Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Pediatria 05
Pediatria 05
UniFG - Medicina
A primeira linha de defesa é constituída por uma barreira física através da pele e mucosas.
As células epiteliais compõem essa barreira e produzem substâncias antimicrobianas. Uma vez
que um patógeno atravessa essa “barreira” os componentes da resposta imune inata e
adaptativa entram em ação para conter essa possível infecção.
Constitui a primeira linha de defesa do organismo, sendo formado por sistema genéricos ou
não direcionados a um patógeno específico. Sua composição como foi dita acima é através
das barreiras mecânicas (pele e mucosas), barreiras fisiológicas (secreções das glândulas
sudoríparas e sebáceas, ação de muco nas mucosas e atuação de cílios, principalmente, no
trato respiratório), flora microbiota (impede a colonização maciça por germes patogênicos),
fatores séricos e teciduais (imunoglobulinas secretórias IgA, lizoenzima, citocinas e sistema
complemento).
A ação desse tipo de resposta inespecífica é realizada através das células fagocíticas,
sistema complemento e pelos interferons.
Os linfócitos T são células de defesa que são maturadas no timo e exercem uma importante
função imunológica. Esse tipo de célula exerce o que denominamos de uma resposta imune
celular a qual é fundamental para eliminação de infecções intracelulares e células aberrante,
além de participar do processo de destruição de células alogênicas (doença do enxerto
versus hospedeiro). As células T apresentam em sua superfície receptores para o
reconhecimento de antígenos peptídicos ligados aos complexos de histocompatibilidade
(MHC) na superfície das células APC.
Matheus dos Santos Correia 3
UniFG - Medicina
O contato desses receptores com os antígenos apresentados pelas células APC permite
que os linfócitos T “escaneiam” a informação a realize a ativação dessa resposta imune que
resulta no aparecimento de várias subpopulações celulares: linfócitos T auxiliares, linfócitos T
supressores, linfócitos T citotóxicos (apresentam a capacidade de lisar a célula que exibe em
sua superfície um produto antigênico), linfócitos T responsáveis pela reação de
hipersensibilidade tardia, T Killers (apresenta a capacidade de lisar as células infectadas
quando estas estão recobertas por imunoglobulinas, esse linfócito apresenta receptores Fc
dos anticorpos da classe IgG em sua superfície, por isso, consegue interagir com essa
imunoglobulina) e linfócitos T de memória (asseguram a preservação da memória, podendo
reativar a cascata mediante a um novo contato).
Imunização passiva
A imunização passiva é uma alternativa a fim de garantir a imunidade de um indivíduo
através da administração diretamente de anticorpos já formados, por isso, esse tipo de
proteção é classificado com transitória contra determinado agente. A origem desses
anticorpos podem ser heteróloga ou homóloga. A primeira consiste na obtenção de
anticorpos através de animais previamente vacinados, por exemplo os equinos na obtenção
de soros. A segunda origem pode ser obtida através do plasma de seres humanos. Sobre essa
Matheus dos Santos Correia 5
UniFG - Medicina
última cabe destacar que a imunoglobulina obtida através de humanos é menor reatogênica
que aquelas derivadas de animais. Os soros, obtidos através de animais como equinos,
podem desenvolver uma resposta imune no hospedeiro contra os anticorpos exógenos, sendo
eles reconhecidos como proteínas estranhas. Dessa forma, reações alérgicas (anafilaxia) ou
reação de hipersensibilidade, com depósito de complexos imunes.
Imunização ativa
toxoide (toxina inativada) que vise prevenção de uma doença. A vacinação apresenta um
importante impacto na redução da morbimortalidade para várias doenças infecciosas,
podendo inclusive contribuir para erradicação de algumas doenças, como, por exemplo, a
varíola e o sarampo no Brasil. Ressaltar o impacto negativo das campanhas anti-vacinas no
Brasil, apresentando um paradigma em que até que ponto uma decisão individual pode
sobrepor os interesses coletivos.
