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PROBLEMAS DE MÁXIMO E
MÍNIMO NA GEOMETRIA
EUCLIDIANA †
por
sob orientação do
Aprovada por:
Agosto/2013
Agradecimentos
Quero agradecer à Deus pela vida que se renova a cada manhã e pelo livre arbítrio
de lutar ou desistir, mas principalmente pela certeza de ser um vencedor e sempre
persistir.
À minha esposa e lha pela paciência e apoio durante todo o tempo que me afastei
na realização desse estudo.
Aos meus pais que me mostraram como viver a vida que é cheia de desaos, com
lutas, vitórias e derrotas.
Aos meus sogros que têm sido verdadeiros pais para mim.
Ao professor, meu orientador, Venegas por toda a sua dedicação, apoio, orientação,
contribuição e paciência durante toda a construção deste trabalho.
À amiga Yara Rabay pelo auxílio, liderança e exemplo de vida que foi um dos
marcos no programa PROFMAT.
vi
ABSTRACT
This work presents a research on problems of maxima and minima of the Eucli-
dean geometry. Initially we present some preliminary results followed by statements
that in essence use basic concepts of geometry. Below are some problems of maximi-
zing area and minimizing perimeter of triangles and convex polygons, culminating
in a proof of the isoperimetric inequality for polygons and review the general case.
Solve some classical problems of geometry that are related to outliers and present
other problems as proposed.
vii
Sumário
1 PRELIMINARES 1
1.1 Resultados preliminares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 60
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 63
viii
Lista de Figuras
ix
3.1 Representação geométrica do problema de Regiomontanus . . . . . . 33
3.2 Solução geométrica do problema de Regiomontanus . . . . . . . . . . 34
3.3 Cálculo de d no problema de Regiomontanus . . . . . . . . . . . . . . 35
3.4 Esquema para o problema do campo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
3.5 Problema de Fagnano - Solução de Féjer - A . . . . . . . . . . . . . . 40
3.6 Problema de Fermat - P exterior ao triângulo ABC não é solução . . 42
3.7 Problema de Fermat - P Pode ser interior ao triângulo ABC . . . . . 43
3.8 Cincunferência de centro C tangente à elipse de focos A e B . . . . . 44
3.9 Problema de Fermat - P não pertence a um dos lados do triângulo
ABC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
3.10 Problema de Fermat - Ponto C exterior ao arco-capaz AB . . . . . . 46
3.11 Problema de Fermat - Ponto C sobre o arco-capaz AB . . . . . . . . 46
3.12 Problema de Fermat - Ponto C interior ao arco-capaz AB . . . . . . . 47
3.13 Problema de Fermat - Ponto de Torricelli . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3.14 Problema de Fermat - solução de Simpson . . . . . . . . . . . . . . . 48
3.15 Problema de Fermat - Triângulo de altura máxima circunscrito ∆ABC 50
3.16 Problema de Fermat - Triângulo M N Q tem altura máxima . . . . . . 51
3.17 A curva convexa engloba maior área . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
3.18 AB divide a curva γ nas regiões R1 e R2 . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
3.19 S1 , S2 xos e AP̂ B variável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
3.20 AP̂ B = 90o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
3.21 Triângulo de área máxima xados a e b . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
x
Notações
−−→
P1 P2 semirreta com origem no ponto P1 passando por P2 ,
←−→
P1 P2 reta passando pelos pontos P1 e P2 ,
−−→ −−→
P1 Pˆ2 P3 ângulo formado pelas semirretas P2 P1 e P2 P3 ,
xi
INTRODUÇÃO
xii
Notações INTRODUÇÃO
dada. Mais tarde, Zenodorus (200 a.C a 140 a.C) estudou a área de uma gura com
perímetro xado e o volume de um sólido com superfície xada. Ele vericou que
entre todos os polígonos regulares com mesmo perímetro o polígono regular é o que
abrange a maior área. Problemas deste tipo vêm sendo abordados pelos matemáti-
cos desde os primórdios da geometria.
xiii
Notações INTRODUÇÃO
xiv
Capítulo 1
PRELIMINARES
Proposição 1 Se ABC é um triângulo com AB=c, AC=b e BC=a tal que B̂ > Ĉ ,
então AC = b > c = AB.
−−→
Demonstração: Como B̂ > Ĉ , podemos traçar a semirreta BP , onde P é um
ponto do lado AC de tal modo que C B̂P = 12 (B̂ − Ĉ). (ver Figura 1.1).
