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Estudantes secundaristas durante pratesto por melhores condigées na educagio publica. S30 Paulo (SP). Foto de 2015. 1 Qual éarelacaoentreo textoeaimagem? Oautor afirma que muitos protestos objetivam garantir que os direitos humanos. sejam uma realidade para todos, Pesquise 0 contetdo aDeclaragao Universal dos Direitos Humanos e depois elabore um texto comentando quais direitos, em sua piniao, sio respeltados equals sioviolados. - Explique aseguinte afirmacao do texto: "Quando odireitoa protestar pacificamente Eprotegido.e exercido adequadamente, é uma ferramenta poderosa ara promover o didlogo eaparticipagao...] Estes direitos como tais nao fomentam avioléncia, mas nos resquardam dela’ 110, Democracia a prova “Nos tiltimos anos em todo o mundo, milhares de homens ¢ mulhe- res exigiram educacdo, trabalho, moradia e participagao nas decisoes que Ihes afetam. [...] uma vida digna, sem medo e na qual os direitos humanos sejam uma realidade. As redes sociais mostram ao mundo suas reivindicagGes. E, quando nao tém resposta satisfatéria, tomam as ruas. [..-]Isso é um alerta: ja ndo basta ganhar eleigoes, um permanente didlogo com as autoridades. 0 protesto tem sido um dos motores das maiores mudangas politicas e sociais. J promoveu a queda de ditaduras e tornou realidade 0 voto universal, o fim da escravidao, o respeito pela diversidade sexual, o fim do apartheid e a reparagao para vitimas, entre muitas outras conquistas. cidadania demanda Na regido [da América Latinal, porém, alguns governos vem as ma- nifestagdes como legitimas ameagas a sua autoridade. [...] A resposta muitas vezes é desproporcional |...], apelando [...| a0 uso excessivo & indiscriminado da forca e a deteng6es arbitrarias.[...] Quando 0 direito a protestar pacificamente é protegido exercido adequadamente, é uma ferramenta poderosa para promover o didlogo © a participagao. |..| Estes direitos como tais néo fomentam a violéncia, mas nos resguardam dela. [..] Ignorar as reivindicagées jd no é uma opefo. Esté na hora de escuté-las, levd-las em conta e avangar na construcao da sociedade de direitos prometida.” INCALCATERRA, Amerigo. Democracia & prova. 0 Globo. Rio de Janeiro, 8 jun. 2014. Disponivel em . Acesso em 2 mar. 2016, @ A atualidade da Revolucdo Francesa A Revolucao Francesa, em 1789, foi um dos maiores movimentos sociais e politicos da histéria do Ocidente, Os ideais defendidos pelos revolucionérios, como liberdade e igualdade, foram disseminados no somente no continente europeu, mas também em ‘outras partes do mundo. A presenca desse vigor revolucionério péde ser sentida, inclusive, nas lutas pela independéncia nas Américas portuguesa e espanhola no século XIX. Passados mais de duzentos anos da Revolugo Francesa, a luta por direitos politicos e sociais, que marcou esse movimento, ainda hoje é retomada em varias manifestacoes populares no mundo todo, mostrando que, mesmo com as conquistas importantes, ainda existe muitos obstéculos a serem enfrentados. > A sociedade francesa no An go Regime No final do século XVIII, o regime politico vigente na Franga era o absolutismo mo- narquico, com base na sucessao hereditaria e na teoria do direito divino dos reis. O rei francés concentrava todo 0 poder do Estado em suas maos. Na organizagao social, a tradigao hierdrquica garantia honras e privilégios de nascimento & nobreza e estabelecia uma divisdo da sociedade em ordens ou estados. Esse conjunto de caracteristicas,tipico da Franca da Idade Moderna, passou a ser chamiado Antigo Regime. A sociedade francesa ainda mantinha bases feudais e estava dividida em trés ordens: © primeiro estado, formado pelo clero; o segundo estado, constituido pela nobreza; e oterceiro estado, que abrigava os camponeses, os operarios, 0s profissionais liberais, os burgueses, entre outros grupos. Essa estrutura impedia a ascensao dos setores