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Amelia Alfredo Raimundo

PRINCIPAIS ÁREAS DE INTERESSE DA ANTROPOLOGIA CULTURAL

Licenciatura Em Ensino Básico

Universidade Save
Massinga
2023
Amelia Alfredo Raimundo

PRINCIPAIS ÁREAS DE INTERESSE DA ANTROPOLOGIA CULTURAL

Trabalho de pesquisa a ser apresentado na


Faculdade de Educação e Psicologia, no curso de
Licenciatura em Ensino Básico, na cadeira de
Antropologia cultural de Moçambique, para
efeitos de avaliação:

Docente: Msc. Tome Maloa

Universidade Save
Massinga
2023
Sumário Pag.

Capitulo I: introdução ................................................................................................................. 4

Contextualização ........................................................................................................................ 4

1.2. Objectivos: ........................................................................................................................... 4

1.2.1. Geral: ................................................................................................................................ 4

1.2.2. Específicos: ....................................................................................................................... 4

1.1. Metodologia: .................................................................................................................... 4

Capitulo II: referencial teórico ................................................................................................... 5

2.1. Conceitos básicos ................................................................................................................ 5

2.2. Áreas de estudo da antropologia .......................................................................................... 5

2.2.1. Antropologia Física .......................................................................................................... 6

2.2.2. Antropologia Arqueologico .............................................................................................. 7

2.2.3. Antropologia Lingüística .................................................................................................. 7

2.2.4. Antropologia Cultural e Social ......................................................................................... 8

Capitulo III: Conclusão ............................................................................................................ 11

Bibliografia ............................................................................................................................... 12
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Capitulo I: introdução

Contextualização

A Antropologia é uma disciplina rica e diversificada que se desdobra em várias áreas de


estudo, cada uma oferecendo uma perspetiva única sobre a humanidade e suas complexidades.
O presente trabalho versa sobre as áreas de interesse da antropologia, essas áreas não apenas
exploram diferentes aspectos da experiência humana, mas também fornecem insights profundos
sobre a interação entre cultura, sociedade e indivíduos.
A Antropologia Cultural é uma dessas áreas, focando nas práticas culturais, crenças,
valores e identidades das diversas sociedades do mundo. Ela mergulha na vida cotidiana das
pessoas, buscando compreender as formas como elas vivem, se organizam e dão significado ao
mundo ao seu redor. A Linguística explora como as línguas são usadas para expressar ideias,
construir identidades e refletir a visão de mundo de diferentes grupos.
A Antropologia Arqueológica, nos permite compreender as mudanças culturais ao longo
do tempo e os desenvolvimentos tecnológicos que moldaram nossa história. A Física explora a
biologia humana e evolução, investigando os vestígios físicos de nossos ancestrais e a variação
genética entre populações. Cada uma dessas áreas oferece uma janela única para a riqueza da
experiência humana, juntas contribuindo para um retrato holístico e profundo da diversidade
cultural, histórica e biológica que define nossa espécie.

1.2. Objectivos:
1.2.1. Geral:
 Conhecer as principais áreas de interesse da antropologia cultural

1.2.2. Específicos:

 Identificar as áreas de interesse da antropologia cultural;


 Descrever as áreas de interesse da antropologia cultural;
 Distinguir as áreas de interesse da antropologia cultural.

1.1.Metodologia:
Para a materialização e elaboração deste trabalho recorreu-se a vários procedimentos que
combinados, permitem a harmonização e a coerência da pesquisa, desde a seleção de obras, a
recolha de informações e analise. Neste caso a Pesquisa Bibliográfica, que para Gerhardt,t. E
Silveira (2009), é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e
publicadas por meios escritos e eletrónicos, como livros, artigos científicos, páginas de Web
site.
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Capitulo II: referencial teórico

2.1. Conceitos básicos

A Antropologia é o estudo da diversidade cultural, social e biológica dos seres humanos.


Ela examina as diferentes formas de vida, sistemas de crenças, estruturas sociais e evolução
humana, buscando compreender as complexidades da experiência humana em contextos globais
e locais. Isso inclui a análise das interações entre culturas, mudanças ao longo do tempo e as
influências das dinâmicas sociais e tecnológicas modernas (Leach, 1997).

A Antropologia Cultural dedica-se ao estudo profundo da cultura, explorando como as


diferentes sociedades vivem, se organizam e se expressam através de suas práticas culturais.
Ao entender a cultura, os antropólogos buscam não apenas compreender as complexidades da
experiência humana, mas também promover o respeito e a valorização da diversidade cultural
em um mundo cada vez mais interconectado (Cunha, 2013).

