Você está na página 1de 16

ÓLEOS

E
GORDURAS
Introdução
2
Segundo o Guia Alimentar para a biente .
População Brasileira, os óleos e gorduras Ambos, óleos vegetais (como os de so-
fazem parte da categoria de alimentos de- ja, milho, girassol ou oliva) e gorduras
1
nominada “ingredientes culinários” . Esse (como a manteiga e a gordura de coco), são
grupo também é composto pelos açúcares e fabricados pela indústria e utilizados pelas
sal, os quais foram abordados anteriormen- pessoas, nas cozinhas de suas casas, refei-
te nos Boletins SETAN nº 06 e nº 08, tórios e restaurantes, para temperar e co-
respectivamente. zinhar alimentos in natura ou minimamente
processados e para criar preparações culi-
Eles fazem parte de um grupo de 1
nárias variadas e agradáveis ao paladar .
compostos denominados lipídios e fornecem
ao organismo humano, após sua digestão, São usados, por exemplo, para refogar
9kcal/g, mais que o dobro da energia prove- arroz, feijão, legumes, verduras, carnes;
niente da metabolização dos carboidratos fritar e preparar caldos, sopas, bolos, re-
ou proteínas, que é 4kcal/g. Sua constitui- cheios e etc. Além disso, os óleos também
ção principal são os ácidos graxos, podendo são adicionados em saladas para temperar .
1
2,3
ser de origem animal ou vegetal .
No entanto, quando consumidos em
Os lipídios devem fazer parte da ali- excesso podem ser prejudiciais à saúde,
mentação pois exercem funções fundamen- pois aumentam o risco de doenças cardio-
tais no organismo: estrutural (compõem as vasculares, renais, hepáticas, obesidade e
membranas celulares juntamente com as câncer. Dessa forma, o impacto sobre a
proteínas), isolante térmico (auxiliam na qualidade nutricional da alimentação depen-
manutenção da temperatura corporal), iso- derá essencialmente da quantidade utiliza-
lamento e proteção de órgãos, funções es- da nas preparações culinárias. Além disso,
pecializadas, como a formação de hormônios deve-se dar importância aos tipos de lipí-
e absorção de vitaminas lipossolúveis (A, D, dios a serem ingeridos .
2
4,5
E e K), e reserva de energia .
Neste boletim, serão abordadas ca-
Os óleos possuem predominância de racterísticas importantes dos óleos e gor-
ácidos graxos insaturados, os tornando lí- duras, os tipos e suas principais fontes ali-
quidos quando em temperatura ambiente; e mentares, bem como a recomendação de
as gorduras têm predominância de ácidos consumo para evitar efeitos adversos à saú-
graxos saturados, conferindo-lhes consis- de.
tência sólida ou cremosa à temperatura am-

Setor de Alimentação e Nutrição/ Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis/ UNIRIO. Boletim nº11. Julho/2020.
Tipos de óleos
e gorduras 6

Os óleos e gorduras apresentam dife-


Ó leo de coco
3,9,10

rentes comportamentos nos alimentos e na


saúde em razão dos ácidos graxos que os
compõem, além do colesterol, e está de-
monstrada cientificamente sua influência
sobre a incidência de doenças cardiovascula-
res e concentrações sanguíneas de lipídios
(colesterol, suas frações e triglicerídeos).

Á cidos Graxos Saturados

O consumo de gordura saturada é


7,8
É obtido através da polpa do coco
fresco maduro, composto majoritariamen-
te por ácidos graxos saturados.

classicamente relacionado com elevação do


Não existem evidências científicas
colesterol ruim (LDL) e aumento de risco
definitivas de que o óleo de coco ajude a
cardiovascular. Sua substituição na dieta
melhorar a imunidade e o metabolismo, au-
por gordura mono e poli-insaturada é consi-
xiliando no emagrecimento, ou ajude a re-
derada uma estratégia para o melhor con-
duzir o risco de doenças cardíacas. A pre-
trole dos níveis sanguíneos de colesterol e
ferência pelo seu uso restringe-se a uma
consequente redução da chance de eventos
opção culinária, e deve ser feita com mo-
clínicos adversos.
deração.
As principais fontes de gordura satu-
rada são leite e derivados (queijos, man-
Por ser rico em ácidos graxos satu-
teiga, iogurte, requeijão), carnes, óleo de
rados, se utilizado, que seja em pequenas
coco e de palma, produtos ultraprocessa-
quantidades e em preparações culinárias,
dos (ex: biscoitos, sorvetes).
preferencialmente compostas por alimen-
tos in natura ou minimamente processados,
não sendo recomendado para tratamento
dos níveis elevados de colesterol no san-
gue.

