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EMBRAPA INSTRUMENTAÇÃO
São Carlos – SP
Março 2018
Projeto de pesquisa de doutorado
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São Carlos – SP
Março 2018
Resumo
A utilização de CO2 como matéria prima para produção de compostos químicos de alto valor agregado
pode ter um papel importante na mitigação do aquecimento global pela redução das emissões desse gás
em condições localizadas. Contudo, reações químicas envolvendo o CO2, uma molécula inerentemente
inerte, requerem grande quantidade de energia. Processos artificiais de fotossíntese intermediados por
semicondutores, que assim como no processo natural usam luz solar para quebrar a barreira energética
reacional, podem prover uma rota viável para conversão de CO2. Entretanto, semicondutores capazes
de fotocatalisar a redução de CO2 de forma eficiente são escassos e pouco estudados e, ainda, estes
processos de conversão são geralmente pouco seletivos. Nesse contexto, heteroestruturas formadas por
nitreto de carbono grafítico e óxidos semicondutores (g-C3N4/MxOy) são plataformas promissoras para
estudos preliminares realizados pelo Grupo de Pesquisa, altamente promissora para fotoredução do
CO2 à CH4 e CO. Assim, nesse trabalho g-C3N4/Nb2O5 será utilizado como material de partida para o
posicionamento (nível energético) das bandas do material será ajustado pela aplicação de pequenos
potenciais em uma célula eletroquímica, visando o ajuste da seletividade reacional. Espera-se, deste
eletrônicas, medida de área superficial, MEV, MET, XPS e XAS) e fotoeletroquímicas (voltametrias e
espectroscopia de impedância). Esses estudos irão proporcionar uma melhor compreensão de como
Abstract
Using CO2 as feedstock for producing chemicals of high added value can play an important role on
mitigation of global warming by reducing localized emissions. However, chemical reactions involving
CO2, a molecule that is inherently non-reactive, require large amounts of energy. Artificial
photosynthesis processes mediated by semiconductors, which likewise the natural process use solar
light to overcome the reactional energy barrier, can provide means for CO2 conversion. Nevertheless,
semiconductors able to efficiently act as photocatalyst for CO2 reduction are scarce and still need to be
studied thoroughly, additionally, conversion processes are not specific. In this context, heterostructures
for photoconversion of CO2 under visible light. Especially, g-C3N4/Nb2O5 heterostructure proved, in
preliminary studies by the Research Group, promising for photoreduction of CO 2 to CH4 and CO.
Hence, in this work g-C3N4/Nb2O5 will be used as starting material for the study of conversion reactions
of CO2 to hydrocarbons that can be used as fuels, mainly methane. Material’s band position (energy
level) will be adjusted by applying small potentials in an electrochemical cell for tuning reaction
selectivity. In this way, it is aimed the development of highly efficient and selective conversion
processes. Moreover, the materials shall be studied by diverse physicochemical techniques (XRD,
vibrational and electronic spectroscopies, superficial area measurement, scanning and transition
electron microscopies, XPS and XAS) and photoelectrochemical (voltammetry and impedance
spectroscopy). These studies will allow a much better comprehension of how structural and electronic
1.1. Motivação
O desenvolvimento de processos que utilizem CO2 como matéria prima para produção de
hidrocarbonetos com alto valor energético, como o metano, teria um importante impacto no balanço
de carbono emitido por unidade de energia produzida. Isso porque grandes quantidades desse gás,
principal responsável pela intensificação do efeito estufa e aquecimento global,[1] são liberadas em
processos de geração de energia. De fato, estima-se que 76% da emissão antrópica global de gases
responsáveis pelo efeito estufa está relacionada a esses processos.[1] Um importante exemplo para o
Brasil é a produção de etanol pelo processo de fermentação a partir da cana de açúcar que, mesmo
usando matéria prima renovável, libera em média 950 kg de CO2 por tonelada de etanol produzido.[2]
Contudo, processos de conversão de CO2 demandam grande quantidade de energia, já que essa
é uma molécula pouco reativa.[3] Assim, a melhor maneira de superar essa barreira energética é fazendo
o uso de luz solar, como ocorre no processo natural de fotossíntese. Idealmente, sistemas de fotossíntese
artificial devem possibilitar a conversão do CO2 em combustíveis de forma mais eficiente que os
processos naturais e que possam ser diretamente utilizados em motores ou geradores.[4] A redução
A atividade fotocatalítica de semicondutores para redução de CO2 foi demonstrada por Inoue,
et al. [5] ainda em 1979. Os autores utilizaram TiO2, ZnO, WO3, SiC, GaP e CdS para catalisar a formação