A resposta contra uma vacina pode ser dividida entre primária (inespecífica) ou secundária
(específica). A primária nada mais é do que o primeiro contato entre o antígeno e o
organismo hospedeiro que visa induzir uma imunidade. Nesse sentido, ainda não é possível
observar uma memória imunológica. Uma vez que esse primeiro contato acontece é comum
um intervalo de tempo entre a inoculação do antígeno e a produção de anticorpos contra o
mesmo. Dessa maneira, esse período é definido como período de latência que apresenta
uma duração de média entre 7 a 10 dias. Após esse período, podemos identificar uma fase
que definimos como período de crescimento (após 28 dias da inoculação do antígeno) o
qual se caracteriza pela acentuada produção de anticorpos, sobretudo, um importante prico
de IgM. Após esse pico, podemos observar uma
fase de declínio em que a concentração das
imunoglobulinas pode ficar menores, mais ainda
com a capacidade de imunidade (vacinas que
não necessitam de reforço), ou, valores
indetectáveis que não conferem uma proteção
(vacinas que necessitam de reforço). Após o
primeiro contato, o segundo denominado de
resposta secundária é caracterizado por uma
resposta específica e intensa, sobretudo, sem o
período de latência. Nessa resposta secundária o
IgG é o anticorpo predominante.
As vacinas vivas atenuadas são obtidas através de cepas naturais (selvagens) em que os
microrganismos são atenuados em meios de cultura especiais. Nesse sentido, as vacinas desse
tipo induzem uma infecção parecida com a infecção natural do microrganismo, porém mais
branda. Sendo assim, a imunidade decorrente desse processo de vacinação é forte e intensa,
sendo que não há a necessidade de doses de reforço. São exemplos desse tipo de vacina a
BCG, sarampo, rubéola, caxumba, febre amarela, poliomielite oral, rotavírus e varicela.
Exceções dessa regra são a poliomielite oral e a tríplice viral. A primeira induz imunidade
através de uma interação entra a mucosa do trato gastrointestinal do hospedeiro com o
antígeno. Sabemos que existem três tipos de vírus para uma dose de VOP, desse modo, sua
repetição visa induzir a imunidade contra essas variantes. Por outro lado, a tríplice viral visa
Matheus dos Santos Correia 7
UniFG - Medicina
reduzir as falhas na indução da imunidade contra os três tipos de vírus presente na mesma
dose.
Por outro lado, as vacinas não vivas ou inativadas apresentam diversos modos: (1)
microrganismos inteiros inativas através de técnicas físico-químicas pela passagem pelo
formaldeído – vacina celular contra coqueluche e vacina inativada contra poliomielite; (2)
toxinas inativas, por exemplo, toxoides tetânico e diftérico; (3) fragmentos ou subunidades do
agente, por exemplo, vacina contra influenza; (4) vacinas obtidas por engenharia genética
em que um gene responsável pela síntese de um antígeno é inserido em um vetor,
normalmente, um vírus, induz a síntese de grandes quantidades de antígeno proteico nas
células do hospedeiro e, assim, induzem uma resposta imunológica – vacina contra hepatite
B; (5) vacinas obtidas através de polissacarídeos induzem uma fraca resposta imunológica –
vacina antipneumocócica 23-valente; (6) vacinas glicoconjugadas que são a união entre
polissacarídeos com proteínas na tentativa de induzir uma resposta imunológica mais
adequada e duradoura.
Matheus dos Santos Correia 8
UniFG - Medicina
As vacinas combinadas são aquelas em que em um mesmo frasco há vários tipos, por
exemplo, a tríplice viral e a tetra (tríplice + anti-hemófilos). Sobre isso cabe ressaltar que em
um mesmo frasco nunca se combina uma vacina atenuada com uma vacina não viva.
Após o conhecimento dos variados tipos de vacinas podemos entender que algumas
podem ser administradas simultaneamente (no mesmo dia), enquanto outras dependem de
um intervalo mínimo para que não haja interferência na indução da resposta imunológica.
Como regra geral, as vacinas inativadas podem ser aplicadas simultaneamente ou em dias
consecutivos sem que haja nenhum prejuízo para indução da imunidade protetora. Por outro
lado, as vacinas atenuadas apresenta uma regra totalmente diferente, sendo que,
normalmente, esse intervalo é de 30 dias entre uma vacina e outra. Esse intervalo é
importante para que não haja interferência na indução de imunidade.
