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MAPA MENTAL

Filosofia do Direito
Norberto Bobbio
Antinomias
Lacunas As lacunas próprias podem ser resolvidas
1) Próprias: espaço vazio no sistema; por meio da: 1) Aparentes/solúveis: critérios de solução:
2) Impróprias: originam-se da comparação 1) Heterointegração: busca-se alternativa a) critério cronológico;
do sistema real versus ideal (Ex.: a lei sobre fora do ordenamento – direito natural, b) critério hierárquico;
aborto brasileira é injusta se comparada com internacionais, costume, doutrina etc.; c) critério da especialidade.
a legislação alemã sobre o tema). 2) Autointegração: busca-se alternativa 2) Reais/insolúveis: incompatibilidade,
dentro do ordenamento (analogia, “impossível” de resolver.
princípios gerais do direito, interpretação
extensiva).

Montesquieu
Para o autor as leis decorrem
Rudolf Von Ihering
Um dos pontos explorados pelo jurista
Outros Autores e da realidade social e histórica
de um povo: não há justo ou
injusto, mas, sim, uma situação
é a ideia de luta pelo Direito e de o
direito ser uma força viva. A paz é o fim
que o direito almeja, a luta é o meio.
Teorias Fundamentais do que é adequado naquele
contexto. Dentro do contexto
da monarquia inglesa:
Luta dos povos, Estado, classes, liberdade é fazer tudo o que as
indivíduos, etc. Assim, os direitos não leis permitem.
surgem espontaneamente na cabeça
dos legisladores, mas precisam sempre
ser reivindicados pela população.
Teoria Tridimensional do
Direito de Miguel Reale
Regras e Princípios: Hannah Arendt
Teoria Tridimensional do Direito: para
Ronald Dworkin Reale, direito é fato (algo acontece no
A autora destaca a importância do
Regras e princípios podem ser utilizados mundo), valor (a percepção social
direito a se ter direitos, o que muitas
para resolver situações jurídicas, contudo, sobre esse acontecimento - é algo
vezes implica pertencer a determinada
possuem uma estrutura diferente. Regras bom ou ruim?) e norma (uma lei
comunidade que o aceite (o apátrida) e
são fechadas e se aplicam no modelo tudo regulamentando ou proibindo o fato).
garanta seus direitos.
ou nada. Princípios são abertos e devem Esses elementos estão em constante
ser aplicados ao máximo possível. correlação.
Immanuel Kant

Utilitarismo
A ética perpassa o debate sobre: o que é a
coisa certa a se fazer. Kant entende que Entendem que o critério para definir se
existe uma lei moral universal, o uma ação é correta ou não está no
imperativo categórico - age de forma que resultado que ela provoca: se o saldo de
a máxima da tua ação possa ser uma lei felicidade que meu agir gera é maior que
universal. o saldo de sofrimento, a ação é correta.

Teorias Éticas

John Stuart Mill


Jeremy Bentham

Para Bentham, as ações são boas quando Mill também é um crítico da chamada “ditadura das
promovem a felicidade (ação moralmente correta) maiorias” – mostra que, num modelo democrático,
e más, quando geram infelicidade (moralmente muitas vezes é possível que o interesse de grupos
incorreta). Para melhor representar a teoria do majoritários seja prejudicial a grupos minoritários, os
autor, vale citar o seu princípio da utilidade: toda quais devem, portanto, ter seus direitos resguardados
ação deve ser aprovada/rejeitada conforme pelo Direito. Ou seja, mesmo dentro do cálculo
tendência de aumentar ou reduzir o bem-estar utilitarista, Mill entende que violar direitos de uma
(seu e geral). minoria é pior para o todo.
Herbert Hart

Normas Primárias Normas Secundárias


São regras de obrigação que impõem Surgem para corrigir defeitos das normas
condutas ou abstenções. primárias. Se dividem em:

a) Modificação;
b) Julgamento;
c) Reconhecimento.

Positivismo Jurídico e
Jusnaturalismo
Hans Kelsen
Gustav Radbruch
Norma Fundamental
Kelsen abordou o direito como ciência: Para Kelsen, o ordenamento obedece O autor tece críticas à obediência cega das leis
se existem leis que explicam a uma ordem escalonada, na qual a positivas – direito passava a ser equivalente à
natureza e são válidas em todo o Constituição Federal está acima das força – quer dizer, algo que não se questiona,
mundo, o direito também deveria ter leis. Contudo, existe algo acima da obedece-se sem questionar e não deixa espaço
validade objetiva e uma base universal. Constituição Federal - a norma para o seu não cumprimento.
Este aspecto é fundamental na fundamental, que é pressuposta e Assim, o jurista propõe uma espécie de
compreensão da obra do autor: a hipotética. “retorno” aos modelos anteriores ao
separação do direito entre o que ele é positivismo, a saber, o jusnaturalismo,
na prática jurídica (ser) do que ele é ressaltando a existência de princípios maiores
como ciência (dever ser). que a lei (supralegais) e que, portanto,
transcenderiam o direito positivo.
Thomas Hobbes
O Leviatã
O ponto de partida para Hobbes é o
Para romper esse estado de insegurança,
Estado de natureza, quer dizer, um
momento anterior ao surgimento do
os homens juntam-se e, por um ato de John Locke
vontade, celebram o contrato social (que,
Estado e da sociedade. Nesse momento, o
como contrato celebrado, deve ser
autor entende que os homens, imbuídos
cumprido), pelo qual transferem seus
de um forte senso de autopreservação, O Estado de natureza também é o ponto
direitos e liberdades a outro homem, que
viviam num estado de guerra de todos de partida, mas, diferentemente do
passará a governar todos, criando
contra todos, em que imperava a modelo hobbesiano, para Locke o homem
mecanismos para proteger o direito à vida.
insegurança e o medo, razão pela qual tende a ser bom e viver bem. Existem
afirmou ser o homem o lobo do próprio alguns direitos no Estado de natureza
homem. (direitos naturais), a saber: a vida, a