Cultura – refere-se ao conjunto de padrões compartilhados de comportamento, crenças,


valores, normas, símbolos, conhecimentos e práticas que caracterizam um grupo humano
específico. É um aspecto fundamental da vida social, influenciando a maneira como as pessoas
percebem o mundo, se relacionam entre si e se comportam em diferentes situações (Laplantine,
2003).

A diversidade cultural refere-se à variedade de práticas culturais, valores, crenças,


tradições e formas de vida que existem em diferentes sociedades ao redor do mundo. Cada
grupo humano tem sua própria cultura única, resultante de sua história, geografia, interações
sociais e experiências passadas (Albuquerque, 2010).

2.2. Áreas de estudo da antropologia

Albuquerque (2010), afirma que:

Só pode ser considerada como antropológica uma abordagem integrativa que


objetive levar em consideração as múltiplas dimensões do ser humano em sociedade. O
acúmulo dos dados colhidos a partir de observações diretas, bem como o
aperfeiçoamento das técnicas de investigação, conduzem necessariamente uma
especialização do saber. Porém, uma das vocações maiores de nossa abordagem consiste
em não parcelar o homem, mas, ao contrário, em tentar relacionar campos de
investigação frequentemente separados.
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A Antropologia é um campo de estudo que ostenta uma diversificada e se desdobra em


várias áreas de estudo, cada uma oferecendo uma perspectiva única sobre a humanidade e suas
complexidades. Essas áreas não apenas exploram diferentes aspectos da experiência humana,
mas também fornecem insights profundos sobre a interação entre cultura, sociedade e
indivíduos. Para Martins (2000), as áreas principais da antropologia, que nenhum pesquisador
pode, evidentemente, dominar hoje em dia, mas às quais ele deve estar sensibilizado quando
trabalha de forma profissional em algumas dela, dado que essas áreas mantém relações estreitas
entre si.
2.2.1. Antropologia Física
Segundo Laplantine (2003), antropologia Física, também conhecida como Antropologia
Biológica, é um ramo da antropologia que se concentra no estudo das características biológicas
dos seres humanos e de seus ancestrais. Essa área de pesquisa busca entender a evolução
humana, a variação biológica entre populações, as adaptações ao ambiente, bem como os
aspectos genéticos e fisiológicos que influenciam a diversidade humana.
Os antropólogos físicos examinam esqueletos, crânios e outras evidências arqueológicas
para reconstruir a história evolutiva da espécie humana. Além disso, eles investigam
características como a altura, a forma do corpo, a distribuição de traços genéticos e a adaptação
biológica a diferentes ambientes. Os estudos de antropologia física foram amplamente
criticados em meados do século XX.
Segundo Kelisky (2014), essa área também tem um papel importante na compreensão de
questões de saúde, nutrição e doenças, bem como no estudo das migrações humanas e das
interações entre grupos em diferentes contextos culturais, a Antropologia Física contribui para
uma compreensão holística da humanidade, integrando aspectos biológicos e culturais para
proporcionar uma visão completa da diversidade e da história humana:

Essa disciplina também desempenha um papel vital na compreensão de problemas


contemporâneos de saúde. Ao investigar os padrões de doenças e suas causas genéticas, a
Antropologia Física ajuda a lançar luz sobre questões médicas e nutricionais. Além disso, ao
traçar os movimentos dos seres humanos ao longo dos séculos, os antropólogos físicos revelam
os fluxos migratórios que moldaram nosso mundo (Cuche, 1999).

Antropologia Física nos leva em uma jornada pelos labirintos da biologia humana,
revelando nossas origens evolutivas, nossas adaptações a diferentes ambientes e as complexas
conexões entre nossos genes, saúde e migrações. Combinando ciência e história, essa disciplina
lança luz sobre a riqueza da experiência humana de uma maneira única e esclarecedora (idem).
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2.2.2. Antropologia Arqueologico

Kelisky (2014), entende antropologia Arqueológica como um campo empolgante que


mergulha nas profundezas do passado humano, desvendando mistérios através do estudo de
artefatos, estruturas e vestígios deixados por civilizações antigas. Combinando a paixão pela
história e a precisão científica, os arqueólogos se transformam em detetives do tempo,
explorando camadas de solo para revelar os vestígios das vidas que um dia floresceram.