Vias de administração
a) Administração por via oral: essa via é utilizada pelas vacinas da poliomielite tipo Sabin
(VOP), febre tifoide, cólera oral e contra rotavírus.
b) Administração por via intramuscular: os locais utilizados são o vasto lateral da coxa e o
músculo deltoide. Há contraindicação na utilização da via da região glútea. Essa via
deve ser evitada pela presença de distúrbios hemorrágicos herdados ou adquiridos em
seu uso. Vacinas como a hepatite B não devem ser administradas nessa via. As vacinas
que são elaboradas para serem administradas pela via intramuscular apresentam em
sua composição alumínio o qual é um importante composto responsável pela liberação
de antígenos de forma lenta o que intensifica a resposta imune. As vacinas que utilizam
essa via são da DTP, DT, dT e hepatite B.
c) Administração por via subcutânea: essa via é utilizada por vírus vivos atenuados (não
necessitam do alumínio. As vacinas que são administradas por essa via são da tríplice
viral, febre amarela e varicela.
d) Administração intradérmica: a vacina que utiliza essa via é a BCG (cepas atenuadas).
Matheus dos Santos Correia 9
UniFG - Medicina
AO NASCER
VACINA BCG
O Ministério da Saúde/PNI 2017 indica a vacinação por BCG para todas as crianças abaixo
de 5 anos (4 anos, 11 meses e 29 dias). A vacina não previne o adoecimento em indivíduos já
infectado, por isso, é interessante que sua aplicação seja após o nascimento,
preferencialmente ainda na maternidade. A BCG não foi capaz de diminuir a incidência da
doença em geral, mas apresentou importante resultado contra a disseminação
hematogênica do bacilo, reduzindo significativamente a incidência das formas graves como
menigoencefalite e tuberculose miliar.
A vacina da BCG deve ser conservada à temperatura de 2-8°C, devendo ser protegida da
luz solar direta. Sua administração pode ser feita pela dose de 0,1 mL ou 0,05 mL, a depender
do laboratório, sendo realizada por via intradérmica na inserção do deltoide.
CONTRAINDICAÇÕES:
As contraindicações relativas são àquelas que deverá ser adiada até a resolução da
situação, sendo elas: (1) recém-nascido com peso menor que 2 Kg; (2) afecções
dermatológicas extensas no local de aplicação; (3) uso de imunodepressores como doses
altas de corticosteroides, quimioterapia, radioterapia, sendo a vacinação adiada até três
meses; (4) presença de neoplasias malignas; (5) RN de mães bacilíferas.
Sobre os efeitos adversos após a administração dessa vacina, a família deve ser orientada
para lavar o local apenas com água e sabão e avaliar a evolução desses achados. Na
primeira a segunda semana é possível observar uma mácula avermelhada a qual evolui para
uma pústula na terceira e quarta semana. Após isso evolui para uma úlcera e logo em
Matheus dos Santos Correia 10
UniFG - Medicina
seguinte para uma cicatriz entre a quarta e décima segunda semana. É importante que não
se deve cobrir a úlcera ou colocar qualquer tio de medicamento.
REAÇÕES LOCAIS
Formação de abscessos subcutâneos frios e quente. O primeiro deve ser tratado com
isoniazida 10 mg/kg/dia (máximo de 400 mg) até a regressão da lesão, enquanto os
abscessos quentes é indicado o uso de antimicrobianos apropriados para germes de
pele.
Presença de úlceras grande (>1 cm) a conduta é notificar e acompanhar. Na ausência
de cicatrização pode usar isoniazida 10 mg/kg/dia (máximo 400 mg) até a completa
regressão.
Linfonodos grande (>3 cm) tratar com isoniazida na dose 10 mg/kg/dia (máximo de 400
mg). Contraindicado a punção do gânglio.
REAÇÕES SISTÊMICAS
VACINA DA HEPATITE B
INDICAÇÕES
ADMINISTRAÇÃO
REAÇÕES ADVERSAS
Os eventos adversos são raros e resumem-se a reações locais, febre, mal-estar leve
ocorrendo nas primeiras 48 horas após a aplicação.
CONTRAINDICAÇÕES
Esse tipo de vacina deve ser contraindicado em situações em que houveram reação
anafilática após a administração de uma dose ou na presença de púrpura trombocitopênica
imunilógica após a aplicação.