de diversos produtos com valor comercial como formol e metanol. Outros trabalhos demonstraram
potencial de CuO, Cu2O, Cu:TiO2, Ag:TiO2, entre outros materiais para redução de CO2,[6] porém, em
literatura apresentam baixa seletividade – ou seja, não há mecanismos claramente estabelecidos para
privilegiar a produção de um subproduto da reação em relação a outro. O principal motivo desta baixa
seletividade (que faz com que a grande maioria dos trabalhos reporte apenas a produção de CH4) está
nos potenciais de redução muito próximos entre si, e principalmente, da geração concorrente de H 2 a
partir da quebra fotocatalítica da água. A seletividade dos fotocatalisadores poderia aumentar caso um
potencial externo garanta, por deslocamento das bandas de energia do semicondutor, um melhor
semicondutores (heteroestruturas) pode expandir essa estratégia, pela melhor separação de cargas e
delocalização dos portadores em materiais específicos.[7] Por fim, ressalte-se que os estudos
relacionados a fotoredução do CO2 são ainda limitados, com pouco conhecimento dos aspectos
estudos envolvendo o nitreto de carbono grafítico (g-C3N4)[8] e o óxido de nióbio (V) (Nb2O5)[9]. Estes
compostos chamaram a atenção devido à sua boa performance fotocatalítica para várias reações. O
bandgap relativamente baixo do g-C3N4 (2,7 eV), ou seja, no espectro visível, permite um maior
aproveitamento da energia solar. Ainda, o Nb2O5 é um material com alta área superficial, o que melhora
a cinética reacional, e também alta acidez superficial, que favorece o fornecimento de íons H+
necessários para redução do CO2. Além disso, esses materiais são constituídos por elementos
relativamente abundantes e baratos, são pouco poluentes e podem ser facilmente ser obtidos por
métodos de síntese já existentes. O Brasil é responsável por 98% da produção mundial de nióbio[10] o
que encoraja ainda mais aplicação do óxido desse metal em diversas áreas, incluindo a fotocatálise.
potenciais externos como método de aumento da seletividade dos produtos obtidos. Inicialmente, será
estudada a heteroestrutura g-C3N4/Nb2O5,[11] que demonstrou preliminarmente atividade fotocatalítica
sob radiação UV (sem aplicação de potenciais) para fotorredução de CO2 produzindo CO e CH4. Esses
materiais serão caracterizados por diversas técnicas clássicas de caracterização físico-química, além de
técnicas fotoeletroquímicas que possam fornecer dados sobre a estrutura eletrônica do material e a sua
relação com seu desempenho fotocatalítico. Outros fotocatalisadores poderão ser estudados, a partir
Quando materiais semicondutores são expostos a radiação com energia igual ou superior à
energia da banda proibida (bandgap - Eg), elétrons (e-) são excitados da banda de valência (BV) do
semicondutor para a sua banda de condução (BC), gerando uma lacuna (h+) na BV.[12] Esses elétrons
podem migrar para superfície do semicondutor ou sofrer recombinação com a lacuna. Elétrons
excitados presentes na superfície de semicondutores são agentes redutores eficientes e podem reagir
com moléculas de H2O, O2 ou CO2 adsorvidas no material.[13] Enquanto isso, h+ na BV podem oxidar
moléculas de água adsorvidas na superfície do semicondutor formando radicais hidroxila (HO∙) ou gás
Figura 1 Representação das reações de redução e oxidação de compostos na superfície da partícula de um material
semicondutor com destaque para o processo de excitação eletrônica provocado pela radiação incidente na
partícula, e para o processo de recombinação que ocorre tipicamente em alguns picosegundos. Adaptado de
Nogueira e Jardim [14].
A eficiência fotocatalítica dos materiais semicondutores está relacionada, principalmente, à
habilidade do material em absorver luz solar e à taxa de recombinação e-/h+. O primeiro fator relaciona-
Quanto maior essa energia, menor será o comprimento da onda de radiação necessário para excitação
eletrônica. De 44 a 50% do total de energia da radiação solar que atinge a superfície terrestre está abaixo
do comprimento de onda do visível (até ~760 nm), e apenas 2 a 4% está abaixo de ~360 nm (UV).[15]
Assim, semicondutores com bandgap menores irão aproveitar melhor a radiação visível para excitação
eletrônica. Além disso, um elétron deve permanecer na BC por tempo suficiente para que a redução das
espécies adsorvidas possa ocorrer, e, portanto, a atividade catalítica do material é favorecida por
taxa de recombinação, quanto da absorção de luz solar. As heteroestruturas são formadas pelo contato
de duas ou mais fases semicondutoras distintas onde a migração de cargas ocorre livremente entre as
bandas dos materiais [16], como esquematizado na Figura 2.[17, 18] A excitação eletrônica é facilitada
pelo material de menor bandgap, e a recombinação é inibida pela separação das cargas em diferentes
semicondutores.[19]
Figura 2 Representação das posições das bandas de condução e de valência de dois materiais semicondutores em
uma heterojunção. Adaptado de Mendonça, et al. [18].