1
Resultados preliminares Capítulo 1
1 1
AP̂ B = C B̂P + B ĈP = (B̂ − Ĉ) + Ĉ = (B̂ + Ĉ).
2 2
1 1
AB̂P = B̂ − (B̂ − Ĉ) = (B̂ + Ĉ).
2 2
Concluímos que o triângulo ABP é isósceles de base BP , então:
c = AB = AP < AP + P C = b.
2
Resultados preliminares Capítulo 1
Vemos que:
CD = CA + AD = CA + AB = b + c.
B D̂A = DB̂A,
observemos que:
Assim a < b + c
b < a + c, c < a + b.
3
Resultados preliminares Capítulo 1
−−→
Demonstração: Prolongue a semirreta BP até que a mesma encontre o lado AC
no ponto Q. (ver Figura 1.3).
e
P C < QC + P Q.
BQ + P C < AB + AQ + QC + P Q.
4
Resultados preliminares Capítulo 1
P B + P C < AB + AC.
Denição: Dados dois pontos distintos A e B , pertencentes a um plano π, seja 2c
a distância entre eles. Elipse é o conjunto dos pontos de π cuja soma das distâncias
a A e B é constante 2a (sendo 2a > 2c), ou seja,
5
Resultados preliminares Capítulo 1
QA + QB < P A + P B = 2a.
6
Resultados preliminares Capítulo 1
P 0 Q < P 0 B + BQ
P 0 A + AQ = P A + AQ < P B + BQ.
7
Resultados preliminares Capítulo 1
a) Os ângulos AP̂ C e P ÂN são iguais, pois são ângulos alternos internos, e
(ii) A curva γ deve ser formada por dois segmentos de reta. De fato, seja A o ponto
onde γ toca r, então necessariamente o trecho P A da curva é um segmento de
reta.
8
Resultados preliminares Capítulo 1
P 0 B + BQ > P 0 B1 + B1 Q.
9
Resultados preliminares Capítulo 1
1
RA < (P A + QA)
2
(P Q)2 + 4(AR)2
= (AP )2 + (AQ)2 (1.2)
2
Usando a desigualdade triangular no triângulo AP Q temos:
−P Q < AP − AQ < P Q
10
Resultados preliminares Capítulo 1
isto é,
|AP − AQ| < P Q
(P Q)2 + 4(AR)2
< (P Q)2 + 2(AP )(AQ)
2
e
4(AR)2 < (P Q)2 + 4(AP )(AQ)
2AR < AP + AQ
1
AR < (AP + AQ).
2
11
Resultados preliminares Capítulo 1
1
RA < (P A + QA)
2
e
1
RB < (P B + QB)
2
somando as duas desigualdades e lembrando que P A + QA = P B + QB = 2a
concluímos a demonstração.
Proposição 6 Seja P um ponto sobre uma elipse, então a reta normal à elipse em
P é a bissetriz do ângulo AP̂ B , onde A e B são os focos dessa elipse. (ver Figura
1.9)
12
Resultados preliminares Capítulo 1
A armação seguinte é conhecida como Teorema de Viviani, sua prova pode ser
feita facilmente utilizando o conceito de área.
13
Resultados preliminares Capítulo 1
É claro que a área do triângulo ABC é igual a soma das áreas dos triângulos
ABP , ACP e BCP , logo,
S = S1 + S2 + S3
a·h a · h1 a · h2 a · h3
= + +
2 2 2 2
colocando a
2
em evidência no segundo membro, obtemos
a a
h = (h1 + h2 + h3 )
2 2
e nalmente obtemos:
h = h1 + h2 + h3
Observação 1 Caso P esteja sobre um dos lados, P e os extremos desse lado não
formará um triângulo, por estarem alinhados, mais a soma das áreas dos outros dois
triângulos será igual a S.
14
Resultados preliminares Capítulo 1
Proposição 7 Considere a região formada por uma curva convexa γ1 e pelo seg-
mento AB . Suponha que a seguinte propriedade se verique: dado qualquer ponto
P sobre γ1 , o ângulo AP̂ B é reto. Então γ1 é um semicírculo. (ver Figura 1.11).