IMUNUGLOBULINA
2 MESES 4 MESES
VACINA DA POLIOMIELITE
- VIP
A vacina inativada é muito segura e eficaz, sendo importante destacar que ela não causa
poliomielite vacinal. Sua utilização não é de larga escala, devido ela ser injetável e não
impedir a circulação do vírus selvagem por via intestinal, não protegendo assim os
comunicantes. Essa vacina se apresenta na forma trivalente contendo os três principais
sorotipos dos vírus, sendo cultivadas em meio celular e inativadas pelo formaldeído.
A vacina é indicada para as crianças de 2 meses até os 5 anos. O esquema proposto pelo
Ministério da Saúde é de 2, 4 e 6 meses, sendo as demais doses, os reforços, completados
através da VOP. Em indivíduos imunocompetetes a VIP apresenta uma eficácia de 95% após
a 1ª dose, com o desenvolvimento de altos títulos de anticorpos e também é possível observar
uma discreta imunidade de mucosa (em menor proporção em relação a VOP). Por outro
lado, pacientes que apresenta imunodeficiência grave sua eficácia é reduzida.
EM PESSOAS QUE APRESENTAM RISCO PARA HEMORRAGIA DEVE SER ADMINISTRADO POR VIA
SUBCUTÂNEA.
EFEITOS ADVERSOS
Os efeitos adversos desse tipo de vacina são pouco importantes, sendo eles locais
(hiperemia) e sistêmicos (febre).
CONTRAINDICAÇÕES
PENTAVALENTE
- DTP CELULAR
A vacina DTP é a associação de difteria, tétano e coqueluche, sendo essa vacina aplicada
através da famosa pentavalente. Essa vacina é composta por toxoides purificados de difteria
e tétano, bem como a presença da bactéria inativa Bordetella pertussis – responsável pelo
acometimento da coqueluche. Essa vacina leva também um adjuvante alumínio em sua
composição. Essa vacina deve ser conservada a uma temperatura entre 2 a 8°C e nunca
poderá ser congelada. Ela também é indicada para todas as crianças a partir de 2 meses até
os 7 anos de idade.
O esquema de vacinação é a partir dos 2 meses de idade com a aplicação de 3 doses (2,
4 e 6 meses de vida) com intervalo de 60 dias com o mínimo de 30 dias. Cabe destacar que
esse esquema de 3 doses é fundamental para induzir a imunidade do indivíduo, sendo assim,
pessoas que apresentam calendário vacinal incompleto deverão ser submetidas a esse
esquema de 3 doses. Após a aplicação das três doses, segue com 2 reforços um de
preferência nos 15 meses e outro aos 4 anos. Um indivíduo com mais de 7 anos deverá ter
reforços com a dT com intervalo de 10 anos.
EFEITOS ADVERSOS
Os efeitos locais são eritema e induração, devido a presença do alumínio o qual induz um
efeito irritativo. Por outro lado, os efeitos sistêmicos são mais relevantes e variados.
CONTAINDICAÇÂO
As contra indicações para seu uso giram em torno da presença do componente pertussis o
qual é responsável pelas reações neurológicas, por isso, a existência de uma vacina acelular,
com a sua ausência. Os eventos adversos que não deixam sequelas são indicados o uso da
forma acelular, por outro lado, os eventos adversos que causam sequelas a vacina são
contraindicados. Sendo assim, esse tipo de vacina é contraindicado em casos de reação
anafilática à dose anterior e em presença de encefalopatia.
Matheus dos Santos Correia 14
UniFG - Medicina
- DTP ACELULAR
O esquema vacinal para esse tipo ocorre da mesma forma para a forma celular, uma dose
de 0,5 mL de aplicação intramuscular profunda com 3 doses com intervalo de 60 dias ou no
mínimo 30 dias.
EFEITOS ADVERSOS
CONTAINDICAÇÂO
Essa vacina pode ser infantil (DT) ou adulta (dT), o que muda entre elas é a redução da
quantidade do componente diftérico na vacina adulta. Ambas devem ser mantidas a uma
temperatura entre 2 a 8°C e nunca congeladas.
Ambas são classificadas como vacinas de reforço, sendo a infantil aplicada nos 15 meses e
nos 4 anos de idade, enquanto a adulta deve ser aplicada a cada 10 anos.