Na mesma visão o autor ressalts que ao escavar sítios arqueológicos, os pesquisadores


revelam artefatos cotidianos, como ferramentas, cerâmicas e objetos pessoais, oferecendo
vislumbres das vidas e culturas de pessoas que viveram antes de nós. Além disso, estruturas
arquitetônicas, como pirâmides, templos e cidades antigas, testemunham o engenho humano e
os valores culturais das civilizações passadas.
A análise cuidadosa de artefatos e locais permite que os arqueólogos reconstruam o modo
de vida, as crenças religiosas, a organização social e até mesmo os padrões de comércio dessas
sociedades antigas. Eles também podem traçar a evolução tecnológica, as mudanças ambientais
e as influências culturais que moldaram essas comunidades ao longo do tempo (idem).
Cuche (1999), afirma que:
Antropologia Arqueológica não apenas enriquece nossa compreensão do
passado, mas também contribui para a preservação e conservação do patrimônio cultural
global. Ao desenterrar e interpretar os vestígios das civilizações anteriores, essa
disciplina nos ajuda a conectar nossa narrativa presente com as histórias que nos
precederam, revelando as complexidades da jornada humana ao longo dos milênios.
2.2.3. Antropologia Lingüística
A Antropologia Linguística é um campo que se dedica ao estudo das línguas humanas e
sua relação com a cultura e a sociedade. Os antropólogos idéialisticos investigam como a
linguagem é usada para expressar déias, transmitir conhecimento e estabelecer interações
sociais. Ao analisar a estrutura gramatical, o vocabulário e os padrões de uso das línguas, eles
revelam as complexidades da comunicação humana (Albuquerque, 2010).
O autor refere que ao estudar idiomas diferentes, os pesquisadores revelam não apenas a
diversidade de formas de comunicação, mas também como as línguas refletem os valores, as
crenças e as práticas de diferentes grupos culturais. A análise da estrutura gramatical, do
vocabulário e dos padrões de uso lingüístico permite que os antropólogos entendam como as
palavras não apenas transmitem informações, mas também moldam a visão de mundo de uma
comunidade.
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Segundo Laplantine (2003), a Antropologia Linguística também explora o poder da


linguagem na formação de identidade. Os idiomas não são apenas ferramentas de comunicação;
eles também são marcadores de pertencimento e diferenciação. Os pesquisadores investigam
como os dialetos regionais, as línguas minoritárias e os jargões profissionais contribuem para a
construção de grupos sociais distintos:

Essa disciplina também está atenta às mudanças lingüísticas ao longo do tempo.


Através do estudo da evolução lingüística, os antropólogos traçam a história das línguas
e como elas se adaptam a novos contextos, refletindo as transformações sociais e
culturais. Em suma, a antropologia lingüística nos convida a explorar as palavras como
muito mais do que meros sons ou símbolos. Ela revela a profundidade da conexão entre
linguagem e cultura, destacando como as palavras moldam nossas percepções do mundo
e moldam nossa identidade coletiva.

2.2.4. Antropologia Cultural e Social

A Antropologia Cultural e Social é um campo interdisciplinar que explora as complexas


interações entre cultura, sociedade e indivíduos. Ela abrange tanto a Antropologia Cultural, que
se concentra nas práticas culturais e crenças das sociedades, quanto a Antropologia Social, que
investiga as estruturas sociais, relações e instituições que moldam as interações humanas
(Cuche, 1999).

Os antropólogos culturais e sociais realizam pesquisas de campo em diferentes contextos,


buscando entender como as pessoas vivem, se relacionam, criam significado e se organizam
dentro de seus grupos sociais. Eles exploram aspectos variados, como sistemas de parentesco,
rituais, economia, política, hierarquias sociais e dinâmicas de poder (Albuquerque, 2010).

Uma das características marcantes desse campo é a ênfase na imersão na cultura estudada.
Ao viver e conviver com os membros da comunidade, os pesquisadores obtêm uma visão mais
completa e contextualizada das práticas e crenças culturais. Isso permite uma compreensão mais
profunda das motivações por trás do comportamento humano e das complexas relações sociais
(idem)

Kelisky (2014), para Além de analisar o presente, a Antropologia Cultural e Social


também explora as mudanças culturais ao longo do tempo. Isso inclui o estudo de
transformações causadas por processos como globalização, migração, urbanização e avanços
tecnológicos. Essas mudanças muitas vezes desafiam tradições e criam novas formas de
identidade e interação social.
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Ao estudar a organização social de um determinado grupo de indivíduos, a antropologia


cultural busca as generalidades do comportamento humano, em especial os problemas relativos
à cultura, à sociedade e à personalidade. Os aspectos investigados incluem o casamento, o
parentesc, a família, a educação da prole, o divórcio, a religião e outros rituais (Laplantine
(2003),.