15
Capítulo 2
MAXIMIZANDO A ÁREA,
MINIMIZANDO O PERÍMETRO
de triângulos
16
Maximizando a área, minimizando o perímetro de triângulos Capítulo 2
17
Maximizando a área, minimizando o perímetro de triângulos Capítulo 2
Baseado na Observação 4 podemos ver que o problema tem solução. (ver Figura
2.2).
p é função contínua e:
lim p(b) = ∞
b→0+
e
lim p(b) = ∞
b→∞
18
Maximizando a área, minimizando o perímetro de triângulos Capítulo 2
AD0 + D0 C = AB + BC.
É claro que D0 não pode ser interior ao triângulo ACD, pois pelo Corolário 2.1
teríamos AD0 + D0 C < AD + DC o que seria contraditório
Dessa forma a área do triângulo AD0 C é maior que a área do triângulo ADC , e
este último tem a mesma área do triângulo ABC , por terem mesma base e mesma
altura, porém os triângulos AD0 C e ABC têm o mesmo perímetro.
19
Maximizando a área, minimizando o perímetro de triângulos Capítulo 2
x1 + x2 + x3 + · · · + xn √
≥ n x1 · x2 · x3 · ... · xn .
n
Ou seja, a média aritmética sempre é maior do que ou igual a média geométrica
e a igualdade só se verica se x1 = x2 = x3 = · · · = xn . A demonstração pode ser
obtida em [5].
p
A= p(p − a)(p − b)(p − c).
onde p é o semiperímetro.
x1 + x2 + x3 √
≥ 3 x1 x2 x3 .
3
(p − a) + (p − b) + (p − c) p
≥ 3 (p − a)(p − b)(p − c).
3
20
Maximizando a área, minimizando o perímetro de perímetros Capítulo 2
3p − (a + b + c) p
≥ 3 (p − a)(p − b)(p − c)
3
3p − 2p p p
= ≥ 3 (p − a)(p − b)(p − c)
3 3
p3
≥ (p − a)(p − b)(p − c)
27
Como p é constante, p3
27
também é, logo o produto (p−a)(p−b)(p−c) será menor
do que ou igual a p3
27
e a igualdade, que é o valor máximo, só ocorrerá se, e somente
se x1 = x2 = x3 , ou seja, (p − a) = (p − b) = (p − c) de onde obtemos que a = b = c
concluindo a demonstração.
de polígonos
Resolução do Problema 3.
21
Maximizando a área, minimizando o perímetro de perímetros Capítulo 2
AB 0 + B 0 C < AB + BC.
Devemos provar que o polígono deve ser equiângulo. Considere três lados con-
secutivos AB , BC e CD, que já sabemos serem congruentes. Suponhamos que os
ângulos AB̂C = α > β = B ĈD. (ver Figura 2.5).
22
Maximizando a área, minimizando o perímetro de perímetros Capítulo 2
α + ε − θ = 180o
e
β + ω + θ = 180o .
β+ω+θ =α+ε−θ
daí, obtemos:
ω − ε = α − β − 2θ > 0.
23
Maximizando a área, minimizando o perímetro de perímetros Capítulo 2
Então, concluímos:
ω>ε
24
Maximizando a área, minimizando o perímetro de perímetros Capítulo 2
BE + EF < BC 0 + C 0 F
25
A desigualdade isoperimétrica para polígonos Capítulo 2
no Problema 3.
26
A desigualdade isoperimétrica para polígonos Capítulo 2
Resolução do Problema 5:
Um polígono regular é a união de n triângulos isósceles congruentes de base e altura
medindo respectivamente `n e an , onde `n é a medida de cada lado do polígono e an
o seu apótema (distância do centro a qualquer um dos lados). (Ver Figura 2.9).
O perímetro do polígono será n vezes a medida do seu lado e sua área será n
vezes a área de um dos triângulos isósceles que o compõe. Vamos expressar a área
do polígono regular por S(n) e seu perímetro por P , Temos as seguintes equações:
27
A desigualdade isoperimétrica para polígonos Capítulo 2
`n an
S(n) = n (2.2)
2
e
P = n`n (2.3)
S(n) n `n2an
=
P n`n
P n`n
π = `n
tg( n ) 2an
dessa, obtemos:
P
= 2nan
tg( πn )
28
A desigualdade isoperimétrica para polígonos Capítulo 2
e nalmente:
P
an = (2.6)
2ntg( πn )
De (2.5) e (2.6), obtemos:
2S(n) P
=
P 2ntg( πn )
que é melhor representada por:
P2 1
S(n) = π · (2.7)
4tg( n ) n
P2 1 π
S(n) = π · ·
4tg( n ) π n
π
P2
S(n) = · nπ (2.8)
4π tg( n )
x
f (x) = (2.9)
tg(x)
no intervalo (0, π2 ), onde x = πn .