HEMOFILOS
REAÇÕES ADVERSAS
Esse tipo de vacina não apresenta efeitos adversos relevantes, apenas dor local e eritema,
e as vezes, há o aparecimento de febre, irritabilidade e sonolência.
CONTRAINDICAÇÕES
ROTAVÍRUS
A vacina é destinada para crianças menores de 6 meses de idade para proteger de forma
antecipada contra esse tipo de vírus. A vacina contém apenas um sorotipo do vírus,
necessitando de ser mantida entre 2 a 8°C não podendo sofrer congelamento. Sua eficácia
foi identificada após a aplicação de duas doses.
Matheus dos Santos Correia 17
UniFG - Medicina
A vacina oral é indicada para menores de um ano, a primeira dose é administra aos 2
meses e a segunda dose aos 4 meses.
PNEUMOCOCO
O esquema proposto para a Pn10 são duas doses – 2, 4 e um reforço aos 12 meses de
idade. Crianças com 1 anos até 4 anos nuca vacinadas deverão ser administradas apenas
uma dose. Por outro lado, a Pn23 (induz uma resposta T independente de curta duração com
ausência de memória imunológica) é recomendada para indígenas e idosos com mais de 60
anos acamados ou que vivem em instituições fechadas.
3 MESES
MENINGOCOCO
O PNI define como esquema dessa vacina duas doses da MnC conjugada: 3 e 5 meses com
reforço aos 12 meses (podendo ser feito até os 4 anos). Crianças de 1 ano aos 4 anos de
idade que nunca receberam uma dose, deverão receber apenas uma dose única.
4 MESES
MENINGOCÓCICA C
6 MESES
PENTAVALENTE + VIP
9 MESES
FEBRE AMARELA
A vacina contra febre amarela é constituída por vírus atenuados, sendo eles cultivados em
ovos embrionados de galinha pela Fundação Oswaldo Cruz. A conservação dessa vacina
deve ser feita a temperatura entre 2 e 8°C. A vacina é muito imunogênica, bem tolerada e
raramente associada com eventos adversos graves.
De acordo com o Ministério da Saúde a vacina da FA deve ser indicada a partir dos 9
meses de idade e um reforço aos 4 anos. Crianças com 5 anos que já receberam uma dose
deverão receber apenas um reforço, enquanto pessoas com 60 anos deverão receber a
vacina apenas após prescrição médica, pelo risco de desenvolver efeitos adversos em
consideração da presença de comorbidades. A aplicação deve ser feita na região do
deltoide por via subcutânea.
EFEITOS ADVERSOS
Os efeitos adversos locais é apenas a dor. Enquanto os efeitos sistêmicos são febre,
mialgias, cefaleia e presença de reação de hipersensibilidade.
CONTRAINDICAÇÕES
12 MESES
Essa vacina é composta por vírus atenuados, sendo pouco reatogência, mas com uma
boa eficácia. Os vírus do sarampo e caxumba são cultivados em células de embrião de
galinha, enquanto o vírus da rubéola é cultivado em células diploides humanas. Essa
diferenciação é importante, pois é bastante comum a presença de casos que relatem a
Matheus dos Santos Correia 19
UniFG - Medicina
O esquema vacinal proposto para essa vacina são duas doses uma aplicada aos 12 meses
e a segunda aos 15 meses. A primeira normalmente deve ser a tríplice viral, enquanto a
segunda a tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela). A tetra pode ser administrada
até a idade de 2 anos, após isso a segunda dose deve ser feita com a tríplice viral.
A vacina tríplice viral é disponibilizada para indivíduos de até 29 anos. Sendo assim,
indivíduos de 2 a 29 ano que nunca foram vacinados, deverão receber 2 doses de tríplice
viral. Por outro lado, indivíduos de 30 a 59 anos deverão receber 1 dose.
EFEITOS ADVERSOS
Os efeitos adversos locais são pouco frequentes, podendo haver a presença de edema,
hiperemia e limitação dos movimentos. Quanto aos efeitos sistêmicos podemos observar a
febre, cefaleia, irritabilidade, elevação da temperatura, sintomas catarrais e conjuntivite,
exantema, linfadenopatia, meningite, artrite, reações de hipersensibilidade e encefalite.