Setor de Alimentação e Nutrição/ Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis/ UNIRIO. Boletim nº11. Julho/2020.
Ó leo de palma
7,11

Após o alerta sobre os malefícios do


consumo de alimentos contendo gorduras
trans, a indústria de alimentos encontrou Estudos em humanos e animais, que
no óleo de palma um substituto equivalen- comparam o efeito metabólico da dieta
te, favorecendo a elevação do seu consumo com alto teor de óleo de palma, observa-
nos últimos anos por meio dos alimentos ram aumento significativo do colesterol
industrializados. ruim (LDL) e do colesterol total, não sen-
do recomendado o seu consumo para indi-
O “óleo de palma” ou azeite de dendê
víduos com dislipidemias (alterações dos
apresenta cerca de 80% da produção des-
níveis de gorduras no sangue), ou na sua
tinada à indústria alimentícia e apresenta
prevenção e de doenças cardiovasculares.
uma boa estabilidade térmica, sendo utili-
zado para culinária.

Setor de Alimentação e Nutrição/ Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis/ UNIRIO. Boletim nº11. Julho/2020.
Á cidos Graxos Monoinsatura-
dos (MUFA)
7,12

Há um conjunto de evidências a fa-


vor dos benefícios dos MUFA para um me-
lhor controle dos fatores de risco tradici-
onais para a doença cardiovascular ateros-
clerótica, principalmente quando ingeridos
em substituição aos ácidos graxo satura-
dos, por reduzirem os níveis de colesterol
sanguíneo.
A aderência ao padrão alimentar da
dieta do Mediterrâneo, baseada em ali-
mentos vegetais, azeite, peixes, aves, olea-
ginosas e grãos, tem relação com a melhora
discreta do colesterol bom (HDL) e dimi-
nuição de triglicerídeos, redução do risco
de eventos cardiovasculares e mortalidade.
O mais comum encontrado na natu-
reza é o ácido oleico (ômega 9), com maior
concentração no óleo de oliva.
As principais fontes, além do azeite,
são o abacate, óleo de canola, azeitona e
oleaginosas (castanhas, amêndoas, no-
zes).

Setor de Alimentação e Nutrição/ Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis/ UNIRIO. Boletim nº11. Julho/2020.
A zeite7,13,14

O azeite de oliva contém altas con- azeite extravirgem ou virgem fino, sendo
centrações de vitamina E, carotenoides e comercializado com a nomenclatura de
polifenóis. É considerado um subtipo de “azeite de oliva”, “azeite tradicional” ou
óleo, proveniente da polpa de frutos. Por “azeite refinado”.
esta razão, os azeites geralmente são O azeite é comumente comercializa-
mais aromáticos que os óleos, apresentan- do em frascos do tipo âmbar, protegido da
do aroma, cor e sabor diferenciados. luz, mesmo não sendo fonte especial de
A classificação do azeite que consta ácidos graxos poli-insaturados e, portanto,
nas embalagens leva em conta a acidez. A é mais estável à chance de oxidação e pe-
denominação “extravirgem” é dada ao pro- roxidação.
duto com até 0,8% de acidez e nenhum Contudo, no caso do azeite extravir-
problema sensorial, indicando que todas as gem, a luz pode rapidamente danificar os
etapas de processamento, da maturação compostos fenólicos presentes, os quais
da oliva até a embalagem, foram realiza- apresentam importantes características
das de forma adequada. funcionais, especialmente relacionadas às
O produto que apresenta acidez até atividades antioxidantes.
2% é chamado de “azeite virgem” ou
“virgem fino” e azeites com acidez acima 5
ANOTE AÍ...
de 2% só se tornam adequados para o con-
sumo após submetidos a um processo quí-
É mais indicado utilizar o
mico de refino, que reduz a acidez.
O refino remove ainda as substân- azeite que tem menor nível de

cias aromáticas e de sabor, bem como os acidez, que seja virgem ou extra
antioxidantes naturais, pigmentos e vita- virgem e protegê-lo da luz.
minas do azeite. Esse produto normalmen-
te é acrescido de certa quantidade de

Setor de Alimentação e Nutrição/ Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis/ UNIRIO. Boletim nº11. Julho/2020.
Á cidos
(PUFA)
Graxos
5,15
Poli-insaturados

O ácido linoleico (ômega 6) e


o ácido alfa linolênico (ômega 3) não podem ser
sintetizados pelos mamíferos, sendo chamados
de ácidos graxos essenciais (AGE); por isso de-
vem ser obtidos obrigatoriamente a partir da
alimentação.
São considerados essenciais ao ser huma-
no pois formam compostos fundamentais para o Ô mega 3
5,7,16

metabolismo, sendo necessários para manter


sob condições normais, as membranas celula- São compreendidos pelos ácidos alfa
linolênico (ALA) de origem vegetal, docosa-
res, as funções cerebrais e a transmissão de hexaenoico (DHA) e eicosapentaenoico
impulsos nervosos. (EPA), de origem marinha.