sen(x)
Sabemos que tg(x) = cos(x)
, assim:
x
f (x) = sen(x)
cos(x)
29
A desigualdade isoperimétrica para polígonos Capítulo 2
x
f (x) = · cos(x) (2.10)
sen(x)
Quando n → ∞, x → 0, para n > 2, temos os limites (provaremos em seguida):
lim f (x) = 1
x→0
e
lim f (x) = 0
x→ π2
A demonstração acima tem algo mais a nos dizer. À medida que n cresce a área
S(n) também cresce, sendo limitada superiormente por P2
4π
, pois f (x) tende a 1,
quando n cresce, mas não atinge esse valor, então em (2.8), temos:
π
P2 P2
S(n) = · nπ < ·1 (2.11)
4π tg( n ) 4π
30
A desigualdade isoperimétrica para polígonos Capítulo 2
4πS < P 2 ,
x
lim =1
x→0 sen(x)
Uma demonstração geométrica desse limite básico, pode ser obtida no livro de
Serge Lang [4].
31
Capítulo 3
PROBLEMAS CLÁSSICOS DE
MÁXIMOS E MÍNIMOS
32
Problema de Regiomontanus Capítulo 3
33
Problema de Regiomontanus Capítulo 3
que passa pelo ponto C . Agora, traçamos a circunferência que passa pelos pontos A
e B e tangencia à reta r. Esta circunferência tem centro na mediatriz do segmento
AB e raio igual à distância do ponto médio do segmento AB até a reta r. Essa
circunferência tangencia a reta r em um ponto C 0 , o qual queremos mostrar que é o
ponto que nos fornece a distância exata para o maior ângulo de visão. (ver Figura
3.2)
34
Problema de Regiomontanus Capítulo 3
h h
d2 + ( )2 = [( ) + (p − m)]2
2 2
35
Problema de Regiomontanus Capítulo 3
h h h
d2 + ( )2 = ( )2 + 2 (p − m) + (p − m)2
2 2 2
d2 = (p − m)(h + p − m)
e nalmente
p
d= (p − m)(h + p − m).
36
Problema de Regiomontanus Capítulo 3
tg(x) − tg(y)
tg(x − y) =
1 + tg(x) · tg(y)
para resolver o problema acima.
Solução:
Em cada instante, o jogador vê a meta sob o ângulo α = α2 − α1 , onde α1 e
α2 são os ângulos entre sua trajetória e as retas que o ligam aos postes da meta.
Temos:
tg(α2 ) − tg(α1 )
tg(α) = .
1 + tg(α2 ) · tg(α1 )
Se x é a distância do jogador ao fundo do campo, temos tg(α1 ) = a
x
e tg(α2 ) = xb ,
logo
b
x
− xa b−a
x
tg(α) = b a
= .
1+ x · x 1 + xab2
37
Problema de Regiomontanus Capítulo 3
ab
x= ,
x
x2 = ab,
√
x= ab.
Portanto
ab
x+
x
√
atinge seu menor valor quando x = ab.
É claro que esse problema poderia ser resolvido de maneira bem mais simples,
aproveitando os resultados já demonstrados do problema original de Regiomontanus.
No problema original temos uma estátua de altura h, sobre um pedestal de altura p
e um homem de altura m.
Nessa variação apresentada podemos apresentar a associação m = 0, pois a linha
apresentada não é a linha de visão do homem e sim a linha que o aproxima da meta,
também percebemos que h + p = b, p = a e d = x.
38
Problema de Fagnano Capítulo 3
p
x= (a − 0)(b − 0)
e nalmente
√
x= ab
A solução seguinte foi dada em 1900 pelo matemático húngaro L. Fejér. Seja
ABC o triângulo dado. Nós queremos encontrar pontos M , N e P sobre os lados
BC , CA e AB , respectivamente, tal que o perímetro do triângulo M N P é mínimo.