burgueses, uma vez que os privlégios, as honras ¢ os titulos estavam reservados & nobreza e ao alto clero. Apenas alguns juizes e altos funcionarios de origem burguesa conseguiram remover essas barreiras, receben- do (ou adquirindo) titulos de nobreza no decorrer dos séculos XVII e XVIII, passando a constituir a Ao longo do século XVIII, essa ordem rigidamente hierarquizada mostrava-se insus- tentavel, uma vez que a economia ea vida intelectual eram impulsionadas cada vez mais pelos setores burgueses. Nobreza togada: 0 nome refere-se 8 toga, vestimenta utlizada por magistrados, como autoridades judicidrias fe funcionérios dos postos mais altos da ‘administe 0 publica Palicia de Versalhes, Franga, Foto de 2015. Residéncia oficial da rmonarquia francesa até 1789, a sede do poder possuia centenas de aposentos, um enorme jardim, um teatro de pera e até mesmo tum zool6gico. Hoje o complexo € considerado Patriménio Mundial pela Unesco, Pensaderes coro Votaro, Motseaiou# pads Dicer 0 Alonibrt fomeram olamentos par a cic das estas poltcas © secs co abso- Lama es propia eur delta bulussa stseasarta eomar Oa os aunes os cenauca ado no capa llustragdo de 1789, que representa os trésestados na Franca durante o Antigo Regime. Biblioteca do Congresso, Washington, Estados Unidos, > Qual é a elagio entre os tts estados expressa na imager? ‘monarquia, sustantando a Franca tient (Cad pl odo sroado a crac pla fer de =, sla esreciada & monarada trancoxa Prono aigca, anos um cos ‘om creas 9 ua aesocag8o om ae Shcacesaprecta, uo, sdouo (era de a0% de popularso arcesa ers omposta co camponests, A esgqurda, ‘spada, prviégie resorado & nabreza no Saige Regine. seta, um merora a fourada 9 bie losplcn do aja} © ta (apsu ao) ream sua post prvlegade Subvengio territorial: imposto sobre a propriedade da terra {que deveria ser pago por tod inclusive nobreseclrgos. Were Sones @ ug errmorsena @ Aexplosio da crise Varias foram as razbes que levaram a crise da monarquia absoluta na Franga. De maneira geral, elas podem ser divididas em sociais, econémicas e politicas. Os fatores sociais da ruptura estavam, em sua maioria, ligados ao terceiro estado, principal- mente & burguesia, que, inspirada pelos ideais iluministas, passou a contestar os privilégios que favoreciam a nobreza eo clero € constituiam entraves para sua ascensio econémica e social AAs causas econémicas estavam ligadas diretamente ao deficit, piiblico, pois o governo gastava mais do que arrecadava, sobre- tudo em razéo dama administracdo, dos privilégios do clero e da nobreza e das despesas oriundas da Guerra de Independencia dos Estados Unidos (1776-1783), conflito do qual a Franca participou como aliada das Treze Colénias contra a Gré-Bretanha Além disso, havia os tratados de comércio e navegacao assinados entre Franga, Estados Unidos, Gré-Bretanha, Suécia € outros paises. Os tratados, que visavam reduzir as tarifas alfandegérias, desagradaram a burguesia comercial e manufa- tureira da Franca, que via tais acordos como responsaveis pela queda da produgao e do comércio dos produtos manufaturados franceses. utra razo econémica foi a crise de abastecimento enfrentada pelo pais. Um longo periodo de seca e as més safras agricolas provocaram a queda drastica dda produgao agricola e uma grave carestia de alimentos. A producio de cereais era insuficiente para alimentar toda a populacdo, principalmente em Paris, onde ‘© crescimento demogréfico era mais acelerado. A crise estourou em 1787, quando 0 ministério de Luis XVI props uma re forma fiscal que, além de suprimiras isengdes fiscais que beneficiavam nobres € clérigos, submetia todos os proprietarios, nobres ou nao, ao pagamento de uma “Subvengo teitorial’. Buscando salvaguardar seus privilégios, anobreza.e oclero recusaram-se a reconhecer os novos decretos. A crise financeira desdobrou-se ‘em uma crise politica e administrativa, Pressionado, o rei