A maior parte dos exemplos bem-sucedidos de aplicação fotocatalítica de heteroestruturas está
os potenciais das bandas na maioria dos semicondutores não são adequados para redução de CO 2.[21]
Apenas algumas poucas heteroestruturas como Cu2O/TiO2[22] e FeTiO3/TiO2[23] vêm sendo estudadas
como fotocatalisadores da redução de CO2. Assim, trabalhos focados na obtenção de novos materiais
eficientes para redução de CO2 sob luz visível ainda são necessários. Além disso, os mecanismos de
O bandgap relativamente pequeno do g-C3N4 permite a absorção de luz visível para excitação
eletrônica, enquanto o potencial mais negativo da BC desse material favorece a fotorredução de CO2. Já
o Nb2O5, apesar do bandgap relativamente alto, apresenta características que favorecem seu uso como
fotocatalisador. Esse óxido possui alta acidez superficial e, em tese, permite baixa adsorção/interação
com CO2. No entanto, experimentos prévios do grupo vêm demonstrando que catalisadores com
superfícies básicas reagem irreversivelmente com CO2, produzindo carbonatos.[24] Este é o caso do
CuO que perde sua atividade fotocatalítica após alguns ciclos de catálise (Figura 3). Portanto, a acidez
superficial colabora na dessorção dos produtos de reação, apesar de dificultar o processo de interação.
A superfície ácida pode também favorecer a fotólise da água pelo aumento da concentração local de H+,
Figura 3 Atividade do CuO para redução fotocatalítica de CO2 em H2O a 25 °C após 4 ciclos de 24h.[24]
Seletividade do catalisador
A Tabela 1[25] contém as possíveis rotas de redução do CO2 em meio aquoso e o potencial (vs
NHE) de ocorrência de cada reação em pH neutro. Como pode ser observado, do ponto de vista
energético a formação de metano é mais favorável. Porém, dependendo das características de
seletividade do material e potencial da BC, outros produtos podem ser formados preferencialmente.
Tabela 1 Possíveis rotas de redução de CO2 em meio aquoso e potencial padrão das reações em pH neutro.
O potencial de redução dos elétrons na BC de materiais semicondutores varia entre +0,5 e -1,5
materiais podem ser usados para realizar a conversão do CO2 obtendo diferentes produtos.[25] A reação
de redução de CO2 com elétrons em bandas de condução mais negativas é energeticamente favorável.[5]
Porém, como mostra a Figura 4,[5, 26] os potenciais próximos entre si das várias reações envolvendo o
CO2 dificultam a seleção de um produto específico. A figura também contém uma comparação das
Uma estratégia simples para ajustar a seletividade de formação dos vários produtos é polarização
consideravelmente menor que o necessário para redução puramente eletroquímica do CO2 é aplicado
ao eletrodo de trabalho contendo o catalisador.[27] Como resultado dessa polarização as bandas são
levemente deslocadas. É importante ressaltar que o potencial aplicado não consiste no potencial
eletroquímica das moléculas. Este potencial serve apenas para ajustar a posição das bandas no
semicondutor, sendo que a excitação eletrônica ocorre por meio da luz como na fotocatálise.
Figura 4 Comparação da posição das bandas e bandgap do g-C3N4, Nb2O5 e TiO2, e potencial de redução para os
vários sistemas redox envolvendo o CO 2 em meio aquoso. A posição mais negativa da BC do g-C3N4 e seu pequeno
bandgap permitem aplicar esse material e heteroestruturas derivadas do mesmo para fotorredução de CO2 por luz
visível. Contudo, os potenciais próximos das reações de redução do CO2 prejudicam a seletividade.
2. Objetivos
O objetivo principal deste projeto é avaliar a capacidade de potenciais externos aplicados, num
e seletividade de produção de hidrocarbonetos, a partir da redução de CO2. Para tanto, serão avaliados
os processos de síntese de heteroestruturas a partir de g-C3N4 e Nb2O5 (considerado aqui como material
fotoeletroquímicos.