Primeiro, consideramos uma versão mais simples do problema. Considere um ponto
arbitrário P sobre AB . Devemos agora encontrar pontos M e N em BC e CA,
respectivamente, tal que ∆M N P tem perímetro mínimo. (Esse número mínimo é
claro vai depender da escolha de P .) seja P 0 o simétrico do ponto P em relação ao
lado BC e P 00 o simétrico de P em relação ao lado AC (ver Figura 3.5).
39
Problema de Fagnano Capítulo 3
40
Problema de Fermat Capítulo 3
triângulo de perímetro mínimo inscrito no triângulo ABC , dentre todos aqueles que
têm P como vértice. Considere agora as soluções análogas, sendo M o pé da altura
relativa ao lado BC e aquela com N sendo o pé da altura relativa ao lado AC . Uma
das três tem que ter o menor perímetro possível. O que se quer argumentar agora é
que as três soluções são a mesma solução. Suponhamos que uma delas é a mínima
(por exemplo, aquela obtida com P sendo o pé da altura relativa ao lado AB ). Se,
nesta solução, o ponto M obtido sobre BC não fosse o pé da altura relativa a este
lado, então a solução obtida com M no pé da altura relativa ao lado BC teria perí-
metro menor ainda, o que é uma contradição. Logo, os pontos P , M e N devem ser,
respectivamente, os pés das alturas relativas aos lados AB , BC e AC . Portanto, de
todos os triângulos inscritos no triângulo ABC , o com vértices nos pés das alturas
do triângulo ABC tem perímetro mínimo.
Este problema foi proposto por Fermat em seu Métodos de determinação de má-
ximos e mínimos e tangentes a curvas. Evangelisto Torriceli lendo este trabalho,
resolveu este problema em algum período antes de 1640, localizando o ponto do
problema (Chamado ponto de Fermat, Torricelli ou Steiner). Isto é conhecido pelo
fato que seu aluno Vincenzo Viviane (1622 - 1703) publicou a solução de seu mestre
no livro De maximis et minimis (1659).
41
Problema de Fermat Capítulo 3
42
Problema de Fermat Capítulo 3
P 0 A + P 0 B + P 0 C > P 0 A0 + P 0 B 0 + P 0 C 0 = P A + P B + P C.
43
Problema de Fermat Capítulo 3
Figura 3.8)
Este mesmo argumento nos mostra que o ponto P não pode estar sobre os
lados pois, suponhamos que P estivesse no lado AB do triângulo ABC . Então
C P̂ A = C P̂ B se, e somente se, esta medida for igual a 90o e não a 120o . (ver Figura
3.9)
44
Problema de Fermat Capítulo 3
Figura 3.9: Problema de Fermat - P não pertence a um dos lados do triângulo ABC
Mas será que o ponto P poderá estar sobre um dos vértices? Observe que para
que C P̂ A = C P̂ B = B P̂ A = 120o o ponto P deve estar na interseção dos arcos-
capazes de 120o relativos aos segmentos (no mesmo semi-plano do triângulo ABC )
AC , BC e AB respectivamente.
45
Problema de Fermat Capítulo 3
←→
c) C está entre o arco-capaz de 120o relativo ao lado AB e a reta AB .
Neste caso AĈB > 120o , pelo mesmo argumento usado no caso anterior, po-
demos concluir que P só pode ser o ponto C . (ver Figura 3.12)
46
Problema de Fermat Capítulo 3
Como vimos acima, quando o maior ângulo do triângulo ABC for menor do que
120o , o ponto P é a intersecção dos arcos-capazes de 120o relativos aos lados do
triângulo.
Acontece que, estes arcos-capazes estão respectivamente contidos nas circunferências
circunscritas aos triângulos equiláteros construídos externamente sobre os lados do
triângulo ABC . (ver Figura 3.13)
47
Problema de Fermat Capítulo 3
medida de 120o .
Mais tarde, em 1750 o matemático inglês Thomas Simpson (1710 - 1761) pu-
blicou no seu livro Doctrine and Application of Fluxions que o ponto de Torricelli,
isto é, o ponto de intersecção das três circunferências circunscritas respectivamente
aos triângulos equiláteros construídos sobre cada lado do triângulo ABC pode ser
obtido, ligando-se os vértices A, B e C aos vértices externos daqueles triângulos
equiláteros (ver Figura 3.14).