Luis XVI convocou os Estados Gerais, uma assembleia com representantes dos trés estados, que nao se reunia desde 1614. ® Assembleia Nacional Constituinte Tao logo os Estados Gerais se reuniram em Versalhes, em maio de 1789, as trés ordens manifestaram suas divergéncias sobre o sistema de votacéo. Tradi- cionalmente, a votagio era feita por ordem; porém, o terceiro estado possuia tum nimero maior de representantes e exigia 0 "voto por cabeca’, ou seja, cada representante deveria ter direito a um voto, equilibrando a representacao nos Estados Gerais de acordo com a composigao da populacao francesa, Diante do impasse, os deputados do terceiro estado, apoiados por alguns representantes do clero, retiraram-se da reuniao. Em junho, reuniram-se em uma assembleia geral permanente que jurou se manter unida até que fosse aprovada uma Constituico para a Franca. Sem forga politica para resistir 8 presso popular e a iniciativa dos representantes do terceiro estado, o rei Luls XVI ordenou que os demais deputados se unissem a eles, enquanto mobi- lizava tropas nas proximidades de Versalhes e Paris. Desse modo, em 9 de julho de 1789, foi proclamada a Assembleia Nacional Constituinte, 9 dos segues rpresatarted 251 ao primate estado et), 270 ao segurae asada Pebiza 6575 5 tres stato, or Selencan ovo erga per esac) oo rca elade deena ows naan or cabo), pos possua acral i © A queda da Bastilha e o inicio da revolucao Ainstalagio da Assembleia Constituinte motivou o rei a tomar medidas mais drasticas, comoa demissao do ministro Jacques Necker, conhecido por suas posicdes reformistas. Ao saberem do afastamento do ministro, as massas parisienses mobilizaram-se e passaram a controlar as ruas da capital. Em 14 de julho de 1789, 0 povo tomou a Bastilha, prisio politica do regime absolutista, em busca de armas. A tomada da Bastilha tornou-se um simbolo da queda do Antigo Regime e marcou o inicio do movimento revolucionario, Paris foi tomada por uma grande agitacao popular, que logo se espathou por outras Ccidades e pelo campo. Os camponeses invadiam os castelos da aristocracia e, em muitos ‘casos, massacravam seus proprietérios. Paralelamente, corriam boatos da vinganca ter- rivel que os nobres preparavam para o campesinato. Essas noticias criaram uma onda de panico que se espalhou pela maioria das provincias do pais entre fins de julho e principio de agosto de 1789, época que ficou conhecida como Grande Medo (La Grande Peur) Enquanto a revolugao se espalhava pelo pals, a Assembleia Constituinte preparava as, medidas que, formalmente, destruiriam o Antigo Regime na Franca. No dia 4 de agosto de 1789, foram abolidos diversos direitos feudais. No dia 26, a Assembleia aprovou o confisco das terras da Igreja e a Declaragao dos Direitos do Homem e do Cidadao. “Art. 12 Os homens nascem e sao livres e iguais em direitos. As distingdes sociais sé podem fundamentar-se na utilidade comum. ‘Art. 22 A finalidade de toda associagao politica é a conservagao dos direitos naturais e imprescritiveis do homem, Esses direitos so a liberdade, a propriedade, a seguranga e a resistencia a opressio, Art. 3¢ © principio de toda a soberania reside, essencialmente, na nagio. Nenhuma operagao, nenhum individuo pode exercer autoridade que dela nao emane expressamente.” Declaragio dos Diretos do Homem e do Cidado, 26 ago. 1780. Biblioteca Virtual de Direitos Humans da USP.Disponivel em . Acesso em $ mar 2018 D> cidadania e Direitos Humanos ‘ADeclaragio dos Direitos do Homem e do Ci- dado (1789) € um marco fun- damental do de- senvolvimento danogomoder- na de cidadania e direitos huma- nos, difundindo a concepcao de due os seres hu- manos, por sua préprianatureza, possuem direitos que no depen- dem da decisso e do reconheci- mento de gover- nantes eregimes. “Aprisio da Bastiha (1788), agravura de Jean-Pierre- =Louis-Laurent Houel. Biblioteca Nacional da Franca, Paris. A Bastitha «era.um dos simbolos do absolutisme francés: uma fortaleza utilzada como pris, na qual fava detides, por order real {sem julgamento ou process), aqueles que eram considerados ameaga & ‘ordem publica u3 \Vocé vai gostar deter OLYIIER. ae BOCQUET, José-Louis; MULLER, Catel. Olympe de Gouges. Rio de Janeiro: Record, 2014. Agraphicnovel apresenta a trajet6ria da autora da De- claracao dos Direitos da Mu- ther e da Cidada, Nascida no sul da Franca, ajover Marie Gouze mudou-se para Pars, adotando 0 nome Olympe de Gouges. Dedicou-se escrita de panfletos revolu- cionérios, pecas de teatro, & defesa dos direitos das mu- theres eo fim da escravido. Considerada monarquista, foi guilhotinada em 1793. Mosquetéo: arma de fogo semelhante a uma espingarda Sancionar:aprovar lel elaborada €evotada por um drgdo legislative, Patibulo: palanque montado em local aberto para a realizagéo de ates pibicos ecerimenias. ou4 ® Mulheres na revolucao ‘As mulheres tiveram um papel destacado durante a Revolucdo Francesa participaram ativamente das acdes revolucionérias, fundaram clubes politicos, apoiaram a difusdo das ideias revolucionérias, agitaram as sessbes da Assembleia, lutaram pelo direito de formar uma guarda feminina e alistaram-se no Exército. ‘A atuagio feminina na Franca jé era significativanos anos que antecederam a revoluco de 1789. As mulheres da burguesia, por exemplo, organizavam os famosos “sales” em que os pensadores iluministas debatiam suas ideias. Nas cidade, as mulheres das classes populares, por sua ver, trabathavam em lojas e mercados e, muitas vezes, enfrentavam as autoridades responsvels por prender devedores e confiscar mercadorias. Com a tomada da Bastilha, a participago das mulheres na cena publica aumentou. Em um dos episédios mais famosos da RevolucSo Francesa, ocorrido em ‘outubro de 1789 e conhecido como Marcha sobre Versathes, cerca de 7 mil mulheres caminharam de Paris até o palacio real em Versalhes. © objetivo era protestar contra 0 prego alto do pao e a escassez de alimentos e pressionar a familia real para que retornasse & capital. Empunhando lancas, machados, foices e fIOSGUBESES, essas mulheres inter- romperam uma sessio da Assembleia Constituinte para manifestar-se e invadiram © palacio real. Diante da pressdo, 0 rei comprometeu-se a abastecer a capital e Saniclonoli os decretos da Assembleia que antes havia se recusado a aprovar- como, a Declaracéo dos Direitos do Homem e do Cidadio e a abolicéo dos direitos feudais -, ea familia real voltou a Paris escoltada pela Guarda Nacional. A francesas continuaram atuando nas jomnadas revolucionérias, muitas ve- zes de maneira aut6noma, por meio de clubes femininos. Além de defenderem 0 ideais da revolucao, elas também reivindicaram direitos para as mulheres, que ainda nao eram consideradas cidadas e sofriam preconceito. Olympe de ‘Gouges, por exemplo, chegou a publicar a Declarago dos Direitos da Mulher eda Cidad8, em 1791 “Art. 12 A mulher nasce livre e tem os mesmos direitos do homem. AAs distingbes sociais s6 podem ser baseadas no interesse comum, Art.220 objeto de toda associagao politica é a conservagio dos direitos imprescritiveis da mulher ¢ do homem. Esses direitos sao: a liberdade, a propriedade, a seguranga e, sobretudo, a resisténcia 4 opressio. [...] Art. 102 Ninguém deve ser molestado por suas opi- nies, mesmo de principio. A mulher temo direito de subir 20 patibilo, deve ter também o de subir ao pédio desde que suas manifestagées nio perturbem a ordem publica estabelecida pela lei.” GOUGES, Olympe de, Decaragio dos Dieitos da Muther © da Cidada et. 170%, Bowen Viral do Diets Flumanos da USP Disponivel en cwwwdizitoshumanos usp be! index pp/Documentos-anteriores-acriacaorda-Sociedade das Nacoosale-Teterdeclaracao do diet da mulher Sidaca 1791 hms, Acesso wn mat 2008 ‘Clube patrético de mulheres (1793), pintura de Jean-Baptiste Lesueur, Museu Carnavalet, Paris, Franga. A