CONTRAINDICAÇÕES
15 MESES
DTP
VARICELA
O Ministério da Saúde indica a sua utilização através da forma tetra viral (SRC + caxumba)
aos 15 meses de vida, podendo ser utilizada até aos 4 anos de idade. A vacina pode ser
aplicada a partir dos 12 meses até aos 12 anos por via subcutânea em dose única aos 15
meses.
Os efeitos locais são dor, hiperestesia ou rubor, bem como erupção semelhante à varicela.
Os efeitos sistêmicos são febre, exantema variceliforme e, mais raros, encefalite.
VACINA HEPATITE A
VACINA DA POLIOMIELITE
- VOP
A VOP é composta por dois sorotipos de vírus atenuados (1 e 3), bem como a presença de
substâncias como cloreto de sacarose, neomicina, estreptomicina, canamicina ou polimixina.
Uma vez administrada o agente interage com a mucosa intestinal induzindo uma imunidade
local (mucosa) e sistêmica (humoral). Ocorre assim a competição do víruso vacinal com o
selvagem no meio ambiente, podendo ser empregado no controle de epidemias –
imunização coletiva.
Sua utilização pode apresentar risco maior em pessoas imunossupimidas ou que fazem uso
drogas imunossupressoras. Desse modo, ela pode causar o que denominamos de poliomielite
vacinal – paralisia aguda flácida.
INDICAÇÕES
A VOP é indicada para crianças de 15 meses e 4 anos (reforço), bem como anualmente
nas campanhas nacionais de vacinação. A dose contém duas gostas, sendo ela
administrada por via oral, atendando- se que em casos de regurgitação não devemos refazer
a dose. A eficácia dessa vacina varia de 90-95%, a vacina.
Matheus dos Santos Correia 21
UniFG - Medicina
EFEITOS ADVERSOS
CONTRAINDICAÇÕES
4 ANOS
ANUAL
INFLUENZA
A vacina é composta por três sorotipos inativados obtidos por cultura em ovos embrionados
de galinha. Ela pode também ser feita através de vírus fracionados ou em subunidades. Além
disso, em sua composição há a presença de antibióticos.
A vacinação deve ser feita para (1) todas as crianças de 6 meses a 5 anos, (2) gestantes,
(3) puérperas, (4) profissionais de saúde, (5) índios, (6) idosos a partir de 60 anos, (7) pessoas
privadas de liberdade e (8) portadores de doenças crônicas.
ADOLESCENTES
HPV
A vacina do HPV é quadrivalente, apresenta 4 tipos de vírus – 6, 11, 16 e 18. Essa vacina
utiliza a tecnologia recombinante em leveduras, sendo purificada e adsorvida em adjuvante
de sulfato de alumínio. Essa vacina apresenta uma eficácia de 99% na prevenção de
neoplasia cervical.
O PNI determina como esquema vacinal a vacina quadrivalente para meninos e meninas.
Matheus dos Santos Correia 23
UniFG - Medicina
É um sistema amplo, que inclui uma estrutura técnico-administrativa orientada pelo PNI, por
meio da normatização, planejamento, avaliação e financiamento que visa à manutenção
adequada da Cadeia de Frio. Já a cadeia de frio é o processo logístico da Rede de Frio para
conservação dos imunobiológicos, desde o laboratório produtor até o usuário.
1. Instância Nacional
É representada pela Coordenação-Geral do PNI, unidade gestora, estrutura é cinco
administrativa da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde (MS),
sendo responsável pelas seguintes atividades de imunização desenvolvidas pelas equipes
técnicas especializadas:
Apoio à gestão;
Gestão de insumos;
Gestão de incorporação técnica,científica e de normatização;
Apoio administrativo;
Sistema de informações.
Matheus dos Santos Correia 25
UniFG - Medicina
2. Instância Estadual
3. Instância Regional7
A Instância Regional incorpora as Centrais Regionais de Rede de Frio (CRRFs) que estão
subordinadas às secretarias estaduais de Saúde ocupando posição estratégica para
distribuição.
4. Instância Municipal
Nesta Instância encontra-se a Central Municipal de Rede de Frio (CMRF), incluída na
estrutura organizacional da Secretaria Municipal de Saúde. Tem como atribuições o
planejamento integrado e o armazenamento de imunobiológicos recebidos da Instância
Estadual/Regional para utilização na sala de vacinação.
