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Alcoolismo
Alcoolismo
Em Portugal, apesar dos últimos dados disponíveis indicarem um ligeiro decréscimo a nível
nacional, o consumo de álcool per capita mantém-se bastante elevado. Por outro lado, tem-se
verificado um consumo crescente de álcool entre jovens e mulheres e alterações significativas
nos modos de ingestão que agravam as situações de risco. Este tópico tem sido tema
recorrente nos meios de comunicação e tem determinado alterações na legislação de modo a
tentar controlar este importante problema.
Estima-se que o consumo excessivo de álcool ocorra em cerca de 10% das mulheres e 20% dos
homens. Sabe-se também que o álcool está relacionado com 50% dos casos de morte em
acidentes de automóvel, 50% dos homicídios e 25% dos suicídios.
O álcool é actualmente, em Portugal, uma droga legal e comercializada, fazendo parte dos
hábitos alimentares de uma larga maioria da população. Para além disso o álcool aparece
muitas vezes associado a inúmeras formas de relacionamento social, tanto privado como
público, de natureza ritual, comemorativa, recreativa, para além de fazer parte do estilo de
vida ou mesmo da identidade de muitos grupos sociais.
Idade: quanto mais cedo se inicia o consumo de álcool, maior o risco de desenvolvimento de
dependência.
História familiar: o risco é mais elevado quando existem familiares próximos com problemas
relacionados com o álcool.
Factores sociais e culturais: ter amigos ou pessoas próximas que bebem regularmente álcool
aumenta o risco de consumo e de dependência. As mensagens que os media veiculam da
associação entre o consumo de álcool e o status social podem ser um factor importante em
alguns casos.
O álcool provoca uma depressão do sistema nervosa, embora, em algumas pessoas, a reacção
inicial seja de estimulação. O álcool reduz as inibições, afecta os pensamentos, emoções e
capacidade de julgar e decidir. Afecta ainda a fala, a coordenação muscular e, em doses
excessivas, pode induzir coma ou causar a morte.
O álcool aumenta o risco de complicações médicas como, doença hepática (hepatite, cirrose,
cancro), problemas digestivos (gastrite, úlcera); má-absorção, pancreatite; problemas
cardíacos (hipertensão arterial, enfarte do miocárdio, AVC); complicações nos doentes
diabéticos; alterações na função sexual; problemas oculares; osteoporose; complicações
neurológicas; diminuição das defesas; anomalias congénitas no caso de consumo de álcool
durante a gravidez; maior risco para várias formas de cancro;
É importante que a pessoa afectada adquira consciência de que consome álcool acima do
normal e que, por isso, deve procurar ajuda.
O diagnóstico passa, portanto, por uma boa entrevista com o médico assistente, pela avaliação
dos consumos diários e por um conjunto de exames para avaliação da extensão do problema.
Existem diversos exames que são importantes na identificação dos problemas associados ao
álcool, como análises clínicas, ecografia abdominal, biópsia do fígado e outros, competindo ao
médico selecionar os mais adequados a cada caso.
No que se refere aos problemas orgânicos, na fase inicial as lesões causadas pelo consumo de
álcool podem ser reversíveis. É uma fase que pode demorar algum tempo e passa,
fundamentalmente, pela abstinência completa do consumo de bebidas alcoólicas.
Podem ser prescritos medicamentos para ajudar a combater os sintomas provocados pela
dependência ou abstinência ao álcool.
Nas fases mais adiantadas as lesões podem ser irreversíveis (cirrose hepática). Apesar disso, o
tratamento das complicações poderá contribuir para uma importante melhoria da qualidade
de vida.
Durante eventos sociais deve-se beber sempre menos do que considera razoável. Quando se
bebe é importante não variar e beber sempre o mesmo tipo de bebida.
Praticar desporto, ler, meditar, ir ao teatro e cinema, podem ser boas alternativas para ajudar
a libertar do stress e prevenir a necessidade de fuga, em alternativa ao consumo de álcool.
Vale ainda a pena referir que os medicamentos “anti-ressaca” não protegem dos efeitos
nocivos do álcool