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Lista de Exercícios - Modernismo
Lista de Exercícios - Modernismo
Questão 1 (UFPE/2009)
Poética
Questão 2 (Unesp/1989)
Quais desses fragmentos resumem propostas do Modernismo brasileiro.
I- "A língua sem arcaísmo, sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os
erros. Como somos."
II- "Contra o índio de tocheiro. O índio filho de Maria, afilhado de Catarina de Médicis e genro de D.
Antônio de Mariz."
III- "A pena é um pincel."
Eu limo sonetos engenhosos e frios."
IV- "Nomear um objeto significa suprimir as três quartas partes do gozo de uma poesia, que consiste no
prazer de adivinhar pouco a pouco. Sugerir, eis o sonho."
V- "A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre nos verdes da Favela, sob o azul
cabralino, são fatos estéticos."
A) I, III e IV.
B) II, III e IV.
C) I, II e III.
D) I, II e V.
E) II, IV e V.
Questão 3 (FCMSCSP)
"3 de maio
Aprendi com meu filho de dez anos
Que a poesia é a descoberta
Das coisas que eu nunca vi."
(Oswald de Andrade)
a) "Só não se inventou uma máquina de fazer versos – já havia o poeta parnasiano."
b) "... contra a morbidez romântica – pelo equilíbrio geômetro e pelo acabamento técnico."
c) "Nenhuma fórmula para a contemporânea expressão do mundo. Ver com os olhos livres."
d) "A poesia Pau-Brasil é uma sala de jantar domingueira, com passarinhos cantando na mata resumida das
gaiolas..."
e) "Temos a base dupla e presente – a floresta e a escola."
Questão 4 (UFV/1999)
O Modernismo Brasileiro eclodiu com a Semana de Arte Moderna, em 1922. Sobre o movimento SOMENTE
podemos afirmar que:
A) os artistas brasileiros queriam formalizar uma grande manifestação para consagrar os ideais clássicos,
expressos através do Parnasianismo.
B) a intelectualidade brasileira, de fato, já estava tomando rumos diversos daqueles presentes no século
XIX, porém a tendência da poesia era a de permanecer melancólica e saudosista.
C) seria um acontecimento de cunho eminentemente nacionalista, sem qualquer ligação com tendências ou
movimentos que não fossem integralmente gerados no Brasil.
D) a Semana ratificaria as premissas do direito à pesquisa estética, disseminada em tantas expressões
(literatura, música, pintura, escultura) quantas fossem as dos participantes do movimento.
E) teria como figuras de proa os nomes de Victor Brecheret, Anita Malfatti, Oswald de Andrade e Rui
Barbosa.
Questão 5 (UEL/2003)
Compare o poema narrativo de Jorge de Lima, "O grande desastre aéreo de ontem", com o quadro
Guernica, de Pablo Picasso.
"Vejo sangue no ar, vejo o piloto que levava uma flor para a noiva, abraçado com a hélice. E o
violinista, em que a morte acentuou a palidez, despenhar-se com sua cabeleira negra e seu estradivárius.
Há mãos e pernas de dançarinas arremessadas na explosão. Corpos irreconhecíveis identificados pelo
Grande Reconhecedor. Vejo sangue no ar, vejo chuva de sangue caindo nas nuvens batizadas pelo sangue
dos poetas mártires. Vejo a nadadora belíssima, no seu último salto de banhista, mais rápida porque vem
sem vida. Vejo três meninas caindo rápidas, enfunadas, como se dançassem ainda. (...) Ó amigos, o
paralítico vem com extrema rapidez, vem como uma estrela cadente, vem com as pernas do vento. Chove
sangue sobre as nuvens de Deus. E há poetas míopes que pensam que Deus é o arrebol."
O texto de Drummond
Estão corretas
A) apenas I e II.
B) apenas I, II e IV.
C) apenas II, III e IV.
D) apenas III e IV.
E) todas
Questão 7 (UFPE/2003)
"Leve é o pássaro;
e a sua sombra voante,
mais leve
...........................................
E o desejo rápido
desse antigo instante,
mais leve.
E a figura invisível
do amargo passante,
mais leve."
(Cecília Meireles)
A) I e II
B) II e IV
C) I e III
D) III e IV
E) II e III
Questão 9 (PUC-SP/2012.1)
O trecho acima é do romance Capitães da Areia, de Jorge Amado. De acordo com o texto, indique a
alternativa verdadeira.