5. Instância Local
É a instância destinada às atividades operacionais de vacinação, está em contato
direto com o usuário final desta cadeia.
Sala de Vacinação
Representa a instância final da Rede de Frio, sendo responsável exclusivamente pelos
procedimentos de vacinação de rotina, campanhas, bloqueios e intensificações. Essas salas
localizam-se em unidades da Rede de Atenção Básica de Saúde e hospitais que ocupam
posição estratégica em relação à rede de frio. Para a realização de sua atividade, é
fundamental o armazenamento dos imunobiológicos aplicáveis em suas rotinas em
equipamentos para refrigeração apropriados e dentro de condições ideais.
É recomendando a utilização de freezers, além de climatização da sala de vacinação
para minimizar os riscos indesejados de alterações de temperatura dos imunobiológicos.
- Quadro clínico
Uma vez no epitélio respiratório o víruso causa necrose celular, vasculite de pequenos
vasos, infiltrados linfocíticos e formação das células gigantes. O vírus do sarampo infecta os
linfócitos T CD4+ podendo levar a uma imunodepressão da resposta Th1.
Matheus dos Santos Correia 27
UniFG - Medicina
1. Período de infecção (7 dias): fase prodrômica com febre, tosse produtiva, coriza,
conjuntivite e fotofobia. Há o desenvolvimento de exantema caracterizado por lesões
puntiformes, esbranquiçadas com halo avermelhado na mucosa jugal dos pré-molares.
Essas lesões são chamadas de manchas de Koplik. Entre o segundo e quarto dia
começa a fase exantemática com exantema maculopapular avermelhado que inicia
na região retroauricular com disseminação para a região frontal seguindo a linha de
implantação capilar, atrás das orelhas e pescoço, disseminando-se para o dorso,
extremidades, palmas e solas. Nesse período podemos observar as fácies sarampenta
caracterizada por hiperemia conjuntival, lacrimejamento, coriza mucopurulenta e rash
facial.
2. Período de remissão (após o 7° dia): os sintomas constitucionais tendem a se reduzir, o
exantema se resolve em sete dias, tornando-se acastanhado e com uma fina
descamação. A tosse é o último sintoma a desaparecer, após dez dias. Em vários casos
é possível observar a linfadenomegalia cervical e occipital.
3. Período toxêmico: marcado por queda da resistência imunológica do hospedeiro e
surgimento de complicações, por exemplo, superinfecções bacterianas e virais,
presentes, sobretudo em crianças menores de 1-2 anos e com presença de
desnutrição.
Como o vírus causa necrose do epitélio de toda a árvore traqueobrônquica são comuns
casos de laringite, traqueíte, bronquite e pneumonia viral. A extensão dessas lesões para a
mucosa intestinal pode levar à diarreia, especialmente, em crianças desnutridas por intesa
perda proteica.
Rubéola
- Quadro clínico
Eritema infeccioso
O eritema infeccioso é causado por o parvovírus B19 que é um vírus de DNA. Há vários tipos
de vírus, mas apenas o B19 é capaz de infectar o homem. Sua transmissão se dá através de
gotículas de secreção respiratória, via transplacentária ou sanguínea. Esse vírus ataca os
percursores eritroides na medula óssea, devido a presença de um receptor para os antígenos
virais P presente na superfície dessas células.
- Quadro clínico
outro lado, o exantema e a artrite parecem ser fenômenos pós-infeciosos mediados por
imunologicamente. Dessa forma, os pródomos dessa doença é febre baixa, cefaleia, rinorreia
e obstrução nasal. A diferenciação desse tipo das demais doenças é a evolução em
estágios.
Exantema súbito
O exantema súbito é causado pelo Herpesvírus Humano (HHV) do tio 6 e 7 causam esse
tipo de doença. Esse vírus de DNA apresenta a capacidade de permanecer em estado
latente no organismo aos a primo-infecção. O HHV 6 é mais frequente que o 7, eles são
excretados pela saliva de adultos saudáveis portadores e são transmitidos às crianças
pequenas através de pequenas gotículas de secreção. O vírus penetra entra a mucosa nasal,
oral ou conjuntival. Uma vez dentro do hospedeiro ele ataca as moléculas CD dos linfócitos T.
O mecanismo de agressão induz a supressão de todas as linhagens hematopoiéticas da
medula óssea.