Exercem inúmeros efeitos sobre di-


ferentes aspectos fisiológicos e do meta-

Ô
bolismo que podem influenciar a chance de
7 desenvolvimento de doenças cardiovascula-
mega 6 res, como a redução dos níveis de triglice-
rídeos no sangue.
O ácido linoleico é o principal ácido gra-
O EPA está relacionado à prevenção
xo ômega-6, encontrado especialmente em de problemas cardíacos e redução do coles-
óleos vegetais como os de soja, milho, canola, terol, enquanto o DHA, à cognição, com im-
girassol, algodão, gergelim, cártamo e prí- portante função na formação, desenvolvi-
mento e funcionamento do cérebro e da re-
mula. Também são fontes importantes: nozes tina.
e sementes oleaginosas em geral, como casta-
nha-do-brasil, castanha de caju, amêndoa e O organismo tem capacidade de for-
avelã. mar tanto o EPA quanto o DHA a partir do
ácido alfa linolênico, porém essa conversão
Vale destacar que são diversos os pro-
é baixa, devendo-se dar prioridade para o
dutos derivados desses óleos, como margari- consumo de ômega-3 proveniente de fontes
nas, maioneses e atualmente os azeites com- animais, e assim obtendo-se diretamente os
postos (mistura de óleo de oliva e óleos de gi- ácidos EPA e DHA.
rassol ou milho). As principais fontes de ALA são os
As principais recomendações quanto ao óleos vegetais, especialmente de soja e ca-
consumo de ômega-6 sugerem que ele deve nola, além da linhaça. EPA e DHA são en-
substituir os ácidos graxos saturados na ali- contrados em peixes de águas muito frias e
profundas, como salmão, sardinha, cavala
mentação, promovendo com isso redução dos e arenque. O consumo regular de peixes
níveis de colesterol ruim (LDL), melhorando a ricos em ômega-3, cerca de duas vezes na
sensibilidade à insulina e diminuindo o risco semana, deve fazer parte de uma dieta
cardiovascular e de diabetes. saudável.

Setor de Alimentação e Nutrição/ Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis/ UNIRIO. Boletim nº11. Julho/2020.
Fique de

Á
olho

17,18
cidos Graxos Trans

Atualmente, há evidências
convincentes de que o consumo de gor-
duras trans acima de 1% do valor ener-
gético total (VET) em alimentos gera
fatores de risco como aumento do co-
lesterol ruim (LDL) e redução do coles- Em algumas embalagens de alimentos vo-
terol bom (HDL), favorecendo o desen- cê já pode ter visto com certo destaque a
volvimento de doenças cardiovasculares, frase “produto com zero gordura trans”. En-
aumentando a ocorrência de problemas tretanto, a informação pode não ser tão cor-
coronarianos e a mortalidade por essas reta assim. Isto pode ocorrer, pois as atuais
causas. normas brasileiras permitem mensagens como
A gordura trans pode ser encon- “zero gordura trans” em embalagens de pro-
trada de forma natural nos alimentos dutos que tenham esta gordura em quantidade
derivados de animais ruminantes (bois, igual ou menor a 0,1 grama por porção.
cabras, carneiros, entre outros), como Portanto, a ocultação desta informação
carnes, banha, queijos, manteiga, iogur- é bastante comum em produtos industrializa-
tes e leite integral. No entanto, as con- dos, como por exemplo na embalagem de bis-
centrações nestes alimentos são consi- coito recheado, em que a porção é livre de
deradas pequenas, portanto em níveis gordura trans, pelo critério estabelecido na
seguros para consumo. norma.
Também pode ser produzida in- Neste caso, as informações nutricio-
dustrialmente durante a hidrogenação nais equivalem a duas unidades do biscoito co-
mo indicado na porção. Porém, é muito comum
parcial de óleos vegetais ou seu trata-
que as pessoas consumam mais de duas unida-
mento térmico. De acordo com a Anvisa,
des, ingerindo assim uma quantidade maior de
a maior preocupação é com os produtos
gordura trans. Por esse motivo, o ideal seria
industrializados como margarinas, bis- avaliar a lista de ingredientes dos produtos e
coitos, snacks, bolos, massas instantâ- identificar ali alguns tipos de gordura que
neas, sorvetes, chocolates, pratos con- correspondem à gordura trans.
gelados, pipoca de micro-ondas, entre
muitos outros alimentos. Com o objetivo de proteger a saúde da
população, uma vez que o consumo elevado
dessas gorduras é nocivo à saúde, a Anvisa
publicou em dezembro de 2019 a RDC
332/2019, com as regras que limitam o uso de
gorduras trans industriais em alimentos. Sua
implantação ocorrerá em 3 fases, iniciando
com o estabelecimento de limites de gorduras
trans para a indústria e serviços de alimenta-
ção e prosseguindo até o banimento do uso de
gordura parcialmente hidrogenada entre 2021
e 2023.