Segundo o mesmo autor a antropologia não separa o social do cultural, por conseguinte,
podemos observar que suas preocupações são próximas das ciências sociais, tanto que seu
desenvolvimento data do início século XX, a mesma época de desenvolvimento daquelas.
Alguns autores, como o caso Kholhe (1988), costumam dividi-la em duas áreas:

2.2.4.1. Etnografia

A etnografia é uma abordagem de pesquisa, faz descrição dos costumes ou de uma cultura
específica ou comunidade. O objetivo da etnografia é compreender a vida cotidiana, crenças,
práticas e interações sociais das pessoas dentro desse contexto específico. Os etnógrafos
frequentemente vivem entre os membros da comunidade, observam e participam de eventos e
atividades, conduzem entrevistas e coletam uma ampla gama de dados qualitativos (Aguiar,
2019).

A etnografia busca capturar a perspectiva interna dos participantes, revelando suas visões
de mundo e valores culturais. Ela permite aos pesquisadores desvendar nuances e
complexidades que podem não ser aparentes em abordagens mais superficiais. A escrita
etnográfica resultante geralmente toma a forma de descrições detalhadas de eventos, histórias
de vida, observações e reflexões sobre as experiências compartilhadas com os membros da
comunidade estudada (idem).

2.2.4.2. Etnografia

A etnologia é um campo dentro da antropologia que se concentra no estudo comparativo


das culturas e das sociedades humanas. Faz estudo comparativo entre duas ou mais culturas,
das semelhanças e diferenças entre as culturas e seu desenvolvimento histórico. Enquanto a
etnografia envolve a pesquisa profunda e imersiva em uma única cultura ou grupo, a etnologia
procura analisar e comparar padrões culturais, estruturas sociais, instituições e práticas entre
diferentes grupos culturais (Aguiar, 2019).
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Os etnólogos frequentemente buscam identificar semelhanças e diferenças entre várias


sociedades para entender melhor as relações humanas e as formas como diferentes culturas
enfrentam desafios similares. Através da comparação, os etnólogos podem identificar
tendências, padrões universais e particularidades culturais que ajudam a desenvolver uma
compreensão mais ampla da diversidade cultural e da natureza humana (idem).
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Capitulo III: Conclusão

Finda a realização do trabalho conclui-se que a antropologia Física nos leva em uma
jornada pelos labirintos da biologia humana, revelando nossas origens evolutivas, nossas
adaptações a diferentes ambientes e as complexas conexões entre nossos genes, saúde e
migrações. Combinando ciência e história, essa disciplina lança luz sobre a riqueza da
experiência humana de uma maneira única e esclarecedora.

Quanto a Antropologia Arqueológica é mais do que um estudo do passado, ela conecta


os fios da história humana, lançando luz sobre nossas origens, transformações e conexões com
os povos que vieram antes de nós. Ao explorar os fragmentos do passado, os arqueólogos nos
lembram da complexidade e resiliência da experiência humana, ao mesmo tempo em que nos
incentivam a preservar e aprender com o patrimônio que compartilhamos como espécie. A
Antropologia Lingüística nos convida a explorar a linguagem como uma lente para
compreender a complexidade das interações humanas, as nuances culturais e a evolução das
sociedades ao longo do tempo.

Conclui-se ainda que a antropologia cultural e social é um campo dinâmico que busca
entender as interações entre cultura e sociedade. Ao examinar as diferentes maneiras pelas quais
os seres humanos vivem e se relacionam, essa disciplina contribui para uma compreensão mais
profunda da diversidade cultural, das dinâmicas sociais e das complexas forças que moldam a
experiência humana.

Em resumo, enquanto a etnografia se concentra na pesquisa detalhada de um grupo


específico, a etnologia analisa e compara aspectos culturais e sociais entre diferentes grupos
para obter uma perspectiva mais ampla sobre a humanidade.
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Bibliografia

Aguiar, R. L. S. (2019). Antropologia sociocultural. São Paulo: Ed. UFGD.

Albuquerque, E. (2010). O que é etnocentrismo. São Paulo: Brasiliense.

Cuche, D. (1999). A noção de cultura nas ciências Sociais. Bauru: EDUSC.

Cunha, J. J. (2013). Antropologia Cultural e Social.

Kelisky (2014), A Antropologia: Definições, Especialidades e Principais Conceitos.

Leach, E. (1997). As ideias de Lévi-Strauss. São Paulo.

Leach, P. (1997). Aprender Antropologia. São Paulo: Brasiliense..

Martins, P. (2000), Uma “pré-história” da Antropologia. São Paulo.

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