
Uso obrigatório de equipamentos de proteção individual e cabine de segurança biológica.
Acesso controlado ao laboratório e sistema de ventilação especial.

- Nível 4:
Nível máximo de segurança.
Aplicável ao manuseio de agentes infecciosos que possuem alto risco de infecção
individual de transmissão pelo ar.
Sistema especial de descarte de resíduo e acesso restrito a pessoas autorizadas.

OBS.: Toda superfície, tanto de trabalho como de recipiente, pode ter sido contaminado
inadvertidamente.

IV – Processos que visam à redução ou eliminação dos microorganismos:

Desinfecção e esterilização constituem os meios principais de se evitar infecções no


laboratório, bem como a contaminação do material de um paciente com o de outro ou com
micro-organismos que estão sendo manipulados no laboratório. Antes da aplicação desses
processos, faz-se necessário a organização e limpeza de toda área física do laboratório bem
como o correto recolhimento do lixo gerado.

- Esterilização:
Processo que destrói qualquer tipo de micro-organismo. Geralmente obtidos por processos
físicos como pela ação da chama do Bico Bunsen, pelos raios gama, pela autoclavação,
dentre outros.

- Desinfecção:
Processo que elimina o risco de contaminação por destruir ou inativar irreversivelmente os
micro-organismos, mas não necessariamente esporos. É obtida por processos químicos (por
exemplo: álcool 70% e hipoclorito de Sódio a 2%).

- Antissepsia:
Processo de eliminação de micro-organismos que utiliza germicida químico que pode ser
usado sobre a pele ou tecido.

- Descontaminação:
Procedimento que reduz ou elimina a contaminação microbiana de maneira a assegurar
menor risco de transmissão de infecção.

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V – Práticas de Biossegurança

- Toda amostra biológica deve ser considerada potencialmente infectante.


- Toda manipulação de material biológico deve ser realizada com o uso de luvas, óculos de
proteção, avental de mangas longas e máscara.
- Não pipetar nenhum tipo de solução ou material com a boca.
- Não reencapar agulhas e descartar material pérfuro-cortante em recipiente apropriado.
- Material contaminado deve ser descontaminado antes do descarte.
- Limpar e desinfetar todas as superfícies de trabalho após respingos e ao início e final de
cada jornada de trabalho.
- Lavar as mãos sempre.

VII – Orientação para descontaminação em caso de acidente

- Usar luvas e avental de manga longa.


- Colocar sobre o material biológico contaminado papel absorvente (papel toalha).
- Saturar o papel toalha com solução de Hipoclorito de Sódio a 2% e aguardar 15 minutos.
- Recolher o papel e descarta-lo em caixa apropriada ou saco autoclavável.
- Fazer nova descontaminação na área com Hipoclorito de Sódio a 2%.
-Todo material utilizado na limpeza deverá ser descartado no lixo hospitalar de forma
apropriada.

- Preparo da solução de Hipoclorito de Sódio a 2%:


Medir 200 ml solução concentrada (10%) e completar o volume para 1000 ml com água.

- Preparo do álcool a 77% v/v (álcool 70%):


Medir, em proveta, 786 ml de álcool a 98% e completar o volume para 1000 ml com água
deionizada.
ou

Medir, em proveta, 802 ml de álcool a 96% e completar o volume para 1000 ml com água
deionizada.
ou

Medir, em proveta, 836 ml de álcool a 92% e completar o volume para 1000 ml com
água deionizada.

VIII– Condutas Gerais de Descontaminação:

Vidrarias: imersão em hipoclorito de sódio a 1% em recipiente apropriado;


drenar e descartar o hipoclorito na rede de esgoto; encaminhar para autoclavação.

Placas de vidro e tubos (cultura, coágulo, sangue total e soro) : acondicionar em


recipiente apropriado e encaminhar para autoclavação.

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Pipetas de volumes fixos ou ajustáveis: desinfecção de todas as superfícies com álcool
etílico 70% p/p.

Termômetros: imersão em álcool etílico 70% p/p por,pelo menos, 30 minuto


Pinças e utensílios metálicos: desinfecção com gaze e álcool 70% p/p
Refrigeradores: desinfetar, antes de lavagem, com solução de
Hipoclorito de sódio a 1%.

Bancadas: desinfetar com hipoclorito de sódio a 1% ou álcool 70% p/p,


antes e depois da realização da rotina de trabalho.

Cabines de segurança biológica: desinfetar com álcool 70% p/p.


Obs: Vidrarias de medição calibradas não devem ser autoclavadas.
Materiais a serem descontaminados devem ser autoclavados, no mínimo por 45 min em
temperatura de 121° C.

DURAÇÃO DO POTENCIAL INFECTANTE:

VIRUS PÓLIO 20 A 170 DIAS


BAAR 150 A 180 DIAS
OVOS ASCARIS APROX. 07 ANOS
LARVAS VERMES 25 A 40 DIAS
LEPTOSPIRA 15 A 43 DIAS
SALMONELLA 29 A 70 DIAS
ENTAMOEBA HISTOLYTICA 08 A 12 DIAS

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