Setor de Alimentação e Nutrição/ Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis/ UNIRIO. Boletim nº11. Julho/2020.
Á cidos Graxos Interesterificados
7,19

Estão sendo utilizados como alternativa para os ácidos graxos trans em pro-
dutos alimentícios, como margarina, maionese, biscoitos, salgadinhos, bolos, alimen-
tos processados, como cereais e fritos, como batata frita. São produzidos pela in-
dústria e também visam atender à necessidade da mesma quanto às propriedades
sensoriais dos alimentos que produz. Embora também seja formado um tipo de gor-
dura não existente na natureza, diferentemente do que ocorre no processo de hi-
drogenação, a interesterificação não forma a gordura trans.

Ainda são escassos os estudos abordando o impacto da alteração da posição


dos ácidos graxos na molécula de glicerol (resultado do processo de interesterifi-
cação), na saúde cardiovascular. Cabe ressaltar que pode haver predominância de
ácidos graxos saturados na gordura interesterificada de utilização industrial, e que
ela vem sendo amplamente utilizada na elaboração dos alimentos ultraprocessados
(Boletim SETAN PRAE nº2/2020), que devem ter seu consumo desestimulado.

O colesterol alimentar é um composto vital

C
para o organismo, essencial na formação das
membranas das células, na produção de hormônios olesterol
7

sexuais, da vitamina D e de sucos digestivos, além


de desempenhar papel importante nos tecidos
nervosos e originar sais biliares.
A resposta dos níveis de colesterol no san-
gue decorrente da sua ingestão é variável, e as
razões para diferenças entre os indivíduos ainda
não estão totalmente esclarecidas. Em função
disso, diversas diretrizes internacionais reco-
mendam a restrição de gorduras totais e do co-
lesterol da dieta, objetivando redução e controle
do colesterol total e LDL.

Setor de Alimentação e Nutrição/ Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis/ UNIRIO. Boletim nº11. Julho/2020.
Recomendação de
ingestão de gorduras20,21 Aquecimento
dos óleos22

Para auxiliar a prevenir o ganho de peso


não saudável na população adulta, a quantida-
de total de gordura ingerida não deve exce-
der 30% da ingestão total de energia. Além
disso, o risco de desenvolver Doenças Não
Transmissíveis (DNTs) é reduzido quando:

Durante o processo de fritura


 a ingestão de gorduras saturadas for podem ocorrer alterações nos ácidos
inferior 10% da ingestão total de ener- graxos que compõem os óleos e gordu-
gia; ras, trazendo alterações sensoriais
 a ingestão de gorduras trans for menor (odor, sabor) nos alimentos, além da
que 1% da ingestão total de energia; formação de determinadas substân-
 há substituição de gorduras saturadas cias nocivas à saúde.
e gorduras trans por gorduras insatu-
Os fatores que agravam tais
radas, em particular por gorduras poli-
alterações são, principalmente: tempo
insaturadas.
de fritura, temperatura e reaqueci-
mento do óleo.
Por exemplo, uma pes-
Essas substâncias podem con-
soa que consome 2000
tribuir para o surgimento de doenças
calorias por dia, não
crônicas não-transmissíveis, dificultar
deve ultrapassar 66
a digestão, além de diminuir a disponi-
gramas de gorduras
bilidade dos ácidos graxos essenciais.
totais, o que repre-
senta 30% do valor
energético total da dieta, 22g de gorduras
ORIENTAÇÃO:
saturadas e 2g de gordura trans. Os valores
podem variar de pessoa para pessoa, de A fritura não deve ultrapassar
acordo com idade, gênero, peso e índice de 180°C (ou seja: fogo médio/sem
massa corporal (IMC), entre outros fatores formação de fumaça), mantendo a
clínicos e bioquímicos. temperatura constante.