TEXTO I
TEXTO II
"...vou deitar ao papel as reminiscências que me vierem vindo. Deste modo, viverei o que vivi."
Questão 10 (FATEC/1996)
O texto II é parte da fala do narrador no 1º capítulo de Dom Casmurro, de Machado de Assis. Comparando-
o com a fala de Paulo Honório, no último capítulo de São Bernardo (texto I), é correto afirmar que
A) ambas as personagens tentam recuperar o passado através do relato da própria vida, valendo-se, para
tanto, da narrativa em primeira pessoa.
B) a lembrança da mulher amada, presente em ambos os relatos, desencadeia as duas narrativas que,
intencionalmente, são feitas em terceira pessoa.
C) ambas as personagens, sentindo o peso da velhice, voltam-se para o passado, numa ávida tentativa de
recuperar a alegria e a tranquilidade da juventude. Para tanto, valem-se da narrativa em primeira
pessoa.
D) a insônia, causada pelo remorso de uma vida que poderia ter sido e que não foi, leva ambas as
personagens a permanecerem acordadas. E, para passar o tempo, escrevem. A narrativa é feita em
terceira pessoa já que se trata de um narrador onisciente, isto é, que conhece os fatos na sua
totalidade.
E) perseguidos pela sombra do passado e angustiados pela solidão, ambos os narradores recorrem à
narrativa para afastar seus fantasmas. Utilizam-se, para isso, da narrativa em primeira pessoa, que lhes
permite um distanciamento maior.
“– Vá para o inferno, Gondim. Você acanalhou o troço. Está pernóstico, está safado, está
idiota. Há lá ninguém que fale dessa forma!
Azevedo Gondim apagou o sorriso, engoliu em seco, apanhou os cacos da sua pequenina
vaidade e replicou amuado que um artista não pode escrever como fala.
– Não pode? Perguntei com assombro. E porquê?
Azevedo Gondim respondeu que não pode porque não pode.
– Foi assim que sempre se fez. A literatura é a literatura, seu Paulo. A gente discute, briga,
trata de negócios naturalmente, mas arranjar palavras com tinta é outra coisa. Se eu fosse escrever
como falo, ninguém me lia.” (Graciliano Ramos: São Bernardo, cap. 1)
"Vivia longe dos homens, só se dava bem com animais. Os seus pés duros quebravam espinhos e
não sentiam a quentura da terra. Montado, confundia-se com o cavalo, guardava-se a ele. E falava uma
linguagem cantada, monossilábica e gutural, que o companheiro entendia. A pé, não se aguentava bem.
Pendia para um lado, para o outro lado, cambaio, torto e feio. Às vezes utilizava nas relações com as
pessoas a mesma língua com que se dirigia aos brutos – exclamações, onomatopeias. Na verdade falava
pouco. Admirava as palavras compridas e difíceis da gente da cidade, tentava reproduzir algumas, em vão,
mas sabia que elas eram inúteis e talvez perigosas."
Questão 12 (FUVEST)
O texto, no seu conjunto, enfatiza:
Questão 13 (PUCCAMP-SP)
Eis que de repente vejo que não sei nada. O gume de minha faca está ficando cego? Parece-me
que o mais provável é que não entendo porque o que vejo agora é difícil; estou entrando sorrateiramente
em contato com uma realidade nova para mim e que ainda não tem pensamentos correspondentes e muito
menos ainda alguma palavra que a signifique. É mais uma sensação atrás do pensamento.
Neste trecho de Clarice Lispector, expõe-se uma convicção muitas vezes determinante para
seu modo de produção ficcional:
a) o ato de narrar persegue a revelação de coisas essenciais que desafiam a expressão.
b) a narrativa deve registrar fielmente as ações sobre as quais o narrador se debruça.
c) às ideias mais claras e cortantes devem corresponder as palavras mais simples.
d) toda história tem que determinar por si mesma o movimento natural das palavras.
e) só se pode encontrar uma nova realidade quando se está liberto das puras sensações.