é recente, porém em rápido crescimento. Uma busca na base Web of Science, utilizando os termos
exponencial de publicações, saindo de 50 artigos publicados em 2008 para 1100 em 2017. Estes artigos
geraram aproximadamente 100 mil citações, sendo 28 mil apenas em 2017. No entanto, grupos
brasileiros contribuíram com apenas 45 do total de 4.635 artigos publicados com esta expressão de
deste total. Padrão semelhante ocorre na busca pelos termos-chave (CO2 reduction) AND photocat*: de
34 publicações em 2008, atingiu-se 610 em 2017, num total de 82 mil citações (20 mil em 2017).
Novamente, grupos brasileiros são presentes em poucas publicações (16 de 2.634 registros, sendo 12
posteriores a 2015). Assim, nota-se quão necessário é ainda o esforço e envolvimento de grupos
nacional.
fases g-C3N4 e Nb2O5 puras na fotooxidação do fármaco Amilorida.[11] Testes preliminares para
avaliação do potencial fotocatalítico desse material na conversão de CO2 a metanol também foram
realizados. A Figura 5, que mostra a eficiência de conversão das fases puras e de heteroestruturas
contendo diferentes concentrações de g-C3N4 (CN) e Nb2O5 (Nb). Como pode ser observado, uma
conversão 2,4 vezes maior foi alcançada após 24 h para a heteroestrutura 3CN:1Nb em relação ao Nb2O5
puro, e, em relação ao g-C3N4 puro, a conversão é 7,8 vezes maior. Por este histórico, esse material será
o de partida para os estudos deste projeto, porém outros materiais e heterojunções poderão ser
3CN:1Nb
2400
1CN:3Nb
1600 1CN:1Nb
Nb2O5
800
g-C3N4
0
0 2 4 6 24,0
Figura 5 Comparação da eficiência fotocatalítica para conversão de CO2 em metano das fases individuais e
heteroestruturas com diferentes proporções de g-C3N4 (CN) e Nb2O5 (Nb).
uma célula eletroquímica será projetada e montada visando a polarização e ajuste da seletividade do
catalisador.
Para realização deste trabalho é proposto um prazo de 3 anos. O cronograma semestral para
Etapas 1° 2° 3° 4° 5° 6°
Cursar disciplinas da pós-graduação
Revisão de literatura
Exame de qualificação
Síntese dos materiais
Caracterização físico-química dos materiais
Projeto e montagem de célula eletroquímica
Caracterização eletroquímica dos materiais
Avaliação das propriedades catalíticas e seletividade
Preparação de artigos científicos
Redação da tese
4. Materiais e métodos
Síntese do g-C3N4
Esse material será obtido pela polimerização térmica de compostos ricos em nitrogênio, tais
como ureia, cianeto ou melanina. Para este trabalho o material será produzido pela condensação
térmica da ureia em mufla e ar atmosférico. O produto é obtido em uma única etapa de síntese que
Síntese do Nb2O5
Esse material será sintetizado pela oxidação com peróxido de precursor contendo nióbio. Neste
trabalho o precursor utilizado será o oxalato de amônio e nióbio. O produto será obtido após oxidação
Heteroestruturas g-C3N4/Nb2O5
A síntese das heteroestruturas é baseada no fato das partículas de g-C3N4 e Nb2O5 possuírem
cargas superficiais opostas. As partículas de g-C3N4 quanto dispersas em solução aquosa de pH em torno
de 3,6, devido a condensação incompleta de grupos amino, adquirem carga superficial positiva. Já o
Nb2O5 possui grupos hidroxila superficiais que lhe confere carga superficial negativa. O método de
síntese consiste na mistura do g-C3N4 e Nb2O5 na proporção de 3:1 em água deionizada, ajuste do pH
da solução com ácido nítrico para aproximadamente 3,6 e banho frio de ultrassom por 2 h a 0 °C. Um
raios X por policristal (DRX), microscopia eletrônica de varredura (SEM) e de transmissão (TEM),
Agronegócio (LNNA), sediado nesta Unidade. Algumas técnicas estão disponíveis no Laboratório
A DRX será utilizada na identificação e caracterização estrutural das fases cristalinas dos
refinamento Rietveld. As medidas serão realizadas em um difratômetro Shimadzu XRD 6000 disponível
na Embrapa Instrumentação. Medidas típicas envolvem varredura na faixa 2θ entre 10⁰ e 80⁰ a
A SEM será utilizada na análise da morfologia e tamanho das partículas dos materiais.