pintura do ‘século XVI retrata uma reunid de um clube patrético feminino ‘em Paris. As vestes simples eas toucas com fitasindicam que as mulheres representadas pertencem ao terceiro estado. Nas reuniées, as participantes liam e debatiam os discursos ‘as ideias apresentados na Assemble Monarquia Constitucionat Em junho de 1791, Luls XVI e sua familia tentaram fugir da Franca, mas foram detidos em Varennes e le- vados de volta a Paris. O rei pretendia organizar tropas fora da Franga e retornar ao pais para recuperar a antiga, ordem, Em setembro, Luis XVI foi obrigado a jurar a Constituigéo aprovada pela Assembleia Constituinte Iniciava-se, assim, a fase da revolucdo conhecida como Monarquia Constitucional O Estado francés passou a ser organizado em trés, poderes: 0 Executivo, exercido pelo rei, 0 Legislativo, formado por 745 deputados eleitos, e 0 Judiciério, composto de juizes. A Constituigao de 1791 também aboliu alguns impostos, estabeleceu novos tributos sobre a propriedade e instituiu 0 voto censitario masculino (mulheres e trabalhadores pobres eram excluidos do processo eleitoral) ‘Apés a elaboragio da Carta Magna do pais, a As- sembleia Constituinte foi substituida por uma Assem- bleia Legislativa, que reunia deputados de diferentes tendéncias politicas. Os interesses dos revolucionarios, eram defendidos por grupos que, muitas vezes, pos suiam ideias antagénicas + Girondinos: composto de republicanos moderados e demonarquistas constitucionais,o grupo representava 0s interesses da alta burguesia e da nobreza liberal. Defensores da liberdade econémica, osintegrantes do grupo eram, em sua maioria, originarios da Gironda, regio do sudoeste da Franca; dai o nome girondinos. + Jacobinos: representantes da pequena burguesia rural e urbana, os jacobinos rece- biam grande apoio dos SanBHeUlOttes. Contrarios 8 monarquia e aos direitos feudeis, defendiam a igualdade de todos perante a lei, O nome do grupo advinha do convento de Saint-Jacques, local onde eram realizadas suas reunides. + Cordeliers: mais ligados 8 populagao pobre, suas propostas eram consideradas as mais radicais, como o fim do voto censitério, a proclamacao de uma republica e 0 estabelecimento de um governo popular. Representavam os trabalhadores urbanos que defendiam ideias radicais, pequenos comerciantes, artesios e trabalhadores das manufaturas. + Feuillants: clube criado de uma dissidéncia jacobina. Seus membros pertenciam & alta burguesia e defendiam a monarquia constitucional. Apenas cidadios ativos, aqueles que possuiam renda suficiente para votar, podiam participar desse clube. ‘A Assembleia Legislativa enfrentou a ameaca de intervencSo estrangeira e uma séria crise econdmica que gerou especulagio financeira e inflagdo. Em abril de 1792, a Franca, ameagada por presses externas visando restaurar 0 absolutismono pals, declarou guerra a Austria e & Prissia. Os setores mais radicais do movimento proclamaram a “patria em perigo" e distribuiram armas & populagao de Paris para combater as forcas estrangeiras. Em setembro, 0 Exército popular derrotou os austriacos e prussianos na Batalha de Valmy. Acusado de colaborar com os estrangeiros, Luls XVI foi declarado traidor da patria eacabou preso, junto com sua familia, Foram convocadas eleicdes, a Assembleia Nacional {oi substituida pela Convencao Nacional e proclamou-se a repiblica na Franca (O cantor Simon Chenard em trajesans-culotte (1792), pintura de Louis Leopold Boilly. Museu Camavalet, Paris, Franca, A Assembla Loghlavaos- Doixa da Assombioa @ 50 ia pongaa pote a, @amariarra grupo cos Sopulacos qo 80 Spurn Sosgrondrose onsen {Sssoroe da pana ata Sans-culottes: ‘grupos urbanos que defendiam osufragio universal masculine ea repiblica. Os sans-culottes eram, Principalmente, artesdos,lojistas e operarios, O nome refere-se 20 traje aque usavam ~calgas compridas-em oposicao as calgas curtas (culottes) usadas