Questão 14 (UFV)
Leia o trecho abaixo:
"Bem, é verdade que também eu não tenho piedade do meu personagem principal, a
nordestina: é um relato que desejo frio. (...) Não se trata apenas da narrativa, é antes de tudo vida
primária que respira, respira, respira. (...) Como a nordestina, há milhares de moças espalhadas
por cortiços, vagas de cama num quarto, atrás de balcões trabalhando até a estafa. Não notam
sequer que são facilmente substituíveis e que tanto existiriam como não existiriam." (Clarice
Lispector)
Em uma das alternativas abaixo, há um aspecto do livro de Clarice Lispector, A hora da estrela , presente
no fragmento acima, que o aproxima do chamado "romance de 30", realizado por escritores como Graciliano
Ramos e Rachel de Queiroz:
Questão 15 (UNIFESP/SP)
(...) Como não ter Deus?! Com Deus existindo, tudo dá esperança: sempre um milagre é
possível, o mundo se resolve. Mas, se não tem Deus, há-de a gente perdidos no vai-vem, e a vida é
burra. É o aberto perigo das grandes e pequenas horas, não se podendo facilitar – é todos contra os
acasos. Tendo Deus, é menos grave se descuidar um pouquinho, pois, no fim dá certo. Mas, se não
tem Deus, então, a gente não tem licença de coisa nenhuma! Porque existe dor. E a vida do homem
está presa encantoada – erra rumo, dá em aleijões como esses, dos meninos sem pernas e braços.
(...) (Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas.)
O texto de Guimarães Rosa mostra uma forma peculiar de escrita, denunciada pelos recursos
linguísticos empregados pelo escritor. Dentre as características do texto, está:
Questão 16
Observe as seguintes palavras do escritor Guimarães Rosa:
“Como escritor, não posso seguir a receita de Hollywood, segundo a qual é preciso sempre orientar-
se pelo limite mais baixo do entendimento. Portanto, torno a repetir: não do ponto de vista filológico e
sim do metafísico, no sertão fala-se a língua de Goethe, Dostoievski e Flaubert, porque o sertão é o
terreno da eternidade, da solidão...”
Ao afirmar que, no sertão, fala-se a língua de grandes autores da literatura universal, Guimarães
Rosa quer enfatizar ou defender
Texto
Só os roçados da morte
compensam aqui cultivar,
e cultivá-los é fácil:
simples questão de plantar;
não se precisa de limpa,
de adubar nem de regar;
as estiagens e as pragas
fazem-nos mais prosperar;
e dão lucro imediato;
nem é preciso esperar
pela colheita: recebe-se
na hora mesma de semear.
(João Cabral de Melo Neto, Morte e vida severina)
Questão 17 (FUVEST)
Nos versos acima, a personagem da “rezadora” fala das vantagens de sua profissão e outras semelhantes.
A sequência de imagens neles presente tem como pressuposto mediato a ideia de:
Questão 18
A passagem de Morte e vida severina: “o sangue / que usamos tem pouca tinta" significa:
Questão 19
Por se tratar de uma peça, Morte e vida severina pertence ao gênero:
A) lírico
B) épico
C) narrativo
D) dramático
E) ensaístico
Questão 20 (UEL/2008)
O texto a seguir apresenta uma crítica feita por Monteiro Lobato, publicada em 1917, por ocasião da
exposição de Anita Malfatti.
Todas as artes são regidas por princípios imutáveis, leis fundamentais que não dependem do
tempo nem da latitude. As medidas de proporção e equilíbrio, na forma ou na cor, decorrem do que
chamamos sentir. Quando as sensações do mundo externo transformam-se em impressões cerebrais, nós
“sentimos”; para que sintamos de maneira diversa, cúbica ou futurista, é forçoso ou que a harmonia do
universo sofra completa alteração, ou que o nosso cérebro esteja em “pane” por virtude de alguma grave
lesão. Enquanto a percepção sensorial se fizer normalmente no homem, através da porta comum dos cinco
sentidos, um artista diante de um gato não poderá “sentir” senão um gato, e é falsa a “interpretação” que do
bichano fizer um “totó”, um escaravelho, um amontoado de cubos transparentes.
(LOBATO, M. Paranóia ou mistificação. Texto publicado no Estadinho,
suplemento infantil do Estado de S. Paulo, em 1917.)
GABARITO:
1. B
2. D
3. C
4. D
5. E
6. E
7. B
8. E
9. D
10. A
11. E
12. C
13. A
14. C
15. B
16. C
17. A
18. D
19. D
20. B