- Quadro clínico
O exantema subido é uma doença que acomete lactentes com uma clínica básica com
sintomas típicos de infecção de vias aéreas superiores, rinorreia, hiperemia conjuntival e dor
de garganta. Uma linfadenomegalia cervical e occipital discreta pode aparecer. A febre se
instala de forma alta, podendo acontecer crises convulsivas febris em até 10% das crianças.
Em alguns casos é possível identificar úlceras no palato mole e úvula chamadas de manchas
de Nagayama.
Matheus dos Santos Correia 30
UniFG - Medicina
A convulsão febril pode ocorrer com certa frequência o que diante de uma criança com
febre alta e irritabilidade pode levar à hipótese de meningite.
Síndrome mão-pé-boca
- Quadro clínico
pelas lesões aftosas na cavidade oral que algumas vezes resultam em dificuldade de engolir
a própria saliva.
Escarlatina
- Quadro clínico
A doença tem início agudo com febre alta (39º a 40ºC), calafrios, vômitos, cefaleia,
prostração, amigdalite e dor abdominal. O exantema surge após 24 a 48 horas, com aspecto
eritematoso e micropapular, dando à pele uma textura áspera semelhante à “lixa”. O rash se
inicia no tórax e se dissemina para pescoço e membros, poupando palmas e plantas.
Varicela Zóster
A varicela nada mais é do que a catapora. Essa doença tem um curso benigno e
autolimitado na infância. Embora seja uma doença imunoprevinível, continua sendo bastante
comum em nosso meio, uma vez que a vacina foi introduzida no Calendário Básico da
Criança apenas em 2013. A doença é causada pelo Vírus Varicela Zoster e o ser humano é o
único reservatório do agente.
O vírus latente pode sofrer reativação, se replicar nos gânglios e fazer o caminho de volta
pelos nervos até a área da pele correspondente, levando ao surgimento faz lesões do quadro
de herpes-zóster. É isso que explica a distribuição típica do exantema. O surgimento das
novas lesões na pele também é autolimitado e a formação das crostas ocorre em até duas
semanas.
- Quadro clínico
Uma coisa interessante de se observar, é que ao mesmo tempo em que algumas vesículas
já se tornaram crostas, há novas vesículas surgindo. Por esse motivo, em uma mesma região
do corpo, podemos encontrar lesões em vários estágios evolutivos, que dá origem ao
polimorfismo regional. Essas lesões também se espalham nas mucosas, atingindo orofaringe,
mucosa vaginal e conjuntiva. As primeiras lesões em geral surgem no couro cabeludo, na
face e no tronco.
Matheus dos Santos Correia 34
UniFG - Medicina
O exantema tem uma distribuição centrípeta, ou seja, é mais evidente no centro do corpo.
O surgimento de novas lesões dura em média de 2 a 4 dias. No momento em que todas as
lesões tornam-se crostas e novas lesões param de surgir, sabemos que a viremia foi
interrompida. Isso é fundamental para sabermos o momento em que o indivíduo parou de
transmitir o vírus e pode retomar as suas atividades normais. Todas as crostas irão finalmente
desaparecer entre uma e duas semanas deixando áreas de hipo ou hiperpigmentação. A
formação de cicatrizes permanentes não é comum, exceto quando ocorre a infecção
secundária de uma lesão.
Dengue
A dengue é uma doença febril exantemática aguda causada por um vírus de RNA do
gênero Flavivírus, que compreende 4 sorotipos conhecidos (DENV 1, 2 , 3 e 4). A transmissão
se dá por meio de picadas de mosquitos femeas do gênero Aedes, sendo o A. aegypt o
principal vetor no Brasil. Entre 2007 e 2009 registrou-se um aumento significativo de casos
graves em crianças com a recirculação do DENV2.
A dengue na criança pode ser assintomática ou manifestar-se como síndrome febril com
sinais e sintomas inespecíficos, como apatia, recusa da alimentação e de líquidos, vômitos,
diarreia sem sinais de localização. Já os menores de 2 anos de idade, os sinais e sintomas de
dor podem manifestar-se por choro persistente, sonolência ou irritabilidade, que pode sugerir
outros quadros infecciosos febris, comuns dessa faixa etária, como o exantema súbito.