pelos nobres, 15@ Rel6gio de bronze do século XIX ‘com dois mostradores de hora Museu Camavalet, Paris, Franca, (0s republicans criaram novos sistemas de padronizagéo de pesos, ‘medidas e contagem do tempo. Na parte superior do regio, 0 rmostrador duadecimal apresenta a diviséo habitual, em 12 horas: na parte inferior, o mostrador decimal apresenta a divisio em 10 horas, Instituida pelos revolucionéros. Durer 0 Ange Regine, a educagio na Franga estava veculeda laa. A pari o 1706, mova enelaforar ras £00 S ilunca do Plano do nstugto Pobles {1702 aprecontado poo marauts do Con ore! 8 Aasonbies. Os prepa cjeios osse pane ram aforardo de oeadécs, 0 tetinsoaopercarovo ctieoe ous Céreis Asttlotecas pikes eas oscoas unas tain pate do pte republesre oareleroacsinacouco;io subset 8 oxen pibieo taco # gti. Em 1802, Garis 0 Cansuiaco, Naplsdo Bonapars fxingdu ona atena etonou pare ‘organza ator a revel, ue ® Convencao Nacional Coube a Convengao elaborar uma nova Constituicao para a Franca e julgar o rei Luis XVI ~ considerado culpado e executado em 21 de janeiro de 1793 -, bem como tracar estratégias para enfrentaras coligacdes estrangeiras, apoiadas pelos nobres emigrados, que se formaram apds a morte do rei ‘A Convengo também instituiu um novo calendério paraa Franca, Oficial- mente introduzido em 1793, ele tinha como marco inicial o dia 21 de setembro de 1792, data em que a repiiblica foi proclamada na Franca, e dividia-se em 12 meses de 30 dias. Os meses tinham nomes relacionados aos ciclos agricolas e da natureza, De inicio, a hegemonia na Convengao pertencia aos girondinos, interessados em conter 0 avango popular. No entanto, o governo girondino foi marcado pela inseguranca por causa da formagio de ovas coalizées estrangeiras contra a Franca, pela persisténcia da crise econémica e pela forte oposigao dos jacobinos e dos sans- -culottes, que exigiam mudangas mais radicais que atendessem a0s anseios das camadas populares. ‘As mobilizages populares na capital resultaram na expulso dos lideres girondinos da Convengio e favoreceram a ascenso dos jacobinos. A Convengo, agora liderada pelos jacobinos, suprimiu 05 direitos feudais que restavam, o que facilitou a aquisicao de terras pelos pequenos produtores, tabelou o prego dos géneros de primeira necessidade € instituiu o ensino primério puablico, obrigatério e gratuito, Além disso, estabele- ceu o direito de greve e de subsisténcia e aboliu o voto censitério e a escravidao ras colénias francesas. » O conceito de revolugao © termo revolugao, originado do latim revolutio (volta, gro, rotagao), foi empregado durante a dade Média para designar o movimento dos corpos celestes, indicando um movimento ciclico natural. Com esse sentido, o termo tornou-se importante no campo das ciéncias com a publicacao, em 1543, da ‘obra Da revolucao dos corpos celestes, de Nicolau Copérnico. Por analogia das revolucGes inglesas com 0 movimento dos corpos celestes, 1o século XVil 0 termo revolugdo passou a ser empregado com um sentido politico retrospectivo, para indicar 0 retorno a uma antiga ordem. “Hobbes descreveu os vinte anos passados num movimento circular que havia conduzido desde o monarca absoluto, passando pelo Parlamento, ¢ deste, a ditadura de Cromwell, de volta, através de formas oligarquicas intermedidrias, 4 monarquia, restaurada com Carlos 11.” KOSELLECK, Reinhart, Futuro passado; contribuigdo & semntica dos tempos hstéricos. Rio de Janeiro: Contraponta/Editora PUC-Rio, 2005. p. 6465. Dessa forma, apalavra revolucdo no aspecto politico teria o significado de restauracio, ou seja, de restabelecer algo nos parémetros do passado. E foi esse 0 sentido dos movimentos iniciais da Revolugo Francesa, pois buscava-se restaurar uma antiga ordem perturbada pela crise. Contudo, os desdobra~ ‘mentos do processo mostraram a impossibilidade de qualquer restauraco e anecessidade de empregar esforgos num