Setor de Alimentação e Nutrição/ Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis/ UNIRIO. Boletim nº11. Julho/2020.
Manteiga
ou
Margarina?
23,24,25

M
uitas vezes as pessoas resultante desse processo de produção
passam a consumir marga- também pode aumentar os níveis de co-
rina pensando ser uma al- lesterol e triglicerídeos, além de dimi-
ternativa mais saudável nuir o colesterol bom (HDL).
em relação à manteiga. No entanto,
tanto a margarina quanto a manteiga Então entre a gordura saturada
são alimentos fontes de gorduras; a di- da manteiga e a gordura trans da
ferença está no tipo de gordura que margarina, qual é a opção mais sau-
possuem, sendo de origem animal na dável para o dia a dia?
manteiga e de origem vegetal na marga-
O Guia alimentar para a população
rina
brasileira aponta o fato positivo da
A manteiga é um alimento rico em
manteiga ser um produto extraído do
gorduras saturadas e colesterol, que
leite (alimento in natura). Isso significa
estão ligados à ocorrência de doenças
que ela é menos industrializada do que
cardiovasculares e aumento do coleste-
a margarina, que é considerada um ali-
rol ruim (LDL), quando ingeridos em ex-
mento ultraprocessado.
cesso. É produzida por meio do bati-
mento do creme de leite, que é a nata
A seguir apresentaremos suges-
do leite
tões de receitas como homus (pasta de
Já a margarina é obtida pela hi-
grão de bico), babaganoush (pasta de
drogenação de óleos vegetais, que pos-
berinjela), maionese de abacate, que
suem gorduras insaturadas, a uma tem-
são opções mais saudáveis ao uso da
peratura bastante elevada, transfor-
manteiga e da margarina, além de ser
mando a gordura original em parcial-
uma forma de diversificar a sua alimen-
mente saturada e trans (hidrogenada).
tação.
Sendo assim, o consumo de margarina

Setor de Alimentação e Nutrição/ Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis/ UNIRIO. Boletim nº11. Julho/2020.
Homus
INGREDIENTES
INGREDIENTES
É uma preparação culinária típica da cultura árabe, fei-
ta a partir de grão-de-bico cozido. Leva ainda tahine
(pasta de gergelim), azeite, suco de limão, sal e alho. • 300g de grão-de-bico
• caldo de 1 limão
• 1 dente de alho descas-
MODO DE PREPARO
cado
• 100g de tahine
• azeite a gosto
• sal e pimenta-do-reino
moída na hora a gosto

1. Coloque o grão-de-bico numa tigela e cu-


bra com água. Deixe de molho por no míni-
mo 24 horas. Troque a água ao longo desse 6. No processador de alimentos, bata o
tempo. grão-de-bico, o alho, o suco de limão e o ta-
hine. Tempere com sal e pimenta-do-reino
2. Escorra a água do molho e transfira os moída na hora. Adicione a água do cozimen-
grãos para uma panela grande. Cubra os to aos poucos e bata até obter uma pasta
grãos com 1 litro de água. homogênea. O ponto deve ser o de um patê
grosso.
3. Leve a panela ao fogo alto e deixe cozi-
nhar por aproximadamente 50 minutos ou 7. Retire o homus do processador, coloque
até ficar macio, mas tome cuidado para não num prato. Se quiser, acrescente azeite so-
deixar desmanchar. bre a pasta ou decore com páprica picante.

4. Quando o grão-de-bico estiver cozido,


retire do fogo. Escorra a água, mas não to-
da. Uma parte dela será usada para bater
os grãos.

5. Retire as cascas dos grãos com as mãos


e despreze-as (esse procedimento deve ser
feito pelas pessoas que têm dificuldade pa-
ra digerir grãos, caso contrário não há ne-
cessidade de fazê-lo).

Setor de Alimentação e Nutrição/ Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis/ UNIRIO. Boletim nº11. Julho/2020.
INGREDIENTES

• 1 berinjela grande
• 1 dente de alho
picado
• caldo de 1 limão
2 colheres (sopa) de
Babaganoush

tahine
• azeite a gosto Esta é uma receita clássica da culinária árabe: um
patê de berinjela, de sabor defumado e textura
• sal a gosto
cremosa. Pode ser consumida na tapioca, no pão, co-
mo pastinha para aperitivos (pepino e cenoura em
palitos), espalhada no pão sírio e onde mais você
quiser experimentar.