48
Problema de Fermat Capítulo 3
49
Problema de Fermat Capítulo 3
←−→ ←→
Então as retas M A e N B devem se cruzar em um ponto Q sobre o arco-capaz
AB pois, como C M̂ A = C N̂ B = 60o , então M ÔN = 60o . Além disso, a reta
←−→
M A é perpendicular ao segmento P A pois, o quadrilátero M CP A é inscritível e
←→
M ĈP = 90o . Logo M ÂP = 90o . Analogamente tem-se que a reta N B é perpen-
dicular ao segmento P B . Segue-se então que P A + P B + P C é igual à altura do
triângulo M N Q (Teorema de Viviani). Este é o triângulo equilátero, circunscrito
ao triângulo ABC , de maior altura possível.
50
Problema de Dido Capítulo 3
Dido, lha de um rei fenício, refugiou-se no norte da África, depois que seu ma-
rido foi assassinado. Foi-lhe prometida a extensão de Terra que pudesse cercar com
o couro de um boi. Diz a lenda que ela preparou com o couro uma longa e na
correia, e cercou com a mesma um terreno circular. Essa é a legendária estória da
fundação da cidade de Cartago.
51
Problema de Dido Capítulo 3
52
Problema de Dido Capítulo 3
53
Problema de Dido Capítulo 3
Neste caso, o lado de maior área poderia ser reetido em torno do segmento AB
e, assim obtém-se uma nova curva de mesmo comprimento, mais que engloba maior
área que a anterior, novamente uma contradição com o fato que a área é máxima.
54
Problema de Dido Capítulo 3
Seja γ1 uma curva convexa de comprimento L/2 com pontos extremos A e B tal que
a área entre o arco γ1 e o segmento AB seja máxima. Provemos usando a Proposição
7 que γ1 é um semicírculo. Com efeito, se P ∈ γ1 então o ângulo AP̂ B é um ângulo
reto. Novamente por contradição, suponha que P é tal que o ângulo AP̂ B não é
reto. A área delimitada pelo arco AP B e o segmento AB é dividido em três partes:
as áreas S1 e S2 limitada pela curva e os segmentos AP e P B , respectivamente, e a
área S3 limitada pelo triângulo AP B , (ver Figura 3.19)
55
Problema de Dido Capítulo 3
absen(θ)
2
sendo θ o ângulo entre os lados a e b, (θ ∈ [0, π]). Daí, quando sen(θ) = 1, teremos
o maior valor para a área, isto é, quando θ = 90o . Logo a curva γ1 em questão é um
semicírculo.
56
Capítulo 4
PROBLEMAS PROPOSTOS DE
MÁXIMOS E MÍNIMOS
57
PROBLEMAS PROPOSTOS DE MÁXIMOS E MÍNIMOS Capítulo 4
Problema 10: Dada uma circunferência de raio R achar o triângulo de área má-
xima inscrito na circunferência com uma das alturas igual a h?
58
PROBLEMAS PROPOSTOS DE MÁXIMOS E MÍNIMOS Capítulo 4
Problema 12: De todos os triângulos de mesma base e com mesmo ângulo oposto
a base, qual tem área máxima?
59
Capítulo 5
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O uso da geometria em sala de aula prova que a matemática não é uma ciência
pronta, ela precisa ser construída. Porém as aplicações práticas e de fácil compre-
ensão, bem como as formas que se assemelham com a própria natureza, mostram
que a matemática que se estuda é aplicável. Esperamos que as pessoas que tiverem
acesso a este trabalho possam se encantar com a beleza da geometria e percebam
que com apenas argumentos puramente geométricos é possível resolver problemas
de máximos e mínimos de maneira bastante elegante.
Deixo aqui como desao a resolução dos problemas apresentados no capítulo 4.
Tais problemas podem ser utilizados em sala de aula por professores nos diversos
níveis do ensino.
Espero seguir pesquisando e descobrindo novos problemas geométricos de fácil
compreensão e aplicação para utilizá-los em sala de aula mostrando a beleza e a
elegância da geometria.
60
Apêndice A
61
Apêndice Apêndice
62
Referências Bibliográcas
[1] ANDREESCU, Titu [et all]. Geometric Problems on Maxima and Minima.
Boston: Birkhäuser, 2006.
[4] LANG, Serge.Cálculo: tradução de Genésio Lima dos Reis. Rio de Janeiro:
Livros Técnicos e Cientícos, 1977.
[5] LIMA, Elon Lages [et all]. A Matemática do Ensino médio,2. Rio de Janeiro:
SBM, 2006.
63
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/96564/Kely_Cristina
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