Adicionalmente, a TEM de alta resolução será utilizada para visualizar a formação de heteroestruturas
isoladas. A TEM também será utilizada na análise estrutural do material pela difração de elétrons. As
medidas de SEM serão realizadas em um microscópio eletrônico de varredura JEOL JSM 6701F
Espectroscopias vibracionais
região do infravermelho (IV) e Raman. Grupos superficiais serão investigados pelo método de
Yvon com microscópio OLYMPUS TM BX41 e laser de argônio de 514,5 nm disponível na Embrapa
instrumentação.
A EFRT será utilizada na análise da estrutura eletrônica dos semicondutores. Esta técnica
fornece dados importantes no estudo de semicondutores aplicados a catálise já que a intensidade dos
picos no espectro de EFRT está relacionada com o grau de formação e recombinação do par e-/h+, sendo
que a medida do tempo de decaimento se relacionada com o tempo de vida desse par. As medidas serão
realizadas no espectrômetro de fluorescência PicoQuant Fluo time 300 com detector MCP-PMT e laser
A DRS será utilizada da estimativa dos gaps ópticos dos semicondutores. As análises serão
realizadas nos sólidos previamente triturados (pó) em um equipamento Varian Cary 5G por refletância
difusa de radiação na faixa de 200 a 800 nm. A energia do gap óptico será determinada pelo espectro
𝑛
UV-vis pela equação de Kubelka e Munk [29]: ℎ𝜈𝛼 ∝ (ℎ𝜈 − 𝐸𝑔 ) , onde ℎ é a constante de Planck, 𝜈 é a
Fisissorção de N2
A área superficial específica do material será determinada por fisissorção de N2 pelo método
BET e a distribuição do tamanho de poros será determinada pelo método BJH, ambos a -196 °C. As
amostras serão previamente secas a 200 °C e vácuo por 2 h. As análises serão conduzidas em um
Caracterizações avançadas
A absorção de raios X (XAS), que é uma técnica importante no estudo de nanopartículas, será
utilizada para explorar a estrutura fina dos materiais. Os experimentos de XAS serão realizados no
específico para uso da linha de luz (de acordo com o calendário do LNLS). Além disso, as propriedades
medidas. A caracterização será realizada utilizando técnicas como voltametria cíclica (VC), linear (VL)
Mott-Schottky. Além disso, os eletrodos e célula permitirão a verificação da eficiência catalítica dos
depositado sobre um coletor de corrente inerte. Eventualmente, binders poliméricos como o fluoreto
de polivinilideno (PVDF) serão empregados na mistura eletródica. O design dos eletrodos é parte do
projeto e será baseado em trabalhos anteriores realizados pelo grupo.[30] Os eletrodos irão possibilitar
tanto a caracterização eletroquímica clássica (VC, VL e PEIS), como a avaliação eficiência catalítica na
Montagem da célula
eletrodo de trabalho (WE) com o material ativo, o contra eletrodo (CE) e eletrodo de referência
WE e seu design permitirá a aplicação de radiação da região do ultravioleta e visível sobre o material
ativo, além da coleta in situ de produtos gasosos. A ilustração esquemática da célula fotoeletroquímica,
será realizada por meio de ensaios de fotoredução de CO2. Esses ensaios serão realizados em dispersões
contendo uma massa conhecida das nanopartículas dos materiais em meio aquoso básico para facilitar
a dissolução de CO2. Um reator com lâmpada UV/Vis, disponível no Grupo de Pesquisa em Fotocatálise
da Embrapa Instrumentação, será utilizado nos testes. Alíquotas da fase gasosa serão colhidas em
ensaios serão realizados de forma similar ao ensaio de fotoredução descrito no parágrafo anterior em
reator próprio (Figura 7). Nesse caso, as nanopartículas do material estarão imobilizadas no eletrodo.
Diferentes tensões devem ser aplicadas ao eletrodo de trabalho de forma a avaliar a influência desse
De modo geral, espera-se que o uso de técnicas sintéticas já conhecidas leve a obtenção de
materiais semicondutores com alta atividade fotocatalítica para redução de CO2 e alta seletividade para
produção, principalmente, de CH4. Espera-se também que o uso de técnicas fotoeletroquímicas permita
compreensão dos mecanismos eletrônicos envolvidos na redução do CO2, nas fases individuais e
heteroestruturas, e sua influência na eficiência dos catalisadores. A nível mais fundamental, o estudo
heteroestruturas no geral.
o Grupo de Pesquisa estabeleceu diálogo com o Institute of Energy and Climate Research –
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