Contratualismo propriedade privada, a liberdade. Tem-se,


pois, a adoção de uma visão jusnaturalista,
na qual já existiam direitos na natureza
derivados da razão humana, mesmo antes
do surgimento do Estado.

Rousseau
No Estado natural de Rousseau:
Do Contrato Social
o homem é bom;
ele era solitário (grupo familiar, no máximo) e os
O contrato social seria celebrado para sair
indivíduos respeitavam a liberdade uns dos outros;
desse Estado de sociedade para um novo
o eventual crescimento populacional acaba por modelo. Para isso, seria necessário romper a
instituir o chamado Estado de sociedade, no qual alienação inicial dos oprimidos e instaurar
alguns homens tomam para si a propriedade, dando um modelo de democracia participativa
início a uma sociedade desigual e corrompida; pautada na ideia de vontade geral –
as leis protegem os ricos etc; entendida como o substrato das vontades
coletivas.
há, portanto, a corrupção do homem pela sociedade;
não há liberdade, pois só alguns fazem as leis.
Os Socráticos

Sócrates

Antes Depois
Elemento essencial para se compreender Antes de Sócrates, a principal Passou-se então a se debater a
este período reside na relação sujeito-pólis questão debatida pelos filósofos era humanidade e suas relações sociais,
(cidade), isto é, o indivíduo do período era cosmológica e metafísica – como trazendo temas como justiça,
parte de uma coletividade, e é neste meio surgiu o mundo, as leis da natureza política e ética para o debate.
em que vai residir a tônica da filosofia do etc.
direito deste período.

Grécia Antiga
Platão Aristóteles

Justiça
Teoria da Justiça Teoria Ética
Platão sugeria que os filósofos fossem os reis, ou que Concebe o homem como animal político, ou
a) Justiça distributiva: se dá no âmbito
os reis fossem filósofos. seja, afirma que a espécie humana só difere dos
da distribuição de honrarias ou bens
Platão traça uma interessante analogia: o indivíduo é públicos (benefícios). animais no momento em que se encontra em
justo quando as partes que compõem sua alma (razão, relação com seus semelhantes. Inclusive vale
espírito e apetite) estão em harmonia, obedecendo à b) Justiça corretiva: busca a correção da aqui ressaltar que o surgimento da cidade grega
razão. Somente assim o sujeito age com justiça. perda em relação ao ganho. A justiça (a pólis) é um dos principais fatores que
Do mesmo modo, uma cidade só é justa quando a corretiva não se preocupa com a possibilitou o nascimento da filosofia ocidental,
distribuição de tarefas ocorre de forma harmoniosa: qualidade das pessoas em questão, mas uma vez que o homem poderia acumular
os filósofos governando, os mais fortes atuando como sim com o dano causado. riquezas e viver de forma ociosa, tendo, assim,
guardiões e os demais atuando como produtores. tempo para pensar e refletir sobre as questões
da vida.
Santo Agostinho
Para ele os homens e suas ações terrenas
Cidade de Deus = Perfeita
são incapazes de compreender e atingir a
justiça. O justo dá-se somente pela graça
divina. Tal lei divina é imutável e se aplica a
todos na Terra. Cidade dos Homens = Imperfeita

Idade Média

São Tomás de Aquino


Suma teológica
No tocante à justiça, Tomás de Aquino
1) Lei eterna: lei de Deus, perfeita; a lei que tudo rege – o utiliza as mesmas concepções de
homem não a alcança. justiça aristotélicas (justiça distributiva
2) Lei divina: intervenções de Deus na história para orientar e corretiva). Pode-se reduzir a ideia do
os homens (ex.: os mandamentos) – o homem a alcança “dar a cada um o que é seu”.
por meio da fé.
3) Lei natural: obra de Deus disposta na natureza, mas o ser
humano é capaz de captá-la; alcançada pela razão humana.
4) Lei humana: lei natural que, depois de compreendida
pela razão humana, é positivada (escrita).

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