empreendimento totalmente inédito, transformando o conceito de revolucéo. i Fase do Terror A Franga estava & beira de um colapso. Externamente, o pais continuava em guerra contra uma coligacao de forcas europeias criada para combater 0 movimento revoluciona- rio; internamente, o governo enfrentava grave crise financeira e a guerra civil na Vendeia, regiao localizada no oeste da Franca. Alegando necessidade de garantir a seguranca do pals, o governo jacobino, liderado por Maximilien de Robespierre, suspendeu as liberdades individuais e instituiu o Comité de Salvago Publica, érgao responsavel pela administracao e defesa do pais, eo Tribunal Revolucionério, que julgava os individuos considerados inimigos da revolucao, Entre setembro de 1793 ¢ julho de 1794, milhares de pessoas consideradas suspei- tas foram perseguidas, presas e guilhotinadas. A repressao jacobina também promoveu ‘execugdes coletivas nas regides onde existiam movimentos contrarrevolucionérios. Esse periodo da revolucao ficou conhecido como Terror. Os revolucionérios dividiram-se: de um lado, grupos radicais e lideres dos sans-cu- lottes, como Jacques-René Hébert, queriam aprofundar a revolucio. De outro, burgueses moderados liderados por Georges Jacques Danton e Camille Desmoulins queriam frear a revolugao e acabar com as prisbes e execugdes. Robespierre voltou-se primeiro contra Hébert, prendendo-o em marco de 1794 e levando-o a guilhotina pouco depois. A partir dai, perdeu o apoio dos sans-culottes. No final de margo, Danton e Desmoulins foram presos e mortos na guilhotina. Desa charge pubicada forma, Robespierre perdeu também o apoio da burguesia moderada. Aproveitando 0 isola- em panfleto francts ‘mento politico do lider jacobino, a alta burguesia uniu-se para retomar 0 poder. Em julho de1793.Aimagem de 1794, um golpe expulsou os jacobinos da Convengao e seus principais lideres, como ea acompanhada Robespierre e Louis de Saint-Just, foram presos e executados. da legenda:"Depois de execitar todos os . franceses, Robespierte ® Diretério: a Revolucdo em refluxo executa o executor’ Conhecido como Reagao Termidoriana, o golpe marcou o fim da participago popular ina condugao do Estado francés e o retorno da alta burguesia ao poder. © novo governo, formado por cinco diretores eleitos pelo Parlamento, ficou conhecido como Diretério, © novo governo restabeleceu o voto censitério, extinguiu 0 Tribunal Revolucionario € elaborou uma nova Constituigao para o pais A crise econémica persistiu, Além disso, 0 pais continuava a enfrentar militarmente a coligacdo de forcas europeias pré-monarquia. Nessas campanhas, destacou-se a figura de Napoledo Bonaparte, oficial do Exército francés que, aos 25 anos, era general de brigada "1" "se omserans ce heréi nacional gragas, sobretudo, a suas vitérias na Italia. A popularidade e 0 sucesso al- “Sco ve rare" ann cangados por Napoledo acabaram conduzindo-o ao comando do Estado francés. Em9de — f.!scuom gears novembro de 1799, 18 Brumario pelo calendério republicano, um golpe de Estado entregou ms. 800 "ts wc? provisoriamente o poder atrés cénsules: Bonaparte, Emmanuel-Joseph Sieyés e Roger Ducos, Danton, o processo da Revolugao Dirego: Andrzej Wajda, Franga/Polénia/Alemanha Ocidental,1982. 130 min Em 1794, 0 revolucionario Georges Jacques Danton retorna a Paris e encontraa cidade envolta em medo e intrigas por causa das execusdes ordenadas pelo Comité de Salvagao Publica. Expondo as discuss6es do governo francés durante 0 Terror e as disputas entre Danton e Robespierre,o filme representa ojulgamento de Danton e provocareflexdes sobre co autoritarismo no processo revolucionario, cujo principio basico era a nosio de liberdade. Cartaz de divulgacdo do flme Danton, o processo P dda Revolugao (1982), do dietor Andrzej Wejda, No hal do ro, nego Tees do rabao, Mi ofenagten pare aden de eos, 17@

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