MODO DE PREPARO

1. Lave e seque bem a berinjela. 3. Assim que amornarem, corte a berinjela


ao meio, no sentido do comprimento, e
2. Acenda a chama de uma das bocas do
retire toda a polpa com uma colher.
fogão, segure a berinjela com uma pinça
Descarte a casca e transfira a polpa
e aproxime a berinjela do fogo. À medi-
para uma peneira. Deixe escorrer o ex-
da que a casca for queimando, vá viran-
cesso de líquido por alguns minutos.
do a berinjela para que ela queime por
igual; isso deixa a berinjela com um 4. No processador (ou liquidificador) jun-
gostinho de defumada, o que é essenci- te o tahine, o caldo de limão, o alho e a
al para a receita. Transfira para um polpa de berinjela e bata bem até for-
prato. mar uma pasta. Tempere com sal e
azeite, e sirva a seguir.

Setor de Alimentação e Nutrição/ Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis/ UNIRIO. Boletim nº11. Julho/2020.
Maionese de abacate 26

O preparo é mais simples do que


INGREDIENTES você imagina:

• 1 abacate  Coloque todos os ingredientes


no liquidificador e bata bem
• 1 dente de alho até adquirir um creme liso;

• ½ limão OU

• 1 punhado de manjericão  Amasse o abacate e o dente de


alho. Em seguida misture o
manjericão picadinho e adicio-
ne o suco de limão.

Pronto: é só isso mesmo!

Setor de Alimentação e Nutrição/ Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis/ UNIRIO. Boletim nº11. Julho/2020.
Orientações quanto ao consumo de óleos e gorduras:17,21,25,27

Para saber a quantidade adequada a ser consumida, Atenção aos rótulos quanto ao
procure ajuda de um profissional, pois além de ava- tipo e teor de gorduras referen-
liar todas as suas necessidades, ele levará em conta tes a uma porção do alimento,
a distribuição dos demais nutrientes, como carboi- descritos em “informações nu-
dratos e proteínas, indicando o total de gordura, e tricionais”. Além disso, crie o há-
o tipo, que você necessita. bito de ler a lista de ingredien-
tes, pois é comum o uso de outros
Pessoas que possuem taxa nomes para a gordura trans, co-
Dê preferência às carnes
sanguínea elevada de tri- mo: gordura parcialmente hidro-
magras em preparações
glicerídeos, além de redu- genada, gordura vegetal parcial-
assadas, cozidas ou gre-
zir a ingestão de alimentos mente hidrogenada, gordura ve-
lhadas, leite desnatado e
gordurosos e frituras, de- getal hidrogenada, óleo vegetal
queijos brancos. Retire a
vem ainda diminuir o con- hidrogenado, óleo hidrogenado,
pele do frango e a gordu-
sumo de doces, açúcar, gordura interesterificada, entre
ra aparente das carnes
pães, massas e biscoitos outros.
antes de consumi-los.
feitos com farinha branca,
e de bebidas alcoólicas. As fibras desempenham um papel
importante junto à ingestão de
Além das receitas sugeridas neste boletim para al- gorduras: as solúveis, encontra-
ternar o uso da manteiga ou margarina, outra opção das em alimentos como aveia, fa-
é o uso de queijos magros (ricota, cottage e fres- relo de aveia, frutas em geral e
cal), pois além de apresentarem valor calórico redu- leguminosas (feijão, grão de bico,
zido e teores mais baixos de gorduras, oferecem soja, ervilha, lentilha) são capa-
maiores quantidades de cálcio e proteínas. zes de reduzir a absorção do co-
lesterol; as insolúveis, presentes
em cereais integrais e nas horta-
liças, promovem a sensação de
saciedade, o que auxilia no ema-
grecimento ou controle do peso
corporal.

Setor de Alimentação e Nutrição/ Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis/ UNIRIO. Boletim nº11. Julho/2020.
Até o próximo!

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro — UNIRIO


Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis — PRAE
Setor de Alimentação e Nutrição — SETAN

Equipe organizadora: Nutricionistas


Lidia Araújo
Lidiane Pessoa
Luciana Cardoso
Priscila Maia

Contato: nutricao.prae@unirio.br

Setor de Alimentação e Nutrição/ Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis/ UNIRIO. Boletim nº11. Julho/2020.

Você também pode gostar